Gostei bastante dessa minissérie da Netflix. A história se passa no século XIX e começa quando um jovem médico decide fazer uma série de sessões com uma jovem que foi condenada por matar duas pessoas na propriedade rural onde trabalhava como empregada doméstica. Ela parece tão meiga, tão inocente, que sua situação intriga o jovem psiquiatra. Ele quer desvendar sua mente para escrever um artigo científico. E nessas sessões o roteiro desfila uma série de flashbacks contando a história do passado da Grace, mostrando as justificativas e as circunstâncias que levaram aquela jovem a ser condenada à prisão por homícidio qualificado. Como isso teria acontecido?
Alguns aspectos devem ser levados em conta quando for assistir a essa minissérie. A primeira delas é que a dublagem brasileira ficou meio estranha, principalmente no trabalho da dublagem da protagonista. O curioso é que passado o estranhamento inicial, se forma uma familiaridade com aquele estilo que vai fazer você preferir a dublagem mesmo, ainda que ela seja um tanto fora da curva. É o carisma vocal da dubladora. Outro aspecto digno de nota é o bom roteiro que vai mostrando as peças que deram origem a esse crime, inclusive mostrando a vulnerabilidade que jovens mulheres que trabalhavam como domésticas sofriam naqueles tempos. O abuso sexual era uma constante, além dos abusos psicológicos e de preconceito social. Um quadro terrível que levava jovens inocentes até mesmo a cometerem os piores crimes. Então deixo essa dica de boa minissérie. Vale muito a pena acompanhar todos os episódios.
Alias Grace (Estados Unidos, 2017) Direção: Mary Harron / Roteiro: Margaret Atwood / Elenco: Sarah Gadon, Edward Holcroft, Rebecca Liddiard / Sinopse: A minissérie conta a história de Grace Marks, uma jovem vivendo no século XIX que é condenada por matar seu patrão e a governanta de uma fazenda onde ela trabalhava. Ela passa a ser analisada por um jovem médico que deseja descobrir os segredos de sua mente.
Pablo Aluísio.
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ResponderExcluirPablo Aluísio.
Parece interessante esse filme pelo seguite motivo: na série Sherlock, da BBC, há um episódio em que a irmã do Sherlock e do Mycroft Holmes está em um hospital para doentes mentais pois ela é uma assassina implacável e, pra complicar, mais inteligente que os dois irmãos, então se trata de uma daquelas super instalações do governo, e ela foi deixada lá sem o conhecimento dos pais. Parece que nesse período do Arthur Conan Doyle, final do século 19, as mulheres sofreram todo tipo de abusos psicológicos baseado no simples fato de serem tachadas de estericas, etc. quando simplesmente se defendiam, ou contraatacavam seus algozes.
ResponderExcluirPara o Arthur Conan Doyle colocar isso num romance quase juvenil como o Sherlock Holmes, a coisa devia ser feia.
Excelentes observaçoes. No passado a situação da mulher era muito precária, de muita vulnerabilidade social. O machismo tóxico e violento, diria até mesmo criminoso, era naturalizado de uma forma absurda. As mulheres eram consideradas seres humanos de segunda classe que praticamente não tinham direitos. Um verdadeiro horror!
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