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segunda-feira, 15 de julho de 2019

A Balada de Buster Scruggs

Fazia bastante tempo que não tinha assistido a um filme tão bom dos irmãos Coen. Livre das amarras comerciais dos grandes estúdios eles produziram essa pequena obra prima para o Netflix. É um faroeste, mas um do tipo nada convencional. São pequenas historietas passadas no velho oeste, com personagens e situações mais do que interessantes. É curioso porque esse tipo de roteiro, com várias histórias curtas, foi muito utilizado no gênero terror durante os anos 60 e 70. Agora os Coen trazem esse modelo de volta e com resultados excelentes. Imagine-se lendo um livro com muitos contos de faroeste. Basicamente essa é a ideia central do filme. Não vá desanimar ou torcer o nariz logo na primeira historieta. Essa é uma sátira bem exagerada em cima dos chamados cantores cowboys dos filmes antigos. Aqui temos um protagonista bom de mira e bem falastrão que entre um duelo e outro canta uma canção no velho estilo. Muita gente vai pensar que todo o filme segue esse caminho, mas não. Como eu disse os contos são independentes entre si e por isso há uma certa irregularidade entre eles. Esse primeiro, apesar de sua inegável auto paródia com o passado, é o mais fraco deles. Depois o filme só melhora.

O estrelado por Liam Neeson tem uma melancolia e um desfecho que muitos vão considerar cruel - e é cruel mesmo. O ator interpreta um empresário mambembe que chega com sua carroça nos lugares mais distantes. Sua maior atração é um ator sem braços e sem pernas que declama textos com a maior convicção. Neeson não diz uma palavra durante o filme inteiro, apenas observa, muitas vezes com olhar frio e cruel. E quando encontra uma galinha que acerta operações de matemática... bem, assista para crer - é um final terrível. Misto de humor negro com devassidão do pior que a alma humana pode fazer. Os outros contos ficam na média. Dentre eles gostei bastante da caravana, onde uma jovem mulher fica viúva no meio da jornada. Outra historieta do velho oeste com final de cortar coração. James Franco também ruge como um azarado pistoleiro que pula de forca em forca até encontrar seu destino final. Enfim, é um menu para todos os gostos. Os irmãos Coen revitalizam, homenageiam e satirizam, tudo ao mesmo tempo, o mais americano de todos os gêneros cinemaográficos, o western. O resultado ficou saboroso.

A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, Estados Unidos, 2018) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen / Elenco: Liam Neeson, James Franco, Tim Blake Nelson, Willie Watson, Clancy Brown, Austin Rising, Tom Waits, Brendan Gleeson  / Sinopse: O filme apresenta vários contos passados no velho oeste intitulados "The Ballad of Buster Scruggs", "Near Algodones", "Meal Ticket", "All Gold Canyon", "The Gal Who Got Rattled" e "The Mortal Remains".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Boca do Inferno

Título no Brasil: Boca do Inferno
Título Original: Nothing Left to Fear
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films / Slasher Films
Direção: Anthony Leonardi III
Roteiro: Jonathan W.C. Mills
Elenco: Anne Heche, Clancy Brown, Jennifer Stone

Sinopse: 
Um pastor da cidade grande aceita o convite para assumir uma pequena igreja no interior dos Estados Unidos. O antigo pastor está se aposentando e assim ele se muda para a comunidade para conhecer todos. É uma cidade pacata, onde todos os moradores se conhecem entre si. Inicialmente todos os recebem muito bem mas o local guarda um terrível segredo que vai se revelar aos poucos para todos os membros de sua família.

Comentários:
Esqueça o horrível título nacional (que de certa forma acaba entregando parte da trama). Para surpresa geral esse "Nothing Left to Fear" é realmente bom! O grande diferencial vem no roteiro. De forma bem inteligente e criativa o texto explora um trecho por demais conhecido do velho testamento para trazer uma realidade sobrenatural aos dias atuais. E isso funciona muito bem. As referências bíblicas são utilizadas de forma muito sutil e curiosa. Esse é o tipo de enredo que vai se revelando aos poucos ao espectador que vai montando o quebra-cabeça lentamente. Isso  por si só já é um aspecto por demais positivo pois cria um clima muito envolvente mas há mais. Efeitos digitais pontuais e bem realizados garantem a harmonia da produção. Alguns dirão que a trama é bem interessante até o momento em que se revela completamente mas penso um pouco diferente. Mesmo após tudo revelado ainda restam detalhes muito interessantes para chamar a atenção. Assim fica a dica desse "Boca do Inferno", um filme de terror que conseguiu extrair de uma velha história da bíblia um misto de terror e medo que vai agradar aos fãs do gênero.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Desbravadores

Título no Brasil: Desbravadores
Título Original: Pathfinder
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Marcus Nispel
Roteiro: Laeta Kalogridis, Nils Gaup
Elenco: Karl Urban, Clancy Brown, Moon Bloodgood

Sinopse:
Durante um ataque Viking na costa americana, durante o período pré-colombiano, uma criança da expedição é deixada para trás após o naufrágio de um dos barcos nórdicos. Ela acaba sendo salva e criada pela tribo dos Wampanoag, índios nativos da região. Os anos passam e quinze anos mais tarde uma nova invasão Viking chega no local. Agora o jovem Ghost (Karl Urban) precisa se decidir em qual lado da batalha ficará.

Comentários:
Durante muitos anos a arqueologia desconfiou que outros europeus estiveram nas costas da América do Norte antes da chegada de Cristovão Colombo. Essa teoria adveio do encontro de achados arqueológicos de povos Vikings encontrados na costa dos Estados Unidos datando de séculos atrás. A ideia de ver Vikings em solo americano brigando com nativos indígenas era boa demais para o cinema ignorar. Assim nasceu esse "Desbravadores". Obviamente não vá esperando por nada muito preciso do ponto de vista histórico. O que está valendo aqui é realmente a batalha entre índios americanos que viviam nas regiões costeiras com os nórdicos Vikings que chegavam na costa com a única finalidade de ali saquear e roubar metais preciosos. O filme por essa razão é bem violento, com poucos diálogos, e lutas sem fim. A direção de arte é até bem realizada, embora transformem os Vikings em determinados momentos em bestas ferozes de guerra. Vale assistir pelo menos uma vez, principalmente para quem gosta de produções com muito sangue e conflitos.

Pablo Aluísio.