Revi recentemente esse primeiro exemplar da franquia. Interessante é que de   certa forma o filme não envelheceu tanto quanto eu esperava. O fato é   que a fórmula foi tão imitada (e continua a ser imitada até hoje) que   até pensamos se tratar de um filme atual. Eu coloco "Máquina Mortífera" e   "Duro de Matar" como os filmes responsáveis pela mudança de estrutura dos   policiais de ação. Basta assistir a um filme policial das décadas de  60  ou 70 para notar a diferença. Nos anos 70 filmes como "Serpico" ou "Um  Dia de  Cão" tinham toda uma preocupação em desvendar aspectos sociais,   econômicos e políticos envolvendo temas de segurança pública. A ação,   quando existia, era mera decorrência dos conflitos internos expostos. Já   nos anos 80 a coisa muda de figura, os filmes policiais são filmes de   ação em si, sem qualquer preocupação ou profundidade sociais  envolvidas."Máquina Mortífera" é o maior exemplo disso. A dupla central traz personagens opostos. Um é o policial negro, com estrutura familiar definida e com a chamada estabilidade emocional. O outro é branco, destruído internamente pela morte da esposa e sem um pingo de juízo na cabeça, um suicida em potencial. O filme é baseado justamente nessa oposição entre eles, onde as diferenças não atrapalham sua amizade pois o que importa aqui são as boas cenas de ação, que justificam a existência do filme como um todo. Os vilões são cartunescos e a trama fácil de digerir. Isso é óbvio já que esse é o tipo de produto feito para as massas, para gerar grandes bilheterias. Depois de filmes assim o gênero policial foi ficando cada vez mais raso e vazio (as próprias continuações de Máquina Mortífera demonstram bem isso). De qualquer forma não há como negar que foi um ótimo negócio para a indústria que ganhou milhões, já para os cinéfilos mais conscientes esse tipo de filme não acrescentou muito.
Pablo Aluísio.