O filme parte da premissa do surgimento de um super vírus que se alastra com enorme rapidez, contaminando da China aos EUA, passando pela Europa e daí para o restante do mundo. O argumento é tipicamente de filme catástrofe só que sob uma roupagem de pseudo ciência. O problema de um roteiro como esse é que propõe um quase apocalipse para depois, faltando menos de 20 minutos de filme, se resolver tudo de forma tão fácil e sem graça que a situação criada vai por água abaixo. O curioso é que a produção não se fez de rogada e copiou muito dos filmes de zumbis, com todas aquelas grandes cidades desertas e os habitantes não contaminados agindo como verdadeiros animais, saqueando lojas e cometendo crimes. Enfim, pura bobagem. A produção ganhou uma promoção extra gratuita pois perto de seu lançamento os noticiários ao redor do mundo divulgaram os perigos de um novo vírus da gripe que fazia vítimas ao redor do planeta, inclusive aqui no Brasil. Curiosamente a tal nova gripe que rapidamente surgiu também desapareceu na mesma velocidade. Campanhas de vacinação em massa foram promovidas por diversos governos e assim o mal ficou praticamente erradicado. Isso veio demonstrar que no mundo real uma situação como a que vemos no filme dificilmente se tornaria realidade pois a ciência está muito desenvolvida em nossos dias. Os tempos de mortes em massa como ocorreu com a gripe espanhola no começo do século XX é coisa do passado.
O elenco conta com vários nomes conhecidos mas todos eles, sem exceção, são desperdiçados. Em essência não passam de coadjuvantes de luxo. Gwyneth Paltrow está creditada como a principal atriz do filme o que me deixa admirado pois sua participação não tem absolutamente nada demais. Ela aparece e em pouco tempo some do mapa. Já Matt Damon tinha tudo para se destacar mas seu papel é raso (e tolo) como todos os demais. Bancando o "paizão" o ator realmente não sai muito disso, ficando no controle remoto. Suas reações em vista de grandes tragédias também não convencem, quase sempre caindo na caricatura. Outro talento jogado para escanteio é Kate Winslet. Interpretando uma médica ela aparece, fala meia dúzia de diálogos e vai para a insignificância! Jude Law tem um papel melhor, a do típico blogueiro que escreve sobre teorias da conspiração. Infelizmente também não é desenvolvido adequadamente. Enfim esse "Contágio" não me cativou. Achei sensacionalista demais, pouco desenvolvido em relação aos personagens e com clímax banal e decepcionante. Eu esperava bem mais, muito mais desse filme.
Contágio (Contagion, Estados Unidos, 2011) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Scott Z. Burns / Elenco: Gwyneth Paltrow, Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law / Sinopse: Um vírus começa a se espalhar entre populações de diferentes países. Entre os contaminados estão um jovem americano, médicos e cientistas que tentam deter o avanço da nova doença contagiosa.
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.5
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim