Título no Brasil: O Fundamentalista Relutante
Título Original: The Reluctant Fundamentalist
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos, Inglaterra, Catar
Estúdio: IFC Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Javed Akhtar, Ami Boghani
Elenco: Riz Ahmed, Liev Schreiber, Kate Hudson, Kiefer Sutherland
Sinopse:
Changez (Riz Ahmed) é um jovem natural do Paquistão que ganha uma bolsa de estudos numa conceituada universidade americana. Lá conhece a riqueza e a liberdade da sociedade dos Estados Unidos e chega até mesmo a se envolver com uma linda garota de Nova Iorque, Erica (Kate Hudson). Após se formar, arranja emprego numa empresa especializada no mercado financeiro. Tudo corria conforme seu planos até o dia 11 de setembro de 2001 quando Nova Iorque sofre o maior atentado terrorista de sua história. O mundo não seria mais o mesmo e nem a vida de Changez, que acaba entrando em um grande dilema moral consigo mesmo.
Comentários:
Pelo visto os americanos não vão superar 11 de setembro tão cedo. Esse é mais um filme que se propõe a discutir os efeitos e as causas daquele terrível evento. O ponto de vista acaba sendo o de um paquistanês que vai para a América estudar, se formar e começar a progredir em sua vida pessoal e profissional até que tudo vira de cabeça para baixo com os atentados terroristas. O filme se utiliza bastante bem do recurso de flashbacks. Logo no começo somos apresentados a um suposto jornalista americano (Liev Schreiber) que vai até uma casa de chá na capital paquistanesa para entrevistar um professor universitário local que tentará lhe dizer que nada tem a ver com o sequestro de um outro americano, um acadêmico acusado de espionagem que caiu nas garras de grupos extremistas. A partir desse encontro o homem, a quem a CIA acredita estar envolvido na captura do refém americano, vai lhe contar sua história. E a partir daí o espectador vai conhecendo todos os eventos. Essa opção do roteiro se mostra bastante eficiente pois o espectador começa a compreender o que acaba levando alguém a entrar numa guerra religiosa tão sangrenta como a do Oriente Médio, mesmo essa pessoa tendo tido contato com a cultura e o modo de pensar dos ocidentais. O filme tem ótimo elenco, direção segura e firme e uma trama mais do que interessante. Não vai interessar a todos os públicos mas para quem procura por respostas sobre a eterna crise internacional do mundo islâmico será muito proveitoso.
Pablo Aluísio.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Amelia
Nos primórdios da aviação muitos heróis foram formados, geralmente quando conseguiam realizar grandes feitos, como ir da Europa aos Estados Unidos atravessando o Oceano Atlântico ou então quando conseguiam dar a volta ao mundo. É o caso de Amelia Earthart (1897- 1937) que se tornou notória ao tentar ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em seu pequeno avião. Em uma época em que as mulheres lutavam pelos direitos mais básicos de igualdade, Amelia conseguia se sobressair ao tentar provar com seus feitos que não havia grandes diferenças entre homens e mulheres no final das contas. Sua celebridade foi tão marcante nas décadas de 1920 e 1930 que chegou inclusive a ser tema de um filme clássico, sendo interpretada nas telas por outro mito, Katherine Hepburn. Eram tempos mais românticos e a aviadora despertava admiração por ser destemida e aventureira, não recuando nem diante dos maiores desafios. Infelizmente quem se propõe a viver uma vida de aventuras como Amelia também se propõe a viver eternamente em riscos. A tragédia pode estar inclusive na próxima curva. É justamente a vida dessa mulher muito especial que esse “Amelia” se propõe a contar. Embora esteja um tanto esquecida (o que é de certa forma natural por causa do longo tempo em que morreu) a heroína despertou o interesse da Fox que já andava atrás de um bom roteiro de aventuras há algum tempo. O fato de sua história ser conhecida talvez atrapalhasse um pouco mas os executivos entenderam que fazia tanto tempo que ela havia morrido que as novas gerações provavelmente nem sequer a conheciam de fato. Infelizmente é verdade. Tão esquecida que inclusive não despertou o interesse do público.
O filme tinha pretensões de ser ao menos indicado ao Oscar mas sua má repercussão de público e crítica atrapalhou os planos da Fox. E o que há de errado com o filme? A direção de Mira Nair perdeu o foco. Ao invés de se concentrar nos feitos mais heróicos e aventureiros da vida da aviadora (o que era de se esperar) a diretora preferiu mostrar muito mais seu relacionamento com o marido (Richard Gere, em papel coadjuvante de luxo). O que era um filme de aventuras virou um romance açucarado demais. Some-se a isso o fato da atriz Hilary Swank não estar bem no papel. Vacilante, não consegue convencer ao espectador que é uma mulher á frente de seu tempo (no máximo ela passa a impressão de que é uma criadora de casos, uma encrenqueira). Tecnicamente não há o que se criticar – o filme é muito bem realizado, com efeitos digitais que se encaixam perfeitamente na proposta da história. O problema é que infelizmente o tempo é o senhor de tudo e Amelia Eckhart e seus feitos parecem datados demais para os dias altamente tecnológicos em que vivemos. Mesmo com esses problemas pontuais recomendo Amelia, não só em respeito a essa mulher que perdeu sua vida por uma boa causa como também pelo fato de ser um filme de memória, que visa resgatar sua figura, a tirando da obscuridade das páginas amareladas do tempo.
Amelia (Amelia, Estados Unidos, 2009) Direção: Mira Nair / Roteiro: Ronald Bass, Anna Hamilton Phelan baseados nos livros "East To The Dawn: The Life of Amelia Earhart" de Susan Butler e "The Sound of Wings: The Life of Amelia Earhart" de Mary S. Lovell / Elenco: Hilary Swank, Ewan McGregor, Richard Gere, Christopher Eccleston, Joe Anderson, Cherry Jones, Mia Wasiwoska / Sinopse: O filme narra a história de Amelia Earhart, aviadora pioneira que tinha um sonho: ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em um avião.
Pablo Aluísio.
O filme tinha pretensões de ser ao menos indicado ao Oscar mas sua má repercussão de público e crítica atrapalhou os planos da Fox. E o que há de errado com o filme? A direção de Mira Nair perdeu o foco. Ao invés de se concentrar nos feitos mais heróicos e aventureiros da vida da aviadora (o que era de se esperar) a diretora preferiu mostrar muito mais seu relacionamento com o marido (Richard Gere, em papel coadjuvante de luxo). O que era um filme de aventuras virou um romance açucarado demais. Some-se a isso o fato da atriz Hilary Swank não estar bem no papel. Vacilante, não consegue convencer ao espectador que é uma mulher á frente de seu tempo (no máximo ela passa a impressão de que é uma criadora de casos, uma encrenqueira). Tecnicamente não há o que se criticar – o filme é muito bem realizado, com efeitos digitais que se encaixam perfeitamente na proposta da história. O problema é que infelizmente o tempo é o senhor de tudo e Amelia Eckhart e seus feitos parecem datados demais para os dias altamente tecnológicos em que vivemos. Mesmo com esses problemas pontuais recomendo Amelia, não só em respeito a essa mulher que perdeu sua vida por uma boa causa como também pelo fato de ser um filme de memória, que visa resgatar sua figura, a tirando da obscuridade das páginas amareladas do tempo.
Amelia (Amelia, Estados Unidos, 2009) Direção: Mira Nair / Roteiro: Ronald Bass, Anna Hamilton Phelan baseados nos livros "East To The Dawn: The Life of Amelia Earhart" de Susan Butler e "The Sound of Wings: The Life of Amelia Earhart" de Mary S. Lovell / Elenco: Hilary Swank, Ewan McGregor, Richard Gere, Christopher Eccleston, Joe Anderson, Cherry Jones, Mia Wasiwoska / Sinopse: O filme narra a história de Amelia Earhart, aviadora pioneira que tinha um sonho: ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em um avião.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Cegueira Histérica
Título no Brasil: Cegueira Histérica
Título Original: Hysterical Blindness
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Laura Cahill
Elenco: Uma Thurman, Juliette Lewis, Gena Rowlands, Ben Gazzara, Justin Chambers, Anthony DeSando
Sinopse:
O filme conta a história de Debby Miller (Uma Thurman), uma jovem de New Jersey que sofre de uma estranha síndrome, onde perde a visão em momentos de tensão e stress. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Uma Thurman). Indicado na categoria de melhor atriz coadjuvante (Gena Rowlands).
Comentários:
A HBO produziu muita coisa interessante em seus primórdios. Geralmente a companhia pegava roteiros que não encontravam espaço entre os grandes estúdios de cinema de Hollywood e os produzia, com bom elenco e boa direção. O curioso é que depois de algum tempo a HBO deixou de lado a produção de filmes independentes e ousados como esse, procurando seguir por outro caminho. Hoje em dia esse setor de produção própria é mais voltada para as séries, deixando os filmes em segundo plano. Uma pena. Nesse filme até bem pouco conhecido nos dias de hoje a atriz Uma Thurman interpreta uma protagonista que sofre de cegueira histérica, uma condição médica rara, mas que realmente existe no mundo real. E isso, claro, serve de ponto de partida para esse filme que se propõe a ser um drama com pontuais momentos de suspense e tensão. É um filme que até chamou uma certa atenção em seu lançamento original, muito embora nos dias de hoje quase ninguém mais se lembre dele. Um bom motivo para redescobrir essa produção, ainda mais para quem aprecia o trabalho da alta e loira (aqui ruiva) Uma Thurman. E de quebra ainda leva boas interpretações da louquinha Juliette Lewis e da fina Gena Rowlands.
Pablo Aluísio.
Título Original: Hysterical Blindness
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Laura Cahill
Elenco: Uma Thurman, Juliette Lewis, Gena Rowlands, Ben Gazzara, Justin Chambers, Anthony DeSando
Sinopse:
O filme conta a história de Debby Miller (Uma Thurman), uma jovem de New Jersey que sofre de uma estranha síndrome, onde perde a visão em momentos de tensão e stress. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Uma Thurman). Indicado na categoria de melhor atriz coadjuvante (Gena Rowlands).
Comentários:
A HBO produziu muita coisa interessante em seus primórdios. Geralmente a companhia pegava roteiros que não encontravam espaço entre os grandes estúdios de cinema de Hollywood e os produzia, com bom elenco e boa direção. O curioso é que depois de algum tempo a HBO deixou de lado a produção de filmes independentes e ousados como esse, procurando seguir por outro caminho. Hoje em dia esse setor de produção própria é mais voltada para as séries, deixando os filmes em segundo plano. Uma pena. Nesse filme até bem pouco conhecido nos dias de hoje a atriz Uma Thurman interpreta uma protagonista que sofre de cegueira histérica, uma condição médica rara, mas que realmente existe no mundo real. E isso, claro, serve de ponto de partida para esse filme que se propõe a ser um drama com pontuais momentos de suspense e tensão. É um filme que até chamou uma certa atenção em seu lançamento original, muito embora nos dias de hoje quase ninguém mais se lembre dele. Um bom motivo para redescobrir essa produção, ainda mais para quem aprecia o trabalho da alta e loira (aqui ruiva) Uma Thurman. E de quebra ainda leva boas interpretações da louquinha Juliette Lewis e da fina Gena Rowlands.
Pablo Aluísio.
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