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domingo, 24 de abril de 2022

Batman

Quando o filme começa descobrimos que o milionário Bruce Wayne (Robert Pattinson) está há dois anos atuando como Batman. Ele é mal visto pelos policiais, mas ganha a confiança de Gordon, um tira honesto do departamento. Durante as noites Batman enfrenta a criminalidade pelas ruas de Gotham City. Salva um homem de ser espancado por uma gangue de marginais. Depois captura um criminoso vestido com fantasia de Halloween. Seu maior desafio porém está por vir. Uma série de assassinatos envolvendo figurões da política da cidade começa.

O assassino se auto denomina Charada. É um tipo psicótico que publica seus vídeos nas redes sociais e ganha seguidores com sua mensagem insana de justiça pelas próprias mãos. Nada lhe escapa. Ele mata o prefeito, depois o promotor de Gotham e não parece parar mais. A corrupção parece infiltrada por todos os segmentos de Gotham. E justamente as autoridades que deveriam combater o crime parecem trabalhar por ele. Porém o Charada quer mais. Ele planeja destruir a cidade em um grande evento trágico final.

Esse novo filme do Batman enfrentou diversos problemas durante as filmagens e depois para chegar nos cinemas. O filme teve as filmagens suspensas por um tempo por causa da pandemia e depois seu lançamento foi adiado várias vezes pela mesma causa. A Warner que havia investido milhões de dólares na produção do filme não poderia se arriscar, tinha que lançar o filme no momento certo. Só mais recentemente é que finalmente "The Batman" chegou nas telas de cinema com excelentes resultados. Até o momento o filme já faturou 750 milhões de dólares, ganhando elogios da crítica especializada. Nada mal.

A boa notícia para os fãs é que se trata de um filme muito bom. Eu particularmente acredito que filmes de super-heróis já estão bem saturados no cinema, mas esse aqui funciona muito bem. O roteiro explora o lado mais de detetive do Batman, algo que vem de encontro com suas origens. Nada mais adequado para quem surgiu inicialmente nas páginas de uma revista chamada Detective Comics, Além disso é de se elogiar um filme que optou pela sobriedade. É o filme mais sóbrio do Batman. É um filme tenso, escuro e bem realista se formos pensar bem. O Charada não se parece em nada com o personagem original que foi interpretado por Jim Carrey no passado. Esse aqui é pura insanidade, um tipo mais do que psicótico. Com isso o filme funciona excepcionalmente bem. É desde já a melhor adaptação dos quadrinhos desse ano. Merece todos os elogios.

Batman (The Batman, Estados Unidos, 2022) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, Peter Craig. baseados no universo criado por Bob Kane / Elenco: Robert Pattinson, Jeffrey Wright, Paul Dano, Colin Farrell, Zoë Kravitz, John Turturro, Andy Serkis, Peter Sarsgaard / Sinopse: Milionário traumatizado pela morte dos pais assume a identidade de Batman nas noites escuras de Gotham City. Agora ele vai precisar resolver um caso envolvendo a morte de diversos figurões da cidade. O assassino se autodenomina Charada, mas quem será ele?

Pablo Aluísio. 


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Planeta dos Macacos: A Guerra

Essa trilogia se encerra muito bem aqui nesse filme. Essa nova leva de filmes explorando o universo do planeta dos macacos foi realmente muito boa. O primeiro filme de 2011 já surpreendeu pela extrema qualidade de seu roteiro. O segundo não foi tão bom, mas manteve o interesse e a qualidade e finalmente tudo se encerra aqui, nessa terceira produção, que se não é tão boa quanto às anteriores pelo menos se mantém em um nível artístico que não vai decepcionar ninguém. Esse novo lote de filmes provou acima de tudo que era possível reciclar velhas ideias com toques de originalidade, melhorando o que por si só já era muito bom. Um remake não precisa ser apenas um caça níqueis. Pode ser também algo que venha a acrescentar, melhorar um bom filme do passado.

Quando o filme começa já encontramos uma tropa de soldados humanos adentrando a floresta em busca do grupo de Caeser. Como se viu nos filmes anteriores um vírus se espalhou pelo planeta, ceifando a vida de praticamente 90% da humanidade. Os humanos que sobreviveram seguem sua guerra contra os macacos. Caeser consegue repelir o ataque, mas o saldo é doloroso para ele. Sua esposa e seu filho são mortos durante os combates. Todos executados pessoalmente pelo cruel e sanguinário Coronel que lidera as tropas, em boa interpretação do ator Woody Harrelson. A partir daí inicia-se uma jornada de vingança por parte de Caesar. Ele quer vingar a morte de seus entes queridos e parte para o acerto de contas finais contra o militar.

O roteiro desse terceiro filme não é tão bom como o do primeiro. Ali havia mesmo um argumento primoroso que discutia o que realmente tornava alguém realmente humano. Aqui a trama é mais básica, baseada na velha fórmula da vingança pessoal (tema aliás que sempre foi explorado em demasia pelo cinema, principalmente em filmes de ação e western). Isso porém não significa que seja ruim, longe disso. Dentro dessa premissa a história até que funciona muito bem. É um bom clímax para tudo o que o público vinha acompanhando desde os primeiros filmes. Os efeitos especiais continuam perfeitos e bem inseridos dentro do enredo. Não ofusca a história, pelo contrário, ajuda a contá-la. No mais, não resta outra coisa a não ser aplaudir esses novos filmes. Eles trouxeram de volta, com extremo êxito, esse estranho mundo, onde os macacos vão se tornando cada vez mais sábios, enquanto a humanidade vai se afundando em sua própria ganância e estupidez.

Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2017) Direção: Matt Reeves / Roteiro:  Mark Bomback, Matt Reeves / Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller / Sinopse: O líder dos macacos, Caesar (Serkis), almeja criar a paz com os homens, mas isso vai se tornando impossível por causa de um Coronel insano e violento que tem planos de escravizar todos os macacos pois ele quer erguer uma grande muralha de defesa em seu acampamento militar nas colinas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Planeta dos Macacos: O Confronto

Já havia gostado bastante do primeiro filme, "Planeta dos Macacos: A Origem" de 2011 e agora pude constatar que a continuação, se não é tão boa quanto o filme anterior, pelo menos manteve um bom nível. É bom lembrar que essa é na verdade a terceira franquia desse universo. A primeira começou justamente no filme clássico "O Planeta dos Macacos" de 1968, estrelado por Charlton Heston e com direção de Franklin J. Schaffner. Depois vieram várias continuações e até uma série de TV. A segunda se limitou àquele interessante filme dirigido por Tim Burton de 2001 e agora temos essa nova leva de produções. A tônica aqui é mais realista. O grande destaque vai para Caesar (Andy Serkis), um macaco fruto de experiências pioneiras no primeiro filme. Ele desenvolve uma inteligência quase humana e depois se torna líder de seu bando. Nessa segunda produção Caesar e seus seguidores vão para uma reserva florestal nos arredores de San Francisco. 

Um vírus mortal criado em laboratório, que inclusive era usado em experiências com macacos, se disseminou entre a população humana. Noventa por cento da humanidade morreu por causa de sua proliferação. O que sobrou dos seres humanos no planeta agora se organiza em pequenas comunidades de sobrevivência. Dreyfus (Gary Oldman) lidera uma delas. O maior desafio é manter a geração de energia, mas para isso eles precisam recuperar uma usina hidrelétrica que se localiza justamente no território do grupo de Caesar, algo que pode desencadear uma verdadeira guerra entre macacos e homens. Ao custo de 170 milhões de dólares essa sequência se notabiliza pelo bom roteiro (que não chega a ser tão criativo como a do primeiro filme) e dos excelentes efeitos de computação gráfica.

Todos os animais do filme são meras criações digitais. Nesse caso os efeitos não são gratuitos, muito pelo contrário, eles ajudam a contar uma história muito bem desenvolvida. Para os críticos esse filme não passaria de um remake menos talentoso de "A Batalha do Planeta dos Macacos" (1973), assim como "Planeta dos Macacos: A Origem" nada mais seria do que uma refilmagem de "A Conquista do Planeta dos Macacos" (1972), ambos da franquia original. Eu vejo esse tipo de comparação com reservas. Na verdade há elementos novos, bem originais para se falar a verdade, tudo impulsionado por descobertas e teses científicas que inexistiam quando os primeiros filmes foram realizados na década de 70. Além disso há uma bem explorada rivalidade entre o líder Caesar e aquele que deveria ser seu braço direito, Koba (Toby Kebbell). Esse teria desenvolvido uma personalidade psicopata por causa das terríveis torturas a que teria sido submetido quando não passava de uma cobaia em cativeiro, o que obviamente criou em sua mente um grande trauma em relação aos seres humanos. Já Caesar teria tido uma outra vivência, principalmente com o pesquisador interpretado por James Franco, que teria lhe ensinado que os seres humanos também poderiam ser bondosos e amigos. Essa diferença de visões acabaria levando Koba e Caeser para um confronto mortal. Então em resumo é isso. Temos aqui um bom filme que me agradou bastante. A boa notícia é que fica bem claro no desfecho que haverá uma sequência em breve, a terceira dessa nova série. Se manter o bom nível dos dois primeiros filmes teremos certamente, no mínimo, uma boa diversão pela frente.

Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2014) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Mark Bomback, Rick Jaffa / Elenco: Gary Oldman, Keri Russell, Andy Serkis, Toby Kebbell, Jason Clarke / Sinopse: Após noventa por cento da humanidade morrer por causa de um vírus produzido em laborátorio, humanos e macacos entram em conflito por causa de uma usina hidrelétrica localizada nos arredores de San Francisco. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Visuais (Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist).

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Cloverfield - Monstro

Título no Brasil: Cloverfield - Monstro
Título Original: Cloverfield
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Drew Goddard
Elenco: Mike Vogel, Jessica Lucas, Lizzy Caplan

Sinopse:
Um grupo de jovens acaba gravando por acaso com sua câmera o surgimento de um monstro colossal em uma grande cidade americana. Tentando sobreviver ao desastre eles fazem de tudo para escapar do local enquanto vão filmando todos os acontecimentos por onde passam.

Comentários:
"A Bruxa de Blair", queiram ou não os críticos, fez escola. E criou uma nova linguagem nos filmes de terror e ficção. Nos Estados Unidos esse tipo de estética é chamada de Mockumentary. Tudo surge ao espectador como se fossem imagens captadas de forma amadora mas que registram eventos fantásticos. Esse "Cloverfield" segue essa linhagem, ou seja, tudo aparece na tela como se tivesse sido registrado por uma pessoa comum, por isso os excessos de imagens sem foco, tremidas, sem objetivo. No caso aqui temos, como foi dito muito ironicamente por um observador mais atento, um cruzamento de "Godzilla" com "A Bruxa de Blair". O resultado é bem irregular. Com orçamento muito enxuto (o filme custou meros 25 milhões de dólares rendendo quatro vezes mais apenas no mercado americano), "Cloverfield" nada mais é do que uma tentativa de trazer uma nova visão para uma ideia bem antiga. Afinal já se faziam filmes em série com monstros como esse nos anos 50. Novidade certamente não há nesse aspecto. A produção, é claro, tem seus defensores mas em minha forma de ver, além da falta de novidades, há uma sensação de ausência de direção no que vemos na tela. O filme muitas vezes cai no lugar comum, se perde com momentos sem importância e desnecessários, banais. Um roteiro melhor desenvolvido também cairia muito bem. Do jeito que está não consegue convencer aos fãs do gênero que vão perdendo o interesse gradativamente ao longo do filme. Quando o tal monstrengo finalmente resolve aparecer em close já se perdeu o interesse nele há muito tempo. Game Over.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de julho de 2012

Deixe-me Entrar

"Deixe-me Entrar" é o remake americano do excelente filme sueco "Deixa Ela Entrar" que causou frisson mundo afora em 2008. Muita gente torceu o nariz para essa produção pois o original já era tão bom e definitivo. Como todo mundo sabe odeio remakes, principalmente de filmes que gosto muito (e eu particularmente adoro o filme de Tomas Alfredson) mas aqui certamente abrirei uma exceção. Desnecessária uma refilmagem menos de dois anos depois do primeiro filme ter sido lançado? Certamente. Apesar de tudo isso vou dar o meu braço a torcer. Não acredito que a existência de "Deixe-me Entrar" tenha sido totalmente inútil. Eu acabei gostando dessa releitura. As pessoas podem até defender a tese de que sua própria existência não tem razão de ser e no fundo há uma certa verdade em pensar assim, porém já que o filme foi feito pelos americanos devo dizer que é muito bom saber que eles realmente fizeram um remake bem acima da média. É importante deixar claro que o filme não é a refilmagem take por take do original. Algumas coisas foram acrescentadas e no balanço final nada está em excesso ou em falta na versão americana. É um filme bem fechado em si mesmo.

Talvez o segredo da bem sucedida refilmagem esteja no elenco. Não tanto do garotinho (interpretado por Kodi Smit-McPhee) pois considero o do original melhor mas sim da jovem atriz Chloe Moretz. Sua interpretação é literalmente "sinistra" alternando momentos de ternura com fúria selvagem. Os efeitos especiais também estão no tom certo. Eu tinha receio de que na versão americana eles fizessem uma orgia de efeitos gratuitos, mas não, isso não acontece. Eles certamente estão em maior número do que no filme original mas são discretos e bem colocados. Acredito que quem assistiu ao original vai gostar também desse remake, pois não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Curiosamente o filme acabou sendo uma decepção nas bilheterias. O público norte-americano mesmo estando em um momento particularmente muito interessado em vampiros (vide o sucesso da saga Crepúsculo) acabou rejeitando a produção. O que aconteceu afinal? Provavelmente a estória de "Deixe-me Entrar" seja europeia demais para os gringos ou então sofisticada além do limite para o americano médio que consome pipoca nas salas de shopping center. De qualquer maneira isso é o de menos, "Deixe-me Entrar" e o original "Deixa Ela Entrar" são mais do que recomendados aos fãs de terror. Se um é pouco, dois já está bom demais.

Deixe-me Entrar (Let Me In, Estados Unidos, 2010) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Chloë Grace Moretz, Kodi Smit-McPhee, Richard Jenkins / Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário que sofre bullying na escola onde estuda. Tudo começa a mudar quando ele se torna amigo de Abby (Chloë Grace Moretz) uma menina da sua idade que se torna sua vizinha.

Pablo Aluísio.