sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Onde Vivem os Monstros
sexta-feira, 12 de abril de 2024
O Astronauta
domingo, 12 de março de 2023
Os Fabelmans
domingo, 24 de abril de 2022
Batman
O assassino se auto denomina Charada. É um tipo psicótico que publica seus vídeos nas redes sociais e ganha seguidores com sua mensagem insana de justiça pelas próprias mãos. Nada lhe escapa. Ele mata o prefeito, depois o promotor de Gotham e não parece parar mais. A corrupção parece infiltrada por todos os segmentos de Gotham. E justamente as autoridades que deveriam combater o crime parecem trabalhar por ele. Porém o Charada quer mais. Ele planeja destruir a cidade em um grande evento trágico final.
Esse novo filme do Batman enfrentou diversos problemas durante as filmagens e depois para chegar nos cinemas. O filme teve as filmagens suspensas por um tempo por causa da pandemia e depois seu lançamento foi adiado várias vezes pela mesma causa. A Warner que havia investido milhões de dólares na produção do filme não poderia se arriscar, tinha que lançar o filme no momento certo. Só mais recentemente é que finalmente "The Batman" chegou nas telas de cinema com excelentes resultados. Até o momento o filme já faturou 750 milhões de dólares, ganhando elogios da crítica especializada. Nada mal.
A boa notícia para os fãs é que se trata de um filme muito bom. Eu particularmente acredito que filmes de super-heróis já estão bem saturados no cinema, mas esse aqui funciona muito bem. O roteiro explora o lado mais de detetive do Batman, algo que vem de encontro com suas origens. Nada mais adequado para quem surgiu inicialmente nas páginas de uma revista chamada Detective Comics, Além disso é de se elogiar um filme que optou pela sobriedade. É o filme mais sóbrio do Batman. É um filme tenso, escuro e bem realista se formos pensar bem. O Charada não se parece em nada com o personagem original que foi interpretado por Jim Carrey no passado. Esse aqui é pura insanidade, um tipo mais do que psicótico. Com isso o filme funciona excepcionalmente bem. É desde já a melhor adaptação dos quadrinhos desse ano. Merece todos os elogios.
Batman (The Batman, Estados Unidos, 2022) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, Peter Craig. baseados no universo criado por Bob Kane / Elenco: Robert Pattinson, Jeffrey Wright, Paul Dano, Colin Farrell, Zoë Kravitz, John Turturro, Andy Serkis, Peter Sarsgaard / Sinopse: Milionário traumatizado pela morte dos pais assume a identidade de Batman nas noites escuras de Gotham City. Agora ele vai precisar resolver um caso envolvendo a morte de diversos figurões da cidade. O assassino se autodenomina Charada, mas quem será ele?
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de julho de 2019
Vida Selvagem
Velha história. Muitos casamentos desabam quando as dificuldades financeiras batem à porta. O marido vai perdendo a autoridade e a dignidade e a mulher solta as amarras morais. Pior para o filho de 14 anos que vai assistindo sua família desmoronar, isso em uma idade em que ele praticamente não consegue fazer nada para reverter a situação da crise familiar. É um bom filme, um pouco triste e amargo, mas coeso em sua proposta maior que é mostrar o fim de uma paixão, de um relacionamento, dentro de uma situação que não poderia ser pior. Um retrato do outro lado da América, nada utópica, bem realista, com um toque de amargura.
Vida Selvagem (Wildlife, Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Dano / Roteiro: Paul Dano, Zoe Kazan / Elenco: Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan, Ed Oxenbould, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra o desmoronamento de um casamento após o marido ficar sem emprego. Ele parte para combater incêndios florestais, ganhando muito pouco por cada dia de trabalho e ela acaba se envolvendo em um caso extraconjugal com um homem bem mais velho e bem mais rico que se marido. Uma história de traição.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
The Beach Boys: Uma História de Sucesso
John Cusack dá vida a Brian Wilson já completamente destruído pela esquizofrenia. Ele passa a ser dominado por um médico que acaba se revelando mais maluco do que ele. Um sujeito que o explora e o coloca sob um coquetel de drogas pesadas para tentar ficar com sua fortuna. Quem o salva da morte é uma ex-modelo, vendedora de carros, chamada Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks). Wilson se apaixona por Melinda e ela tenta de todas as formas ajudá-lo a sair daquela prisão em que ele se encontra. O roteiro do filme se foca completamente em Brian Wilson, por isso se você estiver em busca de algo mais relacionado ao grupo The Beach Boys é melhor procurar por outro filme, algum documentário musical. Aqui só temos mesmo os dramas pessoais de Wilson, seus problemas de saúde, seus traumas, suas lutas contra o estigma da doença mental e outros dramas mais pesados. No final é um filme muito bom, mas também muito triste para quem nunca conheceu em maiores detalhes os problemas enfrentados por esse genial músico.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso (Love & Mercy, Estados Unidos, 2014) Direção: Bill Pohlad / Roteiro: Oren Moverman, Michael A. Lerner / Elenco: John Cusack, Paul Dano, Elizabeth Banks, Paul Giamatti / Sinopse: O filme conta a história real do cantor e compositor Brian Wilson. Líder do famoso grupo de rock e surf music The Beach Boys. Ele acabou tendo que lutar contra a doença mental, no auge do sucesso, após ser diagnosticado como esquizofrênico e paranoico. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Paul Dano) e Melhor Música Original ("One Kind of Love" de Brian Wilson e Scott Montgomery Bennett).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
War & Peace
Ontem assisti a esse primeiro episódio dessa nova minissérie da BBC, "War & Peace". É uma adaptação para a TV do famoso livro de Leo Tolstoy que no passado inclusive já deu origem a maravilhosos filmes, alguns deles clássicos absolutos do cinema. Pois bem, a história se passa no começo do século XIX. A Europa está sendo varrida pelos exércitos de Napoleão. Após conquistar vários países ele decide investir contra o leste europeu. Rússia e Áustria então se unem contra o imperador francês. Em São Petersburgo um jovem chamado Pierre Bezukhov (Paul Dano) segue com sua vida de frivolidades, festas e bebedeiras. Ele tenta passar a imagem de alguém mais intelectualizado, até mesmo defendendo com certo entusiasmo o próprio Napoleão, mas no fundo não passa de um rapaz ingênuo e sem experiência de vida. Sua rotina de prazeres é interrompida quando ele é informado que seu velho pai, o Conde Bezukhov, sofreu um derrame e está à beira da morte. Ele então parte para Moscou. O Conde em questão é extremamente rico, dono de vastas fazendas, palácios e propriedades e por essa razão se cria um certo clima de tensão em saber sobre quem seria seu herdeiro, para quem ele deixaria essa imensa riqueza. Pierre é agraciado, mesmo sendo filho bastardo. A súbita riqueza então atrai para ele todas as atenções, inclusive de pessoas inescrupulosas, como uma jovem da nobreza que só está interessada mesmo em sua fortuna. Excelente produção, bom roteiro e direção de arte classe A, compõem o quadro geral dessa produção que já em seu primeiro episódio deixa claro todas as suas qualidades. Em termos de elenco quem acaba se destacando mais é a atriz Gillian Anderson (a eterna agente Dana Scully da série "The X-Files"). Ela interpreta Anna Pavlovna Scherer, uma alcoviteira cheia de más intenções. Ver Gillian Anderson interpretando um papel tão diferente assim já vale pela série inteira. Enfim deixo a minha recomendação, ótima série aliada a esse que é um dos maiores clássicos da literatura mundial. Não deixe de conferir. / War & Peace 1.01 - Episode 1 (Inglaterra, EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Paul Dano, Gillian Anderson, Stephen Rea, Tuppence Middleton.
War & Peace - Episode 1.2
Desilusões e mais desilusões. Afirma o ditado popular que o marido traído é sempre o último a saber. No caso do Conde Pierre Bezukhov (Paul Dano) isso parece se confirmar mais uma vez. Após seu casamento precoce, fruto de uma paixão avassaladora e pouco racional, ele resolve levar seu grande amigo Fedya Dolokhov (Tom Burke) para morar em sua casa. Péssima ideia. O sujeito não apenas seduz sua jovem esposa Helene Kuragina (Tuppence Middleton), como a leva para a cama, não fazendo a menor questão de esconder isso. Em pouco tempo a fofoca se espalha, arruinando a reputação de Bezukhov, um rapaz jovem demais para lidar com todo o peso e as responsabilidades da fortuna de que se tornou único herdeiro. Indignado e chocado com a situação Pierre resolve desafiar Dolokhov para um duelo a céu aberto, uma tradição de honra muito em voga naqueles tempos mais românticos e idealistas. Na outra linha narrativa um nobre arruinado, Vassily Kuragin (Stephen Rea), tenta de todas as formas arrumar uma noiva rica para seu filho, um jovem fútil e sem personalidade. O melhor desse episódio porém nem vem dessas histórias de alcova, mas sim do contexto histórico em que tudo se passa, com as tropas de Napoleão começando a chegar cada vez mais perto da Rússia Czarista. E por falar em Czar aqui temos uma pequena participação do monarca em pleno campo de batalha, algo que logo se revela desastroso por causa de sua inexperiência em lidar com estratégias de guerra. O absolutismo começava a ruir por dentro, traçando o destino daquelas velhas monarquias obtusas e antiquadas. / War & Peace 1.02 - Episode #1.2 (EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies, baseado na obra de Leo Tolstoy / Elenco: Paul Dano, Tuppence Middleton, Stephen Rea, Rebecca Front.
War & Peace - Episode 1.3
Desafiado a um duelo de honra não sobra nada a Fedya Dolokhov (Tom Burke) a não ser aceitar o desafio. Ele é um militar experiente, com muita habilidade no manejo de armas de fogo. Já o Conde Pierre Bezukhov (Paul Dano), o marido traído, é uma figura levemente boba, sem qualquer experiência em duelos daquele tipo. Eles vão para um campo aberto, coberto de neve, tomam suas posições e... para surpresa geral o boboca Bezukhov acaba vencendo o duelo!!! Atingido em cheio com um tiro em seu abdômen, Dolokhov consegue sobreviver milagrosamente! O pior de tudo é saber depois que mesmo após ter sido traído o jovem Conde resolve voltar para os braços de sua esposa infiel, que inclusive já está de amante novo, um aspirante do exército russo. Realmente... sem comentários. Alguns homens certamente não fazem jus às suas próprias calças. Enquanto uns são traídos sistematicamente no campo amoroso o povo russo fica surpreso ao saber que agora o Czar assinou um tratado de paz e cooperação com Napoleão Bonaparte, transformando antigos aliados em inimigos e vice versa. Para os soldados que combatem no front isso se torna ao mesmo tempo uma enorme surpresa e um ultraje por todos os companheiros mortos em batalha. Como todos sabemos tudo não passou de uma estratégia de Napoleão para ganhar algum tempo pois ele definitivamente entraria em território russo, cometendo os mesmos erros que Hitler voltaria a cometer durante a II Guerra Mundial, indo em direção a uma derrota militar que se tornaria sua ruína. / War & Peace 1.03 - Episode #1.3 (EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies, baseado na obra de Leo Tolstoy / Elenco: Paul Dano, Tuppence Middleton, Stephen Rea, Rebecca Front.
War & Peace - Episode 1.4
Outra série que recomendo, também extremamente bem produzida. Não poderia ser diferente já que é baseada no famoso livro escrito por Liev Tolstói, publicado em 1869. O cenário é a Rússia dos tempos dos czares nas vésperas da invasão da nação pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Nesse episódio temos um exemplo de como as relações sociais eram tecidas entre a elite russa. Todos os casamentos eram previamente arranjados pelas famílias nobres, tudo visando, na maioria das vezes, apenas a interesses patrimoniais e de riqueza material. Casamentos de puro interesse, em suma. Nesse episódio, por exemplo, a filha de um conde arruinado fica apaixonada (verdadeiramente) pelo herdeiro de uma rica família. O pai do rapaz não gosta dos rumos que tudo está tomando. Assim sugere ao seu filho que passe um ano fora da Rússia, nos alpes da Suíça. A intenção óbvia, é de esfriar o romance, para que ele depois encontre uma moça mais promissora, com melhor perspectiva de vida. O tempo passa e ela acaba se envolvendo com outro homem, um sujeito bem canalha, já casado e amigo de Pierre Bezukhov (Paul Dano). Claro que ao se envolver com um sujeito daqueles ela acaba perdendo seu bem mais precioso, sua reputação como mulher. Para uma sociedade tão conservadora, religiosa e puritana como aquela isso significava praticamente o fim do sonho de ter um casamento promissor. Já para quem estiver em busca de boas cenas de ação há uma sequência muito boa envolvendo um esporte popular na época, a caça ao lobo, nos bosques congelados da Rússia. / War & Peace 1.04 - Episode #1.4 (Estados Unidos, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Lily James, Greta Scacchi, Jim Broadbent.
War & Peace - Episode 1.5
Ótimo episódio. Aqui vemos pela primeira vez as tropas do imperador Napoleão Bonaparte invadindo o solo da mãe Rússia. Tudo ocorre muito rápido após o líder francês romper o tratado que havia assinado com o Czar Alexandre. Ele simplesmente ignora os termos que havia concordado para invadir a Rússia. Seu objetivo é chegar até Moscou para depor o governo Czarista, mas no meio do caminho começa a encontra problemas (lembrando que a invasão russa foi o maior desastre militar de Napoleão, uma campanha que marcou o começo de sua queda). O interessante desse roteiro é que tudo é visto sob o ponto de vista dos personagens, que acabam vendo suas vidas viradas de cabeça para baixo com a chegada dos franceses. Uma cena interessante mostra o próprio Napoleão fazendo pouco caso do exército russo ao qual ele pensa estar destruído. Um velho general é designado então para deter o avança do exército francês em uma região conhecida como Borodino. E é para lá que Pierre se dirige, para sentir o gosto da guerra em primeira mão. Aquele nobre no meio do campo de batalha com homens sendo mortos ao lado acaba virando uma alegoria de sua própria insensatez frívola. A população civil russa fugindo, com a política de terra arrasada, ao mesmo tempo em que a alta nobreza ainda vive sob uma certa alienação de tudo o que estava acontecendo, acaba sendo um ótimo retrato daqueles tempos históricos conturbados. Enfim, esse é certamente um dos melhores episódio da série, simplesmente imperdível. / War & Peace 1.05 - Episode 1.5 (Estados Unidos, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Lily James, James Norton, Paul Dano.
War & Peace 1.06 - Episode 1.6
Ontem terminei de assistir essa minissérie do canal BBC. Como já escrevi antes se trata de uma adaptação do famoso livro "Guerra e Paz" de Tolstoi, lançado em 1869. Essa é uma obra literária complexa, com muitos personagens e subtramas, mostrando a agonia do império russo após a invasão de Napoleão Bonaparte. Claro que definitivamente não seria uma adaptação fácil. O problema maior desse programa é que a audiência foi sumindo ao longo dos episódios. O público certamente não gostou da estrutura do roteiro, achou algo disperso, confuso até. Com isso abandonou a série pelo meio do caminho. Com a audiência em baixa eles resolveram acelerar tudo para terminar logo. Com isso o episódio final mostra a invasão da Rússia por Napoleão e sua inevitável derrota após a retirada sob as duas condições do inverno massacrante daquela região. Devo confessar que houve sim uma pressa em finalizar a série e isso prejudicou bastante o resultado final. Mesmo assim não deixaria de recomendar War & Peace. Mesmo muito sintética, feita com uma certa pressa, a série tem uma excelente produção, que aproveita toda o cenário natural russo. Além disso, mesmo em pitadas econômicas, ainda dá para saborear a genialidade de Tolstoi. Claro que seu livro jamais poderá ser trocado por nenhum filme ou série, mas pelo menos serve como porta de entrada para a literatura. Se for esse o seu caso já terá valido a pena. / War & Peace 1.06 - Episode 6 (Inglaterra, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Paul Dano, Lily James, Greta Scacchi, Mathieu Kassovitz, Guillaume Faure, Otto Farrant.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Ruby Sparks - A Namorada Perfeita
A Ruby não tem vontade própria, ela faz o que seu criador deseja. Assim ele projeta nela tudo aquilo que esperaria de uma namorada perfeita mas esse tipo de coisa logo se revela um desastre para Calvin e os outros ao redor. Infelizmente o enredo parte dessa premissa absurda e se o espectador não comprar a idéia do filme então tudo vai por água abaixo. O tom mais sério da trama também pode afastar um pouco seu público alvo, que seria as adolescentes. De qualquer modo o resultado final não é ruim, apenas previsível. O argumento não explica porque uma personagem de ficção se materializou na vida real e os demais personagens do filme assumem isso com absurda naturalidade. O ator que faz o escritor Calvin, Paul Dano, é pouco carismático, para não dizer chato. Quem acaba segurando o filme nas costas é mesmo sua parceira de cena, Zoe Kazan, que também assina o roteiro. Ela é neta do grande cineasta e autor Elia Kazan. Fazendo a fofinha Ruby Sparks ela foi a responsável direta por eu ter ido até o fim do filme. Ela manteve meu interesse. Em suma, Ruby Sparks não é nenhuma maravilha da sétima arte. Embora colocado no nicho das comédias românticas procura ser um pouco mais inteligente do que habitualmente se faz nesse gênero. Não vai agradar a todo mundo mas se você não for muito exigente pode até servir como passatempo para um domingo à noite.
Ruby Sparks - A Namorada Perfeita (Ruby Sparks, Estados Unidos, 2012) Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris / Roteiro Zoe Kazan / Elenco: Zoe Kazan, Antonio Banderas, Paul Dano, Alia Shawkat, Deborah Ann Woll, Annette Bening, Steve Coogan, Chris Messina, Elliott Gould, Aasif Mandvi / Sinopse: Escritor em crise de criatividade resolve criar uma personagem de ficção que atendesse a tudo aquilo que ele desejaria numa verdadeira "namorada perfeita". O problema é que sua personagem ganha vida no mundo real, levando muitos problemas para o pacato escritor.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
A Família Flynn
"Being Flynn" mostra o tormentoso relacionamento entre Jonathan Flynn (Robert De Niro) e seu filho Nick (Paul Dano). Após o abandonar ainda criança ele volta inesperadamente na vida do filho que agora adulto tenta sobreviver nos empregos que aparecem, como em um abrigo para sem tetos (nos EUA chamados de "Homeless"). Para sua surpresa certa noite quem chega no abrigo atrás de uma cama e um prato de sopa quente é justamente seu velho, agora desempregado, vivendo pelas ruas da grande cidade. Finalmente depois de vários filmes inexpressivos o ator Robert De Niro apresenta uma interpretação de nível em uma produção tocante. "Being Flynn" é um filme muito humano, um roteiro muito sensível que enfoca as dificuldades que podem surgir entre pai e filho, principalmente após longos anos de afastamento entre eles. Também mostra uma faceta muito cruel do momento econômico porque passa os EUA nesse momento.
Recentemente li uma extensa matéria mostrando o alarmante aumento no número de pessoas sem emprego, casa e perspectiva que vivem nas ruas das grandes cidades americanas. Muitas dessas pessoas são cidadãos de bem, pessoas que viveram por anos de seus trabalhos, mesmo que humildes, mas que de uma hora para outra ficam sem nada, tendo que ir parar nas ruas. Pessoas dignas que acabam miseráveis por uma série de fatores sociais e econômicos. Como se sabe o Estado Americano é do tipo liberal o que significa que essas pessoas estão por sua própria conta e não receberão qualquer tipo de ajuda governamental para se levantarem na vida. Não é de se admirar o avanço da miséria no país mais rico do mundo. O roteiro foi baseado numa história real que foi contada em livro por Nick Flynn (atualmente um artista bem sucedido nos EUA). É um retrato muito humano dessas pessoas que perdem tudo, até sua dignidade, de uma hora para outra. De Niro está ótimo na pele de seu personagem, um taxista sem emprego com sonhos de um dia se tornar um grande escritor. Tudo é desenvolvido com muita sensibilidade, humanidade, mostrando a luta pela sobrevivência de certas pessoas que não aceitam a derrota. "Being Flynn" é socialmente consciente e leva à reflexão sobre a situação desses milhões de excluídos que vagam pelas ruas das grandes metrópoles sem qualquer esperança.
A Família Flynn (Being Flynn, Estados Unidos, 2012) Direção: Paul Weitz / Roteiro: Paul Weitz baseado no livro de memória de Nick Flynn / Elenco: Robert De Niro, Paul Dano, Julianne Moore / Sinopse: Após perder seu emprego e sua licença para dirigir Jonathan Flynn (Robert De Niro) vira um homeless, um sem teto. Vagando pelas ruas, no frio e abandono, acaba indo parar num abrigo para pessoas pobres onde seu filho Nick trabalha.
Pablo Aluísio.