Mostrando postagens com marcador Ricardo Montalban. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ricardo Montalban. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Sayonara

Sayonara
Major da Força Aérea Americana (Marlon Brando) se apaixona por jovem japonesa e tem que enfrentar a dura disciplina militar que explicitamente proíbe tal relacionamento durante a estadia de militares americanos no Japão. Basta ler a sinopse para entender porque o ator Marlon Brando se interessou pelo papel. Sempre envolvido em causas sociais (principalmente as que envolviam preconceito racial) Brando achou que seria bastante interessante tocar em um tema polêmico ao indagar até que ponto o código de ética militar das forças armadas americanas era moralmente aceitável. Que direito tinha de determinar quem poderia ou não se envolver com os soldados e oficiais americanos? Não seria uma invasão da vida pessoal dessas pessoas? 

O fato é que mesmo com a proibição muitos militares acabavam se apaixonando pelas mulheres nativas e sofriam sanções por isso. Brando adorou o roteiro desde a primeira vez que o leu mas recusou fazer o filme até que aceitassem reescrever o trágico final original. Aceitos os seus termos o ator fez as malas e junto da equipe viajou ao distante Japão para as filmagens, que não foram fáceis. O problema é que foram na época errada do ano, uma estação muito chuvosa que atrasou absurdamente o cronograma do filme. Em suas memórias Brando relembrou que havia semanas em que não conseguiam filmar nem ao menos uma tomada sequer. Pressionado e criticado pelo estúdio o diretor Joshua Logan entrou em depressão deixando o filme totalmente à deriva nas ilhas nipônicas. Isso se refletiu no resultado final. O filme tem um corte ruim, com mais de duas horas e meia de duração. Marlon acabou atribuindo isso à falta de controle do diretor Logan que se perdeu dentro do projeto.

Apesar de todos os problemas não considero "Sayonara" um filme ruim, pelo contrário. Ele pode ser levemente disperso e com várias cenas desnecessárias mas nunca se torna banal. Há certos deslizes na produção, é verdade, como a maquiagem nada convincente de Ricardo Montalban (fazendo um personagem japonês ora vejam só!) mas isso é de certo modo apenas pontual. A atriz que faz o par romântico de Brando também nada acrescenta, pois tem o talento dramático muito limitado (de fato não seguiu carreira depois). Outro problema é que inexiste química entre ela e Brando, o que para um filme pretensamente romântico é quase um desastre completo. Enfim, para fãs de Brando o filme é obrigatório, até mesmo para vê-lo em um papel de certa forma diferenciado em sua carreira (bancando o herói romântico) mas fica a observação pois o filme poderia ser bem melhor do que realmente é.

Sayonara (Sayonara, Estados Unidos, 1957) Direção de Joshua Logan / Roteiro: Paul Osborn baseado no romance de James Michener / Elenco: Marlon Brando, Patricia Owens, Red Buttons, Miiko Taka, Ricardo Montalban / Sinopse: Major da Força Aérea Americana (Marlon Brando) se apaixona por jovem japonesa e tem que enfrentar a dura disciplina militar que explicitamente proíbe tal relacionamento durante a estadia de militares americanos no Japão.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Crepúsculo de Uma Raça

Quando o filme começa vemos um posto avançado da cavalaria do exército dos Estados Unidos em território demarcado como reserva indígena do povo Cheyenne. Aos poucos milhares de nativos chegam ali. Eles querem se encontrar com um senador que está chegando da capital. Querem mostrar para ele como as terras daquele lugar são desertas, sem água e nem comida. Que viver ali não seria possível. Os índios chegam pela manhã e ficam em pé esperando o senador que parece nunca chegar. Depois de horas de espera eles cansam de esperar e vão embora. Estão ofendidos e com razão. E decidem ir embora da reserva. O problema é que o comandante da tropa da cavalaria, o capitão Thomas Archer (Richard Widmark) tem ordens para evitar isso, usando de violência, se necessário for. Mas como ele vai atirar em crianças, idosos e mulheres indefesas?

Esse filme de John Ford foi uma espécie de pedidos de desculpas do cineasta para com o povo nativo dos Estados Unidos. Durante anos ele filmou filmes de western usando os indígenas como vilões e selvagens. Nesse filme ele decidiu que também iria mostrar o outro lado, o lado das nações nativas da América. O filme é assim dividido em três atos bem claros. No primeiro temos a fuga dos Cheyennes da reserva deserta e hostil para onde foram levados. No segundo ato, passado na cidade de Dodge City, há um pânico quando moradores descobrem que os índios estão chegando a na última parte vemos o desfecho, a conclusão da história.

Embora seja um filme muito bom ele se torna irregular por causa do segundo ato, em Dodge City. James Stewart aqui interpreta o xerife Wyatt Earp, mas tudo em tom de comédia, de humor, o que destoa do restante do filme. Quando eles saem em perseguição dos índios no deserto tudo parece um episódio de Corrida Maluca. Algo que quebra o ritmo sério e concentrado do restante do filme. O que diabos tinha John Ford na cabeça quando rodou esse segundo ato? Felizmente o filme retoma sua seriedade inicial na terceira e última parte, quando os indígenas chegam em um forte do exército americano. Ali eles esperam um tratamento adequado para seres humanos. Esperam que o governo americano encontre uma solução para eles. Quem se destaca nessa última parte é o veterano ator Edward G. Robinson. Ele interpreta o secretário do interior Carl Schurz, um homem justo e humano.

Então é isso. Temos aqui um filme que quase foi estragado pelo próprio John Ford na sua equivocada decisão de inserir humor em um filme com temática séria demais para esse tipo de coisa. O western assim se vale das duas partes (inicial e final) para se assumir como grande obra cinematográfica. Há elementos demais a se pensar nesse roteiro, de como o governo dos Estados Unidos foi injusto e cruel com os índios daquele país. Uma dívida história que pensando bem até hoje não foi devidamente paga!

Crepúsculo de Uma Raça (Cheyenne Autumn, Estados Unidos, 1964) Direção: John Ford / Roteiro: James R. Webb, Howard Fast / Elenco: Richard Widmark, James Stewart, Edward G. Robinson, Karl Malden, Ricardo Montalban, Carroll Baker, Sal Mineo, Dolores del Rio, Patrick Wayne, Gilbert Roland / Sinopse: O filme conta a história da fuga de um enorme grupo de índios da nação Cheyenne de uma reserva deserta dada pelo governo dos Estados Unidos. Assim que eles deixam a reserva passam a ser perseguidos pela cavalaria, dando origem a diversos confrontos e conflitos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (William H. Clothier). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante (Gilbert Roland).

Pablo Aluísio. 


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Crepúsculo de uma Raça

Título no Brasil: Crepúsculo de uma Raça
Título Original: Cheyenne Autumn
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford
Roteiro: Mari Sandoz, James R. Webb
Elenco: James Stewart, Richard Widmark, Karl Malden, Sal Mineo, Edward G. Robinson, Ricardo Montalban

Sinopse:
No ano de 1878, o governo decide deixar de doar os suprimentos e alimentos necessários para a sobrevivência da nação indígena Cheyenne, levando centenas de milhares de índios a saírem da reserva em Oklahoma até o Wyoming, local onde sempre viveram. Thomas Archer, Capitão da Cavalaria, recebe a tormentosa missão de vigiar e conter os anseios de guerra dos índios, mas durante esse processo de convivência durante o percurso, passa a nutrir um grande respeito pelos nativos americanos.

Comentários:
Foi um dos últimos filmes da carreira do diretor John Ford. Nessa produção ele novamente decidiu reunir um grande elenco para contar esse lado menos heroico da conquista do velho oeste dos Estados Unidos. Ao lado de grandes cenas, explorando novamente a beleza natural de lugares como o Monument Valley, o mestre do cinema também cometeu alguns erros. Não é um filme perfeito, tem suas falhas. Uma delas é a longa duração. Esse faroeste assim acaba parecendo mais longo do que deveria ser, com excesso de tramas secundárias que não adicionam muito ao resultado final. Há uma longa parte no meio do filme com James Stewart que exagera nas doses de humor, quebrando o ritmo de um filme que deveria ter um tom mais sério. John Ford sempre tentou trazer algum tipo de alívio cômico em seus filmes, mas aqui ele definitivamente errou a mão. De qualquer forma esse último western assinado por Ford se mantém relevante por causa do teor de seu roteiro que procurou trazer uma visão mais consciente e humana em relação aos nativos americanos. Salvo por suas boas intenções, prejudicado um pouco por alguns deslizes de seu diretor, o filme ainda é um marco importante nesse gênero cinematográfico tão importante dentro do cinema americano. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (William H. Clothier).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

A Marca do Zorro

Recentemente em uma entrevista o ator Frank Langella afirmou que havia adorado interpretar dois personagens clássicos no cinema quando era mais jovem. O primeiro foi Drácula, naquele hoje cultuado filme de 1979, o segundo havia sido o Zorro nessa produção de 1974. O que ligava as duas produções era o fato de que o cinema daquela época tentava revitalizar antigos personagens famosos das telas do passado. E como o próprio Frank Langella também frisou em sua entrevista, o Zorro é seguramente um dos personagens mais influentes da história da cultura pop. Basta lembrar que o desenhista Bob Kane se inspirou nele para criar seu herói mais famoso, o Batman. Definitivamente não é pouca coisa.

Nessa versão da década de 1970 o o petulante Don Diego de la Vega (Langella) retorna da Espanha após longos anos estudando na Europa. De volta à Califórnia ele descobre que seu pai fora traído. Antigo governante da província, ele foi colocado de lado para que assumisse seu cargo um homem violento e cruel chamado Don Luis Quintero. Para trazer justiça ao povo daquela região tão sofrida, Diego então assume a figura do Zorro, um herói mascarado, bom espadachim, que lutava contra os crimes e as injustiças promovidas pelo governante corrupto e vilanesco. O resultado dessa nova versão do Zorro foi excelente. É um filme com bom roteiro, ótimas atuações de todo o elenco e aquele clima de aventura e ação que fazia a alegria das matinês do passado. Um ótimo filme realmente, à altura desse grande personagem da literatura e do cinema.

A Marca do Zorro (The Mark of Zorro, Estados Unidos, 1974) Direção: Don McDougall / Roteiro: Brian Taggert, John Taintor Foote / Elenco: Frank Langella, Ricardo Montalban, Gilbert Roland, Yvonne De Carlo, Anne Archer / Sinopse: Em 1840 o jovem nobre Don Diego de la Vega (Langella) retorna aos Estados Unidos após longos anos de estudo na Espanha e descobre que seu bondoso pai foi alvo de inimigos corruptos e facínoras. Usando a capa preta, sua máscara e uma espada afiada, ele parte para a vingança assumindo a identidade do herói Zorro.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Pequenos Espiões 3

Título no Brasil: Pequenos Espiões 3 - Game Over
Título Original: Spy Kids 3 - Game Over
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Daryl Sabara, Alexa PenaVega, Antonio Banderas, Sylvester Stallone, Ricardo Montalban, Carla Gugino

Sinopse:
Carmen está presa em um jogo de realidade virtual projetado pelo novo inimigo dos Kids, o Toymaker. Cabe a Juni salvar sua irmã e, em última instância, o mundo. Terceiro filme da franquia de filmes juvenis Spy Kids.

Comentários:
Esse filme é uma porcaria, mas não totalmente destituído de interesse para quem gosta de cinema, mesmo que pelas razões menos corretas. O interesse virá pela presença de dois grandes nomes da Hollywood do passado. O ator Ricardo Montalban nunca foi um astro de primeiro time, isso é verdade, entretanto já desfrutou de um certo prestígio dentro da indústria cinematográfica, atuando inclusive em sucessos do cinema e da televisão. Aqui ele perdeu a linha. E o que dizer de Sylvester Stallone? De ator mais bem pago do cinema americano nos anos 80 ele passou a essa triste condição de coadjuvante em um filme como esse? É quase inacreditável para quem chegou a ganhar 20 milhões de dólares por um único filme! Algumas vezes fico me perguntando como um ator pode ganhar tanto dinheiro (e ficar rico nesse processo) e ainda assim ter qeu pagar um mico desses! Será que o Stallone acabou com toda a sua fortuna? É inacreditável pensar que sim...

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Corra que a Polícia vem Aí!

Título no Brasil: Corra que a Polícia vem Aí!
Título Original: The Naked Gun
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: David Zucker
Roteiro: Jerry Zucker, Jim Abrahams
Elenco: Leslie Nielsen, Priscilla Presley, Ricardo Montalban, O.J. Simpson, George Kennedy, Susan Beaubian

Sinopse:
A Rainha Elizabeth II visita Los Angeles. Para evitar que vossa majestada seja colocada em risco o departemento de polícia resolve escalar o inspetor Frank Drebin (Leslie Nielsen) para manter a segurança da monarca, mas claro tudo dá muito errado.

Comentários:
Esse filme na verdade é uma reciclagem de um projeto de série de TV (chamada Police Squad!) que não deu certo. Mesmo com o fracasso na televisão o trio ZAZ (David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker) resolveu não jogar fora a ideia. Eles foram até a direção da Paramount Pictures e conseguiu convencer os produtores de que no cinema iria dar certo. E deu mesmo! Incrível, mas esse acabou sendo uma das comédias mais populares e conhecidas do ZAZ, só sendo superado talvez por "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". A base é a mesma. Uma grande paródia, com cenas malucas, que tem como fonte de gozação justamente os grandes filmes do cinema convencional. É um tipo de besteirol muito engraçado e cheio de ideias novas. No elenco além do Leslie Nielsen, que começou a carreira como ator sério para depois encontrar o sucesso em comédias amalucadas, temos a linda Priscilla Presley, a eterna viúva de Elvis, aqui sem medo de fazer humor. Enfim, um "clássico" do riso dos anos 80. Teve uma sequência, bem mais fraca, alguns anos depois. Mesmo assim vale rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

A Marca do Zorro

Título no Brasil: A Marca do Zorro
Título Original: The Mark of Zorro
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Don McDougall
Roteiro: Brian Taggert, John Taintor Foote
Elenco: Frank Langella, Ricardo Montalban, Gilbert Roland, Louise Sorel, Robert Middleton, Anne Archer

Sinopse:

Don Diego de La Vega (Frank Langella) é um nobre que sensibilizado pelas injustiças que presencia resolve assumir a identidade de um justiceiro mascarado chamado Zorro. Sua presença desperta a ira das autoridades da região, em especial do Capitão Esteban (Ricardo Montalban) que fará de tudo para desmascará-lo. O povo porém passa a proteger Zorro.

Comentários:
Eu me recordo perfeitamente bem de assistir esse filme durante os anos 80, sendo exibido pela Rede Globo. Na época eu achava muito interessante ter o ator Frank Langella interpretando o Zorro porque afinal de contas eu havia adorado seu trabalho naquele excelente filme do Drácula em 1979. Pois é, ator carismático, interpretando dois personagens ícones do cinema e isso em dois filmes realmente muito bons. Além de Frank Langella esse filme ainda tinha outra atração no elenco para os cinéfilos, a presença de Ricardo Montalban como o inimigo do Zorro. Aqui não era o Sargento Garcia das cenas de humor da série de TV, mas um personagem mais sério, o Capitão Esteban, sempre disposto a prender o cavaleiro mascarado. Excelente produção, com roteiro preciso, elenco perfeito, tudo resultou até hoje em um dos melhores filmes do Zorro. O filme foi bastante reprisado ao longo dos anos na TV brasileira, mas infelizmente saiu de cena após os anos 90. Uma pena que as novas gerações não tenham tido a oportunidade de conhecer um filme tão bom e tão marcante para quem o viu na TV aberta. Em meu caso é uma peça de nostalgia dos meus anos de juventude.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Noite de 23 de Maio

Título no Brasil: A Noite de 23 de Maio
Título Original: Mystery Street
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Sydney Boehm, Richard Brooks
Elenco: Ricardo Montalban, Sally Forrest, Bruce Bennett, Elsa Lanchester, Marshall Thompson, Jan Sterling

Sinopse:
Peter Moralas (Ricardo Montalban) é um detetive que procura solucionar um crime. Um corpo foi encontrado nas areias de uma praia deserta localizada em
Massachusetts. Ele então decide contar com a ajuda de um professor de Harvard,  o Dr. McAdoo (Bruce Bennett), um expert em cenas de crime. A dupla então começa a desvendar o mistério do assassinato.

Comentários:
O ator Ricardo Montalban fez muito sucesso em Hollywood. Ele era mexicano e acabou sendo escalado para interpretar personagens estrangeiros, em papéis exóticos. Acabou criando um nicho próprio dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Aqui ele está muito bem como um detetive ao estilo cinema noir. Até o figurino segue o tradicional, com sobretudo e capa, chapéu e cigarro no canto da boca. Poderia ser Bogart, mas era Montalban. Aliás o roteiro foi escrito pensando-se nesse outro ator, mas como ele nao pôde atuar, o detetive acabou sendo interpretado por Ricardo. Não ficou mal, de jeito nenhum. O resultado ficou tão bom que o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro, algo que ninguém esperava. Filmes de detetives particulares desvendando crimes eram como os filmes de faroeste, esnobados pelos membros da academia.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de novembro de 2017

A Marca do Renegado

Título no Brasil: A Marca do Renegado
Título Original: The Mark of the Renegade
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Hugo Fregonese
Roteiro: Johnston McCulley, Robert Hardy Andrews
Elenco: Ricardo Montalban, Cyd Charisse, J. Carrol Naish

Sinopse:
Mesmo tendo nascido em origem nobre, Marcos Zappa (Ricardo Montalban) decide zarpar em um navio pirata do século XIX em busca de aventuras. Depois de cruzar os sete mares ele desembarca na costa da Califórnia, naquela época ainda sob domínio do império mexicano. Lá acaba sendo designado por um político influente para conhecer e conquistar o coração da filha de seu inimigo. O objetivo é desmoralizar a dinastia familiar de seu oponente. Zappa porém tem outros planos para esse relacionamento.

Comentários:
Pequeno filme de curta duração (pouco mais de 70 minutos de metragem) que mescla filmes de aventuras ao estilo "piratas dos sete mares" com western. O personagem de Ricardo Montalban vai parar na Califórnia dos tempos pioneiros, onde acaba enrolado numa série de intrigas políticas. O filme me deixou a impressão de tentar seguir os passos de outro grande sucesso da época, "A Marca do Zorro". A ambientação é praticamente a mesma, o personagem principal é um exímio espadachim, dado a aventuras e galanteios com as moças da região. E ele também tem sua marca, a letra "R" de renegado que foi colocada em sua testa. Falastrão e fanfarrão, é de fato uma adaptação, algumas vezes pouco sutil, do famoso personagem Zorro. Fica também claro o tempo todo que a Universal estava empenhada em transformar seu jovem ator, Ricardo Montalban, em um astro. Embora interprete o personagem de um pirata, ele logo demonstra suas origens nobres ao pedir pratos requintados e vinhos de qualidade nas tavernas por onde passa. Seu figurino também chama a atenção, bem vistoso e chamativo. Assim grande parte da película é investida no visual do sujeito, quase sempre sem camisa e mostrando uma ótima forma física. O filme não se destaca cinematograficamente em nada, a não ser se encarado como uma aventura escapista, com toques de western. Uma produção B, tipicamente de matinês.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Dominique

Título no Brasil: Dominique
Título Original: The Singing Nun
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Henry Koster
Roteiro: John Furia, Sally Benson
Elenco: Debbie Reynolds, Ricardo Montalban, Greer Garson
  
Sinopse:
A jovem freira irmã Ann (Debbie Reynolds) é transferida para um novo convento na Bélgica. Ela é uma religiosa diferente. Gosta de tocar violão, anda de lambreta e tem uma voz linda, realmente maravilhosa. Seu talento logo chama a atenção de um produtor de discos que resolve gravar um álbum inteiro gravado apenas com suas interpretações inspiradas. Em pouco tempo ela se torna uma sensação, aparecendo até mesmo em programas de TV de sucesso. Roteiro inspirado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Harry Sukman). Premiado pelo Laurel Awards na categoria de Melhor Musical.

Comentários:
Recentemente os cinéfilos de todo o mundo lamentaram a morte da carismática e graciosa Debbie Reynolds. Não haveria forma melhor de homenageá-la do que assistindo aos filmes menos conhecidos de sua carreira. Uma dessas obras cinematográficas é esse simpático e belo filme chamado "Dominique". O enredo é uma graça, muito leve, suave e bem intencionado. A protagonista é uma freirinha cantora, muito terna e com grande fé em Deus. Ela vai para uma nova ordem, das samaritanas, para trabalhar em uma creche para crianças. Lá todos ficam impressionados com seu grande talento como cantora e após ser descoberta por um produtor musical ela vira um hit nas paradas! Uma ótima oportunidade para a querida Debbie mostrar todo o seu talento musical. Curiosamente o título no Brasil usou o nome de um personagem secundário, um garotinho chamado Dominique, que a irmã ajuda. Com toda a boa fé do mundo ela acaba se aproximando de sua família e descobre que o menino vive em uma família infeliz, com pai alcoólatra, mãe ausente e irmã posando para revistas adultas. Um péssimo ambiente para uma criança. 

Assim a religiosa tenta ajudar de todas as formas, mas sempre encontrando muitas barreiras. Dramaticamente porém o filme não vai muito além disso (e não deveria ir mesmo). Isso pela simples razão de que "The Singing Nun" tem vocação para ser um musical ao velho estilo - e não há nada de errado nisso. Em termos de bastidores duas curiosidades: Esse foi o último filme de Debbie Reynolds na Metro após cumprir um longo contrato. Ela estava querendo partir para outros desafios e achou um alívio ficar livre desse contrato. O elenco conta também com o excelente Ricardo Montalban como um padre muito simpática (e esperto) que se torna uma espécie de tutor musical da irmã Ann. Então é isso. O que temos aqui é mais um bom momento da filmografia da atriz Debbie Reynolds em um filme que poucos conhecem atualmente. Após assisti-lo você se convencerá ainda mais do grande talento dessa estrela que o mundo do cinema perdeu.

Pablo Aluísio.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Pequenos Espiões 2

Título no Brasil: Pequenos Espiões 2: A Ilha dos Sonhos Perdidos
Título Original: Spy Kids 2: Island of Lost Dreams
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Alexa PenaVega, Daryl Sabara, Antonio Banderas, Steve Buscemi, Ricardo Montalban
  
Sinopse:
Espiões juvenis se envolvem numa trama para destruir o mundo. Cientistas do mal querem usar o código genético para exterminar a humanidade, ao mesmo tempo em que usam espiões rivais para atacar os pais dos garotos. Filme vencedor do Young Artist Awards na categoria de Melhor Atriz Juvenil (Alexa PenaVega).

Comentários:
Robert Rodriguez descobriu esse nicho de mercado, com filmes juvenis, e ganhou milhões de dólares com ele. O primeiro dessa série foi realizado em 2001 e bateu recordes de bilheterias no cinema. Depois houve essa sequência e o terceiro filme "Pequenos Espiões 3-D: Game Over" (que pegava carona com a moda 3D). Finalmente a quadrilogia foi encerrada com "Pequenos Espiões 4" (que fracassou nos cinemas). É interessante dizer que Rodriguez não parece disposto a largar o osso pois em breve ele irá produzir e dirigir "Jonny Quest", adaptação para o cinema do famoso desenho animado da Hanna-Barbera. Deixando isso de lado o que podemos dizer é que "Spy Kids 2" é bem divertido para seu público alvo (crianças e adolescentes) com muitos efeitos visuais, estorinha básica e um elenco formado por toda essa garotada. O único atrativo para quem não é criança ou adolescente é a presença de um elenco de veteranos como Antonio Banderas, Steve Buscemi (ator extremamente conceituado) e principalmente Ricardo Montalban! Quem diria que ele, um dos clássicos latin lovers do cinema americano, um dia iria participar de uma produção desse tipo! Enfim, se você tiver umas duas horas do dia para jogar fora, assistindo algo bem diversão pipoca, vale a pena arriscar para dar uma olhadinha nesse filme.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan
Título Original: Star Trek: The Wrath of Khan
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Gene Roddenberry, Harve Bennett
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, Ricardo Montalban, DeForest Kelley, George Takei, Walter Koenig, James Doohan

Sinopse:
Enquanto o capitão Kirk (Shatner) se ocupa do treinamento de novos membros da frota estelar, seu inimigo de longa data, o guerreiro Khan (Montalban), se prepara para colocar as mãos no projeto da frota chamado Gênese cuja finalidade é criar vida sustentável em planetas distantes e inóspitos. Sem alternativas Kirk então resolve retomar o comando da nave Enterprise para enfrentar Khan em um novo e terrível combate.

Comentários:
O primeiro filme de Jornada nas Estrelas para o cinema dividiu opiniões. Alguns gostaram de sua trama mais cabeça, quase ao estilo de "2001", já outros qualificaram o filme de chatice. De fato era um enredo mais cerebral, sem tanta enfase na aventura. Foi justamente nisso que os produtores pensaram ao realizar esse segundo filme pois "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" tinha muito mais ação, confrontos e batalhas pelo espaço, afinal de contas o vilão Khan estava de volta. Ele havia surgido na série clássica pela primeira vez no episódio "Space Seed" de 1967. Logo na sua primeira aparição já conquistou os fãs da série. Era um vilão muito visceral, instintivo e guerreiro que elevou esse episódio à categoria de ser um dos melhores da série original. Na ocasião havia sido interpretado pelo mesmo Ricardo Montalban e já que a intenção desse filme era recuperar o espírito dos episódios de TV nada mais natural do que trazer o personagem e o ator que marcaram tanto. O resultado dessa nova mentalidade se mostrou certeira. O filme de fato é excelente. Bem distante da racionalidade do primeiro "Jornada nas Estrelas - O Filme" esse segundo aposta mesmo no clima de matinê, algo que foi bastante elogiado na época. Khan mais parece um antigo vilão dos filmes de Flash Gordon e isso fez toda a diferença. O diretor Nicholas Meyer era um especialista, já tendo dirigido alguns pequenos clássicos Sci-fi como por exemplo "Um Século em 43 Minutos" e "The Day After". Ele inclusive voltaria à série em "Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida" mas essa é uma outra história. Aqui certamente conduziu tudo com muito talento. De qualquer forma, como reza a lenda, os episódios de números pares de Star Trek sempre foram considerados os melhores, pois bem, esse filme aqui mostra e confirma o que dizem dos filmes de Jornada nas Estrelas no cinema já que inegavelmente é um dos melhores da série.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de março de 2006

Assim São os Fortes

Um dos aspectos mais curiosos da carreira do ator Clark Gable foi sua pouca aparição em filmes de Western. No auge do gênero, sendo um dos mais populares filões da época, era de se esperar que o galã Gable se utilizasse desse tipo de produção para manter sua popularidade em alta, mas isso não aconteceu. Para falar a verdade Gable sempre foi considerado uma ausente ilustre nos faroestes da época, sempre preferindo participar muito mais de filmes de aventura, romances e dramas urbanos. Talvez ele se sentisse deslocada no velho oeste, quem sabe, a verdade nunca saberemos ao certo. Uma exceção a essa regra é justamente esse bom western chamado "Assim São os Fortes" que fez um belo sucesso na época - o que infelizmente não pareceu ter empolgado o ator a estrelar mais filmes como esse. O filme foi considerado até mesmo ousado para a época, pois mostrava um romance entre um branco (Flint Mitchell, personagem de Gable no filme) e uma indígena! O roteiro é uma adaptação do livro vencedor do Pulitzer, "Across the Wide Missouri" de autoria do aclamado escritor Bernard DeVoto.  Esse é um clássico do mundo da literatura dos Estados Unidos. Uma obra prima.

A história se passa na década de 1830. Flint Mitchell (Gable) é um caçador e desbravador que sai em busca de caças e metais preciosos nas montanhas distantes e desabitadas de Montana e Idaho. As terras são ricas em recursos naturais e logo chamariam a atenção de outros homens brancos gananciosos. Mitchell, por sua vez, deseja apenas levar uma vida bucólica, tirando o necessário da natureza para sua sobrevivência. Em sua expedição acaba conhecendo a tribo dos índios Blackffoot e se apaixona por uma das mulheres da comunidade. Clark Gable se esforça bastante para dar uma certa veracidade ao seu papel. Ao invés de surgir como um galã de cabelo penteado, cheio de brilhantina, ele tenta capturar o estilo de vida desses pioneiros das montanhas. O figurino é o mais adequado, além do modo mais rude de ser. 

 O resultado é muito bom e o filme foi de certa forma subestimado pois não chamou qualquer atenção da Academia (revelando um certo preconceito contra o gênero western em suas premiações). O que mais se destaca na produção é sua linda fotografia. “Assim São os Fortes” foi todo filmado em locações do Colorado, em maravilhosas reservas florestais e se torna logo um colírio para os amantes da natureza. Seu roteiro foca mais nas diferenças de costumes entre brancos e índios e não há tantas cenas de ação ou tiroteios como se vê em outras produções de western da época. Mesmo assim tem um final eletrizante que empolga o espectador. Fica assim a dica desse "Assim São os Fortes" um dos poucos filmes de faroeste estrelados pelo grande ídolo Clark Gable.

Assim São os Fortes (Acroos The Wide Missouri, Estados Unidos, 1951) Direção: William A. Wellman / Roteiro: Talbot Jennings baseado no livro de Bernard DeVoto / Elenco: Clark Gable, Ricardo Montalban, John Hodiak / Sinopse: A estória se passa na década de 1830. Flint Mitchell (Gable) é um caçador e desbravador que sai em busca de caças e metais preciosos nas montanhas distantes e desabitadas de Montana e Idaho. As terras ricas logo chamariam a atenção de outros homens brancos, mas Mitchell deseja apenas levar uma vida bucólica, tirando o necessário da natureza para sua sobrevivência. Em sua expedição acaba conhecendo a tribo dos índios da tribo Blackffoot e se apaixona por uma das mulheres da comunidade.

Pablo Aluísio.