domingo, 16 de setembro de 2018

Tomb Raider: A Origem

Essa é a terceira vez que tentam trazer para o cinema a personagem dos games Lara Croft. Nas duas anteriores ela foi "interpretada" pela Angelina Jolie. Nenhum dos dois filmes funcionou em minha opinião. Eram filmes bem produzidos e tudo mais, porém com roteiros básicos demais para se levar á sério. Tentando melhorar agora o roteiro tem um pouquinho mais de consistência, desenvolvendo até aspectos da personalidade de Croft. Nesse novo filme a aventureira é interpretada pela atriz sueca Alicia Vikander. Provavelmente você vai se lembrar dela do bom filme de ficção "Ex_Machina", onde a garota interpretava uma androide que chegava na conclusão que os seres humanos seriam dispensáveis. Agora Alicia dá vida a uma Lara Croft bem jovem, que tenta superar o desaparecimento do pai, há sete anos sumido, após participar de uma expedição.

Juntando as pistas ela resolve então ir na ilha perdida no mar do Japão onde seu pai desapareceu. Ele estava em busca de uma tumba de uma suposta deusa da morte. Dizia-se que ela espalhava a destruição e a morte em tudo que tocasse. Se ela voltasse do mundo dos mortos seria a destruição completa da humanidade. Com uma lenda dessas, acabou atraindo o interesse também de pessoas inescrupulosas. Assim Lara precisa não apenas encontrar seu pai como também sobreviver a todos os perigos e vilões nessa expedição.

Eu gostei desse filme. A influência dos filmes de Indiana Jones é quase completa, até porque a própria personagem dos games é uma espécie de versão feminina do arqueólogo mais famoso do cinema. Mesmo assim é algo que funciona. O filme se mostra menos ansioso do que os anteriores, o que significa que as coisas vão acontecendo com mais calma, com melhor desenvolvimento da história. De maneira em geral é um bom produto pipoca de pura diversão. Além disso não vai aborrecer os fãs de games. Ficou tudo dentro das expectativas.

Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider, Estados Unidos, 2018) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Geneva Robertson-Dworet, Alastair Siddons / Elenco: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins / Sinopse: A jovem Lara Croft (Alicia Vikander) decide ir atrás do pai, desaparecido há sete anos numa ilha pouco conhecida dos mares do Japão. Ele estava em busca da tumba de uma antiga divindade japonesa antiga, a deusa da morte e da destruição.

Pablo Aluísio.

8 Mile: Rua das Ilusões

O cantor Eminem é um sujeito insuportável para muitas pessoas. Embora não goste particularmente de seu gênero musical, não tenho nada contra a sua pessoa. Assim resolvi conferir esse seu primeiro filme, cujo roteiro é baseado na sua própria vida pessoal. Basicamente é a história de um rapaz americano pobre, com uma mãe problemática, que tenta vencer na vida de algum jeito. A resposta para aquela vida que parecia ser sem nenhum futuro ou perspectiva vem pela música. Mesmo sendo um gênero musical essencialmente negro, o Eminem conseguiu despontar no meio, se destacando pelo talento nas rimas das músicas de rap.

Os temas são os mais variados possíveis, mas todos aparentam ter algum sentido autobiográfico. Assim ele canta sobre a sua pobreza, sobre o fato de pertencer a uma família disfuncional e os problemas que precisa enfrentar envolvendo a própria mãe. O filme foi de certa forma bem recebido pela crítica. Embora o Eminem nunca tenha sido ator na vida, ele acabou acertando ao optar por não tentar representar, mas sim apenas aparecer de forma natural na tela. Acabou funcionando bem. O filme venceu o Oscar de melhor música, escrita pelo próprio cantor. Não poderia ter tido sorte melhor em sua estreia no cinema.

8 Mile: Rua das Ilusões (8 Mile, Estados Unidos, 2007) Direção: Curtis Hanson / Roteiro: Scott Silver / Elenco: Eminem, Brittany Murphy, Kim Basinger / Sinopse: Jimmy 'B-Rabbit' Smith (Eminem) é um rapaz pobre que mora em uma periferia barra pesada. A vida é sufocante, ainda mais por causa de sua mãe, uma mulher problemática. A salvação acaba vindo pela música. Filme premiado no Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Lose Yourself" de Eminem e Jeff Bass).

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de setembro de 2018

Quadrilha de Sádicos

O diretor Wes Craven não foi apenas o criador da franquia "A Hora do Pesadelo" e da série cinematográfica "Pânico". Ele também foi o cineasta por trás de vários filmes de terror que ganharam o status de cult movies com o passar dos anos. Esse "Quadrilha de Sádicos" foi seu primeiro filme a ter repercussão mundial. Hoje em dia é considerado um verdadeiro clássico do gênero terror mais violento, dando origem a um remake e a uma continuação (também dirigida por Craven). O roteiro tem clara inspiração de outro filme famoso de terror dos anos 70, "O Massacre da Serra Elétrica".

O enredo vai pelo mesmo caminho. Uma família em viagem por uma região distante e deserta acaba se desviando de sua rota, indo parar em um lugar ainda mais inóspito. Ali foram realizados testes nucleares, então a chance de encontrar alguém seria praticamente nula. Só que para o azar da família existem sim pessoas morando naquele lugar. Pior do que isso, são psicopatas cruéis, assassinos em série, doentes mentais turbinados pela radiação que existe naquelas colinas. O filme é obviamente bem violento. Craven por sua vez demonstra, ainda em uma fase bem inicial da carreira, que já era um mestre em filmes com cenas desse tipo. Se você gosta da filmografia desse cineasta então "The Hills Have Eyes" é simplesmente obrigatório em sua coleção de filmes de terror.

Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes, Estados Unidos, 1977) Direção: Wes Craven  / Roteiro: Wes Craven / Elenco: Suze Lanier-Bramlett, Robert Houston, John Steadman / Sinopse: Típica família norte-americana perde o caminho durante uma viagem pelo deserto. Acabam indo parar em um lugar desabitado (assim pensam eles), mas que na verdade é o lugar onde mora um grupo de psicopatas violentos e sanguinários.

Pablo Aluísio.

À Prova de Fogo

Tem até algumas boas cenas de ação, mas o roteiro não se preocupa em desenvolver isso, mas sim uma história de drama e redenção envolvendo um bombeiro. Ele trabalha salvando vidas, o que por si só já é uma grande fonte de stress. Isso tudo acaba se refletindo em seu casamento que vai de mal a pior a cada dia. Algo aliás que acontece muito. Uma vez casados a faísca da paixão se apaga, só sobrando mesmo o cotidiano nada agradável do dia a dia, os compromissos, as brigas, os desaforos, erc. Assim ele decide que vai tentar recuperar seu casamento prestes a falir, uma vez que se considera cristão e não quer se separar.

Guiado por um livro, ele tenta a recuperação de seu matrimônio por 40 dias! Pois é, o filme é de certa forma um guia para pessoas casadas que estão passando por esse tipo de situação. Nos intervalos surgem alguns incêndios e alguns momentos de tensão, mas nada muito relevante. É um filme interessante, porém dirigido mesmo para um público bem específico. Como puro cinema se torna apenas um filme mediano, que sente a necessidade de passar uma mensagem para o seu público alvo.

À Prova de Fogo (Fireproof, Estados Unidos, 2008) Direção: Alex Kendrick / Roteiro: Alex Kendrick / Elenco: Kirk Cameron, Erin Bethea, Ken Bevel / Sinopse: Bombeiro tenta sobreviver na perigosa profissão ao mesmo tempo em que embarca numa tentativa de recupração de seu casamento em crise durante 40 dias. Caso isso não dê certo só restará a ele mesmo o divórcio. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O Clube dos Meninos Bilionários

Esse filme é baseado em fatos reais. A história se passa em 1983. Dois jovens, amigos da época da escola, decidem abrir uma empresa de investimentos chamada BBC. Eles prometem rendimentos de 50% de lucro em apenas 3 semanas - algo improvável, até impossível, para quem conhece mercado financeiro. Porém eles tinham lábia e começam a enganar um grupo de rapazes ricos e estúpidos que começam a jogar milhões em suas mãos. E como bem sabemos nesse tipo de enredo sempre tem um tubarão maior e mais esperto para passar a perna em todos esses patos que pensam ser predadores. O sujeito se chama Ron Levin (Kevin Spacey). Ele vê esse bando de moleques de vinte e poucos anos lidando com milhões de dólares e decide que vai passar todos eles para trás. É um homem experiente de Wall Street, sabe lidar com o mercado, tanto oficial como não, e logo percebe que pode faturar muito com aqueles garotos inexperientes.

Esse filme é considerado o maior fracasso comercial de 2018. Deu um prejuízo enorme para os produtores, tudo porque trouxe Kevin Spacey para o elenco. Ele virou um nome maldito depois de sofrer inúmeras acusações de assédio sexual em Hollywood. Spacey sempre foi um dos mais talentosos atores da indústria, mas como agora sabemos também sempre foi um crápula, um mau-caráter. Usava de sua posição de poder para assediar jovens atores em começo de carreira, ganhando favores sexuais em troca de escalação no elenco de seus filmes. Agora está pagando o alto preço por seu comportamento condenável.

O filme, tirando tudo isso do meio do caminho, me pareceu apenas OK. Não merecia muito sucesso de público e crítica, mas também não merecia ser o maior fracasso do ano. Tem um roteiro que procura desenvolver bem sua história e só derrapa mesmo na parte final quando tudo se transforma numa série de crimes cometidos pelos principais personagens. Aí nessa parte penso que o filme perde muito, pois as coisas vão acontecendo sem muito capricho. Pode ser o último filme de Spacey, por isso não deixo de indicar. Vá sem esperar grande coisa, apenas para conhecer uma história interessante, que não vai se arrepender.

O Clube dos Meninos Bilionários (Billionaire Boys Club, Estados Unidos, 2018) Direção: James Cox / Roteiro: James Cox, Captain Mauzner / Elenco: Ansel Elgort, Kevin Spacey, Taron Egerton, Emma Roberts / Sinopse: Dois amigos da escola, após sua formatura, decidem abrir uma empresa de investimentos. Eles não possuem a experiência necessária para lidar com algo assim, mas mesmo assim vão em frente. Várias pessoas resolvem investir neles, sem saber que estão prestes a perder tudo!

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Kings

O filme se passa durante aqueles tumultos que se espalharam em Los Angeles quando os policiais agressores de Rodney King foram inocentados pela justiça americana. Isso aconteceu no começo dos anos 90. Rodney era um taxista negro e foi violentamente espancado por policiais brancos. A tensão racial dentro da sociedade americana sempre foi latente e nesse dia tudo explodiu numa reação em cadeia da comunidade negra da cidade. Lojas e asas foram roubadas, prédios incendiados e pessoas baleadas a esmo pelas ruas. O caos urbano em sua mais nítida caracterização virou realidade. A personagem principal desse filme é interpretada pela atriz Halle Berry. Uma mulher negra de bom coração que acolhe todas as crianças perdidas e abandonadas de seu bairro, o que acaba dando à sua casa a impressão de ser um verdadeiro orfanato não oficial. Ela tem um vizinho branco, espalhafatoso e muitas vezes raivoso, interpretado pelo "James Bond" Daniel Craig. Apesar das diferenças ela tem uma quedinha por ele.

Quando a violência explode na cidade ela e seu vizinho vão para as ruas resgatar as crianças, que acabam se envolvendo em tudo, até mesmo nos saques das lojas. É um filme curto, com não muito mais do que 70 minutos de duração. O roteiro não tem grande profundidade, nunca entrando de vez na questão racial que deu origem a todos os tumultos. No máximo a TV ligada o tempo todo vai informando ao espectador o que estaria acontecendo (na realidade dando o contexto histórico dos acontecimentos). Acima da média mesmo apenas a primeira cena, do assassinato irracional de uma adolescente negra, que foi um fato real acontecido na época. Fora isso vale apenas para relembrar que uma simples faísca social pode colocar tudo a perder em uma sociedade em constante tensão racial.

Kings - Los Angeles em Chamas (Kings, Estados Unidos, 2017) Direção: Deniz Gamze Ergüven / Roteiro: Deniz Gamze Ergüven / Elenco: Halle Berry, Daniel Craig, Lamar Johnson / Sinopse: O filme mistura realidade e ficção ao mostrar um grupo de personagens fictícios que vivem em uma Los Angeles sob fogo cerrado e tensão causados por tumultos durante o caos que se instalou na cidade durante o começo dos anos 90, após a absolvição dos policiais brancos que agrediram o taxista negro Rodney King.

Pablo Aluísio.

O Refúgio Secreto

Filme baseado em fatos reais, na história da holandesa Corrie Ten Boom. Ela morava ao lado do pai e da irmã em uma pequena cidade holandesa quando o país foi invadido pelas tropas nazistas de Hitler. Assim que os alemães chegaram começaram as perseguições contra os judeus. Eles deveriam ser localizados e embarcados em trens que iam direto para os diversos campos de concentração espalhados por toda a Europa. Corrie Ten Boom era uma mulher religiosa, cristã, que não concordava com o que estava acontecendo. Assim ela decidiu que iria começar a esconder judeus em sua casa, localizada em cima do pequeno negócio da família, uma relojoaria. Aos poucos começam a chegar famílias e mais famílias para ela ajudar. Eles começam então a construir um esconderijo judeu no andar de cima, algo parecido com o que também aconteceu com Anne Frank.

No começo tudo ia dando certo, mas quando o cerco se fechou os nazistas finalmente descobriram que ela e sua família estava escondendo judeus. A punição foi severa. Corrie, sua irmã e seu idoso pai foram enviados para o campo de concentração de Ravensbruck. O filme a partir daí explora todas as atrocidades cometidas pelos nazistas, os guardas sádicos, a fome, as doenças e o trabalho escravo do qual nem as mulheres eram poupadas. Elas foram presas como prisioneiras políticas, pois sendo holandesas cristãs (não judias) não deveriam ser enviadas para campos de extermínio de judeus.

Tudo o que se vê na tela foi baseado no livro de memórias de Corrie Ten Boom. Depois da II Guerra Mundial ela virou uma missionária cristã que visitou dezenas de países para contar sua história. Seu livro obviamente se tornou um best-seller e ela um símbolo contra o holocausto. Inclusive a própria faz uma aparição muito tocante nos momentos finais do filme, já bem idosa, mas completamente lúcida sobre tudo o que viveu, sobre os crimes que sofreu ao longo de sua vida. Esse filme é um belo exemplo de vida de algo que historicamente jamais poderá voltar a acontecer.

O Refúgio Secreto (The Hiding Place, Estados Unidos, 1975) Direção: James F. Collier / Roteiro: Allan Sloane, Lawrence Holben, baseados no livro escrito por Corrie Ten Boom e John Sherrill / Elenco: Julie Harris, Jeannette Clift, Arthur O'Connell, Robert Rietty / Sinopse: Filme baseado na história pessoal da holandesa Corrie Ten Boom. Durante a ocupação nazista ao seu país durante a II Guerra Mundial, ela é acusada junto de sua família de esconder judeus. Presa, é enviada para um campo de concentração onde passa a sofrer todos os horrores do holocausto.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

A Descoberta

O ator Robert Redford anunciou recentemente que está se aposentando do cinema, que não fará mais filmes, se concentrando agora apenas na direção, quem sabe. Uma pena porque Redford foi um dos atores mais relevantes da história do cinema. Dupla pena também porque esse "A Descoberta" será sempre lembrado como um dos seus últimos filmes. Sinceramente ele não merecia estar aqui. Produzido pelo Netflix essa é outra decepção da empresa, um filme que tem uma boa premissa, mas que no final das contas não vai para lugar nenhum, enchendo nossa paciência com um roteiro capenga que mal consegue chegar ao final.

O único interesse vem justamente da presença de Robert Redford. Ele interpreta esse cientista que consegue provar que há vida após a morte (não se preocupe, o roteiro não vai lhe explicar nada, nem trazer nada muito profundo nesse aspecto). Pois bem, a reação à descoberta é a pior possível. O índice de suicídios aumenta em todo o mundo e o cientista precisa se mudar para uma região mais isolada, longe de tudo. Ele quer continuar suas pesquisas, mas sem o assédio da imprensa sobre si. Como eu escrevi o enredo parece interessante, mas tudo é pessimamente desenvolvido. É bem decepcionante saber que Redford se envolveu em algo assim... Afinal o que será que teria lhe atraído para esse projeto? Provavelmente apenas a curiosidade de atuar em um filme da plataforma Netflix. Apenas é lamentável que todo o resto não faça a menor diferença.

A Descoberta (The Discovery, Estados Unidos, 2017) Direção: Charlie McDowell / Roteiro: Justin Lader, Charlie McDowell / Elenco:Robert Redford, Mary Steenburgen, Brian McCarthy / Sinopse: Cientista renomado (Redford) consegue provar que a consciência sobrevive à morte, ou seja, que há ainda vida após a morte do corpo físico. A descoberta gera uma série de reações dentro da sociedade. O autor da façanha científica porém não se intimida, desejando ir além em suas descobertas sobre o tema.

Pablo Aluísio.

A Isca

Após cumprir pena tudo o que Alvin Sanders (Jamie Foxx) quer é desfrutar da liberdade recém reconquistada, mas seus planos vão por água abaixo quando ele descobre que está sendo usado como isca pelo FBI para pegar perigosos hackers internacionais. Ok, o diretor Antoine Fuqua tem bons filmes, alguns com roteiros bem acima da média. Esse filme aqui porém não faz parte de seus melhores momentos no cinema. Essa coisa toda de supervalorizar os poderes que um hacker bem treinado pode fazer, inclusive levando o mundo à beira do abismo, ainda fazia algum sentido nos primórdios da era da informática. Hoje em dia porém sabemos que tudo é fruto de muita fantasia e imaginação, apenas isso.

Jamie Foxx mantém o interesse. Sempre o achei muito talentoso e versátil, se dando bem tanto em dramas mais tensos, que exigem muito de seu lado mais dramático de ator, como igualmente em filmes de ação como esse, onde isso não é exigido. No máximo para se sair bem em filmes como esse aqui o ator tem que estar em boa forma física e basicamente é só. Se fosse classificar o filme de uma maneira bem taxativa e cabal, diria que é uma fita genérica de ação que usa o background dos criminosos digitais. Nada mais do que isso. É pouco? Sim, para ser memorável é bem pouco.

A Isca (Bait, Estados Unidos, 2000) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Andrew Scheinman, Adam Scheinman / Elenco: Jamie Foxx, David Morse, Robert Pastorelli / Sinopse: Detento que cumpriu sua pena acaba se tornando uma isca humana para prender hackers internacionais perigosos. A ele só resta tentar sobreviver a esse intenso e perigoso jogo e gato e rato.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Max Steel

Max Steel é um brinquedo dos anos 90. Depois do sucesso de vendas nas lojas ele virou desenho animado e agora ganha sua primeira versão para o cinema. O enredo vai agradar toda a garotada. O protagonista é um garoto chamado Max McGrath (Ben Winchell). Adolescente normal como muitos outros de sua idade. A diferença é que ele vai percebendo que tem um poder surreal de manipular energias. Para complicar tudo surge ainda um pequeno robozinho cheio de personalidade chamado Steel. Juntos eles vão tentar enfrentar um vilão que ele pensava ser antes apenas um amigo da família.

O filme não tem um grande orçamento - custou apenas 10 milhões de dólares, um valor bem pequeno em termos de Hollywood - mas essa falta de recursos não atrapalha o resultado final. Em termos de elenco muitos atores desconhecidos, com exceção de Andy Garcia, que defende bem seu cachê. Como se trata de um filme feito para jovens, adolescentes ali na faixa entre 12 a 16 anos, não espere por algo nada muito fantástico ou maravilhoso. O personagem tem potencial para esse mundo audiovisual. Vamos ver se o estúdio segue em frente com essa nova franquia de filmes de ficção para o público jovem que apenas agora está descobrindo as maravilhas da sétima arte.

Max Steel (Estados Unidos, 2016) Estúdio: Mattel Entertainment / Direção: Stewart Hendler / Roteiro: Christopher Yost / Elenco: Ben Winchell, Andy Garcia, Josh Brener, Maria Bello / Sinopse: Adolescente descobre que tem poderes especiais. Isso pode estar ligado ao seu passado, envolvendo a figura de seu pai, desaparecido há muitos anos após se envolver em uma pesquisa secreta, top secret, envolvendo figurões da indústria e do governo.

Pablo Aluísio.

Os Maiorais

Esse filme tem uma proposta muito interessante para quem gosta da história do cinema e da música dos Estados Unidos. Ele tenta contar a história do "Rat Pack"! E o que diabos seria isso? Para quem não sabe esse era o nome dado para a turminha de artistas, atores e cantores que gravitavam em torno de Frank Sinatra quando ele estava em Las Vegas realizando suas turnês na cidade. Além do próprio Sinatra, o criador do grupo, a trupe ainda era formada por Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford e Joey Bishop. Eram amigos e ao mesmo tempo usaram esse amizade para fazer filmes e shows durante os anos 60.

Claro que contar a história dessa trupe não seria tão fácil, ainda mais com o orçamento limitado dessa produção  - que foi exibida diretamente na TV a cabo no Brasil e nos Estados Unidos. O elenco traz até um grupo de atores talentosos, mas nenhum deles muito parecidos com os artistas originais do Rat Pack. Para se ter uma ideia quem interpreta Frank Sinatra é o ator Ray Liotta! Nada a ver, não é mesmo? Ainda assim temos que admitir que muitos deles incorporaram bem as personalidades e os trejeitos dos membros originais da turma. Só não diria que ficou perfeito porque alguns exageraram nos maneirismos, caindo na caricatura. De uma forma ou outra ainda recomendo o filme. É uma boa apresentação do que significou o bando de ratos dentro da cultura americana.

Os Maiorais (The Rat Pack, Estados Unidos, 1998) Direção: Rob Cohen / Roteiro: Kario Salem / Elenco: Ray Liotta, Joe Mantegna, Don Cheadle / Sinopse: Durante os anos 60 o cantor e ator Frank Sinatra decide juntar seus amigos mais próximos para uma série de projetos artísticos envolvendo shows em Las Vegas e filmes em Hollywood. O grupo acabaria sendo conhecido como The Rat Pack!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Oito Mulheres e um Segredo

Esse filme foi prejudicado por uma discussão estéril e boboca envolvendo o fato do elenco ser todo formado por mulheres, numa espécie de versão Luluzinha de "Onze Homens e um Segredo". Bobagem, o filme vale por seus próprios méritos. Na história temos a saída de Debbie Ocean (Sandra Bullock) da prisão. Ela cumpriu sua pena e está livre para recomeçar sua vida. No começo somos até convencidos que ela quer uma vida normal e tudo o mais, porém não demora muito para vermos que ela está mesmo interessada em colocar seu plano de um grande assalto em movimento. O alvo são joias milionárias da realeza europeia que estará em exposição em um museu de Nova Iorque. Além disso a equipe formada por Debbie vai focar sua atenção numa joia que vale 150 milhões de dólares que será usada pela estrelinha de cinema boba e afetada Daphne Kluger (interpretada por uma divertida Anne Hathaway). A ideia é trocar a peça no banheiro durante um jantar. Depois sair de lá com ela fragmentada em diversas peças menores.

O plano, claro, sai quase perfeito. Problemas vão surgindo durante sua execução e isso também faz parte da diversão. O roteiro é bem esperto, mas não tanto como no filme original. Ao contrário de "Caça-Fantasmas" que também fez sua versão só com mulheres e foi uma bomba, esse aqui é um bom filme, com tudo nos lugares certos, boa trama, desenvolvimento adequado e um timing impecável durante todo o desenrolar do enredo. Só não é melhor porque o final de certo modo é meio previsível. Quando chegou ao fim a conclusão foi que curti o filme pelo que ele é, não pela polêmica idiota que foi criada em torno de seu lançamento. Vá esperando por uma diversão agradável e não terá maiores surpresas.

Oito Mulheres e um Segredo (Ocean's Eight, Estados Unidos, 2018) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Olivia Milch / Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Dakota Fanning / Sinopse: Debbie Ocean (Sandra Bullock) forma uma equipe de ladras para roubar joias em exposição em um museu de Nova Iorque. A ideia é seguir um plano onde uma joia de 150 milhões de dólares será trocada por uma peça igual, mas sem valor, feita por um scanner de última geração.

Pablo Aluísio.

O Genro dos Meus Sonhos

Uma garota do interior vai para a faculdade. Quando retorna traz a tiracolo um sujeito esquisito, com maneiras completamente estranhas para os novos sogros. É esse o mote principal dessa comédia bem fraquinha chamada "O Genro dos Meus Sonhos". Como toda comédia é necessário ter um elenco afiado e obviamente engraçado. Não espere por muito nesse quesito. As situações são repetitivas e nem a tentativa de fazer um humor mais nonsense funciona muito bem. Na verdade é aquele tipo de comédia que você vai acompanhando na TV a cabo ou na Sessão da Tarde sem muito interesse. Apenas matando o tempo.

Pauly Shore não é o que eu chamaria de sujeito hilário ou algo do tipo. Ele apenas passeia pelo filme sem muito interesse. O roteiro também ronda, vira e mexe, voltando sempre para a mesma piada envolvendo a dobradinha "rapaz da cidade grande x vida no campo". Chatinho seria uma boa palavra para descrever. Enfim, já não se fazem comédias românticas engraçadas como antigamente.

O Genro dos Meus Sonhos (Son in Law, Estados Unidos, 1993) Direção: Steve Rash / Roteiro: Patrick J. Clifton / Elenco: Pauly Shore, Carla Gugino, Lane Smith / Sinopse: Garota do interior que vai para a universidade retorna com um genro pra lá de estranho para a antiga fazenda onde nasceu.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de setembro de 2018

LBJ

Não faz muito tempo assisti um filme chamado "Até o Fim" que mostra basicamente a mesma história desse aqui. Ambos focam na figura do presidente Lyndon B. Johnson que após o assassinato do presidente John Kennedy teve que assumir a Casa Branca. Eu não sei exatamente qual seria a razão, mas parece que a bola da vez é mesmo o presidente Johnson, pelo menos no cinema. Pois bem, aqui quem interpreta o político texano é o ator Woody Harrelson. Ele não é nem um pouco parecido com Johnson, porém o departamento de maquiagem do estúdio fez um bom trabalho, pois em certos momentos o ator realmente lembra o  antigo presidente. Apenas acredito que sua interpretação acabou sendo um pouco prejudicada com isso. Com toda aquela borracha na cara fica mesmo complicado atuar bem. A boca, por exemplo, pareceu muito artificial, mas nada que atrapalhe o filme como um todo.

O roteiro é bem estruturado. Temos aqui duas linhas temporais. A primeira volta no tempo e mostra em flashback a luta de Johnson em ser candidato a presidência, justamente contra Kennedy. Conforme as prévias vão sendo apuradas ele finalmente percebe que essa disputa está perdida. Assim JFK ganha a indicação do partido democrata à presidência, mas surpreende a todos ao convidar o próprio Johnson para ser seu vice na chapa. Na segunda linha temporal acompanhamos a chegada de Kennedy e Johnson em Dallas, naquele fatídico dia em que o presidente foi assassinado nas ruas da cidade.

Por fim as duas linhas de tempo se encontram, quando enfim LBJ assume a cadeira de presidente. Um aspecto curioso desse filme é que ele coloca mais em evidência a animosidade que existia entre Bob Kennedy e Lyndon B. Johnson. Os dois simplesmente se odiavam. Em minutos finais finalmente o filme tenta resgatar o que de melhor houve na presidência dele, com a luta pela aprovação das primeiras leis de direitos civis contra o preconceito racial no sul racista dos Estados Unidos. Pena que também ameniza o fato que Johnson afundou ainda mais os americanos na lama do Vietnã. De qualquer forma para quem gosta de história eis aqui uma boa dica de filme para assistir.

LBJ (Estados Unidos, 2016) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Joey Hartstone / Elenco: Woody Harrelson, Jennifer Jason Leigh, Bill Pullman, C. Thomas Howell, Michael Stahl-David, Richard Jenkins / Sinopse: O filme explora os acontecimentos após a tragédia de Dallas. Enquanto fazia uma visita à cidade o presidente Kennedy é alvejado em seu carro. Após sua morte a presidência passa para seu vice, Johnson, um político texano turrão e mais conservador.

Pablo Aluísio.

Correndo Atrás

Título no Brasil: Correndo Atrás
Título Original: Whatever It Takes
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Raynr
Roteiro: Mark Schwahn
Elenco: James Franco, Shane West, Marla Sokoloff, Jodi Lyn O'Keefe, Manu Intiraymi, Aaron Paul,

Sinopse e Comentários:
Sim, você já viu esse filme antes! Provavelmente tinha outro título, outro elenco, mas não se engane... é o mesmo filme, o mesmo roteiro. Aquele tipo de produção feita para os jovens que estão com problemas hormonais, naquela fase da vida em que não se pensa em outra coisa a não ser sexo, sexo e mais sexo.

O filme foi um dos primeiros de James Franco, na época apenas um ator jovem desconhecido que ninguém tinha ouvido falar. Ele e o amigo tentam conquistar as garotas que são apaixonados e... fim! Bobinho e derivativo esse é aquele tipo de filme que não vai fazer qualquer diferença em sua vida. Se nunca viu, deixe pra lá. Procure por coisa melhor. Esse filme realmente é a prova viva do cinema pipoca mais descartável possível.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de setembro de 2018

Não Bata Duas Vezes

Mais um filme de bruxas. É curioso que esse tipo de personagem tenha sido resgatado com mais frequência nos últimos anos. Basta lembrar do recente "A Bruxa" e de "A Bruxa de Blair", provavelmente o filme mais bem sucedido comercialmente da história nesse gênero. Pois bem, aqui temos um filme britânico que se propõe a trazer as bruxas de volta. O enredo é até simplório. Uma lenda antiga afirma que quem tivesse a coragem de bater duas vezes numa velha casa no meio da floresta despertaria a bruxa que teria vivido por lá há muitos anos. Claro que isso acaba despertando uma jovem que mora na região. Tentando demonstrar sua coragem ele vai lá, se aproxima da velha entrada daquela casa praticamente em ruínas e... bate duas vezes na porta!

Pronto... depois disso o caos se instala. O filme é bem produzido, tem efeitos especiais bem decentes e o próprio design da bruxa é bem feito. Só não espere por maiores surpresas pois o roteiro não tem muitas novidades. Eu acredito que o cinema de terror feito na Inglaterra hoje em dia é muitas vezes melhor do que os americanos, mas isso é apenas uma opinião pessoal. Se você tiver interesse em conhecer o que os ingleses estão fazendo em termos de filmes de horror fica essa dica.

Não Bata Duas Vezes (Don't Knock Twice, Inglaterra, 2016) Direção: Caradog W. James / Roteiro: Mark Huckerby, Nick Ostler / Elenco: Katee Sackhoff, Lucy Boynton, Javier Botet / Sinopse: Jovem garota desperta a ira de uma bruxa após bater nos restos calcinados da porta de sua casa. Voltando do inferno ela agora quer levar a garota para os porões das fossas infernais, mas para isso precisará enfrentar a mãe da jovem que está disposta a enfrentá-la frente a frente.

Pablo Aluísio.

Inverno Rigoroso

Filme de ação que começa como drama familiar. O enredo mostra esse pai interpretado pelo ator Joel Kinnaman (o RoboCop da nova versão para o cinema) que leva seus filhos para uma caçada na montanha. Tempo de inverno, muita neve. Ele é divorciado da mãe dos garotos que agora é casada com um sujeito endinheirado. Uma situação complicada, já que ele próprio está desempregado. Mesmo assim ele deseja ensinar os filhos a caçarem com um rifle em um lugar bem isolado. Os problemas começam logo, já que o carro fica preso na estrada e a partir daí as coisas só vão piorando a cada momento. É um bom filme, valorizado pela bela fotografia. Claro, para os americanos aquele mar de neve, onde tudo parece branco e selvagem, não apresenta grande interesse, mas para nós, brasileiros, que nunca vimos neve na vida é um ponto a favor do filme. O visual da natureza é muito bonito.

A violência e a luta pela sobrevivência também vai agradar aos que curtem esse tipo de enredo. Andar com armas de fogo é algo normal dentro da sociedade americana. Ensinar os filhos a atirarem, mesmo quando eles ainda são menores de idade, aparece na tela como algo natural, como uma tradição dos Estados Unidos que passa de pai para filho. O que acontece depois, mesmo sendo ficção, não foge em nada da normalidade daquele modo de vida. No alto do inverno, no frio intenso, o único calor vem do cano fumegante de uma arma de fogo.

Inverno Rigoroso (Edge of Winter, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Rob Connolly / Roteiro: Rob Connolly, Kyle Mann / Elenco: Joel Kinnaman, Tom Holland, Percy Hynes White, Shaun Benson, Shiloh Fernandez, Rachelle Lefevre / Sinopse: Pai leva os filhos para caçar no alto de uma montanha gelada e uma vez lá descobre que precisará lutar em um jogo de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

No Escuro da Floresta

Duas irmãs ficam isoladas em uma casa no meio da floresta quando acaba a energia e o uso de tecnologia. Elas não sabem exatamente o que estaria acontecendo, mas conforme o tempo passa as duas obviamente chegam na conclusão de que algo muito sério está acontecendo no país, embora isoladas não consigam descobrir a verdadeira razão. Assim, aos poucos, elas precisam sobreviver, usando para isso métodos antigos de sobrevivência. Nell (Ellen Page) é a mais durona, a mais pragmática, aquela que está disposta a fazer qualquer coisa para sair daquela situação. Sua irmã Eva (Evan Rachel Wood) não tem a mesma força de vontade, a mesma garra e logo cai em um estado de melancolia e depressão.

O filme procura mostrar que mesmo o ser humano moderno, rodeado de tecnologia por todos os lados, mantém seus instintos de sobrevivência, atreladas às gerações mais primitivas. A volta ao mundo natural é o principal aspecto que esse roteiro quer explorar. De volta a um planeta sem qualquer ajuda tecnológica as duas garotas precisam sobreviver a cada dia, seja de que forma for.

Por fim, temos que elogiar as atrizes Ellen Page e Evan Rachel Wood. Elas estão sozinhas em praticamente todas as cenas. Isso fica ainda mais óbvio para Page, que tem uma presença física pequena, de baixa estatura, mas que supera isso tudo para ajudar a irmã. Por falar nela chega a ser estranho ver Evan Rachel Wood como uma mulher frágil, logo ela, que estamos acostumados a ver como a Dolores de "Westworld". Enquanto na famosa série ela é uma cowgirl boa de tiro e exterminadora de humanos, aqui ela é a parte fraca da dupla de irmãs.

No Escuro da Floresta (Estados Unidos, Canadá, 2015) Estúdio: Elevation Pictures / Direção: Patricia Rozema / Roteiro: Patricia Rozema, baseada na novela de Jean Hegland / Elenco: Ellen Page, Evan Rachel Wood, Max Minghella, Callum Keith Rennie, Michael Eklund, Wendy Crewson / Sinopse: Duas irmãs presas no meio da floresta, sem tecnologia ou apoio do mundo exterior, tentam sobreviver usando para isso de técnicas de sobrevivência ancestrais.

Pablo Aluísio.

Sobrenatural: A Última Chave

Essa é outra das franquias milionárias de Hollywood no gênero terror. Só para se ter uma ideia, esse quarto filme da série custou meros 10 milhões de dólares e já faturou mais de 300 milhões nos Estados Unidos e mercado internacional. Com uma lucratividade dessas não haveria como abandonar a produção de novos filmes. Para manter o interesse do espectador os roteiristas apostaram agora em desenvolver as histórias de personagens secundários dos filmes anteriores. Assim a história volta aos anos 50 mostrando a infância de Elise Rainier. Filha de um pai abusivo e violento, ela desde muito criança vê vultos e fantasmas andando pela casa. Um dia algo maior se manifesta e muda sua vida para sempre.

Então o filme dá um salto no tempo e quando a reencontramos já estamos nos tempos atuais. Agora uma senhora, ela forma uma pequena equipe para ir em casas onde eventos sobrenaturais acontecem A questão é que seu novo cliente mora justamente na velha casa de infância de Elise, abrindo um portal para que ela finalmente possa compreender tudo o que lhe aconteceu anos atrás.

O roteiro é interessante. Não diria que está alguns pontos acima da média dos outros filmes de terror da atualidade, mas tem aspectos ao menos inteligentes. Um deles é aquele que explora o fato de que entidades sobrenaturais que caminham na escuridão se alimentam de ódio e ira. Isso é bem explorado quando Elise finalmente atravessa para o outro lado, o espiritual. Claro que para fazer sentido ao espectador tudo é apresentado como uma grande alegoria do mundo real, embora tenha aspectos bem construídos por trás. O design do tal demônio não é muito bom, em minha opinião, mas como o que vale mesmo e a metáfora do que está acontecendo, penso que tudo ficou muito bem realizado.

Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, Estados Unidos, 2018) Direção: Adam Robitel / Roteiro: Leigh Whannell / Elenco: Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson / Sinopse: Elise Rainier (Lin Shaye) é uma senhora que lida com poderes sobrenaturais que acaba aceitando o convite para voltar para sua velha casa onde passou a infância para ao lado de seus dois assistentes analisar o que estaria acontecendo em seu interior.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A Irmandade

Título no Brasil: A Irmandade
Título Original: The Order
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Sheldon Lettich
Roteiro: Les Weldon, Jean-Claude Van Damme
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Sofia Milos, Charlton Heston, Brian Thompson, Ben Cross, Vernon Dobtcheff

Sinopse e comentários:
Esse filme de ação que não fez muito sucesso tem suas curiosidades. A primeira delas vem do elenco. Quem poderia supor que um dos maiores mitos da história do cinema americano, o mito Charlton Heston, iria terminar seus dias como coadjuvante de Jean-Claude Van Damme? Chocante, não é mesmo?

O outro aspecto digno de nota é que o roteiro foi escrito pelo próprio ator Jean-Claude Van Damme. Ele só não assumiu a direção porque estava enfrentando um sério problema com drogas, algo que iria quase acabar com sua carreira. De resto é aquela coisa, um filme de ação genérico que foi prejudicado ainda mais por causa dos problemas de seu astro principal. Ninguém passa por uma dependência química sem ter que pagar um preço caro por isso!

Pablo Aluísio.

Vamos Nessa

Título no Brasil: Vamos Nessa
Título Original: Go
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Doug Liman
Roteiro: John August
Elenco:  Sarah Polley, Jay Mohr, Scott Wolf, Desmond Askew, Nathan Bexton, Robert Peters

Sinopse e comentários:
Filme juvenil apenas mediano que conta a história de três amigos que decidem ir até Las Vegas e aí, bem, já sabemos... muita festa, muitos exageros e muitas drogas. O ideal de diversão dos jovens americanos sempre passa mesmo pelo abuso de drogas, por isso o país é o maior mercado consumidor de narcóticos de todo o mundo.

Curiosamente esse filme, que assisti há muitos anos, foi completamente esquecido atualmente. No elenco nenhum grande astro, apenas a presença do ator Scott Wolf que nos anos 90 fez sucesso com a série também jovem "O Quinteto". Fora isso nada mesmo muito digno de nota. Seja bem-vindo ao limbo do esquecimento de filmes que passaram e não marcaram em nada, na vida de ninguém. Vamos nessa então... esquecer o filme também! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Tully

A outrora bela Charlize Theron se despe de todo o charme e sensualidade para representar o papel de uma mãe comum, com três filhos para criar, tendo que resolver muitos problemas do cotidiano todos os dias. Para quem foi um dos grandes símbolos sexuais do cinema nos últimos anos não poderia haver mudança mais radical. Bom para ela que demonstra assim ser uma grande atriz (algo que todos os cinéfilos já sabiam desde "Monster"). Pois bem, no papel de Marlo ela apresenta a rotina estafante de uma mãe. Com dois filhos para criar ela acaba ficando grávida de um terceiro filho não planejado. Quando nasce o novo bebê seu irmão mais velho (e mais rico) lhe aconselha a contratar uma babá que trabalhe no período noturno para que ela possa dormir e aguentar a rotina do dia seguinte.

Assim chega Tully (Mackenzie Davis), a Babysitter. Ela realmente é um alívio na vida da mãe que agora pode dormir tranquilamente durante a noite, mesmo quando o bebê chora. O filme segue uma linha mais tradicional até mais ou menos no final, quando as duas sofrem um acidente de carro. A partir daí o roteiro traz algumas surpresas para o espectador, separando finalmente o que era realidade do que era apenas delírio de uma mente sufocada por um rotina estressante e muitas vezes sem sentido. O filme tem o mérito de explorar o sofrimento que também se faz presente quando uma mulher decide se casar e ter muitos filhos, no caso da personagem do filme, três crianças, algo acima da média na sociedade americana. No geral é um bom filme, porém para os fãs da Charlize Theron como sex symbol vai ser bem decepcionante vê-la na tela como um dona de casa com problemas de obesidade, sem nenhum charme ou apelo de sensualidade.

Tully (Estados Unidos, 2018) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston, Asher Miles Fallica / Sinopse: Com roteiro baseado nas experiências pessoais da roteirista Diablo Cody, o filme conta a história de uma mãe de três filhos que precisa lidar com o stress do dia a dia, tendo que ajudar o filho mais velho nos problemas na escola, enquanto contrata uma babá para ficar durante o período noturno com seu bebê recém nascido. No meio de tanto stress ela acaba confundindo realidade com delírios de sua própria mente.

Pablo Aluísio.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança

Esse é um documentário que foi lançado alguns anos antes da morte do ator Christopher Reeve, o eterno Superman do cinema. Como se sabe ele sofreu um sério acidente enquanto cavalgava. Seu cavalo parou de forma repentina ao se deparar com um obstáculo. Com isso Reeve foi jogado por cima do pescoço do animal. Na queda acabou fraturando um osso essencial em sua coluna. Com isso ficou tetraplégico. No documentário o ator mostra sua vida após o acidente. Ele é filmado interagindo com sua esposa e seus filhos, velejando no mar, aproveitando uma manhã de fisioterapia na piscina, enfim, tentando levar uma vida normal.

Além de tentar romper com o estigma que paira sobre pessoas paralíticas, o filme também tinha um objetivo bem claro: arrecadar fundos para a fundação do ator, que financiava pesquisas com células tronco, numa tentativa da ciência em trazer os movimentos para pessoas que estivessem na mesma situação. Infelizmente não houve tempo suficiente e o ator morreu por complicações respiratórias em outubro de 2004. Em determinado momento do documentário Reeve acabava reconhecendo que talvez nunca mais voltasse a andar. Porém também deixava claro que isso no final isso não importaria tanto pois sua fundação iria seguir em frente, mesmo após sua morte, o que de fato aconteceu.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança (Christopher Reeve: A Celebration of Hope, 1998) Direção: Louis J. Horvitz / Roteiro: David Leaf, Stephen Pouliot / Elenco: Christopher Reeve, Nancy Becker-Kennedy, Mary Chapin Carpenter, Deana Carter / Sinopse: O filme mostra a luta de todos os dias do ator Christopher Reeve que após sofrer um grave acidente ficou impossibilitado de andar e mover suas mãos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ferrari 312B

Esse é um documentário especialmente indicado para quem é apaixonado por automobilismo e Fórmula 1. Ele mostra um desafio enfrentado por engenheiros e mecânicos dos dias atuais que decidem restaurar e reconstruir o modelo Ferrari 312B que disputou o campeonato de fórmula 1 de 1970. Esse carro foi considerado revolucionário porque acabou se tornando uma ponte de transição entre os antigos modelos vintage dos primórdios da categoria, todos em design charuto, e os modernos carros de velocidade da F1. Realmente era um modelo bastante inovador, principalmente em seu desenho industrial, um marco.

Enquanto o carro vai sendo reconstruído vários nomes importantes da F1 vão dando depoimentos, em especial a do piloto Niki Lauda que teve parte do corpo queimado após um acidente durante um grande prêmio. Aliás a questão da segurança precária é mostrada em detalhes, através de imagens reais das corridas da época, onde o público ficava literalmente à beira da pista vendo os carros passarem em alta velocidade e nos acidentes que acabavam transformando os carros em verdadeiras tochas de fogo! Eram tempos mais românticos e perigosos da Fórmula 1, resgatado com sucesso por esse documentário mais do que interessante. Se a Fórmula 1 é do seu interesse, não deixe de assistir.

Ferrari 312B (Ferrari 312B: Where the Revolution Begins, Inglaterra, Itália, 2017) Direção: Andrea Marini / Roteiro: Andrea Marini / Elenco: Paolo Barilla, Niki Lauda, Damon Hill, Jacky Ickx, Jackie Stewart, Gerhard Berger, Bob Constanduros / Sinopse: Documentário sobre um grupo de engenheiros e mecânicos industriais que decide reconstruir um antigo modelo da F1, o carro de corridas Ferrari 312B que a escuderia italiana usou no campeonato mundial de fórmula 1 de 1970. 

Pablo Aluísio.

Possessão

É a história de uma pesquisadora, Maud Bailey (Gwyneth Paltrow), que está estudando a vida de um antigo poeta, Christabel La Motte. Durante suas pesquisas ela acaba conhecendo outro pesquisador de literatura antiga, Roland Michell (Aaron Eckhart). Juntos eles descobrem uma série de cartas escritas em um passado distante, abrindo uma ponte entre o século XVIII e os tempos atuais. A ligação entre o casal assim se torna cada vez mais forte e impossível de controlar.

Que fim levou a carreira da atriz Gwyneth Paltrow? Nos anos 90 ele estrelou um sucesso atrás do outro, mas a partir da virada do século começou a ser figura cada vez menos presente nos cinemas. De cabeça só me lembro dela fazendo papéis coadjuvantes em filmes de super-heróis! Uma pena, a loira com personalidade fria tinha talento, a ponto de segurar um filme sozinha como esse.

Possessão (Possession, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Neil LaBute / Roteiro: David Henry Hwang, baseado no romance escrito por  A.S. Byatt / Elenco: Gwyneth Paltrow, Aaron Eckhart, Jeremy Northam / Sinopse: Pesquisadora acaba conhecendo outro estudioso de livros e poemas antigos e acaba abrindo ao seu lado um portal ligando o passado ao presente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Lembranças de James Dean

É a história de um homem comum, Max Harris (John Mahoney), que decide abrir um posto de gasolina na estrada de Salinas, bem próximo onde o ator James Dean morreu de um acidente de carro em 1955. E é justamente nesse local que uma jornalista, Nina (Linda Emond), decide ir para fazer uma matéria especial sobre o trágico acidente. Chegando lá faz amizade com Max e aos poucos também vai descobrindo que ele guarda um segredo pessoal que o atormenta há anos.

Bom filme, com roteiro bem escrito, aproveitando a desolação desse lugar perdido e esquecido. A única notoriedade veio justamente do fato de que foi ali que o porsche de James Dean bateu, em um cruzamento, com um caminhão que vinha na estrada ao lado. Até hoje fãs do ator vão até lá conhecer o lugar exato onde aconteceu o acidente. Os personagens do filme orbitam em torno dessa lenda, mas com surpresas a mais para o espectador. Filme independente realmente bem interessante.

Lembranças de James Dean (Almost Salinas, Estados Unidos, 2001) Direção: Terry Green / Roteiro: Terry Green / Elenco: John Mahoney, Linda Emond, Lindsay Crouse / Sinopse: Max Harris (John Mahoney) resolve abrir um posto bem próximo do cruzamento na rodovia de Salinas. Foi ali que em 1955 James Dean se espatifou com seu Porsche chamado de "Pequeno Bastardo", colocando fim na vida de um dos astros mais promissores da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

Ghost Dog

Não deixa de ter um roteiro bem original. É a história de um assassino profissional dos dias atuais que segue as regras dos samurais do Japão medieval. Isso lhe traz um código de ética austero e correto, mas que infelizmente não é seguido pelos outros criminosos, em especial seu chefe mafioso que rompe um acordo com ele. Depois disso as ruas de Nova Iorque se tornam um campo de vida ou morte entre assassinos.

Definitivamente não é um papel que estamos acostumados a ver o ator Forest Whitaker interpretar. Ele que sempre primou por uma carreira feita de filmes fortes, dramas em sua maioria, aqui abraçou uma estética mais popular, dos filmes de ação de Hollywood. O diferencial veio justamente no modo de agir de seu "samurai moderno", fazendo de Nova Iorque uma nova Japão, pelo menos em sua mente. O filme é bem feito, tem um ótimo clima e mantém o interesse do espectador até o final. Isso já faz valer a pena a sessão.

Ghost Dog (Ghost Dog: The Way of the Samurai, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Jarmusch / Roteiro: Jim Jarmusch / Elenco: Forest Whitaker, Henry Silva, John Tormey / Sinopse: Ghost Dog (Forest Whitaker) é um assassino profissional dos tempos modernos que decide seguir o código de conduta e luta dos antigos samurais do Japão medieval. Com uma espada e uma habilidade fora do comum tenta sobreviver nas sangrentas ruas de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de setembro de 2018

No Coração da Escuridão

Ethan Hawke interpreta um reverendo que prega numa pequena igreja histórica, uma das mais antigas dos Estados Unidos, construída ainda nos tempos da guerra pela independência do país. São poucos os fiéis, sua vida é solitária e ele tenta se recuperar de uma tragédia familiar. Certo dia, após mais uma celebração religiosa de domingo, ele recebe em seu gabinete a jovem Mary (Amanda Seyfried). Ela está grávida, mas o marido deseja que ela faça um aborto. O sujeito não tem mais esperanças no futuro da humanidade e basicamente não quer ter um filho, colocá-lo no mundo para sofrer. Assim, de conselhos em conselhos, o reverendo vai tentando solucionar o problema familiar de Mary, muito embora ele próprio tenha inúmeros problemas pessoais para superar.

Um filme que começa bem, mas que conforme vai avançando na história comete alguns erros que quase colocam tudo a perder. Poderia ser apenas um drama sobre um religioso que não consegue lidar nem com seus conflitos pessoais, falhando em ajudar seu rebanho de fiéis  Afinal como alguém assim serviria para aconselhar uma jovem garota e seu marido, um casal cheio de problemas conjugais? O roteiro ainda abre espaço para uma discussão sobre o meio ambiente, tudo turbinado por um final que quase, reafirmo quase, leva a história para um desfecho completamente absurdo. A sorte é que quando tudo vai desandando há uma clara puxada de freio, evitando o pior. Poderia ser péssimo, mas do jeito que terminou se tornou ao menos regular. De uma coisa porém tenho certeza, passa longe de ser um filme comum e banal, mesmo com tantas escolhas erradas.

No Coração da Escuridão (First Reformed, Estados Unidos, 2017) Direção: Paul Schrader / Roteiro: Paul Schrader / Elenco: Ethan Hawke, Amanda Seyfried, Victoria Hill, Cedric the Entertainer / Sinopse: O reverendo Toller (Hawke) prega numa pequena igreja histórica de sua cidade. Quando é procurado por uma fiel, com problemas conjugais com seu marido, começa a perceber que seus problemas são pequenos demais perante as dificuldades do mundo real das pessoas ao redor. Filme vencedor do Venice Film Festival na categoria Green Drop Award (Paul Schrader).

Pablo Aluísio.

Segredos do III Reich

O nazismo continua no ordem do dia, seja nas discussões políticas, seja no ramo dos documentários televisivos. Esse "O Segredos do III Reich" produzido e exibido pelo canal History Channel é dos mais interessantes. Ele se propõe a ir mais a fundo, tentando revelar segredos envolvendo o alto escalão do III Reich, com foco centrado obviamente na figura do Adolf Hitler, o líder máximo do partido nacional socialista dos trabalhadores alemães, mais conhecido pela alcunha de partido nazista.

Pois bem, cada episódio enfoca um aspecto específico. Em um deles a família do ditador é analisada com olhos de lince. Alguns historiadores levantaram a hipótese de que antepassados de Hitler teriam sido judeus. Imagine se algo assim fosse realmente comprovado. Porém o episódio deixa claro que não há mesmo provas históricas sobre isso. Depois de passar por cima dessa questão alguns parentes próximos de Hitler são mostrados ao público em detalhes, como um sobrinho que anos mais tarde foi morar nos Estados Unidos e seu meio-irmão que acabou seus dias como um simples comerciante, dono de uma cervejaria em Berlim. em suma, um ótimo programa para quem gosta de curiosidades históricas envolvendo líderes que no passado quase destruíram a humanidade.

Os Segredos do Terceiro Reich (Nazi Underworld, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 2011) Direção: Tim Versteegen, Florian M. Beierl / Roteiro: Florian M. Beierl, Alexander Berkel / Elenco: Allan Corduner, Wolfgang Eisenmenger / Sinopse: Documentário que procura mostrar aspectos secretos da vida dos principais líderes do Reich nazista durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de setembro de 2018

Hereditário

Esse filme de terror, lançado recentemente nos cinemas brasileiros, tem colecionado críticas positivas. De fato é um filme muito bom, diria até mesmo acima da média do que se anda produzindo nesses últimos anos. O roteiro não tem pressa em desenvolver sua história mostrando inicialmente uma família comum, em luto, pela morte da avó. Senhora idosa, morreu já sofrendo de problemas de senilidade. É feito o funeral, a filha fica muito triste com sua morte, mas a vida segue. A família tem histórico de problemas mentais, um típico caso genético envolvendo alguns familiares no passado.

A coisa começa a mudar de foco quando a presença da avó falecida passa a ser sentida. Depois a tragédia volta a abater a família, quando a pequena Charlie, a caçula, tem uma morte horrível, quando retornava de volta para a casa de uma festinha com o irmão mais velho. Duas mortes, bem próximas. Claro que a morte da criança arrasa com a mãe (em boa interpretação da atriz Toni Collette). Destruída emocionalmente ela procura ajuda em um grupo de apoio e lá conhece uma senhora que lhe diz que conheceu um médium que tem o poder de entrar em contato com os mortos.

Bom, se você conhece filmes de terror sabe muito bem que invocações de pessoas falecidas sempre acabam mal. É uma premissa da religião cristã tradicional. A invocação de mortos vai contra as escrituras, é considerada uma abominação perante os olhos de Deus. Claro que a entidade espiritual que atende ao chamado não é a da criança morta, mas sim o puro mal... bem, ir além seria estragar as surpresas do filme. Basta dizer que gostei bastante do resultado final. Apenas uma coisa me incomodou: não gosto de finais onde o mal impera. Ainda sou um tradicionalista que aprecia finais felizes onde o mal é derrotado e o universo reencontra seu equilíbrio. Não foi o caso aqui. Provavelmente os produtores estão de olho em futuras continuações. Nasce uma nova franquia de terror? Bom, só o tempo dirá... Enquanto isso não deixe de assistir a esse "Hereditário", um filme de terror com o estilo dos filmes do passado.

Hereditário (Hereditary, Estados Unidos, 2018) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Toni Collette, Milly Shapiro, Gabriel Byrne / Sinopse: Uma família americana sofre duas tragédias. Primeiro morre a avó, uma senhora que já sofria de problemas de demência. Depois morre a sua pequena neta Charlie (Milly Shapiro), a caçula de apenas 13 anos. Desesperada e arrasada pelas mortes, Annie (Collette) decide invocar seus espíritos. Péssima, péssima ideia.

Pablo Aluísio.

Construindo uma Carreira

Filme adolescente do começo dos anos 90, esse "Construindo uma Carreira" só chama a atenção nos dias de hoje por causa da presença da atriz Jennifer Connelly. Ela havia se tornado estrela teen nos anos 80 quando estrelou filmes como "Labirinto", aquela fantasia cheia de criaturas criadas pelo Jim Henson que trazia ainda um David Bowie com um penteado pra lá de esquisito. Deixando de lado os bichinhos falantes e os efeitos especiais a Connelly então começou a estrelar filmes com temáticas mais ligadas com as pessoas de sua idade, algo menos fantasioso, mais próximo da realidade.

Essa comédia romântica traz dois jovens. Jim Dodge Frank Whaley) foi esnobado pela "princesa do colégio" na época do ensino médio. Aquele tipo de paixão platônica adolescente que não dá em nada. Agora trabalha como vigia noturno numa loja. Josie McClellan (Jennifer Connelly) é a garota pelo qual ele era apaixonado. Riquinha, um dia decide desafiar o pai se escondendo durante a noite justamente na loja onde Jim trabalha. Os dois se encontram lá e bem... se você já assistiu uma comédia romântica adolescente antes na sua vida sabe exatamente o que acontece. Bobinho e descartável esse filme vale para ver a Jennifer Connelly ainda bem jovem e muito bonita. Fora isso, nada de muito interessante.

Construindo uma Carreira (Career Opportunities, Estados Unidos, 1991) Direção: Bryan Gordon / Roteiro: John Hughes / Elenco: Jennifer Connelly, Frank Whaley, Dermot Mulroney / Sinopse: Rapaz jovem trabalha como vigia noturno numa empresa. Uma noite ele acaba encontrando o grande amor de sua adolescência, a bela Josie McClellan (Jennifer Connelly), se escondendo justamente na loja onde trabalha.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cromwell, O Homem de Ferro

Título no Brasil: Cromwell, O Homem de Ferro
Título Original: Cromwell
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ken Hughes
Roteiro: Ken Hughes
Elenco: Richard Harris, Alec Guinness, Robert Morley, Dorothy Tutin, Timothy Dalton, Frank Finlay

Sinopse:
Durante o tirânico reinado do Rei Charles 'Stuart' I (Alec Guinness) um corajoso político chamado Oliver Cromwell (Richard Harris) decide liderar um movimento em prol de um parlamento livre, forte e imune às ameaças do poder monárquico. Para isso contará também com o apoio do povo da Inglaterra.

Comentários:
Épico histórico que resgata a biografia de uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra, o parlamentar e rebelde Oliver Cromwell. Ele foi responsável por colocar em dúvida o sistema absolutista inglês, onde a vontade do rei era lei e todos os direitos dependiam única e exclusivamente de sua vontade pessoal. Não havia direitos fundamentais aos cidadãos comuns do reino. Com Cromwell de fato nasceu a chamada monarquia constitucional ou parlamentar, onde o parlamento ganhava maior importância e poder representando justamente a vontade de todo o povo. Além de trazer um roteiro muito bem escrito, com bela produção (o filme chegou a vencer o Oscar de melhor figurino) o filme ainda tinha dois monstros da arte de representar. Um deles era Sir Alec Guinness. Não poderia haver escolha melhor para representar a aristocracia em toda a sua soberba e prepotência. Já o protagonista era interpretado por outro grande ator, o mestre Richard Harris. Com tantos talentos desfilando na tela o resultado não poderia ser outro. Eis aqui um dos mais bonitos e bem realizados clássicos que já tive o prazer de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2018

O Túmulo Vazio

Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.

No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.

O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.

O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2018

E Agora Brilha o Sol

Título no Brasil: E Agora Brilha o Sol
Título Original: The Sun Also Rises
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry King
Roteiro: Peter Viertel, baseado na obra de Ernest Hemingway
Elenco: Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, Robert Evans
 
Sinopse:
Paris, 1920. O jornalista americano Jake Barnes (Tyrone Power) vive em Paris, aproveitando o belo cenário cultural da cidade. Sua vida tranquila acaba sendo abalada quando encontra casualmente pela noite com a bela Brett Ashley (Ava Gardner). É uma antiga paixão de Barnes. Ele a conheceu em um hospital para soldados feridos na Espanha. A reaproximação acaba revivendo antigos sentimentos em Barnes que há anos estavam adormecidos.

Comentários:
Temos aqui um bonito clássico romântico do cinema americano baseado na obra de Ernest Hemingway. Quem assistiu a outras adaptações de livros desse autor para o cinema perceberá uma incrível semelhança de enredo com outros filmes dessa mesma linha. Só para citar um exemplo, também temos aqui um jovem soldado ferido que acaba se apaixonando pela enfermeira que o tratou após retornar destroçado, física e emocionalmente, do front de batalha. É um tema recorrente nos escritos de Hemingway, simplesmente porque há claros toques autobiográficos em seus romances. Pois bem, embora isso não seja oficialmente reconhecido pelos especialistas em seus livros, o fato é que a estória e a trama desse romance parece seguir os passos de "Adeus às Armas", uma das grandes obras do escritor. É uma espécia de continuação daquilo que assistimos no filme  homônimo (que foi estrelado por Rock Hudson e que já comentamos aqui em nosso blog). O grande diferencial é que deixa claro desde o começo as tristes consequências dos ferimentos no personagem principal Jake Barnes (interpretado com elegância por Tyrone Power), que agora sabemos teve uma sequela terrível dos danos sofridos no campo de batalha, pois se tornou impotente. Essa condição o destrói emocionalmente pois ele fica numa posição de nunca consumar seu relacionamento com o amor de sua vida, Brett Ashley, na pele de Ava Gardner, incrivelmente bela em cena. 

Ela também o ama e diante de sua resistência começa a seduzir outros homens em sua presença, o colocando em situações constrangedoras e delicadas. Infelizmente o próprio autor não levou esse drama pessoal até o limite, preferindo em determinado momento de sua estória apostar em um incômodo deslumbramento com as touradas espanholas, algo que me deixou um pouco desconfortável pois considero uma tradição bem estúpida, que promove abusos contra os direitos dos animais.  Essa consciência porém ainda não existia na época e Ernest Hemingway parece completamente absorvido pelo clima em torno do tal "esporte". Isso acaba desviando o foco principal do que vemos e o filme assim vai se diluindo cada vez mais, até virar uma mera peça publicitária de turismo para as tradições e esportes tipicamente ibéricos. A impressão que passa é que Ernest Hemingway pisou no freio, como se tivesse desistido de aprofundar mais esse drama na vida do personagem principal! De qualquer maneira é preciso deixar claro que isso não é culpa nem da direção e nem da produção do filme - que é de fato classe A, realmente excelente. A culpa deve recair sobre o próprio Ernest Hemingway que parecia esgotado e sem ideias novas quando escreveu esse romance. Do ponto de vista cinematografico porém o filme vale sua indicação por causa da bela fotografia e da direção de arte bem caprichada. No fundo um belo e bem produzido romance passado numa Espanha linda e convidativa - com direito até mesmo a uma Paris maravilhosa e deslumbrante ao amanhecer, como mero pano de fundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Noite de Núpcias

Título no Brasil: A Noite de Núpcias
Título Original: Tradita
Ano de Produção: 1954
País: França, Itália
Estúdio: Flora Film
Direção: Mario Bonnard
Roteiro: Vittorio Nino Novarese, Mario Bonnard
Elenco: Brigitte Bardot, Pierre Cressoy, Lucia Bosé, Giorgio Albertazzi, Camillo Pilotto, Tonio Selwart

Sinopse:

A história do filme se passa na Itália, no ano de 1915. Uma família da velha aristocracia mora em um antigo castelo. Nele habitam a viúva de um conde e seus dois filhos. Um deles tem problemas físicos, o outro é um aventureiro que adora mulheres e jogatina. No horizonte a ameaça de uma guerra iminente com as forças do império austro-húngaro.

Comentários:
Provavelmente esse dramalhão europeu estaria completamente esquecido nos dias de hoje se não fosse a presença maravilhosa de uma jovem Brigitte Bardot. A atriz ainda não era a grande estrela de cinema que iria se tornar nos anos que viriam, mas já era uma beldade, uma das mulheres mais bonitas do cinema, ainda na flor da juventude. Se Bardot não foi a mulher mais bonita de seu tempo, chegou bem perto disso. Claro que o filme tira proveito de sua beleza estonteante. O diretor Mario Bonnard privilegia a presença da atriz em cada cena, embora sua personagem não seja uma das principais. No mais o filme até tem bons figurinos e reconstituição de época. É uma pena que Brigitte Bardot nunca tenha se esforçado para ir aos Estados Unidos fazer filmes melhores quando era jovem e deslumbrante. A barreira da língua inglesa sempre foi um obstáculo para ela. De qualquer forma mesmo ficando na Europa ela conseguiu se tornar um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema mundial. Não foi pouca coisa.

Pablo Aluísio.

A Noite de 23 de Maio

Título no Brasil: A Noite de 23 de Maio
Título Original: Mystery Street
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Sydney Boehm, Richard Brooks
Elenco: Ricardo Montalban, Sally Forrest, Bruce Bennett, Elsa Lanchester, Marshall Thompson, Jan Sterling

Sinopse:
Peter Moralas (Ricardo Montalban) é um detetive que procura solucionar um crime. Um corpo foi encontrado nas areias de uma praia deserta localizada em
Massachusetts. Ele então decide contar com a ajuda de um professor de Harvard,  o Dr. McAdoo (Bruce Bennett), um expert em cenas de crime. A dupla então começa a desvendar o mistério do assassinato.

Comentários:
O ator Ricardo Montalban fez muito sucesso em Hollywood. Ele era mexicano e acabou sendo escalado para interpretar personagens estrangeiros, em papéis exóticos. Acabou criando um nicho próprio dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Aqui ele está muito bem como um detetive ao estilo cinema noir. Até o figurino segue o tradicional, com sobretudo e capa, chapéu e cigarro no canto da boca. Poderia ser Bogart, mas era Montalban. Aliás o roteiro foi escrito pensando-se nesse outro ator, mas como ele nao pôde atuar, o detetive acabou sendo interpretado por Ricardo. Não ficou mal, de jeito nenhum. O resultado ficou tão bom que o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro, algo que ninguém esperava. Filmes de detetives particulares desvendando crimes eram como os filmes de faroeste, esnobados pelos membros da academia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Nevada Smith

Steve McQueen interpreta o filho de um minerador que vê seus pais serem mortos por uma quadrilha de ladrões. Eles invadem o pequeno rancho onde viviam atrás de ouro. Como não havia nada para lhes dar a crueldade dos bandidos se traduziu em tortura e morte. Depois da morte do pai branco e da mãe indígena, Max Sand (Steve McQueen) decide dedicar sua vida a uma vingança obsessiva. Enquanto ele não encontrar os três assassinos de seus pais não terá paz de espírito. O problema é que sendo jovem demais, não tem a experiência necessária para enfrentar esse tipo de criminoso. Um tipo simplório, analfabeto, que não tem também muita habilidade em portar uma arma de fogo. Esse tipo de coisa ele acabará adquirindo em sua jornada, onde acabará encontrando pessoas dispostas a lhe ajudar.

O filme é realmente muito bom. Embora a vingança seja a espinha dorsal do enredo os roteiristas decidiram explorar outros aspectos do personagem. Em determinado momento ele decide roubar um banco só para ser enviado para a prisão estadual onde estão dois dos homens que ele deseja matar. A tal prisão é localizada em um pântano impossível de atravessar. Malária, mosquitos, cobras venenosas e crocodilos impedem qualquer prisioneiro de fugir. Claro que McQueen vai tentar sua sorte ao ir embora da prisão. Essa parte do filme inclusive me lembrou um pouco de "Papillon", outro clássico do ator.

O único problema maior que vi em todo o filme foi o fato de que Steve McQueen não tinha a idade adequada para seu papel. O personagem que interpreta é um jovem inexperiente, sem muita noção da vida. Também seria um mestiço, com traços indígenas. Bom, em termos de juventude e falta de experiência de vida, McQueen não se parecia em nada com seu personagem. Alguém consegue visualizar esse ator como um jovem completamente inexperiente com armas e com a vida? Impossível. E sobre o fato de ser mestiço, outro problema. O loiro McQueen não tinha mesmo nenhum traço de sangue indígena correndo em suas veias. De qualquer maneira, tirando esses dois probleminhas, o filme funciona muito bem. É outro pequeno clássico assinado pelo excelente cineasta Henry Hathaway;

Nevada Smith (Estados Unidos, 1966) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Harold Robbins, baseado no livro "The Carpetbaggers" escrito por John Michael Hayes / Elenco: Steve McQueen, Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Suzanne Pleshette / Sinopse:  Quando seus pais são mortos em seu rancho por três assassinos o jovem Max (McQueen) decide que vai dedicar toda a sua vida para vingar as mortes. Assim ele parte rumo ao velho oeste em busca dos homens. Assim que os encontra decide acertar a balança da justiça.

Pablo Aluísio.