segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Oito Mulheres e um Segredo
O plano, claro, sai quase perfeito. Problemas vão surgindo durante sua execução e isso também faz parte da diversão. O roteiro é bem esperto, mas não tanto como no filme original. Ao contrário de "Caça-Fantasmas" que também fez sua versão só com mulheres e foi uma bomba, esse aqui é um bom filme, com tudo nos lugares certos, boa trama, desenvolvimento adequado e um timing impecável durante todo o desenrolar do enredo. Só não é melhor porque o final de certo modo é meio previsível. Quando chegou ao fim a conclusão foi que curti o filme pelo que ele é, não pela polêmica idiota que foi criada em torno de seu lançamento. Vá esperando por uma diversão agradável e não terá maiores surpresas.
Oito Mulheres e um Segredo (Ocean's Eight, Estados Unidos, 2018) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Olivia Milch / Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Dakota Fanning / Sinopse: Debbie Ocean (Sandra Bullock) forma uma equipe de ladras para roubar joias em exposição em um museu de Nova Iorque. A ideia é seguir um plano onde uma joia de 150 milhões de dólares será trocada por uma peça igual, mas sem valor, feita por um scanner de última geração.
Pablo Aluísio.
sábado, 10 de junho de 2017
Um Estado de Liberdade
Da convivência vem a aproximação e Newton acaba formando seu próprio bando de resistência, cuja única bandeira são eles mesmos e sua luta pela liberdade. O filme também explora a vida de um dos descendentes de Newton, cujos direitos são contestados no tribunal por ele ter tido descendência negra - algo muito bem explicado pela próprio roteiro do filme que mostra duas linhas narrativas históricas. No geral é um bom filme, valorizado pela lição histórica que apresenta. Infelizmente não obteve sucesso nos cinemas americanos. Como sabemos aquele país vive um momento político turbulento, principalmente depois das recentes eleições presidenciais. Assim o público não parece muito interessado nessa temática, tanto que outro filme, também com tema semelhante, "O Nascimento de uma Nação", igualmente fracassou nos cinemas. Ignore tudo isso e procure conferir esse filme, pois ele tem seus méritos cinematográficos. Particularmente gostei bastante do resultado.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: Soldado confederado foge do campo do batalha e se refugia em um pântano, onde acaba se unindo a um grupo de escravos negros fugitivos, onde forma sua própria milícia de luta pela liberdade. Roteiro baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de setembro de 2016
Um Estado de Liberdade
Depois da morte de seu sobrinho - que era apenas um garoto que infortunadamente fora atingido por fogo inimigo dos ianques - ele finalmente decide ir embora. Pega o corpo do garoto e segue o caminho de volta para a fazenda de sua família. Um ato de deserção punido com enforcamento. Depois de tudo isso, para não ser preso e sofrer a pena capital, Knight resolve fugir para os pântanos da região, onde acaba encontrando escravos fugitivos, se tornando amigo de todos eles, abraçando então a causa da libertação dos negros no sul dos Estados Unidos. O filme assim vai se desenvolvendo a partir dessa pequena comunidade de foragidos que, vivendo nos pântanos do sul, começa a se levantar contra as leis de submissão e de conteúdo racial do próprio Estado Confederado de que faziam parte.
"Free State of Jones" causou polêmica nos estados americanos do sul durante o seu lançamento. Isso porque o protagonista do filme, Newton Knight, foi um desertor do exército confederado. Além disso ousou se apaixonar e ter filhos com uma escrava negra, algo que até hoje causa perplexidade em certos setores sulistas (sim, o racismo assumido, essa chaga, não parece ter desaparecido em certos rincões daquele país). Um dos aspectos históricos mais absurdos que o filme revela é que havia leis até bem pouco tempo atrás que proibiam o casamento entre brancos e negros no sul. É justamente sobre isso que se desenvolve a segunda linha narrativa do filme. Enquanto a primeira conta a vida de Knight nos pântanos do sul, a segunda mostra um de seus descendentes lutando em um tribunal do Mississippi para se casar com uma mulher branca (a justiça entendeu que ele era na realidade um mestiço com sangue negro nas veias e que por essa razão jamais poderia desposar uma mulher sulista branca!).
Certamente é um bom filme. Porém apresenta alguns problemas em seu corte final. Embora a história seja importante e historicamente complexa (o filme explora vários anos na vida de Knight), a versão final que chegou aos cinemas americanos se revelou muito longa - chegando em alguns momentos a se tornar um pouco cansativa. Penso que um corte mais enxuto só traria melhoras ao filme. De resto tudo surge de primeira qualidade. A reconstituição de época é perfeita, a direção é segura e focada e todo o elenco está maravilhosamente bem. Até mesmo Matthew McConaughey me surpreendeu por ter deixado de lado alguns de seus cacoetes mais irritantes. Então é isso. O que temos aqui é uma bela história de um homem que estava muitos anos à frente de seu tempo. Embora fosse branco sentiu na pele todo o racismo da sociedade confederada do Sul, que chegou ao ponto de ir para uma das guerras mais sangrentas da história simplesmente para defender o direito de um homem ter outro homem como seu bem particular. A escravidão seria abolida, mas as marcas que ela deixou ainda hoje ressoam, infelizmente. Veja o filme e entenda melhor todo esse processo histórico que ainda não chegou ao seu término.
Um Estado de Liberdade (Free State of Jones, Estados Unidos, 2016) Direção: Gary Ross / Roteiro: Leonard Hartman, Gary Ross / Elenco: Matthew McConaughey, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali / Sinopse: O filme narra a história de um soldado do exército confederado durante a Guerra Civil americana que certo dia resolve abandonar o campo de batalha. Caçado como desertor ele foge para os pântanos do sul, onde acaba conhecendo escravos fugitivos de seus donos. Lá cria uma sentimento de irmandade com eles, lutando ao lado daqueles homens em busca de uma verdadeira liberdade.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de março de 2015
Seabiscuit - Alma de herói
O elenco conta com dois bons interpretes. O primeiro é Tobey Maguire que interpreta o Jóquei Red Pollard. Tentando se livrar o estigma do personagem mais famoso de sua carreira (O Homem Aranha), Maguire tenta trazer veracidade ao seu papel, um sujeito ora romântico, ora perspicaz, com vontade de vencer. Jeff Bridges está na pelo do dono de Seabiscuit, o milionário Charles Howard. Bridges é aquele tipo de ator que traz brilho a qualquer papel que interprete, seja a de um hippie fora de moda, seja a de um vilão em blockbusters. Muito versátil consegue elevar o filme no quesito atuação. Ao final da sessão o espectador sai do cinema com duas conclusões. A primeira, mais óbvia, é a de que acabou de assistir a um filme tecnicamente bem realizado, com boa reconstituição de época e roteiro redondinho. A segunda é que a enorme quantidade de indicações ao Oscar (oito ao total) foram desproporcionais. O filme é certamente bom mas não excepcional ao ponto de ganhar tantas indicações. Assim como o cavalo da história real esse filme também parece ter sido um vencedor improvável. A arte imitando a vida.
Seabiscuit – Alma de Herói (Seabiscuit, Estados Unidos, 2003) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, inspirado no livro de Laura Hillenbrand / Elenco: Tobey Maguire, Jeff Bridges, Chris Cooper, William H. Macy / Sinopse: Filme baseado na história real do cavalo Seabiscuit que na década de 1930 surpreendeu os EUA por causa de suas vitórias improváveis. Indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor som, melhor edição, melhor figurino, melhor direção de arte e melhor fotografia. Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor filme drama e melhor ator coadjuvante (William H. Macy).
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de fevereiro de 2015
A Vida em Preto e Branco
Título Original: Pleasantville
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross
Elenco: Reese Witherspoon, Tobey Maguire, William H. Macy, Jeff Daniels, Joan Allen
Sinopse:
Fã de seriados antigos, em preto e branco, é tragado pela própria TV e ao lado da irmã são transportados para os episódios das séries antigas de que tanto gostam. Uma vez lá entendem o choque de costumes e moral existentes entre as décadas de 1950 (onde as estórias da série são ambientadas) e a sua própria cultura de vida e comportamento dos anos 1990 (onde vivem no mundo real). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música.
Comentários:
Um filme bem simpático, ideal para quem gosta desse clima mais vintage e nostálgico, mesmo que não tenha idade suficiente para ter vivido naqueles anos. No fundo é uma grande alegoria sobre a repressão que imperava naqueles tempos e a suposta liberdade de costumes e moral que começou a viver a sociedade americana após o advento da contra cultura. Pessoalmente considero a ideia muito boa, pena que não foi muito bem desenvolvida. Passados os momentos iniciais onde o espectador capta a mensagem subliminar do roteiro tudo começa a cair na vala comum e o pior é que em certos momentos a coisa resvala diretamente para a vulgaridade pura e simples. Mesmo assim, com esses tropeços eventuais, o filme como um todo ainda consegue se salvar. Em termos de elenco aqui vão algumas considerações breves. Reese Witherspoon está muito bonita naquele figurino clássico. Ela tem uma beleza toda particular e se saiu muito bem nessa transposição de época. Uma verdadeira Pin-up. Tobey Maguire continua o mesmo, fazendo o mesmo tipo de personagem filme após filme (nem quando encarou o Homem-Aranha ele conseguiu sair desse estilo). Seu papel não é grande coisa e ele não consegue se destacar. Sinceramente considero a fama de Tobey meio forçada após todos esses anos. Jeff Daniels é outro ator caricato. Ele parece ter caído de alguma comédia bem no meio do enredo. Não chega a ser desastroso, mas sua cara de sonso em determinados momentos nos faz soltar alguns bocejos. William H. Macy é quem no final das contas se sai melhor. Não canso de dizer que ele é de fato um ator raro, desses que nunca se tornaram astros, mas que costumam roubar todos os filmes dos quais participa. Então é isso, "Pleasantville" poderia ser bem melhor do que realmente é, porém não chega a ser uma decepção completa. Vale ao menos uma espiada.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Jogos Vorazes
"Jogos Vorazes" é a nova franquia de Hollywood destinada ao público adolescente. Depois do fim de "Harry Potter" os estúdios procuravam por algo com a mesma força e sucesso. Acabaram encontrando o que buscavam numa série de livros de autoria de Suzanne Collins. O público alvo obviamente é o adolescente, atualmente a grande força nas bilheterias de cinema. A trama não me soa como novidade, para falar a verdade a premissa e o argumento são semelhantes demais com um antigo texto de Stephen King chamado "The Running Man" que inclusive já virou filme com Arnold Schwarzenegger na década de 80 (O Sobrevivente). Tanto lá como cá o que vemos é um grupo de pessoas tentando sobreviver a jogos mortais impostos por um Estado autoritário e forte, que utiliza a matança como forma de entretenimento das massas controladas. Tudo sob a forma de programas de TV de grande audiência.
De certa forma tanto "The Running Man" como "Jogos Vorazes" são releituras modernas dos esportes romanos da Antiguidade. É uma moderna visão dos Gladiadores, lutadores que entravam na arena para entreter a massa em combates mortais. É a velha política do "Panis et Circenses" (Pão e Circo). Agora o que se louva em relação a "Jogos Vorazes" é que em essência temos aqui um produto honesto, nada pretensioso e que se vende pelo que realmente é: uma aventura adolescente, com vários clichês caros ao universo juvenil: as lutas de vida e morte, a paixão levada às últimas consequências (até Romeu e Julieta está inserida na trama) e por fim a linguagem de videogame, rápida, visceral, que obviamente faz a cabeça dos garotos e garotas pós púberes. Em termos de nicho "Jogos Vorazes" vem para ocupar o vácuo deixado por "Crepúsculo". É a velha máxima "Rei Morto, Rei Posto". A boa notícia é que esse filme é bem melhor do que a saga dos vampiros e ao contrário de "Twilight" há uma grande atriz em cena, Jennifer Lawrence. Bonita, com excelente presença em cena, ela tem sido a aposta de Hollywood como a mais provável futura estrela do cinema americano. Eu não tenho nenhuma dúvida que isso vá acontecer, até porque "Jogos Vorazes" foi um enorme sucesso de bilheteria. Só espero que ela não se envolva em projetos ruins e escolhas erradas daqui pra frente. Em conclusão podemos dizer que "Jogos Vorazes" diverte, entretém e cumpre seus objetivos. Um bom filme que inaugura uma nova franquia blockbuster Made in Hollywood. Que venha as próximas continuações então.
Jogos Vorazes (The Hunger Games, Estados Unidos, 2012) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Suzanne Collins, Billy Ray baseado no livro de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Woody Harrelson / Sinopse: Após uma rebelião de vários distritos o governo central de um Estado autoritário e forte impõe que anualmente dois jovens (um garoto e uma garota) de cada distrito sejam levados como tributo a participar dos "Jogos Vorazes", competição televisiva onde os participantes lutam entre si até a morte. Apenas um poderá sobreviver.
Pablo Aluísio.