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domingo, 8 de setembro de 2024

O Dirigível Hindenburg

Título no Brasil: O Dirigível Hindenburg
Título Original: The Hindenburg
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Wise
Roteiro: Richard Levinson, William Link
Elenco: George C. Scott, Anne Bancroft, Burgess Meredith, Charles Durning, Alan Oppenheimer, Gig Young

Sinopse:
O filme recria o grande desastre do zeppelin Hindenburg em Nova Iorque. Ele estava chegando de uma longa viagem, de onde havia partido de Berlim na Alemanha. Nos Estados Unidos a faísca de um raio acabou criando uma imensa bola de fogo nos céus da grande cidade norte-americana. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som, Melhor Direção de Arte e Melhor Direção de Fotografia. 

Comentários:
Uma das imagens mais impressionantes de desastres aéreos da história aconteceu quando essa grande aeronave chegou em Nova Iorque e antes que estivesse no ponto certo para pousar se transformou em uma grande bola de fogo! Acontece que o combustível usado para inflar o dirigível era altamente inflamável e quando um pequeno raio de uma tempestade o atingiu o desastre se tornou completo. Uma imagem realmente impressionante que foi capturada por câmeras na época - uma coisa que chocou todo o mundo! Pois bem, esse filme também é excelente. O assisti há alguns anos e já na primeira vez que o vi fiquei impressionado com os excelentes efeitos especiais. Faz parte daquela moda de filmes catástrofe dos anos 70, mas é bem diferenciado. Um filme realmente muito bom, para se ter na coleção particular de qualquer cinéfilo que se preze. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

O Canhoneiro do Yang-Tsé

Título no Brasil: O Canhoneiro do Yang-Tsé
Título Original: The Sand Pebbles
Ano de Lançamento: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Wise
Roteiro: Richard McKenna, Robert Anderson
Elenco: Steve McQueen, Richard Crenna, Candice Bergen, Richard Attenborough, Emmanuelle Arsan, Larry Gates

Sinopse:
Marinheiro americano chega na China, no começo do século XX, para servir em um velho navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos. Sua função é trabalhar na casa de máquinas da velha embarcação e logo surgem inúmeros problemas, entre eles um clima revolucionário que parece tomar conta da população local. Eles querem os estrangeiros fora de sua nação. Além disso o novo membro da tripulação não parece se entrosar muito bem com os demais marinheiros do navio. 

Comentários:
Um bom filme que chegou a concorrer a oito estatuetas do Oscar! Para um filme desse estilo, que priorizava a ação, era realmente algo fora da rota da Academia. O destaque do elenco vai mais uma vez para o ator Steve McQueen. Ele interpreta o protagonista, um marinheiro que precisa contornar muitos problemas. Ele não é necessariamente bem-vindo naquele navio e para piorar tudo, acaba se envolvendo numa confusão na cidade chinesa para onde vai passar um tempo de licença. E como o clima revolucionário já se instalava entre o povo chinês, sua presença se torna ainda mais perigosa e agrava o antagonismo dos chineses para com os militares americanos. E ele não poderia mesmo contar nem com o apoio de seus próprios colegas da Marinha, uns tipos meio intragáveis. É curioso porque o personagem de McQueen acaba morrendo na última cena do filme. Eu não me lembro de ter visto essa situação em nenhum outro filme desse ator. Outra novidade. Por fim uma observação. O filme tem mais de 3 horas de duração! Talvez por essa razão não tenha sido um grande sucesso comercial e raramente tenha sido exibido nos canais de filmes clássicos. Esse tipo de duração certamente vai exigir um pouco de paciência e compromisso por parte do espectador. Mas vá em frente, o resultado final é muito bom e o filme certamente vale a pena. 

Pablo Aluísio.


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Famintas de Amor

Título no Brasil: Famintas de Amor
Título Original: Until They Sail
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Wise
Roteiro: Robert Anderson, James A. Michener
Elenco: Paul Newman, Joan Fontaine, Jean Simmons, Sandra Dee, Piper Laurie, Charles Drake

Sinopse:
Esse filme mostra o drama vivido por um grupo de mulheres que mora na Nova Zelândia após o começo da Segunda Guerra Mundial. Os homens da vila onde moram vão para a guerra e elas ficam sozinhas. Então quando um batalhão das forças armadas dos Estados Unidos chega na região começa uma série de relacionamentos entre elas e os militares estrangeiros. Algo não permitido pelo alto comando das forças militares. 

Comentários:
Bom filme romântico da década de 1950. O ator Paul Newman interpreta esse militar norte-americano que vai parar na distante Nova Zelândia durante a II Guerra Mundial. Ali ele conhece a realidade de três irmãs, todas solitárias, lutando pela vida. Claro que acaba se relacionando com uma delas, mas isso traz problemas. Havia certos regulamentos dentro das forças armadas dos Estados Unidos que impedia esse tipo de relacionamento amoroso entre os soldados e oficiais com a população local. De certa maneira o filme tem semelhanças com "Sayonara" de Marlon Brando, sendo esse passado no Japão. O elenco também é muito bom, com destaque para a jovem adolescente Sandra Dee interpretando a mais jovem das irmãs e do próprio Paul Newman, aqui interpretando um sujeito meio indeciso, inseguro. Ele não consegue decidir se vai mesmo entrar fundo naquele romance. Enfim, bom filme, deixo a minha recomendação. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Amor, Sublime Amor

"West Side Story" segue sendo um dos filmes musicais mais aclamados da história de Hollywood. E o interessante de tudo é que essa produção foi lançada em um momento complicado para o gênero musical. Não chegava nem perto do auge do gênero, dos tempos de Fred Astaire e Gene Kelly. O resultado dessa boa iniciativa de se trazer o estilo dos antigos musicais para uma realidade mais próxima dos jovens foi a consagração de público e crítica, inclusive com a premiação de uma chuva de Oscars, algo que na época foi considerado muito surpreendente inclusive para os realizadores do filme. Eles esperavam por uma recepção bem mais modesta, talvez alguns linhas elogiosas no New York Times, nada muito além disso. Jamais pensaram que essa produção iria levar o Oscar de melhor filme do ano. Era algo impensável para os produtores.

E sem dúvida "Amor, Sublime Amor" se destacava por se comunicar com os jovens de sua época. Ao invés de adotar o estilo dos musicais do passado, optou por levar a música e a dança para a realidade daquela juventude. E isso significava que o enredo e a sua história seria contada nas ruas, no meio dos jovens latinos, dos bairros mais pobres das grandes cidades. O resultado não poderia ter sido melhor. Contando com um elenco muito inspirado e talentoso, o filme se destacou por sua linguagem moderna e atual. Para sobreviver o musical tinha mesmo que se adaptar aos novos tempos.

Amor, Sublime Amor (West Side Story, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Wise, Jerome Robbins / Roteiro: Ernest Lehman / Elenco: Natalie Wood, George Chakiris, Richard Beymer, Rita Moreno / Sinopse: Dois jovens de gangues rivais de Nova York se apaixonam, mas as tensões entre seus respectivos amigos se transformam em tragédia. Filme premiado em 10 categorias do Oscar, entre elas as de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Rita Moreno), melhor roteiro adaptado, melhor direção e melhor direção de fotografia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Marcado pela Sarjeta

Esse é um filme baseado em fatos reais. Na história de um dos lutadores mais conhecidos da história do boxe americano. O roteiro é até bem convencional, sendo respeitoso com o protagonista, muito embora não esconda seus problemas pessoais e profissionais. Tudo levado numa ótica mais realista possível.O texto do roteiro foi baseado na autobiografia do lutador de boxe Rocky Graziano, aqui sendo interpretado por Paul Newman, acompanhamos sua trajetória desse boxeador rumo ao sucesso no esporte, seus amores, dramas e finalmente a queda após um momento de auge e excessos em sua carreira. Foi considerado um excelente drama esportivo, uma cinebiografia tocante e talentosa do popular lutador de boxe Rocky Graziano. O papel havia sido escrito para ser estrelado por James Dean, embora ele não tivesse altura e porte físico suficientes para encarnar o famoso boxeador. Com sua morte em um acidente de carro na estrada de Salinas, na Califórnia, a MGM ficou algum tempo em busca de um ator talentoso para encarnar Rocky nas telas. A procura porém não demorou muito, pois um novo astro estava surgindo em Hollywood. E o jovem Paul Newman parecia ser o sucessor natural de James Dean, até porque o caminho de ambos já tinham se cruzado algumas vezes na capital mundial do cinema.

Paul Newman, que também vinha do mesmo Actors Studio de Dean, se revelou ser uma excelente opção. A estrutura do roteiro se revelava perfeita em três atos, mostrando a luta de Rocky em chegar ao topo, seus excessos e sua queda, tanto no esporte como na vida. Os destaques em termos de técnica cinematográfica vão para a bela fotografia e a inspirada direção de arte (não por acaso vencedoras do Oscar). A edição também se destaca, principalmente nas cenas de luta, que imprime uma grande agilidade nas sequências. Além disso Newman conseguiu pela primeira vez no cinema disponibilizar ao público uma excelente atuação. Outro destaque do elenco vem com a presença da atriz Pier Angeli, o grande amor de James Dean, que se destaca em sua personagem. Ela era inegavelmente uma boa atriz, porém morreu muito cedo, precocemente. Depois da morte de James Dean tentou uma nova vida em Hollywood, se casou, mas se tornou uma pessoa infeliz com o passar dos anos. Nessa produção ela teve a melhor atuação de toda a sua carreira. Em suma um belo clássico que merece ser redescoberto sempre que possível.

Marcado pela Sarjeta (Somebody Up There Likes Me, Estados Unidos, 1956) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Robert Wise / Roteiro: Ernest Lehman / Elenco: Paul Newman, Pier Angeli, Everett Sloane / Sinopse: De origem humilde, o lutador de boxe Rocky Graziano (Paul Newman) começa a subir na carreira, se transformando em um campeão dos ringues. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Joseph Ruttenberg) e Melhor Direção de Arte (Cedric Gibbons e Malcolm Brown). Indicado ainda a Melhor Edição.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de abril de 2019

Honra a um Homem Mau

O jovem cowboy Steve Miller (Don Dubbins) chega nas vastas terras pertencentes ao criador de cavalos e rancheiro Jeremy Rodock (James Cagney). Rodock é um sujeito durão, já envelhecido mas polido nas durezas do velho oeste. Ele chegou no território do Wyoming há muitas décadas e onde não havia nada conseguiu construir um rancho próspero e bem sucedido. Jeremy resolve dar uma chance ao jovem Miller e ele passa a fazer parte do grupo de empregados do rancho. A situação anda tensa na região pois há uma série de roubo de cavalos, atos criminosos provavelmente cometidos por um velho sócio de Rodock. Onde não há a presença da lei os rancheiros resolvem punir os ladrões de uma forma nada sutil: os pendurando em árvores, numa morte lenta e penosa por enforcamento. 

James Cagney se notabilizou em sua carreira ao interpretar gangsters durões durante a lei seca. Como esquecer, por exemplo, seu marcante personagem em "Anjos de Cara Suja"? Ele foi tão popular quanto Clark Gable, Gary Cooper ou Spencer Tracy, mas ao contrário desses atores raramente interpretava mocinhos em filmes românticos. James Cagney era baixinho, atarracado e tinha cara de mau e assim fez sua carreira. Essa produção foi realizada quando ele já era um veterano venerado em Hollywood, prestes a se aposentar (o que aconteceria cinco anos depois). Seu personagem, o velho Jeremy Rodock, é seguramente a melhor coisa do filme que é muito bom, acima da média, mostrando como era a dura de criadores de cavalos naqueles tempos.

No meio das perseguições contra os ladrões de cavalos o roteiro ainda encontra espaço para inserir uma muito bem desenvolvida relação amorosa entre Rodock e Jocasta Constantine (Irene Papas) que não consegue se decidir entre assumir um relacionamento com o velho ou se enamorar por algum jovem cowboy. Isso acaba criando uma tensão entre todos os personagens do rancho, o que enriquece bastante a trama. O cineasta Robert Wise assim realiza mais um belo trabalho em sua filmografia. Um filme até bem humano, que consegue desenvolver uma boa carga dramática em um western dos mais bem realizados.

Honra a um Homem Mau (Tribute to a Bad Man, Estados Unidos, 1956)  Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Robert Wise / Roteiro: Michael Blankfort, Jack Schaefer / Elenco: James Cagney, Don Dubbins, Irene Papas, Vic Morrow, Lee Van Cleef / Sinopse: Rancheiro poderoso e cowboy vivem e lutam em uma terra sem lei  no velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de março de 2019

Ratos do Deserto

Norte da África. Segunda Guerra Mundial. As tropas do eixo comandadas pelo brilhante general Erwin von Rommel (James Mason) tentam destruir os últimos batalhões de resistência aliada entrincheirados em Tobruk. O capitão inglês 'Tammy' MacRoberts (Richard Burton) é enviado para o campo de batalha para liderar um regimento australiano que tem como missão deter o avanço dos tanques do Afrika Korps alemão. Disciplinador e austero com seus comandados, ele logo se torna uma figura de destaque no meio do histórico conflito. Conseguirá ser bem sucedido em seu plano de defesa? Para quem gosta de filmes sobre a II Guerra Mundial esse "Ratos do Deserto" é um prato cheio. O roteiro explora uma das mais famosas e sangrentas batalhas de toda a guerra, a luta pelo controle do norte da África, uma região hostil, complicada, onde uma luta feroz entre alemães e ingleses se desenvolve. Eles travam uma queda de braço que entrou para a história. O capítulo de enfrentamento entre alemães e ingleses nas areias do deserto no norte da África certamente é um dos momentos mais estudados e lembrados de toda a guerra. Choque de titãs!

O elenco conta com dois grandes atores. James Mason está excelente como Rommel. Sua atuação não é apenas grandiosa no que diz respeito ao estilo do general mas também fisicamente, pois ele está muito parecido com o militar alemão. Richard Burton também se destaca em seu papel. Seu personagem encontra um dilema pessoal quando encontra um velho professor de sua adolescência lutando como um mero soldado raso em seu pelotão. Os diálogos que travam mostram bem como o roteiro é bem escrito, caprichado mesmo. Outro destaque é o talento demonstrado por Robert Wise, um grande cineasta. Ele procura ser realista mas também abre espaço para cenas que são visualmente impressionantes como a dos soldados caminhando em direção ao horizonte, enquanto olham para as explosões que os esperam, se refletindo nas nuvens do céu. Esse momento tem um grande impacto para o espectador pois vemos a fragilidade daqueles homens em frente a um conflito de dimensões épicas. Outra cena tecnicamente perfeita acontece quando Rommel ordena um ataque bem no meio de uma tempestade no deserto. Ele pretende literalmente camuflar seus tanques no meio do caos causado pela areia. Em conclusão podemos dizer que "Ratos do Deserto" merece o status de ser considerado um dos melhores filmes de guerra já feitos pelo cinema americano. É um filme realmente excepcional em todos os aspectos.

Ratos do Deserto (The Desert Rats, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Robert Wise / Roteiro: Richard Murphy / Elenco: Richard Burton, James Mason, Robert Newton / Sinopse: O filme resgata a acirrada batalha travada entre ingleses e alemães no norte da África durante a segunda guerra mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Desafio ao Além

Título no Brasil: Desafio ao Além
Título Original: The Haunting
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Wise
Roteiro: Nelson Gidding, Shirley Jackson
Elenco: Julie Harris, Claire Bloom, Richard Johnson

Sinopse:
Um professor de antropologia resolve formar um grupo de pesquisas para investigar os estranhos fenômenos que acontecem numa velha mansão chamada Hill House. Palco de inúmeras tragédias no passado, o casarão agora manifesta fantasmagorias e eventos de complicada explicação. O professor pretende usar a ciência para provar a existência de paranormalidade no sinistro lugar.

Comentários:
Em um primeiro momento o espectador desavisado pode pensar tratar-se apenas de mais um filme de casas mal assombradas. O diferencial porém surge com a direção do genial cineasta Robert Wise (de tantos filmes memoráveis como "O Dia em que a Terra Parou" e "Marcado pela Sarjeta") pois em nenhum momento ele se rende aos clichês do gênero, pelo contrário resolve investir muito mais na complexidade psicológica de seus personagens do que em sustos gratuitos. Sua elegância em conduzir esse enredo lhe valeu merecidamente uma indicação ao Globo de Ouro daquele ano, inclusive muitos acharam uma injustiça que ele não fosse também indicado ao Oscar de melhor diretor, diante de tal belo trabalho de direção de seus atores. A direção de arte do filme também é de muito bom gosto, pois a própria mansão House Hill logo se torna um dos personagens do filme, tal sua onipresença em todos os momentos. Um clássico do terror que assim como "O Dia em que a Terra Parou" reverteu as soluções fáceis de seu gênero cinematográfico para dar algo a mais para seu público. Sim, é uma pequena obra prima do cinema clássico de terror.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Marcado pela Sarjeta

Título no Brasil: Marcado pela Sarjeta
Título Original: Somebody Up There Likes Me
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Wise
Roteiro: Ernest Lehman
Elenco: Paul Newman, Pier Angeli, Everett Sloane

Sinopse:
Em roteiro baseado na autobiografia do lutador de boxe Rocky Graziano, acompanhamos sua trajetória rumo ao sucesso no esporte, seus amores, dramas e finalmente a queda após um momento de auge e excessos em sua carreira. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Joseph Ruttenberg) e Melhor Direção de Arte (Cedric Gibbons e Malcolm Brown). Indicado ainda a Melhor Edição.

Comentários:
Excelente drama esportivo estrelado por Paul Newman, em cinebiografia tocante do popular lutador de boxe Rocky Graziano. O papel havia sido escrito para ser estrelado por James Dean (embora ele não tivesse altura e porte físico suficientes para encarnar o famoso boxeador). Com sua morte a MGM ficou algum tempo em busca de um ator talentoso para encarnar Rocky nas telas. Paul Newman, que também vinha do mesmo Actors Studio de Dean, se revelou ser uma excelente opção. A estrutura do roteiro se revela perfeita em três atos, mostrando a luta de Rocky em chegar ao topo, seus excessos e sua queda, tanto no esporte como na vida. Os destaques em termos de técnica cinematográfica vão para a bela fotografia e a inspirada direção de arte (não por acaso vencedoras do Oscar). A edição também se destaca, principalmente nas cenas de luta, que imprime uma grande agilidade nas sequências. Além disso Newman consegue pela primeira vez no cinema disponibilizar ao público uma excelente atuação. Outro destaque do elenco vem com a presença da atriz Pier Angeli, o grande amor de James Dean, que se destaca em seu personagem. Em suma um belo clássico que merece ser redescoberto sempre que possível.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2018

O Túmulo Vazio

Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.

No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.

O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.

O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de junho de 2018

O Mar é Nosso Túmulo

Título no Brasil: O Mar é Nosso Túmulo
Título Original: Run Silent Run Deep
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Robert Wise
Roteiro: John Gay, Edward L. Beach
Elenco: Clark Gable, Burt Lancaster, Jack Warden, Brad Dexter

Sinopse:
Após ver seu submarino ser destruído em combate o capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) usa de sua influência política para receber o comando de uma nova embarcação. Assim ele é nomeado comandante novamente para retornar as costas do Japão. Seu primeiro oficial, o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster), logo percebe que Richardson está obcecado em retornar ao mesmo lugar onde seu antigo submarino foi destruído. Mesmo contrariando ordens superiores, ele avança rumo em direção ao mesmo ponto onde se travou a batalha anterior, colocando em risco a vida de todos os tripulantes. Filme premiado pelo Laurel Awards na categoria de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Russell Harlan). 

Comentários:
O cenário onde se trava todo o enredo de "Run Silent Run Deep" é o mar da costa do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. É justamente lá que o obcecado capitão 'Rich' Richardson (Clark Gable) deseja se vingar de seus algozes, que colocaram a pique seu submarino anterior, matando muitos de seus homens. Obviamente que em um conflito tão complexo como aquele não haveria espaço para vinganças pessoais e é justamente isso que o coloca em rota de colisão com o tenente Jim Bledsoe (Burt Lancaster). Esse filme tem ótimo elenco e melhora bastante pelo fato de haver uma constante tensão entre os personagens de Gable e Lancaster. Esse último foi destituído de última hora do comando para dar lugar ao capitão interpretado por Gable, algo lamentado por toda a tripulação. Para piorar a vida daqueles militares seu novo comandante parece carregar traumas de guerra, querendo o tempo todo partir para uma briga de fundo pessoal contra um navio de guerra japonês em particular, justamente o mesmo que afundou seu submarino alguns meses antes. 

O filme é curto, mas muito eficiente. Uma obra cinematográfica enxuta que se propõe a contar uma estória de vingança e redenção em plena guerra e o faz muito bem. Tecnicamente o filme envelheceu, como era de se esperar, pois as miniaturas dos navios e submarinos se tornam bem óbvias em determinadas cenas, mas o espectador deve encarar tal situação como fruto das próprias limitações em termos de efeitos especiais da época. Aliás haverá até mesmo o afloramento de um sentimento de nostalgia ao ver essas sequências. De forma em geral é um bom filme de guerra, encarando o cotidiano de militares servindo em um submarino americano da época, durante a segunda grande guerra. Em relação a isso o filme também merece elogios pois os cenários do interior da embarcação são extremamente realistas, mostrando ambientes pequenos e claustrofóbicos, tal como na vida real. Dizem que Clark Gable e Burt Lancaster não se deram muito bem nas filmagens, mas isso não passa para a tela, prejudicando o resultado final, que repito é muito bom e especialmente indicado para fãs de filmes clássicos de guerra.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A Maldição do Sangue da Pantera

Título no Brasil: A Maldição do Sangue da Pantera
Título Original: The Curse of the Cat People
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Gunther von Fritsch, Robert Wise
Roteiro: DeWitt Bodeen
Elenco: Simone Simon, Kent Smith, Jane Randolph
  
Sinopse:
Amy Reed (Ann Carter) aparenta ser uma garota normal, mas isso não corresponde a realidade dos fatos. Ela tem uma mente mais imaginativa do que as demais meninas de sua idade, a ponto de suas coleguinhas de escola dizerem que ela vive sonhando. Após receber um anel de uma senhora que mora numa grande casa sombria na vizinhança ela começa a ter visões de uma bela dama em seu quintal. Mal sabe ela que Irena (Simone Simon), sua suposta amiga imaginária, é na realidade o fantasma da ex-esposa de seu pai, uma mulher estranha que tinha o poder de se transformar em uma pantera negra.

Comentários:
Que filme surpreendentemente bom! Inicialmente você pensa que vai assistir apenas a uma sequência caça-niqueis de "Sangue de Pantera". Ledo engano. Em certos aspectos essa continuação consegue ser melhor do que o filme original! Falando sinceramente poderia ser um roteiro até mesmo isolado da trama do primeiro filme. O clima mais espiritualista e a proposta diferenciada realmente fazem com que essa produção tenha um estilo bem próprio e singular. O enredo gira praticamente todo em torno de Amy Reed (Ann Carter). Ela é a filha do casal formado por 'Ollie' Reed (Kent Smith) e sua esposa Alice (Jane Randolph). Em "Sangue de Pantera" acompanhamos como se conheceram e se apaixonaram. Apesar de Ollie ser casado com Irena (Simone Simon), sua personalidade difícil e suas crenças fora do comum foram minando aos poucos o conturbado relacionamento. Ela tinha certeza que havia sido amaldiçoada em sua vila na Sérvia e que por isso se transformaria em uma pantera em noites escuras e sombrias. Depois dos trágicos acontecimentos do primeiro filme com a morte de Irena, finalmente Ollie e Alice ficaram livres para se casar. O problema é que Amy, sua filha, não age como uma garotinha normal de sua idade. Ela não tem amigos e cultiva uma imaginação fora do comum, onde realidade e fantasia geralmente se confundem. Quando ela começa a ter visões de Irena no jardim de sua casa as coisa complicam ainda mais. Ela surge em sua forma espiritual, como se fosse sua amiga imaginária. A fronteira que separa fantasia e realidade vai ficando cada vez mais estreita, para desespero de seus pais. 

O roteiro ainda apresenta outros personagens interessantes, como uma veterana atriz de teatro que vive em sua sombria casa ao lado da filha, ao qual não mais reconhece. O clima de sombras e medo atravessa todo o filme, mas tudo é realizado com tanto bom gosto que não podemos ficar menos do que surpresos. Para quem gostou das mulheres que se transformam em panteras fica o aviso que o roteiro agora apresenta outro foco, a ponto inclusive de não haver mais feras em cena. O terror é mais psicológico. Como eu já escrevi, apesar de haver uma pequena ligação com a trama do primeiro filme essa sequência é tão própria e particular que poderia até mesmo ser assistida sem ver o filme anterior. Por fim vale a menção da presença do grande Robert Wise na direção. Um dos mestres em sua especialidade, a presença do talentoso cineasta explica muita coisa, inclusive sua qualidade fora do comum. Esse foi o primeiro trabalho creditado de Wise como diretor e ele resolveu caprichar bastante, tanto no aspecto puramente técnico (há ótima utilização de luz e sombras) como de roteiro (a trama é de fato bem surpreendente). Seu talento que iria despontar no clássico "O Dia em que a Terra Parou" já dá sinais bem claros aqui. É de fato uma pequena obra prima clássica, não se enganem sobre isso. É aquele tipo de filme que se revela muito melhor do que aparenta ser.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O Dia em que a Terra Parou

Título no Brasil: O Dia em que a Terra Parou
Título Original: The Day the Earth Stood Still
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Wise
Roteiro: Edmund H. North, Harry Bates
Elenco: Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe

Sinopse:
O que parecia ser uma manhã como outra qualquer na capital dos Estados Unidos, Washington, logo se torna palco de um evento histórico para a humanidade. Uma nave espacial desce perto da Casa Branca e de dentro dela saem dois tripulantes. Klaatu (Michael Rennie) e o robô gigante Gort (Lock Martin). Eles trazem uma mensagem de paz e amizade do planeta de onde vieram mas sua presença aterroriza os humanos que logo tomam medidas desproporcionais e irracionais em relação aos visitantes interplanetários.

Comentários:
Não é todo dia que um clássico Sci-fi desse porte é exibido na TV. Uma ótima notícia para quem ainda não teve a oportunidade de assistir a um dos maiores clássicos de ficção da história do cinema americano. "O Dia em que a Terra Parou" é um primor, uma verdadeira obra prima do gênero e deve ser compreendido como um produto de sua época. Nos anos 1950 como bem se sabe, havia a paranoia da guerra fria no ar. Estados Unidos e União Soviética estavam à beira de um colapso nuclear. Esse constante clima de terror e medo acabou gerando um subproduto dos mais interessantes - a dos filmes de Sci-fi com seus monstros atômicos e raças de outros planetas que viam até a Terra para destruir a humanidade. O grande diferencial dessa produção em relação às outras é que ela tinha uma perspectiva diferenciada, os ETs não vinham com intenções de destruir a civilização humana mas sim se tornar sua parceira universal, de criar verdadeiros laços de amizade entre as civilizações, o que não impede os militares da Terra de agirem de forma completamente errada com os bem intencionados visitantes das estrelas. Era claramente uma mensagem pacifista, de paz entre as potências. Sua mensagem positiva acabou transformando o filme em um dos melhores do gênero, se tornando de fato uma das mais aclamadas produções dos anos 50. Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O Enigma de Andrômeda

Assisti hoje esse clássico da ficção dirigido pelo mestre Robert Wise. É a tal coisa, um filme como esse hoje dificilmente se sairia bem nas bilheterias já que seu roteiro é totalmente focado dentro de um centro de controle de contaminação com os diálogos centrados numa linguagem que se propõe a ser científica. Eu não sou muito fã do Michael Crichton porque não o considero um escritor de ficção científica de grande qualidade, na realidade ele era no fundo um escritor de contos fantásticos à la anos 50, como bem provam seus maiores sucessos (como Jurassick Park). Era um escritor chegado num exagero.

Assim até fiquei surpreso com o equilíbrio que esse "Enigma de Andrômeda" possui. Não há excessos demais e ele tenta de todas as formas se manter numa linha mais científica (embora todos saibamos que é tudo puro escapismo intelectual pseudocientífica). O filme é bom, prende a atenção e é bem interpretado. Claro que como toda ficção científica de longa data seus efeitos estão totalmente datados hoje em dia, mas nem isso compromete graças à excelente direção de Wise. Ele mantém bem o clima de suspense e consegue deixar o espectador interessado na busca de entender esse novo organismo chamado Andrômeda. Não aconselho o filme a pessoas que não gostam de muito bate papo técnico pois é nisso que o filme centra fogo. Caso contrário, se essa for a sua praia, a diversão certamente será garantida.

O Enigma de Andrômeda (The Andromeda Strain, Estados Unidos, 1971) Direção: Robert Wise / Roteiro: Nelson Gidding baseado no livro de Michael Crichton / Elenco: James Olson, Arthur Hill, David Wayne / Sinopse: Um grupo de cientistas investiga uma série de mortes causadas por um vírus misterioso para a ciência. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Jornada Nas Estrelas - O Filme

Para muitos o melhor filme de Jornada Nas Estrelas no cinema. Para outros um projeto bem intencionado que simplesmente não deu certo. Hoje, passados tantos anos, fica complicado saber com exatidão aonde esse primeiro filme da franquia Star Trek se encontra. Penso que ele está mais de acordo com a primeira opinião. De fato é um dos melhores roteiros de ficção científica já feitos, extremamente original, inteligente e bem escrito. O problema é que o público não entendeu a essência da produção na época e saiu com um gostinho de decepção amargo na boca. Uma injustiça certamente. Embora muitos críticos torçam o nariz  até hoje para o filme o qualificando de chato, arrastado e aborrecido, a verdade é que Star Trek 1 é muito mais do que isso. Dirigido pelo mestre Robert Wise (o cultuado cineasta de grandes clássicos Sci-Fi do passado como "O Dia Em Que a Terra Parou") o filme foca muito mais no lado cerebral da trama, deixando de certa forma a ação em segundo plano. O público acostumado com as explosões das guerras espaciais de Star Wars certamente estranhou e por essa razão houve tanta controvérsia em torno dessa obra. Bobagem, o tempo trouxe reconhecimento e hoje a produção é considerada cult e isso não apenas pelos fiéis fãs das aventuras de Spock e Kirk, mas também por quem aprecia filmes desse gênero em especial.

A trama acompanha a chegada na Terra de um estranho fenômeno cósmico que sai destruindo tudo por onde passa. Os principais cientistas não sabem ao certo do que se trata e nem qual seria sua verdadeira natureza. Desesperados enviam a nave Enterprise para tentar entender o que afinal seria esse verdadeiro "destruidor de mundos" que ruma direto em direção ao nosso planeta. O mais curioso é que embora desconhecido em nosso sistema solar a estranha "criatura" parece soar muito familiar para todos. Seria parte de algo inerente à nossa própria história que estaria voltando para um acerto de contas final? Não convém revelar mais nada. Como já escrevi antes, grande parte da força dessa produção provém de um roteiro muito bem elaborado, que certamente causou muito impacto aos fãs da antiga série televisiva. Como sempre digo Star Trek tem tanta força mesmo após tantos anos por causa da qualidade absoluta de seus roteiros. Os efeitos podem ficar velhos (até ridículos) mas tudo o que envolve Jornada nas Estrelas consegue romper a barreira do tempo justamente por causa das tramas magistralmente bem escritas. Aqui não é exceção. Considero o argumento uma preciosidade, que vai tocar fundo em todos aqueles que amam a saga e acompanham os nossos avanços científicos a cada ano. Uma preciosidade do gênero Sci-Fi que merece ser reavaliado e revisto sempre. Uma obra prima certamente.

Jornada Nas Estrelas - O Filme (Star Trek: The Motion Picture, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Wise / Roteiro: Alan Dean Foster, Harold Livingston baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, George Takei, Majel Barrett, Walter Koenig, Nichelle Nichols / Sinopse: Uma terível ameaça ao nosso planeta vem em direção à Terra. Não se sabe ao certo do que se trata, ou qual seria sua natureza cósmica! Para investigar a nave Enterprise é enviada em direção ao "destruidor de Mundos" para tentar descobrir do que realmente se trata.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Dois na Gangorra

Jerry Ryan (Robert Mitchum) é um advogado de Nebraska que chega a Nova Iorque após ver seu casamento destruído. Sem emprego, procurando se adaptar na grande cidade, acaba conhecendo casualmente numa festa no bairrro boêmio de Greenwich Village a dançarina Gittel "Mosca" (Shirley MacLaine). Após se aproximarem começam um complicado relacionamento enquanto tentam reconstruir suas vidas. "Two for the Seesaw" é um delicado estudo sobre o relacionamento amoroso de duas pessoas que aparentemente nada tinham em comum mas que acabam superando tudo isso apenas pela força do afeto e do carinho mútuos. O texto é belíssimo, baseado na peça de mesmo nome do autor William Gibson. Poucas vezes vi tantos diálogos bem estruturados e de bom gosto como aqui. Talvez só sejam superados por Tennessee Williams em termos de capricho e profundidade. O casal é destrinchado psicologicamente em cena com rara sutileza. Ela, jovem e impulsiva, jamais conseguiu ter um relacionamento adulto estável enquanto ele, maduro e calejado pela vida, acaba descobrindo os pequenos detalhes que fazem um romance ser inesquecível. A cena final do filme inclusive é um momento de rara beleza, onde os personagens se desnudam de todas as amarras sociais que muitas vezes impedem que duas pessoas sejam felizes juntas.

Em termos de atuação não há absolutamente nada a criticar. Shirley MacLaine está soberba. Na flor da idade, jovem e com uma beleza que sempre achei muito atraente, ela domina completamente a cena. É emocional e divertida nos momentos certos demonstrando que sempre foi uma grande atriz - e não apenas em sua fase mais madura como muitos ainda insistem em afirmar. Já Robert Mitchum está perfeito. O ator que construiu sua carreira com personagens à margem da sociedade, cínicos e durões, aqui esbanja sofisticação na pele do advogado Jerry Ryan. Ele é sutil na dose exata e demonstra, ao declamar o rico texto, que tinha um talento nato, que infelizmente nem sempre foi aproveitado adequadamente nas telas de cinema. Curiosamente o relacionamento entre Mitchum e MacLaine ultrapassou as telas e chegou em suas vidas reais. Ambos iniciaram um caso amoroso durante as filmagens e continuaram apaixonados por longos anos conforme ela mesma confessou em uma entrevista recente. Não deixa de ser mais um bom motivo para ver o filme. Por tudo isso e muito mais recomendo "Two for the Seesaw" para pessoas sensíveis, inteligentes e sofisticadas. Um aula de cinema de bom gosto e sofisticação que vai tocar fundo na sensibilidade dos mais românticos.

Dois na Gangorra (Two For The Seesaw, Estados Unidos, 1962) Direção: Robert Wise / Roteiro: Isobel Lennart baseado na peça teatral de William Gibson / Elenco: Shirley MacLaine, Robert Mitchum, Edmon Ryan / Sinopse: Jerry Ryan (Robert Mitchum) é um advogado de Nebraska que chega a Nova Iorque após ver seu casamento destruído. Sem emprego, procurando se adaptar na grande cidade acaba conhecendo casualmente numa festa no bairrro boêmio de Greenwich Village a dançarina Gittel "Mosca" (Shirley MacLaine). Após se aproximarem começam um complicado relacionamento enquanto tentam reconstruir suas vidas.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de setembro de 2007

The Body Snatcher - O Túmulo Vazio

Nesse fim de semana aproveitei para ver alguns filmes clássicos. O primeiro e o mais interessante foi "O Túmulo Vazio", dirigido pelo mestre Robert Wise. Contando em seu elenco com dois gênios do terror em sua era de ouro, Boris Karloff e Bela Lugosi, o roteiro do filme explorava um fato real acontecido na cidade de Edimburgo, quando respeitados médicos e professores de medicina começaram a comprar corpos roubados dos cemitérios para usá-los em suas experiências científicas.

É curioso que não faz muito tempo assisti em um canal a cabo um documentário contando justamente essa história. Essa cidade de Edimburgo, com suas construções ao estilo medieval, paredes pretas e ruas escuras, já era algo sombrio por si só. Aproveitando esse clima soturno o diretor Robert Wise (um dos meus cineastas preferidos) rodou esse noir muito competente e eficiente.

O maior destaque em termos de elenco veio mesmo com Boris Karloff. Ele entrou para a história do cinema interpretando a criatura no clássico "Frankenstein" de 1931. Sob uma maquiagem pesada, que se tornaria para sempre clássica, ele procurava trazer uma certa humanidade para aquele trágico homem feito de pedaços de outros homens mortos. Depois disso ele voltaria ao papel em mais filmes, como "A Noiva de Frankenstein", "O Filho de Frankenstein", "A Mansão de Frankenstein" e "O Castelo de Frankenstein". Não poderia assim ficar mais associado à imortal criação da escritora Mary Shelley. Porém resumir seu talento e sua maravilhosa atuação a apenas esses filmes seria banal demais. Em outras produções como esse "O Túmulo Vazio" ele tinha maiores oportunidades de atuar bem. De qualquer forma deixo a resenha completa do filme no link logo abaixo. Adianto que o filme realmente me surpreendeu muito positivamente.

Pablo Aluísio.