quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Título no Brasil: Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título Original: Ender's Game
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Gavin Hood
Roteiro: Gavin Hood, Orson Scott Card
Elenco: Harrison Ford, Asa Butterfield, Ben Kingsley, Viola Davis, Hailee Steinfeld

Sinopse:
Cinquenta anos após uma devastadora invasão alienígena o planeta Terra se prepara para uma nova guerra. Ender Wiggin (Asa Butterfield) é um jovem enviado para uma das centenas de escolas de combate existentes ao redor do mundo. O Coronel Graff (Harrison Ford) acredita que ele se tornará um dos novos heróis do conflito que está prestes a explodir. Inteligente e dotado de um senso de estratégia fora do comum, o rapaz parece realmente possuir todos os dons que fazem um grande guerreiro espacial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante (Harrison Ford) e Melhor Revelação (Asa Butterfield).

Comentários:
Já não se fazem mais bons filmes de ficção como antigamente. Essa é a primeira coisa que vem a mente após uma sessão assistindo a essa fita. "Ender's Game" tem um público alvo bem específico: os adolescentes entre 13 a 15 anos. O próprio protagonista é um efebo mal saído da puberdade. Claro que para contrabalancear sua falta de experiência o estúdio resolveu escalar dois veteranos, Harrison Ford e Ben Kingsley, mas nem eles conseguem manter o interesse nesse enredo por muito tempo. Por falar na estória temos aqui uma mistura não muito original de vários filmes que você já viu antes. De "Tropas Estelares" temos a mesma situação básica: o planeta Terra sendo invadido por aliens que mais se parecem com insetos gigantes. Sim, eles também estão atrás de nossos recursos naturais. De "Jogos Vorazes" você verá um grupo de jovens lutando entre si jogos mortais de guerra, para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Por fim o roteiro tem também um pouco de "Harry Potter" pois o protagonista vai para uma escola de combatentes e lá acaba se afeiçoando por uma outra aluna. 

E claro, há os bonzinhos e malvados entre os estudantes. Não consegui ver nada de muito original nessa produção. O único ponto a realmente elogiar são os bem realizados efeitos especiais, em especial as sequências em um grande centro de treinamento no espaço. Agora, complicado mesmo é engolir o fato de que um mero adolescente, recém saído da academia de guerra, será o verdadeiro salvador de nossa civilização. O roteiro não consegue explicar direito isso, dando explicações bem vazias e sem sentido. O que fica óbvio desde o começo é que os roteiristas forçaram completamente a barra para existir uma identificação direta entre o público adolescente que vai ao cinema e o protagonista do filme. O desfecho da estória também é de um pieguismo sem igual, uma coisa completamente politicamente correta que vai deixar muita gente de estômago virado, tamanha a tolice de sua supostamente importante mensagem! No final das contas é apenas uma diversão ligeira, cheia de efeitos especiais e aborrescentes desconhecidos do grande público. Nada original e com muita pieguice ecológica! Passa longe de ser um grande filme de ficção e muito provavelmente será esquecido em pouco tempo.

Pablo Aluísio.

Sete Dias Sem Fim

Título no Brasil: Sete Dias Sem Fim
Título Original: This Is Where I Leave You
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Jonathan Tropper
Elenco: Jason Bateman, Tina Fey, Jane Fonda, Rose Byrne, Timothy Olyphant, Connie Britton

Sinopse:
Judd Altman (Jason Bateman) acredita estar vivendo um dos momentos mais felizes de sua vida. Ele trabalha no que gosta, numa estação de rádio de sucesso, e tem um casamento feliz e duradouro. E é justamente no dia de aniversário de seu matrimônio que ele decide chegar mais cedo em seu apartamento para fazer uma surpresa para sua querida esposa. O que ele encontra porém é sua própria mulher transando com seu chefe do trabalho! De repente tudo o que ele considerava perfeito em sua vida desmorona em questão de segundos. Como se isso não fosse horrível o suficiente, seu pai morre e ele tem que lidar novamente com sua família formada por pessoas bem complicadas de se conviver. 

Comentários:
O roteiro de "Sete Dias Sem Fim" se baseia em grande parte numa antiga tradição da religião judaica em que a família de um ente querido recentemente falecido precisa guardar sete dias de luto, onde todos os seus familiares devem conviver sob um mesmo teto durante esse período de tempo. Na teoria seria uma forma de relembrar os bons momentos do passado e entrar em reflexão sobre a própria existência e sua aproximação com Deus em uma hora triste, de perda. Nem precisa dizer que a família Altman do filme é bem disfuncional e que essa convivência por uma semana irá despertar não um sentimento religioso e reflexivo, mas velhas histórias e traumas entre todos os familiares, como aliás acontece com todas as famílias do mundo, diga-se de passagem. O roteiro é muito bom, desenvolvendo todos os personagens da melhor maneira possível. Assim temos a matriarca interpretada por Jane Fonda. Ela é uma mulher bem resolvida que inclusive se revela mais liberal do que seus próprios filhos. Depois da morte do marido resolve assumir um aspecto escondido de sua vida pessoal que vai causar imensa surpresa em todos. Tina Fey também se destaca como a irmã que não consegue ser muito feliz em seu casamento pois o tempo deixou marcas de indiferença em seu relacionamento com o marido. 

De uma forma ou outra o roteiro se concentra mesmo na vida conturbada de Judd Altman (Jason Bateman). Ele é aquele típico cara que nunca teve coragem de assumir algum risco maior em sua vida, andando sempre na linha, pensando que agindo assim teria controle absoluto sobre ela. Quando seu casamento desmorona e ele fica desempregado da noite para o dia, acaba reencontrado por acaso com Penny Moore (Rose Byrne) que ele conhece desde a juventude. Ela sempre foi apaixonada perdidamente por ele, dando razão ao velho ditado que afirma ser inesquecível o primeiro amor de nossas vidas. Agora que Judd está à beira do divórcio ela pensa ter chegado finalmente sua grande chance de realizar aquele romance que ela idealizou por tantos anos. A trilha sonora da aproximação de ambos acaba sendo, imagine você, um velho sucesso da cantora Cyndi Lauper! (os saudosistas dos anos 80 vão sentir um aperto no peito!). Enfim, um bom drama, com pequenas nuances de humor negro que vai levar muita gente a pensar sobre a vida. Até porque o Maine não é tão distante como muitos pensam! (Quem assistir entenderá do que estamos escrevendo).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Até o Fim

Título no Brasil: Até o Fim
Título Original: All Is Lost
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: J.C. Chandor
Roteiro: J.C. Chandor
Elenco:  Robert Redford

Sinopse:
Robert Redford interpreta um viajante solitário em seu veleiro que subitamente descobre que sua pequena e frágil embarcação colidiu com um container perdido no oceano. O impacto abre uma fenda no casco do navio, dando início a uma sequência de eventos imprevistos e fora de controle. Seus equipamentos eletrônicos também sofrem perda total por causa da água do mar que danifica todos as máquinas. Tentando administrar cada problema que vai surgindo o navegador tenta contar com a sorte e o destino para sobreviver na imensidão selvagem do mar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora. Também indicado ao mesmo prêmio na categoria de Melhor Ator (Robert Redford).

Comentários:
Finalmente um filme que podemos exclamar ao fim de sua exibição: "Que filmaço!". Muitas vezes em se tratando de cinema as mais simples ideias acabam gerando os melhores filmes. É justamente o caso dessa produção. Praticamente sem diálogo algum - apenas algumas frases em off no começo da narração - o roteiro se sustenta todo em situações aflitivas pelas quais passa o personagem interpretado por Robert Redford, que por sua vez também não é identificado para o espectador. Creditado apenas como "The Man" (o Homem), ele tentará sobreviver a uma série de imprevistos que lhe acontecem em alto mar após seu pequeno veleiro bater em um container abandonado bem no meio do oceano sem fim. A partir daí é uma sucessão de azares, imprevistos e situações que vão enervando cada vez mais o público, embora o navegador tente a todo custo manter o equilibrio emocional (essencial nessas horas de tormentas). Redford, mais uma vez, mostra porque sempre foi considerado um dos maiores atores da história de Hollywood. Na maioria das cenas ele conta apenas consigo mesmo, tentando passar suas emoções apenas com gestos, olhares e ações. Nunca em toda sua filmografia ele teve um papel tão físico como esse. Assista e entenda como o ser humano consegue sobreviver mesmo nos mais complicados momentos de superação. O título original em inglês que significa "Tudo está perdido" faz mais sentido do que a vã tradução da distribuidora nacional. Isso porque a sensação de que efetivamente tudo estaria perdido vai aumentando a cada nova situação imprevisível. O fim em si não é a grande carta na manga desse roteiro - embora também seja maravilhosamente lírico, com lindas imagens - mas sim seu desenrolar, mostrando que defintivamente a esperança é a última que morre.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ele Disse, Ela Disse

Título no Brasil: Ele Disse, Ela Disse
Título Original: He Said, She Said
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ken Kwapis, Marisa Silver
Roteiro: Brian Hohlfeld
Elenco: Kevin Bacon, Elizabeth Perkins, Nathan Lane

Sinopse:
Um conhecido casal de jornalistas decide romper seu relacionamento de longos anos publicamente. O rompimento acaba chamando bastante atenção da mídia e cada um deles então procura seu expor seus motivos, procurando demonstrar a culpa do outro no fracasso de seu próprio casamento. Filme baseado no romance escrito por Brian Hohlfeld (que também assina o roteiro da produção).

Comentários:
Gosto bastante do roteiro desse filme. Ele tem realmente ótimos diálogos e a proposta do argumento mostrando o ponto de vista de cada um dentro de um relacionamento conturbado, deu margem para comprovar aquele famoso ditado que diz: "Para cada fato existem três versões, a de cada um e a verdade". Assim o espectador é levado para dois lados opostos, procurando descobrir quem estaria mesmo contando a verdade. O divertido é que isso abre espaço também para expor as diferenças existentes entre as visões do homem e da mulher dentro de um caso amoroso. Provavelmente você se identificará com o que acontece na tela, principalmente quando descobre que a forma de enxergar seu relacionamento é completamente diverso da de sua companheira, aliás algo bem comum de acontecer no mundo real. No mais, temos que admitir que o público alvo desse filme é realmente o feminino. É fato notório que elas adoram dissecar seus casos, procurando sentido nos menores detalhes, no mais singelos gestos e atitudes, enquanto que para os homens isso se torna um aspecto meramente secundário (para não dizer muitas vezes chato). Mesmo assim indico a produção para ambos os sexos e de preferência que seja assistido em casal, afinal de contas o enredo poderá abrir espaço para se debater o seu próprio envolvimento com a mulher amada. 

Pablo Aluísio.

O Homem Sem Face

Título no Brasil: O Homem Sem Face
Título Original: The Man Without a Face
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Entertainment International
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Isabelle Holland, Malcolm MacRury
Elenco: Mel Gibson, Nick Stahl, Margaret Whitton, Fay Masterson
 
Sinopse:
Desde que teve seu rosto desfigurado em um grave acidente automobilístico o ex-professor Justin McLeod (Mel Gibson) tem se tornado recluso e distante da pessoas da comunidade onde vive. Sua vida se torna muito sofrida pois além do estigma estético ele ainda tem que enfrentar o estigma social pois todos o culpam pelo acidente. Sua vida muda quando ele se aproxima de Charles E. 'Chuck' Norstadt (Nick Stahl) que poderá lhe trazer uma nova perspectiva existencial.

Comentários:
Depois de estrelar o blockbuster "Máquina Mortífera 3" Mel Gibson entendeu que havia chegado o momento de dar um tempo nos tiros e explosões para se dedicar a roteiros melhores e bem mais trabalhados. Afinal de contas ele sempre almejou algo a mais em sua profissão e não se contentava em apenas ser um astro de filmes de ação. Inicialmente rodou "Eternamente Jovem", um pequeno e lírico filme sobre um homem deslocado no tempo e espaço. A crítica simpatizou com o resultado. Depois surpreendeu mais uma vez com essa produção muito pessoal, dirigido por ele mesmo, realizado por sua própria produtora de cinema, a Icon. Foi o primeiro filme pra valer nessa sua nova carreira como cineasta (antes disso ele havia rodado um pequeno documentário para a TV denominado "Mel Gibson Goes Back to School"). Agora ele surgia na direção para o circuito comercial, brigando entre os grandes por fartas bilheterias, entrando de vez nessa nova fase de sua vida. Inicialmente muitos viram com ceticismo esse seu impulso de dirigir filmes. Mal sabiam que ele se consagraria em pouco tempo com "Coração Valente" que levaria vários Oscars. Aqui em "The Man Without a Face" Gibson já demonstra muito talento para dirigir, explorando as nuances do roteiro com raro brilhantismo. Também evita com sucesso que a trama se torne cansativa e enfadonha, dando o devido destaque a cada personagem. Considero um belo drama dos anos 90, com Gibson extraindo muito bem a riqueza de detalhes do romance escrito por Isabelle Holland. Revisto hoje em dia fiquei com a sensação que o ator deveria voltar para pequenos e sentimentais projetos como esse, pois ele mostrou ter mão para esse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um Dia de Cão

Título no Brasil: Um Dia de Cão
Título Original: Dog Day Afternoon
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Frank Pierson, P.F. Kluge
Elenco: Al Pacino, John Cazale, Penelope Allen, Charles Durning, Chris Sarandon
 
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme mostra um momento decisivo na vida do criminoso Sonny (Al Pacino). Desesperado em arranjar dinheiro para que seu amante seja submetido a uma cara operação de mudança de sexo, ele resolve entrar em um banco no Brooklyn para um assalto. Para seu completo azar ele descobre duas coisas estarrecedoras: primeiro que a agência não tem mais todo o dinheiro que ele pensava, pois grande parte dos valores havia sido transportado momentos antes dele entrar no banco e segundo, que o prédio está completamente cercado pela polícia de Manhattan. Sem alternativas ele decide fazer parte dos funcionários e clientes do banco de reféns, criando uma situação de extrema tensão no local. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Chris Sarandon), Melhor Edição e Melhor Direção. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Esse é um dos filmes mais representativos do realismo que imperou no cinema americano durante a década de 1970. As produções não se contentavam mais apenas em contar uma história divertida e sem maiores preocupações com a realidade em que todos viviam. Pelo contrário, naqueles anos tivemos uma verdadeira explosão de talento e novas propostas encabeçadas por um grupo maravilhoso de cineastas que tinham dois objetivos principais a alcançar com suas obras: mostrar a realidade nua e crua das ruas e com isso provar teses sociais que mostravam que muitas vezes o homem era fruto do meio em que vivia. Sidney Lumet aqui realizou o filme que se encaixa perfeitamente nessas características. Para muitos "Dog Day Afternoon" foi sua mais completa obra prima. O diretor teve a sorte não apenas de contar com um grande roteiro, mas também com um excelente ator, em pleno auge criativo, dando vazão a todo o seu talento, o  inigualável Al Pacino. Todos sabem que Pacino sempre foi um profissional que se entregou de corpo e alma aos seus personagens, porém em poucos momentos de sua carreira vimos ele mergulhar tão visceralmente em um pepel como aqui. Como o roteiro é repleto de tensão e suspense, mostrou-se um veículo perfeito para que Pacino desfilasse na tela toda a complexidade de seu trabalho, explorando um vasto leque de emoções à flor da pele. Sua atuação marcou tanto que inclusive recentemente Pacino lembrou dessa produção ao enumerar aquelas atuações que ele considerava suas verdadeiras obras primas no cinema. Realmente um momento para se rever sempre que possível. "Um Dia de Cão" é visceral, realista e perturbador. Uma aula de sétima arte que não se vê mais hoje em dia.

Pablo Aluísio.

Um Rosto Sem Passado

Título no Brasil: Um Rosto Sem Passado
Título Original: Johnny Handsome
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: John Godey, Ken Friedman
Elenco: Mickey Rourke, Ellen Barkin, Elizabeth McGovern, Morgan Freeman, Forest Whitaker, Lance Henriksen

Sinopse:
Johnny Handsome (Mickey Rourke) é um gangster deformado que planeja um assalto com sua quadrilha nos arredores de Los Angeles. Durante a execução do crime porém ele descobre que foi traído por dois de seus comparsas. Preso, é condenado a uma pesada pena. Atrás das grades é escolhido para fazer parte de um inovador programa de reabilitação, onde o Dr. Steven Fischer (Forest Whitaker) resolve reconstruir sua face. Depois finalmente ganha a liberdade das ruas. Com nova aparência e uma nova oportunidade de trabalho tudo caminha para que Johnny finalmente trilhe o caminho de uma nova vida, mas a pura verdade é que a mente de Johnny ainda está consumida pelo desejo de vingança. Filme indicado aos prêmios da Chicago Film Critics Association Awards e Los Angeles Film Critics Association Awards.

Comentários:
Nunca entendi porque "Johnny Handsome" não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. Talvez o fato da Carolco estar indo à falência justamente naquele ano explique parte de seu fracasso comercial, mas nem isso resolve inteiramente a equação. Com um elenco simplesmente fantástico (leia a ficha técnica acima para conferir), direção correta e precisa de Walter Hill, outro ícone dos anos 80, o filme tinha tudo para dar certo. Na verdade foi extremamente mal lançado (no Brasil então nem se fala, indo diretamente para o mercado de vídeo VHS), caindo inexoravelmente no esquecimento (quase) completo. Uma injustiça pois ainda o considero um pequeno cult movie daquela década. Estrelado pelo mito Mickey Rourke, o filme explorava um personagem que passava por uma radical mudança em seu rosto - algo que me lembrou imediatamente de "O Segundo Rosto", aquele clássico injustiçado com Rock Hudson. Some-se a isso o fato do roteiro ter um paralelo com eventos pessoais da própria vida de Mickey Rourke na época, o que supostamente aumentaria o interesse pela fita. Foi justamente por aqui que todos começaram a perceber estranhas mudanças em sua fisionomia causadas por cirurgias plásticas desastrosas. De galã underground ele passou a ter um semblante esquisito, com bochechas de silicone! Uma mudança que veio para pior. Tudo isso porém não ajudou o filme em praticamente nada. Entre as atrizes destaco o furacão sensual Ellen Barkin, cuja química em cena curiosamente não funcionou muito bem com Rourke. Elizabeth McGovern, uma das estrelas jovens mais bonitas daqueles anos também está no filme. Ela inclusive vem em um momento muito bom na carreira, fazendo sucesso na série "Downton Abbey" onde interpreta a Condessa de Grantham, Cora Crawley. Assim no final de tudo temos que dar o braço a torcer. "Johnny Handsome", infelizmente, é aquele tipo de filme de que você sempre gostou, mas que jamais aconteceu, caindo nas sombras do esquecimento após todos esses anos.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de novembro de 2014

Drácula - A História Nunca Contada

Título no Brasil: Drácula - A História Nunca Contada
Título Original: Dracula Untold
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Gary Shore
Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Luke Evans, Dominic Cooper, Sarah Gadon

Sinopse:
Vlad (Luke Evans) passou longos anos como escravo das tropas do sultão. Agora livre e reinando em seu feudo ele é novamente coagido a entregar mil de seus mais sadios jovens para lutar nas tropas do filho do mesmo sultão que o escravizou no passado. Até seu próprio filho deve ser enviado. Desesperado, ele começa a pensar numa forma de enfrentar os muçulmanos no campo de batalha e acha a solução em uma criatura da noite, um vampiro, que habita uma caverna numa montanha isolada da região. Para vencer o califado ele está disposto até mesmo a vender sua alma ao diabo.

Comentários:
Logo quando eu tomei contato com a ideia desse roteiro fiquei empolgado. Como se sabe o personagem Drácula foi inspirado na figura real de Vlad III, Príncipe da Valáquia, ou Vlad Tepes, o empalador. Nobre cristão que deteve os avanços das tropas muçulmanas em direção à Europa. Ele ficou historicamente célebre por causa do tratamento cruel e desumano que aplicava aos inimigos no campo de batalha. Vlad empalava os soldados que ousassem lhe enfrentar. No século XIX o escritor Bram Stoker acabou usando sua biografia como uma das fontes de inspiração para seu famoso livro, "Drácula". É justamente nessa fusão de personagem da história e da literatura que esse roteiro foi escrito. Pena que nada foi aproveitado desse rico manancial de ideias. Ao invés de contar uma história que unisse aspectos da vida real com as ideias de Stoker, o filme simplesmente optou por ser o mais comercialmente possível, fazendo todos os tipos de concessões ao chamado cinemão pipoca americano. Em vista disso se perdeu completamente seu potencial. Para piorar o ator que interpreta Drácula, Luke Evans, é fraco e sem expressão. Some-se a isso o enredo que tenta o tempo todo criar vínculos com a saga de "O Senhor dos Anéis" e você terá uma amostra de como tudo soa equivocado e desperdiçado. Pelo visto a história das origens de Drácula continuará a não ser contada, pelo menos do jeito certo que todos esperam.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sombras do Mal

Título no Brasil: Sombras do Mal
Título Original: Night and the City
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Irwin Winkler
Roteiro: Gerald Kersh, Richard Price
Elenco: Robert De Niro, Jessica Lange, Cliff Gorman

Sinopse:
O filme narra a vida turbulenta do advogado Harry Fabian (Robert De Niro). Sua vida profissional e pessoal não anda nada bem e por isso ele procura por uma saída e a encontra, no corrupto mundo dos promotores de lutas de boxe no círcuito esportivo de sua cidade.

Comentários:
Hoje é aniversário do ator Robert De Niro (nascido no dia 17 de agosto de 1943 na cidade de Nova Iorque). Considerado um dos maiores da história do cinema americano (e que já conta com, imagine você, 101 filmes em seu currículo), o velho "Bobby Milk" (seu apelido de infância) segue trabalhando de forma incansável. Nos anos 90 De Niro criou sua própria produtora, a Tribeca Productions, e foi justamente através dessa empresa que ele co-produziu esse bom "Night and the City". Na verdade se trata de um remake de um dos filmes preferidos de De Niro, o clássico noir "Sombras do Mal" de 1950, dirigido por Jules Dassin e estrelado por Richard Widmark e Gene Tierney. Tirando a devida atualização do enredo não há maiores diferenças em termos de enredo. Dois grandes destaques podemos salientar nesse filme. O primeiro se refere ao fato de ter sido a primeira (e única) parceria entre dois excelentes mestres da atuação, o próprio De Niro e a atriz Jessica Lange! O segundo destaque vem na direção do talentoso Irwin Winkler, que já havia trabalhado com Robert De Niro um ano antes no filme "Culpado por Suspeita". Então é isso, eis aqui outra pequena jóia dos anos 1990 que merece passar por uma revisão.

Pablo Aluísio.

O Albergue 2

Título no Brasil: O Albergue 2
Título Original: Hostel Part II
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Screen Gems
Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth
Elenco: Lauren German, Heather Matarazzo, Bijou Phillips

Sinopse:
Três estudantes americanas de artes estão em Roma para conhecer algumas da peças mais importantes da história da arte renascentista. Lá conhecem uma modelo que as convida para irem até o leste europeu, onde terão a chance de se divertir um pouco. Elas aceitam o convite. Má ideia pois tudo não passa de uma armadilha mortal. Vencedor do Framboesa de Ouro nas categorias Pior Continuação e Pior Desculpa para a realização de um filme de horror.

Comentários:
Algumas continuações estão mais para remakes. Mesmo roteiro, mesmo argumento e no caso dessa franquia "Hostel", mesma carnificina desenfreada de jovens mochileiros. A única diferença mais marcante é que em nome de lucros maiores realizaram uma produção de baixo custo, cortando pela metade o orçamento do filme anterior. Não há muito o que comentar por aqui pela simples razão de que é aquele tipo de "Torture Porn" feito para um público bem específico, formado na maioria das vezes por adolescentes que queiram tomar alguns sustos com amigos. Eu só fico imaginando mesmo é o tipo de mentalidade que algo assim vai criar nas mentes mais fracas - espero que tudo seja encarado mesmo apenas como um produto pop, quase um videogame de tortura, mas sem qualquer pé na realidade. Por fim vale salientar que como a grana aqui foi curta os efeitos sangrentos já não soam mais tão convincentes. As garotas até são bonitas mas é só. Porém para os que gostam do estilo "quanto pior, melhor" vale a conferida.

Pablo Aluísio

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Tubarão 2

Título no Brasil: Tubarão 2
Título Original: Jaws 2
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jeannot Szwarc
Roteiro: Peter Benchley, Carl Gottlieb,
Elenco: Roy Scheider, Lorraine Gary, Murray Hamilton

Sinopse:
A pequena cidade turística da ilha de Amity está tentando se recuperar dos problemas financeiros que sofreu depois de se tornar conhecida como o local de ataques de um sanguinário tubarão, quatro anos antes. Há inclusive a inauguração de um luxuoso resort nas belas praias da região. O que todos temiam porém acontece. Um novo tubarão surge nas águas das praias do local. O chefe de polícia Martin Brody (Roy Scheider) tenta alertar sobre o perigo mas é pressionado para não o fazer, mesmo após a morte de dois mergulhadores.

Comentários:
Depois do enorme sucesso de "Tubarão", dirigido por Steven Spielberg, era previsível que a Universal procurasse lançar uma continuação. O próprio Spielberg não aceitou o convite de dirigir o segundo filme e assim o estúdio acabou escalando o francês Jeannot Szwarc que tinha se destacado na TV dirigindo episódios das populares séries "Columbo", "O Homem de Seis Milhões de Dólares" e "Kojak". O resultado porém se mostrou muito morno e saturado (e olha que estamos falando apenas do segundo filme da franquia, já que outros viriam em seu rastro). Spielberg foi inteligente ao declinar dessa direção pois o primeiro filme já era perfeito e se fechava de maneira completa. Apenas a ganância de faturar mais alguns trocados é que justificava essa sequência. De bom apenas a volta do ator Roy Scheider. De resto nada de muito marcante nesse verdadeiro caça-níqueis da Universal.

Pablo Aluísio.

O Massacre da Serra Elétrica 3

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica 3
Título Original: Leatherface Texas Chainsaw Massacre III
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jeff Burr
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
Elenco: Kate Hodge, Ken Foree, R.A. Mihailoff, Viggo Mortensen

Sinopse:
Um grupo de jovens desavisados acabam encontrando uma família estranha formada por caipiras selvagens e um homem mentalmente perturbado que pratica canibalismo com suas vítimas. Terceira parte da franquia Texas Chainsaw Massacre com destaque no roteiro para o infame personagem Leatherface.

Comentários:
O primeiro filme da série "Texas Chainsaw Massacre" é considerado hoje em dia um clássico do cinema de horror dos anos 70, mesmo com toda a sua rudeza e crueza. A sequência foi praticamente uma sátira, com toques de humor, realizado nos anos 80, que pegou carona nos sucessos da época como a franquia "Sexta-Feira 13" e por fim temos esse aqui, a terceira parte, que se tornou apenas uma decepção para os fãs. Chamo atenção para o fato desse filme ter sido produzido nos anos 90. Ora, todo fã de terror sabe que houve uma mudança significativa no gênero na virada dos anos 80 para os 90. Os filmes deixaram o lado mais hardcore para trás, se concentrando em meras reciclagens pops de antigas ideias sangrentas dos mestres do horror. O que surgiu disso foi uma série de fitas com adolescentes bobocas fazendo sátiras em cima dos clichês do gênero. Isso sim era um horror (no mau sentido da palavra). Por isso não havia mais espaço para personagens como Leatherface, afinal ele não se parecia em nada com um mauricinho de shopping center. O que se vê nessa terceira parte é apenas o esgotamento de uma boa ideia. Produção muito fraca com roteiro inexistente e atores medíocres (até o futuro astro Viggo Mortensen arranjou um quebra galho por aqui!). O fim da franquia original estava próxima, ainda tentariam ressuscitar tudo, quatro anos depois, mas a quarta parte conseguiu ser ainda pior! A série estava mesmo com seus dias contados.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Adoradores do Diabo

Título no Brasil: Adoradores do Diabo
Título Original: The Believers
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Mark Frost, Nicholas Conde
Elenco: Martin Sheen, Helen Shaver, Harley Cross

Sinopse:
Após a morte supostamente acidental de uma mulher numa cozinha, um médico de Nova Iorque descobre que ela estaria envolvida em uma rede de membros que se reúnem numa seita satânica nos porões da cidade. São fanáticos que promovem sacrificios humanos com crianças. Para seu desespero também acaba descobrindo que seu filho é um dos alvos. Agora terá que lutar para salvar a criança das mãos dos membros dessa sanguinária seita do diabo.

Comentários:
Um bom filme de terror que causou certa sensação em seu lançamento por tratar de um problema que só tem crescido nos últimos anos: a proliferação de seitas que se envolvem em magia negra, matando crianças em sacrifícios terríveis dirigidos para seus supostos deuses do inferno. O roteiro investe numa situação mais intelectual e procura evitar apelar o tempo todo para absurdos sensacionalistas. Quem acaba se saindo muito bem em cena é o veterano ator Martin Sheen, que empresta todo o seu talento dramático para tornar ainda mais verdadeira a agonia pela qual seu personagem passa. Sempre fui um admirador da obra do cineasta inglês John Schlesinger que no passado dirigiu várias obras primas como por exemplo "Perdidos na Noite" e "Maratona da Morte". Sua sensibilidade cinematográfica apurada acaba trazendo grande força a esse filme que lida com um assunto tão complicado. Vale a indicação para os fãs de filmes de horror que sejam mais intrigantes.

Pablo Aluísio.

O Ataque dos Vermes Malditos

Título no Brasil: O Ataque dos Vermes Malditos
Título Original: Tremors
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ron Underwood
Roteiro: S.S. Wilson, Brent Maddock
Elenco: Kevin Bacon, Fred Ward, Finn Carter

Sinopse:
Fortes abalos sísmicos intrigam um grupo de pesquisadores, que não sabem precisar a origem daquele fenômeno desconhecido. Valentine McKee (Kevin Bacon) procura então ir a fundo naquilo e acaba descobrindo que tudo é causado por um estranho verme gigante, mal cheiroso e voraz, que se dirige perigosamente em direção às grandes cidades. Indicado a cinco prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Atriz Coadjuvante (Finn Carter e Reba McEntire) e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
A ideia começou quase como uma brincadeira, uma forma de levar a estética dos filmes trash para uma produção mais bem realizada, com tudo do bom e do melhor que a moderna tecnologia poderia proporcionar - afinal de contas a computação gráfica já havia se tornado uma realidade. Esse é aquele tipo de filme chamado nos Estados Unidos de MOW, onde o que importa são as criaturas, os monstros que surgem na tela. Todo o resto, atuação, roteiro e direção, são meros coadjuvantes. O clima desértico, árido e isolado contribuem ainda mais para o bom resultado final. Kevin Bacon, quem diria, acabou fazendo um filme que nada tinha a ver com sua carreira anterior, um verdadeiro alien em sua filmografia. O ator acabou encontrando o tom certo pois em nenhum momento se leva muito à sério. Lançado de forma bastante despretensiosa, a fita fez um belo sucesso o que garantiu a produção de mais filmes, cada vez mais rasteiros e mal realizados nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de novembro de 2014

No Vale das Sombras

Título no Brasil: No Vale das Sombras
Título Original: In the Valley of Elah
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Mark Boal
Elenco: Tommy Lee Jones, Charlize Theron, Susan Sarandon, Jason Patric, Josh Brolin, Jonathan Tucker

Sinopse:
Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) tem um sério problema a resolver. Seu filho, um veterano do exército na intervenção americana no Iraque, resolve desertar das forças armadas e muito provavelmente para não ser preso e enfrentar uma severa corte marcial resolve fugir, desaparecer, sem deixar rastros. Seu pai Hank então junta todos os esforços ao lado da detetive Emily Sanders (Charlize Theron) e da mulher de Hank, Joan (Susan Sarandon), para descobrir sobre seu verdadeiro paradeiro.

Comentários:
Filme com um tremendo elenco que conseguiu unir mistério, suspense e até mesmo aventura. A trama é por demais interessante e mostra um lado da guerra que nem sempre é muito explorado por Hollywood, a aflição dos pais de jovens que são enviados ao exterior e uma vez lá sofrem danos psicológicos irreversíveis. O grande mérito do filme vem do trabalho do ator Tommy Lee Jones. É incrível como ele consegue mesmo não usando muitas expressões faciais transmitir inúmeras emoções internas aos espectadores. Aqui seu estilo se sobressai como nunca. Enquanto os demais membros do elenco se esforçam ao máximo para impactar em cena, Jones é de uma calma que incomoda. Mesmo assim o cinéfilo mais atento verá que por trás do mar de tranquilidade há um maremoto terrível de sentimentos que poderá explodir a qualquer momento. No geral o filme consegue agradar bastante, tanto que também se consagrou nos principais festivais de cinema, entre eles o Oscar que deu uma justa indicação a Tommy Lee Jones por sua excelente atuação.

Pablo Aluísio.

Filadélfia

Título no Brasil: Filadélfia
Título Original: Philadelphia
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Tom Hanks, Denzel Washington, Roberta Maxwell

Sinopse:
Andrew Beckett (Tom Hanks) é um advogado demitido de sua firma de advocacia após se tornar portador do vírus da AIDS. Consciente que foi vítima de preconceito, ele resolve entrar na justiça para ter todos os seus direitos preservados e respeitados. Para isso contrata os serviços de um advogado negro, Joe Miller (Denzel Washington). A luta nos tribunais americanos se tornará o último grande desafio de sua vida. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Ator (Tom Hanks) e Melhor Canção Original ("Streets of Philadelphia" de Bruce Springsteen).

Comentários:
A primeira geração de infectados com o vírus da AIDS sofreu um drama terrível. Ao receberem o diagnóstico da doença também recebiam indiretamente uma sentença de morte, isso porque não havia ainda qualquer tipo de droga capaz de deter o vírus no organismo. Esse filme acabou se tornando assim o mais representativo desse momento histórico, mostrando a tragédia que se abatia sobre a vida dessas pessoas, tudo ocorrendo praticamente da noite para o dia. O roteiro também é muito bem escrito por mostrar o outro lado da doença, talvez o mais grave, caracterizado no preconceito e no estigma que os doentes tinham que enfrentar, como no caso do personagem interpretado por Tom Hanks. Por falar nele o ator merece de fato todos os aplausos por sua atuação. A começar pelo fato de ter sido uma mudança e tanto nos rumos de sua carreira. Imagine um astro de comédias descompromissadas de repente ter que enfrentar uma carga dramática nesse nível! Ele não só superou essa barreira como demonstrou que tinha grande talento para dramas e filmes sérios. Enfim, "Philadelphia" é realmente um marco do cinema, valorizado ainda mais pela bela trilha sonora assinada pelo mito do rock Bruce Springsteen. Se você é cinéfilo e curte cinema essa é uma obra imperdível.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de novembro de 2014

Hudson Hawk - O Falcão Está à Solta

Título no Brasil: Hudson Hawk - O Falcão Está à Solta
Título Original: Hudson Hawk
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Silver Pictures
Direção: Michael Lehmann
Roteiro: Bruce Willis, Robert Kraft
Elenco: Bruce Willis, Danny Aiello, Andie MacDowell, James Coburn

Sinopse:
Após passar dez anos na prisão, Hudson Hawk (Bruce Willis) está disposto a endireitar sua vida. Quer arranjar um trabalho honesto para viver em paz. Sua fama porém o persegue e ele começa a ser chantageado por um casal de milionários, que deseja que ele roube algumas das obras de arte do gênio da renascença italiana Leonardo da Vinci. Filme "vencedor" de três "prêmios" do Framboesa de Ouro: Pior Roteiro, Pior Direção e Pior Filme.

Comentários:
Astros de cinema muitas vezes se tornam vítimas de seu próprio ego. Que o diga Bruce Willis que no começo de sua carreira teve a péssima ideia de filmar uma história que ele mesmo havia bolado. Claro que na época ele tinha muita moral nos estúdios e por isso não houve problemas para levantar dinheiro para a realização do filme, o problema é que o enredo era confuso, sem foco e muito fraco. Isso passou claramente para a tela e se tornou bem fácil de perceber para o espectador. A produção não é ruim, longe disso, há até efeitos especiais bem bacanas, além disso a direção de arte é realmente de encher os olhos. O problema é que não se tem uma boa estória para contar - culpa do estrelismo de Bruce Willis. Em vista disso o filme logo se tornou um tremendo fracasso de bilheteria, merecidamente aliás. De bom mesmo, além da produção classe A, temos a presença do veterano James Coburn, ator de tantos westerns do passado. Ele sozinho não consegue salvar a fita do desastre, mas funciona como um paliativo interessante.

Pablo Aluísio.

Profissão: Ladrão


Título no Brasil: Profissão: Ladrão
Título Original: Thief
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Michael Mann
Roteiro: Frank Hohimer, Michael Mann
Elenco: James Caan, Tuesday Weld, Willie Nelson, James Belushi 

Sinopse:
Frank (James Caan) é um talentoso arrombador de cofres que deseja parar com a vida criminosa. A máfia de Nova Iorque porém precisa que ele faça um último trabalho, algo que dará origem a uma complexa rede de traições, violência e acerto de contas. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Essa fita foi produzida pelo próprio ator James Caan. O roteiro foi oferecido pelo veterano cineasta Michael Mann e como nenhum grande estúdio de Hollywood queria bancar o projeto, Caan resolveu que ele próprio iria financiar o filme. Foi uma decisão mais do que acertada pois ao lado de Mann ele acabaria realizando uma verdadeira obra prima. Embora tenha sido produzido na década de 1980, "Thief" herdou toda a estética realista e barra pesada da década anterior e isso é um mérito e tanto para o filme, isso porque nos anos 1970 nós tivemos alguns dos melhores filmes policiais já realizados. Além disso o ator que se notabilizou interpretando um membro de uma família mafiosa Corleone em "O Poderoso Chefão" ficou perfeitamente à vontade em seu papel. O roteiro (baseado na novela escrita por Frank Hohimer) consegue mesclar ação e violência com uma excelente trama de fundo psicológico. Obra prima que infelizmente anda bem esquecida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

101 Dálmatas

Título no Brasil: 101 Dálmatas
Título Original: 101 Dalmatians
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Stephen Herek
Roteiro: Dodie Smith, John Hughes
Elenco: Glenn Close, Jeff Daniels, Joely Richardson

Sinopse:
Cruella De Vil (Glenn Close) é uma grã-fina completamente desalmada e cruel. Ela quer sempre os melhores vestidos, de acordo com a moda. Apaixonada por casacos de pele ela agora deseja fazer uma nova peça, completamente única e fashion, só que feita exclusivamente com peles dos cãezinhos dálmatas. Caberá a um simpático casal salvar os bichinhos do cruel destino que Cruella deseja. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em comédias - musicais (Glenn Close).

Comentários:
Adaptação para atores em carne e osso do grande sucesso de animação da Disney "101 Dalmatians". Eu gosto de dizer que essa estorinha é completamente à prova de falhas. O livro infantil original foi escrito pela inglesa  Dorothy Gladys Smith (1896 - 1990) que tinha verdadeira paixão por sua criação de cães da raça Dálmata! A obra original foi escrita ainda nos anos 1950 e assim que foi publicada virou um sucesso imediato. Por ser tão britânico considero tudo muito charmoso, tanto o desenho da Disney que foi lançado em 1961, quanto essa nova versão no estilo live action. Obviamente que o grande diferencial vem novamente na presença maravilhosa de Glenn Close como a vilã Cruella De Vil. Close poderia cair na armadilha de fazer um trabalho caricatural, bem de desenho animado, o que não seria completamente inadequado, mas com inteligência foi por outro caminho. Desnecessário dizer que adorei seu tom, nem muito exagerado e nem muito menos minimalista. Ficou no tom certo, tudo bem equilibrado. Como filme em si não há o que reclamar. Já fora das telas o filme teve um efeito inesperado. Com o sucesso, muitos pais tiveram que comprar animais da raça dálmatas para seus filhos. O problema é que esse é um animal que exige cuidados especiais, por causa de seu temperamento e características próprias da raça. Sem saber lidar direito com os cães muitos foram abandonados, virando animais de rua. Uma pena realmente. De qualquer maneira não é culpa do filme em si, que é de fato uma diversão garantida para todas as idades.

Pablo Aluísio.

A Experiência

Título no Brasil: A Experiência
Título Original: Species
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Dennis Feldman
Elenco: Natasha Henstridge, Michael Madsen, Ben Kingsley

Sinopse:
Cientistas manipulam a carga genética de seres extraterrestres e dão origem a um ser híbrido, meio ser humano e meio alien. O experimento dá origem a uma garota que aparentemente seria normal, porém sua presença logo se torna perigosa. Após conseguir fugir ela ganha a liberdade e começa a tentar perpetuar sua espécie em nosso planeta.

Comentários:
Ficou extremamente datado com os anos essa ficção "Species". Também pudera, filmes assim se apoiam bastante em efeitos digitais e quando eles se tornam ultrapassados a tendência é o próprio filme também ficar obsoleto, já que em termos de roteiro não há muito o que apreciar. De certa forma o argumento procurou tirar proveito de um tema que andava muito em voga nos anos 1990, envolvendo as maravilhosas descobertas da tecnologia biológica e sua manipulação. Obviamente que esse tipo de coisa também levava a outra discussão envolvendo bioética e temas semelhantes. Isso porém não é muito explorado pelo roteiro, pelo menos não diretamente. O que sobra é apenas um bom ponto de partida que não consegue alcançar todas as suas promessas e potencialidades. Também é de se chamar atenção para o fato do filme ter sido dirigido pelo cineasta Roger Donaldson. A verdade é que o universo Sci-fi nunca foi sua praia e apesar de ser um diretor de mão cheia, ele não conseguiu transitar nesse gênero de forma muito convincente. Mesmo assim, com o sucesso da fita, tivemos várias sequências, a maioria delas belas porcarias. É a tal coisa, nem sempre sucesso comercial rima com qualidade cinematográfica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Recompensa

Título no Brasil: A Recompensa
Título Original: Dom Hemingway
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Richard Shepard
Roteiro: Richard Shepard
Elenco: Jude Law, Richard E. Grant, Demian Bichir, Madalina Diana Ghenea

Sinopse:
Após ficar por doze longos anos preso, o ladrão de cofres Dom Hemingway (Jude Law) finalmente cumpre sua pena e ganha a liberdade. Apesar dos anos passados ele continua o mesmo, falastrão, furioso e incontrolável. Assim que coloca os pés fora da prisão parte em busca de vingança contra o homem que se aproveitou de sua falecida esposa enquanto ele estava atrás das grades. Depois viaja até o sul da França para acertar contas com o antigo líder de sua quadrilha, o agora milionário e bon vivant Ivan Fontaine (Demian Bichir). Ele quer a recompensa por ter ficado tantos anos calado, sem entregar o nome de ninguém para a polícia.

Comentários:
Uma boa amostra do novo cinema britânico podemos encontrar aqui em "Dom Hemingway". Esse filme tem aquele tipo de roteiro bastante focado em um personagem central, no caso o criminoso interpretado por Jude Law. Ele é um sujeito durão, que fala pelos cotovelos e tem uma personalidade bem irascível e fora de controle. Nem bem ganha a liberdade e  já começa a arranjar confusão. Falando um vocabulário completamente vulgar, cheio de palavrões, ele vai tentando se adaptar aos novos tempos, uma vez que ficou encarcerado por doze anos. Nesse tempo sua esposa morreu de câncer e sua filha se casou com um imigrante africano (e para sua enorme surpresa seu neto é um mestiço de nome esquisito, Jawara!). Um reflexo das mudanças ocorridas dentro da própria sociedade inglesa desde então! Para Dom porém não há saída pois ou ele se adapta ou morre. Após procurar por seu antigo chefe, o russo Ivan Fontaine (interpretado pelo ator Demian Bichir da série "The Bridge") ele tenta reorganizar seus passos, algo que não será fácil. Uma das melhores coisas desse filme é a interpretação de Jude Law. Longe de seus tempos de galã sedutor, ele aqui surge de forma bem diferente, com longas e bregas costeletas, calvície avançada e roupas sem nenhuma sofisticação, tudo para dar vida ao seu personagem. Esse é do tipo "ame ou odeie", assim se o espectador não gostar do Dom Hemingway logo no começo vai ser complicado aguentar o filme até o fim, pois ele está o tempo todo em cena, falando sem parar, em pequenas narrativas com títulos próprios, como por exemplo "O Pai do Ano", quando ele vai finalmente se reencontrar com sua filha. No fim das contas é um bom programa valorizado pelo esforço de Jude Law em desenvolver um convincente trabalho de atuação. Vale a pena conhecer.

Pablo Aluísio.

Hércules

Título no Brasil: Hércules
Título Original: Hercules
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Ryan Condal, Evan Spiliotopoulos
Elenco: Dwayne Johnson, John Hurt, Ian McShane

Sinopse:
Depois de ser acusado de ter matado a própria família e ser banido de seu lar, Hércules (Dwayne Johnson) forma uma equipe de guerreiros e se torna um mercenário. Contratado por um velho monarca (John Hurt) que se diz cercado por forças poderosas do mal, ele começa a destruir os inimigos do rei. O problema é que ao que tudo indica ele está na verdade lutando pelo lado errado nessa guerra sangrenta. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Filme de Verão e Melhor Ator de Filmes de Verão (Dwayne Johnson).

Comentários:
Tentativa de tornar o personagem épico e mitológico Hércules novamente viável no cinema. Por anos e anos ele foi explorado em filmes de baixo orçamento na Itália, sendo que a má qualidade daquelas produções acabaram queimando o prestígio do herói da Grécia Antiga. A verdade é que a marca "Hércules" acabou virando sinônimo de filmes vagabundos e mal feitos. Aqui há uma clara tentativa de tentar unir um tom mais realista (seguindo os passos de certa forma da franquia do Batman no cinema) sem deixar completamente de lado a fantasia e o clima de fábula. The Rock se sai bem em um papel que definitivamente não exige muito de seu intérprete, a não ser ter muitos músculos e um pouco de carisma - que cai bem em qualquer situação. Outro ponto importante é que as cenas de efeitos digitais são bem colocadas e bem realizadas, demonstrando também uma certa influência da franquia do "Senhor dos Anéis", afinal cenas de batalhas entre dois exércitos geralmente estão seguindo os passos dos filmes assinados por Peter Jackson, não tem jeito. No saldo geral é uma aventura divertida e que não aborrece e nem enche a paciência. Basta embarcar na ideia central de seus realizadores. É cinema pipoca, porém eficiente. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Limite Vertical

Título no Brasil: Limite Vertical
Título Original: Vertical Limit
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Robert King
Elenco: Chris O'Donnell, Bill Paxton, Scott Glenn, Robin Tunney

Sinopse:
Peter Garrett (Chris O´Donnell) faz parte de uma longa linhagem de famosos alpinistas em sua família. Após a morte de seu pai em uma montanha mortal ele resolve se afastar desse meio. Para piorar seu relacionamento com a irmã se desgasta com o tempo. Três anos depois ele precisará rever seus conceitos ao saber que sua irmã está em apuros na K2. Para salvá-la da morte ele decide então organizar uma expedição de resgate de último momento. A sorte está lançada novamente. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Hollywood geralmente passa por fases de tempos em tempos. Fase de realizar filmes sobre vulcões, fase de realizar filmes sobre terremotos e por aí vai. No ano de 2000 tivemos uma modinha de filmes sobre desastres acontecendo com alpinistas em algumas das montanhas mais mortais do planeta. A maioria desses filmes se enquadravam na categoria junk food, mas alguns até que se salvaram da lata de lixo da lanchonete local do shopping center. Esse "Vertical Limit" não é nenhuma maravilha em termos de roteiro, mas possui uma qualidade técnica digna de elogios, principalmente pela coragem do diretor Martin Campbell e sua equipe em encarar locações perigosas, algumas praticamente mortais, principalmente na infame K-2, a conhecida montanha da morte, onde apenas alpinistas altamente profissionais se arriscam a colocarem os seus pés. Se foi uma ótima experiência para o diretor não se pode dizer o mesmo de seu ator principal. Chris O´Donnell, por essa época, era o queridinho da Columbia, que tinha grandes esperanças em transformar o rapaz em um astro. A carreira dele porém já estava manchada pelo fracasso comercial da bomba "Batman & Robin". Vestir o uniforme do garoto prodígio foi fatal para sua sobrevivência no cinema, o que demonstra que nem sempre interpretar super-heróis pode ser uma boa para a vida profissional de um ator. Se a coisa dançou na telona o jeito foi ir para a telinha. Desde 2009 ele vem estrelando a mediana série "NCIS: Los Angeles". Pelo menos não está desempregado.

Pablo Aluísio.

O Despertar de uma Paixão

Título no Brasil: O Despertar de uma Paixão
Título Original: The Painted Veil
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, China, Canadá
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Curran 
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Edward Norton, Naomi Watts, Liev Schreiber e Toby Jones

Sinopse:
Walter Fane (Edward Norton) é um jovem médico que decide ir junto com a esposa para a distante, isolada e bastante atrasada China. Uma vez no novo país ele começa seus esforços para combater uma epidemia de cólera na região, tentando curar as pessoas enfermas, enquanto explica para aos chineses as melhores formas de prevenir a terrível doença. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Original (Alexandre Desplat). 

Comentários:
Filme romântico ao velho estilo, baseado na novela de W. Somerset Maugham. Entre os destaques que podemos chamar a atenção estão a ótima fotografia, capturando belas paisagens da China, que em certos aspectos ainda continua tão selvagem e intocada como nos tempos remotos em que a história se passa, o bom enredo e a excelente atuação dos atores principais. Grande parte do filme foi rodado na província de Guangxi, uma região bem conhecida por causa das belezas naturais. Essa simbiose entre montanhas e rios tranquilos trouxe muita beleza ao filme. O romance também chama a atenção por causa da complexidade de todos os personagens. O médico interpretado por Edward Norton prefere se refugiar na ciência do que ter que encarar os problemas de um relacionamento conturbado com sua mulher. Essa também é outra surpresa, interpretada com convicção pela bela e talentosa Naomi Watts, ela vive um casamento infeliz e sem amor, pois foi pressionada pelos pais para se casar com o médico - afinal que família não gostaria de ver sua filha casada com alguém com esse status? Com o tempo porém a frustração aumenta, levando-a até mesmo a procurar por casos fora do casamento. Enfim, belo filme com sabor à moda antiga. Agradará quem estiver em busca de um bom romance com teor mais complexo e personagens mais bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Livrai-nos do Mal

Título no Brasil: Livrai-nos do Mal
Título Original: Deliver Us from Evil
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson, Paul Harris Boardman
Elenco: Eric Bana, Édgar Ramírez, Olivia Munn, Sean Harris

Sinopse:
Livrai-nos do Mal foi baseado nas memórias do detetive e investigador Sarchie (Eric Bana) que começa a investigar uma série de crimes que parecem ter alguma ligação sobrenatural entre si. Eventos inexplicáveis ocorridos no Zoológico da cidade e pessoas que apresentam comportamento incomum, como se tivessem sido possuídas por entidades do mal, parecem confirmar uma ligação entre os crimes horrendos que estão acontecendo.

Comentários:
Os filmes de terror mais bem sucedidos dos últimos tempos têm sido aqueles que andam apostando em fórmulas que deram muito certo no passado, sendo o "O Exorcista" o grande modelo a se seguir. Assim sai de cena o sangue jorrando aos bordões dos filmes do gênero na década de 1980 e entra o suspense, com melhor desenvolvimento de todo um clima de sordidez e suspense no ar e mais cuidado com os personagens em si, criando para eles um background psicológico mais complexo. "Deliver Us from Evil" tenta pegar a onda do sucesso e seguir esse mesmo caminho. O padre jesuíta Mendoza (Édgar Ramírez) é um exemplo disso. Ex-viciado, ele decide abandonar uma vida de sofrimento e decadência para se dedicar à igreja católica. Uma vez lá, se torna um sacerdote exorcista. Seu inimigo obviamente sabe todas as suas fraquezas, mas isso também faz parte de sua redenção pessoal. A fusão de elementos de filmes de terror setentistas e fitas policiais bem mais realistas, acaba sendo o grande trunfo dessa produção, muito embora tenhamos que reconhecer que o filme também apresente pontuais falhas em seu desenvolvimento. O final deixa uma porta aberta para sequências, o que não será uma má ideia, uma vez que essa dupla formada por um policial e um padre pode gerar bons frutos em novos filmes. Se depender de boas cenas, como a do exorcismo que vemos aqui, vale a pena apostar em novas películas no futuro, onde todos os pequenos erros que vemos aqui possam ser contornados.

Pablo Aluísio.

Gran Torino

Título no Brasil: Gran Torino
Título Original: Gran Torino
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, Dave Johannson
Elenco: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley

Sinopse:
Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um americano típico. Veterano da guerra da Coréia, ele é um sujeito durão que mesmo com a idade já avançada não aceita levar desaforos para casa. Para seu desapontamento porém ele logo percebe que a América de seus anos de juventude está ficando cada vez mais para trás. A onda de imigrantes que aumenta a cada ano acabou desfigurando seu bairro, onde ninguém mais parece sequer falar inglês! Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original.

Comentários:
Da safra mais recente de Clint Eastwood esse é certamente um de seus melhores filmes, apesar de não ter tido o reconhecimento devido. No filme o personagem de Eastwood é um americano da velha escola, um sujeito com valores e princípios pessoais que parecem estar desaparecendo a cada dia. A juventude ao seu redor agora parece formada principalmente por filhos de famílias imigrantes, e eles pouco se importam com coisas como respeito aos mais velhos ou honestidade e ética. A maioria vive de pequenos roubos pelas ruas próximas e há muitas gangues em cada esquina. Como Kowalski já está um pouco envelhecido ele logo se torna alvo desses bandidos das redondezas. O que eles não sabem é que embora esteja com idade avançada ele ainda é durão o suficiente para colocar todos para correrem. Outro ponto muito importante desse roteiro é que ele mostra como a sociedade americana em geral está mudando nesses últimos anos. O personagem de Clint não reconhece mais sua própria vizinhança e nem consegue se comunicar com ela, afinal de contas todos os americanos parecem terem ido embora, sobrando uma vasta comunidade de orientais, latinos e demais grupos étnicos que imigraram em massa para os Estados Unidos nas últimas décadas. No começo isso é obviamente um problema para Kowalski, mas depois ele compreende que deve não lutar contra todas as mudanças, mas sim se adaptar o melhor possível a elas. Um boa mensagem de tolerância e respeito dentro de uma nação que muda em ritmo avançado, mesmo que isso também acabe custando a perda de sua própria identidade cultural e nacional.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de novembro de 2014

Quando Um Homem Ama Uma Mulher

Título no Brasil: Quando Um Homem Ama Uma Mulher
Título Original: When a Man Loves a Woman
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Luis Mandoki
Roteiro: Ronald Bass, Al Franken
Elenco: Andy Garcia, Meg Ryan, Ellen Burstyn, Tina Majorino

Sinopse:
Tudo corria bem com a família Green, até que Alice (Meg Ryan), a esposa, comece a apresentar problemas relacionados ao abuso de bebidas alcoólicas. O que parecia algo comum no começo, com pilequinhos aqui e acolá, começa a tomar dimensões bem maiores após Alice demonstrar que não conseguiria mais viver sem se embriagar todos os dias. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meg Ryan).

Comentários:
A premissa do roteiro é até muito boa, um enfoque mais centrado no problema do alcoolismo como fator de destruição do núcleo familiar, algo até bem comum de acontecer, principalmente em países como o Brasil. O curioso é que ao invés de mostrar esse problema sendo enfrentado pelo marido - como era de se esperar - no filme o alcoolismo atinge a esposa, no caso a personagem Alice Green interpretada por uma jovem e ainda bonitinha Meg Ryan! O filme aliás foi feito para que ela conquistasse o Oscar, mas não deu, nem uma indicação conseguiu arrancar da academia. Assim Andy Garcia cumpre o papel de escada para que sua parceira de cena brilhe no quesito atuação. Talvez por Ryan ser jovem demais ainda ou pelo fato do filme ter sido produzido pela Disney através de seu estúdio Touchstone Pictures, o fato é que "When a Man Loves a Woman" apesar de ser bom, não consegue ir até as últimas consequências envolvendo o tema. Como todos sabemos o alcoolismo é tudo, menos glamouroso. Não seria a Disney que iria a fundo nessa doença, mostrando o seu pior lado. Assim tudo fica no meio termo mesmo, em uma visão um tanto quanto plastificada sobre esse mal que atinge milhões ao redor do mundo. Quem conhece sabe a barra pesada que é, mas a Disney não quis mostrar as entranhas feias desse tipo de coisa, afinal é um estúdio familiar que até topa explorar o alcoolismo, mas claro sem ir fundo demais na ferida.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de novembro de 2014

A Última Bala

Título no Brasil: A Última Bala
Título Original: One In The Chamber 
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: William Kaufman
Roteiro: Derek Kolstad, Benjamin Shahrabani
Elenco: Cuba Gooding Jr, Dolph Lundgren, Billy Murray, Louis Mandylor

Sinopse:
Depois de ser perseguido ferozmente pelas autoridades dos Estados Unidos, um grupo de criminosos e mercenários resolve ir para a Europa Oriental, onde o mercado negro oferece excelentes oportunidades de trabalho para esse tipo de gente. Uma vez lá começa um perigoso jogo de gato e rato, onde os caçadores se tornam as presas da noite para o dia. Apenas os fortes continuarão de pé ao fim da caçada.

Comentários:
Se tem um ator que foi atingido em cheio pela chamada "Maldição do Oscar" esse foi certamente Cuba Gooding Jr. Ele era apenas um novato no cinema quando levantou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme "Jerry Maguire" em 1996. Depois disso desceu ladeira abaixo e nunca mais conseguiu chegar nem ao menos perto das glórias conquistadas nesse comecinho de carreira. Para piorar começou a aparecer em um monte de filmes B sem importância, tentando emplacar em praticamente todos os gêneros - da comédia pastelão ao policial - mas jamais conseguiu se firmar em nenhum deles. Agora parte para os filmes de ação. O problema é que simplesmente não convence no papel de um atirador de elite e assassino profissional. Se Dolph Lundgren também não estivesse no elenco seria muito complicado convencer um fã de filmes de ação a encarar essa fita, que inclusive não chegou sequer a ser lançada nos cinemas americanos, indo parar diretamente no mercado de DVD e Blu-Ray. Todo rodado na República Tcheca, onde os custos são bem menores, podemos destacar um ou outro momento mais interessante, porém no geral é realmente um filme bem descartável, desses que não irão fazer muita falta em sua coleção. Melhor mesmo rever a franquia "The Expendables".

Pablo Aluísio.

Desaparecidas

Título no Brasil: Desaparecidas
Título Original: The Missing
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Imagine Entertainment
Direção: Ron Howard
Roteiro: Thomas Eidson, Ken Kaufman
Elenco: Tommy Lee Jones, Cate Blanchett, Evan Rachel Wood

Sinopse:
Samuel Jones (Tommy Lee Jones) decide retornar para sua antiga casa depois de muitos anos cavalgando e se aventurando pelo oeste. Já velho e cansado da vida, ele pretende reconstruir sua relação familiar com a filha Maggie. O problema é que sua família é surpreendida por um criminoso perigoso que acaba sequestrando sua própria neta. Para Sam Jones esse crime não ficará impune. Ao lado da filha ele parte em busca da garota, ao mesmo tempo em que tenciona mandar o facínora sequestrador para o inferno, sem escalas.

Comentários:
Embora não produza mais filmes de faroeste em ritmo industrial como no passado, Hollywood jamais deixou de realizar filmes desse estilo, afinal de contas é o mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Esse "The Missing" volta ao velho oeste para contar uma estória edificante, sobre o desespero de uma mãe após ver sua pequena e indefesa filha ser raptada. Nem é preciso lembrar que Cate Blanchett é de fato uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Aqui ela está particularmente inspirada pois seu personagem consegue ir do desespero à fúria em questão de segundos. O mesmo se pode dizer do grande Tommy Lee Jones, que encontra um meio ideal para sua personalidade nas telas. É de se lamentar apenas o fato de que o ator poderia estrelar mais westerns em sua carreira, pois possui todas as características dos grandes ídolos do passado que brilharam nesse tipo de filme. Também merece destaque a boa direção de Ron Howard. Muitos não o consideram um diretor mais ousado, preferindo seguir o caminho mais seguro imposto pelos grandes estúdios. Essa afirmação é apenas parte da verdade. Em "The Missing" ele consegue mesclar tensão e suspense em doses exatas. Um belo filme, sem sombra de dúvidas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Um Novo Amor

Título no Brasil: Um Novo Amor
Título Original: At Middleton
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Anchor Bay Films
Direção: Adam Rodgers
Roteiro: Glenn German, Adam Rodgers
Elenco: Andy Garcia, Vera Farmiga, Taissa Farmiga, Tom Skerritt, Spencer Lofranco

Sinopse:
O Dr. George Hartman (Andy Garcia) é um médico cirurgião cardíaco que decide tirar um dia de folga para levar seu filho, Conrad (Spencer Lofranco), para conhecer o campus da universidade católica de Middleton. Durante a excursão acaba conhecendo a mãe de outra jovem, uma mulher mais do que interessante chamada Edith (Vera Farmiga). Embora ambos sejam casados, logo surge um flerte casual entre eles. Filme vencedor do Boston Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Andy Garcia) e Melhor Atriz (Vera Farmiga).

Comentários:
Mais um filme romântico bem interessante e curtível (principalmente se você estiver acompanhado de sua namorada). O enredo de certa forma é bem simples, todo passado em apenas um dia em que os personagens de Garcia e Farmiga vão conhecer o campus onde seus filhos vão estudar. Embora sejam comprometidos logo surge uma química entre eles. O curioso é que possuem personalidades bem distintas. Ela é expansiva, extrovertida, fala pelos cotovelos e parece ter uma incrível alegria de viver, chegando ao ponto até de se tornar inconveniente em público. Ele, por outro lado, é um sujeito bem mais sério, médico respeitado, que se veste e se comporta de maneira bem conservadora. Obviamente seguindo o velho ditado logo compreendemos que os opostos vão inevitavelmente se atrair. Ela resolve até roubar bicicletas para que eles façam um passeio bem divertido pela universidade (que não existe na vida real, sendo que o filme foi praticamente todo rodado na Washington State University, em Pullman). Não podemos deixar de elogiar os roteiristas que criaram situações para uma trama como essa, passada em poucas horas. O problema é que a partir da terça parte final ocorre uma ligeira queda de qualidade simplesmente por faltar mesmo assunto. Mesmo assim, por ser curtinho, o filme não chega a aborrecer. O ator Andy Garcia está produzindo seus próprios filmes, então para ele o que importa realmente é trabalhar em roteiros que realmente acredite. Além disso não é nada mal passar noventa minutos ao lado da atriz Vera Farmiga que aqui se dá ao luxo de contracenar com a própria filha, Taissa Farmiga (a mocinha é simpática, pena que seu personagem não ajude muito). Então é isso, outro filme de romance que apesar dos pesares não incomoda e nem aborrece, apenas diverte de forma bem descompromissada.

Pablo Aluísio.

Trama Internacional

Título no Brasil: Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.

Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um orgulhoso marido resolve presentear sua jovem esposa, colecionadora de bonecas antigas, com Annabelle, que tem um design que lembra antigos brinquedos do século XIX. O problema é que assim que chega em sua nova casa, eventos sobrenaturais começam a acontecer pelos corredores escuros. Para piorar uma estranha presença é sentida nos cantos mais obscuros da residência. Enredo parcialmente baseado em fatos reais.

Comentários:
A boneca Annabelle existe, não é invenção de roteiristas de cinema. Durante os anos 1970 um casal de pesquisadores começou a investigar casos sobrenaturais nos Estados Unidos. Em vários eventos havia peças, imagens ou artefatos (como a própria Annabelle) envolvidos. Entre dezenas de casos envolvendo seitas de adoradores do diabo e grupos estranhos, o da boneca acabou ganhando destaque por causa das muitas mortes envolvidas. Hoje em dia Annabelle se encontra em exposição, mas para desapontamento dos fãs do filme ela não se parece em nada com a boneca em cena. Na verdade é uma boneca de pano comum, com design que lembra até mesmo a personagem Emília do nosso Sítio do Pica Pau Amarelo! Mesmo com aparência tão singela não são poucos o que afirmam que ela de fato carrega uma carga negativa muito estranha, que impressiona até mesmo pessoas incrédulas que chegam perto dela pela primeira vez. De qualquer maneira a história do casal de pesquisadores de eventos sobrenaturais foi muito mais bem desenvolvido no primeiro filme, "Invocação do Mal". Aqui temos apenas os eventos anteriores ao que vimos no primeiro filme. De maneira em geral tudo o que você verá é mera ficção (ao contrário da fita original). De verdade mesmo temos apenas a presença de Annabelle! O que fez tanta gente gostar desse filme é até fácil de explicar. Ao invés de tentar inventar a roda o diretor John R. Leonetti optou por contar uma história tradicional de terror, com jogos de sombras, suspense e clima. A fita em determinados momentos lembra os filmes de terror dos anos 70. Isso fez toda a diferença do mundo. Só esperamos que a boneca não seja ridicularizada nos próximos anos como aconteceu com outro boneco de terror famoso, o Chucky de "Brinquedo Assassino". Isso seria mais prejudicial a ela do que dez exorcismos!

Pablo Aluísio.

Kinjite - Desejos Proibidos

Título no Brasil: Kinjite - Desejos Proibidos
Título Original: Kinjite - Forbidden Subjects
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Golan-Globus Productions
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Harold Nebenzal
Elenco: Charles Bronson, Juan Fernández, Perry Lopez

Sinopse:
O tenente Crowe (Charles Bronson) do departamento policial de Los Angeles está determinado a desmantelar uma perigosa rede de prostituição organizada por criminosos orientais na cidade. Fortemente armado até os dentes está disposto a fazer justiça de todas as maneiras possíveis.

Comentários:
Último filme da carreira do diretor J. Lee Thompson. Em seus últimos anos ele emplacou uma muito bem sucedida parceria com o ator Charles Bronson. Dessa união no cinema surgiram obras como "Dez Minutos Para Morrer" (o melhor em minha opinião), "O Vingador" e "Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown". Todos são filmes focados essencialmente em agitadas cenas de ação, geralmente passadas no caos urbano das grandes cidades americanas, onde o crime parece estar fora de controle e sem rumo. Bronson de certa maneira personificou quase sempre o mesmo personagem, a do justiceiro das ruas, o sujeito de bem e honesto que não conseguia mais aguentar a ineficiência do Estado e que por isso resolvia fazer justiça com as próprias mãos. O inimigo aqui é a máfia oriental, que ganha milhões de dólares com o tráfico de seres humanos, garotas bonitas que são literalmente exportadas para os Estados Unidos para faturarem muito no submundo da prostituição. Uma fita que certamente entrega o que promete. Os fãs de Charles Bronson não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.