Mostrando postagens com marcador Elizabeth McGovern. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Elizabeth McGovern. Mostrar todas as postagens

domingo, 25 de setembro de 2022

Downton Abbey II: Uma Nova Era

Downton Abbey fez uma excelente transição do mundo das séries para o cinema. Esse segundo filme vem justamente para confirmar isso. É um filme muito bom, diria até excelente mesmo. Toda a tradição de qualidade e excelência desse produto e dessa franquia se mantém em alto nível. A história também é particularmente saborosa para quem gosta de cinema. Com problemas financeiros, Robert Grantham aceita receber uma equipe de filmagem em sua casa. Estão filmando um filme em locação e precisam de um belo cenário para as cenas. E a vitoriana mansão cai justamente como uma luva para o diretor do filme. Assim, uma equipe de filmagem vai para sua tradicional casa e começam os trabalhos. E tudo soa muito inspirador e autorreferencial. Um belo exercício de metalinguagem cinematográfica. 

Para quem aprecia história do cinema, há aspectos muito interessantes. O filme está sendo filmado bem na época em que o cinema mudo está morrendo e o cinema falado começa a dominar o mercado. A atriz principal do filme é uma mulher extremamente bonita e glamorosa, mas com péssima dicção. Como ela vai sobreviver nesta transição? O galã, cobiçado por todas as mulheres, esconde um segredo pois na verdade é homossexual. Outro aspecto curioso acontece quando Violet Grantham herda uma bela propriedade no sul da França. Um amor do passado dela que se revela em um testamento. Isso esconde uma história que perturba o seu filho. E coloca em dúvida inclusive sua verdadeira ascendência. Como eu escrevi, Downton Abbey segue excelente. Já se tornou uma marca de elegância e sofisticação. Que venham novos filmes. 

Downton Abbey II: Uma Nova Era (Downton Abbey: A New Era, Estados Unidos, 2022) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Maggie Smith, Jim Carter, Elizabeth McGovern, Michelle Dockery / Sinopse: Uma equipe de cinema chega para trabalhar na mansão de Downton Abbey, rompendo com os costumes e o modo de vida da elegante e tradicional aristocracia inglesa. E um velho amor do passado ressuscita em um testamento, para surpresa de todos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

As Estrelas Brilham na Cidade

Título no Brasil: As Estrelas Brilham na Cidade
Título Original: The Chaperone
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Fibonacci Films
Direção: Michael Engler
Roteiro: Julian Fellowes, Laura Moriarty
Elenco: Elizabeth McGovern, Haley Lu Richardson, Géza Röhrig, Victoria Hill, Campbell Scott, Blythe Danner

Sinopse:
Durante a década de 1920 a jovem adolescente Louise Brooks vai até Nova Iorque para estudar dança em uma das melhores escolas do país. Como é menor de idade, sua mãe pede para que a senhora Norma Carlisle (Elizabeth McGovern) a acompanhe. Na grande cidade Norma vai atrás de seu próprio passado.

Comentários:
Você conhece Louise Brooks? Já ouviu falar dela? Ela foi uma das atrizes mais populares da era do cinema mudo. Foi uma das grandes estrelas daquele período da história do cinema americano. Esse filme aqui conta os primeiros passos de sua carreira, quando ainda era bem jovem e foi estudar dança moderna em Nova Iorque. Ao seu lado foi também a madame Norma Carlisle pois Brookes era jovem demais para ir para Nova Iorque sozinha. Só que Norma também tinha muitos interesses em ir até lá. No passado ela foi órfã em uma das instituições católicas de Nova Iorque. Assim ela aproveita para tentar descobrir que eram os seus pais biológicos. E de quebra, mesmo sendo uma mulher casada, com um casamento de fachada, acaba encontrando um novo amor. Filme muito bom, calcado na história dessa diva do cinema mudo. O roteiro é especialmente indicado para quem adora saber mais sobre a história do cinema e também para quem é fã da série "Downton Abbey". A personagem interpetada pela atriz Elizabeth McGovern tem suas semelhanças com Lady Cora Crawley que ela interpretou na popular série inglesa.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de abril de 2021

Gente como a Gente

Título no Brasil: Gente como a Gente
Título Original: Ordinary People
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Redford
Roteiro: Judith Guest, Alvin Sargent
Elenco: Donald Sutherland, Timothy Hutton, Mary Tyler Moore, Judd Hirsch, M. Emmet Walsh, Elizabeth McGovern

Sinopse:
A morte acidental do filho mais velho de uma família abastada prejudica profundamente os relacionamentos entre a mãe amarga, o pai bem-humorado e o filho mais novo, cheio de culpa. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (Robert Redford), melhor ator coadjuvante (Timothy Hutton) e melhor toteiro adaptado.

Comentários:
O ator Robert Redford decidiu migrar para a direção e se deu muito bem. Essa foi aliás sua estreia como diretor de um filme. Agora imagine ser o grande vencedor do Oscar justamente com o primeiro trabalho na direção? Pois foi justamente isso que aconteceu com Redford. Não poderia ser melhor. E ele escolheu um excelente material, um drama familiar mostrando a devastação de uma família americana após a morte sem sentido de um de seus membros. É um drama bem humano, mostrando a vida de pessoas comuns (Ordinary People, do título original em inglês). Um dos maiores destaques do filme foi a atuação do jovem ator Timothy Hutton, também premiado com o Oscar por seu excelente trabalho de interpretação. Anos depois ele explicaria que Robert Redford trabalhou pessoalmente com ele. Antes de rodar cada cena Redford o instruía com cuidado, para que a cena saísse da melhor maneira possível. O resultado se vê na tela nesse drama profundo, sobre a morte e a devastação daqueles que ficaram nessa vida, tentando lidar com a morte de uma pessoa querida. É um filme sobre luto e superação de traumas. Filme excelente, grande momento da carreira de Robert Redford e de todos os demais envolvidos nesse grande trabalho para o cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Ela Vai Ter um Bebê

Título no Brasil: Ela Vai Ter um Bebê
Título Original: She's Having a Baby
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Elenco: Kevin Bacon, Elizabeth McGovern, Alec Baldwin, James Ray, Holland Taylor, William Windom

Sinopse:
Jake Briggs (Kevin Bacon) se casa com a jovem e bela Kristy (Elizabeth McGovern). E como jovens recém-casados, eles ​​descobrem como estão despreparados estão para o futuro juntos. E as coisas se complicam ainda mais quando ela revela que está esperando um filho!

Comentários:
Depois do sucesso de "Footloose - Ritmo Quente" o ator Kevin Bacon recebeu inúmeras propostas para atuar em outros musicais dos anos 80. Só que ele decidiu que não ia cair nessa. Assim procurou por outros tipos de roteiros. Acabou firmando uma boa parceria com o diretor John Hughes, que também procurava por mudar os rumos de sua carreira. Ele foi diretor dos melhores filmes sobre adolescentes dos anos 80. Considerado um verdadeiro mestre nesse estilo ele então escreveu o roteiro desse que foi considerado seu primeiro filme sobre temas mais maduros. Seu primeiro filme adulto. O tema girava em torno de um jovem casal que tinha que lidar com os problemas envolvendo um casamento e a chegada do primeiro filho. Era baseado, de certa forma, na própria vida de Hughes. Quem curtia seus filmes mais leves, sobre jovens no ensino médio, levou um certo susto. Porém o fato é que esse é um filme muito bom, que resistiu bem ao tempo. Um dos melhores da produtiva e bem sucedida carreira do diretor. Uma bela crônica sobre jovens adultos tentando encontrar seu lugar no mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Downton Abbey - Quinta Temporada

Downton Abbey - Quinta Temporada
Essa quinta temporada da série "Downton Abbey" foi exibida entre os meses de setembro a dezembro de 2014. No total foram produzidos e exibidos nove episódios. Fica evidente desde os primeiros momentos que a mesma qualidade, diria até cinematográfica, está novamente presente, tamanho o capricho de todos os envolvidos. Como se trata de uma série com roteiros e tramas sequenciais é necessário ao espectador que queira assistir a série trilhar todo o caminho desde o começo até o fim, assistindo a toda a série em sequência cronológica. Na Inglaterra e Estados Unidos a série foi também lançada em uma bela coleção de DVDs. Assim fica bem mais fácil conhecer esse ótimo programa. Abaixo seguem comentários dos episódios dessa quinta temporada.

Downton Abbey 5.01
Estou começando a assistir a quinta temporada de uma de minhas séries preferidas, "Downton Abbey". Os roteiros começam a explorar as mudanças pelas quais passa a sociedade inglesa da época. Pela primeira vez na história o Partido Trabalhista consegue eleger o Primeiro-Ministro e isso acaba mudando os paradigmas daquela estratificada sociedade. Isso obviamente se analisando sob um ponto de vista geral, mais amplo. Dentro do microcosmo que reflete os moradores e empregados de Downton Abbey também já se nota certas mudanças significativas de comportamento, sejam elas políticas ou sociais (escandalosas, para ser mais específico). Quando moradores da vila local decidem eleger o representante do novo comitê que irá erguer um monumento em homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial, todos pensam que tal honraria será concedida ao Conde de Grantham (Hugh Bonneville), mas acabam se surpreendendo ao descobrirem que seu mordomo, Charles Carson (Jim Carter), é que foi o escolhido! Um reflexo dos novos tempos. Apesar de ser apenas o mordomo da mansão, Carson é muito respeitado por todos os moradores que o admiram em seu modo de ser, honesto, disciplinado e íntegro. Enquanto ele se eleva no conceito geral, a nobreza desce a ladeira da falta de elegância e boa finesse. A nobre Lady Shackleton (Harriet Walter) resolve levar um dos valetes da mansão para a cama, causando um grande mal estar e constrangimento em todos. O escândalo só não se torna maior porque ambos acabam sendo pegos no flagra pelo Conde em um momento particularmente tumultuado, quando um dos quartos da mansão pega fogo, causando grande alvoroço entre todos. Lady Edith Crawley (Laura Carmichael), deprimida e abalada após deixar sua filha sob cuidados de uma família mais humilde da região, tudo para evitar um escândalo pelo fato dela ser mãe solteira, acaba deixando uma carta pegar fogo perto de sua lareira, causando a destruição de seu próprio quarto com o fogo acidental. Pelo visto um título de nobreza não é suficiente por si só para garantir um grande caráter. / Downton Abbey 5.1 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Harriet Walter, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.

Downton Abbey 5.02
Esse episódio em particular é bem curioso porque ele mostra o impacto das primeiras invenções tecnológicas dentro da vida doméstica dos ingleses. Como se sabe o enredo de "Downton Abbey" se passa no começo do século XX e naqueles tempos a grande novidade era o rádio! Por ele se podia ouvir música, notícias e até mesmo peças teatrais adaptadas para o novo meio. Era considerado um grande avanço para a sociedade que mal havia saído ainda da era vitoriana. Assim ter um rádio em Downton Abbey passa a ser o sonho da sobrinha de Robert Crawley (Hugh Bonneville), apesar da forte aversão e resistência dele. Em sua opinião o rádio seria uma moda passageira que não teria muito futuro (mal sabia ele que na esteira do rádio viria também a TV e todo o mundo de pura tecnologia que conhecemos hoje em dia com Internet, etc). Pois bem, o conservador nobre só muda sua opinião quando descobre que o próprio rei George V irá falar pela primeira vez à Inglaterra usando justamente uma transmissão radiofônica. Sem outra saída, ele acaba comprando um aparelho para a centenária mansão. Outro problema que Crawley precisa resolver é determinar a exata localização onde será erguido um monumento em homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial. Para isso ele terá que contar com a sempre preciosa colaboração de seu mordomo, Charles Carson (Jim Carter), que inclusive não anda concordando muito com ele sobre isso. Por fim eu destaco uma cena em particular desse episódio quando Anna Bates (Joanne Froggatt) vai até uma mercearia local em busca de alguma substância anticonceptiva. A pressão social era tamanha sobre a mulher naquela época que ela mais parecia estar comprando algo extremamente proibitivo, desonroso até! Os tempos realmente mudaram muito e os costumes também. / Downton Abbey 5.02 - Episode #5.2 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.

Downton Abbey 5.03
Os investigadores começam a chegar cada vez mais perto de John Bates (Brendan Coyle). Como foi visto em episódios anteriores ele resolveu acertar as contas com um vassalo de um dos nobres que teria se hospedado em Downton Abbey. Tudo porque esse sujeito supostamente teria estuprado Anna Bates (Joanne Froggatt), sua mulher. Os roteiristas porém preferem deixar tudo em suspense, nunca deixando claro se Bates teria ou não matado realmente o criminoso. Enquanto isso a mansão se prepara para receber nobres russos que teriam sido expulsos de seu país após a revolução comunista. Esse jantar acaba reservando uma incrível surpresa para Violet Crawley, a Condessa de Grantham (Maggie Smith). Quando jovem ela esteve na corte do Czar Alexandre e lá teria tido um breve flerte com um príncipe russo. E agora, tantos anos depois daquele encontro marcante, eis que ambos se reencontram em Downton Abbey. E velhos romances não parecem ser a única preocupação de Violet. Sua neta, Lady Mary Crawley (Michelle Dockery), foi vista saindo de um hotel em Liverpool em companhia de um homem! Um verdadeiro escândalo para aqueles tempos conservadores. O pior para a Condessa é saber que foi o seu próprio mordomo quem presenciou tudo! Essa saia justa acaba rendendo uma ótima cena entre ambos onde a malícia parece soterrada sobre rios de etiqueta social - tudo muito divertido, de uma forma bem sutil e inteligente. Por fim Mrs. Patmore (Lesley Nicol) pede a Charles Carson (Jim Carter) que o nome de seu sobrinho seja incluído na lista dos heróis de guerra que farão parte do monumento que será erguido pelo Conde de Grantham na praça central do vilarejo. O problema é que ele foi um covarde que fugiu do campo de batalha enquanto seus companheiros de farda lutavam com bravura. Será que conseguirá mesmo incluir seu nome na lista dos soldados ingleses mortos na I Guerra Mundial? Algo bem complicado... / Downton Abbey 5.03 - Episode #5.3 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.

Downton Abbey 5.04
Esse episódio é interessante porque ele mostra o choque de ideologias que já se tornava comum dentro da rígida sociedade inglesa. De um lado os valores tradicionais e conservadores do Conde de Grantham (Hugh Bonneville) e do outro todo o arcabouço teórico do socialismo de Marx. Durante um jantar refinado essa contradição de ideias vem à tona, com discussões e acessos de raiva do Conde, que se sente imediatamente ameaçado pela forma de pensar de uma das convidadas, uma jovem com ideias esquerdistas. Entre os criados o segredo de Thomas Barrow (Rob James-Collier) começa a ficar óbvio. Esse personagem sempre desempenhou o papel de pequeno patife dentro da mansão, criando intrigas e rivalidades entre os empregados. Agora porém a sua situação é bem mais complicada pois ele está viciado em morfina, uma droga de prescrição médica que começava a se tornar popular entre os mais jovens. Já entre as filhas da condessa tudo vai ficando mais emocionalmente instável. Lady Mary Crawley (Michelle Dockery) passou a noite com um de seus velhos flertes, mas não está disposta a assumir nada sério com ele. Era o começo da libertação sexual das mulheres, onde elas também começavam a exercer seu direito a ter romances fugazes, com sexo casual sem culpa ou remorso. Enquanto Mary não quer criar laços emocionais com ninguém, sua irmã, Lady Edith Crawley (Laura Carmichael), sofre por causa da garotinha que na verdade é sua filha. Para fugir do escândalo social ela deu a criança para ser criada por um humilde casal. Agora se torna inconveninte ao ir todos os dias na casa deles. "Downton Abbey" é uma daquelas séries britânicas com muito estilo e elegância. Ótima pedida para quem estiver em busca de um entretenimento ao velho estilo. Sinal de bom gosto, acima de tudo. / Downton Abbey 5.04 - Episode #5.4 (Inglaterra, 2014) Direção: Minkie Spiro / Roteiro:  Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Michelle Dockery, Rob James-Collier, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.

Downton Abbey 5.05
Tudo tem limites. Desde que sua esposa conheceu um colecionador de artes, de quadros raros e valiosos, Robert Crawley, Lord de Grantham (Hugh Bonneville), anda desconfiado da aproximação de ambos. Não é para menos. Simon Bricker (Richard E. Grant) está realmente apaixonado por Cora Crawley (Elizabeth McGovern). Uma situação no mínimo bem delicada. O pior acontece logo depois. Após encurtar uma viagem de negócios, o Lord chega em Downton Abbey uma noite antes do previsto e o que ele encontra? Sim, sua própria esposa dentro de seu quarto ao lado de Simon. Diante disso não há fleuma britânica que resista! Esse é aquele tipo de situação que não pode ser resolvida por meios, digamos, diplomáticos, mas sim com punhos erguidos, como se fossem meros plebeus em um pub. Até a nobreza precisa descer do saldo alto de vez em quando... Enquanto o Lord e seu opositor rolam pelo chão do quarto tentando resolver suas questões pessoais, a polícia vai fechando o cerco contra o casal Bates. John Bates (Brendan Coyle) vai se tornando o principal suspeito de um crime, não apenas por já ter ficha criminal, mas também por ter tido desavenças com o lacaio de um Lord que se hospedou em Downton Abbey e que depois foi encontrado assassinado. Por fim um romance começa a nascer entre Lady Rose MacClare (Lily James) e um jovem alto e bonito chamado Atticus Aldridge (Matt Barber). De origem russa sua família se mudou para a Inglaterra para fugir da perseguição contra judeus nos tempos do czar. De um simples flerte tudo caminha para algo a mais entre eles. Afinal o amor é lindo. / Downton Abbey 5.05 - Episode #5.5 (Inglaterra, 2014) Direção: Minkie Spiro / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco:  Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.

Downton Abbey 5.07
Cora Crawley (Elizabeth McGovern) descobre que sua filha escondeu uma criança por anos. Ela tinha vergonha da reação da sociedade ao saber que havia ficado grávida sem ser casada. Pior para Cora é saber que tudo lhe foi escondido pela própria mãe, Violet (Maggie Smith). Apesar das mágoas Cora está decidida a resolver esse problema. Ela vai a Londres e encontra a filha Edith (Laura Carmichael). Sua neta deve ser levada para Downton Abbey onde será criada como se fosse sua filha (e ela realmente é). Enquanto isso o Conde de Grantham (Hugh Bonneville) fica desolado quando descobre que sua cadela de estimação tem poucas horas de vida pois está com câncer. Já entre os criados a fofoca come solta. Anna Bates (Joanne Froggatt) viu a filha de Edith na estação de trem e ficou intrigada. Ela deseja ir morar com seu marido John (Brendan Coyle) quando se aposentarem, em uma pequena casa que compraram. A ideia parece ótima. Já Violet Crawley (Maggie Smith) fica desolada ao saber que sua melhor amiga vai se casar e que provavelmente a deixará sozinha nas tardes de chá em sua bela casa. A vida, mesmo para elas, precisa seguir em frente. / Downton Abbey 5.07 - Episode #5.7 (EUA, 2014)  Direção: Philip John / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.

Downton Abbey 5.08
Esse é o episódio do casamento de Lady Rose MacClare (Lily James) e Atticus Aldridge (Matt Barber). Problemas? Muitos deles. Os pais do rapaz não gostam da noiva. Há uma barreira entre as duas famílias também. Uma é de origem judaica, a outra não! Isso dá margem a uma série de questões que colocam em risco o sucesso desse matrimônio. Mães judias são bem conhecidas por quererem impor seu ponto de vista de todas as formas e isso acontece aqui também. Tudo vira pretexto para uma série de preconceitos envolvendo cristãos e judeus. Uma pena que uma questão que deveria ser meramente religiosa acaba minando a felicidade de dois jovens que apenas querem viver juntos. Outro bom momento desse episódio é a prisão de Anna Bates (Joanne Froggatt). Há tempos a polícia vinha investigando, principalmente baseado nas suspeitas de que o criado assassinado teria estuprado Anna no passado. Teria havia uma vingança depois desse crime? É bem possível. Outro acontecimento que chega ao fim nesse episódio, após ter sido explorado por várias semanas, é a inauguração do monumento aos mortos da I Guerra Mundial, algo que foi muito discutido, muito debatido, principalmente em relação aos nomes que iriam constar em sua placa principal. Por fim, Violet Crawley, a condessa de Grantham, personagem maravilhosamente interpretada pela atriz Maggie Smith, recebe a proposta de casamento de um príncipe russo. Afinal não há idade para o amor. / Downton Abbey - Episode 5.8 (Inglaterra, 2014) Direção: Michael Engler / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Michelle Dockery, Lily James, Elizabeth McGovern.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Era uma Vez na América

Título no Brasil: Era uma Vez na América
Título Original: Once Upon a Time in America
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Leonardo Benvenuti
Elenco: Robert De Niro, James Woods, Elizabeth McGovern, Treat Williams, Tuesday Weld, Burt Young

Sinopse:
Um antigo gângster retorna para suas origens no Lower East Side de Manhattan. Ele havia deixado a região há mais de 30 anos e agora precisa lidar com todos os arrependimentos e traumas de seu passado. Roteiro baseado no livro de Harry Grey. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Sergio Leone) e Melhor Trilha Sonora Original (Ennio Morricone).

Comentários:
O mestre Sergio Leone trabalhou muito pouco nos Estados Unidos. Para o tamanho de seu talento esse aspecto deixou a desejar. Artesão do cinema, ele tinha dificuldades em lidar com o lado industrial do cinema americano. Mesmo assim o pouco que produziu na América fez história. Esse "Once Upon a Time in America" foi muito provavelmente seu projeto mais ambicioso. Leone quis contar parte da história dos imigrantes nos Estados Unidos. E o mundo do crime organizado, dos gangsters, não poderia ficar de fora. Considerado por alguns críticos da época como uma espécie de complemento ao épico "O Poderoso Chefão" o filme só não foi mais aclamado em seu lançamento original porque o público americano achou a produção pesada demais, excessivamente longa. Talvez o farto material fosse menos mais adequado para uma minissérie ou ainda dois longas. De qualquer forma o resultado ficou excepcional em minha opinião. Assisti pela primeira vez ainda nos tempos do VHS. Eu me recordo bem que o filme foi lançado em fita dupla por causa de sua longa duração. Era um item essencial nas locadoras para quem estivesse em busca de cinema de qualidade e tudo isso com a assinatura de um dos grandes diretores de todos os tempos, o incomparável Sergio Leone.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

A Esposa

Esse filme foi rodado no ano passado, mas a atriz Glenn Close pediu aos produtores que o lançamento fosse adiado alguns meses porque ela ainda tem esperanças de ser indicada ao Oscar por esse trabalho. Penso que Close está muito bem em cena, aliás nunca assisti a nenhuma atuação dela, nem no cinema e nem em séries de TV, que deixasse a desejar. É uma atriz maravilhosa. Vai dar para tentar disputar o Oscar? Só o tempo dirá realmente. Torço por ela, claro, mas sem grandes expectativas. E do que se trata o filme? Ela é a esposa dedicada de um famoso escritor. Já estão na terceira idade, levando uma vida tranquila nos Estados Unidos quando são informados que o marido (em boa atuação de Jonathan Pryce) foi escolhido como o vencedor do prêmio Nobel de literatura daquele ano! Imaginem a alegria de vencer o mais cobiçado prêmio do mundo agora numa fase mais crepuscular da vida... não poderia haver nada melhor.

Só que a felicidade dura pouco. O casal guarda um terrível segredo que começa a ser desvendado por um escritor mais jovem (Slater) que vai escrever uma biografia sobre o premiado. Indo ao passado ele descobriu algo estarrecedor, o que o leva a crer que tudo foi escrito pela esposa e não pelo marido. Ela sempre foi muito mais talentosa do que ele. Só que sem chances no mercado literário decidiu dar a autoria dos livros para o esposo. Agora tudo pode vir a público e logo no momento em que ele ganha o Nobel. Um filme sofisticado, bem conduzido, com uma boa história para contar. Gostei de praticamente tudo. Como já escrevi não sei se terá chances no Oscar, mas isso no final das contas é um mero detalhe. Como cinema de qualidade o filme é irretocável.

A Esposa (The Wife, Estados Unidos, Suécia, 2017) Direção: Björn Runge / Roteiro: Jane Anderson, baseado no romance "The Wife", escrito por Meg Wolitzer / Elenco: Glenn Close, Jonathan Pryce, Christian Slater, Max Irons, Elizabeth McGovern / Sinopse: Escritor americano famoso e sua esposa vão até Estocolmo na Suécia para receber o cobiçado prêmio Nobel de literatura. Um escritor mais jovem porém vai descobrindo um comprometedor segredo envolvendo o casal e o verdadeiro autor das obras premiadas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Asas do Amor

Título no Brasil: Asas do Amor
Título Original: The Wings of the Dove
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Miramax, Renaissance Dove
Direção: Iain Softley
Roteiro: Hossein Amini
Elenco: Helena Bonham Carter, Charlotte Rampling, Elizabeth McGovern, Linus Roache, Alex Jennings, Michael Gambon, Ben Miles
  
Sinopse:
Uma jovem aristocrata inglesa decadente, agora empobrecida, precisa decidir entre viver ao lado de sua tia rica ou se entregar ao amor que sente por um jornalista americano pobretão. Quando ela conhece uma rica herdeira, descobre que pode haver uma terceira alternativa para seu incerto futuro. Filme indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Helena Bonham Carter), Melhor Roteiro Adaptado (Hossein Amini), Melhor Fotografia (Eduardo Serra) e Melhor Figurino (Sandy Powell). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Helena Bonham Carter).

Comentários:
O cinema britânico sempre foi muito mais sofisticado do que o comercial cinema americano. Isso é um fato. Uma exceção na história aconteceu quando a Miramax resolveu apostar em filmes mais elegantes, baseados em grandes obras de literatura. "The Wings of the Dove" é um representante dessa safra mais fina e consistente. O roteiro foi baseado na obra literária do aclamado escritor Henry James. Muitos críticos salientaram, no lançamento desse filme, que uma obra tão tensa e complexa como a de James jamais poderia ser adaptada com sucesso para o cinema. De certa maneira há razão nesse tipo de pensamento, porém não podemos esquecer que dentro dos limites de um longa-metragem (com sua duração limitada, etc) até que esse filme acabou se tornando um dos melhores já feitos nessa linha. Não é por outra razão que conseguiu tantas indicações ao Oscar. No geral é uma história de amor amarga em plena era vitoriana. Certamente é uma produção para um público mais refinado, sofisticado. O interesse vem nas pequenas nuances, os pequenos detalhes. Se você se enquadra nesse seleto tipo de espectador não deixe de assistir. Outro ponto positivo vem do elenco, com excelentes atrizes, tendo como destaque a futura esposa do diretor Tim Burton, a talentosa Helena Bonham Carter. Ela é verdadeiramente a alma desse filme ora romântico, ora amargo. No quadro geral é realmente um excelente filme, dentro de sua proposta.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A Dama Dourada

Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas se apropriaram (roubaram mesmo) grandes coleções de arte, fossem elas de museus ou de coleções particulares. A protagonista desse filme, chamada Maria Altmann (Helen Mirren), é uma senhora de família judia que foi morar nos Estados Unidos para sobreviver ao holocausto. Seus familiares que ficaram na Europa foram mortos e seus bens, incluindo preciosos quadros, foram levados pelos alemães. Muitos anos depois ela se une a um jovem advogado, Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), para tentar reaver essas pinturas nos tribunais. Inicialmente ela enfrenta uma barreira jurídica enorme pois a grande maioria dessas obras de arte foram parar em museus europeus após o fim da guerra. Até a Suprema Corte dos Estados Unidos se torna um empecilho para ela, que não desiste e vai em frente.

Todos os historiadores sabem que uma das paixões de Hitler era a arte. Artista frustrado na juventude (ele chegou a ser reprovado em um exame de admissão na prestigiada escola de artes de Viena) o líder nazista levou sua obsessão às últimas consequências. O curioso é que tudo deveria ser de acordo com seu gosto pessoal, o que não se enquadrava no estilo preferido de Hitler era considerado arte decadente, degenerada, espúria, que deveria ser banida. Por essa razão assim que ocupava um novo país as tropas do exército alemão eram orientadas a recolher todos os quadros e pinturas para serem levadas à Berlim. E se elas pertencessem a famílias de judeus a expropriação era seguida de punição para os antigos proprietários, sendo eles enviados para campos de concentração imediatamente. Foi o que aconteceu com todos os familiares de Maria Altmann. Vivendo de uma pequena lojinha em Los Angeles ela então decide lutar pelas obras que pertenceram à sua família no passado, entre eles um quadro avaliado em 100 milhões de dólares! O principal tema desse filme é a perenidade da justiça. Essa deve ser buscada, não importando o tempo passado. O filme é assim um belo exemplo de perseverança e luta justamente por esse valor, a justiça. Especialmente indicado para profissionais da área jurídica.

A Dama Dourada (Woman in Gold, Inglaterra, 2015) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg / Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern / Sinopse: Uma senhora judia, dona de uma pequena lojinha em Los Angeles, decide lutar nos tribunais pela propriedade de antigas e valiosas obras de arte que foram roubadas de sua família pelos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Dama Dourada

Título no Brasil: A Dama Dourada
Título Original: Woman in Gold
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern
  
Sinopse:
O roteiro trata de uma das chagas abertas da Segunda Guerra Mundial, o roubo de obras de artes por tropas da Alemanha Nazista. Como se sabe Hitler era um apaixonado admirador de arte - a ponto inclusive de ter sido um artista frustrado na juventude. Quando a guerra chegou aos países vizinhos da Alemanha ele imediatamente ordenou que as mais maravilhosas obras de arte fossem levadas até o coração do Reich, principalmente as que pertenciam a famílias de judeus ricos. Foi exatamente isso que aconteceu no passado de Maria Altmann (Helen Mirren). Praticamente todos os seus familiares foram mortos no holocausto, sendo a riqueza familiar roubada abertamente pelos nazistas. Agora, muitos anos depois desses acontecimentos, ela tenta recuperar a propriedade de vários quadros que eram de seus pais. Infelizmente acaba esbarrando na inflexibilidade do governo austríaco que começa a lutar nos tribunais pela propriedade definitiva das pinturas, dando início a um longo e penoso processo judicial que acaba se arrastando por anos a fio.

Comentários:
Uma produção demasiadamente interessante que discute através de um caso concreto judicial verídico o direito de propriedade dos bens que foram usurpados (na realidade roubados) pela Alemanha Nazista de Hitler. A protagonista é uma dona de casa humilde que vive de sua pequenina lojinha de roupas em Los Angeles. Ela é uma imigrante austríaca chamada Maria Altmann (Helen Mirren). Durante a ocupação da Áustria por tropas do III Reich ela viu sua vida desmoronar ainda na juventude. Os parentes foram presos e enviados para campos de concentração. O dinheiro, obras de arte e bens em geral de sua família foram todos roubados pelos chacais do nazismo. Agora, já na velhice, ela decide lutar judicialmente por aquilo que entende ser seu de direito, inclusive um famoso quadro cujo valor atual seria estimado em mais de cem milhões de dólares! Para isso ela resolve contratar não um grande escritório de advocacia de Nova Iorque, mas sim os serviços do jovem e inexperiente advogado chamado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds). Ele certamente não pode ser considerado um advogado de renome, porém é inteligente, tem fibra e abraça a causa com uma paixão e dedicação fora do normal. A luta de Maria e Randy se torna assim o tema principal do filme. 

Dito isso é bom avisar que de certa maneira "A Dama Dourada" vai agradar mais aos profissionais da área jurídica do que ao público em geral. Isso decorre do fato de que o filme explora um caso judicial cheio de detalhes que acabou dando origem a vários precedentes jurisprudenciais no direito internacional - muitos deles ainda em vigor, principalmente no que se refere ao chamado direito de restituição de obras de artes roubadas pelos nazistas. Certamente por ter esse viés técnico o tema se tornará mais interessante para advogados e profissionais do mundo do direito. Esse aspecto abre outra questão importante. Em filmes de tribunal o elenco precisa estar sempre afiado. Felizmente é o que acontece aqui. O grande destaque, como era de se esperar, vai mesmo para a maravilhosa dama dos palcos e das telas Helen Mirren. Ela consegue imprimir suavidade e garra à sua personagem de uma maneira muito equilibrada e feliz. Contando com seu talento ao lado até mesmo o apenas mediano Ryan Reynolds consegue superar suas já conhecidas deficiências dramáticas. Seu advogado é um misto de doce ingenuidade e sincera capacidade de luta, mesmo diante de tribunais superiores francamente hostis como a Suprema Corte dos Estados Unidos. Apenas Katie Holmes surge muito apagada, mas isso é decorrente de sua própria personagem (a esposa do advogado) do que por qualquer outra coisa. No final ela acaba não fazendo a menor diferença dentro da trama. Então é isso, temos aqui um filme inegavelmente bom, nada extraordinário, mas realmente bom e eficiente, que conta da maneira mais honesta possível a sua relevante história.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um Rosto Sem Passado

Título no Brasil: Um Rosto Sem Passado
Título Original: Johnny Handsome
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: John Godey, Ken Friedman
Elenco: Mickey Rourke, Ellen Barkin, Elizabeth McGovern, Morgan Freeman, Forest Whitaker, Lance Henriksen

Sinopse:
Johnny Handsome (Mickey Rourke) é um gangster deformado que planeja um assalto com sua quadrilha nos arredores de Los Angeles. Durante a execução do crime porém ele descobre que foi traído por dois de seus comparsas. Preso, é condenado a uma pesada pena. Atrás das grades é escolhido para fazer parte de um inovador programa de reabilitação, onde o Dr. Steven Fischer (Forest Whitaker) resolve reconstruir sua face. Depois finalmente ganha a liberdade das ruas. Com nova aparência e uma nova oportunidade de trabalho tudo caminha para que Johnny finalmente trilhe o caminho de uma nova vida, mas a pura verdade é que a mente de Johnny ainda está consumida pelo desejo de vingança. Filme indicado aos prêmios da Chicago Film Critics Association Awards e Los Angeles Film Critics Association Awards.

Comentários:
Nunca entendi porque "Johnny Handsome" não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. Talvez o fato da Carolco estar indo à falência justamente naquele ano explique parte de seu fracasso comercial, mas nem isso resolve inteiramente a equação. Com um elenco simplesmente fantástico (leia a ficha técnica acima para conferir), direção correta e precisa de Walter Hill, outro ícone dos anos 80, o filme tinha tudo para dar certo. Na verdade foi extremamente mal lançado (no Brasil então nem se fala, indo diretamente para o mercado de vídeo VHS), caindo inexoravelmente no esquecimento (quase) completo. Uma injustiça pois ainda o considero um pequeno cult movie daquela década. Estrelado pelo mito Mickey Rourke, o filme explorava um personagem que passava por uma radical mudança em seu rosto - algo que me lembrou imediatamente de "O Segundo Rosto", aquele clássico injustiçado com Rock Hudson. Some-se a isso o fato do roteiro ter um paralelo com eventos pessoais da própria vida de Mickey Rourke na época, o que supostamente aumentaria o interesse pela fita. Foi justamente por aqui que todos começaram a perceber estranhas mudanças em sua fisionomia causadas por cirurgias plásticas desastrosas. De galã underground ele passou a ter um semblante esquisito, com bochechas de silicone! Uma mudança que veio para pior. Tudo isso porém não ajudou o filme em praticamente nada. Entre as atrizes destaco o furacão sensual Ellen Barkin, cuja química em cena curiosamente não funcionou muito bem com Rourke. Elizabeth McGovern, uma das estrelas jovens mais bonitas daqueles anos também está no filme. Ela inclusive vem em um momento muito bom na carreira, fazendo sucesso na série "Downton Abbey" onde interpreta a Condessa de Grantham, Cora Crawley. Assim no final de tudo temos que dar o braço a torcer. "Johnny Handsome", infelizmente, é aquele tipo de filme de que você sempre gostou, mas que jamais aconteceu, caindo nas sombras do esquecimento após todos esses anos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Downton Abbey

Título no Brasil: Downton Abbey 
Título Original: Downton Abbey
Ano de Produção: 2010 - 2013
País: Inglaterra
Estúdio: ITV
Direção: Brian Percival, Andy Goddard
Roteiro: Julian Fellowes, Tina Pepler, Shelagh Stephenson
Elenco: Hugh Bonneville, Phyllis Logan, Elizabeth McGovern, Jim Carter, Maggie Smith

Sinopse: 
Lord Robert Crawley (Hugh Bonneville) e sua esposa Lady Cora Crawley (Elizabeth McGovern) vivem as alegrias, dramas e tristezas de administrar e manter uma grande mansão de campo chamada Downton Abbey no interior da Inglaterra. Suas três filhas e a grande equipe de empregados da mansão completam esse delicado e complexo drama familiar passado no começo do século XX.

Comentários:
Eu devo confessar que sempre fui uma pessoa que zelei pelo meu próprio bom gosto. Nunca fui de correr atrás de produtos culturais apenas pelo seu sucesso comercial. Nesse aspecto sempre nutri uma grande admiração pelas séries inglesas. Acompanhei todas as que pude, com ênfase nas maravilhosas produções do canal BBC. É o que sempre digo, o diferencial está mesmo na qualidade do povo inglês, sempre muito culto, educado e instruído. Vejam o caso dessa excelente série Downton Abbey. Tenho orgulho em dizer que acompanho religiosamente desde o primeiro episódio. Que classe! Que sofisticação! O tema lembra um dos meus filmes favoritos de James Ivory, "Vestígios do Dia" com Anthony Hopkins. Tal como naquela película somos levados para o cotidiano de uma daquelas belas e enormes mansões do interior da Inglaterra. O enredo de "Downton Abbey" se passa nas primeiras décadas do século XX, passando pela I Guerra Mundial (quando a casa se torna um hospital improvisado por causa do esforço de guerra) e segue em frente no pós-guerra. O elenco é fabuloso com destaque para Jim Carter como o mordomo Mr. Carson e a brilhante Maggie Smith como a condessa de Grantham, sempre roubando as atenções. Esse é o tipo de programa que nos deixa com vontade de ter vivido naquela época, com aqueles costumes, aquele modo de ser. Uma nostalgia muito gostosa de um tempo não vivido. Melhor e mais sofisticado do que isso na TV você não encontrará em nenhum outro canal. Não deixe de conhecer.

Pablo Aluísio.