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domingo, 29 de setembro de 2019

Paraíso

Título no Brasil: Paraíso
Título Original: Heaven
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália
Estúdio: Miramax
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Krzysztof Kieslowski
Elenco: Cate Blanchett, Giovanni Ribisi, Remo Girone, Alessandro Sperduti, Alberto Di Stasio, Mauro Marino

Sinopse:
Após a morte do marido, Philippa (Cate Blanchett) decide fazer justiça pelas próprias mãos. Ela coloca um artefato explosivo no escritório do acusado do crime. Isso acaba desencadeando uma série de eventos de proporções inimagináveis para todos os envolvidos.

Comentários:
Quando a justiça falha, as pessoas procuram por vingança travestida de justiça. É esse o tema desse thriller de tribunal praticamente todo filmado na Europa, com locações em cidades italianas e alemãs. O curioso é que por anos a Miramax foi acusada de tentar imitar as nuances do cinema europeu. Então nada mais natural do que se associar a produtores do velho continente para a produção desse filme. O resultado porém fica abaixo do esperado. O roteiro tinha tudo para ser interessante, se concentrando nos aspectos jurídicos do caso principal, mas perde tempo e paciência do espectador ao se render aos mais fajutos clichês do cinema americano. E é um erro grasso porque o elenco é bom e traz uma elegante e sofisticada Cate Blanchett em um bom momento de sua carreira. Só que decidiram dar um tom mais comercial ao filme - com direito a perseguições pelas ruas, etc - que acaba estragando o espetáculo. Mais uma vez subestimaram a inteligência do público.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Negócio das Arábias

Título no Brasil: Negócio das Arábias
Título Original: A Hologram for the King
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Playtone Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Tom Tykwer, baseado no livro de Dave Eggers
Elenco: Tom Hanks, Alexander Black, Sarita Choudhury, Sidse Babett Knudsen, Tracey Fairaway, Ben Whishaw
  
Sinopse:
Alan Clay (Tom Hanks) sempre trabalhou em vendas. Agora ele enfrenta um novo desafio em sua carreira: vender para o Rei da Arábia Saudita um inovador programa de telecomunicações baseada em hologramas. Inicialmente ele pretende resolver tudo em, no máximo uma semana, mas ao chegar naquele distante país do Oriente Médio descobre que as coisas não serão bem assim. Os sauditas possuem seu próprio ritmo de vida e negócios e definitivamente não parecem muito empenhados em resolver os problemas de Clay e sua empresa.

Comentários:
Tom Hanks começou a carreira como comediante galhofeiro, depois ganhou status de bom ator (chegando ao ponto de vencer duas vezes na categoria no Oscar) e agora inicia uma fase de filmes inofensivos, sem muita importância. Esse é o caso desse "A Hologram for the King", uma comédia leve que usa as diferenças culturais existentes entre o Ocidente e um país árabe para tirar algum humor de suas situações. O personagem de Hanks não tem muita graça. Ele é apenas um americano que vai para a Arábia Saudita vender um novo produto para o Rei, mas chegando lá descobre que a ineficiência, o descaso e a falta de objetividade pontua os negócios naquele país situado no meio do deserto. Nada parece ir em frente e sua apresentação ao Rei, que deveria ser realizada em no máximo uma semana, passa a demorar dias e mais dias, sem qualquer sinal de resolução pela frente. Assim ele acaba fazendo amizade com um motorista e uma médica que o atende. Esse roteiro poderia ser muito divertido e até mesmo ousado, mas o humor é tão inofensivo, tão politicamente correto, que estraga praticamente todo o seu potencial. A questão do terrorismo só surge muito sutilmente e a aversão que os árabes em geral nutrem pelos americano passa ao largo. O pior acontece já no finalzinho quando o roteiro dá uma guinada para virar uma estória de amor na fase mais madura do personagem. Diante disso temos realmente um filme sem muita coragem de explorar as diferenças entre americanos e sauditas. Por ser fraco em seu humor e politicamente correto demais (além da conta) esse "A Hologram for the King" se torna apenas um passatempo muito leve, sem relevância e completamente descartável, só indicado para os fãs mais fiéis a Tom Hanks e seu estilo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Trama Internacional

Título no Brasil: Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.

Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Perfume - A História de um Assassino

Baseado no Best-Seller homônimo do escritor alemão Patrick Süskind, com o título original - Das Parfum, die Geschichte eines Mörders - o longa - "O Perfume, A História de Um Assassino" - nos apresenta a impressionante história de Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw), um rapaz que nasceu em Paris no século XVIII, literalmente na rua e na podridão de um fétido mercado de peixes. Depois de perder sua mãe, Grenouille é criado num orfanato onde descobre que é destituído de cheiro próprio. Aos poucos o tresloucado vai descobrindo que possui um poder singular e raro: um poderoso e inigualável olfato. Depois de sofrer em vários lugares na condição de um trabalhador semi-escravo, Grenouille passa a trabalhar com o perfumista Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman) que o ensina todos os truques da produção de perfumes, mas principalmente o segredo de eternizar as suas fragâncias. As idéias bizarras e criminosas começam a povoar a mente do rapaz. Depois de desvencilhar-se de Baldini, Grenouille passa a materializar o sonho de guardar o cheiro de cada ninfeta, em plena beleza física. Mas para isso precisa eliminá-las sucessivamente, retirando de seus corpos as substâncias necessárias para fazer as suas tão sonhadas fragâncias. 

O filme é uma viagem lisérgica pelo mundo dos diferentes olores que invadem o olfato de Grenouille, dando sentido a sua vida. Dos cinco sentidos humanos, para ele só existe o olfato, que representa a janela de sua própria alma que se abre para o mundo. São os impulsos idiossincrásicos de um louco misantropo em direção aos corpos cheirosos, virgens e lívidos das meninas ruivas. Seus olhos injetados traduzem para seu olfato diferentes aromas em forma de desejo. É a definição mais fiel dos sentimentos mais profanos - e também mais sagrados. Toda a sensualidade feminina é percebida pelo olfato magnífico do frio assassino. Sua aparência é suja, grotesca e fétida. Para ele a vida só tem um sentido: encapsular o cheiro de cada ninfa em vidros de perfumes, guardando-os para sempre. "O Perfume"... faz uma espécie de investigação escatológica e bizarra - e porque não poética - dos limites da loucura, das amarguras e dos desejos inconfessáveis do ser humano. O filme é deliciosamente perverso, perfumado, sujo e sensual. Além disso, a magistral direção do alemão Tom Tykwer, deixa clara que lá no fundo o ar blasé e lacônico do assassino é muito mais assustador que seus próprios crimes. A feérica e voluptuosa cena final nos faz lembrar um quadro vivo e surrealista do mestre Salvador Dali. Um ótimo filme que tem como ponto alto, a fotografia, a direção de arte e os figurinos. Nota 9  

Perfume - A história de um Assassino (Das Parfum - Die Geschichte eines Mörders / Perfume: The Story of a Murderer, Alemanha / França / Espanha, 2006) Direção: Tom Tykwer / Roteiro: Andrew Birkin, Bernd Eichinger, Tom Tykwer baseados no livro "Das Parfum" de Patrick Süskind / Elenco: Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman / Sinopse: Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) possui o olfato bem mais apurado do que as demais pessoas. Por essa razão acaba encontrando uma profissão bem de acordo com seu talento natural - a de criador de perfumes finos e raros. Sua obsessão por aromas porém o levará a um caminho perigoso e mortal.   

Telmo Vilela Jr.