terça-feira, 11 de setembro de 2018

Max Steel

Max Steel é um brinquedo dos anos 90. Depois do sucesso de vendas nas lojas ele virou desenho animado e agora ganha sua primeira versão para o cinema. O enredo vai agradar toda a garotada. O protagonista é um garoto chamado Max McGrath (Ben Winchell). Adolescente normal como muitos outros de sua idade. A diferença é que ele vai percebendo que tem um poder surreal de manipular energias. Para complicar tudo surge ainda um pequeno robozinho cheio de personalidade chamado Steel. Juntos eles vão tentar enfrentar um vilão que ele pensava ser antes apenas um amigo da família.

O filme não tem um grande orçamento - custou apenas 10 milhões de dólares, um valor bem pequeno em termos de Hollywood - mas essa falta de recursos não atrapalha o resultado final. Em termos de elenco muitos atores desconhecidos, com exceção de Andy Garcia, que defende bem seu cachê. Como se trata de um filme feito para jovens, adolescentes ali na faixa entre 12 a 16 anos, não espere por algo nada muito fantástico ou maravilhoso. O personagem tem potencial para esse mundo audiovisual. Vamos ver se o estúdio segue em frente com essa nova franquia de filmes de ficção para o público jovem que apenas agora está descobrindo as maravilhas da sétima arte.

Max Steel (Estados Unidos, 2016) Estúdio: Mattel Entertainment / Direção: Stewart Hendler / Roteiro: Christopher Yost / Elenco: Ben Winchell, Andy Garcia, Josh Brener, Maria Bello / Sinopse: Adolescente descobre que tem poderes especiais. Isso pode estar ligado ao seu passado, envolvendo a figura de seu pai, desaparecido há muitos anos após se envolver em uma pesquisa secreta, top secret, envolvendo figurões da indústria e do governo.

Pablo Aluísio.

Os Maiorais

Esse filme tem uma proposta muito interessante para quem gosta da história do cinema e da música dos Estados Unidos. Ele tenta contar a história do "Rat Pack"! E o que diabos seria isso? Para quem não sabe esse era o nome dado para a turminha de artistas, atores e cantores que gravitavam em torno de Frank Sinatra quando ele estava em Las Vegas realizando suas turnês na cidade. Além do próprio Sinatra, o criador do grupo, a trupe ainda era formada por Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford e Joey Bishop. Eram amigos e ao mesmo tempo usaram esse amizade para fazer filmes e shows durante os anos 60.

Claro que contar a história dessa trupe não seria tão fácil, ainda mais com o orçamento limitado dessa produção  - que foi exibida diretamente na TV a cabo no Brasil e nos Estados Unidos. O elenco traz até um grupo de atores talentosos, mas nenhum deles muito parecidos com os artistas originais do Rat Pack. Para se ter uma ideia quem interpreta Frank Sinatra é o ator Ray Liotta! Nada a ver, não é mesmo? Ainda assim temos que admitir que muitos deles incorporaram bem as personalidades e os trejeitos dos membros originais da turma. Só não diria que ficou perfeito porque alguns exageraram nos maneirismos, caindo na caricatura. De uma forma ou outra ainda recomendo o filme. É uma boa apresentação do que significou o bando de ratos dentro da cultura americana.

Os Maiorais (The Rat Pack, Estados Unidos, 1998) Direção: Rob Cohen / Roteiro: Kario Salem / Elenco: Ray Liotta, Joe Mantegna, Don Cheadle / Sinopse: Durante os anos 60 o cantor e ator Frank Sinatra decide juntar seus amigos mais próximos para uma série de projetos artísticos envolvendo shows em Las Vegas e filmes em Hollywood. O grupo acabaria sendo conhecido como The Rat Pack!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Oito Mulheres e um Segredo

Esse filme foi prejudicado por uma discussão estéril e boboca envolvendo o fato do elenco ser todo formado por mulheres, numa espécie de versão Luluzinha de "Onze Homens e um Segredo". Bobagem, o filme vale por seus próprios méritos. Na história temos a saída de Debbie Ocean (Sandra Bullock) da prisão. Ela cumpriu sua pena e está livre para recomeçar sua vida. No começo somos até convencidos que ela quer uma vida normal e tudo o mais, porém não demora muito para vermos que ela está mesmo interessada em colocar seu plano de um grande assalto em movimento. O alvo são joias milionárias da realeza europeia que estará em exposição em um museu de Nova Iorque. Além disso a equipe formada por Debbie vai focar sua atenção numa joia que vale 150 milhões de dólares que será usada pela estrelinha de cinema boba e afetada Daphne Kluger (interpretada por uma divertida Anne Hathaway). A ideia é trocar a peça no banheiro durante um jantar. Depois sair de lá com ela fragmentada em diversas peças menores.

O plano, claro, sai quase perfeito. Problemas vão surgindo durante sua execução e isso também faz parte da diversão. O roteiro é bem esperto, mas não tanto como no filme original. Ao contrário de "Caça-Fantasmas" que também fez sua versão só com mulheres e foi uma bomba, esse aqui é um bom filme, com tudo nos lugares certos, boa trama, desenvolvimento adequado e um timing impecável durante todo o desenrolar do enredo. Só não é melhor porque o final de certo modo é meio previsível. Quando chegou ao fim a conclusão foi que curti o filme pelo que ele é, não pela polêmica idiota que foi criada em torno de seu lançamento. Vá esperando por uma diversão agradável e não terá maiores surpresas.

Oito Mulheres e um Segredo (Ocean's Eight, Estados Unidos, 2018) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Olivia Milch / Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna, Dakota Fanning / Sinopse: Debbie Ocean (Sandra Bullock) forma uma equipe de ladras para roubar joias em exposição em um museu de Nova Iorque. A ideia é seguir um plano onde uma joia de 150 milhões de dólares será trocada por uma peça igual, mas sem valor, feita por um scanner de última geração.

Pablo Aluísio.

O Genro dos Meus Sonhos

Uma garota do interior vai para a faculdade. Quando retorna traz a tiracolo um sujeito esquisito, com maneiras completamente estranhas para os novos sogros. É esse o mote principal dessa comédia bem fraquinha chamada "O Genro dos Meus Sonhos". Como toda comédia é necessário ter um elenco afiado e obviamente engraçado. Não espere por muito nesse quesito. As situações são repetitivas e nem a tentativa de fazer um humor mais nonsense funciona muito bem. Na verdade é aquele tipo de comédia que você vai acompanhando na TV a cabo ou na Sessão da Tarde sem muito interesse. Apenas matando o tempo.

Pauly Shore não é o que eu chamaria de sujeito hilário ou algo do tipo. Ele apenas passeia pelo filme sem muito interesse. O roteiro também ronda, vira e mexe, voltando sempre para a mesma piada envolvendo a dobradinha "rapaz da cidade grande x vida no campo". Chatinho seria uma boa palavra para descrever. Enfim, já não se fazem comédias românticas engraçadas como antigamente.

O Genro dos Meus Sonhos (Son in Law, Estados Unidos, 1993) Direção: Steve Rash / Roteiro: Patrick J. Clifton / Elenco: Pauly Shore, Carla Gugino, Lane Smith / Sinopse: Garota do interior que vai para a universidade retorna com um genro pra lá de estranho para a antiga fazenda onde nasceu.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de setembro de 2018

LBJ

Não faz muito tempo assisti um filme chamado "Até o Fim" que mostra basicamente a mesma história desse aqui. Ambos focam na figura do presidente Lyndon B. Johnson que após o assassinato do presidente John Kennedy teve que assumir a Casa Branca. Eu não sei exatamente qual seria a razão, mas parece que a bola da vez é mesmo o presidente Johnson, pelo menos no cinema. Pois bem, aqui quem interpreta o político texano é o ator Woody Harrelson. Ele não é nem um pouco parecido com Johnson, porém o departamento de maquiagem do estúdio fez um bom trabalho, pois em certos momentos o ator realmente lembra o  antigo presidente. Apenas acredito que sua interpretação acabou sendo um pouco prejudicada com isso. Com toda aquela borracha na cara fica mesmo complicado atuar bem. A boca, por exemplo, pareceu muito artificial, mas nada que atrapalhe o filme como um todo.

O roteiro é bem estruturado. Temos aqui duas linhas temporais. A primeira volta no tempo e mostra em flashback a luta de Johnson em ser candidato a presidência, justamente contra Kennedy. Conforme as prévias vão sendo apuradas ele finalmente percebe que essa disputa está perdida. Assim JFK ganha a indicação do partido democrata à presidência, mas surpreende a todos ao convidar o próprio Johnson para ser seu vice na chapa. Na segunda linha temporal acompanhamos a chegada de Kennedy e Johnson em Dallas, naquele fatídico dia em que o presidente foi assassinado nas ruas da cidade.

Por fim as duas linhas de tempo se encontram, quando enfim LBJ assume a cadeira de presidente. Um aspecto curioso desse filme é que ele coloca mais em evidência a animosidade que existia entre Bob Kennedy e Lyndon B. Johnson. Os dois simplesmente se odiavam. Em minutos finais finalmente o filme tenta resgatar o que de melhor houve na presidência dele, com a luta pela aprovação das primeiras leis de direitos civis contra o preconceito racial no sul racista dos Estados Unidos. Pena que também ameniza o fato que Johnson afundou ainda mais os americanos na lama do Vietnã. De qualquer forma para quem gosta de história eis aqui uma boa dica de filme para assistir.

LBJ (Estados Unidos, 2016) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Joey Hartstone / Elenco: Woody Harrelson, Jennifer Jason Leigh, Bill Pullman, C. Thomas Howell, Michael Stahl-David, Richard Jenkins / Sinopse: O filme explora os acontecimentos após a tragédia de Dallas. Enquanto fazia uma visita à cidade o presidente Kennedy é alvejado em seu carro. Após sua morte a presidência passa para seu vice, Johnson, um político texano turrão e mais conservador.

Pablo Aluísio.

Correndo Atrás

Título no Brasil: Correndo Atrás
Título Original: Whatever It Takes
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Raynr
Roteiro: Mark Schwahn
Elenco: James Franco, Shane West, Marla Sokoloff, Jodi Lyn O'Keefe, Manu Intiraymi, Aaron Paul,

Sinopse e Comentários:
Sim, você já viu esse filme antes! Provavelmente tinha outro título, outro elenco, mas não se engane... é o mesmo filme, o mesmo roteiro. Aquele tipo de produção feita para os jovens que estão com problemas hormonais, naquela fase da vida em que não se pensa em outra coisa a não ser sexo, sexo e mais sexo.

O filme foi um dos primeiros de James Franco, na época apenas um ator jovem desconhecido que ninguém tinha ouvido falar. Ele e o amigo tentam conquistar as garotas que são apaixonados e... fim! Bobinho e derivativo esse é aquele tipo de filme que não vai fazer qualquer diferença em sua vida. Se nunca viu, deixe pra lá. Procure por coisa melhor. Esse filme realmente é a prova viva do cinema pipoca mais descartável possível.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de setembro de 2018

Não Bata Duas Vezes

Mais um filme de bruxas. É curioso que esse tipo de personagem tenha sido resgatado com mais frequência nos últimos anos. Basta lembrar do recente "A Bruxa" e de "A Bruxa de Blair", provavelmente o filme mais bem sucedido comercialmente da história nesse gênero. Pois bem, aqui temos um filme britânico que se propõe a trazer as bruxas de volta. O enredo é até simplório. Uma lenda antiga afirma que quem tivesse a coragem de bater duas vezes numa velha casa no meio da floresta despertaria a bruxa que teria vivido por lá há muitos anos. Claro que isso acaba despertando uma jovem que mora na região. Tentando demonstrar sua coragem ele vai lá, se aproxima da velha entrada daquela casa praticamente em ruínas e... bate duas vezes na porta!

Pronto... depois disso o caos se instala. O filme é bem produzido, tem efeitos especiais bem decentes e o próprio design da bruxa é bem feito. Só não espere por maiores surpresas pois o roteiro não tem muitas novidades. Eu acredito que o cinema de terror feito na Inglaterra hoje em dia é muitas vezes melhor do que os americanos, mas isso é apenas uma opinião pessoal. Se você tiver interesse em conhecer o que os ingleses estão fazendo em termos de filmes de horror fica essa dica.

Não Bata Duas Vezes (Don't Knock Twice, Inglaterra, 2016) Direção: Caradog W. James / Roteiro: Mark Huckerby, Nick Ostler / Elenco: Katee Sackhoff, Lucy Boynton, Javier Botet / Sinopse: Jovem garota desperta a ira de uma bruxa após bater nos restos calcinados da porta de sua casa. Voltando do inferno ela agora quer levar a garota para os porões das fossas infernais, mas para isso precisará enfrentar a mãe da jovem que está disposta a enfrentá-la frente a frente.

Pablo Aluísio.

Inverno Rigoroso

Filme de ação que começa como drama familiar. O enredo mostra esse pai interpretado pelo ator Joel Kinnaman (o RoboCop da nova versão para o cinema) que leva seus filhos para uma caçada na montanha. Tempo de inverno, muita neve. Ele é divorciado da mãe dos garotos que agora é casada com um sujeito endinheirado. Uma situação complicada, já que ele próprio está desempregado. Mesmo assim ele deseja ensinar os filhos a caçarem com um rifle em um lugar bem isolado. Os problemas começam logo, já que o carro fica preso na estrada e a partir daí as coisas só vão piorando a cada momento. É um bom filme, valorizado pela bela fotografia. Claro, para os americanos aquele mar de neve, onde tudo parece branco e selvagem, não apresenta grande interesse, mas para nós, brasileiros, que nunca vimos neve na vida é um ponto a favor do filme. O visual da natureza é muito bonito.

A violência e a luta pela sobrevivência também vai agradar aos que curtem esse tipo de enredo. Andar com armas de fogo é algo normal dentro da sociedade americana. Ensinar os filhos a atirarem, mesmo quando eles ainda são menores de idade, aparece na tela como algo natural, como uma tradição dos Estados Unidos que passa de pai para filho. O que acontece depois, mesmo sendo ficção, não foge em nada da normalidade daquele modo de vida. No alto do inverno, no frio intenso, o único calor vem do cano fumegante de uma arma de fogo.

Inverno Rigoroso (Edge of Winter, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Rob Connolly / Roteiro: Rob Connolly, Kyle Mann / Elenco: Joel Kinnaman, Tom Holland, Percy Hynes White, Shaun Benson, Shiloh Fernandez, Rachelle Lefevre / Sinopse: Pai leva os filhos para caçar no alto de uma montanha gelada e uma vez lá descobre que precisará lutar em um jogo de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

No Escuro da Floresta

Duas irmãs ficam isoladas em uma casa no meio da floresta quando acaba a energia e o uso de tecnologia. Elas não sabem exatamente o que estaria acontecendo, mas conforme o tempo passa as duas obviamente chegam na conclusão de que algo muito sério está acontecendo no país, embora isoladas não consigam descobrir a verdadeira razão. Assim, aos poucos, elas precisam sobreviver, usando para isso métodos antigos de sobrevivência. Nell (Ellen Page) é a mais durona, a mais pragmática, aquela que está disposta a fazer qualquer coisa para sair daquela situação. Sua irmã Eva (Evan Rachel Wood) não tem a mesma força de vontade, a mesma garra e logo cai em um estado de melancolia e depressão.

O filme procura mostrar que mesmo o ser humano moderno, rodeado de tecnologia por todos os lados, mantém seus instintos de sobrevivência, atreladas às gerações mais primitivas. A volta ao mundo natural é o principal aspecto que esse roteiro quer explorar. De volta a um planeta sem qualquer ajuda tecnológica as duas garotas precisam sobreviver a cada dia, seja de que forma for.

Por fim, temos que elogiar as atrizes Ellen Page e Evan Rachel Wood. Elas estão sozinhas em praticamente todas as cenas. Isso fica ainda mais óbvio para Page, que tem uma presença física pequena, de baixa estatura, mas que supera isso tudo para ajudar a irmã. Por falar nela chega a ser estranho ver Evan Rachel Wood como uma mulher frágil, logo ela, que estamos acostumados a ver como a Dolores de "Westworld". Enquanto na famosa série ela é uma cowgirl boa de tiro e exterminadora de humanos, aqui ela é a parte fraca da dupla de irmãs.

No Escuro da Floresta (Estados Unidos, Canadá, 2015) Estúdio: Elevation Pictures / Direção: Patricia Rozema / Roteiro: Patricia Rozema, baseada na novela de Jean Hegland / Elenco: Ellen Page, Evan Rachel Wood, Max Minghella, Callum Keith Rennie, Michael Eklund, Wendy Crewson / Sinopse: Duas irmãs presas no meio da floresta, sem tecnologia ou apoio do mundo exterior, tentam sobreviver usando para isso de técnicas de sobrevivência ancestrais.

Pablo Aluísio.

Sobrenatural: A Última Chave

Essa é outra das franquias milionárias de Hollywood no gênero terror. Só para se ter uma ideia, esse quarto filme da série custou meros 10 milhões de dólares e já faturou mais de 300 milhões nos Estados Unidos e mercado internacional. Com uma lucratividade dessas não haveria como abandonar a produção de novos filmes. Para manter o interesse do espectador os roteiristas apostaram agora em desenvolver as histórias de personagens secundários dos filmes anteriores. Assim a história volta aos anos 50 mostrando a infância de Elise Rainier. Filha de um pai abusivo e violento, ela desde muito criança vê vultos e fantasmas andando pela casa. Um dia algo maior se manifesta e muda sua vida para sempre.

Então o filme dá um salto no tempo e quando a reencontramos já estamos nos tempos atuais. Agora uma senhora, ela forma uma pequena equipe para ir em casas onde eventos sobrenaturais acontecem A questão é que seu novo cliente mora justamente na velha casa de infância de Elise, abrindo um portal para que ela finalmente possa compreender tudo o que lhe aconteceu anos atrás.

O roteiro é interessante. Não diria que está alguns pontos acima da média dos outros filmes de terror da atualidade, mas tem aspectos ao menos inteligentes. Um deles é aquele que explora o fato de que entidades sobrenaturais que caminham na escuridão se alimentam de ódio e ira. Isso é bem explorado quando Elise finalmente atravessa para o outro lado, o espiritual. Claro que para fazer sentido ao espectador tudo é apresentado como uma grande alegoria do mundo real, embora tenha aspectos bem construídos por trás. O design do tal demônio não é muito bom, em minha opinião, mas como o que vale mesmo e a metáfora do que está acontecendo, penso que tudo ficou muito bem realizado.

Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key, Estados Unidos, 2018) Direção: Adam Robitel / Roteiro: Leigh Whannell / Elenco: Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson / Sinopse: Elise Rainier (Lin Shaye) é uma senhora que lida com poderes sobrenaturais que acaba aceitando o convite para voltar para sua velha casa onde passou a infância para ao lado de seus dois assistentes analisar o que estaria acontecendo em seu interior.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A Irmandade

Título no Brasil: A Irmandade
Título Original: The Order
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Sheldon Lettich
Roteiro: Les Weldon, Jean-Claude Van Damme
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Sofia Milos, Charlton Heston, Brian Thompson, Ben Cross, Vernon Dobtcheff

Sinopse e comentários:
Esse filme de ação que não fez muito sucesso tem suas curiosidades. A primeira delas vem do elenco. Quem poderia supor que um dos maiores mitos da história do cinema americano, o mito Charlton Heston, iria terminar seus dias como coadjuvante de Jean-Claude Van Damme? Chocante, não é mesmo?

O outro aspecto digno de nota é que o roteiro foi escrito pelo próprio ator Jean-Claude Van Damme. Ele só não assumiu a direção porque estava enfrentando um sério problema com drogas, algo que iria quase acabar com sua carreira. De resto é aquela coisa, um filme de ação genérico que foi prejudicado ainda mais por causa dos problemas de seu astro principal. Ninguém passa por uma dependência química sem ter que pagar um preço caro por isso!

Pablo Aluísio.

Vamos Nessa

Título no Brasil: Vamos Nessa
Título Original: Go
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Doug Liman
Roteiro: John August
Elenco:  Sarah Polley, Jay Mohr, Scott Wolf, Desmond Askew, Nathan Bexton, Robert Peters

Sinopse e comentários:
Filme juvenil apenas mediano que conta a história de três amigos que decidem ir até Las Vegas e aí, bem, já sabemos... muita festa, muitos exageros e muitas drogas. O ideal de diversão dos jovens americanos sempre passa mesmo pelo abuso de drogas, por isso o país é o maior mercado consumidor de narcóticos de todo o mundo.

Curiosamente esse filme, que assisti há muitos anos, foi completamente esquecido atualmente. No elenco nenhum grande astro, apenas a presença do ator Scott Wolf que nos anos 90 fez sucesso com a série também jovem "O Quinteto". Fora isso nada mesmo muito digno de nota. Seja bem-vindo ao limbo do esquecimento de filmes que passaram e não marcaram em nada, na vida de ninguém. Vamos nessa então... esquecer o filme também! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Tully

A outrora bela Charlize Theron se despe de todo o charme e sensualidade para representar o papel de uma mãe comum, com três filhos para criar, tendo que resolver muitos problemas do cotidiano todos os dias. Para quem foi um dos grandes símbolos sexuais do cinema nos últimos anos não poderia haver mudança mais radical. Bom para ela que demonstra assim ser uma grande atriz (algo que todos os cinéfilos já sabiam desde "Monster"). Pois bem, no papel de Marlo ela apresenta a rotina estafante de uma mãe. Com dois filhos para criar ela acaba ficando grávida de um terceiro filho não planejado. Quando nasce o novo bebê seu irmão mais velho (e mais rico) lhe aconselha a contratar uma babá que trabalhe no período noturno para que ela possa dormir e aguentar a rotina do dia seguinte.

Assim chega Tully (Mackenzie Davis), a Babysitter. Ela realmente é um alívio na vida da mãe que agora pode dormir tranquilamente durante a noite, mesmo quando o bebê chora. O filme segue uma linha mais tradicional até mais ou menos no final, quando as duas sofrem um acidente de carro. A partir daí o roteiro traz algumas surpresas para o espectador, separando finalmente o que era realidade do que era apenas delírio de uma mente sufocada por um rotina estressante e muitas vezes sem sentido. O filme tem o mérito de explorar o sofrimento que também se faz presente quando uma mulher decide se casar e ter muitos filhos, no caso da personagem do filme, três crianças, algo acima da média na sociedade americana. No geral é um bom filme, porém para os fãs da Charlize Theron como sex symbol vai ser bem decepcionante vê-la na tela como um dona de casa com problemas de obesidade, sem nenhum charme ou apelo de sensualidade.

Tully (Estados Unidos, 2018) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston, Asher Miles Fallica / Sinopse: Com roteiro baseado nas experiências pessoais da roteirista Diablo Cody, o filme conta a história de uma mãe de três filhos que precisa lidar com o stress do dia a dia, tendo que ajudar o filho mais velho nos problemas na escola, enquanto contrata uma babá para ficar durante o período noturno com seu bebê recém nascido. No meio de tanto stress ela acaba confundindo realidade com delírios de sua própria mente.

Pablo Aluísio.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança

Esse é um documentário que foi lançado alguns anos antes da morte do ator Christopher Reeve, o eterno Superman do cinema. Como se sabe ele sofreu um sério acidente enquanto cavalgava. Seu cavalo parou de forma repentina ao se deparar com um obstáculo. Com isso Reeve foi jogado por cima do pescoço do animal. Na queda acabou fraturando um osso essencial em sua coluna. Com isso ficou tetraplégico. No documentário o ator mostra sua vida após o acidente. Ele é filmado interagindo com sua esposa e seus filhos, velejando no mar, aproveitando uma manhã de fisioterapia na piscina, enfim, tentando levar uma vida normal.

Além de tentar romper com o estigma que paira sobre pessoas paralíticas, o filme também tinha um objetivo bem claro: arrecadar fundos para a fundação do ator, que financiava pesquisas com células tronco, numa tentativa da ciência em trazer os movimentos para pessoas que estivessem na mesma situação. Infelizmente não houve tempo suficiente e o ator morreu por complicações respiratórias em outubro de 2004. Em determinado momento do documentário Reeve acabava reconhecendo que talvez nunca mais voltasse a andar. Porém também deixava claro que isso no final isso não importaria tanto pois sua fundação iria seguir em frente, mesmo após sua morte, o que de fato aconteceu.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança (Christopher Reeve: A Celebration of Hope, 1998) Direção: Louis J. Horvitz / Roteiro: David Leaf, Stephen Pouliot / Elenco: Christopher Reeve, Nancy Becker-Kennedy, Mary Chapin Carpenter, Deana Carter / Sinopse: O filme mostra a luta de todos os dias do ator Christopher Reeve que após sofrer um grave acidente ficou impossibilitado de andar e mover suas mãos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ferrari 312B

Esse é um documentário especialmente indicado para quem é apaixonado por automobilismo e Fórmula 1. Ele mostra um desafio enfrentado por engenheiros e mecânicos dos dias atuais que decidem restaurar e reconstruir o modelo Ferrari 312B que disputou o campeonato de fórmula 1 de 1970. Esse carro foi considerado revolucionário porque acabou se tornando uma ponte de transição entre os antigos modelos vintage dos primórdios da categoria, todos em design charuto, e os modernos carros de velocidade da F1. Realmente era um modelo bastante inovador, principalmente em seu desenho industrial, um marco.

Enquanto o carro vai sendo reconstruído vários nomes importantes da F1 vão dando depoimentos, em especial a do piloto Niki Lauda que teve parte do corpo queimado após um acidente durante um grande prêmio. Aliás a questão da segurança precária é mostrada em detalhes, através de imagens reais das corridas da época, onde o público ficava literalmente à beira da pista vendo os carros passarem em alta velocidade e nos acidentes que acabavam transformando os carros em verdadeiras tochas de fogo! Eram tempos mais românticos e perigosos da Fórmula 1, resgatado com sucesso por esse documentário mais do que interessante. Se a Fórmula 1 é do seu interesse, não deixe de assistir.

Ferrari 312B (Ferrari 312B: Where the Revolution Begins, Inglaterra, Itália, 2017) Direção: Andrea Marini / Roteiro: Andrea Marini / Elenco: Paolo Barilla, Niki Lauda, Damon Hill, Jacky Ickx, Jackie Stewart, Gerhard Berger, Bob Constanduros / Sinopse: Documentário sobre um grupo de engenheiros e mecânicos industriais que decide reconstruir um antigo modelo da F1, o carro de corridas Ferrari 312B que a escuderia italiana usou no campeonato mundial de fórmula 1 de 1970. 

Pablo Aluísio.

Possessão

É a história de uma pesquisadora, Maud Bailey (Gwyneth Paltrow), que está estudando a vida de um antigo poeta, Christabel La Motte. Durante suas pesquisas ela acaba conhecendo outro pesquisador de literatura antiga, Roland Michell (Aaron Eckhart). Juntos eles descobrem uma série de cartas escritas em um passado distante, abrindo uma ponte entre o século XVIII e os tempos atuais. A ligação entre o casal assim se torna cada vez mais forte e impossível de controlar.

Que fim levou a carreira da atriz Gwyneth Paltrow? Nos anos 90 ele estrelou um sucesso atrás do outro, mas a partir da virada do século começou a ser figura cada vez menos presente nos cinemas. De cabeça só me lembro dela fazendo papéis coadjuvantes em filmes de super-heróis! Uma pena, a loira com personalidade fria tinha talento, a ponto de segurar um filme sozinha como esse.

Possessão (Possession, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Neil LaBute / Roteiro: David Henry Hwang, baseado no romance escrito por  A.S. Byatt / Elenco: Gwyneth Paltrow, Aaron Eckhart, Jeremy Northam / Sinopse: Pesquisadora acaba conhecendo outro estudioso de livros e poemas antigos e acaba abrindo ao seu lado um portal ligando o passado ao presente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Lembranças de James Dean

É a história de um homem comum, Max Harris (John Mahoney), que decide abrir um posto de gasolina na estrada de Salinas, bem próximo onde o ator James Dean morreu de um acidente de carro em 1955. E é justamente nesse local que uma jornalista, Nina (Linda Emond), decide ir para fazer uma matéria especial sobre o trágico acidente. Chegando lá faz amizade com Max e aos poucos também vai descobrindo que ele guarda um segredo pessoal que o atormenta há anos.

Bom filme, com roteiro bem escrito, aproveitando a desolação desse lugar perdido e esquecido. A única notoriedade veio justamente do fato de que foi ali que o porsche de James Dean bateu, em um cruzamento, com um caminhão que vinha na estrada ao lado. Até hoje fãs do ator vão até lá conhecer o lugar exato onde aconteceu o acidente. Os personagens do filme orbitam em torno dessa lenda, mas com surpresas a mais para o espectador. Filme independente realmente bem interessante.

Lembranças de James Dean (Almost Salinas, Estados Unidos, 2001) Direção: Terry Green / Roteiro: Terry Green / Elenco: John Mahoney, Linda Emond, Lindsay Crouse / Sinopse: Max Harris (John Mahoney) resolve abrir um posto bem próximo do cruzamento na rodovia de Salinas. Foi ali que em 1955 James Dean se espatifou com seu Porsche chamado de "Pequeno Bastardo", colocando fim na vida de um dos astros mais promissores da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

Ghost Dog

Não deixa de ter um roteiro bem original. É a história de um assassino profissional dos dias atuais que segue as regras dos samurais do Japão medieval. Isso lhe traz um código de ética austero e correto, mas que infelizmente não é seguido pelos outros criminosos, em especial seu chefe mafioso que rompe um acordo com ele. Depois disso as ruas de Nova Iorque se tornam um campo de vida ou morte entre assassinos.

Definitivamente não é um papel que estamos acostumados a ver o ator Forest Whitaker interpretar. Ele que sempre primou por uma carreira feita de filmes fortes, dramas em sua maioria, aqui abraçou uma estética mais popular, dos filmes de ação de Hollywood. O diferencial veio justamente no modo de agir de seu "samurai moderno", fazendo de Nova Iorque uma nova Japão, pelo menos em sua mente. O filme é bem feito, tem um ótimo clima e mantém o interesse do espectador até o final. Isso já faz valer a pena a sessão.

Ghost Dog (Ghost Dog: The Way of the Samurai, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Jarmusch / Roteiro: Jim Jarmusch / Elenco: Forest Whitaker, Henry Silva, John Tormey / Sinopse: Ghost Dog (Forest Whitaker) é um assassino profissional dos tempos modernos que decide seguir o código de conduta e luta dos antigos samurais do Japão medieval. Com uma espada e uma habilidade fora do comum tenta sobreviver nas sangrentas ruas de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de setembro de 2018

No Coração da Escuridão

Ethan Hawke interpreta um reverendo que prega numa pequena igreja histórica, uma das mais antigas dos Estados Unidos, construída ainda nos tempos da guerra pela independência do país. São poucos os fiéis, sua vida é solitária e ele tenta se recuperar de uma tragédia familiar. Certo dia, após mais uma celebração religiosa de domingo, ele recebe em seu gabinete a jovem Mary (Amanda Seyfried). Ela está grávida, mas o marido deseja que ela faça um aborto. O sujeito não tem mais esperanças no futuro da humanidade e basicamente não quer ter um filho, colocá-lo no mundo para sofrer. Assim, de conselhos em conselhos, o reverendo vai tentando solucionar o problema familiar de Mary, muito embora ele próprio tenha inúmeros problemas pessoais para superar.

Um filme que começa bem, mas que conforme vai avançando na história comete alguns erros que quase colocam tudo a perder. Poderia ser apenas um drama sobre um religioso que não consegue lidar nem com seus conflitos pessoais, falhando em ajudar seu rebanho de fiéis  Afinal como alguém assim serviria para aconselhar uma jovem garota e seu marido, um casal cheio de problemas conjugais? O roteiro ainda abre espaço para uma discussão sobre o meio ambiente, tudo turbinado por um final que quase, reafirmo quase, leva a história para um desfecho completamente absurdo. A sorte é que quando tudo vai desandando há uma clara puxada de freio, evitando o pior. Poderia ser péssimo, mas do jeito que terminou se tornou ao menos regular. De uma coisa porém tenho certeza, passa longe de ser um filme comum e banal, mesmo com tantas escolhas erradas.

No Coração da Escuridão (First Reformed, Estados Unidos, 2017) Direção: Paul Schrader / Roteiro: Paul Schrader / Elenco: Ethan Hawke, Amanda Seyfried, Victoria Hill, Cedric the Entertainer / Sinopse: O reverendo Toller (Hawke) prega numa pequena igreja histórica de sua cidade. Quando é procurado por uma fiel, com problemas conjugais com seu marido, começa a perceber que seus problemas são pequenos demais perante as dificuldades do mundo real das pessoas ao redor. Filme vencedor do Venice Film Festival na categoria Green Drop Award (Paul Schrader).

Pablo Aluísio.

Segredos do III Reich

O nazismo continua no ordem do dia, seja nas discussões políticas, seja no ramo dos documentários televisivos. Esse "O Segredos do III Reich" produzido e exibido pelo canal History Channel é dos mais interessantes. Ele se propõe a ir mais a fundo, tentando revelar segredos envolvendo o alto escalão do III Reich, com foco centrado obviamente na figura do Adolf Hitler, o líder máximo do partido nacional socialista dos trabalhadores alemães, mais conhecido pela alcunha de partido nazista.

Pois bem, cada episódio enfoca um aspecto específico. Em um deles a família do ditador é analisada com olhos de lince. Alguns historiadores levantaram a hipótese de que antepassados de Hitler teriam sido judeus. Imagine se algo assim fosse realmente comprovado. Porém o episódio deixa claro que não há mesmo provas históricas sobre isso. Depois de passar por cima dessa questão alguns parentes próximos de Hitler são mostrados ao público em detalhes, como um sobrinho que anos mais tarde foi morar nos Estados Unidos e seu meio-irmão que acabou seus dias como um simples comerciante, dono de uma cervejaria em Berlim. em suma, um ótimo programa para quem gosta de curiosidades históricas envolvendo líderes que no passado quase destruíram a humanidade.

Os Segredos do Terceiro Reich (Nazi Underworld, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 2011) Direção: Tim Versteegen, Florian M. Beierl / Roteiro: Florian M. Beierl, Alexander Berkel / Elenco: Allan Corduner, Wolfgang Eisenmenger / Sinopse: Documentário que procura mostrar aspectos secretos da vida dos principais líderes do Reich nazista durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de setembro de 2018

Hereditário

Esse filme de terror, lançado recentemente nos cinemas brasileiros, tem colecionado críticas positivas. De fato é um filme muito bom, diria até mesmo acima da média do que se anda produzindo nesses últimos anos. O roteiro não tem pressa em desenvolver sua história mostrando inicialmente uma família comum, em luto, pela morte da avó. Senhora idosa, morreu já sofrendo de problemas de senilidade. É feito o funeral, a filha fica muito triste com sua morte, mas a vida segue. A família tem histórico de problemas mentais, um típico caso genético envolvendo alguns familiares no passado.

A coisa começa a mudar de foco quando a presença da avó falecida passa a ser sentida. Depois a tragédia volta a abater a família, quando a pequena Charlie, a caçula, tem uma morte horrível, quando retornava de volta para a casa de uma festinha com o irmão mais velho. Duas mortes, bem próximas. Claro que a morte da criança arrasa com a mãe (em boa interpretação da atriz Toni Collette). Destruída emocionalmente ela procura ajuda em um grupo de apoio e lá conhece uma senhora que lhe diz que conheceu um médium que tem o poder de entrar em contato com os mortos.

Bom, se você conhece filmes de terror sabe muito bem que invocações de pessoas falecidas sempre acabam mal. É uma premissa da religião cristã tradicional. A invocação de mortos vai contra as escrituras, é considerada uma abominação perante os olhos de Deus. Claro que a entidade espiritual que atende ao chamado não é a da criança morta, mas sim o puro mal... bem, ir além seria estragar as surpresas do filme. Basta dizer que gostei bastante do resultado final. Apenas uma coisa me incomodou: não gosto de finais onde o mal impera. Ainda sou um tradicionalista que aprecia finais felizes onde o mal é derrotado e o universo reencontra seu equilíbrio. Não foi o caso aqui. Provavelmente os produtores estão de olho em futuras continuações. Nasce uma nova franquia de terror? Bom, só o tempo dirá... Enquanto isso não deixe de assistir a esse "Hereditário", um filme de terror com o estilo dos filmes do passado.

Hereditário (Hereditary, Estados Unidos, 2018) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Toni Collette, Milly Shapiro, Gabriel Byrne / Sinopse: Uma família americana sofre duas tragédias. Primeiro morre a avó, uma senhora que já sofria de problemas de demência. Depois morre a sua pequena neta Charlie (Milly Shapiro), a caçula de apenas 13 anos. Desesperada e arrasada pelas mortes, Annie (Collette) decide invocar seus espíritos. Péssima, péssima ideia.

Pablo Aluísio.

Construindo uma Carreira

Filme adolescente do começo dos anos 90, esse "Construindo uma Carreira" só chama a atenção nos dias de hoje por causa da presença da atriz Jennifer Connelly. Ela havia se tornado estrela teen nos anos 80 quando estrelou filmes como "Labirinto", aquela fantasia cheia de criaturas criadas pelo Jim Henson que trazia ainda um David Bowie com um penteado pra lá de esquisito. Deixando de lado os bichinhos falantes e os efeitos especiais a Connelly então começou a estrelar filmes com temáticas mais ligadas com as pessoas de sua idade, algo menos fantasioso, mais próximo da realidade.

Essa comédia romântica traz dois jovens. Jim Dodge Frank Whaley) foi esnobado pela "princesa do colégio" na época do ensino médio. Aquele tipo de paixão platônica adolescente que não dá em nada. Agora trabalha como vigia noturno numa loja. Josie McClellan (Jennifer Connelly) é a garota pelo qual ele era apaixonado. Riquinha, um dia decide desafiar o pai se escondendo durante a noite justamente na loja onde Jim trabalha. Os dois se encontram lá e bem... se você já assistiu uma comédia romântica adolescente antes na sua vida sabe exatamente o que acontece. Bobinho e descartável esse filme vale para ver a Jennifer Connelly ainda bem jovem e muito bonita. Fora isso, nada de muito interessante.

Construindo uma Carreira (Career Opportunities, Estados Unidos, 1991) Direção: Bryan Gordon / Roteiro: John Hughes / Elenco: Jennifer Connelly, Frank Whaley, Dermot Mulroney / Sinopse: Rapaz jovem trabalha como vigia noturno numa empresa. Uma noite ele acaba encontrando o grande amor de sua adolescência, a bela Josie McClellan (Jennifer Connelly), se escondendo justamente na loja onde trabalha.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cromwell, O Homem de Ferro

Título no Brasil: Cromwell, O Homem de Ferro
Título Original: Cromwell
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ken Hughes
Roteiro: Ken Hughes
Elenco: Richard Harris, Alec Guinness, Robert Morley, Dorothy Tutin, Timothy Dalton, Frank Finlay

Sinopse:
Durante o tirânico reinado do Rei Charles 'Stuart' I (Alec Guinness) um corajoso político chamado Oliver Cromwell (Richard Harris) decide liderar um movimento em prol de um parlamento livre, forte e imune às ameaças do poder monárquico. Para isso contará também com o apoio do povo da Inglaterra.

Comentários:
Épico histórico que resgata a biografia de uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra, o parlamentar e rebelde Oliver Cromwell. Ele foi responsável por colocar em dúvida o sistema absolutista inglês, onde a vontade do rei era lei e todos os direitos dependiam única e exclusivamente de sua vontade pessoal. Não havia direitos fundamentais aos cidadãos comuns do reino. Com Cromwell de fato nasceu a chamada monarquia constitucional ou parlamentar, onde o parlamento ganhava maior importância e poder representando justamente a vontade de todo o povo. Além de trazer um roteiro muito bem escrito, com bela produção (o filme chegou a vencer o Oscar de melhor figurino) o filme ainda tinha dois monstros da arte de representar. Um deles era Sir Alec Guinness. Não poderia haver escolha melhor para representar a aristocracia em toda a sua soberba e prepotência. Já o protagonista era interpretado por outro grande ator, o mestre Richard Harris. Com tantos talentos desfilando na tela o resultado não poderia ser outro. Eis aqui um dos mais bonitos e bem realizados clássicos que já tive o prazer de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2018

O Túmulo Vazio

Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.

No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.

O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.

O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2018

E Agora Brilha o Sol

Título no Brasil: E Agora Brilha o Sol
Título Original: The Sun Also Rises
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry King
Roteiro: Peter Viertel, baseado na obra de Ernest Hemingway
Elenco: Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, Robert Evans
 
Sinopse:
Paris, 1920. O jornalista americano Jake Barnes (Tyrone Power) vive em Paris, aproveitando o belo cenário cultural da cidade. Sua vida tranquila acaba sendo abalada quando encontra casualmente pela noite com a bela Brett Ashley (Ava Gardner). É uma antiga paixão de Barnes. Ele a conheceu em um hospital para soldados feridos na Espanha. A reaproximação acaba revivendo antigos sentimentos em Barnes que há anos estavam adormecidos.

Comentários:
Temos aqui um bonito clássico romântico do cinema americano baseado na obra de Ernest Hemingway. Quem assistiu a outras adaptações de livros desse autor para o cinema perceberá uma incrível semelhança de enredo com outros filmes dessa mesma linha. Só para citar um exemplo, também temos aqui um jovem soldado ferido que acaba se apaixonando pela enfermeira que o tratou após retornar destroçado, física e emocionalmente, do front de batalha. É um tema recorrente nos escritos de Hemingway, simplesmente porque há claros toques autobiográficos em seus romances. Pois bem, embora isso não seja oficialmente reconhecido pelos especialistas em seus livros, o fato é que a estória e a trama desse romance parece seguir os passos de "Adeus às Armas", uma das grandes obras do escritor. É uma espécia de continuação daquilo que assistimos no filme  homônimo (que foi estrelado por Rock Hudson e que já comentamos aqui em nosso blog). O grande diferencial é que deixa claro desde o começo as tristes consequências dos ferimentos no personagem principal Jake Barnes (interpretado com elegância por Tyrone Power), que agora sabemos teve uma sequela terrível dos danos sofridos no campo de batalha, pois se tornou impotente. Essa condição o destrói emocionalmente pois ele fica numa posição de nunca consumar seu relacionamento com o amor de sua vida, Brett Ashley, na pele de Ava Gardner, incrivelmente bela em cena. 

Ela também o ama e diante de sua resistência começa a seduzir outros homens em sua presença, o colocando em situações constrangedoras e delicadas. Infelizmente o próprio autor não levou esse drama pessoal até o limite, preferindo em determinado momento de sua estória apostar em um incômodo deslumbramento com as touradas espanholas, algo que me deixou um pouco desconfortável pois considero uma tradição bem estúpida, que promove abusos contra os direitos dos animais.  Essa consciência porém ainda não existia na época e Ernest Hemingway parece completamente absorvido pelo clima em torno do tal "esporte". Isso acaba desviando o foco principal do que vemos e o filme assim vai se diluindo cada vez mais, até virar uma mera peça publicitária de turismo para as tradições e esportes tipicamente ibéricos. A impressão que passa é que Ernest Hemingway pisou no freio, como se tivesse desistido de aprofundar mais esse drama na vida do personagem principal! De qualquer maneira é preciso deixar claro que isso não é culpa nem da direção e nem da produção do filme - que é de fato classe A, realmente excelente. A culpa deve recair sobre o próprio Ernest Hemingway que parecia esgotado e sem ideias novas quando escreveu esse romance. Do ponto de vista cinematografico porém o filme vale sua indicação por causa da bela fotografia e da direção de arte bem caprichada. No fundo um belo e bem produzido romance passado numa Espanha linda e convidativa - com direito até mesmo a uma Paris maravilhosa e deslumbrante ao amanhecer, como mero pano de fundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Noite de Núpcias

Título no Brasil: A Noite de Núpcias
Título Original: Tradita
Ano de Produção: 1954
País: França, Itália
Estúdio: Flora Film
Direção: Mario Bonnard
Roteiro: Vittorio Nino Novarese, Mario Bonnard
Elenco: Brigitte Bardot, Pierre Cressoy, Lucia Bosé, Giorgio Albertazzi, Camillo Pilotto, Tonio Selwart

Sinopse:

A história do filme se passa na Itália, no ano de 1915. Uma família da velha aristocracia mora em um antigo castelo. Nele habitam a viúva de um conde e seus dois filhos. Um deles tem problemas físicos, o outro é um aventureiro que adora mulheres e jogatina. No horizonte a ameaça de uma guerra iminente com as forças do império austro-húngaro.

Comentários:
Provavelmente esse dramalhão europeu estaria completamente esquecido nos dias de hoje se não fosse a presença maravilhosa de uma jovem Brigitte Bardot. A atriz ainda não era a grande estrela de cinema que iria se tornar nos anos que viriam, mas já era uma beldade, uma das mulheres mais bonitas do cinema, ainda na flor da juventude. Se Bardot não foi a mulher mais bonita de seu tempo, chegou bem perto disso. Claro que o filme tira proveito de sua beleza estonteante. O diretor Mario Bonnard privilegia a presença da atriz em cada cena, embora sua personagem não seja uma das principais. No mais o filme até tem bons figurinos e reconstituição de época. É uma pena que Brigitte Bardot nunca tenha se esforçado para ir aos Estados Unidos fazer filmes melhores quando era jovem e deslumbrante. A barreira da língua inglesa sempre foi um obstáculo para ela. De qualquer forma mesmo ficando na Europa ela conseguiu se tornar um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema mundial. Não foi pouca coisa.

Pablo Aluísio.

A Noite de 23 de Maio

Título no Brasil: A Noite de 23 de Maio
Título Original: Mystery Street
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Sydney Boehm, Richard Brooks
Elenco: Ricardo Montalban, Sally Forrest, Bruce Bennett, Elsa Lanchester, Marshall Thompson, Jan Sterling

Sinopse:
Peter Moralas (Ricardo Montalban) é um detetive que procura solucionar um crime. Um corpo foi encontrado nas areias de uma praia deserta localizada em
Massachusetts. Ele então decide contar com a ajuda de um professor de Harvard,  o Dr. McAdoo (Bruce Bennett), um expert em cenas de crime. A dupla então começa a desvendar o mistério do assassinato.

Comentários:
O ator Ricardo Montalban fez muito sucesso em Hollywood. Ele era mexicano e acabou sendo escalado para interpretar personagens estrangeiros, em papéis exóticos. Acabou criando um nicho próprio dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Aqui ele está muito bem como um detetive ao estilo cinema noir. Até o figurino segue o tradicional, com sobretudo e capa, chapéu e cigarro no canto da boca. Poderia ser Bogart, mas era Montalban. Aliás o roteiro foi escrito pensando-se nesse outro ator, mas como ele nao pôde atuar, o detetive acabou sendo interpretado por Ricardo. Não ficou mal, de jeito nenhum. O resultado ficou tão bom que o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro, algo que ninguém esperava. Filmes de detetives particulares desvendando crimes eram como os filmes de faroeste, esnobados pelos membros da academia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Nevada Smith

Steve McQueen interpreta o filho de um minerador que vê seus pais serem mortos por uma quadrilha de ladrões. Eles invadem o pequeno rancho onde viviam atrás de ouro. Como não havia nada para lhes dar a crueldade dos bandidos se traduziu em tortura e morte. Depois da morte do pai branco e da mãe indígena, Max Sand (Steve McQueen) decide dedicar sua vida a uma vingança obsessiva. Enquanto ele não encontrar os três assassinos de seus pais não terá paz de espírito. O problema é que sendo jovem demais, não tem a experiência necessária para enfrentar esse tipo de criminoso. Um tipo simplório, analfabeto, que não tem também muita habilidade em portar uma arma de fogo. Esse tipo de coisa ele acabará adquirindo em sua jornada, onde acabará encontrando pessoas dispostas a lhe ajudar.

O filme é realmente muito bom. Embora a vingança seja a espinha dorsal do enredo os roteiristas decidiram explorar outros aspectos do personagem. Em determinado momento ele decide roubar um banco só para ser enviado para a prisão estadual onde estão dois dos homens que ele deseja matar. A tal prisão é localizada em um pântano impossível de atravessar. Malária, mosquitos, cobras venenosas e crocodilos impedem qualquer prisioneiro de fugir. Claro que McQueen vai tentar sua sorte ao ir embora da prisão. Essa parte do filme inclusive me lembrou um pouco de "Papillon", outro clássico do ator.

O único problema maior que vi em todo o filme foi o fato de que Steve McQueen não tinha a idade adequada para seu papel. O personagem que interpreta é um jovem inexperiente, sem muita noção da vida. Também seria um mestiço, com traços indígenas. Bom, em termos de juventude e falta de experiência de vida, McQueen não se parecia em nada com seu personagem. Alguém consegue visualizar esse ator como um jovem completamente inexperiente com armas e com a vida? Impossível. E sobre o fato de ser mestiço, outro problema. O loiro McQueen não tinha mesmo nenhum traço de sangue indígena correndo em suas veias. De qualquer maneira, tirando esses dois probleminhas, o filme funciona muito bem. É outro pequeno clássico assinado pelo excelente cineasta Henry Hathaway;

Nevada Smith (Estados Unidos, 1966) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Harold Robbins, baseado no livro "The Carpetbaggers" escrito por John Michael Hayes / Elenco: Steve McQueen, Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Suzanne Pleshette / Sinopse:  Quando seus pais são mortos em seu rancho por três assassinos o jovem Max (McQueen) decide que vai dedicar toda a sua vida para vingar as mortes. Assim ele parte rumo ao velho oeste em busca dos homens. Assim que os encontra decide acertar a balança da justiça.

Pablo Aluísio.

Mercadores de Intrigas

Título no Brasil: Mercadores de Intrigas
Título Original: South of St. Louis
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ray Enright
Roteiro: Zachary Gold, James R. Webb
Elenco: Joel McCrea, Alexis Smith, Zachary Scott
  
Sinopse:
Após retornar de uma viagem o rancheiro Kip Davis (Joel McCrea) descobre que seu rancho foi devastado e incendiado por tropas da União durante a Guerra Civil Americana. Revoltado e procurando por vingança ele decide ajudar o exército confederado inimigo, contrabandeando armas e munições na fronteira entre Estados Unidos e México. Seu objetivo é sobreviver às conturbadas viagens pois a região está sob forte controle dos soldados do norte. A pena para quem ajudar os rebeldes é a forca.

Comentários:
Um western onde os mocinhos são os confederados, os rebeldes, os sulistas, num dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil Americana. Logo no começo do filme Kip Davis (Joel McCrea) chega em seu rancho chamado "3 sinos" (o nome se dá porque na verdade pertence a três sócios, amigos de Kip). Tudo está queimado e destruído. A quadrilha de Luke Cottrell (Victor Jory), um bando de guerrilheiros pagos pelo exército da União, não deixou absolutamente nada de pé. Esse personagem realmente existiu e era tão violento e brutal ao lado de seus homens que a população civil os chamavam de "gorilas". Pois bem, após destruírem tudo pelo qual lutou em sua vida por anos, Davis resolve ir até a cidade fronteiriça de Brownsville para acertar contas com Cottrell e seus bandoleiros. A cena em que ambos se encontram finalmente é ótima, uma longa sequência para quem gosta de brigas com punhos! Mais tarde, ainda nessa mesma localidade Kip Davis aceita o convite de uma cantora de saloon, Rouge de Lisle (Alexis Smith), para levar um carregamento até o outro lado da fronteira, em uma região dominado pelo exército confederado. 

Inicialmente Davis pensa ser uma carga de móveis e coisas sem grande importância, mas depois descobre que na verdade são armas e munições para o exército rebelde do sul. Como é um sulista nato e está completamente revoltado com as barbaridades cometidas pelo exército do norte, decide se assumir como contrabandista de armas. Afinal de contas em uma guerra há mais de uma maneira de se lutar pelo lado que se acredita. O ator Joel McCrea continua com sua boa presença de cena. Ele era um daqueles tipos de atores que convenciam plenamente como cowboys do velho oeste. Rude, mas honesto, resolve lutar a guerra ao seu modo. A atriz Alexis Smith que interpreta a artista de cabarés Rouge realmente exagera nas caras e bocas, criando até mesmo situações de humor involuntário com seus exageros cênicos. No meio de tiros, duelos e perseguições de caravanas e diligências, "South of St. Louis" pode ser considerado um bom faroeste, bem produzido, com roteiro bem escrito e estória interessante. Além do mais o resultado final é valorizado por um argumento que fugia dos padrões da época, em que personagens de pura ficção e reais convivem em um mundo devastado pela guerra que em essência era lutada mesmo por irmãos de uma mesma pátria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Uma Pistola para Ringo

Título no Brasil: Uma Pistola para Ringo
Título Original: Una pistola per Ringo
Ano de Lançamento: 1965
País: Itália
Estúdio: PCM
Direção: Duccio Tessari
Roteiro: Duccio Tessari, Alfonso Balcázar
Elenco: Giuliano Gemma, Fernando Sancho, Lorella De Luca, Lorenzo Columbo, Maria Estela

Sinopse:
Um pistoleiro de origem desconhecida, pois ninguém sabe exatamente de onde veio e por que estaria ali naquela região, tem a tarefa de se infiltrar em um rancho invadido por bandidos mexicanos e salvar seus reféns, incluindo a noiva do xerife local.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme de faroeste espagueti da carreira do Giuliano Gemma. Ele foi, ao lado de Franco Nero, um dos principais nomes desse novo estilo de filme que era produzido em massa na Itália dos anos 60 e que virou uma febre de popularidade em todo o mundo, inclusive no Brasil. Para se ter uma ideia de como esse foi mesmo um dos melhores produzidos naquela época, recentemente o diretor Tarantino (um especialista nesse segmento, vamos colocar dessa forma) elegeu esse "Uma Pistola Para Ringo" como um dos dez melhores filmes de western spaghetti da história! Na juventude ele havia trabalhado em locadoras e conhecia todos esses filmes. Quem somos nós para discordar de sua qualificada opinião, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Pistoleiro Solitário

Título no Brasil: Pistoleiro Solitário
Título Original: Apache Woman
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden State Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: Lou Rusoff
Elenco: Lloyd Bridges, Joan Taylor, Lance Fuller
  
Sinopse:
Um agente do governo é enviada para uma cidade no velho oeste, bem no meio de um deserto inóspito, para investigar os ataques que os moradores da cidade dizem estar sendo cometidos por furiosos Apaches que vivem nas montanhas da região. O agente, no entanto, suspeita que forças diferentes podem estar cometendo esses crimes. No meio de um perigoso jogo de interesses fica a pergunta crucial: Quem estaria de fato promovendo todos aqueles ataques ferozes contra a população indefesa?

Comentários:
Em um primeiro momento você pode pensar, por causa do título nacional, que se trata de mais um filme enfocando as aventuras do Lone Ranger, o Cavaleiro Solitário. Não é isso. Na verdade se trata de um faroeste que tenta inovar focando numa personagem feminina, uma mulher Apache, como deixa bem claro o título original. Logo de cara dois nomes chamam a atenção na ficha técnica. O primeiro é o de Roger Corman, o Rei dos filmes B de terror e ficção. É curioso assistir a um filme de western dirigido por Corman, uma vez que definitivamente essa nunca foi a praia dele. Cowboys, xerifes e índios nunca fizeram sua cabeça que sempre preferiu monstros, ETs espaciais e filmes trash (não necessariamente nessa ordem). De uma forma ou outra Roger estava disponível e resolveu encarar essa aventura de dirigir um filme de faroeste. Não deu muito certo, a verdade é que o western sempre foi muito especializado e diretores vindos do mundo Sci-fi / Terror quase nunca deram certo ao lidar com esporas e cavalos. O segundo nome que salta aos olhos é o do ator Lloyd Bridges (o pai de Jeff Bridges). Ele também não parece levar muito à sério a coisa toda o que só prejudica ainda mais o resultado final. Mesmo assim sua presença garante o interesse nesse filme pouco convencional, com problemas de roteiro e orçamento (que foi bem pequeno, fazendo jus à fama de Roger Corman de rodar produções baratas que não davam prejuízo aos estúdios). Definitivamente não agradará muito aos puristas, mas servirá como uma curiosidade e tanto para os fãs de Corman, o homem que gostava de dizer que havia feito centenas de filmes em Hollywood sem perder um só tostão!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Perdidos no Espaço - Primeira Temporada

Perdidos no Espaço 1.01 - Impact 
Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.

A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço - Impact (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.

Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission
Esse episódio tem muito a ver com o espírito da série original, principalmente quando surge duas criaturas, dois monstros, na base dos sobreviventes naquela planeta distante. Para salvar a todos o Robô retorna. Will havia deixado ele numa distância segura depois que ele agiu de forma perigosa com outros seres humanos. A luta entre o robô e os bichanos acaba sendo a melhor coisa de um episódio que em minha opinião também apresenta um ritmo morno, lento, quase parando... Nas duas outras linhas narrativas temos uma experiência da mamãe Robinson. Ela parcebeu que os dias estão amanhecendo cada vez mais cedo e isso tem algo a ver com a estrela mais próxima (o Sol daquele planeta). Ao observar ela descobre que há sim algo acontecendo ali, mas o episódio não chega a explicar completamente o que seria. Fica para o próxima. Outra cena bem feita acontece quando ela tenta fazer subir o balão de observação. O aparato escapa, amarra em sua perna e ela quase cai de um penhasco. Mais "Perdidos do Espaço" original do que isso, impossível... / Perdidos no Espaço 1.05 - Transmission (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Legendary Television / Netflix / Direção: Deborah Chow / Roteiro: Kari Drake, Irwin Allen (criação) / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Parker Posey.

Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy
Nesse episódio os tripulantes da nave Jupiter vão entendendo que o planeta onde estão não vai durar muito. Um buraco negro ronda a região onde ele está situado, atrás do sol deles (a estrela onde orbita aquela rocha espacial). Muito em breve tudo será engolido de forma massiva. Aliás a série deveria ter um pouco mais de cuidado em sua produção. Esse planeta onde eles caíram é em tudo parecido com as florestas canadenses, na América do Norte. Deveriam ter planejado algo mais diferente. Ser assim tão igual mostra que a produção não tem lá muitos recursos, mas enfim... Outro ponto de destaque nesse episódio em particular acontece quando eles vão atrás de combustível na Jupiter 11. O problema é que essa nave está afundada na terra, bem na beira de um abismo. Essa cena em particular vai acordar mais o público que reclama que alguns episódios são parados demais, sem ação. E o que dizer do destino do robô? Will decide dar uma ordem para que ele caia de uma montanha, se despedaçando lá embaixo! Será o fim de um dos personagens mais marcantes de Perdidos no Espaço? Acredito que não... Mais novidades nos próximos episódios. / Perdidos no Espaço 1.06 - Eulogy (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Netflix / Direção: Vincenzo Natali / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Toby Stephens, Molly Parker, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Ignacio Serricchio,

Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized  
Esse episódio é até bem melhor do que a média dos demais. Isso porque tem mais cenas de ação e suspense, algo que falta - e muito - no resto da série. Aqui o veículo com os pais Robinsons cai em um lago de piche. A situação se torna grave e eles só são soltos após uma engenhosa solução usando um balão de gás hélio. Já Judy descobre algo que já vinha desconfiando, que a Dra. Smith não seria bem quem diz ser. Ela inclusive vai atrás dos pedaços do robô, que havia caído de uma altura considerável. A intenção é remontar o robozão! Com que finalidade? Bom, isso só ficará claro mesmo nos episódios que estão por vir. É esperar para conferir. / Perdidos no Espaço 1.07 - Pressurized (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory
Nesse episódio o mais importante é tentar levantar a nave Jupiter do chão. Como se viu nos episódios anteriores o planeta onde eles estão não tem futuro, não tem solução, está condenado por uma série de eventos geológicos. A única saída é ir embora, ir para o espaço. Só que as naves estão comprometidas, tirar elas do chão é algo complicado, uma tarefa quase impossível. Enquanto alguns ajudam, outros atrapalham. A Dra. Smith já demonstrou que está ali por motivos escusos, nada claros, bem obscuros. Qual seria seu objetivo? Infelizmente para todos os tripulantes a decolada não chega a ser um sucesso, pior do que isso, a nave acaba explodindo em pleno ar! Teriam morrido alguns dos principais personagens da série? Só assistindo para conferir. / Perdidos no Espaço 1.08 - Trajectory (Estados Unidos, 2018) Direção: Stephen Surjik / Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson
Esse foi o último episódio da primeira temporada (sim, já foi confirmada que haverá uma segunda!). O saldo final, pelo menos em minha visão, é um pouco negativo. Eu não diria que a série é ruim, nada disso. Porém não empolga, não cria aquela expectativa de sempre estar ansioso para ver os próximos episódios. Algumas mudanças não foram para melhor. O Dr. Smith era um personagem carismático e divertido, o alívio cômico da série original. Aqui colocaram uma mulher, a Dra. Smith, que é apenas uma vilã antipática, sem graça e que não faz diferença nenhuma na trama dos episódios. Ela tenta aqui e ali criar situações ruins para os demais tripulantes, mas não sai disso. Posso dizer que essa nova versão de "Perdidos no Espaço" tem sua dose de decepção. Alguns episódios são bem chatos, arrastados e renegam a série dos anos 60. Haverá uma segunda temporada, mas sinceramente não estou com vontade de assistir. Simples assim. A decepção foi inegável nesses dez primeiros episódios. / Perdidos no Espaço 1.10 - Danger, Will Robinson (Estados Unidos, 2018) Direção: David Nutter Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless / Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins.

Pablo Aluísio.

Waco

Sigo acompanhando a série Waco. Bom, o que temos aqui é a história do líder de seita David Koresh e seus seguidores. Ele determinava que todos os homens de seu grupo (inclusive os casados) se tornassem celibatários. Todas as mulheres só poderiam ter relações sexuais com apenas um homem, ele mesmo, o David Koresh. A poligamia porém nem era o pior aspecto desse caso. O David Koresh também armou seus seguidores com fuzis e armas de grosso calibre. Assim o FBI cercou a sede da seita em Waco, Texas. Depois de 51 dias aconteceu a tragédia. Nesse episódio ainda temos o vigésimo quinto dia de cerco das autoridades. O FBI e a ATF começam uma tática de guerra psicológica, com o uso de som alto e efeitos de luz. No meio de tudo muitas mulheres e crianças.

Foi uma coisa triste, em pleno anos 90, ainda ter que lidar com um fanático desse naipe, um sujeito que em tudo lembrava o Tom Jones, outro fanático perigoso que causou um verdadeiro suicídio coletivo de seus seguidores. O curioso é que o David Koresh até mesmo cria um laço de amizade e colaboração com o negociador do FBI, mas tudo vai sendo sabotado pelos demais comandantes da operação, inclusive os que defendiam logo uma solução militar para o impasse, ou seja, invadir a propriedade da seita com armas e gás, para fazer com que todos fossem expulsos e presos. A série mantém um ótimo nível, com excelente reconstituição histórica dos fatos. Não é uma história com final feliz, todos sabemos, mas pelo menos tudo é muito didático para entender como os acontecimentos realmente se desenvolveram. Fanatismo em nível máximo.

Waco 1.01 - Visions and Omens
Há uma tendência de surgirem seitas violentas e malucas dentro da sociedade americana. O caso da seita criada por David Koresh (Taylor Kitsch) foi um dos mais emblemáticos. Eu ainda me recordo dos jornais da época noticiando essa tragédia. Não é o caso de dar spoiler pois esse é aquele tipo de série baseada em fatos reais que foram amplamente explorados pela imprensa. A cena da sede da seita em chamas no meio do deserto do Texas é algo muito difícil de esquecer. Ali dentro havia mulheres e crianças, mas também um bando de fanáticos, seguidores de Koresh, que estavam fortemente armados com equipamento militar digno de uma guerra. Fuzis, metralhadoras e até granadas! Pois bem, nesse primeiro episódio já encontramos David Koresh e sua seita já devidamente instalada naquele grande galpão (sim, porque a casa parecia um grande galpão de fazenda). O Koresh é visto como um sujeito simpático, bom de papo, diria até carismático. Muitos psicopatas e líderes de grupos religiosos radicais como esse geralmente apresentam esse tipo de personalidade mesmo. O que mais me chocou nesse primeiro episódio foi saber que todos os homens do grupo de Koresh eram celibatários. Não que eles não tivessem esposas. Eles tinham, mas apenas Koresh podia ter relações sexuais com elas! Imagine o nível de loucura e insanidade envolvida nisso! Uma coisa literalmente de loucos fanáticos. / Waco 1.01 - Visions and Omens (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Paramount Network / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, John Leguizamo, Andrea Riseborough, Rory Culkin, Christopher Stanley

Waco 1.08 - Day 51
Episódio final da série. É curioso porque o roteiro meio que banca a versão em defesa do David Koresh. Bom, se você não conhece a história foi justamente no dia 51 do cerco à sede da seita do Koresh que tudo deu muito errado. Cansado depois de meses de negociação o diretor da operação, um agente linha dura do FBI, decidiu que seriam jogadas latas de gás lacrimogêneo dentro da casa onde estavam os membros da seita. Não se sabe até hoje o que aconteceu, mas após a operação começar se iniciou um enorme incêndio que acabou matando quase todos os seguidores do Koresh (ele inclusive foi tragado pelas chamas). Foi um final triste, trágico e em termos de FBI um desastre completo. O roteiro desse episódio final não mostrou os membros fanáticos colocando fogo em tudo (como foi dito pelos responsáveis do Bureau, do governo), mas tampouco deixou claro que o gás, por ser inflamável, é que deu começo ao incêndio devastador. Agora, esses são fatos que já eram conhecidos de quem sabia sobre a tragédia na época. O que eu particularmente não sabia é que a seita do Koresh seguiu em frente... alguns sobreviventes se reuniram e resolveram dar continuidade ao culto Davidiano. Só espero que essa nova seita não seja tão fanática e apocalíptica como a original. De mortes insanas e sem sentido o mundo já está cheio. / Waco 1.08 - Day 51 (Estados Unidos, 2018) Estúdio: HBO / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle, Drew Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, Andrea Riseborough, Paul Sparks, Rory Culkin, Shea Whigham

Pablo Aluísio

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Gerry

Dois amigos decidem fazer uma viagem no mínimo inusitada. Conhecer o Vale da Morte, um dos lugares mais inóspitos e secos do planeta. Ao chegarem lá decidem ir além. Abandonam o carro e partem a pé no meio do deserto, sem água e sem ninguém por perto para ajudá-los. O que afinal estariam buscando naquele lugar esquecido por todos? Conforme o filme avança vamos entendendo melhor seus objetivos (ou a completa falta deles!). O tempo vai passando, o calor vai ficando cada vez mais escaldante e eles parecem caminhar para um fim trágico.

Esse filme foi dirigido por Gus Van Sant. É uma das obras cinematográficas mais esquecíveis do diretor, o que não deixa de ser uma grande surpresa já que Van Sant quase sempre dirigiu filmes marcantes que marcaram época. Aqui ele se resume a juntar dois atores jovens e populares, Casey Affleck e Matt Damon, para contar uma história que se formos racionalizar bem não tem lógica e nem direção. Tentando ser novamente cult a todo custo, mesmo sem ter um bom roteiro em mãos, o cineasta no final só conseguiu ser bem chato.

Gerry (Estados Unidos, 2002) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Casey Affleck, Matt Damon / Elenco: Casey Affleck, Matt Damon / Sinopse: Dois amigos partem em busca de algo no temido Vale da Morte, uma das regiões mais desérticas do mundo. Uma vez chegando lá decidem abandonar seu carro e partem a pé em busca do desconhecido. Filme indicado ao Film Independent Spirit Awards.

Pablo Aluísio.