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domingo, 6 de março de 2022

Edgar G. Ulmer

Título no Brasil: Edgar G. Ulmer
Título Original: Edgar G. Ulmer - The Man Off-Screen
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Mischief Films
Direção: Michael Palm
Roteiro: Michael Palm
Elenco: Peter Bogdanovich, John Carradine, Roger Corman, Joe Dante, Boris Karloff, John Landis

Sinopse:
Documentário sobre a história do cinema norte-americano que resgata a história do diretor Edgar G. Ulmer que chegou a ser bem popular nos anos 1940 e 1950.

Comentários:
Quem foi Edgar G. Ulmer? A maioria das pessoas que gostam de cinema hoje em dia não saberiam responder a essa pergunta. Ele ficou conhecido como o "Rei dos Filmes B" durante a era de ouro do cinema americano. Dirigiu filmes como "O Homem do Planeta X" e "O Gato Preto". Seus filmes não eram aclamados pela crítica, mas faziam a festa e a diversão dos adolescentes da época. O grande mérito desse documentário é trazer o depoimento de uma série de excelentes diretores da atualidade elogiando o trabalho do veterano Ulmer, mostrando como ele foi influente, principalmente em relação a uma geração inteira de diretores americanos dos anos 1980. Esses cineastas eram crianças e jovens quando os filmes de Ulmer chegaram nas telas. E esse foi sem dúvida seu maior legado cinematográfico, ao influenciar todos esses talentos do cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Looney Tunes - De Volta à Ação

Título no Brasil: Looney Tunes - De Volta à Ação
Título Original: Looney Tunes - Back in Action
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joe Dante, Eric Goldberg
Roteiro: Larry Doyle
Elenco: Brendan Fraser, Steve Martin, Timothy Dalton, Heather Locklear, Joan Cusack, Roger Corman

Sinopse:
Os Looney Tunes procuram o pai desaparecido de um homem e o mítico diamante Blue Monkey, que vale uma verdadeira fortuna, milhões de dólares. Filme indicado ao Annie Awards, o Oscar da animação, em diversas categorias, entre elas a de melhor animação produzida para o cinema.

Comentários:
Em seu lançamento original essa animação foi encarada como uma espécie de sequência de "Space Jam: O Jogo do Século". Bom, não era bem isso. Se o primeiro filme apresentava celebridades como o jogador de basquete Michael Jordan, esse aqui não tinha nenhum grande nome para atrair o público aos cinemas. Só tinha mesmo a galeria dos famosos personagens de desenhos animados como o Pernalonga, o Patolino, o Papa-Léguas, o Diabo-da-Tasmânia, etc. Aliás havia mais "celebridades" animadas do que um grande elenco em carne e osso. Joe Dante sempre foi um diretor excelente nesse tipo de produção, mas aqui ficou um pouco no controle remoto. O que deixou essa animação um pouco mais chata foi a presença do ator Brendan Fraser, sempre muito cansativo. Nem Steve Martin, usando uma esquisita caracterização, conseguiu melhorar o filme como um todo. Sinceramente é melhor rever os divertidos antigos desenhos animados clássicos da Warner dos anos 50 e 60, do que ver esse longa-metragem turbinado de efeitos digitais para o cinema.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Dominados Pelo Ódio

Apenas quatro anos após a morte do verdadeiro Machine Gun' Kelly, o diretor Roger Corman resolveu contar sua história no cinema. E quem foi esse criminoso? Ele foi um dos mais conhecidos gângsters dos Estados Unidos. Conhecido por sempre portar uma metralhadora Thompson, ele espalhou terror durante as décadas de 1930 e 1940. Era uma figura brutal, com ares de psicopata, que cometia crimes sem se importar com as consequências de seus atos. Começou contrabandeando bebida ilegal durante a lei seca. Depois partiu para uma série de roubos a banca com sua quadrilha e sua namorada, a também violenta Kathryn Thorne.

Kelly era nascido em Memphis, Tennessee, mas cometeu crimes em diversos estados americanos. Ele entrou para a lista dos mais procurados do FBI depois que resolveu atuar em um tipo de crime mais barra pesada. Ele começou a sequestrar figurões e pessoas ricas. No filme há uma adaptação do roteiro. Na vida real Machine Gun' Kelly sequestrou um magnata do mundo do petróleo. No filme ele sequestra a filha desse ricaço, juntamente com sua babá. Aliás o filme tem várias "adaptações" do que efetivamente aconteceu na vida do criminoso. São pequenos detalhes, mas que fazem diferença. No filme ele pede o resgate de 100 mil dólares (na vida real foram 200 mil dólares). O curioso é que apesar de ser um bandido, ele tinha traumas com símbolos que representavam a morte. O roteiro do filme explora esse aspecto. Numa determinada cena ele fica paralisado durante um assalto a banco. O motivo? Ele avista um caixão na rua onde iria cometer o crime. Esse trauma era real e foi colocado em sua ficha psiquiátrica, quando ficou longos anos preso em Alcatraz.

"Dominados Pelo Ódio" tem um clima noir que não nega suas origens. Particularmente gostei bastante da atuação do ator Charles Bronson. Ele não trouxe carisma ou tentou romancear seu personagem. Pelo contrário, ele é todo o tempo um sujeito perigoso, violento, que não liga para absolutamente ninguém, apenas para o dinheiro que seus crimes podem render. Bronson assim interpretou o bandido sem romancear sua figura. Uma decisão acertada. Em vários momentos seu personagem criminoso enfia a mão na cara da namorada, isso sem nem pensar duas vezes. O próprio Machine Gun' Kelly gostava mesmo de bater em suas mulheres. Assim o filme acabou se tornando bem mais realista. No final gostei bastante desse filme de gângster. Apesar de algumas liberdades que o roteiro tomou com a vida real do criminoso, ainda é um excelente filme de ação e força bruta. Afinal assim viviam os criminosos da época.

Dominados Pelo Ódio (Machine-Gun Kelly, Estados Unidos, 1958) Direção: Roger Corman / Roteiro: R. Wright Campbell / Elenco: Charles Bronson, Susan Cabot, Morey Amsterdam / Sinopse: Filme baseado em fatos reais. Durante a década de 1930 o gângster George R. 'Machine Gun' Kelly (Charles Bronson), conhecido assaltante de bancos, decide partir para um novo tipo de crime: o sequestro. Ele rapta a jovem filha de um industrial e pede 100 mil dólares de resgate. Com isso entra na lista dos 10 mais procurados pelo FBI, algo que vai lhe trazer muitos problemas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Pistoleiro Solitário

Título no Brasil: Pistoleiro Solitário
Título Original: Apache Woman
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden State Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: Lou Rusoff
Elenco: Lloyd Bridges, Joan Taylor, Lance Fuller
  
Sinopse:
Um agente do governo é enviada para uma cidade no velho oeste, bem no meio de um deserto inóspito, para investigar os ataques que os moradores da cidade dizem estar sendo cometidos por furiosos Apaches que vivem nas montanhas da região. O agente, no entanto, suspeita que forças diferentes podem estar cometendo esses crimes. No meio de um perigoso jogo de interesses fica a pergunta crucial: Quem estaria de fato promovendo todos aqueles ataques ferozes contra a população indefesa?

Comentários:
Em um primeiro momento você pode pensar, por causa do título nacional, que se trata de mais um filme enfocando as aventuras do Lone Ranger, o Cavaleiro Solitário. Não é isso. Na verdade se trata de um faroeste que tenta inovar focando numa personagem feminina, uma mulher Apache, como deixa bem claro o título original. Logo de cara dois nomes chamam a atenção na ficha técnica. O primeiro é o de Roger Corman, o Rei dos filmes B de terror e ficção. É curioso assistir a um filme de western dirigido por Corman, uma vez que definitivamente essa nunca foi a praia dele. Cowboys, xerifes e índios nunca fizeram sua cabeça que sempre preferiu monstros, ETs espaciais e filmes trash (não necessariamente nessa ordem). De uma forma ou outra Roger estava disponível e resolveu encarar essa aventura de dirigir um filme de faroeste. Não deu muito certo, a verdade é que o western sempre foi muito especializado e diretores vindos do mundo Sci-fi / Terror quase nunca deram certo ao lidar com esporas e cavalos. O segundo nome que salta aos olhos é o do ator Lloyd Bridges (o pai de Jeff Bridges). Ele também não parece levar muito à sério a coisa toda o que só prejudica ainda mais o resultado final. Mesmo assim sua presença garante o interesse nesse filme pouco convencional, com problemas de roteiro e orçamento (que foi bem pequeno, fazendo jus à fama de Roger Corman de rodar produções baratas que não davam prejuízo aos estúdios). Definitivamente não agradará muito aos puristas, mas servirá como uma curiosidade e tanto para os fãs de Corman, o homem que gostava de dizer que havia feito centenas de filmes em Hollywood sem perder um só tostão!

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de outubro de 2017

O Poço e o Pêndulo

Título no Brasil: O Poço e o Pêndulo
Título Original: Pit and the Pendulum
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Roger Corman
Roteiro: Richard Matheson, baseado na obra de Edgar Allan Poe
Elenco: Vincent Price, Barbara Steele, John Kerr, Luana Anders
 
Sinopse:
Século XVI. Ao descobrir que sua irmã morreu em circunstâncias misteriosas, o nobre Francis Barnard (John Kerr) resolve ir até o castelo onde ela morava com o marido, Nicholas Medina (Vincent Price). O lugar é sinistro, uma velha construção medieval usada no passado como câmera de torturas da inquisição espanhola. Aos poucos Francis vai percebendo que nada é como lhe fora informado. Sua irmã não morrera de um ataque do coração e nem da maneira como ele pensava ter sido. Afinal qual seria a verdade dos fatos naquele ambiente doentio e assustador?

Comentários:
Falar que esse filme foi baseado na obra de Edgar Allan Poe é sem dúvida forçar um pouco a barra. Na verdade apenas os 10 minutos finais tem alguma semelhança com o conto escrito pelo genial Poe. O fato é que o texto original tem uma trama muito simples. Basicamente é um homem que acorda numa câmera de torturas da idade média, onde um pendulo com uma grande Lâmina desce em sua direção. O poço onde ele está seria assim uma metáfora do próprio inferno e o pêndulo uma alegoria do tempo que conforme vai passando vai consumindo nossa existência. Essa é em breves linhas o conteúdo do que Poe escreveu. O roteirista Richard Matheson precisou assim criar todo um enredo próprio para a realização do filme. Dessa maneira surge vários personagens que inexistiam na obra original de Poe, entre eles o fragilizado Nicholas Medina (Vincent Price). Seu pai foi um dos mais sádicos inquisitores da Espanha e quando descobriu que seu próprio irmão estava tendo um caso com sua esposa resolveu torturar a ambos nos mesmos instrumentos de tortura que mantinha nos porões de seu castelo. Ainda criança Nicholas assistiu a tudo. Com o trauma criou uma personalidade frágil e assustada, sempre aterrorizado com as sombras daquele lugar assustador. É curioso porque Price interpreta ambos os personagens, pai e filho. Como Nicholas (o filho) ele é perturbado e medroso, como Sebastian (o pai) é um torturador insano e masoquista. O diretor Roger Corman fez um bom filme (considerado clássico por alguns), mas de modo em geral ficou apenas na média. As cores berrantes do filme atrapalham um pouco, se fosse realizado em preto e branco seria claramente mais assustador. A trama tem bons momentos e como o filme é relativamente curto (pouco mais de 80 minutos), jamais chega a aborrecer o espectador. Corman sabia como dar um ritmo adequado e um corte certo para filmes como esse.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de junho de 2017

A Lei dos Brutos

Título no Brasil: A Lei dos Brutos
Título Original: Gunslinger
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Roger Corman Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: Charles B. Griffith, Mark Hanna
Elenco: Beverly Garland, John Ireland, Allison Hayes, Martin Kingsley
  
Sinopse:
O sonho de Rose Hood (Beverly Garland) sempre foi ser uma boa esposa e mãe. Ao se casar ela pensou estar finalmente realizando seu sonho de vida, mas seu marido acaba sendo morto covardemente na rua principal da cidade. Revoltada, tomada por ira e em busca de vingança contra todos os bandidos do velho oeste, Rose resolve tomar uma decisão inédita e incomum, ao se tornar a nova xerife, impondo lei, ordem e respeito com armas em punho! O seu objetivo é limpar toda a região de bandoleiros e foras-da-lei. Apenas os mais fortes vão sobreviver.

Comentários:

Roger Corman, como todos já sabemos, foi o rei dos filmes B em Hollywood. No final da carreira escreveu um livro contando como conseguiu produzir e dirigir centenas de fitas, sem nunca perder um tostão nelas! Realmente foi um gênio em seu nicho, produzindo filmes bem legais com quase nenhum dinheiro. Hoje em dia Corman é considerado não apenas um herói e um símbolo do cinema independente americano, como também um exemplo para os que desejam fazer filmes sem ter qualquer apoio dos grandes estúdios da indústria cinematográfica americana. Nesse faroeste dos anos 50 Corman resolveu inovar, fazendo de uma mulher a "xerifa" de uma cidade do velho oeste. Claro que historicamente isso jamais aconteceu, mas quem se importa? Corman, sempre em busca de novas ideias e abordagens, resolveu fazer esse filme na intenção dele ser realmente diferente - algo que conseguiu. A figura da mulher em busca de vingança contra os bandidos, usando para isso de uma estrela de xerife, tem inegável apelo, ainda mais nos dias de hoje com os movimentos feministas e tudo mais. Pois é, quem diria, Corman até nisso estava a frente de seu próprio tempo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Torre de Londres

Título no Brasil: A Torre de Londres
Título Original: Tower of London
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Roger Corman
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Vincent Price, Michael Pate, Joan Freeman
  
Sinopse:
Com o rei Edward IV (Justice Watson) em seu leito de morte, seus dois irmãos são chamados às pressas para o castelo real. Edward quer uma transição pacífica no trono e para isso resolve deixar a sua coroa para seu irmão mais jovem, Clarence (Charles Macaulay), pois ele é considerado um homem sábio que poderá levar em frente a Inglaterra rumo ao seu destino. A escolha deixa estarrecido seu outro irmão, o invejoso e vil Richard de Gloucester (Vincent Price), que quase que imediatamente decide apunhalar Clarence pelas costas para ser coroado o futuro rei. Ao assumir a coroa como Richard III, ele começa a dar sinais de insanidade, vendo velhos fantasmas de pessoas assassinadas por ele, inclusive de seu irmão Clarence. 

Comentários:
Em 1939 o ator Vincent Price atuou na primeira versão de "A Torre de Londres". Ele ainda estava no começo da carreira (esse foi seu quarto filme) e ele interpretava o jovem Duque de Clarence. Nessa primeira versão o insano Richard era interpretado por Basil Rathbone. Outro grande ídolo do terror também estava no elenco, Boris Karloff. Os anos se passaram e Price virou um ídolo do gênero. Nesse remake de 1962 ele foi escalado pelo diretor Roger Corman para atuar como o insano Richard III. A nova versão é bem curiosa, embora você tenha que ter em mente que não encontrará nada aqui remotamente parecido com as outras versões da obra de William Shakespeare que foram realizadas ao longo de todos esses anos. Corman não está interessado em ser fiel ao histórico dramaturgo e nem sua famosa peça. Ao contrário disso tenta aproveitar todos os elementos fantasmagóricos dessa estória para criar um filme bem aterrorizante. A sua opção por filmar em preto e branco foi muito acertada. Filmes de época, com baixo orçamento, sempre acabavam ficando melhor na fotografia preto e branco. Se Corman tivesse escolhido o sistema de cores tudo soaria mais falso. Price adorou sua caracterização do insano Rei Richard III, um homem não apenas fisicamente defeituoso, mas moralmente também. Mentiroso, cruel e assassino ele não mede qualquer esforço para se coroar rei da Inglaterra. Para isso vale tudo, até mesmo matar seu próprio irmão Clarence. Extremamente falso em suas atitudes o rei não encontra qualquer limite ou barreira ética para impor sua vontade, satisfazendo sua ganância pessoal por poder e riquezas. Assim gostei bastante desse remake de "Tower of London". Não é tão criativo e original como o primeiro filme, mas tem seus méritos cinematográficos. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O Poço e o Pêndulo

Século XVI. Ao descobrir que sua irmã morreu em circunstâncias misteriosas, o nobre Francis Barnard (John Kerr) resolve ir até o castelo onde ela morava com o marido, Nicholas Medina (Vincent Price). O lugar é sinistro, uma velha construção medieval usada no passado como câmera de torturas da inquisição espanhola. Aos poucos Francis vai percebendo que nada é como lhe fora informado. Sua irmã não morrera de um ataque do coração e nem da maneira como ele pensava ter sido. Afinal qual seria a verdade dos fatos naquele ambiente doentio e assustador? Falar que esse filme foi baseado na obra de Edgar Allan Poe é sem dúvida forçar um pouco a barra. Na verdade apenas os 10 minutos finais tem alguma semelhança com o conto escrito pelo genial Poe. O fato é que o texto original tem uma trama muito simples. Basicamente é um homem que acorda numa câmera de torturas da idade média, onde um pendulo com uma grande Lâmina desce em sua direção. O poço onde ele está seria assim uma metáfora do próprio inferno e o pêndulo uma alegoria do tempo que conforme vai passando vai consumindo nossa existência. 

Essa é em breves linhas o conteúdo do que Poe escreveu. O roteirista Richard Matheson precisou assim criar todo um enredo próprio para a realização do filme. Dessa maneira surge vários personagens que inexistiam na obra original de Poe, entre eles o fragilizado Nicholas Medina (Vincent Price). Seu pai foi um dos mais sádicos inquisitores da Espanha e quando descobriu que seu próprio irmão estava tendo um caso com sua esposa resolveu torturar a ambos nos mesmos instrumentos de tortura que mantinha nos porões de seu castelo. Ainda criança Nicholas assistiu a tudo. Com o trauma criou uma personalidade frágil e assustada, sempre aterrorizado com as sombras daquele lugar assustador. É curioso porque Price interpreta ambos os personagens, pai e filho. Como Nicholas (o filho) ele é perturbado e medroso, como Sebastian (o pai) é um torturador insano e masoquista. O diretor Roger Corman fez um bom filme (considerado clássico por alguns), mas de modo em geral ficou apenas na média. As cores berrantes do filme atrapalham um pouco, se fosse realizado em preto e branco seria claramente mais assustador. A trama tem bons momentos e como o filme é relativamente curto (pouco mais de 80 minutos), jamais chega a aborrecer o espectador. Corman sabia como dar um ritmo adequado e um corte certo para filmes como esse.

O Poço e o Pêndulo (Pit and the Pendulum, Estados Unidos, 1961) Direção: Roger Corman / Roteiro: Richard Matheson, baseado na obra de Edgar Allan Poe / Elenco: Vincent Price, Barbara Steele, John Kerr, Luana Anders / Sinopse: Ao investigar a morte misteriosa de sua irmã, um nobre europeu resolve ir até o velho castelo medieval onde ela morava com seu estranho marido. Acaba descobrindo algo mais do que sinistro.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de agosto de 2015

Frankenstein, o Monstro das Trevas

Título no Brasil: Frankenstein, o Monstro das Trevas
Título Original: Roger Corman's Frankenstein Unbound
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: The Mount Company
Direção: Roger Corman
Roteiro: Brian Aldiss, Roger Corman
Elenco: John Hurt, Raul Julia, Bridget Fonda, Jason Patric, Nick Brimble, Michael Hutchence

Sinopse:
A arma definitiva, que deveria ser segura para a humanidade, produz efeitos colaterais globais, incluindo deslizamentos no tempo e desaparecimentos. E nesse meio surge a lenda do Frankenstein.  E depois disso salve-se quem puder!

Comentários:
Eu me recordo que aluguei esse filme em uma locadora na época, ainda nos tempos das velhas fitas VHS e odiei, odiei o filme. Achei tudo muito ruim, com cenas absurdas como aquela em que o personagem de John Hurt passeia por uma aldeia medieval dentro de um carro moderno. Que porcaria era aquela? E o pior é que as pessoas daqueles tempos viam um carro moderno e achavam tudo muito natural. Completamente nonsense. O Roger Corman sempre foi o rei dos filmes B em Hollywood, filmes que fugiam dos padrões, mas no caso desse filme bem ruim ele certamente exagerou (e muito) na dose! E tem alguma coisa que preste? Tem o poster com os olhos costurados. Foi o que me fez alugar o filme... e quebrar a cara!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sombras do Terror

Título no Brasil: Sombras do Terror
Título Original: The Terror
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Alfa Cinematografica
Direção: Francis Ford Coppola, Roger Corman
Roteiro: Jack Hill, Leo Gordon, Roger Corman
Elenco: Boris Karloff, Jack Nicholson, Dick Miller, Dorothy Neumann

Sinopse:
O tenente Andre Duvalier (Jack Nicholson) é socorrido em uma praia por uma mulher, que some logo depois. Ele acaba descobrindo que seu paradeiro é um grande castelo, junto do sinistro Barão Victor Frederick Von Leppe (Boris Karloff). Porém, quando lá chega, ele a reconhece no quadro de uma garota falecida.

Comentários:
Antes de se tornar um dos cineastas mais celebrados da história com filmes como "O Poderoso Chefão", o diretor Francis Ford Coppola foi um pupilo de Roger Corman. Como se diz no ditado todos precisam começar de algum modo e foi isso que Coppola fez. Esse "Sombras do Terror" foi uma das primeiras experiências do cineasta atrás das câmeras. O interessante é que ele não faz feio, mesmo com a precariedade da produção. Isso se deveu ao fato de que Corman resolveu aproveitar os figurinos e cenários do filme "O Corvo" para rodar esse filme aqui em tempo recorde. A intenção era economizar ao máximo. O resultado passou longe de ser um desastre. Outro destaque óbvio vem da presença no elenco de Jack Nicholson. Na época ele era apenas um empregado do departamento de animação do estúdio que sonhava se tornar um astro. Infelizmente ele havia encontrado inúmeras portas fechadas. Alguns diretores chegavam a dizer que ele era careca e feio e jamais seria um astro! Assim Nicholson correu atrás de quem o aceitasse. Acabou encontrando apoio com Roger Corman e o resto é história. Esse filme assim demonstra bem que Corman, além de ser um dos mais produtivos diretores de Hollywood também foi extremamente importante ao dar uma primeira chance para profissionais que anos depois iriam se consagrar no cinema americano. Todos precisam de uma pequena ajuda no começo da carreira e Roger Corman, muito solícito e solidário, acabou exercendo essa função.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Solar Maldito

Título no Brasil: O Solar Maldito
Título Original: House of Usher
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Roger Corman
Roteiro: Richard Matheson
Elenco: Vincent Price, Mark Damon, Myrna Fahey

Sinopse:
Após uma longa viagem, Philip (Mark Damon) chega à mansão Usher em busca de sua amada, Madeline (Myrna Fahey). Ao chegar, no entanto, ele descobre que Madeline e seu irmão Roderick Usher (Vincent Price) foram atingidos por uma misteriosa doença: os sentidos de Roderick tornaram-se dolorosamente agudos, enquanto Madeline ficou catatônica. Naquela noite, Roderick diz a seu convidado de uma antiga maldição da família Usher: sempre que há mais de um filho Usher, todos os irmãos ficam enlouquecidos e sofrem mortes horríveis. À medida que os dias passam, os efeitos da maldição parecem se confirmar.

Comentários:
Para um fã do universo fantástico nada seria mais adequado, com um trio e tanto nos créditos. O roteiro foi baseado na obra do soturno Edgar Allan Poe, com direção de Roger Corman e liderando o elenco o cultuado Vincent Price! Só isso já seria motivo suficiente para assistir ao filme. Some-se a isso o nostálgico e muito charmoso clima vintage e você terá uma pequena obra prima em mãos. Price está novamente soberbo em sua caracterização típica, a do sujeito sinistro com gestos e figurino nobres. Para contracenar com ele o estúdio escalou o galã Mark Damon, nada talentoso, e a atriz Myrna Fahey cuja beleza me lembrou muito Elizabeth Taylor em seus anos de auge. A direção de arte também chama a atenção com suas enormes casas sinistras envoltas em eterna neblina e os cenários góticos. Até as catacumbas são bem feitas. O filme ganharia muito se fosse preto e branco, para combinar bem mais com o enredo macabro, mas mesmo colorido funciona muito bem. Um pequeno clássico de terror que não pode faltar em sua coleção.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Castelo Assombrado

Vincent Price era um homem muito culto, colecionador de artes, bon vivant, que ganhava a vida interpretando alguns dos personagens mais imaginativos da história do cinema, principalmente no gênero que o consagrou, o terror. Já Roger Corman era uma figuraça, diretor com muita imaginação para driblar a falta de orçamento de muitos de seus filmes. Sua sobrevivência em Hollywood lhe deu inspiração para escrever uma biografia muito bem humorada intitulada "Como eu fiz uma centena de filmes em Hollywood e nunca perdi um tostão!". Certo estava ele. Nesse "O Castelo Assombrado" encontramos todas as características que fizeram tanto a fama de Price como a de Corman.

O ator mais uma vez se utiliza de sua persona "nobre mas sinistro" que utilizou em um sem número de produções. Dentro de um cenário surpreendentemente bem feito, Price usa e abusa de seus famosos "olhares lânguidos", seja no papel de Ward seja no do Warlock ancestral Joseph. Para mudar de personalidade ele apenas precisa levantar as sobrancelhas e fitar o horizonte. Impagável. Outro destaque do filme é a trilha sonora (muito evocativa e bem colocada nas cenas de maior suspense). Por fim tem a beldade Debra Paget (que foi a namoradinha de Elvis Presley em Love Me Tender). Atriz de rara beleza ela aqui defende bem seu cachê embora não saia do convencional, em um papel tipicamente de "mocinha em perigo". Esse tipo de produção vai soar datada para muitos hoje em dia mas isso faz parte de seu charme. Aliás a nostalgia e o saudosismo envolvidos tornam "O Castelo Assombrado” ainda mais saboroso nos dias de hoje.

O Castelo Assombrado (The Haunted Palace, Estados Unidos, 1963) Direção: Roger Corman / Roteiro: Charles Beaumont baseado nas obras de Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft  / Elenco: Vincent Price, Debra Paget, Lon Chaney Jr,  Frank Maxwell,  Leo Gordon / Sinopse: Inspirado em Edgar Allan Poe e na obra “O Caso de Charles Dexter Ward” de H. P. Lovecraft o filme "O Castelo Assombrado" narra a estória de Joseph Curwen, um mestre em magias ocultas que acaba sendo queimado como bruxo no pequeno vilarejo onde mora. Um século depois um jovem casal decide visitar o castelo original de Joseph, que agora parece estar infestado por espíritos malignos do passado.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

A Torre de Londres

Título no Brasil: A Torre de Londres
Título Original: Tower of London
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Roger Corman
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Vincent Price, Michael Pate, Joan Freeman
  
Sinopse:
Com o rei Edward IV (Justice Watson) em seu leito de morte, seus dois irmãos são chamados às pressas para o castelo real. Edward quer uma transição pacífica no trono e para isso resolve deixar a sua coroa para seu irmão mais jovem, Clarence (Charles Macaulay), pois ele é considerado um homem sábio que poderá levar em frente a Inglaterra rumo ao seu destino. A escolha deixa estarrecido seu outro irmão, o invejoso e vil Richard de Gloucester (Vincent Price), que quase que imediatamente decide apunhalar Clarence pelas costas para ser coroado o futuro rei. Ao assumir a coroa como Richard III, ele começa a dar sinais de insanidade, vendo velhos fantasmas de pessoas assassinadas por ele, inclusive de seu irmão Clarence. 

Comentários:
Em 1939 o ator Vincent Price atuou na primeira versão de "A Torre de Londres". Ele ainda estava no começo da carreira (esse foi seu quarto filme) e ele interpretava o jovem Duque de Clarence. Nessa primeira versão o insano Richard era interpretado por Basil Rathbone. Outro grande ídolo do terror também estava no elenco, Boris Karloff. Os anos se passaram e Price virou um ídolo do gênero. Nesse remake de 1962 ele foi escalado pelo diretor Roger Corman para atuar como o insano Richard III. A nova versão é bem curiosa, embora você tenha que ter em mente que não encontrará nada aqui remotamente parecido com as outras versões da obra de William Shakespeare que foram realizadas ao longo de todos esses anos. Corman não está interessado em ser fiel ao histórico dramaturgo e nem sua famosa peça. Ao contrário disso tenta aproveitar todos os elementos fantasmagóricos dessa estória para criar um filme bem aterrorizante. A sua opção por filmar em preto e branco foi muito acertada. Filmes de época, com baixo orçamento, sempre acabavam ficando melhor na fotografia preto e branco. Se Corman tivesse escolhido o sistema de cores tudo soaria mais falso. Price adorou sua caracterização do insano Rei Richard III, um homem não apenas fisicamente defeituoso, mas moralmente também. Mentiroso, cruel e assassino ele não mede qualquer esforço para se coroar rei da Inglaterra. Para isso vale tudo, até mesmo matar seu próprio irmão Clarence. Extremamente falso em suas atitudes o rei não encontra qualquer limite ou barreira ética para impor sua vontade, satisfazendo sua ganância pessoal por poder e riquezas. Assim gostei bastante desse remake de "Tower of London". Não é tão criativo e original como o primeiro filme, mas tem seus méritos cinematográficos. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Cinco Revólveres Mercenários

Título no Brasil: Cinco Revólveres Mercenários
Título Original: Five Guns West
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Palo Alto Productions
Direção: Roger Corman
Roteiro: R. Wright Campbell
Elenco: John Lund, Dorothy Malone, Mike Connors, R. Wright Campbell, Jonathan Haze, Paul Birch

Sinopse:
Durante a Guerra Civil, oficiais da Confederação perdoam sob certas condições cinco criminosos e os enviam para o território Comanche para recuperar o ouro confederado apreendido pela União. Eles também precisam capturar um traidor confederado.para cumprir o trato que foi feito. Caso contrário, voltarão para a prisão.

Comentários:
Quem poderia imaginar que Roger Corman, que iria se tornar o rei dos filmes B em Hollywood, iria estrear na indústria de cinema dos Estados Unidos justamente dirigindo um faroeste! E foi justamente isso que aconteceu. Esse foi seu primeiro filme, que aliás tem até uma boa produção para um western dos anos 50, com bonita fotografia realizada em locações no Vale da Morte na Califórnia. O tema novamente vinha de uma história passada na guerra civil americana. Os personagens principais são criminosos, pistoleiros e bandoleiros... ladrões em essência. Eles roubaram o ouro dos confederados e agora, para não encararem uma corda de enforcamento, precisam recuperar toda a fortuna. No caminho encontram um jovem e seu tio, o que lhes causam novos problemas. Filme movimentado, bem roteirizado, inclusive com bons diálogos. Não se parece em nada com o tipo de filme que Roger Corman iria se acostumar a dirigir e produzir ao longo de sua produtiva carreira.

Pablo Aluísio.