quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Game of Thrones - Quarta Temporada

Game of Thrones 4.01 - Two Swords
Primeiro episódio da quarta temporada desse enorme sucesso da TV americana, "Game of Thrones". Tyrion Lannister (Peter Dinklage) começa o episódio colocando em prática sua habilidade em diplomacia ao receber o nobre Oberyn Martell (Pedro Pascal) em suas terras. Ele não era o esperado, mas sim seu irmão velho que está no trono, porém como há rivalidades antigas entre as duas famílias, principalmente envolvendo o clã Lannister, Tyrion procura amenizar o mal estar. O príncipe Oberyn inclusive parece pouco interessado em política, estando mais focado em participar de orgias e quem sabe vingança contra aqueles que mataram sua irmã no passado. Longe dali, nas muralhas, Jon Snow (Kit Harington) é julgado por ter se envolvido com uma selvagem e ter participado de alguns atos criminosos que vão contra as regras de sua ordem. Após um tenso processo ele é finalmente dispensado de qualquer pena (pelo menos provisoriamente). Há um iminente ataque sendo preparado e Snow procura alertar seus superiores do perigo, embora não seja muito bem sucedido sobre isso. Tyrion Lannister também está com problemas em sua vida pessoal. Sua esposa, deprimida, se recusa a se alimentar. O casamento forjado não lhe fez bem e a tristeza e a depressão aumentam a cada dia. Por fim, fechando com chave de ouro o episódio, Arya Stark (Maisie Williams) e o antigo "Cão de Guarda" do rei, Sandor 'The Hound' Clegane (Rory McCann), encontram numa taverna membros do exército de Joffrey Baratheon! Não será um dos encontros mais amigáveis da série. O que podemos dizer mais sobre "Game of Thrones"? Os roteiros são excelentes, produção digna de qualquer grande produção para o cinema e um elenco afiado compõe um dos mais bem sucedidos programas dos últimos tempos. Mais uma amostra do maravilhoso trabalho desenvolvido pelo canal HBO. Simplesmente imperdível! / Game of Thrones 4.01 - Two Swords (EUA, 2014) Direção: D.B. Weiss / Roteiro: George R.R. Martin, David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Kit Harington.

Game of Thrones 4.02 - The Lion and the Rose
A quarta temporada de "Game of Thrones" já começa em alta intensidade. Nesse episódio temos alguns eventos marcantes da série. O vaidoso e arrogante Rei Joffrey Baratheon (Jack Gleeson) se casa com sua nova consorte. Um sujeito insuportável e despreparado, cheio de atitudes juvenis e constrangedoras, que parece ter a firme convicção que reinará por longos anos. O que ele não sabe é que já existe todo um complô para acabar com seu breve reinado. Bem no meio das festividades Joffrey começa a se indispor com Tyrion Lannister (Peter Dinklage). As provocações já começam com a pequena trupe de anões que se apresenta na corte. Com todos vestindo trajes de combate eles recriam, em tom burlesco, os principais momentos das sangrentas guerras que assolaram todos os reinos. A piada de mau gosto abre sorrisos amarelos em todos, afinal ninguém ali arrisca contrariar as idiotices do Rei Joffrey. Tyrion porém não deixa barato e afirma ser um desrespeito aquele show de horrores sem graça para com os que morreram nos campos de batalha. A atitude do pequenino  Lannister desperta o pior lado do monarca que resolve a partir daí humilhar o máximo possível Tyrion. O nomeia seu serviçal e pede que ele lhe sirva vinho, mantendo seu copo sempre cheio - uma óbvia forma de rebaixá-lo na frente de todos. O que ele não contava é que estaria prestes a provar de seu próprio veneno, literalmente falando. Episódio adaptado para a TV a partir do texto original "A Song of Ice and Fire" de George R.R. Martin / Game of Thrones 4.02 - The Lion and the Rose (EUA, 2014) Direção: Alex Graves / Roteiro: George R.R. Martin, David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 4.03 - Breaker of Chains
Não foi um grande episódio, mas manteve o excelente nível de Game of Thrones. Nos Estados Unidos a série é uma verdadeira febre. Confesso que ao longo de todas essas temporadas fui gradativamente perdendo o interesse. Sigo por uma questão de estar antenado com as novidades, mas realmente não há muito o que celebrar. Um dos problemas que aponto nessa quarta temporada é a lentidão com que os roteiristas vão desenvolvendo os episódios ultimamente. Com duração em média de 50 minutos de duração era de se esperar que acontecesse mais coisas. "Breaker of Chains" retrata bem esse estado de coisas. Embora o episódio seja longo nada de muito especial acontece. As melhores cenas são aquelas em que Tyrion Lannister (Peter Dinklage) está na prisão, conspirando para arranjar um jeito de sair de lá. Fora isso temos o longo funeral do Rei Joffrey Baratheon (Jack Gleeson). Há uma cena especialmente gratuita e sensacionalista de sexo, bem embaixo do corpo do monarca! Será que o clima de "50 Tons de Cinza" finalmente invadiu o universo de Game of Thrones? / Game of Thrones 4.03 - Breaker of Chains (EUA, 2014) Direção: Alex Graves / Roteiro: George R.R. Martin ( baseado em "A Song of Ice and Fire"), David Benioff/ Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 4.04 - Oathkeeper
Na luta entre Daenerys Targaryen e Meereen a primeira mostra toda a sua capacidade de organização e superação. Ela não aceitará qualquer tipo de oposição em sua sede de poder e demonstra que estará disposta a tudo para concretizar seus planos de dominação. Enquanto isso os bastidores fervem de conspirações. Bronn diz a Jaime que ele está mais do que certo, uma vez que Tyrion realmente nada teve a ver com a morte de Joffrey. E a identidade dos assassino do Rei Joffrey é finalmente revelada depois de muitas especulações - embora não seja necessariamente a verdade. Ao visitar o irmão em sua cela se convence ainda mais disso. Jaime também pede a Brienne que essa encontre Sansa pois ele deseja lhe dar sua espada, Oathkeeper (que inclusive dá nome ao episódio). Já no Castelo Negro Jon Snow recebe permissão para comandar um grupo de voluntários para avançar 60 milhas rumo ao norte. Ele pretende abrir uma linha de conversação com o exército rebelde liderado por Mance Rayder. Por fim Bran acaba se tornando prisioneiro de Karl Tanner na tomada da fortaleza de Craster. Mais um bom episódio da série, sempre muito bem realizada, com ótima produção. / Game of Thrones 4.04 - Oathkeeper (EUA, 2014) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: David Benioff / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 4.05 - First of His Name
Rei morto, rei posto. Com a morte de Joffrey seu trono fica vago, mas não por muito tempo. Tommen Baratheon (Dean-Charles Chapman) se torna assim o novo Monarca Supremo dos Sete Reinos. O problema é que ele é muito jovem e completamente inexperiente. Será um bom Rei? Essa é a pergunta que todos se fazem. O que se torna mais certo é que apesar de mal saído da adolescência Tommen Baratheon parece ter boas intenções e uma certa bondade em seu coração, algo que era inexistente na personalidade psicopata de Joffrey. Os inimigos porém ficam com olhos de Lince sobre a nova situação política. Jorah Mormont aconselha Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) das inúmeras possibilidades de se lidar com essa nova situação, entre elas a iminente fragilidade que se abaterá no trono agora com um Rei tão jovem e sem experiência. A Rainha também decide que deverá ela mesma administrar mais de perto todo o extenso território que está sob seus domínios. Enquanto alguns lutam pelo poder máximo outros apenas tentam sobreviver, ficar vivo. É o caso de Tyrion Lannister (Peter Dinklage), acusado de ter envenenado o Rei Joffrey. / Game of Thrones 4.05 - First of His Name (EUA, 2014) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: David Benioff / Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke.

Game of Thrones 4.06 - The Laws of Gods and Men
Em relação a Game of Thrones estou mais atrasado que noiva em dia de casamento. Tudo bem, não é algo tão importante assim, afinal cada um tem seu próprio ritmo. De qualquer maneira a série, que teve duas novas temporadas confirmadas nos Estados Unidos recentemente, continua sendo uma das melhores coisas para se assistir na TV atualmente. O que mais marca nesse episódio é o começo do julgamento de Tyrion Lannister (Peter Dinklage). Acusado de matar o rei ele finalmente é levado para ser julgado pelos seus pares (ou quase isso). Tywin Lannister (Charles Dance), seu próprio pai com quem tem inúmeras diferenças pessoais, é designado para coordenar os trabalhos. Obviamente que nos bastidores ele elabora um plano para que Tyrion seja condenado, mas ao mesmo tempo fique isento de pena, sendo banido para viver na fronteira gelada do norte. O próprio réu é informado disso, mas revoltado por estar sendo acusado de algo que definitivamente não fez, ele acaba fazendo um apelo ao tribunal, pedindo para que os deuses decidam seu destino, através de um julgamento de combate (uma espécie de ordália de Deus, algo bem comum em tempos medievais). Enquanto Tyrion joga dados com sua vida, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) segue com seus planos ambiciosos de dominação. Ela pretende avançar cada vez mais pelos sete reinos, apoiada em seus dragões e um exército de mercenários. Tentando passar a imagem de soberana sábia e justa ela abre audiências para seus súditos, onde decide sobre questões cotidianas e nobres, como por exemplo, como indenizar os pastores que ficam sem seus rebanhos da noite para o dia por causa da fome feroz dos dragões da nova rainha. Coisas da vida. / Game of Thrones 4.06 - The Laws of Gods and Men (EUA, 2014) Direção: Alik Sakharov / Roteiro: David Benioff, baseado na obra "A Song of Ice and Fire" de George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Emilia Clarke, Charles Dance, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Game of Thrones 4.07 - Mockingbird
Acusado injustamente de ter envenenado o Rei Joffrey, Tyrion Lannister (Peter Dinklage) tenta se manter vivo de todas as formas. Ele propõe que se faça uma luta ao velho estilo, seguindo costumes antigos, de maneira que se seu campeão se tornar vencedor na arena ele será solto. O problema agora se resume em achar o homem certo para a luta mais decisiva de sua vida. Enquanto Tyrion luta por sua vida, a Rainha Daenerys Targaryen (Clarke) luta para controlar seus desejos carnais. Ela até tenta resistir às inúmeras tentações, mas acaba cedendo, indo parar nos braços e na cama de Daario Naharis (Michiel Huisman). Esse aproveita a inesperada aproximação com o trono para sugerir à Rainha medidas a serem tomadas contra os antigos mestres de escravos. Ela porém não está disposta a abrir mão de seu poder de comando e resolve seguir por outros caminhos. O desejo e a política devem estar sempre separadas - essa é a grande lição que a Rainha deixa subentendida para seu amante de ocasião. / Game of Thrones 4.07 - Mockingbird (EUA, 2014) Direção: Alik Sakharov / Roteiro: David Benioff, baseado na obra "A Song of Ice and Fire" de autoria do escritor George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke, Michiel Huisman, Charles Dance.

Game of Thrones 4.08 - The Mountain and the Viper
Theon Greyjoy é enviado para as frente inimigas com a missão de convencê-los a se renderem, prometendo que todos poderão voltar para suas casas e suas terras em paz. Enquanto isso a Rainha Daenerys Targaryen (Clarke) vai descobrindo os problemas e conflitos que nascem após conquistar várias terras, com costumes e tradições tão diferentes. Além de ser sábio o líder precisa ter diplomacia e jogo de cintura, uma vez que não é sempre que a força bruta poderá resolver todos os problemas. Bom episódio, centrado muito mais nas conspirações que envolvem os principais reinos do que na pura ação e violência. Dirigido por Alex Graves, um dos mais presentes diretores na série. Experiente e veterano ele também já dirigiu vários episódios de outras séries de sucesso tais como "Homeland", "Shameless" e "Longmire", ou seja, experiência certamente não lhe falta. / Game of Thrones 4.08 - The Mountain and the Viper (EUA, 2014) Direção: Alex Graves / Roteiro: David Benioff, baseado na obra "A Song of Ice and Fire" de autoria do escritor George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Emilia Clarke, Michiel Huisman, Charles Dance.

Game of Thrones 4.09 - The Watchers on the Wall
Nesse episódio temos a primeira tentativa por parte dos povos selvagens e bárbaros do norte gelado em tomar e destruir a grande muralha. A Patrulha da Noite assim tem seu primeiro teste de fogo ao deter os avanços dessas hordas de guerreiros. E elas estão muito bem preparadas - além de possuírem 1000 homens para cada membro da Patrulha da Noite eles ainda contam com gigantes montados em mamutes enormes e violentos! Um dos principais comandantes dos "corvos" (como são chamados pelos bárbaros) acaba sendo morto em um dos momentos mais sangrentos da invasão (justamente a tomada do portão sul). Assim, no meio do caos, o comando passa para Jon Snow (Kit Harington) que precisa manter todo o sangue frio para comandar seus homens. O fato mais chocante desse episódio - spoiler - vem com a morte de Ygritte (Rose Leslie), a ruivinha selvagem que era apaixonada por Snow. Ao encontrá-lo no meio do caos da guerra ela para, hesita e não consegue atacar seu amor (que afinal de contas está lutando pelos corvos). Suas hesitação acaba lhe custando a vida pois ela é atingida (vejam que ironia) por uma flecha certeira em seu coração. Tenho certeza que todos os fãs de Game of Thrones sentiram muito sua morte (mais uma dentre as muitas que virão envolvendo personagens importantes). Ela era selvagem, mas ao mesmo tempo muito sensual, uma garota sexualmente muito ativa que não tinha medo de expor seus desejos mais primitivos. Então é isso. The Watchers on the Wall é certamente um dos melhores episódios da série - algo para ficar na memória dos fãs da saga de Martin. / Game of Thrones 4.09 - The Watchers on the Wall (EUA, 2014) Direção: Neil Marshall / Roteiro: David Benioff, baseado na obra de George R.R. Martin ("A Song of Ice and Fire") / Elenco: Kit Harington, John Bradley, Hannah Murray, Rose Leslie.

Game of Thrones 4.10 - The Children
Finalmente cheguei, com bastante atraso, ao final da quarta temporada. Como era de se esperar para um episódio final muita coisa acontece ao mesmo tempo, uma tentativa de ir fechando arcos narrativos ao mesmo tempo em que prepara o espectador para a quinta temporada. Nesse episódio Stannis Baratheon (Stephen Dillane) cerca os povos rebeldes do norte, colocando um ponto final a um conflito que já se prolongava há tempos. Enquanto isso Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) toma conhecimento que seus amados dragões estão criando inúmeros problemas entre seus súditos. Além de destruírem plantações, eles ainda matam em profusão. A vítima é uma garotinha de apenas 3 anos. Seu pai leva o corpo carbonizado da menina até os pés de Targaryen que fica visivelmente abalada com a cena. Para evitar que isso ocorra novamente ela resolve, com muito pesar, acorrentar os dragões. Um outro aspecto interessante desse mesmo ciclo narrativo acontece quando um senhor já de idade avançada vai até ela pedir para que volte ao domínio de seu antigo senhor (Targaryen havia banido a escravidão da cidade). Ele argumenta explicando para a rainha que enquanto escravo tinha uma função importante na casa de seu antigo mestre pois era professor de seus filhos, respeitado por todos. Já livre ele não tem mais o que fazer, andando a esmo pelas ruas, vivendo das migalhas de seu reino. Uma metáfora interessante escrita por George R.R. Martin baseada em velhos contos medievais sobre as correntes douradas da escravidão. Já perto da muralha Jon Snow (Kit Harington) leva o corpo de Ygritte (Rose Leslie) para seu funeral, seguindo a velha tradição dos povos bárbaros. Esse estranho e improvável relacionamento amoroso foi bastante explorado em episódios anteriores. A cena marca a despedida da personagem da série. Por fim e não menos importante: Tyrion Lannister (Peter Dinklage) escapa da prisão com a ajuda do irmão, não sem antes acertar contas com sua antiga amante e seu pai, Tywin Lannister (Charles Dance), pego completamente desprevenido com sua presença em seus aposentos. Ah e antes que me esqueça, não poderia também deixar de citar a ótima cena com os esqueletos na geleira. Essa sequência me lembrou muito de "Jasão e o Velo de Ouro", clássico do cinema de fantasia dos anos 60, com inesquecíveis efeitos especiais feitos por Ray Harryhausen. Quem curte cultura pop certamente pegará a homenagem que foi bolada por R.R. Martin para o antigo mestre dos efeitos visuais. Um momento deliciosamente nostálgico dentro da série. / Game of Thrones 4.10 - The Children (EUA, 2014) Direção: Alex Graves / Roteiro: David Benioff, baseado na obra "A Song of Ice and Fire" de  George R.R. Martin / Elenco: Peter Dinklage, Kit Harington, Emilia Clarke, Stephen Dillane, Rose Leslie, Charles Dance, Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A Visita

Título no Brasil: A Visita
Título Original: The Visit
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Elenco: Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan, Peter McRobbie, Kathryn Hahn
  
Sinopse:
Dois irmãos adolescentes vão até uma fazenda distante pertencente aos seus avós. Eles não se conhecem. Será a primeira oportunidade de conviverem juntos. A mãe dos meninos brigou feio com seus pais quando foi embora de casa e não fala com eles há mais de 15 anos. Agora os netos terão, pela primeira vez, a oportunidade de conhecer o seu avô e sua avó.  Quando chegam em seu destino acabam achando o casal bem excêntrico e estranho. Eles exibem um estranho comportamento que vai ficando pior com o passar do tempo ao ponto em que os jovens se desesperam para irem embora, mas como vão conseguir sair vivos daquela isolada fazenda gelada? Filme indicado ao Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Ator juvenil (Ed Oxenbould).

Comentários:
Quem diria que o outrora tão admirado cineasta M. Night Shyamalan iria acabar dirigindo um mockumentary de terror como esse?! Pois é, o mundo dá voltas. O mais interessante é que embora haja na história do filme uma daquelas típicas reviravoltas tão comuns em sua filmografia, nada é muito surpreendente ou fantasioso demais em seu roteiro. Na verdade M. Night Shyamalan pareceu se contentar em escrever um roteiro bem convencional, diria até mesmo banal. Claro que em determinado momento haverá uma grande surpresa para o espectador porém nem isso causará maior espanto (nada comparável com "O Sexto Sentido" ou "A Vila", por exemplo). O roteiro finca o pé no realismo e Shyamalan parece contido e comportado demais para seu estilo. Ele tenta assim criar suspense e medo em uma situação que pensando bem poderia acontecer com qualquer adolescente de férias. Os dois irmãos do filme não conhecem seus avós. Assim quando surge uma chance de irem até a fazenda deles os conhecerem pessoalmente, preferem não perder a oportunidade. Mal sabem na armadilha que estão se metendo. Há furos de lógica na trama, mas nada muito comprometedor. Como escrevi, o diretor parece muito sóbrio, longe de seus conhecidos arroubos e delírios de imaginação. No final fica aquela sensação de que você perdeu 90 minutos de sua vida vendo algo comum, bem mediano realmente. Por essa razão não vá criar muitas expectativas apenas pelo fato do filme ser roteirizado e dirigido por M. Night Shyamalan. Seus dias de suposta genialidade (ele chegou a ser comparado a Alfred Hitchcock!) parecem perdidos para sempre em um passado bem distante. Hoje ele não passa de um diretor como tantos outros que existem por aí.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O Hotel de Um Milhão de Dólares

Título no Brasil: O Hotel de Um Milhão de Dólares
Título Original: The Million Dollar Hotel
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra
Estúdio: Icon Entertainment International
Direção: Wim Wenders
Roteiro: Bono, Nicholas Klein
Elenco: Jeremy Davies, Milla Jovovich, Mel Gibson, Julian Sands, Amanda Plummer, Gloria Stuart
  
Sinopse:
Em hotel de quinta categoria, daqueles bem decadentes mesmo, um corpo é encontrado em um dos quartos. Após uma investigação descobre-se que o sujeito morto é um figurão, um bilionário, que andava desaparecido. Para desvendar o que lhe teria acontecido entra em cena o detetive Skinner (Mel Gibson), que passa então a juntar as peças do quebra-cabeças desse estranho caso. Filme premiado no Berlin International Film Festival.

Comentários:
Um filme que chamou bastante atenção na época. A direção era do cult cineasta Wim Wenders, que aqui dava vida a um roteiro escrito pelo próprio Bono, do U2. O filme foi produzido pela Icon, a empresa cinematográfica de Mel Gibson, que também estava no elenco. Com tanta gente boa na ficha técnica era de se esperar mesmo por um excelente filme. Infelizmente devo dizer que o filme tinha muito estilo, muita classe, mas pouco conteúdo. É uma daquelas fitas que são tão desesperadas para se tornarem cult movies que acabam se tornando apenas chatas e enfadonhas. A estória não avança para lugar nenhum, tudo é meio sem propósito ou direção. Apesar dos nomes envolvidos o filme custou pouco (meros oito milhões de dólares), mas conseguiu se sair ainda pior nas bilheterias, rendendo ridículos 30 mil dólares em seu primeiro final de semana de exibição nos Estados Unidos. No final das contas "O Hotel de Um Milhão de Dólares" sofre por ser pretensioso demais e pedante além do limite. O fracasso, pelo menos nesse caso, foi mais do que merecido. Se existe uma só palavra que descreve esse filme essa palavra é seguramente "chato".

Pablo Aluísio.

O Corcunda de Notre Dame

Título no Brasil: O Corcunda de Notre Dame
Título Original: The Hunchback of Notre Dame
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Gary Trousdale, Kirk Wise
Roteiro: Tab Murphy, Irene Mecchi, entre outros
Elenco: Demi Moore, Jason Alexander, Tom Hulce
  
Sinopse:
Baseado na obra "Notre Dame de Paris", escrito por Victor Hugo, a animação da Disney "The Hunchback of Notre Dame" conta a história de Quasimodo, um jovem com problemas físicos que vive e trabalha na lendária catedral de Notre Dame em Paris. Por causa de sua deficiência ele passou grande parte de sua vida recluso, longe das pessoas. Tudo muda quando ele se apaixona perdidamente pela bela e simpática Esmeralda (na voz da estrela Demi Moore), uma dançarina cigana que mexe com seu coração. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original (Alan Menken e Stephen Schwartz).

Comentários:
Não tive o prazer de ver no cinema, algo que sempre lamentei. Ao contrário disso aluguel o filme em VHS ainda na época de seu lançamento. O que posso dizer? O filme é visualmente deslumbrante, muito rico em cenários e recriação arquitetônica da própria Notre Dame, aqui reproduzida com perfeição usando técnicas tradicionais de animação e muita computação gráfica - de excelente qualidade a ponto de não ter envelhecido em absolutamente nada. O enredo já tem um lirismo romântico natural, fruto da obra original de Victor Hugo, aqui realçado por um roteiro que contou com mais de 25 roteiristas (um recorde) ao longo da produção. Como estava se mexendo em um clássico da literatura os estúdios Disney resolveram caprichar ainda mais na elaboração da trama. No final tudo sai a contento, desde a própria animação em si (um espetáculo), o romance à prova de falhas e a linda mensagem pontuando tudo, da primeira à última cena. O diretor Gary Trousdale também assinou um dos maiores clássicos modernos da Disney, "O Rei Leão" e só derrapou na carreira com o fraco "Atlantis: O Reino Perdido" realizado em 2001. Já Kirk Wise criou a historinha de "Oliver e sua Turma", um filme menor dentro do universo da Disney. Assim deixamos a dica desse belo, nostálgico e sentimental "O Corcunda de Notre Dame", uma das versões mais carismáticas do imortal livro clássico da literatura mundial.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Missão Impossível: Nação Secreta

Conforme o tempo vai passando, ele vai cobrando seu preço. Tom Cruise já não é mais aquele jovem de sorriso largo e capacidade infinita de sobreviver a todos os desafios na tela. Conforme sua carreira vai derrapando ele vai se segurando no que lhe parece ser o seguro e o certo, entre eles estrelar de vez em quando uma nova aventura de "Missão Impossível". Particularmente nunca fui grande fã dessa franquia, os filmes dela me passam a sensação de serem praticamente todos iguais. Isso não quer dizer que sejam necessariamente ruins, longe disso, eles mantém um padrão de qualidade que nunca decai. São apenas previsíveis, sem novidades ou surpresas. Até os roteiros seguem uma fórmula básica que se repete a cada nova produção. Eu penso que esse tipo de filme vai acabando com o charme de se ir ao cinema. Tudo parece tão igual aos outros, plastificado, sem alma, que muitas vezes me sinto assistindo a um videogame que já joguei muitas e muitas vezes. O Cruise também está envelhecido e isso fica bem evidente pela primeira vez. O tempo chega para todos, até para o Sr. Sorrisos.

Aqui o personagem de Tom Cruise tenta descobrir não apenas a identidade dos membros de uma organização criminosa chamado "O Sindicato" como também tenta entender o que está acontecendo com sua própria agência de espionagem, prestes a ser desativada, com suas funções sendo repassadas para a CIA, a agência de inteligência do governo americano. Vocês repararam que esse roteiro tem muita coisa a ver com o novo filme de James Bond? Pois é, não disse que os estúdios estavam cada vez mais sem imaginação, repetindo velhas fórmulas? É exatamente o que acontece nesse enlatado. A trama parece muito genérica e repetitiva. E pensar que ela é o substrato do roteiro para trazer algum background ou conteúdo para as várias cenas de ação mirabolantes - sendo que essas são, em conjunto, a verdadeira razão da existência do filme em si. São realmente excelentes, perfeitas do ponto de vista técnico, mas que novamente nos deixam com aquela sensação desagradável de que "já vimos tudo isso antes!". Ao lado de Cruise se destacam no elenco o ator Jeremy Renner (que apesar dos esforços dos estúdios ainda não virou um astro) e Alec Baldwin (envelhecido e mais canastrão do que nunca, quase levando sua atuação como uma brincadeira). Enfim, o que temos aqui é apenas um filme que você esquecerá muito rapidamente ou então confundirá com os demais da série daqui alguns meses. Nada muito relevante e surpreendente. Mais do mesmo. Cheiro de prato requentado no ar!

Missão Impossível: Nação Secreta (Mission Impossible - Rogue Nation, Estados Unidos, 2015) Direção: Christopher McQuarrie / Roteiro: Christopher McQuarrie / Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Ving Rhames, Sean Harris, Alec Baldwin / Sinopse: O agente Ethan Hunt (Tom Cruise) se torna alvo de uma organização criminosa chamada "O Sindicato", algo que todos não acreditavam existir. Ao mesmo tempo tenta juntar as pontas da conspiração que deseja eliminar a sua própria agência de inteligência.

Pablo Aluísio.

Titanic

Título no Brasil: Titanic
Título Original: Titanic
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Billy Zane, Kathy Bates, Bill Paxton, Jonathan Hyde
  
Sinopse:
Jack Dawson (DiCaprio) é um jovem pobretão que ganha numa aposta uma passagem de navio no imenso Titanic. A viagem partirá de Londres rumo aos Estados Unidos, considerado naqueles tempos a terra das oportunidades para imigrantes de todo o mundo. Durante a jornada Jack acaba conhecendo a bela Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet), uma garota rica e cheia de sonhos. Ambos se enamoram, mas antes que essa paixão venha a se concretizar definitivamente um grande desastre acontece. O Titanic esbarra em um iceberg em alto-mar, levando à morte centenas de milhares de seus passageiros. Filme vencedor de 11 Oscars.

Comentários:
Quando assisti "Titanic" pela primeira vez, nos cinemas em seu lançamento, pude perceber que o roteiro não era muito original. Na verdade era uma mistura e uma reciclagem de velhos clichês sentimentais e apelativos que curiosamente ainda funcionavam muito bem. Certas fórmulas nunca perdem seu poder de atração perante a plateia. O público e a crítica, claro, foram fisgados imediatamente. O curioso é que nada disso parecia ser o ponto principal do filme. A trama em si parecia uma coisa secundária, usada apenas para que James Cameron viabilizasse seus projetos ambiciosos de fazer as melhores imagens do navio afundado em alto-mar. Para isso ele gastou milhões de dólares. A bilheteria imensa do filme iria assim servir para tornar viável seu velho sonho de ir até as profundezas do Atlântico Norte ver como o Titanic se encontrava no presente. O resultado foi o que todos conhecemos. Como obra cinematográfica o filme é puramente piegas, mas de uma pieguice irresistível, com trilha sonora evocativa e o melhor dos mundos em termos de efeitos especiais, sonoros, etc. Tecnicamente é um filme perfeito, com roteiro redondinho para agradar às grandes massas (com aquela velha coisa romântica de garoto pobre se apaixonando por garota rica), um pano de fundo histórico não muito fiel aos fatos e toneladas de computação gráfica. Um milk-shake que todos estavam esperando consumir. A maioria que provou, gostou e não teve do que reclamar. O filme é o blockbuster romântico por excelência, provavelmente o maior de todos os tempos, o que não quer dizer que seja isento de falhas ou equívocos. Será que alguém ainda se importa com isso hoje em dia?

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Experimentos

Baseado em fatos reais, o filme "Experimenter" narra parte da história do professor de psicologia Stanley Milgram (Peter Sarsgaard). Pesquisador respeitado que chegou a lecionar nas prestigiadas universidades de Yale e Harvard, ele desenvolveu uma experiência muito interessante na década de 1960. Milgram estava curioso para entender como pessoas civilizadas, cultas e com valores morais e religiosos, aceitaram participar dos horrores do holocausto nazista durante a II Guerra Mundial. Como o povo alemão, um dos mais desenvolvidos da Europa, aceitou a morte sistemática e em ritmo industrial de milhões de judeus executados em campos de concentração? Para Milgram apenas sondando a mente humana se conseguiria chegar numa resposta a essa dúvida. Ele então criou uma experiência. Usando uma falsa máquina de dar choques ele colocou pessoas comuns recebendo ordens superiores para dar choques em outras pessoas que supostamente erravam as perguntas que lhes eram feitas em um laboratório. Cada resposta errada deveria ser motivo para dar choques elétricos naqueles que não acertavam as respostas. Milgram queria provar que o ser humano tem uma tendência natural para aceitar ordens vindas de seus superiores, por mais absurdas e imorais que fossem.

Depois de realizar os testes Milgram publicou um livro que até hoje é referência dentro da psicologia humana. Com seu experimento ele provou que a imensa maioria dos que foram expostos à experiência realmente aceitavam cumprir ordens superiores, mesmo que essas fossem em última análise para torturar alguém. O livro causou grande debate em seu lançamento e até hoje segue sendo estudado e analisado. Ele trazia finalmente uma justificativa científica sobre os meandros psicológicos que tornaram possível coisas horrendas como o holocausto nazista. Também provou que esse tipo de situação independeria do país e da cultura onde se desenvolveria, pois seus testes foram realizados em americanos, vivendo em um país democrático e com plena liberdade individual. A história, como se pode perceber, já é por demais interessante. A narração também é muito curiosa, colocando o protagonista fazendo pequenas intervenções, falando diretamente com o público espectador, criando uma intimidade que só trouxe aspectos positivos ao filme como um todo. Há também uso de cenários estilizados, como se estivéssemos dentro da mente de Milgram, compartilhando seus pensamentos mais íntimos. O elenco também está ótimo, com destaque para o sempre competente Peter Sarsgaard, aqui contracenando com a sumida Winona Ryder (fazia anos que ela não aparecia com uma atuação de destaque). Então é isso. Temos aqui um filme muito bom, com roteiro muito bem escrito, ótimos diálogos e um argumento inteligente e sagaz. Ideal para acadêmicos e estudantes de psicologia e ciências correlatas em geral. Está mais do que indicado.

Experimentos (Experimenter, Estados Unidos, 2015) Direção: Michael Almereyda / Roteiro: Michael Almereyda / Elenco: Peter Sarsgaard, Winona Ryder, Taryn Manning, Lori Singer, John Leguizamo, Anthony Edwards / Sinopse: Stanley Milgram (Peter Sarsgaard) é um pesquisador que resolve fazer uma experiência com pessoas comuns para compreender os mecanismos psicológicos que tornaram possível o holocausto nazista. A intenção passa a ser como entender a mente de uma pessoa que aceita receber ordens para infringir dores físicas e psicológicas em outras pessoas, sem qualquer justificativa mais convincente para isso. Filme vencedor do Los Angeles Film Festival na categoria de Melhor Direção (Michael Almereyda). Também indicado ao Gotham Independent Film Award na categoria de Melhor Ator (Peter Sarsgaard).

Pablo Aluísio. 

Tangerine

O cinema mais comercial americano anda muito estagnado e saturado. Nada de muito novo tem surgido nos últimos tempos. Assim o cinéfilo que esteja esgotado das mesmas velhas fórmulas pode optar por procurar filmes interessantes dentro do circuito mais independente. Uma boa dica é sempre ficar atento no que acontece no Sundance Festival do ator Robert Redford. A proposta dele sempre foi revelar novos talentos e lançar luzes sobre filmes menores que dificilmente encontrariam espaço dentro do circuito comercial das salas de exibição. Esse "Tangerine" não chega a ser um grande filme em nenhum momento, mas pelo menos sai do convencional do que estamos acostumados a ver por aí. O roteiro é do estilo mosaico, onde várias histórias paralelas são contadas até que elas acabem se encontrando no desfecho final do enredo. As duas principais linhas narrativas mostram a rotina de um taxista armênio em Los Angeles e de uma travesti que perde a cabeça quando descobre que seu namorado teve um caso com uma prostituta enquanto ela estava presa. O sujeito também atua como seu cafetão. Como se pode perceber o diretor Sean Baker procurou explorar a vida de pessoas comuns, algumas também marginalizadas pela sociedade.

O taxista imigrante tem dois lados. Com a esposa e a filha se revela um bom homem, trabalhador e honesto. Já lá fora, quando está de serviço pelas ruas de Los Angeles, ele não consegue conter seu vício de sair com travestis, o que lhe trará muitos problemas. Um dos aspectos que mais me chamaram a atenção nesse filme foi sua proposta de revelar o lado mais sórdido da cidade dos anjos. Os cinéfilos, por exemplo, vão ter aquele gostinho de melancolia ao se depararem com a outrora gloriosa calçada da fama, onde os nomes dos grandes mitos da história do cinema foram supostamente imortalizados. Infelizmente o que no passado representou uma era de ouro de Hollywood hoje em dia não passa de mais um ponto de prostituição de prostitutas e travestis. Pois é, a tão celebrada Hollywood definitivamente já não é mais a mesma de seus tempos áureos.

Tangerine (Tangerine, Estados Unidos, 2015) Direção: Sean Baker / Roteiro: Sean Baker, Chris Bergoch / Elenco: Kitana Kiki Rodriguez, Mya Taylor, Karren Karagulian, Katja Kassin / Sinopse: Na véspera de natal um grupo de pessoas marginalizadas de Los Angeles, como taxistas, prostitutas e travestis procuram por algum tipo de redenção pessoal em suas caóticas vidas.  Filme indicado aos prêmios da Independent Spirit Awards, Deauville Film Festival, London Film Festival e Sundance Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Os Últimos Dias na Terra

Título no Brasil: Os Últimos Dias na Terra
Título Original: Z for Zachariah
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Suíça, Nova Zelândia
Estúdio: Lionsgate
Direção: Craig Zobel
Roteiro: Nissar Modi, baseado no livro de Robert C. O'Brien
Elenco: Chiwetel Ejiofor, Chris Pine, Margot Robbie
  
Sinopse:
Após um desastre nuclear a humanidade está prestes a ser extinta. O planeta está contaminado. Poucas regiões escaparam dessa tragédia. Uma delas se encontra em um pequeno vale onde vive sozinha Ann Burden (Margot Robbie). Ela tira sua sobrevivência da pequena fazenda que herdou do pai. Lá encontra alimentos, água potável e abrigo. Ann não tem notícias sobre o que aconteceu no mundo, porém consegue com certa tranquilidade levar em frente sua vida. Um dia ela é surpreendida com a chegada de John Loomis (Chiwetel Ejiofor), um engenheiro que sobreviveu ao holocausto por estar em um bunker subterrâneo. Pouco tempo depois também surge o jovem Caleb (Chris Pine), outro que também conseguiu escapar da tragédia. Agora eles terão que aprender a sobreviver juntos na fazenda, mesmo com toda a tensão sexual que logo se instala entre o trio.

Comentários:
Dois homens, uma mulher e um mundo devastado pelo desastre nuclear. Esse é o núcleo do enredo desse filme pós-apocalíptico chamado "Os Últimos Dias na Terra". Apesar do estilo já ser bem conhecido do grande público não vá esperando por algo parecido como "Mad Max" ou filmes semelhantes. O apocalipse nuclear serve apenas como pano de fundo. O que mais chama a atenção é o triângulo amoroso envolvendo os personagens do filme, que são apenas três na verdade, Ann, John e Caleb. Enquanto vão criando novas formas de sobrevivência naquela fazenda, que foi poupada pela contaminação da radiação nuclear, eles vão tentando se relacionar entre si. Ann é jovem, religiosa e tem uma personalidade um pouco juvenil demais para sua idade, fruto obviamente de sua pouca experiência de relacionamento com homens (seu pai era um pastor rígido que a prendia em casa e a proibia de namorar). John é um engenheiro negro, já bastante experiente pela idade que tem (ele é bem mais velho que Ann) que acaba descobrindo que terá que lutar pelo seu amor e atenção ao competir com Caleb (Chris Pine, o Capitão Kirk da nova franquia de "Star Trek"). Claro que sendo os poucos sobreviventes que restaram a jovem Ann terá que escolher um deles para se relacionar. Isso acaba criando uma tensão constante entre os homens. O final do filme é em aberto, dado a inúmeras interpretações. Cada espectador terá que decidir por ele mesmo sobre o que de fato aconteceu, quase como uma versão cinematográfica americana do drama de Capitu, imortalizado por Machado de Assis. Há também referências sutis ao velho testamento e ao Gênesis. Tudo tratado com extrema sutileza. No geral é um bom filme, só não vá esperando por algo que ele nunca foi. Não há efeitos especiais e nem cenas de ação. No fundo é apenas um drama de relações humanas e não uma ficção Sci-fi ao estilo apocalipse violento.

Pablo Aluísio.

O Árbitro

Em condições normais de temperatura e pressão eu não assistiria a um filme assim. Afinal é uma comédia com pequenos toques de humor negro que mostra um ladrão que acaba se dando mal ao invadir uma casa. Acontece que o casal que lá mora é daqueles bem rixosos, que vivem de brigar sem parar um com o outro. Você provavelmente conhece algum casal assim, que faz da briga um esporte caseiro com novos ataques e ofensas a cada minuto. Uma chatice. Um roteiro assim certamente não iria empolgar ninguém, muito menos esse que lhe escreve, mas eis que há um pequeno detalhe que valeu a pena arriscar a ver esse "O Árbitro".

Confesso. A presença de Kevin Spacey foi o grande atrativo para locar esse filme (sim, assisti após uma locação de VHS, tempos jurássicos que não voltarão mais). Pois bem, como fã assumido do ator acabai arriscando e até que não me arrependi. Não é um filme excelente, nada disso, mas o fato de Spacey interpretar um marido com requintes de mordacidade me fizeram ir em frente. No final achei tudo bem satisfatório. Claro, há um jeitão de teatro filmado, afinal na maior parte do tempo temos apenas três personagens em um ambiente fechado. Mesmo assim valeu a experiência. Por essa época Kevin Spacey ainda não estava em lista negra de Hollywood e era celebrado por seu talento. O cara era realmente muito bom, se destacando até mesmo em comédias (quase) banais como essa!

O Árbitro (The Ref, Estados Unidos, 1994) Direção: Ted Demme / Roteiro: Marie Weiss, Richard LaGravenese / Elenco: Kevin Spacey, Denis Leary, Judy Davis / Sinopse: Um ladrão de casas comete o maior erro de sua vida ao entrar numa casa suburbana onde vive um casal que adora brigar por qualquer motivo, transformando a passagem do criminoso um verdadeiro inferno. Filme indicado ao Casting Society of America na categoria de Melhor Elenco - Comédia.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A Colina Escarlate

Em plena era vitoriana a jovem americana Edith Cushing (Mia Wasikowska) deseja se tornar escritora. Ela não quer ser apenas uma dondoca que vive às custas do dinheiro do pai, um industrial milionário. Romântica, acaba se apaixonando pelo inglês Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) sem saber que ele é na verdade um nobre arruinado que está sempre atrás de mulheres ricas para bancar seus projetos. Entre eles o de construir uma máquina a vapor que pretenderá usar na exploração de minas que pertencem à sua família há gerações. Depois da morte nada acidental do pai, Edith finalmente se casa com Thomas e vai morar com ele na distante e fria Inglaterra. Lá acaba conhecendo a antiga mansão da família Sharp, uma velha casa assustadora que guarda muitos segredos escabrosos entre suas centenárias paredes. Esse novo terror assinado pelo diretor Guillermo del Toro é uma clara tentativa de reviver os antigos filmes de terror ingleses, aqueles passados em casas mal assombradas.

A boa notícia é que ele conseguiu realizar um bom filme. Na verdade o que temos aqui é mais um terror psicológico do que o estilo mais sanguinário e violento que impera nos dias de hoje. Edith, uma típica heroína de romances góticos vitorianos, precisará escapar da armadilha mortal em que inocentemente se encontra. Thomas tem uma irmã abominável que demonstra ter uma relação doentia e obsessiva com o irmão. Esse nada mais é do que um dândi arruinado que corre atrás de sonhos de um passado que já não existe mais. A velha mansão inglesa em ruínas assume assim quase a personalidade de um personagem próprio dentro da trama, alguém que tenta avisar Edith do perigo que corre. Os fantasmas presentes na história (sim, eles estão lá para a alegria dos fãs de velhos filmes) não são necessariamente os vilões, agindo muitas vezes por motivos altruísticos e solidários. No final o espectador é presenteado com uma bela direção, boas atuações e uma direção de arte maravilhosa, sombria e assustadora nas medidas certas. Para assistir de noite, procurando sentir todo o clima criado por Del Toro. Um bom filme de terror com o sabor nostálgico daquelas antigas fitas inglesas de assombração.

A Colina Escarlate (Crimson Peak, Estados Unidos, Canadá, 2015) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins / Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston / Sinopse: Jovem americana se apaixona por nobre inglês e vai morar com ele numa mansão decadente e sombria pertencente à sua família. Seu marido mora lá há anos e compartilha a velha casa ao lado de sua estranha e sinistra irmã. O que a jovem mal desconfia é que na realidade está entrando em uma armadilha mortal.

Pablo Aluísio.

Extinção Humana

Título no Brasil: Extinção Humana
Título Original: Exit Humanity
Ano de Produção: 2011
País: Canadá
Estúdio: Foresight Features, Optix Digital Pictures
Direção: John Geddes
Roteiro: John Geddes
Elenco: Mark Gibson, Adam Seybold, Dee Wallace, Bill Moseley
  
Sinopse:
Durante a guerra civil americana o soldado confederado Edward Young (Mark Gibson) descobre que há algo muito terrível acontecendo. Pessoas que morrem no campo de batalha continuam vivas, se tornando verdadeiros zumbis em busca de carne humana. Após o fim da guerra ele consegue retornar para seu pequeno rancho, porém descobre que sua esposa e seu filho estão contaminados por essa terrível praga. Ele vê então toda a sua vida e felicidade ruir praticamente da noite para o dia. A única forma de matar de uma vez por todas essas criaturas é dando um tiro certeiro em suas cabeças. O apocalipse Zumbi, pelo visto, finalmente chegou...

Comentários:
Filme canadense sobre zumbis passado na guerra civil americana. Olhando assim não parece lá muito interessante, com jeito de filme trash. Não é bem assim. Esse terror até que tem seus méritos. É uma produção bem realizada, com ótimas inserções de animações em determinadas cenas, tudo para contar a trágica história de um veterano da guerra que se vê no meio de um mundo devastado, onde poucos sobreviventes tentam lutar contra uma humanidade em vias de extinção. Uma praga, de origem inexplicável, transformou praticamente todos os seres humanos em zumbis ávidos por carne humana. Provavelmente tenha sido algo inventado para a própria guerra, a ser usada nos campos de batalha, só que alguma coisa deu muito errado e a estranha condição se espalhou de forma descontrolada por todo o país. É a tal coisa, se você é fã de séries como "The Walking Dead" certamente vai gostar do filme. De minha parte só não curti mais porque sinceramente falando já estou um pouco farto de mortos-vivos. De todos os tipos de monstros clássicos esse sempre me pareceu o menos interessante, afinal de contas tudo o que fazem é sair se arrastando lentamente por aí em busca de cérebros humanos. Uma criatura um tanto quanto idiota e pouco assustadora. Assim você tem que gostar de filmes de zumbis para apreciar melhor esse "Exit Humanity" - que não é necessariamente o meu caso. Mesmo assim a fita não me desagradou e nem me aborreceu. Com um pouco de boa vontade conseguiu até mesmo me divertir. Assim deixo a dica desse pouco conhecido filme de terror. Não é nenhuma obra prima do gênero, porém é bem feito e tem boas sequências. Vale a pena ao menos conhecer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Perigo Real e Imediato

Harrison Ford volta ao papel do agente da CIA Jack Ryan nesse terceiro filme da franquia. Só para recordar os outros foram "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "A Soma de Todos os Medos" e o mais recente "Operação Sombra - Jack Ryan". Os roteiros seguem de perto os livros escritos por Tom Clancy. O personagem é basicamente uma versão americana de James Bond, com mais cuidado nas tramas e no realismo das situações, muito embora isso não pareça muito claro. Nessa versão Jack Ryan precisa lidar com um perigoso cartel de drogas colombiano, que parece ter se inflitrado até mesmo dentro das altas esferas do governo americano.

Sempre gosto de escrever que não há maiores problemas nos dois filmes estrelados por Harrison Ford. Para falar a verdade ele se deu muito bem nesse papel. O ator só rompeu com a série por questões puramente financeiras quando estava prester a ir para o terceiro filme. Uma pena. Acabou sendo substituído por Ben Affleck alguns anos depois. No geral vale a pena conferir, principalmente se você gosta de roteiros com muita espionagem internacional e ação desenfreada.

Perigo Real e Imediato (Clear and Present Danger, Estados Unidos, 1994) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Donald Stewart, baseado na obra de Tom Clancy / Elenco: Harrison Ford, Willem Dafoe, Anne Archer / Sinopse: Muita ação e aventura nesse clássico moderno dos filmes de espionagem.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ação.

Pablo Aluísio. 

Cobb, A Lenda

Todas as vezes que você tenta indicar algum filme sobre beisebol para os brasileiros acontece a mesma coisa. As pessoas não se interessam por esse tipo de filme. Ninguém entende direito as regras desse esporte que apenas americanos idolatram e de forma em geral esse tipo de produção acaba fracassando comercialmente no Brasil. Não foi diferente com "Cobb, A Lenda", que acredito pouca gente viu até hoje. Na realidade foi lançado diretamente no mercado de vídeo, não chegando nem aos cinemas. A história gira em torno de Ty Cobb, que como o próprio título nacional sugere, foi uma lenda do beisebol americano. Quem interpreta o esportista é o ator Tommy Lee Jones. Ele se esforça bastante para trazer credibilidade ao papel, embora fãs do esporte nos Estados Unidos o tenham criticado por causa da falta de semelhança física entre Cobb e Jones.

Como para nós, brasileiros, isso não tem a menor importância, o filme acaba valendo a pena. Não pelas inúmeras cenas captadas durante as partidas (cá para nós, o beisebol é bem chato mesmo!), mas sim pelo lado mais humano do personagem. No final a única certeza que você encontrará pela frente é que não importa o país, o esporte ou a cultura, geralmente pessoas que ganham fama e fortuna com o esporte da noite para o dia acabam fazendo besteira em algum momento de suas vidas, como bem prova o roteiro desse "Cobb, A Lenda".

Cobb, A Lenda (Cobb, Estados Unidos, 1994) Direção: Ron Shelton / Roteiro: Al Stump / Elenco: Tommy Lee Jones, Robert Wuhl, Lolita Davidovich / Sinopse: O filme conta a história de uma lenda do esporte nos Estados Unidos. Filme indicado ao prêmio da Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Tommy Lee Jones).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

007 Contra Spectre

Já deu! Depois de quatro filmes como James Bond o ator Daniel Craig se despede do agente inglês com um filme bem chato e sem novidades. O roteiro me lembrou um pouquinho os primeiros filmes de 007, ainda na década de 60, quando ele tinha que enfrentar um vilão megalomaníaco e desvairado que deseja controlar o mundo. Esse papel coube ao bom ator Christoph Waltz que não foi nada bem aproveitado. Para piorar são poucas as cenas memoráveis de ação. Como se tem repetido os filmes com Craig não conseguiram capturar o charme e a elegância do Bond dos livros. Ele tem um casinho aqui e outro acolá, porém seu poder de conquistar não é nada elegante ou sedutor. Em muitas situações o Craig surge até mesmo meio constrangido. Como ele é fraco nas cenas com as Bond Girls o jeito é caprichar na ação. O problema é que nem nesse quesito o filme empolga.

Considerei uma queda de qualidade muito acentuada se formos comparar com o filme anterior. Se lá a trama era muito interessante, com ótimos desdobramentos, aqui tudo soa muito vazio e sem conteúdo. Inventaram uma ligação inexistente nos livros ligando Bond e o vilão Blofeld (Christoph Waltz). Eles supostamente teriam criado a rivalidade por algo que aconteceu em seu passado, envolvendo uma figura paterna para ambos. Que bobagem sem tamanho! O filme tem bonitas locações em Roma, mas até mesmo a cidade eterna é mal aproveitada. Em conclusão, o que temos aqui é realmente um adeus um tanto decepcionante e melancólico de Daniel Craig da franquia James Bond. Não deixará saudades, até porque ele nunca me convenceu completamente na pele desse icônico personagem, um dos mais populares de todos os tempos da sétima arte.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio

Esperança e Glória

Esse é um filme muito interessante porque ele mostra a II Guerra Mundial de um ângulo diferente, sob os olhos de um garoto. Em uma Londres constantemente atacada por violentos bombardeios nazistas, o espectador é colocado ao lado de um menino que vivencia tudo sob o olhar inocente de sua idade. Há uma cena que retrata bem isso quando um grupo de garotos comemoram a chegada de aviões nazistas sobre a cidade! A razão de tanta alegria? Não haveria mais aulas com isso! Pois é, tudo é enxergado justamente sobre esse prisma. Todos os personagens são bem humanos e desenvolvidos, desde o avô que passou a vida inteira contando seus atos de bravura na I Guerra Mundial (e que agora terá que provar que é corajoso de verdade), até sua mãe que acaba tendo um caso amoroso com o melhor amigo do marido (que foi para o front) passando pela irmã mais velha que acaba ficando grávida de um soldado canadense.

O roteiro foi de certa maneira baseado nas próprias memórias de juventude e infância do diretor John Boorman. Eu sempre considerei esse cineasta um dos mais talentosos de sua geração. Ele conseguiu manter um nível de qualidade bem acima da média do que era feito. Inglês de nascimento só cometeu um erro grasso em sua filmografia, a fraca sequência de "O Exorcista". Tirando esse pequeno deslize só temos filmes interessantes pela frente como, por exemplo, "A Floresta de Esmeraldas", "Excalibur" e "Amargo Pesadelo", considerado até hoje sua grande obra prima. Assim deixo a recomendação desse nostálgico, sentimental e inspirador "Esperança e Glória", um filme que tentou capturar as sensações e sentimentos de uma população civil no meio de um dos mais sangrentos e destrutivos conflitos da história. Vale a pena ter em sua coleção de clássicos modernos.

Esperança e Glória (Hope and Glory, Estados Unidos, Inglaterra, 1987) Direção: John Boorman / Roteiro: John Boorman / Elenco: Sarah Miles, David Hayman, Sebastian Rice-Edwards / Sinopse: O filme mostra a mudança de rotina e vida que ocorre com os moradores de Londres quando a cidade passa a ser bombardeada por aviões nazistas durante a II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

O conto original faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos um grande filme. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar.

O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heróico, que tinha que enfrentar um grande mal. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow, Estados Unidos, 1999) Direção: Tim Burton / Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher/ Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee / Sinopse: A figura sinistra de um cavaleiro sem cabeça assusta os moradores de uma pequena vila. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de novembro de 2015

O Rio Selvagem

Um dos mais diferenciados filmes da carreira da grande Meryl Streep. Já percebi que ela, de tempos em tempos, procura realizar filmes menos pretensiosos, com menos cara de Oscar. Provavelmente faça esse tipo de coisa para não virar uma atriz que só possa trabalhar em filmes importantes, com tramas edificantes e roteiros épicos! Até Meryl Streep precisa relaxar de vez em quando. Quando esse filme foi lançado ela afirmou que havia aceitado topar participar porque estava querendo tirar longas férias - então como o filme foi rodado numa das regiões mais bonitas de Montana (nas reservas de Kootenai River e Glacier National Park) ela percebeu que poderia unir o útil ao agradável.

O roteiro não apresenta nada demais, de certa forma temos aqui um thriller sem maiores surpresas. Vale a pena porém porque, como eu já escrevi, temos Meryl Streep em um papel diferente, mais físico do que dramático. Ao lado de Kevin Bacon ela acabou tomando belos caldos nos bonitos rios daquela região. Por ser divertido e nada Oscarizável, já está de bom tamanho. Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Bacon). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). PS: como se pode perceber a Meryl pode atuar em qualquer coisa que ela sempre, mas sempre mesmo, será indicada para algum prêmio do cinema americano!

O Rio Selvagem (The River Wild, Estados Unidos, 1994) Direção: Curtis Hanson / Roteiro: Denis O'Neill / Elenco: Meryl Streep, Kevin Bacon, David Strathairn / Sinopse: Filme de ação explorando as perigosas corredeiras de um verdadeiro rio selvagem. Emoção, suspense e ação em cada curva do rio.

Pablo Aluísio.

Má Companhia

A história gira em torno de uma extensa e complexa rede de corrupção envolvendo agentes da CIA, membros da Suprema Corte e empresários inescrupulosos. O curioso é que cada um deles parece estar prestes a trair o outro a qualquer momento. Nesse jogo de agentes corruptos e corruptores a coisa funciona realmente assim no mundo real pois quando um dos pilares cede (ou seja, vai para a prisão), todo o esquema desmonta rapidamente - basta lembrar o que anda acontecendo atualmente no Brasil com a operação Lava Jato. Se em países como o nosso várias empresas se unem a agentes de estatais para saquear grandes remessas de dinheiro público roubado, aqui a situação envolve também geopolítica internacional. Apesar do tema atraente, temos que reconhecer, infelizmente, que "Bad Company" não consegue se sobressair muito da média do que era produzido naquela época.

O elenco é muito bom, principalmente pela presença da sensual Ellen Barkin, uma das loiras mais marcantes do cinema americano na década de 1990. Outro destaque vem com o veterano Frank Langella em cena. Depois de um período em que ele ficou afastado das telas, se dedicando principalmente ao teatro em Nova Iorque, onde estrelou grandes adaptações para os palcos consagrados da cidade, ele foi retornando aos poucos para o mercado cinematográfico. Em relação a Langella sempre gosto de dizer que ele foi um dos mais significativos exemplos daquele tipo de ator talentoso que acaba não conseguindo emplacar direito no cinema. Geralmente seu valor suplanta em muito os personagens que costuma interpretar, talvez até por pura falta de oportunidade. Aqui então, nem precisa falar da disparidade entre seu grande valor como ator e seu personagem, um vilão comum de thrillers policiais dos anos 90. Enfim, "Má Companhia" realmente não traz nada de muito relevante e original.

Má Companhia (Bad Company, Estados Unidos, 1995) Direção: Damian Harris / Roteiro: Ross Thomas / Elenco: Ellen Barkin, Laurence Fishburne, Frank Langella / Sinopse: Um intrigante jogo nesse bom filme dos anos 90.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de novembro de 2015

Velocidade Terminal

Enquanto entrava e saía da cadeia por envolvimento com drogas e prostituição de luxo em Hollywood, o ator Charlie Sheen tentava manter sua carreira viva no cinema. Para quem foi saudado como o "novo Tom Cruise" em seu surgimento as coisas pareciam ter dado bem errado! Depois de "Platoon" todos pensavam que ele finalmente iria escalar os degraus do Olimpo cinematográfico, mas isso definitivamente não aconteceu. Sheen preferia curtir sua vida em baladas estravagantes regadas a pilhas de drogas. Isso queimou literalmente seu filme com os grandes estúdios, que procuravam atores que não lhes criassem problemas em grandes produções. Fora dos grandes filmes ele então teve que se contentar com fitinhas B do mercado.

"Velocidade Terminal" é um filme policial de rotina, onde Sheen tentava emplacar algum sucesso para pagar os caros advogados de seus inúmeros processos judiciais. Sem maiores surpresas em termos de roteiro o interesse vinha mesmo no elenco de apoio que contava com a linda Nastassja Kinski (que apesar da idade ainda mantinha a beleza) e James Gandolfini (muitos anos antes de se tornar famoso, rico e popular com a série "A Família Soprano"). A história, banal e mal escrita, gira em torno de um instrutor de para-quedas, uma agente da KGB e teorias da conspiração. Isso porém não tem a menor importância no final das contas pois tudo é bem esquecível e descartável. A vida de Sheen nos tablóides sensacionalistas da época era bem mais interessante.

Velocidade Terminal (Terminal Velocity, Estados Unidos, 1994) Direção: Deran Sarafian / Roteiro: David Twohy / Elenco: Charlie Sheen, Nastassja Kinski, James Gandolfini / Sinopse: Filme de ação lançado nos anos 90 tendo como estrela principal o polêmico ator Charlie Sheen.

Pablo Aluísio.

O Casamento de Muriel

Foi muito badalado em seu lançamento original, mas nunca consegui gostar muito do filme. Pessoalmente acho seu roteiro bem cruel com as mulheres que não se enquadram nos modelos de beleza tradicional que são impostos pela sociedade. A personagem principal muitas vezes parece uma pessoa louca, sem noção, simplesmente porque ainda não se casou como a maioria de suas amigas de sua idade. Que tremenda bobagem! O preconceito já começa daí, depois vai piorando conforme a trama vai avançando. A mensagem, apesar de todas as camuflagens do roteiro, não é a melhor. Renova e fortifica uma visão ultrapassada do papel da mulher na sociedade, mostrando um argumento cheio de estereótipos ruins, que não levam a nada e nem somam na vida de ninguém.

De bom mesmo apenas a forte presença de Toni Collette que aqui provavelmente teve o papel de sua vida. A direção do australiano P.J. Hogan até apresenta algumas soluções interessantes, principalmente no uso bem bolado de uma trilha sonora cheia de canções nostálgicas, mas também fica por aí. Isso obviamente é muito pouco. Assim não consegui gostar e nem achei nada particularmente engraçado. É só uma comédia boba, cheio de falsas boas intenções. Pode-se dispensar sem maiores problemas.   

O Casamento de Muriel (Muriel's Wedding, França, Austália, 1995) Direção: P.J. Hogan / Roteiro: P.J. Hogan / Elenco: Toni Collette, Rachel Griffiths, Bill Hunter / Sinopse: Uma solteirone com problemas emocionais finalmente encontra o homem de sua vida e decide se casar com ele. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Toni Collette). Vencedor de quatro prêmios (inclusive melhor filme e atriz) no Australian Film Institute.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Malone

Voltemos aos anos 80. Eu me recordo desse filme lançado em VHS, mas pegando poeira nas prateleiras das locadoras de vídeo. Acontece que o Burt Reynolds já era considerado um ator fora de moda nos anos 80. Ele foi um grande astro do cinema americano nos anos 70. Seus filmes, principalmente aqueles do Bandit, fizeram muito sucesso de bilheteria. Só que ele tinha um visual muito anos 70 mesmo, com aquele estilo meio brega, bigodão, peito cabeludo em camisas abertas. Aquela coisa toda. Quando a década virou, ele ficou para trás.

Esse era um filme policial lançado nos anos 80. O roteiro foi considerado bobo, até infantil por algumas resenhas. E o Burt Reynolds já não funcionava mais como herói de filmes de ação. Havia uma nova geração de atores e ele era considerado um cara do passado. Pelo menos ele ainda não tinha destruído seu rosto com cirurgias plásticas pavorosas. A partir daí eu sinceramente passei a ter pena dele.     
    
Malone, o Justiceiro (Malone, Estados Unidos, 1987) Direção: Harley Cokeliss / Roteiro: Christopher Frank / Burt ReynoldsCliff Robertson, Kenneth McMillan / Sinopse: Um policial descobre um plano de um vilão insano que deseja dominar os Estados Unidos, partindo de uma pequena cidade na montanha.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Arthur, o Milionário Sedutor

Eu assisti esse filme pela primeira vez ainda nos anos 80. Eu sempre tive um sentimento dúbio em relação a essa película. E nunca foi de riso. Havia uma certa melancolia na história desse milionário baixinho, muito vulnerável emocionalmente, que vivia atrás da mulher perfeita para ele. O Dudley Moore sempre foi um ator subestimado. As pessoas o viam principalmente como um comediante. Eu o via da maneira certa, como um grande ator, que conseguia passar muitas emoções apenas com sutis olhares, nuances, etc. Na verdade eu sempre tive muita pena de seu personagem nesse filme.

E isso me lembra aquela famosa frase que dizia: "Era tão pobre que a única coisa que tinha era o dinheiro". Exatamente isso. O Arthur vaga pela vida, mas no fundo é um ser humano triste, sem rumo. E quando ele se apaixona por uma mulher joga tudo para o alto. É um sujeito desesperado. Pois bem, esse é um grande filme em minha opinião. Esqueça a continuação que é horrenda. Assista apenas esse que já está de bom tamanho. Um filme que me tocou quando vi. O melhor trabalho do Moore em toda a sua carreira. E ter a Liza Minelli também no elenco é mais um luxo de um filme que realmente é muito bom.

Arthur, o Milionário Sedutor (Arthur, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Gordon / Roteiro: Steve Gordon / Elenco: Dudley Moore, Liza Minnelli, John Gielgud / Sinopse: Um homem muito rico, milionário, mas igualmente muito carente, tenta encontrar a mulher que vai se tornar o amor de sua vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (John Gielgud) e melhor música original ("Arthur's Theme (Best That You Can Do)".

Pablo Aluísio.

Passionata

Esse filme, como o título bem sugere, é um romance. Um romance daqueles que retratam paixões avassaladoras. O protagonista é um jovem estudante da Juilliard, uma das mais prestigiadas escolas de música de Nova Iorque. Isso traz ao filme, como não poderia deixar de ser, uma trilha sonora linda, com muita música sofisticada e de classe. O amor entre o casal parece florescer com avidez e também se auto destrói com fúria. Embora a produção não seja classe A - muitas vezes parecendo um telefilme, o filme em si se sustenta bem pela força da história que conta.

Assisti o filme na TV a cabo e gostei do que vi. Ele é um filme relativamente curto e passa voando. Foi de certa forma criticado por causa da superficialidade de certos personagens, mas ao meu ver essa é uma crítica até mesmo injusta já que a pretensão do filme se resume em contar uma história de amor. E paixões como essa não precisam de maior complexidade, precisam mesmo é de amor e isso o casal conseguiu passar para a tela.

Passionata (Passionata, Estados Unidos, 1992) Direção: rChristopher Shelton / Roteiro: Bill Hoffman / Elenco: Larry Poindexter, Pamela Winslow Kashan, iStuart Nelson/ Sinopse: Uma história de amor passada no meio acadêmico e musical de Nova Iorque. O amor é lindo e também pode se expressar por belas notas musicais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Papai Noel às Avessas

Título no Brasil: Papai Noel às Avessas
Título Original: Bad Santa
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Terry Zwigoff
Roteiro: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Billy Bob Thornton, Bernie Mac, Lauren Graham,

Sinopse:
Um vigarista e seu comparsa se vestem de Papai Noel e seu ajudante duende para roubar todas as lojas grandes da cidade, mas seus planos acabam interrompidos quando ele conhece uma criança com problemas.

Comentários:
Inegavelmente um filme vulgar, apelando para uma tremenda baixaria em certos momentos, mas que a despeito de tudo isso ainda consegue soar divertido. Pois é, existe uma verdadeira praga de filmes melosos de natal todos os anos. Então um filme como esse, que ridiculariza e satiriza essa pieguice toda, sempre será mais bem-vindo. Sempre haverá pessoas em fins de ano que estarão de saco cheio de toda aquela coisa de natal como Papai Noel, falsidade entre familiares, etc. Entõa para essa turminha mais chegada em um certo humor negro o filme até que funciona que é uma beleza, embora não pague pra ver, indo até as últimas consequências.

Pablo Aluísio.

A Inveja Mata

Título no Brasil: A Inveja Mata
Título Original: Envy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures.
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Steve Adams
Elenco: Ben Stiller, Jack Black, Rachel Weisz

Sinopse:
A amizade de dois amigos começa a ficar conturbada quando um deles sobe na vida, faz sucesso, fica rico, enquanto o outro só afunda, dia após dia. A inveja, que mata, começa a nublar a antiga amizade sincera entre eles.

Comentários:
Uma comédia descartável, nada memorável. O elenco reúne dois humoristas que me cansaram há anos. Definitivamente não aguento mais Ben Stiller. Ele sempre repete o mesmo papel, a do carinha que tenta ser normal, mas que no fundo não passa de um tremendo panaca. Jack Black é bem menos chato, mas também tem tendência de ser exagerado e quando isso acontece, afunda qualquer filme. O que mais me intriga aqui é mesmo a presença da ótima atriz Rachel Weisz! O que essa atriz, tão profissional e talentosa, está fazendo nesse filmeco? Eu não sei, definitivamente não sei. Só sei que esse é seguramente o pior filme de sua rica filmografia. Pois é, ninguém é perfeito nesse mundo!

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de novembro de 2015

As Virgens Suicidas

Já que estamos falando de filmes esquisitos eu me lembrei desse "As Virgens Suicidas". Assisti ainda nos tempos do VHS. Esse foi o filme que convenceu a crítica de que a jovem Sofia Coppola não era apenas a péssima atriz que Francis Ford Coppola insistiu em colocar na terceira parte de "O Poderoso Chefão". Ela até não podia convencer na frente das câmeras, mas seguramente mostrava bastante talento atrás delas, como cineasta. Duvida? Então você tem que conhecer esse seu primeiro filme de grande repercussão no circuito independente. O enredo por si só já era fora do normal. Um grupo de jovens garotas, todas loiras, lindas e muito inteligentes, que acabam se tornando protagonistas de um acontecimento bizarro que chocou a cidade onde moravam (sim, por mais estranha que a história lhe possa parecer o fato é que o roteiro foi baseado em fatos reais, o que definitivamente prova que os americanos não formam a população mais normal do mundo).

Aliás é bom salientar que o argumento tem várias nuances envolvendo fanatismo religioso, costumes e moralidade exacerbadas, repressão familiar, falta de harmonia doméstica e até mesmo assédio moral entre parentes. No elenco quem se destacou mesmo foi Kirsten Dunst, cuja atuação também serviu de trampolim para a fama pois em pouco tempo ela entraria na franquia de grande sucesso do Homem-Aranha. Então é isso, deixo essa dica para vocês, um filme que provavelmente vá mexer com tudo aquilo que você pensa entender da mente dos adolescentes.

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, Estados Unidos, 1999) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Josh Hartnett, James Woods, Kathleen Turner, Danny DeVito, Michael Paré, Scott Glenn / Sinopse: o filme conta uma chocante história real envolvendo adolescentes norte-americanas. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Empire Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Atrás das Linhas Inimigas

Outro filme que também marcou a despedida de um grande ator. Durante as entrevistas de lançamento dessa produção, Gene Hackman anunciou que estava se aposentando. De fato ele só retornaria dois anos depois para um último adeus em "O Júri" para só então se dedicar apenas a desfrutar dos frutos de sua longa carreira no cinema. Pena que "Atrás das Linhas Inimigas" não seja tão bom quanto se esperava. Na verdade é um filme cheio de problemas, em especial em termos de roteiro, arrastado e confuso, e falta de ritmo. Além disso o elenco não parece bem escalado. O comediante Owen Wilson, por exemplo, foi pessimamente escalado para o papel do tenente Chris Burnett. Ele parece nada convincente. Hackman, um ator que era praticamente à prova de falhas, precisou então segurar o filme praticamente sozinho em suas costas, o que nem sempre é um bom sinal.

Basicamente é um filme de guerra e ação que mostra as dificuldades de um oficial americano em sobreviver após ser praticamente abandonado em pleno território inimigo. A sinopse parece bem mais interessante do que se vê na tela. As cenas não são empolgantes e a dificuldade de se acertar no enredo coloca quase tudo praticamente a perder. Isso parece ser uma constante na carreira do diretor John Moore, algo que se repetiu em pequena escala em outros filmes seus como "O Vôo da Fênix" e "Max Payne". Só em "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer" ele conseguiu em parte superar isso, talvez por se tratar de uma super produção. Enfim, temos aqui um filme que prometia bastante, mas que no final de tudo se revela apenas de mediano para fraco. O veterano e talentoso Gene Hackman merecia mais, muito mais do que apenas isso.

Atrás das Linhas Inimigas (Behind Enemy Lines, Estados Unidos, 2001) Direção: John Moore / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Gene Hackman, Owen Wilson, Gabriel Macht, Joaquim de Almeida / Sinopse: Um filme de guerra mostrando uma operação das mais perigosas no front de batalha.

Pablo Aluísio.

Testemunha do Silêncio

Um garoto autista se torna a única testemunha de um duplo homicídio. Para tentar entrar na mente dele um terapeuta, Dr. Jake Rainer (Richard Dreyfuss), tenta revelar o que ele de fato teria visto, usando para isso uma metodologia pouco usual. Um bom thriller policial de suspense, com roteiro bem escrito. Eis o que temos aqui nesse "Testemunha do Silêncio". Como se sabe pessoas que sofrem de autismo não conseguem interagir completamente com outras, se isolando em um mundo particular no qual praticamente ninguém consegue entrar. Agora imagine um autista sendo a única testemunha de um crime hediondo. Como descobrir quem teria cometido o crime se apenas ele o viu? O bom elenco também segura a trama com competência.

Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /

Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Attica: A Solução Final

John Frankenheimer poucas vezes trabalhou na TV. Uma de suas poucas incursões na telinha aconteceu justamente nesse muito bom "Attica: A Solução Final". A história, baseada em fatos reais, se passa no ano de 1971 no presídio de segurança máxima Attica. Michael Smith (Kyle MacLachlan) é um jovem guarda, praticamente um novato, ainda nos seus primeiros dias dentro da prisão, que é surpreendido por uma das maiores rebeliões de presos da história daquela instituição prisional. Tudo fruto de anos e anos de má administração, abusos, torturas e violações de direitos humanos dos prisioneiros.

Como se sabe quando algo assim é implantado dentro de um presídio o esperado é realmente que algo muito sério venha a ocorrer, principalmente quando a pressão se torna insustentável de se administrar. Kyle MacLachlan convence plenamente como o sujeito que até tem boas intenções, mas que é tragado pelo sistema completamente viciado... e corrupto! O roteiro procura seguir os passos dos acontecimentos reais, então é de se esperar que haja mesmo muita violência e cenas de impacto, algo que não é muito recomendado para quem estiver procurando por algo mais leve. A intenção de Frankenheimer foi realmente denunciar uma situação extrema, que merecia ganhar a atenção urgente das autoridades públicas.  

Attica: A Solução Final (Against the Wall, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Ron Hutchinson / Elenco: Kyle MacLachlan, Samuel L. Jackson, Clarence Williams III / Sinopse: Violência, ódio e sobrevivência em uma das mais infames prisões dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Minissérie ou Telefilme (Samuel L. Jackson).

Pablo Aluísio.

Stalingrado - A Batalha Final

Produção alemã que procura recriar uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial. Naquele momento histórico o ditador nazista Adolf Hitler estava determinado a conquistar a União Soviética. Para isso a tomada da cidade de Stalingrado era essencial para os seus planos. Milhões de soldados alemães foram enviados, mas a missão militar logo se revelou um desastre completo. As tropas do Reich não tinham equipamentos e nem apoio logístico adequado para enfrentar uma batalha de longo prazo como aquela. Os russos se armaram até os dentes e toda a população civil foi convocada para lutar rua a rua, casa a casa. Isso deu origem a uma das defesas mais aguerridas de todo o conflito.

Os alemães, sem comida e apoio de retaguarda foram morrendo aos poucos. Além da fome, o frio também foi implacável. Apelidado de "general inverno" as baixas temperaturas literalmente congelaram as tropas nazistas inimigas. Já o povo soviético também teve que se virar diante da adversidade, comendo ratos e até mesmo os cadáveres de pessoas mortas para sobreviver ao cerco alemão. Uma tragédia de proporções humanas imensuráveis. Para quem gosta da história da Segunda Guerra Mundial o filme é obviamente uma boa opção. Filme indicado aos prêmios do Bavarian Film Awards e do Moscow International Film Festival.

Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad, Alemanha, 1993) Direção: Joseph Vilsmaier / Roteiro: Jürgen Büscher, Johannes Heide / Elenco: Dominique Horwitz, Thomas Kretschmann, Sebastian Rudolph / Sinopse: O filme reconstitui uma das mais sangrentas batalhas da II Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Mundo de Andy

O ator Jim Carrey voltou às manchetes de todos os jornais nesse fim de semana por causa da morte trágica de sua namorada, Cathriona White. Segundo as investigações ela teria se suicidado com uma overdose de pílulas após Carrey acabar seu romance com ela. É triste, mas o fato é que muitas pessoas não conseguem lidar direito com a rejeição amorosa. Muitas mulheres ficam devastadas - algumas por anos e anos a fio - enquanto outras tomam atitudes desesperadas como essa. Segurando o caixão da ex-namorada, Carrey me pareceu muito abatido e envelhecido (com uma longa barba messiânica). Uma pena. Isso também me fez dar uma olhada mais uma vez em sua filmografia. Confesso que nunca fui seu fã de carteirinha, talvez por ter sido um admirador de Jerry Lewis no passado, o que me fez ter sempre uma sensação de que Carrey seria apenas uma versão moderna e menos talentosa do outrora brilhante Lewis. De qualquer forma um de seus filmes que realmente valem a pena é esse "O Mundo de Andy" dirigido pelo grande Milos Forman (quem poderia prever que um cineasta clássico como esse iria um dia fazer um filme com o careteiro Carrey?). Claro que não seria uma comédia escrachada, mas sim um drama.

O filme se propõe a contar a história do comediante Andy Kaufman (muito popular nos Estados Unidos porém praticamente desconhecido no Brasil). Andy era um sujeito estranho, diria até mesmo bizarro, que usava essa imagem fora do comum para ganhar a vida fazendo humor (muitas vezes bem corrosivo e fora dos padrões convencionais). Esse filme foi mais uma tentativa (dessa vez bem sucedida) de Jim Carrey provar que era mais do que apenas um humorista pirado em filmes comerciais de verão. Temos de reconhecer que ele está muito bem, provavelmente naquela que seja sua melhor atuação na carreira. Premiado de forma merecida com o Globo de Ouro de Melhor Ator, Carrey conseguiu convencer a crítica, mesmo que por um breve período, que também sabia atuar e muito bem em outros gêneros cinematográficos. Depois de "O Mundo de Andy" isso foi mais do que comprovado.

O Mundo de Andy (Man on the Moon, Estados Unidos, 1999) Direção: Milos Forman / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Jim Carrey, Danny DeVito, Gerry Becker / Sinopse: O filme conta a história real de um popular comediante norte-americano. Um sujeito que de certa maneira estava muito à frente de seu tempo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Abaixo o Amor

Eu sempre gostei do trabalho da atriz texana Renée Zellweger. Além de ser uma graça em termos estéticos ela parecia ter herdado de certo modo o timing do humor que um dia pertenceu a Marilyn Monroe (tirando as devidas proporções, é claro!). Pois bem, aqui ela resolveu ir para o tempo de Marilyn, numa comédia de costumes que procurava imitar o velho estilo das antigas comédias românticas estreladas por Rock Hudson e Doris Day. A fórmula é simples de decifrar: uma maneira de falar sobre relacionamentos e sexo de uma forma mais sofisticada, bem humorada e sutil. Ewan McGregor interpreta o papel que um dia pertenceu a Rock: a do conquistador inveterado que pretende provar seu ponto de vista em cima de uma mulher independente e muito ciente de si e sua independência. Ela é escritora e defende em seus livros que a mulher pode ser feliz sem precisar de um homem ao lado. Ele é um sujeito que está disposto a fazer ela se apaixonar por ele, destruindo sua tese literária!

"Down with Love" é bem divertido, inclusive tive a oportunidade de conferir no cinema, mas falha justamente em um dos pontos que deveriam ser o forte de seu roteiro: a sofisticação. Em determinados momentos o filme escolhe o lado mais vulgar, algo que seria impensável nas comédias dos anos 60 que tenta recriar. Renée Zellweger desfila com um fino figurino - que acaba se tornando uma das melhores coisas do filme, mas também decepciona com o excesso de botox na face. Algo que o diretor deveria ter corrigido já que isso não existia na época em que a história do filme se passa. Quando ela aparece com rosto inchado em cena logo ficamos com aquela sensação de superficialidade que estraga em parte o charme dessa comédia vintage. Apesar de tudo ainda vale conhecer.

Abaixo o Amor (Down with Love, Estados Unidos, 2003) Direção: Peyton Reed / roteiro: Eve Ahlert, Dennis Drake / Elenco: Ewan McGregor, Renée Zellweger, David Hyde Pierce / Sinopse: Um filme dos dias atuais com o estilo das antigas comédias românticas dos anos 1960. Filme vencedor do Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.