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segunda-feira, 19 de julho de 2021

A Nação do Medo

Veja que argumento interessante: o que teria acontecido ao mundo se os nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial? Imagine todas as nações conquistadas vivendo sob o regime alemão, onde a figura mais idolatrada passaria a ser a de Adolf Hitler, considerado um herói e um exemplo para toda a humanidade! Chocante, não é verdade? Pois é basicamente nesse mundo ficcional que esse estranho e perturbador enredo se passa. O curioso é que o espectador fica bem incomodado com as cenas iniciais, mas conforme o filme avança a ideia central começa a parecer absurdamente normal e aceitável. E não foi por outra razão que "Fatherland" acabou sendo recebido com polêmica. Afinal de contas muitos poderiam vir a entender que a produção seria na verdade uma tremenda propaganda neonazista. Ledo engano.

O filme é inteligente o suficiente para escapar desse tipo de armadilha. Feito para a TV, "A Nação do Medo" acabou sendo reconhecido por seus próprios méritos, a ponto de ganhar indicações importantes no Globo de Ouro onde foi indicado ao prêmio de Melhor Minissérie ou Filme realizado especialmente para a TV. Melhor se saiu a atriz Miranda Richardson que acabou levando o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante na mesma premiação. Plenamente merecido, pois ela está ótima em seu papel. Já no "Oscar da TV", o Emmy Awards, a produção acabou sendo premiada por sua bela direção de arte, afinal de contas recriar um mundo nazista nos dias de hoje realmente exigiu muito talento e imaginação. Então é isso, meio esquecido atualmente "A Nação do Mundo" é um filme bem interessante e instigante. Uma obra que merece ser redescoberta.

A Nação do Medo (Fatherland, Estados Unidos, 1994) Direção: Christopher Menaul / Roteiro: Robert Harris, Stanley Weiser/ Elenco: Rutger Hauer, Miranda Richardson, Peter Vaughan / Sinospe: Em um mundo distópico e estranho, os nazistas venceram a II Guerra Mundial, impondo sua ideologia para toda a humanidade. Filme premiado pelo Globo de Ouro e Emmy Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de dezembro de 2020

Spider - Desafie Sua Mente

Título no Brasil: Spider - Desafie Sua Mente
Título Original: Spider
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra
Estúdio: Odeon Films
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Patrick McGrath
Elenco: Ralph Fiennes, Miranda Richardson, Gabriel Byrne, Lynn Redgrave, John Neville, Bradley Hall

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Patrick McGrath, o filme conta a história de um homem com problemas mentais, interpretado pelo ator Ralph Fiennes, que já não consegue separar os delírios de sua mente perturbada, dos fatos reais, da realidade. Ele sempre está revivendo momentos traumáticos de seu passado, na infância, quando algo muito trágico aconteceu com sua mãe.

Comentários:
Esse filme inglês foi muito badalado em Cannes no ano de seu lançamento, a ponto inclusive de concorrer à Palma de Ouro. É um trabalho brilhante da dupla David Cronenberg e Ralph Fiennes. Na direção Cronenberg montou uma narração cinematográfica simplesmente brilhante, onde o espectador entra diversas vezes na mente do protagonista. E isso não é algo fácil de se fazer na tela, uma vez que o personagem em questão é um doente mental, uma pobre criatura que não consegue ser muito funcional na vida, pouco se comunicando com outras pessoas e interagindo ao mínimo com o ambiente em que vive. Ralph Fiennes, que o interpreta, está soberbo no papel. Logo quando ele desce em uma estação de trem em Londres, na primeira cena do filme, descobrimos que aquela pessoa tem sérios problemas. Falando baixinho consigo mesmo, sempre anotando palavras em um pequeno caderninho que leva, ele não consegue socializar com ninguém. Acaba indo, com muitas dificuldades, para uma casa no subúrbio da cidade. O governo inglês mantém esses "lares" para pessoas com doenças mentais. É uma maneira de tirá-los de hospícios, para quem sabe, um dia, viverem uma vida mais normal, mais integrada com a sociedade. É um filme muito bem organizado, que deixa uma sensação de compaixão no espectador. E o final é simplesmente impactante. Passado e presente se mostram da forma mais cruel e surpreendente que se possa imaginar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O Que te Faz Mais Forte

O filme conta a história real do jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal). Tentando reatar o namoro com sua antiga namorada ele descobre que ela estará correndo na maratona de Boston. Então resolve ir até lá, levando um cartaz de incentivo para a garota. Por um trágico evento do destino ele fica bem ao lado do lugar onde o terrorista plantou uma das bombas naquele atentado que ficou famoso na época. Quando a bomba explodiu Jeff acabou severamente ferido, perdendo as duas pernas. Imagine um rapaz como ele, com toda a vida pela frente, agora ter que encarar um destino desses! O roteiro assim vai se desenvolvendo, mostrando as lutas do dia a dia após perder suas pernas, as dificuldades de adaptação, além do conturbado relacionamento com a ex-namorada.

O curioso é que Jeff também acabou virando um símbolo da força da cidade de Boston em superar os atentados. Chamado de "A força de Boston" ele acabou sendo considerado um herói, sempre convocado para abrir grandes eventos, mostrando que Boston jamais iria sucumbir ao terror. Em termos narrativos o filme é bem convencional. Penso até que não poderia ser diferente. Há uma história edificante para contar e não haveria outro modo de fazê-lo. Cinematograficamente falando é o filme mais convencional da filmografia do ator Jake Gyllenhaal, logo ele que sempre procurou por filmes mais ousados e fora dos padrões. O seu Jeff é uma homenagem ao protagonista da vida real, uma pessoa que precisou superar muitos obstáculos para seguir sua vida em frente. Pela bonita mensagem a produção como um todo já está justificada por seus próprios méritos.

O Que te Faz Mais Forte (Stronger, Estados Unidos, 2017) Direção: David Gordon Green / Roteiro: John Pollono, baseado no livro "Stronger", escrito por Jeff Bauman / Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson / Sinopse: O filme conta a história real de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), uma das vítimas do atentado da maratona de Boston. Ao ir para a maratona, com a intenção de incentivar a ex-namorada, acaba sendo atingido em cheio pela bomba plantada pelos terroristas, perdendo as duas pernas com a explosão.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Churchill

Churchill foi um dos líderes políticos mais importantes do século XX. É de surpreender que não existam grandes filmes sobre ele. Provavelmente isso seja decorrência do fato de que sua biografia foi complexa demais, com muitos eventos históricos importantes. Apenas um filme não seria suficiente para contar sua história. Assim o roteiro dessa nova produção acerta em cheio ao se concentrar em um momento muito específico da vida do primeiro ministro britânico. Todo o enredo se passa em apenas três dias, justamente nos que antecederam ao desembarque das tropas aliadas na Normandia, norte da França, naquela operação militar que passaria a ser conhecida como o Dia D.

O que mais surpreende é saber que até o último momento Churchill tentou cancelar tudo. Ele havia sido militar no passado e tinha participado de um desembarque como aquele, que havia terminado em desastre. Por isso ele tinha muitos receios de uma operação daquela magnitude, envolvendo milhares de homens. Não queria ter a consciência pesada pela morte daqueles soldados. Para trazer ainda mais tensão,  Churchill tampouco acreditava nos detalhes e nas estratégias desenvolvidas pelos generais aliados. Chegou a rezar para que o clima não ajudasse nas operações e que tudo fosse devidamente cancelado. Claro que ele estava errado. Apesar das baixas a operação Overlord foi um grande sucesso. Esse foi o momento da II Guerra Mundial em que o jogo virou e as tropas nazistas começaram a sofrer diversas derrotas na guerra.

Outro aspecto digno de nota é que o roteiro explora também bastante o lado mais humano de Churchill. Ele é visto como um homem que tem receios, medos e desconta suas frustrações em subordinados (como uma pobre e jovem secretária em que ele despeja toda a sua ira). A esposa de Churchill também tem participação importante, chegando a lhe dar um tapa após uma de suas grosserias. Pois é, até mesmo os mais grandiosos líderes também possuíam fraquezas de caráter. Dessa maneira o Churchill que aparece na tela é bem diferente daquele que muitas vezes surge nas páginas dos livros de história. Esse ponto de vista do roteiro é o grande diferencial desse novo filme, pois deixa de lado o aspecto mais oficial da história para se concentrar no ser humano Churchill, sem máscaras. Nesse ponto ganha muito em termos de qualidade cinematográfica.

Churchill (Churchill, Inglaterra, 2017)  Direção: Jonathan Teplitzky / Roteiro: Alex von Tunzelmann / Elenco: Brian Cox, Miranda Richardson, John Slattery / Sinopse: O filme mostra os três dias que antecederam o desembarque das tropas aliadas no norte da França, naquele que seria conhecido pela história como o Dia D. O líder britânico tinha sérias dúvidas sobre as possibilidades de êxito de uma operação como aquela, que envolvia muitos soldados e equipamento militar. Ele temia uma derrota e um fracasso monumental que significasse a vitória de Hitler e os nazistas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O Apóstolo

Título no Brasil: O Apóstolo
Título Original: The Apostle
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: United International Pictures (UIP)
Direção: Robert Duvall
Roteiro: Robert Duvall
Elenco: Robert Duvall, Farrah Fawcett, Billy Bob Thornton, Miranda Richardson
  
Sinopse:
Eulis 'Sonny' Dewey (Robert Duvall) é um pregador protestante que tem a firme convicção de que foi abençoado por Deus. Ele tem um bom ministério religioso, seguidores e uma boa esposa. Seu mundo porém desmorona quando ele descobre que sua mulher está tendo um caso com um membro de sua igreja. Enfurecido, pega um taco de beisebol e atinge a cabeça de sua esposa, que entra em coma. Após esse ato de extrema violência ele resolve fugir, indo parar numa pequena cidade do sul, onde pretende recomeçar sua vida do zero!

Comentários:
Esse é um projeto bem pessoal do ator Robert Duvall. Ele produziu, dirigiu, atuou e escreveu o roteiro. O que inspirou Duvall foi um caso real acontecido com um pregador que ele inclusive conhecia pessoalmente. O caso chocou sua comunidade. Como aquele homem que se dizia tão bondoso e seguidor da filosofia de Jesus Cristo era capaz de praticar um ato de tamanha violência doméstica contra sua própria esposa? Na vida real a esposa do pastor havia sido assassinada por ele! Mais chocante do que isso impossível! Para não sofrer processos, Duvall obviamente inseriu dentro dessa história real adaptada várias peças de pura ficção. Ainda assim é um filme com tintas fortes, que explora o lado mais sórdido dos seres humanos. Após lançar o filme o ator acabou sendo premiado não apenas com uma série de boas críticas, mas também por uma inesperada (e justa) indicação ao Oscar de Melhor Ator. Realmente é impossível ficar indiferente à ótima atuação de Duvall que se entregou de corpo e alma (literalmente) para interpretar o protagonista, um homem com uma belo talento para a oratória, mas que tem um coração realmente enegrecido pelo orgulho e ira. Um bom retrato para os que já conheceram pregadores desse tipo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O Entardecer de uma Estrela

Título no Brasil: O Entardecer de uma Estrela
Título Original: The Evening Star
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Harling
Roteiro: Larry McMurtry, Robert Harling
Elenco: Shirley MacLaine, Bill Paxton, Juliette Lewis, Jack Nicholson, Miranda Richardson, Ben Johnson, Scott Wolf
  
Sinopse:
Sequência de "Laços de Ternura". Após a morte de sua filha, Aurora Greenway (Shirley MacLaine) precisa cuidar da criação de seus três netos, jovens adolescentes com problemas de relacionamento, vida e estudos. Mesmo cansada e desiludida do mundo, Aurora ainda consegue encontrar forças para levar adiante nesse novo desafio em sua existência. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marion Ross).

Comentários:
"Laços de Ternura" é um dos melhores filmes dos anos 80. Consagrado pelos diversos prêmios da academia, o filme segue sendo um drama maravilhoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento. É curioso que quatorze anos depois tenha sido produzido essa continuação tardia. Para muitos era algo completamente desnecessário, uma vez que o primeiro filme já se fechava maravilhosamente bem em si mesmo. Algumas histórias não precisam de continuação, isso é um fato. Acontece que o escritor Larry McMurtry escreveu esse romance que basicamente mostrava o que acontecia depois dos fatos mostrados em "Laços de Ternura". A atriz Shirley MacLaine leu o livro e amou. Diante disso ela procurou convencer a Paramount Pictures a realizar uma sequência. Afinal ela tinha mesmo interesse em voltar a interpretar a forte Aurora, pois essa personagem havia lhe dado o único Oscar de sua vida. Convencidos de seus argumentos o estúdio então produziu esse "The Evening Star". Na época de lançamento desse filme muitos se perguntaram se Jack Nicholson também retornaria ao papel do astronauta maluco, o namorado inconsequente  de Aurora. Inicialmente Nicholson não mostrou interesse nesse novo filme, mas atendendo a um pedido especial de sua amiga Shirley MacLaine resolveu aparecer em uma pequena ponta (que quase nem foi creditada!). Verdade seja dita, mesmo aparecendo por poucos momentos o bom e velho Jack Nicholson quase roubou o filme inteiro para si. Coisas de gênio. Enfim, mesmo assim temos que reconhecer que esse filme ainda é muito bom, nada comparado com "Laços de Ternura" que é uma obra prima da sétima arte, é verdade, mas ainda assim um ótimo drama sobre netos e a vida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

O conto original faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos um grande filme. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar.

O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heróico, que tinha que enfrentar um grande mal. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow, Estados Unidos, 1999) Direção: Tim Burton / Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher/ Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee / Sinopse: A figura sinistra de um cavaleiro sem cabeça assusta os moradores de uma pequena vila. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Implacável

O filme é um remake de um antigo filme estrelado por Michael Caine em 1971 chamado “Carter, o Vingador”, que por sua vez foi baseado no livro “Jack´s Return Home” de autoria de Ted Lewis. Na trama o mafioso de Las Vegas Jack Carter (Sylvester Stallone) volta para sua cidade natal para acompanhar os funerais de seu irmão. Chegando lá ele acaba descobrindo que a morte não foi acidental mas sim uma execução. O que parecia um acidente na verdade foi um assassinato. A partir desse ponto Carter começa a ligar os fios da história da morte de seu irmão para chegar na identidade dos verdadeiros assassinos, iniciando uma onda de violência e vingança que parece não ter mais limites. “O Implacável” foi uma clara tentativa de levantar a carreira de Stallone que parecia ter perdido o brilho para seus grandes êxitos de bilheteria do passado. Infelizmente não deu certo e o resultado foi decepcionante, não conseguindo sequer recuperar seu investimento, seu custo, um verdadeiro fracasso comercial.

Aqui Stallone está em cena com um cavanhaque fora de moda em atuação muito fraca, realmente inexpressiva, se limitando a distribuir socos e pontapés por onde passa. Mickey Rourke volta a ser vilão em um filme de ação. O personagem de Rourke, Cyrus, não é muito relevante. Aqui ele é o antagonista para o astro Sylvester Stallone. Como seu personagem não era central ele pelo menos foi poupado de ser acusado de ser o culpado por mais esse fracasso em sua filmografia. Na época eram apenas dois astros da década de 80 tentando reencontrar o rumo do sucesso. Eles só voltariam a dar a volta por cima alguns anos depois. O curioso é saber que esse roteiro tão derivativo e sem imaginação foi escrito por um bom roteirista, David MacKeena, do excelente “Um Outra História Americana”. Pelo jeito nem sempre a união de estrelas, bons roteiristas e direção promissora resulta necessariamente em bons filmes.

O Implacável (Get Carter, Estados Unidos, 2000) Direção: Stephen Kay / Roteiro: David McKenna / Elenco: Sylvester Stallone, Miranda Richardson, Rachael Leigh Cook, Alan Cumming, Mickey Rourke, Michael Caine / Sinopse: Mafioso de Las Vegas descobre que o irmão não morreu em um acidente como foi levado a crer. Agora partirá para sua vingança pessoal contra os responsáveis pela morte dele.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Jovem Rainha Vitória

Vitória foi uma das monarcas mais importantes da história inglesa. Seu reinado foi um dos mais longos que se tem notícia, indo de 1837 a 1901 e marcou o apogeu do império britânico. O século em que reinou ficou conhecido como "A Era Vitoriana". Tanta importância e esplendor já rendeu muitos filmes, livros e documentários mas agora com esse "A Jovem Rainha Vitória" tentou-se fazer algo diferente. Ao invés de retratar a rainha no auge de sua glória os produtores optaram por mostrar seus primeiros anos, ainda jovem e mocinha, envolvida com amores próprios da idade. Tudo embalado em uma produção digna de uma rainha - lindos cenários, muito luxo e figurinos deslumbrantes. O maior problema do filme parece ser justamente o fato de se focar em um dos períodos menos interessantes da nobre pois não há, para falar a verdade, algo realmente marcante na trama do filme. A Vitória que surge em cena está mais preocupada em arranjar um namorado e ir em bailes de gala do que qualquer outra coisa. Nenhuma intriga palaciana surge em cena e o roteiro passa longe de explorar o clima político de sua época. Além disso Vitória é uma garota do século XIX que parece ter idéias avançadas demais para o contexto histórico em que viveu. 

Os roteiristas ignoraram o fato dela ter sido uma das monarcas mais conservadoras da Inglaterra, o que certamente não se ajusta muito bem com a Vitória "moderninha" que surge em cena. O ponto positivo de "A Jovem Rainha Vitória" é certamente o seu elenco. A britânica Emily Blunt se sai bem. Sua interpretação está no tom correto, embora a corte inglesa fosse mais solene e formal da que vemos no filme. Paul Bettany também está bem, inspirado e marcando boa presença. Seu Lord Melbourne é certamente uma das melhores coisas de "The Young Victoria". Curiosamente para um filme tão britânico escalaram um estrangeiro para a direção, o canadense Jean-Marc Vallée. A escolha desagradou alguns jornalistas ingleses e eles tem certa razão em reclamar, uma vez que provavelmente um cineasta do país poderia ter um olhar mais familiar e próximo com a sua realeza britânica. De qualquer forma o produto final não é ruim. Tem sua dose de erros históricos como explicados aqui, mas como entretenimento até pode funcionar. Não é historicamente correto e macula de certa forma a história real dos fatos. Para os que gostam de produções de luxo, com muito romance e cenas de enamorados adolescentes pode até se tornar uma boa opção. Já para os que querem saber mais sobre a Rainha Vitória recomendamos mesmo uma boa visita à biblioteca mais próxima. Será mais instrutivo e esclarecedor certamente. 

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, Inglaterra, Alemanha, 2009) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent / Sinopse: O filme narra a adolescência e juventude de Alexandrina Victoria que se tornaria a famosa monarca inglesa Rainha Vitória. Governando durante praticamente todo um século ela reinou em uma época de ouro para o império britânico em seu auge de esplendor e glória.  

Pablo Aluísio.