quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Guerreiro Americano

Título no Brasil: Guerreiro Americano
Título Original: American Ninja
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Sam Firstenberg
Roteiro: Paul De Mielche, Avi Kleinberger
Elenco: Michael Dudikoff, Steve James, Judie Aronson

Sinopse:
Depois de viver uma vida desagregada, um juiz dá uma opção para Joe T. Armstrong (Michael Dudikoff), onde ele terá que decidir se quer ir para a prisão ou para o alistamento militar. Assim ele acaba entrando no exército americano. Perito em artes marciais Joe finalmente encontra o campo ideal para mostrar toda sua arte e destreza.

Comentários:
A produtora Cannon fez a festa dos fãs de filmes de arte marciais nos anos 80. A dupla de produtores Golan-Globus apostou na realização de filmes baratos, que fossem dirigidos para um público bem popular. Embora o sucesso nos cinemas fosse desejado o que eles queriam mesmo era o êxito comercial no mercado de vídeo onde certamente encontrariam o seu público consumidor. E foi justamente isso que aconteceu. Por aqui muitos dos filmes da Cannon foram lançados pelo selo América Vídeo, em fitas com embalagens azuis bem chamativas que fizeram muito sucesso nas locadoras espalhadas pelo país. Esse "American Ninja" fez a festa de muita gente nos 80´s, revitalizando dentro do mercado americano os chamados filmes de Ninjas, assassinos profissionais que usavam de sua perícia em artes marciais para derrotar seus inimigos. Tudo feito de forma direta, sem firulas, indo direto na veia de quem gostava desse tipo de produção. Filmado nas Filipinas, para amenizar custos, a fita acabou gerando várias sequências depois. Prato cheio para os nostálgicos dessa época. 

Pablo Aluísio.

Contato Mortal

Título no Brasil: Contato Mortal
Título Original: Black Eagle
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Magus Productions
Direção: Eric Karson
Roteiro: Shimon Arama, Michael Gonzales
Elenco: Shô Kosugi, Jean-Claude Van Damme, Doran Clark

Sinopse:
Um agente da CIA é designado para resgatar um aparelho vital para o serviço secreto que estava em um avião militar que caiu nas águas do Mar Mediterrâneo. O problema é que os soviéticos também estão atrás do objeto que lhes será muito útil no mundo da espionagem internacional. Um duelo de artes marciais entre agentes decidirá com quem ficará o tal aparelho de espionagem.

Comentários:
Filme de artes marciais realizado bem no comecinho da carreira do ator Jean-Claude Van Damme, que na época sequer era um astro conhecido, mas apenas um bom lutador que aspirava uma chance no mundo do cinema. Aqui ele interpreta o vilão, um agente da KGB que vai lutar contra o protagonista - Shô Kosugi, lutador famoso no Japão - pela posse do tal objeto. No geral é um pequeno filme, de baixo orçamento (apenas três milhões de dólares, um pechincha no mundo do cinema americano) que serviu apenas para chamar atenção para Jean-Claude Van Damme, que começava ainda a despontar entre os fãs dos filmes de ação. Não espere nada além de boas coreografias de lutas, pois como cinema em si "Black Eagle" é bem fraco e irrelevante.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dia dos Mortos

Título no Brasil: Dia dos Mortos
Título Original: Day of the Dead
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: United Film Distribution Company
Direção: George A. Romero
Roteiro: George A. Romero
Elenco: Lori Cardille, Terry Alexander, Joseph Pilato

Sinopse:
Um grupo de sobreviventes de um mundo dizimado por uma terrível praga que transforma a todos em zumbis se refugia em um subterrâneo, enquanto um cientista tenta desesperadamente descobrir uma cura para aquela estranha e desconhecida doença. Filme premiado na categoria Melhor Maquiagem no Saturn Award (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films).

Comentários:
O grande mestre dos filmes de Zumbis foi mesmo o diretor George A. Romero. Na verdade o próprio gênero em si pode ser creditado a ele. Seu filme "A Noite dos Mortos-Vivos" de 1968 é considerado o grande clássico e o grande precursor desse tipo de filme de terror. De fato basta assistir a qualquer filme de Romero para entender que mesmo após tantos anos nada de novo ou original foi adicionado ao estilo. Na verdade ele é o grande original, praticamente o inventor dos filmes com mortos-vivos. Esse "Day of the Dead" já é uma produção de uma fase mais avançada de sua carreira. Lançado em meados dos anos 1980 o filme já conta com uma melhor produção, com mais e melhores efeitos especiais, alguns inclusive de primeira linha, embora o estilo cru tão típico dos filmes do cineasta ainda esteja lá. A premissa é conceitual, ou seja, segue de perto todos os roteiros de praticamente todos os filmes anteriores de Romero, o que para seus fãs não faz grande diferença já que era justamente isso que todos eles esperavam encontrar.

Pablo Aluísio.

O Solar Maldito

Título no Brasil: O Solar Maldito
Título Original: House of Usher
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Roger Corman
Roteiro: Richard Matheson
Elenco: Vincent Price, Mark Damon, Myrna Fahey

Sinopse:
Após uma longa viagem, Philip (Mark Damon) chega à mansão Usher em busca de sua amada, Madeline (Myrna Fahey). Ao chegar, no entanto, ele descobre que Madeline e seu irmão Roderick Usher (Vincent Price) foram atingidos por uma misteriosa doença: os sentidos de Roderick tornaram-se dolorosamente agudos, enquanto Madeline ficou catatônica. Naquela noite, Roderick diz a seu convidado de uma antiga maldição da família Usher: sempre que há mais de um filho Usher, todos os irmãos ficam enlouquecidos e sofrem mortes horríveis. À medida que os dias passam, os efeitos da maldição parecem se confirmar.

Comentários:
Para um fã do universo fantástico nada seria mais adequado, com um trio e tanto nos créditos. O roteiro foi baseado na obra do soturno Edgar Allan Poe, com direção de Roger Corman e liderando o elenco o cultuado Vincent Price! Só isso já seria motivo suficiente para assistir ao filme. Some-se a isso o nostálgico e muito charmoso clima vintage e você terá uma pequena obra prima em mãos. Price está novamente soberbo em sua caracterização típica, a do sujeito sinistro com gestos e figurino nobres. Para contracenar com ele o estúdio escalou o galã Mark Damon, nada talentoso, e a atriz Myrna Fahey cuja beleza me lembrou muito Elizabeth Taylor em seus anos de auge. A direção de arte também chama a atenção com suas enormes casas sinistras envoltas em eterna neblina e os cenários góticos. Até as catacumbas são bem feitas. O filme ganharia muito se fosse preto e branco, para combinar bem mais com o enredo macabro, mas mesmo colorido funciona muito bem. Um pequeno clássico de terror que não pode faltar em sua coleção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Tubarão de Malibu

Título no Brasil: Tubarão de Malibu
Título Original: Malibu Shark Attack
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Insight Film Studios
Direção: David Lister
Roteiro: Keith Shaw
Elenco: Renee Bowen, Remi Broadway, Joel Amos Byrnes

Sinopse:
Após um tsunami seis tubarões pré-históricos são libertados e entram no oceano Pacífico, se dirigindo para a praia de Malibu, famoso point de verão da costa oeste dos Estados Unidos. Imensos e vorazes, eles logo começam a atacar os seres humanos que encontram pela frente! Apenas um pequeno grupo de salva-vidas corajosos se dispõe a enfrentar essa terrível ameaça mortal dos mares!

Comentários:
Mais um telefilme de tubarão para a tv a cabo. Esse aqui segue a linha absurda e tosca dos últimos filmes que estão sendo lançados. A questão é que com o avanço da computação gráfica e seu acesso mais fácil os produtores de filmes trashs acabaram encontrando a ferramenta ideal. Basta criar meia dúzia de cenas no computador, contratar um pequeno grupo de atores - todos desconhecidos - e pronto, está feito mais um filme com tubarões malvadões. Para não ficar tudo repetido eles vão mudando o design dos bichos. Aqui o estilo é totalmente caricato pois os tubarões possuem um visual de Frankestein dos mares, com dentes para fora, cegos e com jeito de devoradores vorazes. Mas não vá se animando, tudo é bem mal feito, nada animador. A única coisa boa vem do elenco, pois as duas atrizes são gatinhas, loirinhas de olhos azuis, que vão deixar a experiência de assistir esse abacaxi menos trágica.

Pablo Aluísio.

Vampiro das Estrelas

Título no Brasil: Vampiro das Estrelas
Título Original: Not of This Earth
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Miracle Pictures, Pacific Trust
Direção: Jim Wynorski
Roteiro: R.J. Robertson, Jim Wynorski
Elenco: Traci Lords, Arthur Roberts, Lenny Juliano

Sinopse:
Uma civilização extraterrestre precisa de sangue humano para seu planeta e por isso envia um de seus membros para roubar esse importante recurso natural dos humanos. Seus planos porém esbarram numa astuta enfermeira que fará de tudo para atrapalhar e e lutar contra a ameaça alienígena.

Comentários:
Trash por trash esse aqui se destaca por ser assumidamente péssimo. Pense bem, o diretor Jim Wynorski assinou coisas como "A Volta do Monstro do Pântano" e "O Devorador de Ossos", então filmes desse estilo são sua especialidade. Aqui ele se inspirou em outro clássico do gênero chamado "Emissário de Outro Mundo", de Roger Corman. O roteiro segue seus passos e é tão obtuso quanto o filme original. No elenco quem se destaca é Traci Lords, aquela garota que colocou o mercado adulto em pânico após estrelar uma série de filmes eróticos quando ainda era menor de idade. Muitos produtores foram presos por isso. Depois da confusão ela entrou para o cinema convencional, ou quase isso, estrelando pequenas produções Z como essa. Enfim, se você tiver curiosidade de assistir um trash feito nos anos 80 com jeitão de produção com marcianos dos anos 50, eis aqui está uma boa dica (ruim) para o fim de semana.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Love, Marilyn

Esse ótimo documentário "Love, Marilyn" está sendo exibido pela TV a cabo brasileira, no canal HBO. Eu indico por várias razões. Uma delas, a principal, é que toda a linha de diálogos foi escrita em cima de textos esparsos que Marilyn deixou em vida. Quem dá voz aos pensamentos mais íntimos da atriz são atores de ponta em Hollywood tais como Elizabeth Banks, Glenn Close, Ellen Burstyn e até Lindsay Lohan! Isso porém não é tudo. As opiniões de escritores, diretores e demais pessoas que conviveram com a atriz também surge em cena, interpretados por atores do naipe de um F. Murray Abraham, Ben Foster e Adrien Brody. Tudo de muito bom gosto e sofisticação.

A Marilyn Monroe que surge desses escritos revela uma personalidade complexa e dúbia. Ora escreve como uma garotinha inocente e assustada, ora como uma garota esperta, inteligente e astuta. Não me admira que seja assim. Pessoas que conviveram com Marilyn pessoalmente afirmam que isso era um traço muito claro de seu modo de ser. Ela poderia ir do choro ao ódio, da inocência completa à simulação, em questão de segundos. Além disso era capaz de passar a perna em sujeitos que eram ditos e considerados verdadeiros intelectuais, enquanto que ela, com sua imagem de "loira burra" se mostrava sagaz!

O que poucas pessoas sabem é que Marilyn na verdade não era apenas uma leitora voraz mas uma escritora também. Ela tinha sempre ao lado um caderninho ou uma agenda onde escrevia coisas que achava importantes, seja um lembrete sobre algo do dia a dia, seja uma frase inteligente que ouvira. Depois começou a criar o hábito de também escrever seus próprios pensamentos e é justamente em cima deles que o filme foi construído. Também temos que elogiar e louvar o trabalho desses grandes nomes do teatro e cinema americanos que participaram desse documentário. Estão em grande forma. Até a celebridade Lindsay Lohan está bem, vejam só!  Enfim, tudo do melhor bom gosto embalado com ótimo conteúdo. Não vá perder!

Love, Marilyn (Idem, EUA, 2012) Direção: Liz Garbus /  Roteiro: Liz Garbus / Elenco: F. Murray Abraham, Elizabeth Banks, Adrien Brody, Glenn Close, Ellen Burstyn, Lindsay Lohan, Ben Foster / Sinopse: Documentário em que atores e atrizes famosos de Hollywood da atualidade contam e dão voz a pensamentos e escritos de Marilyn Monroe.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Ligeiramente Grávidos

Título no Brasil: Ligeiramente Grávidos
Título Original: Knocked Up
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Judd Apatow
Roteiro: Judd Apatow
Elenco: Seth Rogen, Katherine Heigl, Paul Rudd

Sinopse:
O filme narra a estória do casal improvável formado por Allison Scott (Katherine Heigl) e Ben Stone (Seth Rogen). Eles se conhecem de forma casual e após passarem uma noite juntos tudo parece terminar por ali mesmo. Afinal tudo não passara de uma aventura de uma noite apenas. Para surpresa de Allison porém ela fica grávida desse encontro fugaz, o que irá mudar completamente sua vida dali por diante.

Comentários:
Comédia romântica que fez bastante sucesso em seu lançamento. O roteiro brinca com as consequências indesejáveis de um mero encontro casual. Dois adultos resolvem passar a noite juntos e nada mais, só que ela fica grávida! Como agora levar em frente um relacionamento de duas pessoas tão diferentes? Allison (Katherine Heigl) é determinada, tem ambições de vida e deseja vencer na carreira. Ben (Rogen) é, em última análise, um "meninão", um sujeito que apesar da idade nunca cresceu de fato, preferindo passar o dia de bobeira, fumando maconha na frente da TV, rindo de programas estúpidos. Allison é loira e linda, Ben é um debochado fanfarrão, pouco preocupado em construir uma vida profissional ou algo parecido. Apesar do tema interessante, que enfoca casais incompátiveis que precisam viver juntos por circunstâncias alheias, o roteiro nunca avança muito na questão, preferindo se contentar em fazer humor sobre tudo o que acontece e das diferenças de personalidade dos personagens principais. Também é bastante ingênuo ao apostar que uma união assim daria certo (não se engane, na vida real isso jamais iria longe!). O que sobra no final das contas é a beleza da atriz Katherine Heigl e o estilo de humor grosseirão de Seth Rogen, que definitivamente não é para todos os públicos. 

Pablo Aluísio.

Maluca Paixão

Título no Brasil: Maluca Paixão
Título Original: All About Steve
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures, Radar Pictures
Direção: Phil Traill
Roteiro: Kim Barker
Elenco: Sandra Bullock, Bradley Cooper, Thomas Haden Church

Sinopse:
Mary Horowitz (Sandra Bullock) é uma solteirona que vive de fazer palavras cruzadas para um jornal de sua cidade. Seus pais querem que ela se case e para isso armam um encontro dela com o cinegrafista bonitão Steve (Bradley Cooper). O que era para ser um encontro meramente casual acaba virando a cabeça da moça, que fica literalmente obcecada por Steve, indo atrás dele pelo país afora! Perseguição pouca é bobagem!

Comentários:
Foi tão massacrado essa comédia em seu lançamento que pensei que seria um abacaxi fenomenal. Ok, é uma bobeirinha mesmo, mas vamos ser sinceros, uma bobagem até divertida! Claro que ninguém deve ir assistir a filmes como esse esperando uma obra de arte cinematográfica, pelo contrário, você tem que ir sabendo bem o que vai encontrar: roteiro sem noção, atores que parecem se divertir mas do que atuar e aquelas coisas bem bobocas de comédias americanas. Aqui eu destaco o personagem do repórter canastrão que sonha um dia ser âncora de um grande jornal na emissora em que trabalha, ao mesmo tempo que é enviado para cobrir as notícias mais ridículas e constrangedoras (como a garotinha que nasceu com três pernas!). Uma das cenas mais ridicularmente engraçadas do filme é protagonizada justamente por ele, Hartman (Thomas Haden Church), quando um cavalo cai no chão e ele pensa que ele foi abatido por tiros! É tão nonsense que fará você rir mesmo, acredite! Enfim, o filme é uma abobrinha daquelas! Sandra Bullock foi vencedora do Framboesa de Ouro de pior atriz por esse filme e seguindo a "filosofia" sem noção de todo o filme foi lá pegar seu "prêmio"! Quer coisa mais divertida do que essa?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cinco Anos de Noivado

Título no Brasil: Cinco Anos de Noivado
Título Original: The Five-Year Engagement
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media
Direção: Nicholas Stoller
Roteiro: Jason Segel, Nicholas Stoller
Elenco: Emily Blunt, Jason Segel, Kevin Hart, Alison Brie, Rhys Ifans

Sinopse:
O filme mostra a conturbada estória do casal formado por Violet (Emily Blunt) e Tom (Jason Segel). Eles certamente são apaixonados, se adoram e tudo mais, como manda a cartilha dos pombinhos que se amam. O problema é que nunca conseguem se casar, ficando em um eterno noivado que parece não ter fim. Sempre que estão prestes a se casar algo acontece e tudo vai por água abaixo. Agora, perto de completar cinco anos de noivado a noiva Violet está completamente desesperada para colocar um fim no tormento e vai tentar se casar de todo jeito, seja da maneira que for...

Comentários:
Embora hoje em dia o casamento seja visto por muitos como algo cafona e ultrapassado, o fato é que para muitas mulheres ele ainda é um sonho a se realizar (muitas vezes a todo custo). Como é tradicional, entre o namoro e o casamento, surge aquela fase de noivado, onde o casal supostamente firma compromisso perante a sociedade. Assim o noivado é claramente um momento de transição dentro do relacionamento, o passo que antecede a subida ao altar para o casamento, esse sim (espera-se) definitivo. O noivado é obviamente algo para ser rápido e não durar anos e anos... é justamente em cima disso que essa comédia romântica “Cinco Anos de Noivado” se desenvolve. A questão é que essas comédias românticas sobre casamento parecem nunca sair de moda, todos os anos são produzidas várias delas, provando que são comercialmente muito bem sucedidas. Essa aqui pelo menos conta com algumas novidades dignas de nota como a presença de Emily Blunt no elenco. Ela não é uma atriz comum nesse tipo de filme. O ator Jason Segel é completamente sem sal e não acrescenta muito, o que é uma pena pois Emily Blunt parece interessada em cena. Ela obviamente acreditou na produção mas não encontrou um bom parceiro para isso. Provavelmente Segel só tenha sido escalado por ser também autor do roteiro. Enfim, “Cinco Anos de Noivado” serve como diversão ligeira para mulheres que já não agüentam mais a indecisão de seus companheiros que nunca transformam a fase de noivado em casamento. Caso seja o seu caso passe para ele, quem sabe assim o tal sujeito não se toca e resolve a situação de uma vez por todas.

Pablo Aluísio.

Voando Alto

Título no Brasil: Voando Alto
Título Original: View from the Top
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Eric Wald
Elenco: Gwyneth Paltrow, Christina Applegate, Kelly Preston

Sinopse:
O sonho de Donna Jensen (Gwyneth Paltrow) é se tornar comissária de bordo pois ela entende que essa é a melhor profissão do mundo, muito glamourosa e chic, cruzando os céus do mundo, conhecendo inúmeros países e tudo mais. Para isso ela decide reunir todos os esforços para se tornar uma aeromoça bem sucedida, mas assim que entra na escola de formação começa a conhecer as dificuldades da função, entre elas ter que conviver com concorrentes que jogam sujo como Christine (Christina Applegate).

Comentários:
Uma tentativa de transformar Gwyneth Paltrow em uma estrela pop. Só que não deu certo. Na verdade esse filme dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto é muito frio, gélido e sem emoção. Parece uma balinha de drops daquelas refrescantes que você chupa e depois gospe fora. Não alimenta, não é nutritivo do ponto de vista cultural, não é nada no final das contas. Aliás me admira muito que a Miramax, que sempre primou por filmes relevantes e pertinentes, tenha produzido uma bobeirinha desse quilate. O roteiro é tão destituído de carga dramática que o bocejo logo se impõe. A única coisa boa que leva o espectador (pelo menos o espectador masculino hetero) a segurar as pontas até o final é o trio de lindas (e loiras) atrizes. Não acho a Gwyneth Paltrow muito sexy mas a Kelly Preston sem dúvida é uma beldade (pena que seja casada com o dúbio Travolta). A Christina Applegate obviamente já teve dias melhores quando era adolescente e linda na sitcom de bobagens "Um Amor de Família". Hoje em dia ainda é uma mulher interessante mas os anos de beleza estonteante ficaram para trás. Em suma, aqui temos realmente uma comédia de costumes inofensiva.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Superman & Shazam!

Título no Brasil: Superman & Shazam!
Título Original: Superman / Shazam! - The Return of Black Adam
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, DC Entertainment
Direção: Joaquim Dos Santos
Roteiro: Michael Jelenic
Elenco: Zach Callison, James Garner, Josh Keaton

Sinopse:
São quatro estórias independentes com alguns personagens da galeria da DC Comics, entre eles o Superman, Capitão Marvel, Spectre, Arqueiro Verde e Jonah Hex. Todos os episódios fazem parte da série animada DC Showcase.

Comentários:
DVD que foi lançado nos Estados Unidos trazendo quatro episódios, com em média 15 minutos cada. No primeiro acompanhamos o surgimento do Capitão Marvel, na realidade um garoto de boa índole que ganha poderes especiais de um mago ancestral chamado Shazam! Ele terá que enfrentar um vilão chamado Adão Negro que está disposto a destruir o planeta. Ao seu lado contará com a ajuda muito preciosa do Superman. Na segunda estória um produtor rico e famoso é morto misteriosamente. Para vingar sua morte surge um estranho ser espiritual chamado Spectre que não vai descansar enquanto não levar a alma de todos os envolvidos no crime para o inferno. A terceira estória conta com o Arqueiro Verde, que tentará salvar uma princesa da morte, pois todos querem sua cabeça para assim evitar que ela suba ao trono como a nova rainha de um país distante. Finalizando o DVD o espectador é levado ao velho oeste onde encontra o infame pistoleiro Jonah Hex que enfrentará uma prostituta especialista em matar seus clientes para roubá-los. No geral são animações muito boas, com um belo primor técnico, típico dos lançamentos da Warner / DC. Vale a pena ter na sua coleção.

Pablo Aluísio.

O Que Será de Nozes?

Título no Brasil: O Que Será de Nozes?
Título Original: The Nut Job
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul
Estúdio: Gulfstream Pictures
Direção: Peter Lepeniotis
Roteiro: Lorne Cameron, Peter Lepeniotis,
Elenco: Will Arnett, Brendan Fraser, Liam Neeson, Katherine Heigl 

Sinopse:
Surly (Will Arnett) é um esquilo esperto, mas individualista, que após uma confusão com um carrinho em seu parque acaba ocasionando a destruição de todo o depósito de comida dos bichinhos da região onde mora. Banido do parque ele precisa agora se virar na cidade grande, algo que não será nada fácil. Filme indicado ao prêmio da Canadian Cinema Editors Awards na categoria melhor edição em animação.

Comentários:
Essa pequena animação, uma produção conjunta entre três países - Estados Unidos, Canadá e Coréia do Sul - surpreende não por sua qualidade técnica ou pelo roteiro, mas sim pelo quarteto de astros do cinema americano que reuniu! Imagine ouvir dublando os esquilos esse grupo de atores e atrizes populares de Hollywood, a começar pelos comediantes Will Arnett (bastante conhecido nos Estados Unidos pelo programa Saturday Night Live), Brendan Fraser (nosso velho conhecido da franquia "A Múmia" e tantos outros filmes). Completando temos o herói de ação Liam Neeson (complicado entender o que estaria fazendo aqui) e Katherine Heigl (estrela de Grey´s Anatomy, tentando se agarrar ao cinema após alguns fracassos em seu gênero preferido, a das comédias românticas). Alguns observadores mais cínicos poderia até dizer que todos eles estão de alguma forma em declínio na carreira, mas isso seria apenas parte da verdade uma vez que participar de animações no mercado americano não é sinônimo de decadência artística. De uma forma ou outra, se concentrando apenas no filme em si, temos que chamar a atenção para o fato de que não é das animações mais inspiradas ou talentosas. O traço lembra animações tradicionais mais antigas, embora tenha sido realizado por computação gráfica. No geral o resultado final se mostra apenas mediano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cherry Tree

Título Original: Cherry Tree
Título no Brasil: Ainda não definido
Ano de Produção: 2015
País: Irlanda
Estúdio: Irish Film Board
Direção: David Keating
Roteiro: Brendan McCarthy
Elenco: Naomi Battrick, Anna Walton, Patrick Gibson, Sam Hazeldine
  
Sinopse:
A vida da jovem adolescente Faith (Naomi Battrick) desaba quando ela descobre que seu pai está sofrendo de um raro tipo de câncer que só lhe dará mais três meses de vida. Desesperada ela procura por alguma saída. Essa vem pela sua professora de educação física Sissy (Anna Walton). Adepta de magia negra e rituais de bruxaria, Sissy oferece para sua aluna Faith a cura para seu paí. Isso porém terá que ter uma contrapartida, um pacto macabro com o próprio senhor das trevas.

Comentários:
Filme de terror irlandês sobre bruxas. Bruxas modernas, é bom frisar. A estória se passa em um velho vilarejo do interior da Irlanda. O lugar tem a fama de ter sido no passado um centro de adoração a Satã. Havia uma irmandade de bruxas que realizava sacrifícios à sombra de uma velha árvore cerejeira. Isso porém foi séculos atrás. Agora a região está mais desenvolvida e moderna. Isso não significa que adeptas desses antigos rituais pagãos tenham deixado de lado suas crenças. De tempos em tempos elas voltam à ativa. Agora encontram uma pessoa ideal, justamente a garota Faith. Ela só tem 16 anos, tem um pai condenado pela medicina e o mais importante de tudo: ainda é virgem. O diretor David Keating e o roteirista Brendan McCarthy parecem ter algum tipo de obsessão com lacraias. Esse inseto peçonhento (do gênero Scolopendra) é usado o tempo todo nos rituais de magia negra. O filme como um todo é apenas na média (na verdade um pouquinho abaixo dela). Há uma falta de desenvolvimento dos personagens, procurando-se ao invés disso investir mais nas cenas de rituais. Há uma ou outra locação mais interessante, como uma velha casa com um enorme porão medieval, mas nada muito além disso. Não chega a assustar e nem causar medo. Vale apenas como curiosidade por ser uma produção irlandesa, algo que não estamos muito acostumados a assistir no Brasil. Sim, tem algumas boas ideias, mas no geral não chega em nenhum momento a inovar.

Pablo Aluísio.

Os Gatões - Uma Nova Balada

Título no Brasil: Os Gatões - Uma Nova Balada
Título Original: The Dukes of Hazzard
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jay Chandrasekhar
Roteiro: John O'Brien
Elenco: Seann William Scott, Johnny Knoxville, Jessica Simpson, Burt Reynolds

Sinopse:
(Seann Williams Scott) e Luke (Johnny Knoxville) são dois irmãos caipirões do sul dos Estados Unidos que decidem se unir à sua prima gostosona Daisy (Jessica Simpson) e ao tio casca grossa Jesse (Willie Nelson) para salvar a sua querida cidade natal, Hazzard, que está caindo nas garras de um sujeito corrupto e sem ética, Hogg (Burt Reynolds).

Comentários:
Esse tipo de filme sempre me lembrou as antigas produções estreladas por Burt Reynolds nos anos 70. É aquele tipo de filme que nunca se leva à sério e é dirigido para um nicho mais popularesco do mercado americano, encontrando seu público ideal nos estados do Sul - por isso há tantas referências simpáticas para a caipirada de lá! Na verdade é um remake de uma série de TV dos anos 70 (óbvio!) que tenta manter o velho espírito da coisa. Claro que se trata de uma bobagem, um besteirol sem tamanho, mas que no final das contas foi salvo pelo bom humor e por ser assumidamente um produto idiota - percebam que quando isso acontece geralmente a mediocridade reinante acaba se salvando e o mais importante de tudo, se justificando. Para os marmanjos de plantão o elenco traz a bela Jessica Simpson, que faz o estilo loira brega e vulgar, muito popular entre os americanos. Ela até dá uma canja com a canção "These Boots Are Made For Walkin" que fez sucesso nas rádios ianques. Diante de tudo isso, já está bom demais da conta. Veja, desligue o cérebro e procure se divertir, de preferência tomando uma cerveja gelada.

Pablo Aluísio.

Tim Maia

Título no Brasil: Tim Maia
Título Original: Tim Maia
Ano de Produção: 2014
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Mauro Lima
Roteiro: Mauro Lima, Antônia Pellegrino
Elenco: Robson Nunes, Babu Santana, Alinne Moraes

Sinopse:
Cinebiografia do cantor brasileiro Tim Maia. Nascido numa humilde família da zona norte do Rio de Janeiro ele sonhava desde muito jovem em se tornar um cantor de rock. No final dos anos 1950 decide ir embora para os Estados Unidos, onde passa por inúmeras dificuldades financeiras. O lado bom e positivo vem do fato de ter tido contato direto com a soul music negra daquele país. De volta ao Brasil vai atrás de seu antigo parceiro de banda, o cantor Roberto Carlos, que estava se tornando o ídolo musical mais popular das paradas de sucesso. Com a ajuda de Roberto, Tim finalmente encontra o caminho da fama, do sucesso e da fortuna.

Comentários:
Como li o livro "Vale Tudo" escrito por Nelson Motta fico bem à vontade para analisar esse filme. Obviamente que toda cinebiografia se torna superficial pois é impossível retratar em um filme toda uma vida, principalmente de artistas. Geralmente um aspecto ou outro se torna o principal foco desse tipo de filme. Aqui o diretor e seu roteirista optaram por mostrar o lado doidão de Tim Maia. Assim o espectador encontrará um sujeito completamente obsessivo pela frente, uma pessoa que parecia cheirar, fumar e consumir todos os tipos de drogas, com muito excesso! Tudo bem que o Tim Maia de fato era usuário de drogas, o problema é que o filme não parece sair disso. Ele certamente tinha esse lado em sua vida, mas não era o único. O verdadeiro Tim Maia também era uma pessoa generosa, que levava crianças órfãs para passarem o domingo em sua mansão, brincando na piscina. Também ajudava outros artistas com problemas financeiros. Nada disso surge na tela. Essa coisa meio infantilóide de se focar apenas em um lado louco da vida do cantor algumas vezes se torna cansativa. O livro do Nelson Motta é muito bem escrito, fazendo com que o leitor não queira largar suas páginas e mostra esse lado das drogas também, mas igualmente mostra outras facetas de Tim, como seu jeito bem humorado de ser e outros aspectos de sua personalidade. O filme porém se mostra muito obcecado em mostrar apenas um lado mais sensacionalista e o menos lisonjeiro, diga-se de passagem. Além disso por questões dramáticas o roteiro cortou várias mulheres da vida de Tim, procurando concentrar aspectos de várias delas em apenas uma figura, a da Janaína (Alinne Moraes). No saldo geral porém "Tim Maia" ainda se mostra um bom filme, meio unilateral, é verdade, mas mesmo assim um bom programa. Deveria haver um cuidado melhor, principalmente na apresentação de suas melhores canções, mas ainda que se deixe levar por esses pequenos defeitos, vale a pena assistir e conhecer

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ele Não Está Tão a Fim de Você

Título no Brasil: Ele Não Está Tão a Fim de Você
Título Original: He's Just Not That Into You
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Abby Kohn, Marc Silverstein
Elenco: Jennifer Aniston, Jennifer Connelly, Morgan Lily

Sinopse:
Gigi Haim está começando a ficar desesperada pois os anos passaram e ela ainda não encontrou seu príncipe encantado. Seu último relacionamento foi com o agente imobiliário Conor Barry. O problema é que ela ficou esperando por seu telefonema seguinte e nada aconteceu! Ele simplesmente não ligou mais. Sem pensar direito Gigi decide então partir para o tudo ou nada em sua vida amorosa, mas será que isso realmente valerá a pena? Filme indicado aos prêmios People's Choice Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Comédia romântica bem mediana (estou sendo gentil e generoso, entenda bem) que foi produzida pela atriz Drew Barrymore. Eu certamente não tinha planos de ir conferir esse filme no cinema, mas me recordo que a programação estava tão ruim na ocasião que acabei conferindo na telona (para depois pintar aquele leve sentimento de arrependimento e dinheiro perdido). O problema das comédias românticas americanas é que elas deixaram de surpreender. Como tem um público certo e cativo os roteiristas nem se importam em arriscar muito, apostando cada vez mais em fórmulas já testadas antes (e que hoje em dia soam completamente saturadas). Assim as personagens que vão surgindo na tela são estereótipos e clichês de mulheres: a desesperada que morre de medo de não casar, a gostosona que faz de gato e sapato os homens, a insegura, a romântica e por aí vai. Tudo bem chato e repetitivo.Talvez traga algum interesse para a mulherada, já para os homens será mesmo uma má ideia, afinal comédias românticas já são complicadas de suportar, imagine as sem originalidade ou imaginação.

Pablo Aluísio.

Uma Cilada Para Roger Rabbit

Título no Brasil: Uma Cilada Para Roger Rabbit
Título Original: Who Framed Roger Rabbit
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Gary K. Wolf, Jeffrey Price
Elenco: Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Kathleen Turner, Charles Fleischer, Joanna Cassidy

Sinopse:
Anos 1940. Embora Roger Rabbit (Charles Fleischer) seja um dos grandes astros de seu estúdio de animação, ele não se sente feliz. Ultimamente anda depressivo e triste por causa de seu conturbado relacionamento com Jessica Rabbit (Kathleen Turner). Para contornar toda essa situação o estúdio resolve contratar os serviços de um detetive particular, Eddie Valiant (Bob Hoskins), o que dará origem a inúmeras confusões. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Edição.

Comentários:
Hoje em dia pode até ser visto apenas como uma divertida mistura de animação com atores reais, mas o fato é que esse filme foi um marco e tanto em termos de avanços tecnológicos na época. Nunca, em nenhum período histórico do cinema, havia se conseguido chegar em tamanha perfeição técnica, fruto da entrada da tecnologia digital na produção de filmes. Outro fato que chama bastante a atenção foi a união - pela primeira e única vez na história - de praticamente todos os grandes estúdios de animação de Hollywood para a realização de apenas um filme. Todos eles cederam os direitos de seus personagens e assim o espectador é presenteado com uma vasta galeria de personagens da Disney, da Warner, da MGM clássica e tantos outros que desfilam pela tela. A supervisão foi dada ao genial cartunista Richard Williams, o criador da Pantera cor de rosa. A Academia inclusive lhe concedeu um prêmio especial por esse trabalho e pelo conjunto de sua obra que é realmente maravilhosa. Curiosamente o enredo procura explorar uma estória de detetives numa Hollywood dos anos 1940, onde havia charme e glamour em abundância diante das telas e muita decadência e crime por trás delas. Um exemplo perfeito disso pode ser encontrado na personagem de Jessica Rabbit, tão sensual e perigosa como uma mulher fatal dos filmes noir daquela década. A personagem dublada com sensualidade á flor da pele pela atriz Kathleen Turner acabou fazendo mais sucesso que o próprio coelho protagonista. Inicialmente a animação seria dirigida pelo próprio Steven Spielberg, mas no último momento ele resolveu deixar a direção a cargo de seu pupilo Robert Zemeckis. Com ótimo elenco, primazia técnica e um roteiro saborosamente nostálgico, "Who Framed Roger Rabbit" é realmente uma das melhores animações de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A Pata do Macaco

Título no Brasil: A Pata do Macaco
Título Original: The Monkey's Paw
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Chiller Films
Direção: Brett Simmons
Roteiro: Macon Blair, W.W. Jacobs
Elenco: C.J. Thomason, Stephen Lang, Michelle Pierce

Sinopse:
Um artefato misterioso e de origem desconhecida, uma pata de macaco empalhada, vai parar nas mãos de Jake Tilton (C.J. Thomason). Afirma a lenda que o estranho objeto dá direito a realização de três desejos de seu dono. Assim Jake, ainda não acreditando, pede um carro novinho em folha, o que acaba dando certo! Depois deseja que seu amigo, que sofreu um sério acidente de carro, não morra. Pedido feito e aceito. O que Jake não desconfia é que todos os desejos possuem um alto preço a se pagar! E agora, fará o terceiro e último desejo?

Comentários:
Há uma crise no cinema de terror. A falta de originalidade se mescla com a ausência de qualidade cinematográfica e tudo o que resta são filme intragáveis. Esse "A Pata do Macaco" é um exemplo dessa mistura indigesta. O enredo é tão batido que nem vale a pena comentar (aliás curiosamente essa coisa de pata de macaco já tinha visto há muitos anos em um programa de suspense - isso mesmo, suspense - produzido pela Rede Globo!). Pois bem, em um argumento desprezível que copia a velha ladainha dos três desejos, um grupo de atores desconhecidos e fracos tentam trazer alguma qualidade a essa fitinha B. Não deu muito certo. É aquele tipo de produção que você faz uma baita força para chegar ao seu final de tão ruim que é! Melhor esquecer a pata, o macaco e todo o resto. Faça algo melhor com o seu tempo. 

Pablo Aluísio.

O Abutre

Título no Brasil: O Abutre
Título Original: Nightcrawler
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Dan Gilroy
Roteiro: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton

Sinopse:
Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) é um ladrãozinho pé de chinelo que vive de roubar cobre pelas ruas de Los Angeles. Casualmente descobre que existe uma forma relativamente mais fácil de ganhar a vida: filmando tragédias, chegando aos locais assim que os sinistros acontecem. Depois de filmar tudo, o material passa a ser negociado com redes de TV que estão dispostas a pagar bem pelas imagens exclusivas dos acontecimentos mais chocantes. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jake Gyllenhaal).

Comentários:
O roteiro de "O Abutre" enfoca a vida de um tipo de sujeito que anda cada vez mais comum nos Estados Unidos: a do cinegrafista freelancer que está sempre em busca das imagens do próximo furo de reportagem dos noticiários televisivos. O título de abutre é bem adequado uma vez que ele literalmente vive da desgraça alheia, aparecendo em momentos trágicos, apenas para captar imagens desses eventos. O personagem interpretado por Jake Gyllenhaal é um ser moralmente repulsivo que não está atrás de posturas éticas ou nada do tipo, pois para ele o importante é filmar tudo in loco, o mais rapidamente possível. Assim seu serviço consiste em capturar o momento exato da morte de alguém, a cena do crime em seus mais sórdidos detalhes. Curiosamente ele é apenas reflexo da avidez por audiência das emissoras de TV, pois para essas o que mais importa é a divulgação da cena mais sangrenta, da mais chocante, tudo para elevar o número de telespectadores. A ética jornalística é jogada para debaixo do tapete em prol de uma concorrência feroz com outros canais de TV. Outro aspecto curioso no personagem principal é que ele passa de um ladrão ordinário a uma fonte importante para uma emissora local, afinal de contas as cenas que filma acabam sendo o grande atrativo para o público. Em determinado momento porém ele chega na conclusão que precisa ir além, não apenas captando a tragédia no momento em que ela ocorre, mas também influindo diretamente sobre ela. Um excelente argumento que levanta muitas questões pertinentes sobre o circo da mídia atual, mostrando que a decadência moral da TV não é fruto ou culpa apenas de um setor envolvido, mas vários, onde Bloom representa apenas o elo mais sórdido e grotesco.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Blade: Trinity

O que poderia ser melhor em um filme de vampiro do que ter o próprio Drácula como um dos personagens? Nada, não é mesmo? Considerado o primeiro vampiro, a criatura da noite perfeita, essa mitológica criação de Bram Stoker é um peso e tanto em qualquer filme de terror, só que... essa regra não se aplicou nesse terceiro filme da franquia Blade. Logo na primeira cena, em uma tumba na Síria, o Drácula é resgatado por um grupo de vampiros. Nesse momento o espectador pode vir a pensar que isso será ótimo para o filme, só que isso infelizmente não acontece. O Drácula de Blade III é muito ruim, mal desenvolvido e fraco. O ator Dominic Purcell que interpreta esse novo Drácula do cinema, é provavelmente uma das piores escolhas de elenco do cinema americano. Bombado, cheio de músculos, ele não tem nada a ver com a figura do Conde que todos estamos familiarizados.

Com isso o filme perde muito. Claro, a fórmula dos filmes de Blade continuam, com muitos efeitos especiais, cenas com lutas de artes marciais e aquele mesmo plot dos filmes anteriores. Esse personagem da Marvel, um dos primeiros negros dos quadrinhos americanos, é na verdade um híbrido, meio ser humano e meio vampiro, uma espécie de caçador de vampiros que dedica sua existência a eliminar seus primos de dentes pontudos. A única novidade desse roteiro que é digna de nota é que Blade cai em uma armadilha e acaba matando um ser humano. Mais em frente ele também descobre que há uma verdadeira instalação onde seres humanos são mantidos em coma induzido, enquanto máquinas vão drenando seu estoque de sangue, tudo para alimentar os vampiros. Enfim, tudo praticamente na mesma. Ah e antes que em esqueça o Ryan Reynolds também está no filme, servindo como alívio cômico.

Blade: Trinity (Blade: Trinity, Estados Unidos, 2004) Direção: David S. Goyer / Roteiro: David S. Goyer, Marv Wolfman / Elenco: Wesley Snipes, Kris Kristofferson, Ryan Reynolds, Jessica Biel, Dominic Purcell / Sinopse: O primeiro dos vampiros, Drácula, é resgatado de sua tumba milenar e trazido de volta ao mundo atual. Ele será mais um formidável inimigo a ser superado pelo caçador de vampiros Blade, que também precisa se preocupar em escapar das autoridades, após ser acusado de ter matado um homem, numa armadilha criada por vampiros. 

Pablo Aluísio. 

Um Verão Para Toda Vida

Título no Brasil: Um Verão Para Toda Vida
Título Original: December Boys
Ano de Produção: 2007
País: Austrália
Estúdio: Australian Film Finance Corporation (AFFC)
Direção: Rod Hardy
Roteiro: Ronald Kinnoch
Elenco: Daniel Radcliffe, Teresa Palmer, Lee Cormie

Sinopse:
O filme é baseado no romance de Michael Noonan e mostra a vida de quatro órfãos que deixam o seu orfanato para desfrutar férias à beira-mar. Um boato sobre dois dos residentes da região, que possivelmente gostariam de adotar um dos órfãos provoca tensão e ansiedade entre eles. Filme vencedor do prêmio Australian Writers' Guild na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Também vencedor do Giffoni Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Uma das situações mais complicadas na vida de um ator marcado por um personagem muito famoso é um dia se livrar dele. Que o diga Christopher Reeve que, apesar de ser extremamente talentoso, jamais se livrou do estigma de ter interpretado o Superman em quatro filmes no cinema. Desafio semelhante passa Daniel Radcliffe que vai sofrer ainda por muitos anos para se desvencilhar do personagem Harry Potter. Uma tentativa aconteceu com essa pequena produção australiana. Entre os filmes "Harry Potter e a Ordem da Fênix" e "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" o ator aceitou o convite de dar vida a um rapaz comum, vivendo e passando por experiências de amizade e amor em sua adolescência. É um filme despretensioso mesmo, sem qualquer objetivo além de contar uma boa estória que se tornará familiar para muita gente, pois é baseado em eventos simples, cotidianos, que podem acontecer (ou aconteceram) na vida de qualquer jovem daquela idade. A produção foi rodada nas belas praias e paisagens de Adelaide, então não é nenhum esforço assistir ao filme. Provavelmente você esquecerá dele poucas semanas após ter assistido, mas mesmo assim vale a diversão de ver Radcliffe tentando se desgarrar um pouquinho de seu mais marcante personagem, o bruxinho Harry Potter.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Título no Brasil: Harry Potter e a Ordem da Fênix
Título Original: Harry Potter and the Order of the Phoenix
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Gary Oldman, Maggie Smith, Emma Thompson, Alan Rickman, Imelda Staunton, Helena Bonham Carter, Robert Pattinson
  
Sinopse:
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts tem uma nova professora, a senhorita Dolores Umbridge (Imelda Staunton). Por fora ela aparenta ser um doce de pessoa, muito amável e agradável, porém sua chegada em Hogwarts tem um objetivo obscuro e sinistro que fica devidamente escondido nas sombras. Assim que começa a ter cada vez mais poderes dados pelo ministério da Magia, ela começa a apertar o cerco contra os alunos e professores, promovendo uma série de medidas impopulares e sem muito sentido. Teria ela alguma ligação com o temido Lord Voldemort (Ralph Fiennes)? Filme indicado ao BAFTA Awards na categorias de Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Eu considero um dos melhores filmes da franquia de Harry Potter no cinema. Isso em razão do bom roteiro, que procura apostar no suspense ao invés de focar apenas na mera aventura. Há um clima de tensão na escola, afinal as coisas andam bem esquisitas por lá. Obviamente que Harry, Hermione e Ron logo descobrem que se trata de um plano maquiavélico para deixar os alunos indefesos no caso de um ataque contra Hogwarts. Eles então decidem aprender as técnicas de magia e bruxaria por si mesmos. Arranjam um salão na escola e vão para lá todos os dias treinar feitiços e magias de combate pois ao que tudo indica há um perigo concreto de que haverá em breve um ataque de Lord Voldemort (Ralph Fiennes) contra Hogwarts. E para surpresa de todos não parece haver ninguém capaz de parar os desmandos de  Dolores Umbridge (Staunton) que começa a perseguir professores e alunos que não concordam com seu modo de agir. Até mesmo Dumbledore parece se omitir na série de absurdos que vão sendo cometidos sob a direção de Umbridge. Harry Potter (Radcliffe) acaba descobrindo na própria pele que há mesmo algo muito soturno no ar. Esse foi o primeiro filme de "Harry Potter" dirigido pelo cineasta inglês David Yates que agradaria tanto aos executivos da Warner que voltaria dois anos depois para dirigir "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", encerrando com chave de ouro a passagem de Potter nas telas com os dois filmes da saga "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Com estilo sóbrio, sem procurar impor sua própria marca autoral em cima de uma obra amada por muitos, o diretor acabou agradando tanto a crítica como ao público, se revelando o profissional ideal para encerrar uma das franquias de maior sucesso comercial da história do cinema. 

Pablo Aluísio.

Antes de Dormir

Título no Brasil: Antes de Dormir
Título Original: Before I Go to Sleep
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott Free Productions, Millennium Films
Direção: Rowan Joffe
Roteiro: Rowan Joffe, baseado na novela de S.J. Watson
Elenco: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong, Anne-Marie Duff

Sinopse:
Após sofrer um sério acidente, Christine (Nicole Kidman) perde a capacidade de reter memórias recentes. Isso faz com que ela toda manhã acorde sem saber nada sobre o que aconteceu em sua vida nos últimos vinte anos. Seu marido Ben (Colin Firth) precisa todas as manhãs lhe dizer que está casado com ela há 14 anos e que ele tem esse problema sério causado pelas sequelas do acidente. O Dr. Nasch (Mark Strong), um neurologista que cuida de seu caso, aconselha que Christine use uma câmera todos os dias para gravar suas impressões e memórias, para serem assistidas dia após dia. Em pouco tempo ela descobre que há algo muito errado em sua vida.

Comentários:
Temos aqui um thriller de suspense muito enxuto (com apenas 70 minutos de duração) que tenta contar uma estória muito interessante e curiosa sobre uma mulher que perdeu a capacidade de lembrar do que aconteceu recentemente em sua vida. Tudo o que ela consegue relembrar são flashes de momentos marcantes de sua vida passada. Esse é aquele tipo de roteiro que você deve falar o mínimo possível com receios de estragar as surpresas para quem ainda não conferiu o filme. A grande força do enredo vem justamente de uma grande reviravolta que acontece na terça parte final do filme. Alguns matarão a charada logo, outros porém vão ser surpreendidos. O fato porém é que mesmo com a boa trama e talvez pela curta duração do filme, o espectador acaba ficando com uma sensação de que faltou algo. Nicole Kidman continua linda, mas esperava-se mais de seu encontro com o talentoso e oscarizado Colin Firth. O filme basicamente só tem cinco personagens, por isso cada cena com os dois acaba trazendo uma expectativa que nunca se cumpre completamente. Esse é apenas o quarto filme assinado pelo roteirista Rowan Joffe (de "Um Homem Misterioso") e essa falta de experiência em dirigir atores explica o fato dele, apesar de ter um excelente elenco em mãos, não conseguir arrancar grandes interpretações nem de Kidman e nem de Firth. A sensação fria que fica deixa uma incômoda percepção que tudo poderia ser melhor trabalhado e desenvolvido, resultando talvez em um grande filme. Do jeito que está, temos apenas uma película ok, mediana, que se tornará bastante esquecível após sua exibição. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Amante da Rainha

Título no Brasil: O Amante da Rainha
Título Original: En Kongelig Affære
Ano de Produção: 2012
País: Dinamarca, Suécia, República Tcheca
Estúdio: Zentropa Entertainments, Danmarks Radio
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Bodil Steensen-Leth, Rasmus Heisterberg
Elenco: Alicia Vikander, Mads Mikkelsen, Mikkel Boe Følsgaard, Trine Dyrholm

Sinopse:
Caroline Mathilde (Alicia Vikander) é uma jovem nobre inglesa que é prometida em casamento ao Rei da Dinamarca. Inicialmente ela teme por seu futuro, pois não acredita em casamentos arranjados. Por pressão da família e da sociedade porém acaba aceitando seu destino. Uma vez na nova nação ela é finalmente apresentada ao monarca, um rapaz imaturo e inconsequente, que demonstra um comportamento estranho e fora do comum. Não demora muito e ela toma conhecimento dos boatos que envolvem Christian VIII (Mikkel Boe Følsgaard), pois correm rumores na corte e entre o povo que ele está na verdade ficando louco. Infeliz em seu relacionamento fracassado, ela então decide arranjar um amante, o próprio médico particular do monarca, o Dr. Johann Friedrich Struensee (Mads Mikkelsen).

Comentários:
"O Amante da Rainha" é uma produção dinamarquesa que concorreu ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Uma película requintada e muito bem realizada que conta a história real de um monarca jovem e despreparado, apresentando sinais de loucura, que assumiu o trono daquele país após a morte de seu pai. A sua rainha, uma garota inglesa que o desprezava por causa de suas atitudes infantis e constrangedoras, não demora muito ao se apaixonar pelo médico Johann Struensee (Mikkelsen), um homem culto com ideias iluministas que inicialmente cai nas graças do Rei, para depois dividir o leito da Rainha em seu próprio palácio. O contexto histórico é dos mais interessantes pois naquele momento a Europa via suas monarquias absolutistas perderem o controle, surgindo então as monarquias constitucionais e os regimes liberais, frutos de uma visão iluminista da política, onde se destacavam os pensamentos racionais em torno do poder de cada Estado, em que autores e filósofos importantes como Rousseau e Voltaire mostravam as contradições dos sistemas políticos reinantes. O Dr. Struensee era um ávido leitor dessas obras e a Rainha, bem mais culta e instruída que seu tolo marido, logo criou um vínculo emocional e intelectual com ele. 

Com um Rei fraco e dominado, mais interessado em frequentar bórdeis e se embriagar, não foi complicado para que, aos poucos, o verdadeiro poder fosse passado para as mãos de Struensee, que passou a reinar de fato, ao mesmo tempo em que desfrutava dos favores sexuais da Rainha. Claro que uma situação tão escandalosa como essa logo caiu na boca do povo, da nobreza e do clero, surgindo desse sentimento de indignação um grupo de oposição decidido a acabar com essa situação vergonhosa do ponto de vista moral. Em termos de produção em si não há o que criticar. O filme foi rodado nos mesmos palácios onde tudo aconteceu, o figurino é rico e elegante e os atores estão perfeitos em seus personagens. Entre eles destaco Mads Mikkelsen como o Dr. Struensee. Um homem com boas intenções, porém ambicioso e maquiavélico ao extremo. Para o grande público será logo reconhecido por seu trabalho na série "Hannibal" onde interpreta com classe o famoso serial killer Dr. Hannibal Lecter. Ambos os personagens possuem aspectos em comum e Mikkelsen mantém o mesmo modo de ser, com muita elegância e charme em cada cena. Assim esse filme servirá como incentivo para o cinéfilo conhecer melhor o cinema que está sendo feito nos chamados países nórdicos europeus. Não é de hoje que temos uma qualidade cinematográfica excepcional vindo dessas distantes e frias nações. É certamente muito enriquecedor do ponto de vista cultural conhecer obras como essa.

Pablo Aluísio.

Ruas de Violência

Título no Brasil: Ruas de Violência
Título Original: Thief
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Michael Mann
Roteiro: Frank Hohimer, Michael Mann
Elenco: James Caan, Tuesday Weld, Willie Nelson

Sinopse:
Ladrão profissional, especializado em roubos de diamantes, pretende realizar o grande assalto de sua vida, tudo com o objetivo de deixar sua família numa posição tranquila caso algo lhe aconteça. Seus planos porém passarão por uma reviravolta inesperada após ele decidir se aliar a um gângster de Nova Iorque. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Belo filme policial que anda pouco lembrado nos dias de hoje. O roteiro se apóia na ótima presença do ator James Caan, aqui ainda colhendo os frutos da popularidade alcançada por seu personagem Sonny Corleone na saga "O Poderoso Chefão". Interessante salientar que a produção também é conhecida no Brasil como "Profissão: Ladrão", sendo que o título "Ruas de Violência" veio depois, em sua exibição na TV brasileira. A produção é um pouco modesta, fruto da época, mas conta com um roteiro bem orquestrado, que dá preferência para os momentos de tensão em detrimento da pura ação. Isso levou alguns críticos a reclamarem, afirmando que faltava maior ritmo dentro do desenvolvimento da trama. Bobagem, penso completamente o oposto, pois o desenrolar mais gradual abre margens para um melhor desenvolvimento dos personagens. Michael Mann ainda estava dando seus primeiros passos como diretor quando realizou esse filme. Anos depois faria seus melhores trabalhos, como por exemplo "O Último dos Moicanos", "Fogo Contra Fogo" e "O Informante". Assim esse filme serve sobretudo para conhecer seu trabalho no começo da carreira. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Título no Brasil: Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título Original: Ender's Game
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Gavin Hood
Roteiro: Gavin Hood, Orson Scott Card
Elenco: Harrison Ford, Asa Butterfield, Ben Kingsley, Viola Davis, Hailee Steinfeld

Sinopse:
Cinquenta anos após uma devastadora invasão alienígena o planeta Terra se prepara para uma nova guerra. Ender Wiggin (Asa Butterfield) é um jovem enviado para uma das centenas de escolas de combate existentes ao redor do mundo. O Coronel Graff (Harrison Ford) acredita que ele se tornará um dos novos heróis do conflito que está prestes a explodir. Inteligente e dotado de um senso de estratégia fora do comum, o rapaz parece realmente possuir todos os dons que fazem um grande guerreiro espacial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante (Harrison Ford) e Melhor Revelação (Asa Butterfield).

Comentários:
Já não se fazem mais bons filmes de ficção como antigamente. Essa é a primeira coisa que vem a mente após uma sessão assistindo a essa fita. "Ender's Game" tem um público alvo bem específico: os adolescentes entre 13 a 15 anos. O próprio protagonista é um efebo mal saído da puberdade. Claro que para contrabalancear sua falta de experiência o estúdio resolveu escalar dois veteranos, Harrison Ford e Ben Kingsley, mas nem eles conseguem manter o interesse nesse enredo por muito tempo. Por falar na estória temos aqui uma mistura não muito original de vários filmes que você já viu antes. De "Tropas Estelares" temos a mesma situação básica: o planeta Terra sendo invadido por aliens que mais se parecem com insetos gigantes. Sim, eles também estão atrás de nossos recursos naturais. De "Jogos Vorazes" você verá um grupo de jovens lutando entre si jogos mortais de guerra, para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Por fim o roteiro tem também um pouco de "Harry Potter" pois o protagonista vai para uma escola de combatentes e lá acaba se afeiçoando por uma outra aluna. 

E claro, há os bonzinhos e malvados entre os estudantes. Não consegui ver nada de muito original nessa produção. O único ponto a realmente elogiar são os bem realizados efeitos especiais, em especial as sequências em um grande centro de treinamento no espaço. Agora, complicado mesmo é engolir o fato de que um mero adolescente, recém saído da academia de guerra, será o verdadeiro salvador de nossa civilização. O roteiro não consegue explicar direito isso, dando explicações bem vazias e sem sentido. O que fica óbvio desde o começo é que os roteiristas forçaram completamente a barra para existir uma identificação direta entre o público adolescente que vai ao cinema e o protagonista do filme. O desfecho da estória também é de um pieguismo sem igual, uma coisa completamente politicamente correta que vai deixar muita gente de estômago virado, tamanha a tolice de sua supostamente importante mensagem! No final das contas é apenas uma diversão ligeira, cheia de efeitos especiais e aborrescentes desconhecidos do grande público. Nada original e com muita pieguice ecológica! Passa longe de ser um grande filme de ficção e muito provavelmente será esquecido em pouco tempo.

Pablo Aluísio.

Sete Dias Sem Fim

Título no Brasil: Sete Dias Sem Fim
Título Original: This Is Where I Leave You
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Jonathan Tropper
Elenco: Jason Bateman, Tina Fey, Jane Fonda, Rose Byrne, Timothy Olyphant, Connie Britton

Sinopse:
Judd Altman (Jason Bateman) acredita estar vivendo um dos momentos mais felizes de sua vida. Ele trabalha no que gosta, numa estação de rádio de sucesso, e tem um casamento feliz e duradouro. E é justamente no dia de aniversário de seu matrimônio que ele decide chegar mais cedo em seu apartamento para fazer uma surpresa para sua querida esposa. O que ele encontra porém é sua própria mulher transando com seu chefe do trabalho! De repente tudo o que ele considerava perfeito em sua vida desmorona em questão de segundos. Como se isso não fosse horrível o suficiente, seu pai morre e ele tem que lidar novamente com sua família formada por pessoas bem complicadas de se conviver. 

Comentários:
O roteiro de "Sete Dias Sem Fim" se baseia em grande parte numa antiga tradição da religião judaica em que a família de um ente querido recentemente falecido precisa guardar sete dias de luto, onde todos os seus familiares devem conviver sob um mesmo teto durante esse período de tempo. Na teoria seria uma forma de relembrar os bons momentos do passado e entrar em reflexão sobre a própria existência e sua aproximação com Deus em uma hora triste, de perda. Nem precisa dizer que a família Altman do filme é bem disfuncional e que essa convivência por uma semana irá despertar não um sentimento religioso e reflexivo, mas velhas histórias e traumas entre todos os familiares, como aliás acontece com todas as famílias do mundo, diga-se de passagem. O roteiro é muito bom, desenvolvendo todos os personagens da melhor maneira possível. Assim temos a matriarca interpretada por Jane Fonda. Ela é uma mulher bem resolvida que inclusive se revela mais liberal do que seus próprios filhos. Depois da morte do marido resolve assumir um aspecto escondido de sua vida pessoal que vai causar imensa surpresa em todos. Tina Fey também se destaca como a irmã que não consegue ser muito feliz em seu casamento pois o tempo deixou marcas de indiferença em seu relacionamento com o marido. 

De uma forma ou outra o roteiro se concentra mesmo na vida conturbada de Judd Altman (Jason Bateman). Ele é aquele típico cara que nunca teve coragem de assumir algum risco maior em sua vida, andando sempre na linha, pensando que agindo assim teria controle absoluto sobre ela. Quando seu casamento desmorona e ele fica desempregado da noite para o dia, acaba reencontrado por acaso com Penny Moore (Rose Byrne) que ele conhece desde a juventude. Ela sempre foi apaixonada perdidamente por ele, dando razão ao velho ditado que afirma ser inesquecível o primeiro amor de nossas vidas. Agora que Judd está à beira do divórcio ela pensa ter chegado finalmente sua grande chance de realizar aquele romance que ela idealizou por tantos anos. A trilha sonora da aproximação de ambos acaba sendo, imagine você, um velho sucesso da cantora Cyndi Lauper! (os saudosistas dos anos 80 vão sentir um aperto no peito!). Enfim, um bom drama, com pequenas nuances de humor negro que vai levar muita gente a pensar sobre a vida. Até porque o Maine não é tão distante como muitos pensam! (Quem assistir entenderá do que estamos escrevendo).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Até o Fim

Título no Brasil: Até o Fim
Título Original: All Is Lost
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: J.C. Chandor
Roteiro: J.C. Chandor
Elenco:  Robert Redford

Sinopse:
Robert Redford interpreta um viajante solitário em seu veleiro que subitamente descobre que sua pequena e frágil embarcação colidiu com um container perdido no oceano. O impacto abre uma fenda no casco do navio, dando início a uma sequência de eventos imprevistos e fora de controle. Seus equipamentos eletrônicos também sofrem perda total por causa da água do mar que danifica todos as máquinas. Tentando administrar cada problema que vai surgindo o navegador tenta contar com a sorte e o destino para sobreviver na imensidão selvagem do mar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora. Também indicado ao mesmo prêmio na categoria de Melhor Ator (Robert Redford).

Comentários:
Finalmente um filme que podemos exclamar ao fim de sua exibição: "Que filmaço!". Muitas vezes em se tratando de cinema as mais simples ideias acabam gerando os melhores filmes. É justamente o caso dessa produção. Praticamente sem diálogo algum - apenas algumas frases em off no começo da narração - o roteiro se sustenta todo em situações aflitivas pelas quais passa o personagem interpretado por Robert Redford, que por sua vez também não é identificado para o espectador. Creditado apenas como "The Man" (o Homem), ele tentará sobreviver a uma série de imprevistos que lhe acontecem em alto mar após seu pequeno veleiro bater em um container abandonado bem no meio do oceano sem fim. A partir daí é uma sucessão de azares, imprevistos e situações que vão enervando cada vez mais o público, embora o navegador tente a todo custo manter o equilibrio emocional (essencial nessas horas de tormentas). Redford, mais uma vez, mostra porque sempre foi considerado um dos maiores atores da história de Hollywood. Na maioria das cenas ele conta apenas consigo mesmo, tentando passar suas emoções apenas com gestos, olhares e ações. Nunca em toda sua filmografia ele teve um papel tão físico como esse. Assista e entenda como o ser humano consegue sobreviver mesmo nos mais complicados momentos de superação. O título original em inglês que significa "Tudo está perdido" faz mais sentido do que a vã tradução da distribuidora nacional. Isso porque a sensação de que efetivamente tudo estaria perdido vai aumentando a cada nova situação imprevisível. O fim em si não é a grande carta na manga desse roteiro - embora também seja maravilhosamente lírico, com lindas imagens - mas sim seu desenrolar, mostrando que defintivamente a esperança é a última que morre.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ele Disse, Ela Disse

Título no Brasil: Ele Disse, Ela Disse
Título Original: He Said, She Said
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ken Kwapis, Marisa Silver
Roteiro: Brian Hohlfeld
Elenco: Kevin Bacon, Elizabeth Perkins, Nathan Lane

Sinopse:
Um conhecido casal de jornalistas decide romper seu relacionamento de longos anos publicamente. O rompimento acaba chamando bastante atenção da mídia e cada um deles então procura seu expor seus motivos, procurando demonstrar a culpa do outro no fracasso de seu próprio casamento. Filme baseado no romance escrito por Brian Hohlfeld (que também assina o roteiro da produção).

Comentários:
Gosto bastante do roteiro desse filme. Ele tem realmente ótimos diálogos e a proposta do argumento mostrando o ponto de vista de cada um dentro de um relacionamento conturbado, deu margem para comprovar aquele famoso ditado que diz: "Para cada fato existem três versões, a de cada um e a verdade". Assim o espectador é levado para dois lados opostos, procurando descobrir quem estaria mesmo contando a verdade. O divertido é que isso abre espaço também para expor as diferenças existentes entre as visões do homem e da mulher dentro de um caso amoroso. Provavelmente você se identificará com o que acontece na tela, principalmente quando descobre que a forma de enxergar seu relacionamento é completamente diverso da de sua companheira, aliás algo bem comum de acontecer no mundo real. No mais, temos que admitir que o público alvo desse filme é realmente o feminino. É fato notório que elas adoram dissecar seus casos, procurando sentido nos menores detalhes, no mais singelos gestos e atitudes, enquanto que para os homens isso se torna um aspecto meramente secundário (para não dizer muitas vezes chato). Mesmo assim indico a produção para ambos os sexos e de preferência que seja assistido em casal, afinal de contas o enredo poderá abrir espaço para se debater o seu próprio envolvimento com a mulher amada. 

Pablo Aluísio.

O Homem Sem Face

Título no Brasil: O Homem Sem Face
Título Original: The Man Without a Face
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Entertainment International
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Isabelle Holland, Malcolm MacRury
Elenco: Mel Gibson, Nick Stahl, Margaret Whitton, Fay Masterson
 
Sinopse:
Desde que teve seu rosto desfigurado em um grave acidente automobilístico o ex-professor Justin McLeod (Mel Gibson) tem se tornado recluso e distante da pessoas da comunidade onde vive. Sua vida se torna muito sofrida pois além do estigma estético ele ainda tem que enfrentar o estigma social pois todos o culpam pelo acidente. Sua vida muda quando ele se aproxima de Charles E. 'Chuck' Norstadt (Nick Stahl) que poderá lhe trazer uma nova perspectiva existencial.

Comentários:
Depois de estrelar o blockbuster "Máquina Mortífera 3" Mel Gibson entendeu que havia chegado o momento de dar um tempo nos tiros e explosões para se dedicar a roteiros melhores e bem mais trabalhados. Afinal de contas ele sempre almejou algo a mais em sua profissão e não se contentava em apenas ser um astro de filmes de ação. Inicialmente rodou "Eternamente Jovem", um pequeno e lírico filme sobre um homem deslocado no tempo e espaço. A crítica simpatizou com o resultado. Depois surpreendeu mais uma vez com essa produção muito pessoal, dirigido por ele mesmo, realizado por sua própria produtora de cinema, a Icon. Foi o primeiro filme pra valer nessa sua nova carreira como cineasta (antes disso ele havia rodado um pequeno documentário para a TV denominado "Mel Gibson Goes Back to School"). Agora ele surgia na direção para o circuito comercial, brigando entre os grandes por fartas bilheterias, entrando de vez nessa nova fase de sua vida. Inicialmente muitos viram com ceticismo esse seu impulso de dirigir filmes. Mal sabiam que ele se consagraria em pouco tempo com "Coração Valente" que levaria vários Oscars. Aqui em "The Man Without a Face" Gibson já demonstra muito talento para dirigir, explorando as nuances do roteiro com raro brilhantismo. Também evita com sucesso que a trama se torne cansativa e enfadonha, dando o devido destaque a cada personagem. Considero um belo drama dos anos 90, com Gibson extraindo muito bem a riqueza de detalhes do romance escrito por Isabelle Holland. Revisto hoje em dia fiquei com a sensação que o ator deveria voltar para pequenos e sentimentais projetos como esse, pois ele mostrou ter mão para esse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um Dia de Cão

Título no Brasil: Um Dia de Cão
Título Original: Dog Day Afternoon
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Frank Pierson, P.F. Kluge
Elenco: Al Pacino, John Cazale, Penelope Allen, Charles Durning, Chris Sarandon
 
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme mostra um momento decisivo na vida do criminoso Sonny (Al Pacino). Desesperado em arranjar dinheiro para que seu amante seja submetido a uma cara operação de mudança de sexo, ele resolve entrar em um banco no Brooklyn para um assalto. Para seu completo azar ele descobre duas coisas estarrecedoras: primeiro que a agência não tem mais todo o dinheiro que ele pensava, pois grande parte dos valores havia sido transportado momentos antes dele entrar no banco e segundo, que o prédio está completamente cercado pela polícia de Manhattan. Sem alternativas ele decide fazer parte dos funcionários e clientes do banco de reféns, criando uma situação de extrema tensão no local. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Chris Sarandon), Melhor Edição e Melhor Direção. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Esse é um dos filmes mais representativos do realismo que imperou no cinema americano durante a década de 1970. As produções não se contentavam mais apenas em contar uma história divertida e sem maiores preocupações com a realidade em que todos viviam. Pelo contrário, naqueles anos tivemos uma verdadeira explosão de talento e novas propostas encabeçadas por um grupo maravilhoso de cineastas que tinham dois objetivos principais a alcançar com suas obras: mostrar a realidade nua e crua das ruas e com isso provar teses sociais que mostravam que muitas vezes o homem era fruto do meio em que vivia. Sidney Lumet aqui realizou o filme que se encaixa perfeitamente nessas características. Para muitos "Dog Day Afternoon" foi sua mais completa obra prima. O diretor teve a sorte não apenas de contar com um grande roteiro, mas também com um excelente ator, em pleno auge criativo, dando vazão a todo o seu talento, o  inigualável Al Pacino. Todos sabem que Pacino sempre foi um profissional que se entregou de corpo e alma aos seus personagens, porém em poucos momentos de sua carreira vimos ele mergulhar tão visceralmente em um pepel como aqui. Como o roteiro é repleto de tensão e suspense, mostrou-se um veículo perfeito para que Pacino desfilasse na tela toda a complexidade de seu trabalho, explorando um vasto leque de emoções à flor da pele. Sua atuação marcou tanto que inclusive recentemente Pacino lembrou dessa produção ao enumerar aquelas atuações que ele considerava suas verdadeiras obras primas no cinema. Realmente um momento para se rever sempre que possível. "Um Dia de Cão" é visceral, realista e perturbador. Uma aula de sétima arte que não se vê mais hoje em dia.

Pablo Aluísio.

Um Rosto Sem Passado

Título no Brasil: Um Rosto Sem Passado
Título Original: Johnny Handsome
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: John Godey, Ken Friedman
Elenco: Mickey Rourke, Ellen Barkin, Elizabeth McGovern, Morgan Freeman, Forest Whitaker, Lance Henriksen

Sinopse:
Johnny Handsome (Mickey Rourke) é um gangster deformado que planeja um assalto com sua quadrilha nos arredores de Los Angeles. Durante a execução do crime porém ele descobre que foi traído por dois de seus comparsas. Preso, é condenado a uma pesada pena. Atrás das grades é escolhido para fazer parte de um inovador programa de reabilitação, onde o Dr. Steven Fischer (Forest Whitaker) resolve reconstruir sua face. Depois finalmente ganha a liberdade das ruas. Com nova aparência e uma nova oportunidade de trabalho tudo caminha para que Johnny finalmente trilhe o caminho de uma nova vida, mas a pura verdade é que a mente de Johnny ainda está consumida pelo desejo de vingança. Filme indicado aos prêmios da Chicago Film Critics Association Awards e Los Angeles Film Critics Association Awards.

Comentários:
Nunca entendi porque "Johnny Handsome" não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. Talvez o fato da Carolco estar indo à falência justamente naquele ano explique parte de seu fracasso comercial, mas nem isso resolve inteiramente a equação. Com um elenco simplesmente fantástico (leia a ficha técnica acima para conferir), direção correta e precisa de Walter Hill, outro ícone dos anos 80, o filme tinha tudo para dar certo. Na verdade foi extremamente mal lançado (no Brasil então nem se fala, indo diretamente para o mercado de vídeo VHS), caindo inexoravelmente no esquecimento (quase) completo. Uma injustiça pois ainda o considero um pequeno cult movie daquela década. Estrelado pelo mito Mickey Rourke, o filme explorava um personagem que passava por uma radical mudança em seu rosto - algo que me lembrou imediatamente de "O Segundo Rosto", aquele clássico injustiçado com Rock Hudson. Some-se a isso o fato do roteiro ter um paralelo com eventos pessoais da própria vida de Mickey Rourke na época, o que supostamente aumentaria o interesse pela fita. Foi justamente por aqui que todos começaram a perceber estranhas mudanças em sua fisionomia causadas por cirurgias plásticas desastrosas. De galã underground ele passou a ter um semblante esquisito, com bochechas de silicone! Uma mudança que veio para pior. Tudo isso porém não ajudou o filme em praticamente nada. Entre as atrizes destaco o furacão sensual Ellen Barkin, cuja química em cena curiosamente não funcionou muito bem com Rourke. Elizabeth McGovern, uma das estrelas jovens mais bonitas daqueles anos também está no filme. Ela inclusive vem em um momento muito bom na carreira, fazendo sucesso na série "Downton Abbey" onde interpreta a Condessa de Grantham, Cora Crawley. Assim no final de tudo temos que dar o braço a torcer. "Johnny Handsome", infelizmente, é aquele tipo de filme de que você sempre gostou, mas que jamais aconteceu, caindo nas sombras do esquecimento após todos esses anos.

Pablo Aluísio.