sábado, 9 de abril de 2016

Creed - Nascido para Lutar

Título no Brasil: Creed - Nascido para Lutar
Título Original: Creed
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson
  
Sinopse:
O jovem Adonis Johnson (Michael B. Jordan) sonha ser um lutador de boxe, tal como seu pai no passado, o campeão Apollo Creed. Tentando seguir os passos dele, mas sem usar de seu nome, Adonis vai embora da Califórnia até a Philadelphia, onde pretende ser treinado pelo lendário pugilista Rocky Balboa (Sylvester Stallone). A realidade que encontra porém é bem diferente. Rocky está velho e aposentado, levando uma vidinha simples como dono de bar. Além disso ele não tem mais a menor intenção de retornar ao mundo do boxe, nem como treinador. Adonis insiste e Rocky acaba dando o braço a torcer até porque ele tem uma dívida de gratidão com Apollo, morto numa luta enquanto disputava o título de campeão mundial de pesos pesados. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Comentários:
Quando Sylvester Stallone anunciou que voltaria ao personagem Rocky Balboa muita gente torceu o nariz! Ele iria estrelar "Rocky 7"?! É sério isso? Bom, na verdade mais ou menos. "Creed" se utiliza do famoso personagem, mas procura trilhar caminhos próprios. Quando o filme termina você acaba chegando na conclusão que esse foi talvez o maior problema do filme. Ter um personagem como Rocky ao lado é um farto e tanto para carregar. O ator Michael B. Jordan é apenas um rapaz esforçado, não muito talentoso, que tem uma lenda como coadjuvante. Como se sair bem de algo assim? Simplesmente não há como! Durante todo o filme ficamos entediados com a história do personagem de Jordan, torcendo para que Rocky assuma logo o protagonismo do filme, algo que nunca acontece. Stallone fica à sombra, apenas fazendo escada para Jordan. Ele está bem envelhecido, isso é inegável, mas continua um gigante em termos de carisma. Com isso Jordan vai perdendo seu espaço até sumir por ser muito insignificante. "Creed" assim se torna um filme torto, fora de rumo. 

Todos querem acompanhar Rocky, mesmo que ele esteja velho e aposentado. Ninguém realmente parece se importar com Adonis (Jordan) e seu sonho de ser um campeão. Nem tampouco se envolve em seu fraco romance com a garota que é a sua vizinha. Tudo se mostra muito chato, exceto é claro, o velho e bom Stallone que salva o filme do desastre anunciado. O interessante é que esse problema já tinha acontecido com "Rocky V" que é considerado um dos piores da série. Sempre que Rocky vira coadjuvante de seus próprios filmes a coisa piora e muito. Infelizmente repetiram o erro aqui. Curioso é que Stallone abdicou da direção e do roteiro, algo que sempre fez na série Rocky, abrindo espaço para o jovem diretor negro Ryan Coogler que nunca havia dirigido nada de muito especial antes. Não há como negar que Coogler errou no corte final, deixando o filme excessivamente longo e até arrastado em alguns momentos. Tudo bem longe do que seria adequado. De qualquer forma Stallone está lá para garantir que nada seja tão desastroso. No final de tudo é dele o filme. Sem Sly tudo o que teríamos seria realmente um filme chato sobre boxe, com muitos clichês reciclados e saturados.

Pablo Aluísio.

Corações de Ferro

Título no Brasil: Corações de Ferro
Título Original: Fury
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt, Shia LaBeouf, Logan Lerman, Michael Peña, Jim Parrack, Scott Eastwood
  
Sinopse:
Brad Pitt interpreta o sargento Don 'Wardaddy' Collier, responsável por liderar seus homens nos dias mais decisivos da Segunda Guerra Mundial, no exato momento em que tropas americanas rompem as linhas de defesa das fronteiras da Alemanha Nazista. Cercados por um poderoso exército inimigo os americanos agora precisam sobreviver ao mesmo tempo em que avançam pelas terras do país de Adolf Hitler. Ação e aventura em doses exatas nessa moderna releitura dos antigos filmes clássicos de guerra.

Comentários:
Se você estiver com saudades dos antigos e clássicos filmes de guerra (em especial aqueles que enfocam a Segunda Guerra Mundial) essa produção é uma ótima pedida. Retomando um estilo de produção que ultimamente vinha sendo deixado de lado é uma fita extremamente competente. O enfoque se desenvolve em torno de um pequeno grupo de soldados que servem em um tanque americano, bem no front que se formava na invasão da Alemanha já nos momentos decisivos do mais sangrento conflito da história recente. Brad Pitt é o comandante de seu grupo. Ele precisa passar a impressão de ser um sujeito durão, que não pode demonstrar qualquer sinal de fraqueza aos seus subordinados, por isso quando a situação se torna insuportável ele procura acender um cigarro para se esconder por trás dos tanques de seu pelotão. E lá, completamente sozinho, segura o tranco da melhor forma possível. Ser forte, acima de tudo. A tensão é clara, mas há um serviço a ser feito e homens de verdade não vacilam. O tipo de militar que já não existe mais. Deixando aspectos puramente psicológicos de lado e focando apenas na pura ação também temos ótimos momentos, em especial quando o grupo de tanques comandados por Pitt se depara em determinado momento com um poderoso Tiger alemão no campo de batalha. E o que falar quando se encontra pela frente todo um pelotão de soldados fanáticos da infame SS? O final também é extremamente visceral e não abre concessões, abraçando completamente o realismo brutal da guerra. Muitos ficarão chocados com o desfecho, mas isso é um equívoco. Por ser um filme que busca ser o mais realista possível seu clímax se mostra mais adequado do que muitos pensam. Afinal heróis são destinados a grandes atos de coragem e abnegação. Em poucas palavras é realmente um filmão que não vai decepcionar os fãs de filmes de guerra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Rock Hudson - O Vale das Paixões

Aos poucos vou completando a filmografia do ator Rock Hudson. Não é muito fácil achar grande parte dos filmes que estrelou, mas com uma certa paciência estou conseguindo, de alguns anos para cá, assistir a vários filmes raros de sua filmografia. Um deles, que ainda permanecia inédito para mim, foi justamente esse "O Vale das Paixões" (This Earth Is Mine, EUA, 1959), dirigido por Henry King. Baseado no romance escrito por Alice Tisdale Hobart o roteiro explora um clã de ricos plantadores de uva no vale de Napa na Califórnia. Foi lá que o grande patriarca Philippe Rambeau (Claude Rains) fundou um império de vinícolas. Os tempos de glória porém parecem coisa do passado pois a Lei Seca está em vigor (a história do filme se passa em 1931) e não há como vender a produção.

Seu neto, John Rambeau (Rock Hudson), resolve então passar por cima da lei para vender o vinho produzido e não vendido para gangsters de Chicago. Ele está disposto a ganhar fortunas com o comércio ilegal de bebidas contrabandeadas. O velho Philippe se sente ultrajado com isso, já que é um homem da velha escola, que se sempre se orgulhou de ter ficado rico honestamente, trabalhando até o sol se por para que sua plantação produzisse o melhor em termos de vinhos finos dos Estados Unidos. Para John porém isso pouco importa. Ele quer também ter a chance de ficar rico, tal como seu avô. Sua posição dentro do clã Rambeau nunca foi muito boa pois ele é um filho bastardo. John nasceu de um grande escândalo moral envolvendo sua mãe e um pai que nunca o assumiu como filho publicamente. Isso faz com que ele procure sempre mostrar seu valor para os demais familiares. Para complicar ainda mais sua vida pessoal, assim que conhece sua prima Elizabeth Rambeau (Jean Simmons), se apaixona perdidamente por ela. Liz viveu muitos anos na Inglaterra e só agora vai até a Califórnia para conhecer seus parentes americanos. Diz o ditado que amor de primo é para sempre, pois é exatamente essa situação que o roteiro procura explorar em termos de romance e paixão entre os protagonistas.

O filme, como era de se esperar, tem uma produção excelente e uma trama melhor ainda. Esses filmes clássicos antigos que procuravam desenvolver personagens complexos, atormentados, sempre superam nossas expectativas. Interessante que durante o filme vi muitas semelhanças entre o personagem de Rock Hudson e o lendário Cal Trask de James Dean em "Vidas Amargas" (East of Eden, EUA, 1955). Ambos pertencem a famílias ricas e ambos são verdadeiras párias dentro de seu clã familiar. Para se destacarem deixam de lado seus valores morais e éticos e entram sem receios numa jornada de ganância insana, em busca da fortuna alcançada de qualquer maneira, seja do jeito que for. Rock e Dean se cruzaram em "Assim Caminha a Humanidade" três anos antes e essa semelhança entre dois personagens tão parecidos causa realmente uma certa perplexidade. A única diferença é que o filme de Dean foi dirigido pelo gênio Elia Kazan e o de Rock Hudson pelo veterano Henry King, que era reconhecidamente um bom cineasta, mas bem longe da genialidade de Kazan.

Outro aspecto digno de nota é que o roteiro faz um paralelo inteligente (e até muito bonito) entre o ciclo da vida, quando gerações mais velhas morrem e são substituídas por novas gerações que de certa maneira acabam seguindo os mesmos passos de seus pais e avôs. Isso fica bem claro na cena final quando os personagens de Rock e Jean Simmons se reencontram no alto da mesma colina onde décadas atrás seus avôs estiveram, começando o seu próprio império. Bastante evocativa a cena é uma das mais marcantes do filme como um todo. No geral eu gostei de tudo, do bom desenvolvimento da história (sem pressa, procurando situar o espectador dentro daquela numerosa família), das boas atuações de todo o elenco (com destaque para o sempre ótimo Claude Rains) e da bela mensagem final. Muitas vezes o destino já nos é traçado por nossa linhagem familiar e de nossos antepassados. Nada está escrito, mas tudo pode ser determinado por nosso próprio passado. Enfim, um grande filme que recomendo a todos que gostam de grandes histórias em filmes clássicos irretocáveis. Produções como essa Hollywood infelizmente já não faz mais. Ecos de um passado glorioso da sétima arte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Impacto Fulminante

Título no Brasil: Impacto Fulminante
Título Original: Sudden Impact
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Pat Hingle
  
Sinopse:
Um pequena cidade nos arredores de San Francisco está apavorada com uma série de assassinatos provavelmente causados por um serial killer que está à solta. O policial linha dura Harry Callahan (Clint Eastwood), também conhecido como "Dirty Harry" pela imprensa, precisa encontrar o assassino, enquanto tenta se livrar dos problemas com seus superiores no departamento de polícia da cidade.

Comentários:
Quarto filme da franquia "Dirty Harry". Clint Eastwood já havia colecionado sucessos de bilheteria com os três filmes anteriores, a saber: "Perseguidor Implacável" (1971), "Magnum 44" (1973) e "Sem Medo da Morte" (1976). A série seria finalmente concluída cinco anos depois, com "Dirty Harry na Lista Negra" (1988). Nesse aqui temos todos os ingredientes que fizeram o sucesso dessa que foi uma das franquias mais bem sucedidas da história do cinema no gênero policial. De certo modo era uma adaptação para o meio urbano dos personagens que Clint interpretou tão bem em seus faroestes. Aqueles mesmo valores morais e de justiça que ele seguia no velho oeste eram agora transportados para o personagem do tira durão que atuava numa grande cidade americana infestada de criminosos. Seu diferencial é que ele geralmente resolvia seus casos usando de métodos próprios, não necessariamente autorizados por lei. Havia realmente uma tênue fronteira entre a figura de um policial, que deveria seguir sempre a lei e seus burocráticos procedimentos, e a de um justiceiro, que procurava resolver tudo na conhecida linha "justiça pelas próprias mãos". Nem é preciso dizer que agindo de forma rápida e sem rodeios contra os bandidos em geral ele logo caiu nas graças do grande público. É um filme policial muito bom, acima da média, que resistiu bem ao tempo. Afinal de contas não importa o tempo que passou, pois Dirty Harry parece sempre ser mais atual do que nunca!

Pablo Aluísio.

Pânico

Título no Brasil: Pânico
Título Original: Scream
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Drew Barrymore
 
Sinopse:
Um serial killer mascarado começa a assassinar adolescentes em uma cidade pequena, e como o número de corpos aumenta a cada dia, uma jovem garota e seus amigos começam a se utilizar dos clichês dos filmes de terror para descobrir a identidade do verdadeiro criminoso. Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (Neve Campbell). Também vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Eu já estava muito calejado com filmes de terror quando essa fita virou febre entre os adolescentes. A única novidade era a premissa que partia de uma tentativa de brincar com os clichês do gênero ao mesmo tempo em que os utilizava para criar medo no público. Algo assim só funcionaria mesmo com neófitos no gênero terror - algo que eu já não era há muito tempo, pois já tinha passado da idade para isso. Por essa razão apesar do enorme sucesso de bilheteria e do impacto que causou dentro da cultura pop na época (fatos inegáveis), jamais consegui gostar do filme, de sua proposta e de seu resultado. Kevin Williamson, o roteirista que depois iria desenvolver uma bela carreira na TV criando séries de sucesso como "Diário de um Vampiro", "The Following" e "Stalker", soube muito bem usar as mais batidas fórmulas do terror dos anos 80 para reciclar tudo, transformando em um novo sucesso de bilheteria. Ele aliás é o grande responsável pelo sucesso do filme uma vez que o diretor Wes Craven já estava envelhecido e no controle remoto em sua carreira. Seu trabalho rendeu apenas um filme burocrático que foi salvo do lugar comum por causa do texto de Williamson. Assim temos aqui um exercício de metalinguagem que usou do que havia de mais batido dentro do cinema para conquistar uma nova geração de fãs. Pelos resultados comerciais envolvidos acertaram realmente em cheio. Do ponto de vista puramente cinematográfico não consigo porém visualizar nada de muito marcante.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Battleship - A Batalha dos Mares

Título no Brasil: Battleship - A Batalha dos Mares
Título Original: Battleship
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Peter Berg
Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber
Elenco: Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Brooklyn Decker, Liam Neeson

Sinopse:
Baseado no clássico jogo de combate naval, Battleship traz a estória de uma frota internacional de navios que se deparam com uma armada alienígena, enquanto participa de exercícios e jogos de guerra naval. Uma intensa batalha é travada em terra, mar e ar. O que os aliens afinal querem em nosso planeta? Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse filme prova algumas coisinhas. A primeira é que não adianta ter apenas efeitos especiais de última geração para se criar um bom filme. A segunda é que sem um roteiro realmente bom tudo afunda, literalmente. E a terceira (e talvez a mais importante) é que não se cria grandes astros por decreto, da noite para o dia. Que o diga o ator Taylor Kitsch (da série "Friday Night Lights") cujos esforços em se tornar uma verdadeira estrela de cinema foram para o fundo do oceano junto com os navios digitais que surgem em cena. Na realidade o grande problema de "Battleship: A Batalha dos Mares" é que os produtores pensaram e acreditaram piamente que a parte técnica do filme o salvaria do fracasso. Realmente em termos de efeitos especiais não há o que reclamar. O problema é que assim como aconteceu na franquia "Transformers" não há nada muito além disso. A garotada pode até achar a sinopse e a proposta do filme bem divertidas, e quem sabe a fita possa servir de diversão ligeira para uma tarde entediada. Fora isso, olhando sob um prisma mais crítico, não há como deixar de entender tudo como uma grande bobagem mesmo, uma espécie de "Transformers em alto mar" que definitivamente não deu certo. Melhor rever os filmes de guerra clássicos da Segunda Guerra.

Pablo Aluísio.

Casa Comigo?

Título no Brasil: Casa Comigo?
Título Original: Leap Year
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Anand Tucker
Roteiro: Deborah Kaplan, Harry Elfont
Elenco: Amy Adams, Matthew Goode, Adam Scott

Sinopse:
Anna (Amy Adams) está desesperada para se casar. Para ver se consegue convencer o namorado a lhe pedir em casamento ela viaja atá Dublin, pois por aquelas bandas é tradição pedir as mulheres em casamento no dia 29 de fevereiro de um ano bissexto. Mas as coisas acabam dando totalmente erradas.

Comentários:
Comédia romântica sem maiores novidades a não ser a presença muito simpática e carismática da gracinha Amy Adams. É a tal coisa, imagine você, um cara hetero normal, sendo chamado para ver uma comédia romântica no cinema. Bom, a primeira tentação é dizer não, mas como não quer magoar a sua namorada acaba aceitando. Esse aqui pelo menos tem a Amy Adams para você chegar até o final sem muito tédio. O roteiro bebe mais uma vez na fonte do casamento, esse contrato civil tão cobiçado pelas mulheres - mesmo nos dias de hoje onde elas estão cada vez mais procurando por sua independência profissional e financeira. Muitos poderiam dizer que tudo está anacrônico e fora de moda mas o sucesso de fitas como essa provam que não, elas ainda continuam sonhando com o tal príncipe encantado. Enquanto ele não aparece (provavelmente nunca aparecerá) elas consomem filmes como esse. Não há nada de errado nisso. Pelo menos esse me pareceu bem divertido, apesar dos pesares. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de abril de 2016

O Grande Gatsby

Título no Brasil: O Grande Gatsby
Título Original: The Great Gatsby
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann, Craig Pearce
Elenco: Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan, Joel Edgerton
  
Sinopse:
Na década de 1920 o jovem Nick Carraway (Tobey Maguire) se forma em Yale e sonha em se tornar um escritor de sucesso. Enquanto tenta escrever o livro que lhe trará o sucesso acaba se interessando pela misteriosa figura de Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio), um milionário que dá grandes festas em sua mansão, embora poucos saibam de onde vem toda a sua fortuna. O que intriga ainda mais Nick é a estranha atração que o misterioso Gatsby parece ter por sua própria prima, Daisy Buchanan (Carey Mulligan). Teria sido ela um grande amor de seu passado?

Comentários:
Mais uma releitura para o grande clássico da literatura "The Great Gatsby" de F. Scott Fitzgerald. Ainda prefiro a versão produzida com Robert Redford, sem dúvida. Nessa novo remake o cineasta Baz Luhrmann pecou por tentar deixar tudo mais atraente ao público jovem que vai ao cinema atualmente. Assim ele acabou imprimindo um ritmo histérico ao filme, algo que se distancia muito da obra original que tinha um clima bem mais cadenciado, valorizando o mistério em torno do personagem Gatsby e a finesse da sociedade grã-fina onde ele estava inserido. A trama, que ia sendo desenvolvida aos poucos, era feita de pequenas nuances e se baseava na elegante escrita de F. Scott Fitzgerald. A ambientação era correta e historicamente fiel. Com Luhrmann tudo ficou muito rápido, nervoso, sem sofisticação. O uso de músicas fora de época causam ainda maior mal estar. Leonardo DiCaprio não encontrou o tom de seu personagem. Ele parece arriscar durante todo o transcorrer da estória, indo de uma direção a outra, sem finalmente acertar em nada. Carey Mulligan é uma gracinha e traz algum charme para o filme como um todo, mas uma andorinha só não faz verão. No geral o filme erra por tentar ser moderno demais em uma obra que tira grande parte de sua força na nostalgia de uma época passada. Errado em algo tão primordial ficou complicado gostar dessa nova versão. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção.

Pablo Aluísio.

Guardiões da Galáxia

Título no Brasil: Guardiões da Galáxia
Título Original: Guardians of the Galaxy
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn, Nicole Perlman
Elenco: Chris Pratt, Vin Diesel, Bradley Cooper
  
Sinopse:
Um improvável grupo, formado por membros com problemas criminais diversos pela galáxia, se reúne para tentar deter uma incrível ameaça contra todos os seres livres do universo. Adaptação para o cinema dos personagens de histórias em quadrinhos criados por Dan Abnett e Andy Lanning para a editora Marvel Comics. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao BAFTA Awards nas mesmas categorias.

Comentários:
Baseado em personagens não tão famosos do universo Marvel, "Guardians of the Galaxy" acabou caindo no gosto do público, dando continuidade à incrível série de sucessos do cinema baseados em histórias em quadrinhos. Ao custo de 170 milhões de dólares o filme certamente acertou seu alvo, a do público jovem que lota os cinemas atualmente em busca da mais pura diversão. E o filme não nega suas intenções em nenhum momento, pois é de fato uma fita produzida para divertir, acima de tudo. Para o cinéfilo mais veterano será fácil encontrar semelhanças demais com o universo "Star Wars", mas mesmo assim o divertimento estará garantido. Os personagens são claramente carismáticos, o roteiro valoriza a mais pura ação, com muita adrenalina e os efeitos especiais são realmente muito bem realizados. Apesar de tudo isso, de ser um filme tecnicamente irrepreensível em termos de produção de um modo em geral, o filme também passa longe de ser a obra prima que alguns críticos disseram por aí. É bom, divertido e tudo o mais, porém não chegaria ao ponto de qualificar como excelente ou algo próximo a isso. Como fez sucesso nas bilheterias é certo que teremos mais sequências nos próximos anos, provavelmente uma ou duas continuações, porém sem maiores surpresas. Não vá assistir esperando por um filmão e se divirta sem maiores compromissos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Operação Sombra - Jack Ryan

Título no Brasil: Operação Sombra - Jack Ryan
Título Original: Jack Ryan - Shadow Recruit
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp
Elenco: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh
  
Sinopse:
Jack Ryan (Chris Pine) é um jovem universitário que resolve se alistar nos fuzileiros navais americanos após o ataque terrorista de 11 de setembro em Nova Iorque. Após ser abatido em combate é recrutado por Thomas Harper (Kevin Costner) para trabalhar na CIA. Sua função passa a ser localizar contas bancárias pelo mundo usadas por grupos terroristas. Suas investigações acabam mirando também em outras nações, como a Rússia. Viktor Cherevin (Kenneth Branagh), um figurão, acaba assim entrando no alvo da agência de inteligência americana.

Comentários:
O personagem Jack Ryan, criado nas páginas dos livros escritos pelo autor Tom Clancy está de volta! Vários filmes com o agente foram realizados em um passado recente (como "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "Perigo Real e Imediato" e "A Soma de Todos os Medos") e agora a Paramount tenta inaugurar um novo ciclo de filmes, uma nova franquia. Para isso o espectador é levado até a juventude de Ryan, para entender de onde veio e como se tornou um dos mais eficientes agentes da CIA. Como se trata de um filme de origens o espectador pode ficar meio decepcionado. Nem sempre esse tipo de manobra dá muito certo, principalmente quando se tem em mira um personagem que já foi devidamente explorado no cinema. O resultado é morno e sem graça. Chris Pine, que também luta para ressuscitar a velha franquia de "Star Trek" demonstra que não tem carisma suficiente para segurar essa responsabilidade. Seu Jack Ryan é seguramente o mais fraco de todos os que vimos até o presente momento.

Pablo Aluísio.

A Casa do Lago

Título no Brasil: A Casa do Lago
Título Original: The Lake House
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alejandro Agresti
Roteiro: David Auburn, Eun-Jeong Kim
Elenco: Keanu Reeves, Sandra Bullock, Christopher Plummer
  
Sinopse:
Um homem solitário que mora em uma bela casa no lago começa a trocar cartas com uma misteriosa mulher que ao que tudo indica vivia no mesmo lugar, só que no passado. Filme premiado pelo Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Atriz (Sandra Bullock). Também premiado pelo Teen Choice Awards.

Comentários:
Já que estamos falando de Keanu Reeves... Esse filme foi bastante criticado, nem tantos pelos jornalistas especializados em cinema, mas pelo público mesmo. Para muita gente o roteiro não fazia o menor sentido. Mesmo com boa vontade era complicado de engolir esse enredo. Na verdade se trata de um remake americano de uma produção coreana chamada "Siworae", cujo roteiro havia sido escrito por Eun-Jeong Kim e Ji-na Yeo. A imaginação e a criatividade típicas dos povos orientais explicam em parte o aspecto mais diferente, do ponto de vista de contexto e desenvolvimento, desse romance improvável (para não dizer impossível). O lado bom é que a dupla Keanu Reeves e Sandra Bullock combinou bem em cena. Além do mais não é nada mal ter o veterano Christopher Plummer (um dos meus atores preferidos) desfilando seu talento único em sua atuação. Outro ponto positivo vem da direção segura do cineasta argentino Alejandro Agresti. Com a sensibilidade latina no tom certo ele conseguiu dar o ritmo certo para o filme, introduzindo elementos da narrativa em doses homeopáticas, para que o público se acostumasse a essa incomum proposta.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de abril de 2016

Glenn Ford - O Pistoleiro do Rio Vermelho

Ontem assisti ao filme "O Pistoleiro do Rio Vermelho" (The Last Challenge, EUA, 1967). Sempre é bom conhecer ou rever filmes americanos de faroeste, principalmente das décadas de 40, 50 e 60, onde geralmente se situam as melhores produções da história do cinema ianque. Naqueles tempos o Western era extremamente popular e rendia excelentes bilheterias. Também eram filmes muito lucrativos pois custavam pouco, geralmente sendo rodados nos desertos do Arizona e Califórnia. Os estúdios aliás ganhavam grande parte de seus recursos justamente nesse tipo de produção. Se havia necessidade de melhorar as receitas nada mais era tão indicado como a produção de filmes desse gênero.

Ao longo do tempo a regularidade levou vários atores a se tornarem ícones desse estilo como John Wayne, Randolph Scott, Alan Ladd, etc. O caso de Glenn Ford era um pouco diferente. Ele não era um astro cowboy por excelência. Realmente chegou a atuar em muitos faroestes, mas era mais regular em dramas, filmes de aventura ou de guerra. Tanto isso é verdade que seu filme mais lembrado até hoje é "Gilda", um filme com ares de noir que acabou virando um cult para a crítica americana (status que só foi adquirido com o tempo já que em seu lançamento o filme se notabilizou mais pela bela presença de Rita Hayworth do que por qualquer outra coisa).

Assim Ford era considerado acima de tudo um astro eclético, embora nunca chegasse a ser reconhecido como grande ator. Ele era um tipo, uma espécie de estereótipo cinematográfico. Se formos pensar apenas em seus filmes de western veremos que Ford nunca chegou a atuar em um grande clássico, em uma obra prima tal como aconteceu muitas vezes com John Wayne. Na verdade ele se especializou em filmes B, baratos, que não tinham maiores pretensões a não ser render uma boa bilheteria para pagar os custos da produção e gerar algum lucro. Esse é o caso de "O Pistoleiro do Rio Vermelho". Não há uma excelente produção em cena. O filme, como todos da MGM, era certamente bem produzido, com boas locações, mas passava longe de ser uma superprodução.

Quando a fita chegou nos cinemas por volta de 1967 o western já estava saindo lentamente de moda. O público era mais velho e os jovens estavam interessados em outras coisas (não nos esqueçamos que foi nesse mesmo ano que aconteceu o verão hippie, do amor livre e do flower power). Havia muita LSD e maconha rolando entre os jovens cabeludos. Nenhum deles teria interesse em ver um filme de cowboy com um roteiro que soava até mesmo fora de época. E os valores? Será que algum jovem queria mesmo ver um duelo no velho oeste para determinar quem seria o gatilho mais rápido do Arizona? Acredito que não. Assim o que temos aqui é um filme de orçamento restrito, já meio fora de moda, com um astro já aparentando um certo cansaço.

O único interesse talvez viesse da presença da atriz Angie Dickinson, uma loira bonita, com cabelos de hippie (mesmo que o filme fosse passado no velho oeste) e personalidade feminista à frente de seu tempo (no roteiro ela era dona de um saloon, não se importando em ser falada na cidade). Outro ponto interessante é o fato de que o filme foi dirigido por Richard Thorpe. Quem é fã de Elvis Presley certamente saberá de quem se trata. Ele dirigiu dois dos mais populares filmes de Elvis: "O Prisioneiro do Rock" em 1957 e "O Seresteiro de Acapulco" de 1963. O primeiro é um marco na história do rock no cinema e o segundo um clássico da Sessão da Tarde dos anos 70 e 80. Esse faroeste foi seu último filme, afinal ele já havia dirigido quase 180 filmes desde que começou em Hollywood em 1923 (ainda na era do cinema mudo). Já era mesmo tempo de se aposentar da sétima arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de abril de 2016

Imperador

Um dos aspectos que mais me intrigaram em relação à história da Segunda Guerra Mundial foi o fato de que o imperador do Japão Hirohito jamais foi responsabilizado pelas atrocidades cometidas pelas tropas japonesas durante esse que foi o maior conflito armado da história. Ele não apenas escapou de ser julgado e punido por crimes de guerra como também contou com o apoio dos americanos em lhe manter no trono, mesmo que apenas como um líder decorativo, sem poderes reais, de fato. Assim esse filme veio bem a calhar para responder muitas das perguntas que ficaram sem respostas por anos, O filme começa logo após a rendição das forças imperiais japonesas. Duas bombas atômicas fizeram capitular um dos povos mais orgulhosos e firmes do planeta. Sem saída, após longos anos de guerra, resolveram finalmente se render aos aliados. Os americanos então finalmente desembarcaram no Japão sob a liderança do excêntrico General Douglas MacArthur (Tommy Lee Jones). O país estava arrasado após os intensos bombardeiros americanos despejarem toneladas de bombas. Tóquio, a outrora gloriosa capital japonesa, não passava de ruínas. Nada estava de pé. Tudo se resumia a cinzas.

Imediatamente MacArthur designou o General Bonner Fellers (Matthew Fox) para que iniciasse uma intensa apuração de responsabilidades do alto comando imperial. Os acusados de crimes de guerra deveriam ser encontrados, julgados e punidos com a pena de morte se fosse necessário. O problema maior era saber a real dimensão da responsabilidade do próprio Imperador. Teria ele começado a guerra ou teria sido apenas um fantoche nas mãos de militares e políticos inescrupulosos? Qual era a real dimensão de sua culpa pessoal? Considerado um verdadeiro Deus pelo povo do Japão, Fellers precisava concluir em apenas 10 dias a real dimensão da culpa de Hirohito, algo nada fácil de realizar. O roteiro, como vocês podem perceber, é extremamente interessante, principalmente para quem gosta de história. A produção do filme não é de encher os olhos, mas cumpre de forma eficiente a missão de contar essa parte da guerra que ainda hoje segue pouco conhecida. O elenco também é acima da média. Tommy Lee Jones, com seu talento habitual, ressuscita o velho e conhecido estilo nada ortodoxo de Douglas MacArthur. Já Matthew Fox se revela jovem demais para interpretar um General americano (o verdadeiro Bonner Fellers era bem mais velho do que ele). Mesmo assim, em nenhum momento, isso se torna um problema maior. O filme é realmente muito bom, sem maiores máculas. Outra boa surpresa que indico para apaixonados por história e bom cinema.

Imperador (Emperor, Estados Unidos, Japão, 2012) Direção: Peter Webber / Roteiro: Vera Blasi, David Klass, baseados na obra de Shiro Okamoto / Elenco: Matthew Fox, Tommy Lee Jones, Eriko Hatsune, Masayoshi Haneda, Colin Moy, Takatarô Kataoka / Sinopse: Após a rendição do Japão aos aliados, culminando no fim da II Guerra Mundial, dois generais americanos de alta patente precisam encontrar e punir os principais líderes militares e políticos japoneses, muitos deles acusados de terríveis crimes de guerra. Além desses precisam também descobrir a real extensão da responsabilidade do Imperador Hirohito no conflito. História baseada em fatos reais. Filme premiado no Palm Springs International Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A Entrega

Passou injustamente despercebido esse bom filme sobre o baixo clero do crime em Nova Iorque. O cenário é o bairro do Brooklyn, onde as leis nem sempre parecem importantes, principalmente nas ruas violentas onde fica o bar em que trabalham Bob (Tom Hardy) e seu primo Marv (James Gandolfini). Eles são descendentes de imigrantes irlandeses que tentam ganhar a vida na metrópole que mais parece uma selva. Anos atrás Marv perdeu seu estabelecimento para a máfia de chechenos ao apostar tudo o que tinha em jogos de azar. Agora ele se vê velho e arruinado, trabalhando para os mesmos criminosos que lhe tiraram tudo. Já Bob é um sujeito que aparenta ter alguns problemas e desvios de personalidade, agravado por um triste e trágico acontecimento em seu passado. Seu aparente retardo mental esconde algo bem mais sombrio do que muitos podem pensar. Quando o dinheiro dos mafiosos desaparece de seu bar, supostamente roubado em um crime comum, Bob e Marv precisam descobrir quem os roubou, pois caso contrário eles próprios podem pagar com suas vidas pelo crime ocorrido. Afinal os chechenos não deixariam barato o fato de alguém ter tido a arrogância de roubá-los.

O roteiro pode parecer áspero e frio, principalmente pelo fato dos personagens serem todos, em maior ou menor grau, bem esquisitos. Isso porém é apenas uma impressão sem muita base. Na verdade eu percebi uma grande preocupação em relação à humanidade de cada um deles. Marv, por exemplo, em mais uma ótima interpretação de James Gandolfini, é um homem que perdeu todas as esperanças. Ele mora com sua irmã e seu pai sobrevive com ajuda de aparelhos. Pessoas assim, no limite, costumam partir para atitudes extremas e inconsequentes. É justamente o que ele faz, sem pensar nos problemas que tudo irá causar. Já Bob é um presente para qualquer ator. Esqueça o Tom Hardy de "Mad Max", aqui o ator se transforma, criando uma caracterização perfeita do solitário e perturbado Bob. Um cara que parece ser normal, até covarde e indefeso, com um QI bem abaixo da média, mas que na realidade não hesita em fazer o que for necessário. Sua humanidade é explorada com o relacionamento que tem com uma garota atormentada por seu ex-namorado, um presidiário à beira da insanidade. Então é isso. "A Entrega" é bem escrito, atuado e dirigido. Tem uma bela mistura de drama, romance e filme policial, tudo muito bem desenvolvido. Não há nada melhor do que assistir a bons e inteligentes filmes como esse. Certamente deixo a recomendação.

A Entrega (The Drop, Estados Unidos, 2014) Direção: Michaël R. Roskam / Roteiro: Dennis Lehane, baseado no conto "Animal Rescue" / Elenco: Tom Hardy, James Gandolfini, Noomi Rapace, Matthias Schoenaerts, John Ortiz / Sinopse: Um bar pertencente à máfia chechena de Nova Iorque é assaltado. O dinheiro roubado pertence aos mafiosos que começam a pressionar os seus próprios empregados para descobrirem quem afinal roubou toda a grana. Bob (Tom Hardy) e seu primo Marv (James Gandolfini) assim precisam descobrir e desvendar o crime antes que eles mesmos paguem com a vida pelo que ocorreu. Filme premiado no Zurich Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Os Garotos Perdidos

Título no Brasil: Os Garotos Perdidos
Título Original: The Lost Boys
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Jan Fischer, James Jeremias
Elenco: Jason Patric, Corey Haim, Kiefer Sutherland, Dianne Wiest
  
Sinopse:
Depois de se mudarem de sua cidade dois irmãos começam a suspeitar que a região para onde foram morar está na verdade infestada de vampiros pelas redondezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror. Também indicado nas categorias de Melhor Maquiagem, Figurino, Ator (Corey Haim) e Melhor Ator Coadjuvante (Barnard Hughes).

Comentários:
Muitos dizem que Joel Schumacher é um cineasta que só realiza porcarias. Bobagem, ele certamente é um diretor de altos e baixos, mas também acerta o alvo quando lhe convém. Esse "The Lost Boys" é um exemplo. Pense bem, esse filme já adentrou a esfera dos cult movies, sendo considerado hoje em dia um dos melhores filmes de terror dos anos 80 - o que não deixa de ser um título pra lá de honroso. O roteiro não esconde suas pretensões. Foi uma forma de revitalizar a figura do vampiro para as novas gerações. Não no sentido do que hoje isso significa (transformando vampiros em adolescentes bobos e apaixonados), mas sim em resgatar o monstro do passado para lhe dar uma nova roupagem, mas de acordo com os jovens daquela época. O resultado se mostra desde o começo muito acertado. Há ótimas decisões de linguagem, como a câmera sobrevoando a cidade como se fosse o ponto de vista de um vampiro e uma trilha sonora muito bem escolhida, com alguns clássicos do rock. Além disso o uso bem bolado do visual Heavy Metal dos jovens dos anos 80 acabou, vejam só, se encaixando muito bem na proposta. Enfim, "The Lost Boys" é realmente um achado para quem curte vampiros adolescentes assassinos em geral. Uma ótima diversão que resistiu até mesmo ao tempo, mostrando que tal como seus personagens também se mostra forte candidato a se tornar também imortal. Quem diria...

Pablo Aluísio.

Need for Speed - O Filme

Título no Brasil: Need for Speed - O Filme
Título Original: Need for Speed
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Scott Waugh
Roteiro: George Gatins
Elenco: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots

Sinopse:
As coisas não andam muito bem para Tobey Marshall (Aaron Paul). Tudo o que sempre sonhou foi ser um grande piloto de corridas, mas a realidade é bem diferente disso. Após a morte de seu pai, ele herdou uma oficina praticamente falida que toca ao lado de seus amigos de longa data. Para escapar do tédio resolve participar de perigosos rachas com carros possantes nas ruas da cidade onde mora. Esse seu hobby ilegal porém o colocará em muito problemas, inclusive com a lei.

Comentários:
Adaptação para o cinema do game "Need for Speed", um dos mais populares de seu nicho de mercado. Bom, só o fato de ser baseado em um game já jogaria as expectativas lá para baixo, uma vez que até hoje essa transição nunca deu muito certo - aliás legou à sétima arte grandes bombas cinematográficas. Curiosamente esse aqui não é tão ruim, na verdade até diverte bastante, se o espectador se concentrar basicamente nas cenas de velocidade e corridas. O filme tecnicamente é muito bem realizado, com ótima edição e impressionantes efeitos sonoros, o que era de se esperar pois os carrões exigem esse tipo de tecnologia. Outro ponto forte do filme vem com a presença do carismático Aaron Paul, sim, ele mesmo, o Jesse Pinkman de "Breaking Bad". Livre das amarras contratuais da série ele agora tenta fazer a (sempre complicada) transição para o mundo do cinema, deixando o mundo da TV para trás. Seu filme anterior, "Uma Longa Queda", que inclusive já comentei aqui pelo blog, não era grande coisa, mas esse pode ser um novo recomeço para o ator nas salas de cinema, uma vez que o filme acabou sendo bem sucedido em termos de bilheteria. Os fãs dos games provavelmente vão preferir seus jogos, já que são linguagens diferentes, mas os fãs de filmes de ação e carros possantes certamente gostarão do resultado, pois de uma certa forma o filme chega até mesmo a ser melhor do que a franquia "Velozes e Furiosos", o que não deixa de ser uma boa notícia para os aficionados nesse tipo de produção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Imensidão Azul

Título no Brasil: Imensidão Azul
Título Original: Le grand bleu
Ano de Produção: 1988
País: França, Estados Unidos, Itália
Estúdio: Gaumont, Les Films du Loup
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Robert Garland
Elenco: Jean-Marc Barr, Jean Reno, Rosanna Arquette

Sinopse:
Dois amigos de longa data, um francês e um italiano, entram numa disputa sem limites. Grandes mergulhadores, eles resolvem competir entre si para saber quem seria o maior mergulhador em águas profundas. A rivalidade entre ambos porém não fica apenas nas competições esportivas mas na disputa pelo coração de uma bela americana também. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme assinado por Luc Besson que tive o privilégio de assistir. A ocasião não poderia ser melhor, um festival de cinema cult, onde se fazia um panorama do novo cinema francês. A primeira impressão que "Le grand bleu" causa no espectador é de extrema beleza. Não há outra forma de definir. O cineasta fez questão de que cada tomada tentasse de alguma forma fazer jus à beleza do mar, seu infinito azul e seus mistérios. O roteiro certamente explora a obstinação do ser humano, na figura do mergulhador que deseja bater o recorde mundial a todo custo, sempre tentando superar os outros e a si mesmo. Apesar dessa linha narrativa o grande protagonista não é o homem mas a natureza, o mar. Esse é o tipo de filme que fica para sempre em sua mente por causa da beleza das imagens. O elenco não era marcante (para falar a verdade apenas Rosanna Arquette tinha algum nome pois Jean Reno não era tão famoso como agora) e o diretor pouco conhecido fora da França. Assim o que fez o filme se destacar, ganhando vários prêmios mundo afora foi mesmo sua maravilhosa fotografia. Um dos mais bonitos retratos das profundezas do oceano e dos limites do homem jamais feito.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de março de 2016

Tennessee

Esse é um pequeno filme independente (custou meros quatro milhões de dólares apenas) que conta em seu elenco com uma estrela pop da música americana, a cantora Mariah Carey. Ela interpreta Krystal, uma garçonete infeliz que cruza o caminho de dois irmãos em busca de redenção. Eles estão voltando para a sua cidade natal no Tennessee em busca de seu pai, um sujeito violento e abusivo, que foi largado pela esposa por causa da violência. Os dois irmãos também sofreram muito na infância, mas agora retornam com um motivo forte: o pai pode ser o doador de medula óssea que irá salvar a vida de um dos irmãos que está morrendo de leucemia. Como a vida de Krystal também não é o que se pode qualificar de  feliz, ela resolve pegar a estrada junto com eles. Seu objetivo é chegar em Nashville pois ela tem um sonho de se tornar cantora. O problema é que seu marido vai atrás, pois não admite o fim de seu casamento.

O sonho de Mariah Carey sempre foi emplacar uma carreira de atriz. Infelizmente ela começou mal com o fracasso de "Glitter: O Brilho de uma Estrela". Agora ela caminha por ares mais independentes, diria até mesmo indie. O filme é modesto, de baixo orçamento, mas tem qualidade. A fotografia é muito bonita e se o roteiro não chega a ser brilhante pelo menos não decepciona. A trama é convencional, nada do que ainda não se viu em centenas de filmes ao estilo "road movie", porém agrada no final das contas. Também proporciona ao espectador uma visão da América menos glamorosa, com seus motéis baratos de beira de estrada e uma galeria imensa de personagens que apenas vagam pela vida, sem muitas esperanças ou sonhos de grandeza. Assim o público acaba atravessando estados americanos do Texas, Arkansas, Alabama, chegando até o distante Tennessee onde finalmente acontece o clímax da história. Uma boa visão de uma América mais realista e menos idealizada.

Tennessee (Tennessee, Estados Unidos, 2008) Direção: Aaron Woodley / Roteiro: Russell Schaumburg / Elenco: Adam Rothenberg, Ethan Peck, Mariah Carey, Lance Reddick / Sinopse: Krystal (Carey) é uma garçonete que ao lado de dois irmãos cruza o sul dos Estados Unidos em direção ao estado do Tennessee. Ela quer se tornar cantora em Nashville e eles procuram pelo pai para que ele se torne doador de medula para o filho que está morrendo de leucemia. Algo que o marido de Krystal, um policial violento e abusivo, tentará impedir de todas as maneiras.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Fuga de Absolom

Título no Brasil: Fuga de Absolom
Título Original: No Escape
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Michael Gaylin
Elenco: Ray Liotta, Lance Henriksen, Stuart Wilson
  
Sinopse:
O filme conta a estória do capitão J.T. Robbins (Ray Liotta). Acusado e condenado pela morte de um general ele é levado para uma prisão de segurança máxima localizada numa ilha distante e isolada. O Estado envia para lá os piores elementos da sociedade, para que morram esquecidos. Nesse lugar esquecido por Deus acaba sendo criada uma sociedade entre os prisioneiros onde impera o barbarismo e a violência. Não existem normas, apenas imposições implantadas por força bruta e violência insana. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ficção.

Comentários:
Eu nunca fui particularmente muito fã desse tipo de ficção. Você certamente conhece esse tipo de argumento, passado em um futuro não muito distante, onde a tecnologia high-tech convive com uma sociedade doentia, prestes a entrar em colapso social. Nesse roteiro em especial temos uma prisão do futuro, um lugar simplesmente hostil e violento onde presos de grande periculosidade vivem isolados, numa ilha que foi transformada em presídio, onde o que impera mesmo é a lei do mais forte. Por essa razão não adianta se iludir pois não existem regras ou perdão dentro daqueles muros. Quando vi pela primeira vez até curti o estilo, mas hoje em dia vejo que não há mais espaço para produções como essa em minha vida de cinéfilo. Curioso porque o diretor Martin Campbell iria ser escalado logo depois para dirigir "007 Contra GoldenEye", demonstrando que o estúdio havia gostado do resultado final, principalmente por causa das boas cenas de ação que dirigiu (já que o roteiro definitivamente não era grande coisa). Dois filmes de Zorro depois (A Máscara do Zorro e A Lenda do Zorro) e mais um bom filme da franquia James Bond (007 - Cassino Royale) e a carreira do diretor seria praticamente destruída pelo desastre comercial do péssimo "Lanterna Verde". Pelo visto por essa nem seu mais persistente pessimismo futurista esperava.

Pablo Aluísio.

Resgate Suicida

Título no Brasil: Resgate Suicida
Título Original: North Sea Hijack
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Cinema Seven Productions Ltd., Universal Pictures
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Jack Davies
Elenco: Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins
  
Sinopse:
Kramer (Anthony Perkins) é um terrorista que tem como alvo uma plataforma de perfuração de petróleo no Mar do Norte. Ffolkes (Roger Moore) é um milionário excêntrico que decide formar uma tropa de voluntários em busca de ação para enfrentar os terroristas no local. Chantageado, o governo inglês resolve ceder, dando uma chance para que Ffolkes e seus homens completem sua missão, que para alguns, seria também suicida.

Comentários:
Um trio de respeito protagoniza essa fita de ação do final dos anos 1970. Roger Moore, James Mason e Anthony Perkins formam o trio básico de personagens que se enfrentam em uma região fria e distante, já perto do polo norte. A intenção é retomar o controle de uma base de perfuração da indústria petrolífera nos mares do Norte que foi tomada de assalto por um grupo de terroristas internacionais. Obviamente se trata de mais uma tentativa de faturar uma bela bilheteria usando como atrativo de público a presença do ator Roger Moore. O astro estava colhendo os frutos da popularidade trazida pela franquia de James Bond e vinha de dois grandes sucessos comerciais: "007 - O Espião Que Me Amava" (onde interpretava pela terceira vez James Bond) e "Selvagens Cães de Guerra" (filme também dirigido pelo cineasta Andrew V. McLaglen). Assim os objetivos ficam claros desde a primeira cena. A intenção é realmente agradar ao público que havia lotado os cinemas nas duas produções anteriores. O resultado porém ficou abaixo das expectativas, talvez por causa do roteiro que foi criticado na época de lançamento do filme. Isso porém em nada atrapalha a diversão, ainda mais valorizada por uma atuação muito boa de Anthony Perkins! Nenhum ator foi tão perfeito para interpretar vilões insanos como ele! Sua atuação acaba valendo pelo filme inteiro.

Pablo Aluísio.

Fim de Caso

Título no Brasil: Fim de Caso
Título Original: The End of the Affair
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Neil Jordan
Roteiro: Graham Greene, Neil Jordan
Elenco: Ralph Fiennes, Julianne Moore, Stephen Rea
  
Sinopse:
Londres, 1946. O escritor Maurice Bendrix (Ralph Fiennes) não consegue superar uma velha paixão, mesmo com o passar dos anos. Sarah Miles (Julianne Moore) é o foco de sua afeição. O problema é que ela é a esposa de Henry Miles (Stephen Rea), um conhecido seu. Dois anos depois descobre que finalmente o casamento entre eles acabou. Agora ele percebe que sua velha obsessão por Sarah reacendeu e parece disposto a consumar de uma vez por todas essa complicada relação amorosa. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Julianne Moore) e Melhor Fotografia.

Comentários:
Neil Jordan faz parte daquele seleto grupo de cineastas que você pode encarar todo e qualquer filme que faça parte da sua filmografia sem receios. Ele é um artesão da sétima arte. Muito sofisticado, lidando com planos e ideias mais bem elaboradas, é sem dúvida um dos diretores mais talentosos de sua geração. Aqui nesse "The End of the Affair" ele optou por focar suas lentes em uma paixão que resiste, que por várias razões nunca consegue se consumar de forma definitiva. Um verdadeiro karma maldito que se abate sobre esses dois amantes apaixonados. A fotografia é linda, valorizando ainda mais a relação existente entre o estado psicológico e emocional de todos os personagens e o clima ora sombrio, ora ofuscante na cidade, que aliás parece ter vida própria. A chuva, que nunca parece parar de cair, simboliza a melancolia de sentimentos que se abate sobre o casal. Ralph Fiennes e Julianne Moore formam uma maravilhosa dupla de protagonistas. Ela sempre me pareceu muito charmosa e sofisticada e aqui acabou encontrando uma película à sua altura. Recebeu uma indicação ao Oscar e sendo bem sincero merecia ter sido a vencedora. Ele, mais uma vez, demonstra porque é considerado um dos mais talentosos atores ingleses. Bastante badalado em sua lançamento esse filme certamente mereceu todas as indicações e prêmios que recebeu. Um drama romântico Classe A.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2016

47 Ronins

Título no Brasil: 47 Ronins
Título Original: 47 Ronin
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: H2F Entertainment, Mid Atlantic Films
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan, Hossein Amini
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Ko Shibasaki
  
Sinopse:
Kai (Keanu Reeves) é um mestiço, filho de um inglês e uma japonesa que por essa razão é abandonado ainda criança em uma floresta. Resgatado por um senhor feudal acaba trabalhando e vivendo para seu mestre praticamente por toda a sua vida. Quando esse sofre um ataque de um rival que tenciona rebaixar todos à meros Ronins (Samurais sem mestres), Kai entende ter chegado a hora de provar sua lealdade a quem lhe ajudou no passado.

Comentários:
Um bom filme de ação e aventura, com bastante fantasia e magia, tudo sob o ponto de vista da cultura oriental. "47 Ronins" tenta mesclar essa dualidade de culturas para criar um filme que no final das contas servirá como bom passatempo. Não é de hoje que os ocidentais possuem essa atração pelos antigos samurais. Obviamente que muita coisa não passa de lenda e por essa razão não há muito rigor do ponto de vista histórico nessa produção (nem era a intenção de seus realizadores fazer algo nesse sentido, para falar a verdade). Assim o que temos é realmente diversão à toda prova, inclusive com um roteiro que se não chega a ser excepcional cumpre seus objetivos. Keanu Reeves continua o mesmo. Ele nunca foi visto como um bom ator, pois na maioria das vezes sua expressividade é quase nula. Como seu papel ajuda nesse modo de "entrar mudo e sair calado" não há muitos problemas decorrentes dessa sua forma de atuar. O filme foi bem criticado, muitos não gostaram, mas se você souber abaixar um pouco as expectativas certamente se divertirá. O segredo é saber o que vai se encontrar pela frente.

Pablo Aluísio.

Orgulho & Preconceito

Título no Brasil: Orgulho & Preconceito
Título Original: Pride & Prejudice
Ano de Produção: 2005
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Focus Features, Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Joe Wright
Roteiro: Deborah Moggach
Elenco: Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Carey Mulligan, Donald Sutherland 
  
Sinopse:
Baseado na obra imortal escrita por Jane Austen, "Pride & Prejudice" conta uma história de amor em um momento particularmente complicado na vida de personagens que se vêem tragados por eventos de proporções mundiais. O enredo mostra a vida de cinco irmãs inglesas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia Bennet - que sonham em se casar com o homem perfeito. O problema será superar todas as dificuldades que irão surgir pela frente. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino, Música e Atriz (Keira Knightley).

Comentários:
Ainda demorará alguns anos para que outras cinematografias alcancem o nível de sofisticação e classe do cinema inglês. Há toda uma preocupação em adaptar obras literárias importantes (como as de autoria da genial Jane Austen) e um cuidado todo especial em realizar pesquisas históricas para se chegar com máxima fidelidade possível nos modos de ser e se vestir das pessoas que viveram na época em que se passam os enredos narrados por essa escritora. O resultado é simplesmente impecável, valorizado por personagens extremamente humanos e bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico e emocional. O filme foi mal qualificado e classificado no Globo de Ouro concorrendo na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Essa gafe acabou virando uma chacota entre a imprensa britânica. Obviamente que a graça está presente em muitas das obras de Austen, mas considerar um filme como esse como uma mera "comédia" só deixa exposto uma certa falta de sofisticação intelectual por parte dos americanos. Ignore isso e se delicie com as maravilhosas observações, ora cínicas, ora críticas, de Jane Austen sobre as convenções sociais de seu tempo.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de março de 2016

Velozes & Furiosos 7

Título no Brasil: Velozes & Furiosos 7
Título Original: Furious 7
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jason Statham, Michelle Rodriguez, Kurt Russell
  
Sinopse:
Dominic Torretto (Vin Diesel) e sua gangue decidem deixar o mundo do crime. Na realidade após sua última incursão criminosa percebem que chegou mesmo a hora de parar com suas atividades mercenárias. Cada um membro de sua antiga equipe precisa seguir em frente, trilhando caminhos próprios. O problema é que o passado muitas vezes deixa rastros e deles surgem pessoas e organizações do mundo do crime empenhadas em acertar contas com algo que ficou para trás. Um lição que Torretto entenderá muito bem em breve.

Comentários:
Eu acredito que nem o mais otimista produtor de cinema poderia imaginar que essa franquia ainda poderia render tanto. " Velozes & Furiosos 7" chegou nos cinemas americanos nesse fim de semana de forma arrasadora, faturando quase 150 milhões de dólares, se tornando a nona melhor estreia de um filme na indústria. Qual é o grande segredo nessa equação de sucesso comercial? Em minha opinião tudo isso foi gerado pelo morte trágica do ator Paul Walker em 2013. Ele morreu em um terrível acidente bem no meio das filmagens. Muitas de suas cenas ficaram assim no meio do caminho, inacabadas ou não realizadas. Muitos pensaram que o projeto seria arquivado definitivamente, deixado de lado, até como uma homenagem a Walker. Ledo engano. O estúdio não iria perder milhões de dólares em investimentos assim, da noite para o dia. Dessa maneira e usando da tecnologia atual, Walker foi parcialmente recriado digitalmente, inserido em sequências e reaproveitado usando-se da magia do cinema. Claro que algo nesse estilo chamaria a atenção do público. Dito isso, devo confessar que essas serão algumas das poucas qualidades de "Velozes   & Furiosos 7" que você conseguirá encontrar ao assistir o filme. O roteiro é básico, muito básico mesmo, e o filme só se sustenta pelas excelentes tomadas de ação desenfreadas. Com o sucesso espetacular não tenho a menor dúvida que a fórmula será levada em frente nos anos que virão, até seu completo esgotamento. É cinema fast food, descartável, sem profundidade e derivativo, mas se o público adora, o que se pode fazer? Nada, os executivos dos estúdios agradecem.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Victor Frankenstein

O texto a seguir contém alguns spoilers. Por isso se ainda não viu o filme pare por aqui a leitura. Pois bem, assisti recentemente a essa nova versão do livro de Mary Shelley. Pouca gente sabe, mas ela escreveu o livro para tentar ganhar uma aposta com outros escritores, amigos dela, que toparam vencer a disputa de quem iria escrever o livro com a trama mais aterrorizante. Shelley apenas pegou o que havia em sua volta - um incrível sentimento de otimismo e medo sobre os avanços da ciência de seu tempo - e acabou criando uma obra realmente imortal (e lá se vão quase duzentos anos da publicação original de Frankenstein!). Na essência é um conto de monstro, mas tudo tão genialmente criado que não é de se admirar que o enredo tenha sobrevivido a todas essas gerações. Dois séculos depois de ser escrito a estória ainda mostra força. É algo para poucos.

Aqui, para fugir um pouco do que já se viu nos vários filmes anteriores, os roteiristas resolveram se debruçar mais na vida de Igor, o corcunda assistente do Dr. Frankenstein. Nas adaptações anteriores ele era apenas um ser grotesco com uma séria deformidade física. Aqui criaram uma personalidade, emoções e sentimentos para ele. Isso se explica porque o ator que o interpreta é o astro juvenil Daniel Radcliffe da franquia "Harry Potter". Não cairia bem escalar um ator tão popular para interpretar um personagem tão raso e repugnante. Para não deixá-lo com aspecto asqueroso durante todo o filme os roteiristas inventaram moda, fazendo com que ele não fosse corcunda de verdade, tendo apenas um abscesso de líquidos, algo que o Dr. Frankenstein logo resolve com uma seringa e um método de drenagem nada ortodoxo. O encontro entre Igor e o seu mestre (o ponto central da narrativa) se dá em um circo. O médico está lá em busca de partes de animais para suas experiências. Ao ver que Igor (nome esse que só se dará a ele depois) tem muito conhecimento de anatomia e medicina (algo que adquiriu de forma autodidata) resolve lhe libertar da companhia circense (onde é praticamente um escravo do dono do circo). A partir daí começam as experiências que Frankenstein sonha realizar - trazer restos de corpos humanos de volta à vida com o uso de energia elétrica. Isso era uma crença na época em que o livro foi escrito, simplesmente porque ao se aplicarem choques elétricos em órgãos humanos mortos eles mostravam reação - obviamente causado pela passagem da carga elétrica que se deslocava pelos tecidos. Como a eletricidade ainda era algo novo na ciência criou-se esse mito que foi explorado pela escritora.

James McAvoy está bem como Victor Frankenstein. O sujeito tem traumas por causa da morte de seu irmão Henry. Ele se torna um ateu e resolve provar que a ciência teria todas as respostas, o que obviamente se tornaria uma heresia sob o ponto de vista religioso. Para ele religião não passaria de meras superstições de mentes primitivas. Essas discussões teológicas porém são superficiais (mas convenhamos, não deixam de ser interessantes). Para quem vai ao cinema ver um filme de Frankenstein o que importa mesmo é ver como a criatura vai surgir dessa vez em cena. Fizeram um design bem interessante para o monstro, algo que lembra até mesmo o visual clássico do antigo filme da Universal (mas claro tirando todas as devidas proporções). Para falar a verdade o macaco que Victor consegue ressuscitar é mais aterrorizante do que o grandalhão movido a fúria que vemos na cena final. O diretor escocês Paul McGuigan criou um cenário muito evocativo das clássicas adaptações, mas não foi muito além disso. Faltou maior ousadia, talvez pelo fato desse ter sido o primeiro filme de grande orçamento de sua carreira - ele antes se limitou a trabalhar em séries de TV como a popular "Sherlock" e nada muito além disso. Assim essa nova versão não escapa muito da pecha de blockbuster de cinema comercial, mas mesmo assim há coisas boas para se curtir no filme como um todo. Até porque vamos ser sinceros, qualquer filme que traga o livro de Sheller de volta à tona sempre será no mínimo interessante para os fãs de filmes de terror.

Pablo Aluísio.

O Benfeitor

O ator Richard Gere interpreta um milionário, dono de hospitais, que sofre um sério acidente de carro. Um casal amigo morre na tragédia e ele começa a se sentir culpado por tudo. Com o tratamento para se recuperar dos ferimentos acaba se viciando em morfina. As coisas começam a ir de mal a pior até que cinco anos após o acontecimento ele é convidado por Olivia (Fanning), a única filha do casal morto, para ser seu padrinho de casamento. A partir daí ele tenta de todas as formas aliviar sua culpa, começando a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, comprando uma bela casa para ambos, providenciando um emprego para o marido em seu próprio hospital e se tornando alguém próximo com quem eles podem sempre contar. A aproximação porém se torna excessiva e ele se torna assim uma pessoa invasiva demais para a intimidade de Olivia e seu marido.

Esse é o novo filme de Richard Gere. Galã no passado, ele vai finalmente, aos poucos, assumindo a idade que tem. Aos 60 anos, Gere parece não estar mais disposto a fazer o tipo sedutor. Aqui ele interpreta um homem rico que ao longo da vida sempre priorizou sua liberdade, por isso nunca se casou e nem constituiu família. Na verdade ele só era próximo mesmo de um casal de amigos que morre em um acidente onde ele indiretamente teve sua parcela de culpa. Arrasado psicologicamente por tudo o que aconteceu e com problemas de vício em drogas e bebidas, ele tenta se redimir, ajudando exageradamente a filha de seus velhos amigos. O papel ajuda Gere a ter boas cenas onde ele atua muito bem. Ele parece estar sempre no limite, desenvolvendo uma personalidade bipolar, com picos de euforia e depressão. É um bom drama, embora não seja excepcional em nenhum momento. É um filme curto que se contenta em contar uma boa história. O final talvez seja um pouco otimista além da conta, não resolvendo seus momentos mais dramáticos de forma satisfatória. Mesmo assim se trata de um bom filme, valorizado ainda mais pela boa atuação de Gere.

O Benfeitor (Ihe Benefactor, Estados Unidos, 2015) Direção: Andrew Renzi / Roteiro: Andrew Renzi / Elenco: Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James / Sinopse: Franny Hines (Gere) é um milionário filantropo com problemas de bebidas e drogas que reencontra um sentido na vida ao ter a oportunidade de ajudar a filha de um casal de amigos, mortos em um acidente no passado, do qual ele teve indiretamente uma parcela de culpa. Assim ele começa a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, algumas delas de forma exagerada e invasiva na vida conjugal deles. Filme indicado ao Tribeca Film Festival e ao Champs-Élysées Film BFestival. Premiado no Catalina Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Victor Frankenstein

Mais uma versão cinematográfica do famoso livro escrito por Mary Shelley em 1818 (a obra, como se pode perceber, está prestes a celebrar 200 anos de sua edição original). Pois bem, depois de tantos filmes é de se perguntar se ainda há algo de novo a explorar dentro desse universo literário. Para fugir do lugar comum os roteiristas inovaram em dois aspectos básicos. No primeiro procuraram valorizar a figura do personagem Igor. Para quem não se lembra ele era o assistente corcunda do Dr. Frankenstein, sempre se arrastando pelas sombras de seu laboratório sinistro. Na grande maioria das versões sua importância era bem secundária. Aqui ele ganha quase o foco principal, até porque é interpretado pelo ator Daniel Radcliffe (o eterno Harry Potter). O outro ponto que merece destaque é a batalha intelectual e de fé que se trava entre o Dr. Victor Frankenstein (James McAvoy) e o inspetor da Scotland Yard, Turpin (Andrew Scott). O primeiro não acredita em Deus e está plenamente convencido de que irá criar vida a partir de restos de corpos de pessoas mortas. Seu ateísmo vibra com essa possibilidade, pois seria o triunfo da ciência sobre a religião. O segundo é um policial com bastante religiosidade, que acredita sinceramente que o Dr. Frankenstein está infringindo as leis de Deus, criando por suas próprias mãos a vida humana.

A produção é excelente, com maravilhosa direção de arte. É importante chamar a atenção para o fato de que tentou-se recriar todos os cenários e reconstituições históricas dos filmes clássicos da Universal (inclusive no que diz respeito ao design da criatura). Assim Londres surge mais vitoriana (e sombria) do que nunca. De forma em geral gostei do filme. Reconheço que há exageros, principalmente nas cenas de maior movimentação e ação, claramente para satisfazer o gosto do público mais jovem que frequenta os cinemas atualmente, mas nem esse pequeno deslize desmerece o filme como um todo. O fato de Igor ter tanta visibilidade também não me aborreceu em absolutamente nada. Acredito que velhas estórias de terror como essa (e até mesmo Drácula) merecem passar por remodelações de vez em quando, desde que a essência principal do enredo original seja preservada. Foi o que aconteceu nessa produção. Manteve-se todo o background histórico com algumas pontuais modificações (como por exemplo o passado dramático e traumático do Dr. Frankenstein e a morte precoce de seu irmão, Henry). Releve tudo isso. O importante é que se trata de uma boa versão, com eventuais pequenas falhas que não atrapalham em nada. Vale o ingresso.

Victor Frankenstein (Victor Frankenstein, Estados Unidos, 2015) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Max Landis, baseado na obra de Mary Shelley / Elenco: Daniel Radcliffe, James McAvoy, Jessica Brown Findlay, Andrew Scott / Sinopse: Victor Frankenstein (McAvoy) é o filho de um renomado médico britânico. Estudante de medicina, ele resolve fazer experiências com pedaços de corpos de animais, tentando trazê-los de volta à vida com o uso de eletricidade. Depois de uma experiência bem sucedida envolvendo um macaco ele parte para a maior criação de sua carreira: a criação de vida humana através de corpos de pessoas mortas.

Pablo Aluísio. 

Começar de Novo

Título no Brasil: Começar de Novo
Título Original: Backwards
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: 13th Night Productions
Direção: Ben Hickernell
Roteiro: Sarah Megan Thomas
Elenco: Sarah Megan Thomas, James Van Der Beek, Glenn Morshower
  
Sinopse:
O sonho de Abi Brooks (Sarah Megan Thomas) sempre foi se tornar campeã olímpica de remo. Quando é selecionada para a equipe de Remo dos Estados Unidos ela fica extremamente empolgada e feliz, mas logo após se decepciona ao saber que apenas ficará no banco durante a competição. Decepcionada com as escolhas do treinador, decide abandonar tudo, resolvendo voltar para a casa da mãe. Com trinta anos e desempregada, ela pede ajuda ao treinador da escola local, Geoff (James Van Der Beek), que foi seu namorado nos tempos de adolescente. Ele lhe arranja um emprego e assim Abi começa a treinar um grupo de garotas colegiais que aos poucos vão se tornando bastante promissoras no esporte.

Comentários:
Um bom draminha que foca seu enredo nessa protagonista Abi (Thomas), que direcionou toda a sua vida para se tornar uma campeã olímpica. Os anos passaram e agora, aos 30 anos, ela vê seu sonho ruir ao ser deixada de lado pelo treinador da equipe americana de remo. Depois da decepção precisa recomeçar sua vida, até porque sua mãe agora está em seu pé para que arranje logo um emprego e tome um rumo definitivo na vida. A questão é que Abi ama o que faz, sempre quis ser atleta e não consegue se ver fazendo outra coisa na vida. Tentando se manter enquanto pensa em alguma outra coisa para fazer na vida ela reencontra casualmente um velho amor do passado, Geoff (Van Der Beek), que pode ser a resposta para todos os seus problemas, tanto profissionais como emocionais. Ele foi seu namoradinho na época da escola e agora reencontrá-lo mexe com ela que afinal de contas está meio perdida na vida, morando com a mãe e sem nenhum relacionamento amoroso mais sério pela frente. Não há nenhum nome mais conhecido no elenco a não ser o do ator James Van Der Beek que você vai imediatamente reconhecer da série popular nos anos 90 "Dawson's Creek" onde ele interpretava justamente o personagem principal Dawson Leery. A atriz Sarah Megan Thomas que interpreta Abi Brooks é também a autora do roteiro, já que a ideia do filme foi um projeto bem pessoal dela. O roteiro assim se concentra no remo, um esporte até que bem conhecido e praticado no Brasil, mas não muito popular entre o povão em geral. Não existe nenhuma cena mais marcante, o filme é na média e se contenta em contar uma boa história de superação e perseverança pois Abi acaba conquistando seus sonhos mesmo que por caminhos tortuosos e indiretos. Aliás uma das frases do filme resume muito bem todo o caminho percorrido por ela, ao aconselhar sempre seguir o seu coração nas escolhas da vida. Essa boa mensagem acaba sendo o grande triunfo do filme como um todo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Olhos Famintos

Título no Brasil: Olhos Famintos
Título Original: Jeepers Creepers
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists, American Zoetrope
Direção: Victor Salva
Roteiro: Victor Salva
Elenco: Gina Philips, Justin Long, Jonathan Breck
  
Sinopse:
Retornando para casa durante as férias de primavera, os irmãos Darry e Patricia Jenner testemunham a aparição de uma criatura bem sinistra que parece ir até um túnel sombrio. O fato os deixam curiosos e eles decidem ir até aquele local para investigar do que se trata. É um esconderijo perturbador, com seres estranhos e bizarros. Agora eles também entendem que são as próximas vítimas, pois o estranho ser começa a ir atrás deles por terem sido tão bisbilhoteiros. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Terror.

Comentários:
A fórmula pode até ser considerada batida e saturada, mas depois que você termina de assistir a "Jeepers Creepers" acaba descobrindo que ela ainda pode funcionar. Filmes de monstros nasceram com o próprio surgimento do cinema e nunca mais deixaram de fazer sucesso. Aqui temos um filme típico desse sub-gênero. Não há nada de espetacular no roteiro desse terror, a não ser o fato de que os escritores conseguiram revitalizar velhas situações, dando a impressão (nada mais do que mera impressão, é bom frisar) de que se tratava de algo novo. Brincando com o subconsciente do americano médio, que muitas vezes veio do meio-oeste, onde existem extensas fazendas e plantações, os diretores de arte criaram uma criatura monstruosa que remete aos velhos espantalhos dessas regiões. O efeito é obviamente eficiente, embora como gosto de salientar, nada muito original. Mesmo assim é um filme bacaninha para assistir numa noite entediada, sem nada mais interessante para fazer. A direção foi entregue a Victor Salva, que já havia chamado a atenção dos fãs de filmes Sci-fi antes com o estranho, mas interessante, "Energia Pura" de 1995. Depois do sucesso de "Olhos Famintos" ele ainda rodaria sua sequência, "Olhos Famintos 2" em 2003. E quem acha que a franquia não vai mais em frente é bom saber que o estúdio já anunciou agora para 2015 sua nova continuação, com o título de "Jeepers Creepers 3: Cathedral". Pelo visto essa estranha criatura ainda terá vida longa no cinema.

Pablo Aluísio

Nova York - Terra de Ninguém

Título no Brasil: Nova York - Terra de Ninguém
Título Original: The Park Is Mine
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS / Fox / Home Box Office (HBO)
Direção: Steven Hilliard Stern
Roteiro: Lyle Gorch, Stephen Peters
Elenco: Tommy Lee Jones, Helen Shaver, Yaphet Kotto

Sinopse:
Um veterano da Guerra do Vietnã resolve tomar literalmente de assalto o Central Park em Nova Iorque, como um ato de revolta e protesto contra a forma como os veteranos são tratados pela sociedade após seu retorno do campo de batalha para casa. Arma-se então uma verdadeira operação de guerra para tirar o ex-combatente do local. Apenas os fortes conseguirão sobreviver.

Comentários:
Sempre achei curioso esse filme, principalmente agora depois que Tommy Lee Jones teve uma carreira tão produtiva e bem sucedida, trabalhando bem em diversos gêneros cinematográficos. Na época em que esse filme foi produzido havia uma tentativa de enquadrá-lo em filmes de ação, tal como se fosse uma versão com menos músculos e mais capacidade de atuar do que o ídolo máximo do estilo Arnold Schwarzenegger. O tempo provaria que não era bem por aí. "The Park Is Mine" (literalmente "O Parque é Meu") é um telefilme produzido por Fox e CBS que trazia mais uma vez um enredo versando sobre um veterano do Vietnã que literalmente perde o controle sobre seus atos e ações, assumindo uma posição ameaçadora para a sociedade americana - de certa forma o alto número de ex-soldados que voltavam do front de guerra com problemas psicológicos e mentais acabava corroborando esse tipo de reação de medo do povo americano em geral. Um dos maiores atrativos do filme vem da presença do sempre competente Tommy Lee Jones, encarnando toda a paranoia e patriotismo ufanista dos anos Reagan. Considero uma produção muito bem feita, apesar de ter sido realizada originalmente para a TV. Talvez por isso tenha sido lançada no mercado de vídeo no Brasil pelo selo Abril Vídeo. Uma produção tão bem realizada que ninguém nota que se trata de um telefilme no final das contas. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de março de 2016

O Retorno de Arquivo X

Eu nunca acreditei em Aliens, mas sempre gostei muito da série "Arquivo X". Eu acompanhei religiosamente "The X-Files" desde os seus primeiros episódios nos anos 90, onde era exibida pela Rede Record. Estou falando de um tempo em que ainda não havia TV a cabo no Brasil e acompanhar uma série dessas não era algo tão fácil. O primeiro episódio chegou nas telas em 1993, saindo de cena em 2002 quando foi finalmente cancelada. As quatro primeiras temporadas são um primor. Alguns episódios são melhores do que muitos filmes sci-fi que são exibidos por aí nos cinemas. O sucesso trouxe uma febre e uma legião de fãs de fazer inveja a "Star Trek". Aliás ambas as séries trilharam caminhos bem semelhantes.

O problema é que depois de um certo tempo houve desavenças entre o ator David Duchovny e os produtores. Ele estava cansado de viajar ao Canadá todas as semanas (onde a série era filmada). Além disso ele tinha esperanças e ambições de emplacar uma carreira de sucesso nos cinemas (algo que nunca aconteceu). De uma forma ou outra ele abandonou o barco. Depois de sua saída novos agentes entraram, mas as coisas nunca mais emplacaram. "Arquivo X" foi declinando a cada temporada, perdendo audiência até ser cancelada após um episódio final realmente péssimo. Se tivesse sido encerrada na quinta temporada, por exemplo, teria sido um dos maiores fenômenos televisivos da história, tanto em termos de sucesso como em aspectos de qualidade.

Quatorze anos depois eis que a série retorna com praticamente a mesma equipe técnica e a dupla central formada pelos agentes Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson). Ela ainda trabalha como cirurgiã, mas sem ligação com o FBI. Ele se tornou uma espécie de ermitão obcecado, sempre buscando a verdade sobre os OVNIs e o governo americano. Eles são reunidos novamente por um político conservador que tem um programa de TV onde explora o mundo das conspirações governamentais. Transitando por esse mundo ele obviamente descobre sobre o projeto Arquivo X (agora desativado). Novamente juntos após tantos anos vão então atrás de uma jovem garota que afirma ter sido abduzida anos antes por aliens. Eles teriam implantado um processo que a deixou grávida, mas antes que os seres híbridos nascessem foram retirados pelos mesmos alienigenas.

Eu gostei desse primeiro episódio, porém sou suspeito para avaliar. Isso porque como eu disse sou grande fã da série. Assim minha visão obviamente ficou turva pelo sentimento de nostalgia. Agora, não há como negar que o roteiro não é tão bom (pelo menos nesse primeiro episódio). Existe uma correria desnecessária para tentar tornar tudo muito explicado para essa nova geração de fãs de séries. Há até um epílogo narrativo por parte de Mulder para explicar tudo o que se passou nas temporadas anteriores (como se fosse possível explicar a trama enrolada de "X-Files" em poucos minutos!). Os elementos estão lá, tudo pode vir a funcionar novamente, mas ainda é cedo para qualquer previsão segura. Tem tudo para dar muito certo. Torço para que seja muito melhor do que sua última temporada que definitivamente não deixou saudades. De qualquer forma não deixa de ser um belo presente para os velhos fãs de Mulder e Scully.

Pablo Aluísio.