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sábado, 11 de junho de 2022

Cyrano

Cyrano tem alma de poeta. Ele tem grande talento para escrever cartas românticas, com muito sentimento verdadeiro. Há muitos anos ele é apaixonado pela bela Roxanne, uma das jovens mais bonitas de sua Vila. Só que esse nobre sentimento está fadado a nunca se concretizar. Ele não se considera uma pessoa digna de se relacionar com ela. Quando Roxanne demonstra interesse por um jovem guarda chamado Christian, ela pede que Cyrano o apresente a ela. Christian é um jovem vazio, que não sabe se expressar bem. Cyrano então se propõe a escrever cartas de amor para Roxanne assinadas em nome dele. E por suas palavras ela vai se apaixonando pelo outro, que nada sabe, que é um medíocre completo.

Essa deve ser a quarta ou quinta versão da história de Cyrano de Bergerac que eu assisto. Um filme bem interessante por causa do formato que foi escolhido para contar essa famosa história de amor. Os produtores decidiram transformar o filme em um musical. As músicas ficaram muito boas deve-se reconhecer e a força do texto original se manteve intacto. Algumas mudanças foram feitas na história, como por exemplo, a aparência física do protagonista. No enredo original Cyrano era um homem com um nariz enorme, o que tornava seu rosto grotesco, fazendo com que ele jamais pudesse conquistar a linda loira de olhos azuis Roxanne, a mulher mais bonita da sua região. Nessa nova versão, com a entrada do ator Peter Dinklage, o problema do personagem mudou. Ao invés de ser uma pessoa com grande nariz ele agora é um anão. 

Peter Dinklage é um excelente ator, muito talentoso, que ajuda a manter o interesse nesse novo filme. Com boa direção de arte, figurinos bem elaborados e uma produção classe A, o filme inova em certos aspectos, mas mantém o que há de melhor nessa história, o platonismo romântico de Cyrano, o amor pelo amor, o sentimento que mesmo sendo unilateral, resiste a tudo.

Cyrano (Estados Unidos, 2021) Direção: Joe Wright / Roteiro: Erica Schmidt / Elenco: Peter Dinklage, Haley Bennett, Kelvin Harrison Jr, Ben Mendelsohn / Sinopse: o filme conta a história de um homem apaixonado, com alma de poeta, que escreve cartas de amor para sua amada, mas em nome de outro homem, um sujeito medíocre e vazio. Filme indicada ao Oscar na categoria de melhor figurino.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Destino de uma Nação

Mais uma produção que está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme do ano. Mais uma que tem como protagonista o Primeiro Ministro inglês Winston Churchill. A história se passa logo no começo da II Guerra Mundial. O premier Neville Chamberlain está desacreditado depois de tentar inúmeras vezes manter uma paz com Hitler. Com isso chega a hora de eleger um novo Primeiro Ministro. Churchill é visto com desconfiança geral, por ser considerado muito belicista. Só que diante das circunstância não há outro caminho. O roteiro assim explora a ascensão de Churchill ao poder e os primeiros desafios que teve que enfrentar, entre eles uma forte oposição dentro de seu próprio gabinete.

Antes de qualquer consideração aqui vai uma dica interessante ao leitor. Procure assistir a três filmes recentes como se eles estivessem contando a mesma história (coisa que efetivamente estão). Primeiro o cinéfilo deve ver esse "O Destino de uma Nação" que conta a subida de Winston Churchill ao poder. Depois assista a "Dunkirk" que também está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, uma produção que conta como foi a retirada de Dunquerque, algo que aliás faz parte do roteiro desse primeiro filme também. Por fim confira "Churchill" de Jonathan Teplitzky, filme de 2017, que conta os momentos decisivos da guerra, nas vésperas do Dia D, quando os aliados invadiram o norte da Europa, colocando fim na dominação nazista na Europa. Com esses três filmes o espectador terá uma ampla visão da história de Winston Churchill durante esse período histórico decisivo.

Voltando para "O Destino de uma Nação" uma das coisas que mais foram elogiadas nessa produção foi a atuação do ator Gary Oldman como Churchill. Ele não tem a idade e biotipo do Primeiro Ministro, porém conseguiu fazer um grande trabalho, mesmo embaixo de maquiagem pesada. Todos sabem que Gary Oldman sempre foi um camaleão e aqui não seria diferente. Ele só derrapa brevemente em alguns momentos, quando parece estar um pouco caricatural demais. Fora isso está perfeito. Por fim, para terminar essa resenha, chamo atenção para algumas cenas que fazem o filme valer a pena. Uma delas ocorre quando Churchill resolve pegar um metrô sozinho, para entrar em contato com o povo inglês, com o homem comum. Outro grande momento acontece quando ele finalmente supera seus adversários e conclama o parlamento para a guerra, que é inevitável. Excelentes cenas em um filme que desde já segue a passos largos para se tornar um clássico contemporâneo do cinema.

O Destino de uma Nação (Darkest Hour, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Joe Wright / Roteiro: Anthony McCarten / Elenco: Gary Oldman, Lily James, Kristin Scott Thomas / Sinopse: O filme "Darkest Hour" conta os eventos históricos reais que culminaram na ascensão de Winston Churchill ao cargo de primeiro ministro, logo no começo das invasões nazistas por toda a Europa, fatos que deram origem à II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel), Melhor Figurino (Jacqueline Durran), Melhor Design de Produção (Sarah Greenwood e Katie Spencer) e Melhor Maquiagem (Kazuhiro Tsuji e David Malinowski). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Gary Oldman).

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de março de 2016

Orgulho & Preconceito

Título no Brasil: Orgulho & Preconceito
Título Original: Pride & Prejudice
Ano de Produção: 2005
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Focus Features, Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Joe Wright
Roteiro: Deborah Moggach
Elenco: Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Carey Mulligan, Donald Sutherland 
  
Sinopse:
Baseado na obra imortal escrita por Jane Austen, "Pride & Prejudice" conta uma história de amor em um momento particularmente complicado na vida de personagens que se vêem tragados por eventos de proporções mundiais. O enredo mostra a vida de cinco irmãs inglesas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia Bennet - que sonham em se casar com o homem perfeito. O problema será superar todas as dificuldades que irão surgir pela frente. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino, Música e Atriz (Keira Knightley).

Comentários:
Ainda demorará alguns anos para que outras cinematografias alcancem o nível de sofisticação e classe do cinema inglês. Há toda uma preocupação em adaptar obras literárias importantes (como as de autoria da genial Jane Austen) e um cuidado todo especial em realizar pesquisas históricas para se chegar com máxima fidelidade possível nos modos de ser e se vestir das pessoas que viveram na época em que se passam os enredos narrados por essa escritora. O resultado é simplesmente impecável, valorizado por personagens extremamente humanos e bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico e emocional. O filme foi mal qualificado e classificado no Globo de Ouro concorrendo na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Essa gafe acabou virando uma chacota entre a imprensa britânica. Obviamente que a graça está presente em muitas das obras de Austen, mas considerar um filme como esse como uma mera "comédia" só deixa exposto uma certa falta de sofisticação intelectual por parte dos americanos. Ignore isso e se delicie com as maravilhosas observações, ora cínicas, ora críticas, de Jane Austen sobre as convenções sociais de seu tempo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Anna Karenina

O livro “Anna Karenina” é uma das obras mais famosas do autor Lev Nikolayevich Tolstoi (1828 - 1910). Publicado originalmente em 1875 o romance não é o mais expressivo do escritor (papel que cabe a “Guerra e Paz” de 1865) mas certamente sempre foi um dos preferidos da sétima arte onde já se contam seis adaptações ao longo dos anos (a primeira data de 1935 e a última de 1997). Agora chega às telas brasileiras mais uma versão, dessa vez dirigida pelo excelente cineasta Joe Wright de “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”, ambos filmes realizados ao lado de sua atriz preferida, a talentosa Keira Knightley, parceria que se repete mais uma vez aqui. O cinema de Wright é elegante, charmoso e muito sofisticado. Ele havia tentando entrar na indústria americana com seus dois filmes anteriores, “O Solista” e “Hanna”, mas agora volta para sua zona de conforto, onde realmente brilha, em adaptações de obras literárias famosas como esse “Anna Karenina”.

O enredo mostra a paixão que uma aristocrata, Anna Karenina (Kiera Knightley), nutre por um oficial da cavalaria, o Conde Vronsky (Aaron Taylor- Johnson). Ele é filho de uma condessa de alta estirpe. O problema é que Karenina é casada com outro homem, o alto funcionário imperial Karenin (Jude Law), que acaba vendo seu bom nome ser envolvido em um verdadeiro escândalo na corte por causa das aventuras extra-conjugais de sua esposa. Numa Rússia Czarista onde a nobreza vivia em luxos exuberantes enquanto a imensa massa da população sobrevivia na mais absoluta miséria, Anna Karenina toca, mesmo que superficialmente, em questões sociais, morais e políticas. A produção abraça esse ambiente de luxo e ostentação e cada cena logo se torna um colírio aos olhos. Essa adaptação não é extremamente fiel (seria muito complicado levar toda a riqueza de detalhes do livro para as telas) mas mantém um bom nível, muito digno. Já como romance e entretenimento funciona muito bem. Para os que desejam conhecer a obra que lhe deu origem mais a fundo fica a sugestão de ler o texto de Tolstoi que certamente é riquíssimo.

Anna Karenina (Anna Karenina, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Wright / Roteiro: Tom Stoppard / Elenco: Keira Knightley, Jude Law, Aaron Taylor-Johnson, Kelly Macdonald, Matthew Macfadyen / Sinopse: O filme narra o amor extraconjugal que a aristocrata Anna Karenina acaba tendo por um oficial da cavalaria. Casada, seu romance logo se torna um escândalo na corte czarista da Rússia imperial. Vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Indicado aos Oscars de Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de março de 2013

Desejo e Reparação

Uma boa crônica sobre o poder do equívoco e da mentira. Tudo camuflado em uma neblina de preconceito social. Assim podemos definir “Desejo e Reparação”. Na estória uma jovem de 13 anos chamada Briony (Saoirse Ronan, sempre expressiva) acusa um rapaz de ter cometido um estupro contra sua própria prima! Não há provas disso e tudo é fruto de mera presunção e suposição, sem qualquer base na realidade. Nem é preciso esclarecer os inúmeros problemas que isso causa dentro do meio social uma vez que a trama se passa na Inglaterra aristocrática da década de 1930. “Desejo e Reparação” faz parte daquele estilo de filme que explora os costumes da sociedade extremamente rígida daquele país. Como se sabe na Inglaterra as chamadas castas sociais são bem definidas. Existe a nobreza e a aristocracia no topo da sociedade e a classe trabalhadora bem abaixo. Embora convivam quase nunca se tocam de maneira mais privada. O filme explora muito bem esse aspecto ao colocar uma jovem da classe mais abastada acusando um rapaz da classe trabalhadora de um crime infame, mesmo sem qualquer meio de prova consistente. Ele é filho da governanta da casa e só conta com o apoio da irmã mais velha da acusadora, Cecília (Keira Knightley, em boa atuação), que acredita em sua inocência. 

“Desejo e Reparação” é uma ótima adaptação do best seller “Reparação” escrito pelo autor Ian McEwan. O texto procura desvendar as grandes e pequenas hipocrisias que geralmente se formam em sociedades de castas como a inglesa. A justiça e a lei tratam de forma diversa o acusado conforme sua origem, sua casta de nascimento. Aos ricos e bem nascidos a lei disponibiliza todas as benesses existentes, aos pobres e membros das castas inferiores só resta a dura repressão legal. Assim que é acusado o jovem Robbie é imediatamente encarcerado sem direito a apelação. A palavra da garota rica vale como verdade absoluta embora fique longe de ser. Joe Wright, o diretor, já havia mostrado boa sensibilidade em temas assim com o excelente “Orgulho e Preconceito” em 2006 e volta a mostrar habilidade aqui. Ele prioriza o poder da sugestão, nunca caindo no lugar comum ou na vulgaridade. Também mostra grande talento na direção de atores arrancando ótimas atuações, principalmente do trio principal que consegue manter o interesse do espectador do começo ao fim do filme. A sofisticação e elegância arrancaram elogias da crítica mundo afora e “Desejo e Reparação” logo ganhou status de grande arte. A produção foi indicada a sete prêmios da Academia, entre eles melhor Filme, melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan), melhor fotografia (Seamus McGarvey) e melhor roteiro adaptado (escrito por Christopher Hampton e baseado no livro de Ian McEwan). Acabou vencendo apenas o Oscar de melhor trilha sonora (Dario Marianelli). Já no Globo de Ouro se saiu melhor sendo premiado como Melhor Filme Dramático do ano. Prêmio mais do que merecido.

Desejo e Reparação (Atonement, Estados Unidos, 2007) Direção: Joe Wright / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Brenda Blethyn, Vanessa Redgrave, Juno Temple / Sinopse: Garota de família rica acusa jovem filho da governanta de ter cometido um estupro o que o coloca em uma situação extremamente delicada, mesmo sendo inocente das acusações.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O Solista

Nathaniel Ayers (Jamie Foxx) tinha tudo para ter um futuro brilhante. Ainda bastante jovem conseguiu ser aceito em uma das escolas de música mais prestigiadas e concorridas dos Estados Unidos, a Juilliard de Nova Iorque. Músico talentoso tinha realmente um caminho excepcional para trilhar nos anos que viriam. O problema é que em seu segundo ano estudando na Juilliard ele acabou desenvolvendo uma das mais devastadoras doenças mentais, a esquizofrenia. Sem condições psiquiátricas para seguir em frente teve que abandonar praticamente tudo. Sem meio de vida ou apoio de quem quer que seja, acabou nas ruas de Los Angeles, virando mais um dos milhares de sem teto que vagam pelas grandes metrópoles dos Estados Unidos. Certamente uma história bem triste e melancólica que acabou sendo descoberta meio que ao acaso pelo jornalista Steve Lopez do jornal Los Angeles Times. Sua reportagem sobre Nathaniel tocou fundo no público americano que se impressionou com a descida aos infernos do músico que vagava pelas ruas da grande cidade. Foi justamente em cima dessa série de matérias que o roteiro de “O Solista” foi escrito. Para interpretar o pobre músico esquizofrênico o estúdio escalou Jamie Foxx, que tão bem já havia interpretado outro grande músico, Ray Charles, em “Ray”. Para o papel do jornalista do Times surge Robert Downey Jr, dando um tempo em seus personagens de blockbusters como “Homem de Ferro” e “Sherlock Holmes”.

Como se vê tudo parece se encaixar em “O Solista” – trama edificante, assunto importante e temática mais do que humana. Infelizmente o filme não consegue decolar. Não há dúvidas que o cineasta  Joe Wright é talentoso. O problema é que particularmente nessa produção ele surge com a mão pesada demais. O filme não tem sutileza e nem ameniza o tema para o público em geral. O excesso de crueza e melancolia acaba tornando a obra cinematográfica um exercício muito enfadonho e complicado de acompanhar. A música que poderia ser a salvação da película surge muito tímida e em segundo plano. Além disso o excesso de exploração em torno da doença mental do protagonista deixa aquela sensação ruim de que estão forçando a barra para sensibilizar os membros da Academia para quem sabe depois concorrer a algum Oscar. Não é por aí. Temas difíceis como esse exigem uma certa sensibilidade e sutileza que certamente faltam em “O Solista”. Foxx até está bem mas não empolga e nem consegue transformar seu personagem em alguém carismático que cative o espectador. Robert Downey Jr também não ajuda muito, repetindo à exaustão todos os seus maneirismos que já conhecemos tão bem. No saldo final “O Solista” promete mais do que cumpre. A sensação de desapontamento no final da sessão resume bem o resultado final do filme.

O Solista (The Soloist, Estados Unidos, 2008) Direção: Joe Wright / Roteiro: Susannah Grant / Elenco: Jamie Foxx, Robert Downey Jr., Catherine Keener, Rachael Harris / Sinopse: Após estudar por dois anos na prestigiada escola de música Juilliard em Nova Iorque um músico negro começa a desenvolver sintomas de esquizofrenia. Diagnosticada e abandonado à própria sorte ele tenta sobreviver da melhor forma possível pelas ruas de Los Angeles até sua história ser resgatada por um famoso jornalista de um dos grandes jornais dos EUA, o Los Angeles Times.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Hanna

"Hanna" é um filme completamente diferente do que eu esperava. Para falar a verdade pensei que o filme fosse mais ao estilo do antigo clássico "Sangue Sobre a Neve" mas não é nada disso. É uma nova tentativa de Hollywood em trazer algum tipo de inovação para o cansado e saturado sub gênero dos filmes de espionagem fundados em ação e tecnologia. A premissa da garotinha que foi projetada para no futuro se tornar um tipo de super agente me lembrou imediatamente de Nikita, aquele filme com Bridget Fonda que anos depois virou seriado de TV pela Warner (coisa que acredito vá acontecer com Hanna mais cedo ou mais tarde pois o enredo é adequado para esse tipo de formato). Em termos de roteiro e argumento "Hanna" não tem muitas novidades. O ponto positivo é que mesmo superficialmente tenta-se trazer alguma profundidade para o personagem da garotinha mas tirando isso o resultado é vazio mesmo.

A melhor coisa desse filme é a presença das boas atrizes Saoirse Ronan e Cate Blanchett. A Ronan faz o papel de Hanna. É uma jovem atriz bem talentosa que já tnha me chamado a atenção desde que a vi pela primeira vez em "Desejo e Reparação". Depois disso ela ainda fez bons filmes como "Um Olhar no Paraíso". É muito promissora e sempre mostra boa presença e carisma. Já Cate Blanchett repete de certa forma o mesmo papel de espiã do mal que havia feito em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal". Até o modelito do cabelo é igual. Mesmo assim por sua bela presença em cena consegue deixar o espectador interessado, se o roteiro fosse melhor provavelmente teria brilhado mais. "Hanna" é isso, um thriller de ação nada original mas que pode ser um passatempo sem maiores compromissos se você não exigir muito. No final das contas o que mais me deixou admirado aqui foi saber que um diretor tão cult como Joe Wright (dos filmes "Desejo e Reparação" e "Orgulho e Preconceito") acabou dirigindo uma fitinha de ação como essa! Estará ele atrás do sucesso em Hollywood a qualquer preço? Quem sabe...

Hanna (Hanna, Estados Unidos, 2011) Direção de Joe Wright / Roteiro: Seth Lochhead, David Farr / Elenco: Saoirse Ronan, Cate Blanchett, Eric Bana / Sinopse: Jovem criada em uma floresta distante de nome Hanna (Saoirse Ronan) descobre que na verdade faz parte de um projeto ultra segredo do governo para a criação de super soldados do futuro.

Pablo Aluísio.