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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ripper Street

Ripper Street 1.06 - Tournament of Shadows
A TV britânica é uma maravilha! O que a TV brasileira tem de baixaria a TV inglesa tem de sofisticação. Um exemplo é essa ótima série "Ripper Street" que mostra o dia a dia de um inspetor da polícia Londrina no século XIX. Sua jurisdição é justamente no mesmo bairro, Whitechapel, onde Jack, o Estripador, cometeu seus famosos crimes. Na ruas sujas convivem crianças abandonadas, prostitutas e trapaceiros de toda ordem. Com ótima direção de arte e reconstituição histórica perfeita, "Ripper Street" é a prova que produtos de qualidade são plenamente possíveis dentro da TV aberta. Nesse interessante episódio vemos o despertar do movimento operário inglês, que começa a realizar greves por melhores condições de trabalho e salário. O que começa como algo legítimo logo se torna problemático por causa da infiltração de agentes russos entre os grevistas. Após várias investigações o inspetor Edmund Reid acaba descobrindo a identidade do tal agitador russo, mas para sua surpresa ele nada poderá fazer para deter essa ameaça por causa do serviço secreto de sua majestade. Com quase 60 minutos de duração é mais um episódio acima da média dessa série que vem conquistando cada vez mais fãs, e não apenas na Inglaterra. Altamente recomendado. / Direção: Colm McCarthy / Roteiro: Toby Finlay, Richard Warlow / Elenco: Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Ripper Street 2.01 - Pure as the Driven
Excelente primeiro episódio da segunda temporada dessa estilosa série da BBC. Tudo começa quando um policial é jogado do terceiro andar de um prédio em Whitechapel. Para sua desgraça, ele cai bem em cima da grade situada logo abaixo, ficando com a perna presa e à beira da morte. Imediatamente o inspetor Edmund Reid (Matthew Macfadyen) é chamado para iniciar todas as investigações. O que ele descobre é muito mais do que apenas uma agressão a um membro da força policial de Londres. Na verdade tudo é apenas a ponta do iceberg. O roteiro então explora todas as pistas e de repente Reid descobre que está no rastro da entrada de uma nova droga poderosa na cidade, envolvendo inclusive imigrantes chineses e membros da próprio corporação. Muito mais eficiente e viciante do que a popular morfina daquela época, o novo narcótico, chamado nas ruas de heroína, causa uma dependência absurda em seus usuários e é altamente lucrativa por ser relativamente fácil de produzir! (lembrando de certa forma do crack dos dias atuais). O que mais gostei nesse episódio em particular foi o realismo com que o tema foi tratado, sem nenhuma suavidade, apenas a realidade nua e crua dos viciados em drogas. Um momento particularmente impactante acontece quando Reid usa a própria heroína no oficial ferido para descobrir mais sobre o tráfico e produção da nova substância. Como curiosidade o episódio também traz a participação histórica de Joseph Merrick, o homem elefante, que deu origem a um belo e tocante filme dirigido por David Lynch em 1980. A série, como não poderia deixar de ser, o trata com grande respeito e dignidade. Não poderíamos esperar por outra coisa tratando-se de uma série da BBC, onde a classe realmente impera. / Ripper Street 2.01 - Pure as the Driven (Inglaterra, 2013) Direção: Tom Shankland / Roteiro: Richard Warlow / Elenco: Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Ripper Street 2.02 - Am I Not Monstrous?
A BBC a cada dia se supera com suas séries de excelente bom gosto. Nesse episódio o inspetor Edmund Reid (Matthew Macfadyen) precisa resolver a morte de uma jovem mãe, encontrada assassinada após ter seu filho numa maternidade de Londres. Na autópsia se descobre um fato inusitado, pois ela seria portadora de uma rara ocorrência genética, uma cauda remanescente. Como se trata de um caso raro Reid decide começar as investigações pelo circo de aberrações da cidade, pois ela teria sido uma das atrações daquele "Freak Show". E de fato ele acerta no alvo. Ela teria se envolvido com o filho de um importante pesquisador do museu de história natural de Londres já que seu caso despertou seu interesse, afinal de contas nada mais seria do que um vestígio da evolução natural das espécies. O problema é que o filho do pesquisador - um sujeito estranho também, imune a dor - a teria engravidado, colocando tudo a perder. Esse episódio novamente conta com a participação do personagem Joseph Merrick, o conhecido Homem Elefante. Ele teria sido testemunha de um crime cometido por um membro corrupto da corporação e inimigo declarado de Reid. O roteiro explora seu lado mais humano e também mostra uma versão por demais curiosa de sua própria morte, numa elegante e muito bem orquestrada mistura entre ficção e realidade histórica. Mais um belo episódio dessa série policial com toques vitorianos que a cada dia se torna mais relevante e interessante. / Ripper Street 2.02 - Am I Not Monstrous? (Inglaterra, 2013) Direção: Tom Shankland / Roteiro: Richard Warlow / Elenco: Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Ripper Street 2.03 - Become Man
Ricos industriais de Londres estão desaparecendo misteriosamente. Durante um show burlesco, em um teatro de má reputação que encena uma paródia das mortes de Jack, o Estripador, mais um rico homem de negócios é sequestrado. Diante disso entra em cena o inspetor Edmund Reid (Matthew Macfadyen). Inicialmente tudo leva a crer que se trata de sequestros comuns, em que bandidos pedem volumosos resgates pelas vidas daqueles bem sucedidos homens de negócios. Aos poucos porém Reid vai entendendo que há algo mais naqueles crimes. Os detalhes da investigação o acabam levando até a figura de Jane Cobden (Leanne Best), uma líder feminista no conselho municipal. Ela sempre foi conhecida por lutar pelos direitos das mulheres em uma época em que a mulher sequer tinha direito a voto. Reid descobre então que os raptos podem ter sido realizados por uma gangue feminina, formada por mulheres que trabalhavam em uma antiga fábrica química nos arredores da cidade, um lugar terrível onde elas eram expostas a condições de trabalho degradantes. Teriam os crimes uma motivação política, baseado em uma visão feminista radical do mundo? Gostei bastante desse episódio de "Ripper Street" porque ele conseguiu resgatar algo que hoje em dia não é mais tão lembrado - as terríveis condições de trabalhos das mulheres durante a revolução industrial na Inglaterra. Muitas eram expostas a produtos químicos perigosos em fábricas sem nenhuma norma de segurança. Aliás em uma época em que a legislação trabalhista praticamente inexistia a condição de vida e trabalho das mulheres em geral eram indignas e repulsivas. Belo roteiro onde os vilões (ou melhor dizendo as vilãs) não são completamente destituídas de razão. / Ripper Street 2.03 - Become Man (Inglaterra, Irlanda, 2013) Direção: Christopher Menaul / Roteiro: Marnie Dickens / Elenco:  Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Ripper Street 2.05 - Threads of Silk and Gold
Na Inglaterra vitoriana o homossexualismo era considerado crime e os seus praticantes eram presos e não raro condenados a duras penas. É justamente esse o tema desse ótimo episódio. O inspetor Edmund Reid (Matthew Macfadyen) precisa investigar um caso bem estranho: a morte de um jovem mensageiro em um quarto de hotel de Londres. Essa era uma profissão muito comum naquela época, principalmente entre os adolescentes ingleses. Para muitos deles essa função lhes proporcionavam a oportunidade de terem o primeiro emprego de suas vidas. O que Reid nem desconfia é que o simples ato de levar mensagens em quartos de hotéis nas ruas mais chiques de Londres havia se tornado mera fachada para a prostituição masculina entre homens gays e ricos. Assim o jovem mensageiro típico daqueles tempos também arranjava alguns trocados como michê nas mãos desses figurões da alta sociedade londrina. A morte do rapaz então desmascara todo esse mundo sórdido e Reid toma finalmente consciência de como era fácil burlar as leis da época. O episódio então explora muito bem esse submundo, com destaque para a boa trama explorando o jogo de traições e queimas de arquivos envolvendo altos figurões do mundo financeiro da capital britânica. A série, como já tive oportunidade de escrever, é excelente e uma das melhores coisas da TV britânica dos últimos tempos. / Ripper Street 2.05 - Threads of Silk and Gold (Inglaterra, Irlanda, 2013) Direção: Kieron Hawkes / Roteiro: Toby Finlay, Thomas Martin / Elenco: Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Ripper Street 2.06 - A Stronger Loving World
Feriadão pode ser uma boa oportunidade para tentar ao menos colocar as séries em dia. Assim assisti ontem mais um episódio de "Ripper Street", algo que já não fazia há um bom tempo. Esse episódio em particular tem um roteiro bem interessante para nós, brasileiros, que vemos a cada dia surgir novos casos de intolerância religiosa nos jornais. Ataques a membros ou símbolos de comunidades católicas ou adeptos de religiões afro-brasileiras parecem estar sempre na ordem do dia, infelizmente. Como se pode perceber o fanatismo avança sem freios no meio evangélico em nosso país, o que é triste, além de extremamente lamentável. Pois bem, no enredo de "A Stronger Loving World" uma Igreja é atacada, incendiada e pichada com textos ofensivos à fé cristã católica. Não demora muito e a culpa começa a ser atribuída a judeus do bairro. O inspetor Edmund Reid (Matthew Macfadyen) começa então a investigar e descobre que por trás de tudo, principalmente da proliferação de ódio entre religiões, existe uma pequena e estranha seita comandada por um sujeito enlouquecido que afirma estar agindo em nome do próprio anjo caído, Lúcifer. Como se isso não fosse trágico o bastante a esposa do ético e honesto sargento Bennet Drake (Jerome Flynn) se revela uma devota seguidora daquele líder completamente fanático e alucinado. Gostei bastante do roteiro desse episódio pois ele vai desvendando todo o caso com sofisticação e elegância, como convém aos bons seriados de mistério e suspense. Além disso abre margem para reflexão pois como está nas escrituras do fruto conheceremos da árvore. Assim sempre que se deparar com qualquer tipo de religião (e até partido político) que vive de pregar o ódio entre as pessoas procure se afastar imediatamente pois certamente não possuem qualquer tipo de sentimento verdadeiramente cristão. / Ripper Street 2.06 - A Stronger Loving World (Inglaterra, 2013) Direção: Kieron Hawkes / Roteiro: Toby Finlay / Elenco: Matthew Macfadyen, Jerome Flynn, Adam Rothenberg.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de março de 2016

Tennessee

Esse é um pequeno filme independente (custou meros quatro milhões de dólares apenas) que conta em seu elenco com uma estrela pop da música americana, a cantora Mariah Carey. Ela interpreta Krystal, uma garçonete infeliz que cruza o caminho de dois irmãos em busca de redenção. Eles estão voltando para a sua cidade natal no Tennessee em busca de seu pai, um sujeito violento e abusivo, que foi largado pela esposa por causa da violência. Os dois irmãos também sofreram muito na infância, mas agora retornam com um motivo forte: o pai pode ser o doador de medula óssea que irá salvar a vida de um dos irmãos que está morrendo de leucemia. Como a vida de Krystal também não é o que se pode qualificar de  feliz, ela resolve pegar a estrada junto com eles. Seu objetivo é chegar em Nashville pois ela tem um sonho de se tornar cantora. O problema é que seu marido vai atrás, pois não admite o fim de seu casamento.

O sonho de Mariah Carey sempre foi emplacar uma carreira de atriz. Infelizmente ela começou mal com o fracasso de "Glitter: O Brilho de uma Estrela". Agora ela caminha por ares mais independentes, diria até mesmo indie. O filme é modesto, de baixo orçamento, mas tem qualidade. A fotografia é muito bonita e se o roteiro não chega a ser brilhante pelo menos não decepciona. A trama é convencional, nada do que ainda não se viu em centenas de filmes ao estilo "road movie", porém agrada no final das contas. Também proporciona ao espectador uma visão da América menos glamorosa, com seus motéis baratos de beira de estrada e uma galeria imensa de personagens que apenas vagam pela vida, sem muitas esperanças ou sonhos de grandeza. Assim o público acaba atravessando estados americanos do Texas, Arkansas, Alabama, chegando até o distante Tennessee onde finalmente acontece o clímax da história. Uma boa visão de uma América mais realista e menos idealizada.

Tennessee (Tennessee, Estados Unidos, 2008) Direção: Aaron Woodley / Roteiro: Russell Schaumburg / Elenco: Adam Rothenberg, Ethan Peck, Mariah Carey, Lance Reddick / Sinopse: Krystal (Carey) é uma garçonete que ao lado de dois irmãos cruza o sul dos Estados Unidos em direção ao estado do Tennessee. Ela quer se tornar cantora em Nashville e eles procuram pelo pai para que ele se torne doador de medula para o filho que está morrendo de leucemia. Algo que o marido de Krystal, um policial violento e abusivo, tentará impedir de todas as maneiras.

Pablo Aluísio.