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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Desbravando o Oeste

Título no Brasil: Desbravando o Oeste
Título Original: The Way West
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Ben Maddow, Mitch Lindemann
Elenco: Kirk Douglas, Robert Mitchum, Richard Widmark, 
Lola Albright, Jack Elam, Stubby Kaye

Sinopse
O filme conta a história de um grupo de pioneiros que viaja em direção ao velho oeste, tendo como destino final o território do Oregon. A caravana enfrenta muitos desafios durante a longa jornada, entre eles o ataque de guerreiros nativos, a natureza selvagem da região, além da falta de água e comida naquela imensidão desértica, esquecida por Deus.

Comentários:
Excelente clássico do faroeste. O filme é valorizado por vários aspectos positivos, entre eles um bom roteiro e um elenco realmente excepcional. Os personagens dentro da história são bem desenvolvidos. O personagem de Kirk Douglas é o chefe da caravana, um tipo autoritário, implacável, que diz ter sido senador no passado, muito embora ninguém saiba ao certo se ele está dizendo a verdade. O destino de seu personagem na história gerou uma certa polêmica com o estúdio que queria um final diferente. O ator manteve posição e pediu respeito ao livro original. Sem dúvida uma escolha corajosa para a época. Já Robert Mitchum interpreta o guia da caravana. Um sujeito veterano, ponderado, de bom senso. Seu maior desafio pessoal é o fato de estar ficando cego. Enfim, um grande western, com uma ótima galeria de tipos e personagens bem estruturados. Um grande filme, sem a menor sombra de dúvidas. Um item para se ter na coleção particular de todo cinéfilo, para assim ver e rever sempre que desejar. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Selvagens Cães de Guerra

A ideia era muito boa. Reunir um grupo de atores veteranos para a produção de um filme de guerra como nos velhos tempos. "Selvagens Cães de Guerra" foi produzido já no final da década de 1970. Por essa época o que estava em moda no cinema eram os filmes do tipo "Guerra nas Estrelas". Fazer um filme com combatentes da II Guerra Mundial era considerado algo ultrapassado. Mesmo assim a Warner Bros resolveu apostar suas fichas nesse novo filme. Claro, visando atingir sobretudo os mais velhos, um grupo que ainda significava bastante em tempos de bilheteria. Afinal a velha guarda também tinha que ter seu próprio espaço na programação dos cinemas.

A Warner só contratou feras. O primeiro a entrar no projeto foi Richard Burton. Naquela altura de sua vida ele estava precisando de altas somas em dinheiro por causa do divórcio com sua ex-esposa Elizabeth Taylor. Depois de sua entrada na produção as coisas ficaram mais fáceis. O Estúdio contratou o próprio James Bond em pessoa, ou melhor dizendo, o ator que o interpretava na época, o sempre bom Roger Moore. John Wayne foi convidado, mas problemas de saúde o impediram de fazer o filme. Assim a vaga foi preenchida pelo também ótimo Richard Harris. Por fim Stewart Granger e Hardy Krüger completaram a equipe. A direção ficou a cargo do especialista inglês Andrew V. McLaglen, que anos depois iria dirigir outro filme muito parecido com esse, chamado "Os Doze Condenados".

A trama também era bem bolada. Uma multinacional britânica decidia derrubar um ditador cruel na África central. Os executivos da companhia então resolviam contratar um bando de mercenários (veteranos, em sua maioria) na cidade de Londres para enviá-los para salvar o líder da oposição, um político virtuoso e honesto que foi preso por ordens diretas do regime ditatorial que estava no poder. O problema é que ele estava seriamente doente após ficar tantos anos encarcerado. Não seria uma missão isenta de muitas dificuldades operacionais. Mesmo assim os membros da equipe se uniam, dispostos a irem até o final. Para eles uma missão dada seria sempre uma missão cumprida.

E para quem achava que esse tipo de filme não faria mais sucesso, o resultado nas bilheterias foi muito bom. Com excelente elenco formado por atores veteranos, "Selvagens Cães de Guerra" acabou virando um modelo a ser seguido nos anos que viriam. De fato basta pensar no auge dos filmes de ação que iria ocorrer na década seguinte, para entender que essa produção acabou criando mesmo um estilo novo de fazer filmes de guerra, modelo esse que seria seguido por Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, no auge de suas carreiras. A intenção não era mais reproduzir um evento histórico marcante da Segunda Guerra, mas sim apostar em incríveis cenas de ação e violência como objetivo final do filme. Richard Burton já estava no fim de sua longa carreira, mas conseguiu trazer grande veracidade ao seu personagem do Coronel Faulkner. Na época das filmagens ele também estava enfrentando o drama do alcoolismo, porém conseguiu ser profissional o suficiente para que seus problemas não transparecessem para as cenas. Já Roger Moore estava colhendo os frutos de seu sucesso como James Bond. Com tanta gente boa envolvida não poderia se ter outro resultado. O filme acabou abrindo as portas para o cinema brucutu que iria dominar a indústria cinematográfica nos anos 80.

Selvagens Cães de Guerra (The Wild Geese, Estados Unidos, 1978) Estúdio: Warner Bros / Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: Reginald Rose, Daniel Carney / Elenco: Richard Burton, Roger Moore, Richard Harris, Stewart Granger / Sinopse: Grupo de mercenários é reunido por uma grande companhia inglesa para derrubar um ditador sanguinário na África que está atrapalhando seus planos na região. A ideia é destituir o ditador do poder, para colocar em seu lugar o líder da oposição, que se encontrava preso em uma masmorra.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de abril de 2019

O Preço de um Covarde

Dee Bishop (Dean Martin) é líder de um bando de assaltantes de bancos no velho oeste. Após uma tentativa frustrada de assalto todos são presos pelo xerife July Johnson (George Kennedy). Julgados e condenados à forca, não parece mais haver esperanças para os criminosos até o dia em que chega na cidade o carrasco que vai executar o enforcamento. Homem educado, de gestos gentis, ele logo ganha a simpatia de todos. O único problema é que ele na realidade não é quem afirma ser. Na verdade se trata de Mace Bishop (James Stewart) que tentará de todas as formas evitar que seu querido irmão seja enforcado na cidade. Excelente western com um elenco maravilhoso, além de James Stewart e Dean Martin a ótima produção conta com as presenças da linda Raquel Welch e Andrew Prine. A primeira coisa que chama a atenção é o próprio personagem de James Stewart. Ele é um ladrão, tal como seu irmão, assalta bancos e mente o tempo todo, mas mesmo assim não deixa de ser charmoso e fascinante para os moradores da região. James Stewart geralmente interpretava papéis de homens virtuosos, íntegros, éticos e esse Mace Bishop é uma exceção nessa linha. Sua atuação é mais uma vez muito digna e marcante.

Ao seu lado em cena o cantor Dean Martin, mais uma vez não compromete. É curioso porque muitos decretaram o final de sua carreira no cinema após se separar de Jerry Lewis. Ledo engano. Martin conseguiu superar essa separação e ao longo dos anos construiu uma sólida filmografia com alguns filmes realmente maravilhosos. Aqui ele interpreta o irmão caçula Bishop. No fundo tudo o que deseja é escapar das garras da lei para ter um novo recomeço em algum lugar onde possa finalmente ter paz e tranquilidade. O termo “bandolero” do título original se refere a um vasto território hostil localizado além do Rio Grande (marco geográfico que separa o México dos EUA) que é na realidade uma terra de ninguém, dominado por saqueadores e ladrões mexicanos. É justamente nesse local onde se passará os eventos mais dramáticos de todo o filme. Em conclusão “O Preço de um Covarde” é mais um momento marcante na rica carreira do saudoso James Stewart, um ator diferenciado que aqui surge em cena em um papel incomum. Simplesmente imperdível.  

O Preço de um Covarde (Bandolero!, EUA, 1968) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Lee Barrett, Stanley Hough / Elenco: James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch. George Kennedy, Andrew Prine / Sinopse: Dois irmãos tentam fugir das garras da lei na fronteira entre EUA e México. Após atravessarem o Rio Grande são incansavelmente perseguidos pelo xerife Johnson. O problema é que o vasto território é um covil de ladrões e assassinos mexicanos. Quem conseguirá sobreviver a esse lugar tão hostil?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Gunsmoke

Título no Brasil: Gunsmoke
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1955 - 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Television
Direção: Andrew V. McLaglen, Harry Harris, Ted Post
Roteiro: Jim Byrnes, Dudley Bromley
Elenco: James Arness, Milburn Stone, Amanda Blake
  
Sinopse:
"Gunsmoke" narra a história do xerife Matt Dillon (James Arness) que junto ao seu filho chega em Dodge City, infame cidade do velho oeste conhecida por ser um lugar sem lei e nem ordem, infestada de bandidos, bandoleiros e foras-da-lei procurados pela justiça. Juntos tentarão trazer de volta o respeito à lei naquela desolada e distante região, esquecida por tudo e todos. Famosa série de TV que originou 635 episódios ao longo de vinte anos de exibição no canal norte-americano CBS. Série vencedora dos prêmios Globo de Ouro, Emmy, TV Land Awards e Western Heritage Awards.

Comentários:
Uma das séries mais populares da história da TV americana. "Gunsmoke" atravessou três décadas e no total teve incríveis 20 temporadas, todas com excelentes índices de audiência. Era uma época muito rica entre as emissoras de televisão nos Estados Unidos. Todas elas mantinham de alguma forma séries regulares de western em sua grade de programação. Sobre isso há dois aspectos a considerar. Alguns acreditam que as séries de faroeste contribuíram de alguma forma para a decadência do gênero no cinema, afinal de contas para que se pagaria um ingresso se era possível assistir em casa, completamente de graça? Para outros a forma de entender o sucesso do western na TV era completamente oposta. O sucesso das séries ajudou a criar toda uma nova geração de fãs do gênero, o que acabou resultando em uma sobrevida do Western nos cinemas. De uma forma ou outra é bom salientar que seriados como "Gunsmoke" eram produzidos com requinte, com tudo o que de bom o espectador tinha direito, bons figurinos, roteiros bem escritos e atores carismáticos. Não é assim de se estranhar que tenha ficado tantos anos no ar. Qualidade não lhe faltava. Um clássico do faroeste na TV, até hoje ainda muito cultuado e lembrado pelos fãs em geral.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Chisum - O Senhor do Oeste

Pelo que eu me lembre esse foi o único filme da carreira de John Wayne que retratou a famosa guerra do condado de Lincoln, o que não deixa de ser curioso porque Wayne foi um dos maiores mitos dos filmes de western e nunca antes havia interpretado nenhum personagem desse famoso evento da mitologia do oeste americano. O projeto foi de certa forma uma escolha pessoal de Wayne justamente para sanar essa lacuna em sua extensa filmografia. Obviamente que John Wayne naquela altura de sua vida não iria mais interpretar Billy The Kid ou Pat Garrett, então a solução foi colocar o velho cowboy para fazer John Simpson Chisum. Esse era um grande latifundiário da região que no meio do caos do conflito em Lincoln se posicionou ao lado do bando de Kid, o apoiando em vários momentos. Foi justamente nas vastas terras de Chisum que Billy The Kid e seu bando se esconderam quando a coisa ficou feia para o lado dele.

Claro que o personagem real Chisum não era o pistoleiro intrépido mostrado no filme. Ele, por exemplo, nunca se envolveu naqueles tiroteios todos que vimos na fita mas de qualquer maneira não deixa de ser uma escolha inteligente para inserir o duke no meio da história de Kid. Nesse aspecto tenho que confessar que o filme fica um pouco truncado. Como realizar um filme sobre a guerra do condado de Lincoln colocando Billy The Kid e Pat Garrett como coadjuvantes? E como inserir Chisum, uma peça secundária naquele conflito como o personagem principal? Basicamente é isso o que descobrimos ao assistir "O Senhor do Oeste". De qualquer forma, apesar disso, recomendo bastante esse "Chisum", que conseguiu finalmente reunir Billy The Kid e John Wayne num mesmo filme. Só isso já basta para demonstrar a importância dessa produção.

Chisum - O Senhor do Oeste / Chisum - Uma Lenda Americana (Chisum, EUA, 1970) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: Andrew J. Fenady / Elenco: John Wayne, Forrest Tucker, Christopher George / Sinopse: John Chisum (John Wayne) é um velho cowboy e proprietário de terras que se vê envolvido até involuntariamente na chamada Guerra do condado de Lincoln, um evento histórico que imortalizou os nomes de figuras lendárias do velho oeste como Billy The Kid e Pat Garrett. Roteiro parcialmente inspirado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de julho de 2016

Os Cavaleiros da Sombra

Título no Brasil: Os Cavaleiros da Sombra
Título Original: The Shadow Riders
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Entertainment
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro:  Louis L'Amour, Jim Byrnes
Elenco: Tom Selleck, Sam Elliott, Dominique Dunne, Ben Johnson, Geoffrey Lewis
  
Sinopse:
Dois irmãos, Mac (Tom Selleck) e Dal Traven (Sam Elliott) retornam da guerra civil após o seu fim. Eles pretendem retomar o trabalho no rancho de sua família, mas ao chegarem lá descobrem que suas irmãs foram levadas por bandoleiros e foras-da-lei que infestam a região. Sem pensar duas vezes os dois irmãos então resolvem partir para o acerto de contas, restabelecendo a justiça naquela terra esquecida por Deus.

Comentários:
Telefilme muito bom, acima da média, que chegou a ser lançado no mercado de vídeo no Brasil nos tempos do VHS. É curioso que nessa mesma época o ator Tom Selleck foi convidado pelos diretores Steven Spielberg e George Lucas para estrelar seu novo filme, nada mais, nada menos, do que "Os Caçadores da Arca Perdida"! Pois é, Selleck foi o primeiro ator a ser pensado para interpretar o famoso Indiana Jones. Infelizmente para todos os envolvidos ele não poderia fazer o filme pois havia assinado um contrato de exclusividade com o canal CBS, onde trabalhava atuando como o detetive Magnum na série de mesmo nome. Para amenizar um pouco a frustração de não ter feito uma das maiores bilheterias da história do cinema, Selleck acabou atuando nesse faroeste feito para a TV, para ser exibido na própria CBS. O resultado acabou sendo muito bom. O filme é bem realizado, tem uma produção muito boa (o que é de surpreender pelo fato de ser um telefilme) e ainda conta com um elenco realmente muito bom, com destaque para Sam Elliott, sempre uma excelente opção para esse tipo de filme ambientado no velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Resgate Suicida

Título no Brasil: Resgate Suicida
Título Original: North Sea Hijack
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Cinema Seven Productions Ltd., Universal Pictures
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Jack Davies
Elenco: Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins
  
Sinopse:
Kramer (Anthony Perkins) é um terrorista que tem como alvo uma plataforma de perfuração de petróleo no Mar do Norte. Ffolkes (Roger Moore) é um milionário excêntrico que decide formar uma tropa de voluntários em busca de ação para enfrentar os terroristas no local. Chantageado, o governo inglês resolve ceder, dando uma chance para que Ffolkes e seus homens completem sua missão, que para alguns, seria também suicida.

Comentários:
Um trio de respeito protagoniza essa fita de ação do final dos anos 1970. Roger Moore, James Mason e Anthony Perkins formam o trio básico de personagens que se enfrentam em uma região fria e distante, já perto do polo norte. A intenção é retomar o controle de uma base de perfuração da indústria petrolífera nos mares do Norte que foi tomada de assalto por um grupo de terroristas internacionais. Obviamente se trata de mais uma tentativa de faturar uma bela bilheteria usando como atrativo de público a presença do ator Roger Moore. O astro estava colhendo os frutos da popularidade trazida pela franquia de James Bond e vinha de dois grandes sucessos comerciais: "007 - O Espião Que Me Amava" (onde interpretava pela terceira vez James Bond) e "Selvagens Cães de Guerra" (filme também dirigido pelo cineasta Andrew V. McLaglen). Assim os objetivos ficam claros desde a primeira cena. A intenção é realmente agradar ao público que havia lotado os cinemas nas duas produções anteriores. O resultado porém ficou abaixo das expectativas, talvez por causa do roteiro que foi criticado na época de lançamento do filme. Isso porém em nada atrapalha a diversão, ainda mais valorizada por uma atuação muito boa de Anthony Perkins! Nenhum ator foi tão perfeito para interpretar vilões insanos como ele! Sua atuação acaba valendo pelo filme inteiro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Barão do Oeste

Também conhecido pelo título nacional de "Quando um Homem é Homem", esse excelente faroeste estrelado por John Wayne ainda hoje surpreende por seu bom roteiro e ótimo desenvolvimento de todos os personagens. O Inesquecível Wayne interpreta George Washington 'G.W.' McLintock, um rico fazendeiro de um território do velho oeste. A região tem pouca água e os mananciais estão todos em suas terras. Isso cria uma certa tensão entre os colonos que chegam todos os dias em busca de uma nova vida. G.W. avisa que ali não há terras férteis para plantações, mas isso não inibe a chegada de mais e mais caravanas. E também há a questão dos nativos, muitos deles amigos do fazendeiro há muitos anos. Entre os índios e os colonos logo surge uma rivalidade complicada de se administrar.

Na vida pessoal McLintock também tem problemas para lidar. Ele é casado com uma mulher de gênio forte, dada a brigas homéricas. Ela passa vários meses na capital e volta para a fazenda quando sua filha está prestes a chegar de viagem. Ela estuda em uma escola para ricos na cidade grande, na capital. McLintock fica feliz por sua família estar reunida novamente e providencia uma grande festa de boas vindas. Esse filme, como já frisei, tem excelente roteiro. De certa maneira é uma novela sobre uma família naqueles tempos pioneiros. Embora a trama tenha várias ramificações surge espaço inclusive para o humor, como na cena da briga generalizada, onde todos (inclusive John Wayne) vão parar em um grande poço de lama e argila. Enfim, um faroeste bem acima da média e um dos melhores momentos do grande Wayne no cinema.

Barão do Oeste / Quando um Homem é Homem (McLintock!, Estados Unidos, 1963) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Patrick Wayne, Stefanie Powers / Sinopse: Fazendeiro rico e poderoso precisa lidar com problemas na região onde está localizada suas vastas terras, ao mesmo tempo em que precisa resolver questões familiares envolvendo sua esposa briguenta e sua jovem filha adolescente, de volta à casa do pai para passar suas férias escolares.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de abril de 2006

O Xerife do Oeste

"O Xerife do Oeste" faz parte da última fase da carreira do ator John Wayne. É um dos últimos trabalhos do Duke. O fato é que Wayne se recusava a se aposentar pois acreditava que a aposentadoria acabaria com ele. Além disso sempre afirmava que iria trabalhar até o final de seus dias pois era a única coisa que sabia fazer na vida. Ostracismo, nem pensar. Curiosamente mesmo já envelhecido, beirando os 70 anos, o ator ainda conseguia passar carisma e prender a atenção do espectador, arrecadando boas bilheterias, isso em uma época em que o western já mostrava claros sinais de esgotamento. "O Xerife do Oeste", também conhecido como "Cahill" repete de certa forma os velhos clichês do gênero. John Wayne sabia o que o público queria dele e procurava não inventar muito. Assim ele fez questão de realizar mais um faroeste ao velho estilo, com o roteiro que poderia muito bem ter sido escrito nos anos 50. E quando digo "realizar" não é força de expressão, o filme é dele, foi produzido por seu filho, Michael Wayne, e a produção contou com dinheiro saído do próprio bolso do ator. Alguns estudiosos da carreira de John Wayne inclusive vão mais longe e afirmam que diretor apenas assinou pois foi Wayne quem realmente dirigiu as cenas.

Tanto empenho pessoal valeu a pena. "Cahill" é o que eu chamo de um produto honesto. Os fãs de John Wayne receberam justamente aquilo que esperavam, ou seja, o velho cowboy ainda liquidando seus inimigos sem fazer muita força (e sem despentear a peruca impecável), um vilão asqueroso (o ótimo George Kennedy, velho companheiro de Wayne dos filmes antigos) e um pouco de humor em pequenas pitadas aqui e ali. Só não gostei muito do final, que tem um moralismo um tanto quanto questionável. Mas isso é o de menos, "O Xerife do Oeste" vale a pena, principalmente para quem quer matar saudades do antigo astro de Hollywood. A lenda do velho oeste vive!

O Xerife do Oeste (Cahill U.S. Marshal, Estados Unidos, 1973) / Direção: Andrew V. McLaglen / Com John Wayne, George Kennedy e Gary Grimes / Sinopse: De volta a sua cidade, o xerife (John Wayne) encontra dois de seus assistentes mortos num assalto e na cadeia quatro presos, entre eles seu filho, acusados de ter participado da chacina. O obstinado agente da justiça passa a perseguir um grupo de bandidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Jamais Foram Vencidos

Que tal reunir em um mesmo filme John Wayne e Rock Hudson? Os dois tinham sido os maiores recordistas de bilheteria durante os anos 50 e 60 e agora reuniam forças no western "Jamais Foram Vencidos". O filme pode ser considerado um faroeste temporão, já que foi realizado no final dos anos 60, quando a juventude não mais se importava muito com esse gênero cinematográfico. Embora Wayne ainda mantivesse seu prestígio inabalado, Hudson vinha passando por dificuldades na carreira. Como era um galã acima de tudo, os papéis iam cada vez mais rareando com a chegada da idade e ele próprio representava naquela altura um tipo de ator que definitivamente estava saindo de moda. Ao invés do galã de visual impecável, o cinema americano agora adotava atores com grande talento mas com aparência de homens comuns, como Al Pacino, Dustin Hoffman e Robert De Niro. Atores que não tinham a estampa dos velhos ídolos como Rock Hudson. Em sua autobiografia o próprio Hudson comenta a chegada dessa nova geração de "monstrinhos" como ele apelidou os novos atores em ascensão.

Realmente era bem complicado unir duas gerações tão diferentes em um mesmo filme. Por isso o convite de estrelar um western ao lado do mito John Wayne veio bem a calhar naquele momento de sua vida. O filme em si era interessante e mostrava um oficial confederado (Hudson) que não aceitava a derrota de seu amado sul durante a guerra civil americana. Tão transtornado ficara com a perda da guerra que em um ato de profunda indignação resolve queimar sua propriedade, juntar tudo o que tinha e rumar para o México com a esperança de começar uma nova vida. Impossível não fazer uma analogia sutil com a própria carreira de Rock Hudson. Tal como o personagem de seu filme ele naquele momento era coisa do passado e deveria rumar para um novo destino. E tal como o sulista ferido ele realmente em pouco tempo deixaria o seu passado para trás (o cinema) e trilharia um novo caminho na carreira ao estrelar uma série de TV, em busca de um novo recomeço. Nunca o ditado "A Vida Imita a Arte" foi tão bem aplicado como nesse caso.

Jamais Foram Vencidos / Nunca Foram Vencidos (The Undefeated, Estados Unidos, 1969) / Direção de Andrew V. McLaglen / Roteiro de James Lee Barrett e Stanley Hough / Elenco: Rock Hudson, John Wayne, Ben Johnson e Tony Aguilar / Sinopse: Após a Guerra Civil americana graduado oficial confederado procura recomeçar sua vida em meio a um clima hostil e selvagem.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de março de 2006

O Preço de um Covarde

Dee Bishop (Dean Martin) é o líder de um bando de assaltantes de bancos no velho oeste. Após uma tentativa frustrada de assalto, todos são presos pelo xerife July Johnson (George Kennedy). Julgados e condenados à forca, não parece mais haver esperanças para os criminosos até o dia em que chega na cidade o carrasco que vai executar o enforcamento. Homem educado, de gestos gentis, ele logo ganha a simpatia de todos. O único problema é que ele na realidade não é quem afirma ser. Na verdade se trata de Mace Bishop (James Stewart) que tentará de todas as formas evitar que seu querido irmão seja enforcado na cidade.

Excelente western com um elenco maravilhoso, além de James Stewart e Dean Martin, a ótima produção conta com as presenças da linda Raquel Welch (no auge de sua beleza) e Andrew Prine. A primeira coisa que chama a atenção é o próprio personagem de James Stewart. Ele é um ladrão, tal como seu irmão, assalta bancos e mente o tempo todo, mas mesmo assim não deixa de ser charmoso e fascinante para os moradores da região. James Stewart geralmente interpretava papéis de homens virtuosos, íntegros, éticos e esse Mace Bishop é uma exceção nessa linha. Aqui ele é um vilão disfarçado. Um sujeito que se faz de homem honesto para esconder seus objetivos nefastos. Sua atuação é mais uma vez muito digna e marcante. Sem dúvida, um de seus mais interessantes personagens no cinema.

Ao seu lado no elenco, o cantor Dean Martin mais uma vez não compromete. É curioso porque muitos decretaram o final de sua carreira no cinema após se separar de Jerry Lewis. Ledo engano. Martin conseguiu superar essa separação e ao longo dos anos construiu uma sólida filmografia própria, solo, com alguns filmes realmente maravilhosos. Aqui ele interpreta o irmão caçula Bishop. No fundo tudo o que deseja é escapar das garras da lei para ter um novo recomeço em algum lugar onde possa finalmente ter paz e tranqüilidade. Martin surpreende mesmo com sua boa atuação. E pensar que ele foi por anos após uma "escada" para Jerry Lewis em seus filmes de comédia.

O termo “bandolero”, do título original, se refere a um vasto território hostil localizado além do Rio Grande, marco geográfico que separa o México dos EUA, que era nos tempos do velho oeste uma terra de ninguém, dominado por saqueadores e ladrões mexicanos. Não havia lei naquela região. É justamente nesse local onde se passará os eventos mais dramáticos de todo o filme. Em conclusão “O Preço de um Covarde” é mais um momento marcante na rica carreira do saudoso James Stewart, um ator diferenciado que aqui surge em cena em um papel incomum. Simplesmente imperdível. 

O Preço de um Covarde (Bandolero!, Estados Unidos, 1968) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Lee Barrett, Stanley Hough / Elenco: James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch, George Kennedy, Andrew Prine / Sinopse: Dois irmãos tentam fugir das garras da lei na fronteira entre EUA e México. Após atravessarem o Rio Grande são incansavelmente perseguidos pelo zerife Johnson. O problema é que o vasto território é um covil de ladrões e assassinos mexicanos. Quem conseguirá sobreviver a esse lugar tão hostil?

Pablo Aluísio.