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terça-feira, 12 de março de 2024

Caçada Humana

Caçada Humana
Existe críticos que classificam esse filme como um western. Bom, eu não concordaria com esse tipo de visão. Não é um filme passado nos séculos XVIII e XIX e nem conta uma história sobre a colonização do Oeste Selvagem. Na realidade é um filme passado nos anos 60, mostrando a ebulição social que ocorria dentro da sociedade norte-americana naquele período histórico. Marlon Brando está excelente como um xerife de uma pequena cidade do sul. O ator que sempre foi um liberal e um progressista de carteirinha, usou esse papel para de certa forma denunciar o racismo, a corrupção e até mesmo a mentalidade fascista de homens da lei que imperavam naquele momento. Brando usa seu papel para mostrar o tipo mais asqueroso possível. E nesse processo certamente sentiu um grande prazer em denunciar no cinema esse tipo de facínora fardado. 

Jane Fonda era jovem e linda quando realizou esse filme. Realmente ela estava na sua melhor forma, ainda colhendo os frutos de sua juventude. Já era, mesmo naquela idade, uma boa atriz, mas vamos convir que não conseguia fazer frente ao talento de Brando. Quando eles contracenam no filme isso fica bem claro. Brando parece uma força da natureza em sua atuação, já ela parece estar meio assustada e isso não era bem uma característica de sua personagem. Há claramente um desnível de atuação entre eles dois. O resto do elenco é excelente, contando inclusive com jovens atores que iriam virar astros em Hollywood como o próprio Robert Redford! Enfim, esse pode ser considerado um dos bons filmes de Brando naquela fase em que sua carreira estava em baixa em termos de bilheteria. Não fez o sucesso esperado e nem conseguiu dar um alívio para Brando no aspecto puramente comercial, mas é sem dúvida um grande filme de sua carreira. 

Caçada Humana (The Chase, Estados Unidos, 1966) Direção: Arthur Penn / Roteiro: Arthur Penn, Horton Foote / Elenco: Marlon Brando, Jane Fonda, Robert Redford, Angie Dickinson, Robert Duvall, James Fox, Jocelyn Brando / Sinopse: Numa pequena cidade sulista dos Estados Unidos, um xerife violento e brutal caça um fugitivo da justiça. E essa caçada se torna a maior de suas obsessões pessoais. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

O Pistoleiro Marcado

Título no Brasil: O Pistoleiro Marcado
Título Original: Young Billy Young
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: Burt Kennedy, Heck Allen
Elenco: Robert Mitchum, Angie Dickinson, Robert Walker Jr, David Carradine

Sinopse:
O pistoleiro Ben Kane (Robert Mitchum) aceita o cargo de Xerife na distante e violenta Lordsburg, um lugarejo perdido no meio da poeira do deserto. No meio da viagem para lá acaba esbarrando em Billy Young (Walker), um jovem pistoleiro que está fugindo de um grupo mexicano armado, após matar um líder revolucionário da região. Kane resolve então recrutar Young para ser seu assistente. Não será uma tarefa fácil impor lei e ordem naquela cidade, infestada de malfeitores. Kane está inclusive particularmente interessado em encontrar com um rico e corrupto fazendeiro do local, com quem tem contas a acertar por causa de um assassinato covarde ocorrido no passado.

Comentários:
Se trata de um filme menor dentro da rica filmografia do ator Robert Mitchum. Eu gosto de dizer que a época de ouro do cinema americano de western aconteceu durante os anos 1950. Da metade da década seguinte em diante os filmes de faroeste foram paulatinamente perdendo qualidade e importância. A geração hippie foi perdendo interesse naqueles cowboys cheios de integridade e honra, uma vez que seus valores eram bem outros na década riponga da cultura das drogas. Assim westerns como esse foram ficando com cara de "velhos" e "ultrapassados". Hollywood investia em outros ramos e já não havia mais orçamentos milionários à disposição para fazer grandes filmes sobre o velho oeste. A solução foi se adaptar, realizando produções mais modestas e com enredos mais simples. "Young Billy Young" já é um reflexo dessa nova mentalidade. Apesar de contar com o ótimo Robert Mitchum no elenco - com o fraco Robert Walker Jr no papel de Billy Young - o filme nunca chega a empolgar ou decolar. Com um roteiro mergulhado em clichês mais parece uma releitura tardia de outros grandes filmes estrelados por Mitchum em seu auge (aqueles sim, grandes clássicos). O ator até arrisca dar uma de cantor, cantarolando a música tema do filme, mas no geral segue em controle remoto. Fora isso nada de muito relevante. No final fica um gostinho óbvio de Déjà vu no espectador. Os bons tempos do gênero definitivamente já tinham ficado para trás.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de abril de 2021

Vestida para Matar

O mestre do suspense Alfred Hitchcock deixou vários súditos no  mundo do cinema. Um dos mais leais ao seu legado foi sem dúvida o diretor Brian De Palma. Alguns críticos de cinema nos anos 80 foram um pouco além, um pouco longe demais e afirmaram que De Palma seria o novo Hitchcock. Certamente um exagero. Porém é forçoso reconhecer que ele bem que tentou seguir esse caminho, muitas vezes resultando em bons filmes, como esse "Vestida Para Matar" onde há dezenas de referências aos filmes mais conhecidos de Hitchcock, como por exemplo, "Psicose" (na cena do chuveiro) e até mesmo "Um Corpo que Cai" (nas sequências passadas no museu). Enfim, o próprio De Palma deu muitos argumentos favoráveis a esse tipo de comparação.

"Vestida para Matar" faz parte de uma trilogia em que De Palma fez o seu melhor cinema. Completam esse ciclo os filmes "Dublê de Corpo" e "Os Intocáveis". São os filmes definitivos do diretor. Se ele não tivesse feito mais nada em toda a sua carreira, tendo apenas esses três filmes em sua filmografia, certamente ele já teria seu lugar reservado na história do cinema americano. Com doses exatas de um estilo que faria Alfred Hitchcock apreciar, esse foi um momento muito talentoso de sua carreira. Claro que revisto hoje em dia, já soa um pouco datado, algo que não aconteceu com a obra de Alfred Hitchcock. De qualquer forma sua tentativa de elevar o nível do cinema em sua época já merece todos os nossos aplausos.

Vestida para Matar (Dressed to Kill, Estados Unidos, 1980) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Brian De Palma / Elenco: Angie Dickinson, Michael Caine, Nancy Allen, Keith Gordon / Sinopse: Uma misteriosa mulher. de belos cabelos loiros, mata um dos pacientes de um psiquiatra renomado e depois vai atrás da garota de programa de luxo que testemunhou o assassinato. Quem vai sair vivo desse armadilha mortal? Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Atriz Revelação (Nancy Allen).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

À Sombra de um Gigante

Clássico do cinema americano, filme produzido e lançado na década de 1960. Qual é a história do filme? Após o fim da segunda grande guerra mundial, o coronel David 'Mickey' Marcus (Kirk Douglas) volta para a vida civil. Advogado de formação, ele retorna para seu escritório em Nova Iorque, mas é logo procurado por um grupo de judeus que pedem por sua ajuda. Há uma nova nação e um novo exército. É preciso mais do que nunca alguém que tenha experiência de guerra na liderança das forças armadas de Israel. O país criado em cima do território da Palestina é cercado por inimigos por todos os lados e Marcus é chamado para organizar um exército com os jovens idealistas que estavam dispostos a lutar por Israel. Detalhe: eles não não tinham  qualquer tipo de experiência nesse campo ou treinamento militar. Esse filme conta uma história importante na formação do Estado de Israel, quando surgiu a necessidade de criar e estruturar as forças armadas daquela jovem nação. 

Como não havia experiência militar entre os jovens que se mudaram para aquela região após a criação do país, foi necessário a contratação de militares experientes para coordenar e desenvolver todos esses preparativos. O personagem interpretado por Kirk Douglas é justamente um desses homens que vão para Israel para dar os primeiros movimentos na criação de uma força militar poderosa naquela região. Todos os eventos que vemos no filme são inspirados em fatos históricos reais. Depois do que aconteceu na II Guerra, dos tristes e lamentáveis eventos do holocausto, o povo judeu, como era de esperar, precisava agora se armar e se tornar uma potência militar para proteger todos os membros de sua nação. E os militares americanos tiveram um papel importante nessa reestruturação, contribuindo com seus conhecimentos e experiência no campo de batalha. Os resultados foram excelentes, a tal ponto que em poucos anos Israel se tornou a maior potência militar do Oriente Médio. Inclusive seu teste de fogo não iria demorar muito. Em pouco tempo o país entraria em guerra com o Egito e se sairia vencedor desse conflito.

O diretor Melville Shavelson fez um bom trabalho para a United Artists. Por causa do tema a produção contou com a boa vontade de um excelente grupo de atores de Hollywood. Há três astros no filme, todos campeões de bilheteria na época. Além de Kirk Douglas, o elenco ainda trazia o grande John Wayne em um papel coadjuvante e o cantor Frank Sinatra, em um papel ainda menor. E aqui temos aquele velho problema que sempre surgia em filmes com grandes elencos. Não havia espaço para todos. Sempre alguém era desperdiçado em cena. Foi justamente o caso de John Wayne e Frank Sinatra. Seus personagens são até importantes na história, mas os atores não contaram com tempo suficiente para desenvolvê-los bem. De qualquer forma procure relevar esse aspecto. O filme já é importante apenas pelo tema histórico mostrado. Todo o resto são apenas pequenos detalhes cinematográficos.

À Sombra de um Gigante (Cast a Giant Shadow, Estados Unidos, 1966) Estúdio: United Artists / Direção: Melville Shavelson / Roteiro: Melville Shavelson, baseado na obra de Ted Berkman / Elenco: Kirk Douglas, John Wayne, Yul Brynner, Frank Sinatra, Angie Dickinson, Senta Berger / Sinopse: O filme conta a história de um veterano militar americano que é contratado pelo Estado de Israel para ajudar na criação das forças armadas daquele país, em um momento histórico em que Israel estava se formando politicamente.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de julho de 2018

Onze Homens e um Segredo

Título no Brasil: Onze Homens e um Segredo
Título Original: Ocean's Eleven
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Lewis Milestone
Roteiro: Harry Brown, Charles Lederer
Elenco: Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr, Peter Lawford, Angie Dickinson, Joey Bishop, Henry Silva, Cesar Romero

Sinopse:
Danny Ocean (Frank Sinatra) resolve reunir seus antigos companheiros da Segunda Guerra Mundial para executar um plano mais do que ousado: roubar os quatro maiores cassinos de Las Vegas durante o ano novo! A missão contará com vários especialistas, onde cada um terá um objetivo específico a realizar. Assim que as luzes da cidade forem cortadas, os membros do grupo de Danny Ocean começarão a roubar as fortunas que os estarão esperando em seus cofres milionários na assim chamada "cidade do pecado". Indicado ao prêmio da Writers Guild of America na categoria Melhor Roteiro Original.

Comentários:
"Ocean's Eleven" é considerada a obra prima do Rat Pack, o grupo de amigos que rodeavam Frank Sinatra em seus anos de auge em Las Vegas. O cantor há muito vinha em busca de um roteiro em que pudesse encaixar todos os membros do Rat Pack e acabou encontrando o espaço que tanto queria justamente aqui. O curioso é que Sinatra filmou sua participação enquanto se apresentava em Vegas - de tarde filmava suas cenas e de noite se apresentava nos cassinos ao lado de seus companheiros. Por essa razão praticamente todas as tomadas foram realizadas de primeira, já que Sinatra não queria perder tempo. Isso em nada desqualifica o filme que é muito bem realizado, com ótima trama e elenco muito à vontade. Também pudera, no fundo era tudo uma desculpa para que todos os amigos trabalhassem juntos. Dean Martin, por exemplo, está mais cool do que nunca. Fumando um cigarro atrás do outro, vai de vez em quando ao piano para soltar seu vozeirão. O roteiro é muito bem escrito e tem um cuidado todo especial na apresentação das características de cada personagem. Só para se ter uma ideia, pelo menos metade da duração do filme é usada com esse objetivo. A direção musical foi entregue ao genial maestro Nelson Riddle, que tantos álbuns maravilhosos gravou ao lado de Sinatra. Além do bom gosto o clima de diversão traz um sabor especial para a produção. Tudo muito divertido e bem conduzido, "Ocean's Eleven" é de fato o grande clássico de Sinatra nas telas, talvez só sendo superado mesmo em sua carreira pelo genial "A Um Passo da Eternidade" de 1953.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de junho de 2018

Garotas Lindas aos Montes

Título no Brasil: Garotas Lindas aos Montes
Título Original: Pretty Maids All in a Row
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Roger Vadim
Roteiro: Gene Roddenberry, Francis Pollini
Elenco: Rock Hudson, Angie Dickinson, Telly Savalas, Roddy McDowall

Sinopse:
Um grupo cada vez maior de garotas começa a ser atacado por um criminoso desconhecido. As jovens e bonitas estudantes de um colégio na região logo ficam assustadas, com medo de saírem na rua. Michael 'Tiger' McDrew (Hudson), por outro lado, não parece se importar muito. Para ele o que realmente importa é aumentar cada vez mais o número de conquistas amorosas. Roteiro escrito por Gene Roddenberry, o criador da famosa série televisiva "Jornada nas Estrelas" (Star Trek).

Comentários:
Quando esse filme chegou aos cinemas o New York Times ironizou ao dizer: "Poxa, os filmes com Rock Hudson mudaram muito desde os tempos de suas doces e inocentes comédias românticas ao lado de Doris Day!". Era uma ironia que no fundo retratava uma verdade. "Garotas Lindas aos Montes" mostrava bem que não havia mais espaço para a inocência dentro do cinema americano. O personagem de Rock Hudson hoje em dia seria visto como um cafajeste ou em uma visão mais crítica, um misógino. Trabalhando em um High School da Califórnia (o equivalente a uma escola de ensino médio no Brasil), ele não se importa em agir fora dos padrões e seduzir quem quer que cruze seu caminho. O personagem de Rock exala sexualidade à flor da pele e com isso leva para a cama as colegas professoras, as alunas e até mesmo as secretárias. Curiosamente o próprio Rock afirmou na época que estava em busca de um papel assim, para mudar sua imagem de bom mocismo construído após tantos anos de carreira. O problema é que o público não o queria ver em personagens desse tipo e o filme afundou feio nas bilheterias, se tornando logo um grande fracasso comercial. A fita chegou até mesmo a ser rotulada de "vulgar e apelativa", dois adjetivos que jamais seriam usados nos antigos filmes de Rock. Revisto hoje em dia podemos perceber que há uma clara tentativa de ser mais ousado e moderno, pegando carona com o clima cultural da época. O problema é que não convence muito, nem mesmo na suposta trama de crime e mistério. Teria sido melhor para Rock rodar um quarto filme ao lado de Doris Day, usando daquela antiga fórmula de sucesso. Esse aqui, pelo visto, não agradou mesmo ao público da época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Onde Começa o Inferno

Título no Brasil: Onde Começa o Inferno
Título Original: Rio Bravo
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: Jules Furthman, Leigh Brackett
Elenco: John Wayne, Dean Martin, Ricky Nelson, Angie Dickinson, Walter Brennan, Ward Bond
  
Sinopse:
Baseado na curta estória de B.H. McCampbell, o filme "Rio Bravo" conta a história do xerife John T. Chance (John Wayne), que trabalha numa pequena cidade do velho oeste. Ele tem como auxiliares Dude (Dean Martin), um sujeito com sérios problemas de alcoolismo e Stumpy (Walter Brennan) um velho manco que já não mete medo em ninguém. Juntos passarão por um teste de fogo ao prenderem Joe Burdette (Claude Akins), irmão de um perigoso fora da lei da região. Sitiados em sua própria delegacia eles tentam manter o bandido preso até a chegada do delegado federal que irá levar o facínora à julgamento por assassinato. Filme indicado pela Directors Guild of America na categoria de Melhor Direção (Howard Hawks). Também indicado pelo Laurel Awards nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Dean Martin) e Melhor Drama.

Comentários:
"Rio Bravo" foi um dos maiores filmes de western da carreira de John Wayne e isso definitivamente não é pouca coisa. O filme tem um roteiro excelente que desenvolve de forma excepcional a crescente ansiedade dos três homens da lei que tentam manter atrás das grades um perigoso assassino que conta com a ajuda de uma grande quadrilha para tirá-lo de lá. A história fascinou tanto o diretor Howard Hawks que ele voltaria a realizar outro western famoso, "El Dorado", com praticamente o mesmo argumento, embora sejam filmes diferentes. Hawks realmente tinha especial paixão pelo conto que deu origem ao filme (escrito por BH McCampbel) por trazer vários temas caros à mitologia do faroeste, como por exemplo, a redenção, a dignidade dos homens da lei e a crescente tensão psicológica que antecede o confronto final. O filme já começa inovando com uma longa sequência de mais de 4 minutos sem qualquer diálogo (algo que anos depois seria copiado por Sergio Leone em "Era Uma Vez no Oeste").

Quando Dude (Dean Martin) finalmente surge em cena logo ficamos chocados com sua aparência de alcoólatra, sujo, esfarrapado, lutando para manter o pouco de dignidade que ainda lhe resta. Aliás é bom frisar que a interpretação de Dean Martin para seu personagem é muito boa, excepcional até, passando mesmo uma sensação de dependência completa da bebida. Há inclusive uma ótima cena em que ele tenta, sem sucesso, enrolar um cigarro de fumo e não consegue por causa dos tremores em sua mão (curiosamente o único close de todo o filme). John Wayne mantém sua postura irretocável em um personagem tópico de seu filmes de western. Já o velhinho Stumpy (Walter Brennan) é um grande destaque. Servindo como alívio cômico ele acaba roubando várias cenas com sua simpatia e bom humor. Em suma, "Rio Bravo" merece todo o status que possui. É envolvente, tenso, bem escrito, com excelente desenvolvimento psicológico de seus personagens e acima de tudo diverte com inteligência. Um programa obrigatório para cinéfilos e fãs de western em geral.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Corrente do Bem

Título no Brasil: A Corrente do Bem
Título Original: Pay It Forward
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mimi Leder
Roteiro: Catherine Ryan Hyde, Leslie Dixon
Elenco: Kevin Spacey, Haley Joel Osment, Helen Hunt, Jim Caviezel, Angie Dickinson, Jon Bon Jovi

Sinopse:
Um professor de high School (o equivalente ao ensino médio no Brasil) encoraja seus alunos a tornarem o mundo um lugar melhor, criando uma corrente de bons atos, boas intenções e atitudes, uma verdadeira corrente do bem. Filme premiado pelo Young Artist Awards na categoria de Melhor ator juvenil (Haley Joel Osment).

Comentários:
Sempre achei meio bobinho, com mensagem de boas intenções de botequim ou de livros de auto ajuda, daqueles bem clichês. Nada especial ou muito inteligente, só meio piegas mesmo. De qualquer maneira a coisa só piorou com o tempo, principalmente agora que o ator Kevin Spacey foi denunciado por assediar um ator de apenas 14 anos de idade, o que nos Estados Unidos é uma acusação bem séria de se enfrentar (e que dá cadeia, inclusive). Para escapar da fama de pedófilo o Spacey precisou sair do armário, dizendo que era gay, algo que enfureceu o movimento GLSBT americano, já que de forma subliminar envolveu homossexualidade com pedofilia. O mar definitivamente não está para peixe na vida dele. E nesse filme aqui o Kevin Spacey interpretava justamente um professor muito bem intencionado que se relacionava (no sentido certo da palavra) com jovens e adolescentes. É um filme que nasceu para passar na Sessão da Tarde pela eternidade e que agora corre o sério risco de virar uma piada de humor negro involuntária contada pelo destino! Quem diria...Ah e antes que me esqueça: o elenco de apoio tem desde a diva do cinema clássico Angie Dickinson, passando pelo "Jesus" Jim Caviezel, indo parar no rei do rock farofa, Bon Jovi. Uma salada ao estilo mistureba para todos os gostos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Pistoleiro do Rio Vermelho

Título no Brasil: O Pistoleiro do Rio Vermelho
Título Original: The Last Challenge
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard Thorpe
Roteiro: John Sherry
Elenco: Glenn Ford, Angie Dickinson, Chad Everett
  
Sinopse:
Dan Blaine (Glenn Ford) é um xerife de uma cidade do velho oeste que precisa lidar com sua fama de ser o homem mais rápido do gatilho de todo o Arizona. Isso faz com que ele tenha que enfrentar de tempos em tempos vários pistoleiros que vão até onde mora pois todos querem provar que são melhores do que Blaine. Entre esses desafiantes está o pistoleiro Lot McGuire (Chad Everett). Ele conhece Blaine por acaso, sem saber que ele é exatamente o xerife que procura para um duelo mortal. Dessa fortuita amizade surge um conselho dado por Blaine para que ele deixe suas ambições de lado pois certamente morrerá se for em frente com seus planos.

Comentários:
O tema desse roteiro é bem recorrente em faroestes antigos. A sina do gatilho mais rápido do oeste foi explorado em centenas de filmes. O sujeito é o melhor, mas isso também significa ter que lidar com vários desafiantes em duelos para se chegar naquele que finalmente seria o melhor da raça. Até filmes de ficção como "Highlander" beberam dessa mesma fonte. Pois bem, esse também é o destino do velho xerife Blaine (Interpretado por um envelhecido Glenn Ford). No passado ele foi o ás do gatilho, um pistoleiro temido, jamais vencido. Agora, entrando na velhice, ele procura por uma certa estabilidade na vida. Se torna xerife e começa a ter um relacionamento com a dona do saloon local, a bela Lisa Denton (Angie Dickinson). O problema é que seu passado não o abandona. De vez em quando chega uma forasteiro na cidade onde trabalha justamente para duelar com ele. Todos os pistoleiros querem o título e a honra de terem matado o homem que era considerado o mais rápido gatilho do oeste. Para Blaine não sobra outra alternativo do que enfrentá-los, já que uma recusa o colocaria na posição de covarde, algo fatal para um xerife. 

Um a um eles vão sendo mortos por Blaine, até o dia em que durante uma pescaria ele conhece esse jovem, Lot McGuire (Chad Everett), e acaba simpatizando com ele. A questão é que esse nada mais é do que mais um desafiante em sua vida. Blaine não quer matá-lo, mas pelo visto não terá outra alternativa. A direção de Richard Thorpe (que dirigiu o sucesso musical "O Prisioneiro do Rock" com Elvis Presley) é um tanto burocrática. Thorpe, que também produziu o filme, não parece ter pressa em contar sua história, o que dá um ritmo próprio ao filme, bem mais cadenciado. Isso não é necessariamente um defeito, mas uma marca do filme. Em termos de elenco o astro Glenn Ford até que cumpre seu papel, meio preguiçosamente é verdade, até porque naquela altura de sua carreira ele já não tinha mais nada a provar. O curioso é que Ford parecia sempre usar o mesmo figurino em todos os seus faroestes - até mesmo o chapéu era o mesmo! Por fim a presença de Angie Dickinson também chama muito a atenção. A atriz era bem jovem quando o filme foi feito e se sai muito bem em sua atuação (apesar da pouca idade). Ela em breve deixaria esse tipo de personagem, a de heroínas apaixonadas, para se destacar em uma bela carreira no cinema, em dramas fortes e de muita carga dramática.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de abril de 2016

Glenn Ford - O Pistoleiro do Rio Vermelho

Ontem assisti ao filme "O Pistoleiro do Rio Vermelho" (The Last Challenge, EUA, 1967). Sempre é bom conhecer ou rever filmes americanos de faroeste, principalmente das décadas de 40, 50 e 60, onde geralmente se situam as melhores produções da história do cinema ianque. Naqueles tempos o Western era extremamente popular e rendia excelentes bilheterias. Também eram filmes muito lucrativos pois custavam pouco, geralmente sendo rodados nos desertos do Arizona e Califórnia. Os estúdios aliás ganhavam grande parte de seus recursos justamente nesse tipo de produção. Se havia necessidade de melhorar as receitas nada mais era tão indicado como a produção de filmes desse gênero.

Ao longo do tempo a regularidade levou vários atores a se tornarem ícones desse estilo como John Wayne, Randolph Scott, Alan Ladd, etc. O caso de Glenn Ford era um pouco diferente. Ele não era um astro cowboy por excelência. Realmente chegou a atuar em muitos faroestes, mas era mais regular em dramas, filmes de aventura ou de guerra. Tanto isso é verdade que seu filme mais lembrado até hoje é "Gilda", um filme com ares de noir que acabou virando um cult para a crítica americana (status que só foi adquirido com o tempo já que em seu lançamento o filme se notabilizou mais pela bela presença de Rita Hayworth do que por qualquer outra coisa).

Assim Ford era considerado acima de tudo um astro eclético, embora nunca chegasse a ser reconhecido como grande ator. Ele era um tipo, uma espécie de estereótipo cinematográfico. Se formos pensar apenas em seus filmes de western veremos que Ford nunca chegou a atuar em um grande clássico, em uma obra prima tal como aconteceu muitas vezes com John Wayne. Na verdade ele se especializou em filmes B, baratos, que não tinham maiores pretensões a não ser render uma boa bilheteria para pagar os custos da produção e gerar algum lucro. Esse é o caso de "O Pistoleiro do Rio Vermelho". Não há uma excelente produção em cena. O filme, como todos da MGM, era certamente bem produzido, com boas locações, mas passava longe de ser uma superprodução.

Quando a fita chegou nos cinemas por volta de 1967 o western já estava saindo lentamente de moda. O público era mais velho e os jovens estavam interessados em outras coisas (não nos esqueçamos que foi nesse mesmo ano que aconteceu o verão hippie, do amor livre e do flower power). Havia muita LSD e maconha rolando entre os jovens cabeludos. Nenhum deles teria interesse em ver um filme de cowboy com um roteiro que soava até mesmo fora de época. E os valores? Será que algum jovem queria mesmo ver um duelo no velho oeste para determinar quem seria o gatilho mais rápido do Arizona? Acredito que não. Assim o que temos aqui é um filme de orçamento restrito, já meio fora de moda, com um astro já aparentando um certo cansaço.

O único interesse talvez viesse da presença da atriz Angie Dickinson, uma loira bonita, com cabelos de hippie (mesmo que o filme fosse passado no velho oeste) e personalidade feminista à frente de seu tempo (no roteiro ela era dona de um saloon, não se importando em ser falada na cidade). Outro ponto interessante é o fato de que o filme foi dirigido por Richard Thorpe. Quem é fã de Elvis Presley certamente saberá de quem se trata. Ele dirigiu dois dos mais populares filmes de Elvis: "O Prisioneiro do Rock" em 1957 e "O Seresteiro de Acapulco" de 1963. O primeiro é um marco na história do rock no cinema e o segundo um clássico da Sessão da Tarde dos anos 70 e 80. Esse faroeste foi seu último filme, afinal ele já havia dirigido quase 180 filmes desde que começou em Hollywood em 1923 (ainda na era do cinema mudo). Já era mesmo tempo de se aposentar da sétima arte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Sam Whiskey o Proscrito

Título no Brasil: Sam Whiskey, o Proscrito
Título Original: Sam Whiskey
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arnold Laven
Roteiro: William W. Norton
Elenco: Burt Reynolds, Angie Dickinson, Clint Walker, Ossie Davis

Sinopse:
Uma bonita e jovem senhorita convence um cowboy aventureiro a lhe ajudar no transporte de uma fortuna em ouro. No total mais de 400 quilos do precioso metal que devem ser transportado por regiões infestadas de bandoleiros e bandidos de todos os tipos, em plena corrida ao ouro, no oeste americano.

Comentários:
Um faroeste do final dos anos 1960 com muitas aventuras e bom humor - foi assim que essa produção foi vendida nos cinemas. Estrelada por Burt Reynolds, pouco antes de se tornar um dos maiores campeões de bilheteria do cinema americano na década que viria, e pela veterana (e ainda bela naquela ocasião) Angie Dickinson. A intenção dos produtores era realizar um piloto para uma série de TV que seria exibida pelo canal NBC. O problema é que apesar do bom êxito comercial desse "Sam Whiskey" o ator Burt Reynolds resolveu cair fora do projeto. Obviamente ele ambicionava um sucesso no cinema e não na TV. No final das contas acertou, pois se tivesse assumido o compromisso de ser um astro da telinha certamente jamais se tornaria o astro que foi. Já do filme em si não espere por muita coisa. No fundo é apenas uma bobagem divertida que usa o cenário e o contexto histórico do western americano para entreter, usando de muito humor e romance. Pode ser dispensado sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.