segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O Jogo da Imitação

Título no Brasil: O Jogo da Imitação
Título Original: The Imitation Game
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company, Black Bear Pictures
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Andrew Hodges, Graham Moore
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode
  
Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial se torna vital ao governo inglês decifrar os códigos criptografados de comunicação das forças armadas alemãs. Para isso se resolve formar um grupo de alto nível, com cientistas e matemáticos renomados. Um deles, Alan Turing (Benedict Cumberbatch), logo se destaca ao propor a construção de uma enorme máquina de descodificação denominada de "Christopher". Mesmo contando com a desconfiança dos militares e o ceticismo de seus próprios companheiros de pesquisas ele segue em frente, numa das mais importantes missões de toda a história da guerra. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Benedict Cumberbatch), Melhor Atriz (Keira Knightley), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Filme vencedor do Oscar 2015 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Graham Moore)

Comentários:
Um excelente filme que procura enfocar em um dos momentos mais cruciais de toda a guerra. Para os ingleses o conflito vinha sendo desenvolvido de forma desastrosa, com muitas baixas e perdas nos campos de batalha. Apenas um serviço de espionagem eficaz poderia reverter o quadro desalentador. Assim foi criado um grupo de gênios em suas áreas de conhecimento que tinha como principal objetivo quebrar o código alemão de comunicação conhecido como Enigma. Não era uma tarefa fácil. Havia milhões de combinações possíveis e nenhuma pista sólida para se chegar a uma solução para o quebra cabeças. Foi então que se destacou o matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch). Pessoalmente era um sujeito bem estranho e esquisito, cheio de manias e com pouco talento no trato social. Extremamente lógico e direto, ele certamente não seria reconhecido por ser um homem amável ou simpático, porém possuía uma dessas mentes raras, com imenso talento para decifrar códigos e mensagens secretas. Seu modo de pensar de forma abstrata, bem à frente de seu tempo, daria origem a uma enorme máquina, quase do tamanho de uma sala, apenas para fazer cálculos que seriam impossíveis para a mente de um ser humano comum. Bom, se a figura de um computador primitivo veio em sua mente você está certo! De certa maneira foi isso mesmo que Turing construiu, um dos primeiros computadores da história. Ele inclusive foi um dos pioneiros na ideia inovadora de se criar um computador digital provido de inteligência artificial! Era realmente um privilegiado. Curiosamente também tinha um complicado segredo para guardar de foro íntimo, que poderia o levar até mesmo para a prisão de acordo com as leis inglesas da época. Em suma, um belo resgate histórico desse sujeito que hoje em dia poucos conhecem, mas que foi tão crucial na vitória contra os nazistas quanto qualquer soldado no campo de batalha. No final de tudo a grande mensagem que o filme passa é simples de se resumir: uma guerra não se vence apenas com armas, mas com inteligência também!

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Dois é Bom, Três é Demais

Comédia romântica de costumes. Esse estilo de filme era muito popular na década de 1960 e teve seu auge nas produções estreladas pelo casal “modelo” Rock Hudson e Doris Day. Aqui em “Dois é Bom, Três é Demais” temos uma fórmula requentada desses antigos filmes. No enredo um casal de caretinhas, interpretado pela atriz Kate Hudson e pelo ator Matt Dillon, acaba tendo que lidar com uma situação no mínimo constrangedora. Após o casamento o padrinho e grande amigo do marido, o cabeça fria Dupree (Owen Wilson), perde o emprego e sem ter onde morar acaba ficando morando na casa com o casal de pombinhos. No começo Dupree deixa claro que sua estadia ali será temporária, até ele arranjar um novo emprego, mas ele simplesmente não consegue trabalho mais! Na verdade o personagem adota um estilo de vida simplório, sem ligar muito para coisas materiais, o que acaba lhe atrapalhando pois sem formação e sem profissão fica mais do que complicado achar um emprego que se encaixe ao seu perfil. A situação completamente constrangedora então se cria pois a presença de Dupree na casa tira a intimidade do casal que também não pode simplesmente expulsar o sujeito pois ele invariavelmente iria parar na rua.

O roteiro não traz absolutamente nada demais. Como se trata de um texto de costumes as situações engraçadas surgem da complicada convivência de Dupree com o casal. A boa notícia é que o texto surge “limpo” sem as baixarias costumeiras que andam invadindo as comédias americanas nos últimos tempos. Como não poderia deixar de ser o filme se apóia quase que completamente na presença carismática de Owen Wilson, que construiu toda a sua carreira em cima de apenas um tipo de personagem, a do adolescente tardio, um sujeito que passa da idade, se torna trintão, mas segue se comportando como um adolescente qualquer, levando a vida na flauta. Kate Hudson segue também na mesma, fazendo a eterna “namoradinha da América” de sempre. Em termos de curiosidade temos em cena um Michael Douglas completamente deslocado, aqui representando uma espécie de símbolo da ganância do americano médio. Dupree, ao contrário disso, não tem grandes ambições na vida, apenas ser feliz da melhor maneira que puder. Deixando um pouco de lado o filme em si é interessante relembrar o terrível acontecimento que se abateu sobre o ator Owen Wilson nos bastidores. Após seu rompimento com Kate Hudson (eles sempre tiveram um relacionamento amoroso dos mais complicados), Owen parece ter perdido todo o seu bom humor ao tentar se suicidar! Quando soube da notícia fiquei perplexo porque afinal de contas o ator sempre cultivou aquela imagem de sujeito boa praça e cabeça fria nas telas. De repente vê-lo ali no noticiário, entre a vida e a morte, realmente me surpreendeu. Nesse caso a arte não imitou a vida.

Dois é Bom, Três é Demais (You, Me and Dupree, Estados Unidos, 2006) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Mike LeSieur / Elenco: Owen Wilson, Matt Dillon, Kate Hudson, Michael Douglas, Seth Rogen, Amanda Detmer / Sinopse: Após seu casamento um casal se vê numa situação complicada: o amigo e padrinho do noivo, sem emprego e sem dinheiro, começa a morar com eles.

Pablo Aluísio.

Para Sempre Alice

Título no Brasil: Para Sempre Alice
Título Original: Still Alice
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: BSM Studio
Direção: Richard Glatzer, Wash Westmoreland
Roteiro: Lisa Genova, Richard Glatzer
Elenco: Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Kate Bosworth

Sinopse:
A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) está vivendo um dos melhores momentos de sua carreira. Pesquisadora e professora aclamada pela Academia, ela finalmente é contratada pela prestigiada Universidade de Columbia. Infelizmente para Alice pequenos esquecimentos e lapsos de memória começam a lhe prejudicar na profissão. Preocupada com esses pequenos eventos recorrentes em seu cotidiano, ela resolve consultar um neurologista. Após vários exames vem a terrível notícia: ela está com Mal de Alzheimer. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Julianne Moore). Filme vencedor do Oscar 2015 na categoria Melhor Atriz (Julianne Moore).

Comentários:
Todos os anos cresce o número de pessoas diagnosticadas com o Mal de Alzheimer. Essa é uma doença devastadora que atinge a capacidade dos doentes em reter memórias, novas e antigas, além de prejudicar as funções de cognição e comunicação do cérebro. Agora imagine uma brilhante professora atingida em cheio por essa síndrome. A personagem de Julianne Moore é uma autora de livros, uma professora muito respeitada no meio acadêmico, que sempre se destacou por sua inteligência e capacidade intelectual. Assim que a doença começa a se manifestar ela vai perdendo gradualmente não apenas sua saúde, mas também sua carreira, pois fica incapacitada de trabalhar, de dar aulas. Sua família então se une para enfrentar essa batalha terrível. O filme é muito bem dirigido e conta com um roteiro muito sutil que procura tocar o tema sem sensacionalismos ou exageros, obviamente adotando uma postura de grande respeito para com os doentes. O tom discreto e elegante também é seguido por todo o elenco, em especial Julianne Moore, que desde já é uma das mais fortes candidatas ao Oscar. Alec Baldwin também encontrou o tom ideal, não procurando ofuscar sua parceira em cena, interpretando o marido compreensivo e presente no definhamento do estado de saúde da esposa. Para os mais jovens o grande atrativo virá da presença da atriz Kristen Stewart (a Bella Swan da Saga Crepúsculo). Ela dá vida à caçula de Alice, uma garota que quer ser atriz, mesmo contra a vontade de sua mãe, que deseja que ela vá para a universidade cursar algo mais tradicional como Medicina ou Direito. No final das contas "Still Alice" se destaca por tratar de um tema muito triste e trágico de uma maneira muito delicada e adequada.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

The Doors

Uma das melhores cinebiografias já feitas sobre um astro de Rock. Além de contar com o genial Oliver Stone na direção o filme traz a melhor interpretação de toda a carreira de Val Kilmer. É impressionante, só quem conhece e assistiu as cenas do verdadeiro Jim Morrison entende como Kilmer foi simplesmente perfeito em sua encarnação do King Lizard, o mais alucinado dos cantores que já pisou na face da terra. Sua entrega ao personagem é comovente e sendo muito sincero Kilmer deveria ter levado o Oscar por sua personificação. O filme só não é nota 10 no quesito atuação por causa de Meg Ryan. O problema principal é que ela continuou fazendo novamente o seu eterno papel de namoradinha da América, caracterização completamente inadequada de Pamela, a namorada de Jim. O que vemos em cena com Ryan é um personagem totalmente diferente da verdadeira namorada de Morrison.. Na vida real ela era uma mulher de sua época, que usava muitas drogas, praticava sexo livre e tinha problemas com sua família. No filme nada disso é mostrado e ela virou uma menininha boazinha. Oliver Stone com medo de ser processado pelos pais da Pamela real suavizou demais a figura. Assim até não culpo muito Oliver Stone. Um processo nos EUA é coisa séria. Quando o filme começou a ser rodado a família dela se reuniu com o estúdio e deixou claro que qualquer "afronta" à memória de sua filha resultaria em um pesado processo judicial. Com receio eles recuaram e Meg Ryan interpretou mais uma de suas inúmeras "garotas boazinhas". O interessante é que Morrison foi retratado com veracidade, mesmo sendo seu pai um militar linha dura da Marinha. A produção não teve problemas nesse aspecto com a família Morrison.

Ray Manzareck, o tecladista dos Doors, também criticou o filme em relação ao próprio Jim Morrison. Ele disse que sua caracterização no filme saiu muito soturna e fechada. Para Manzareck Jim também era uma pessoa bem humorada, divertida e alegre (quando estava sóbrio, é claro). Oliver Stone respondeu a crítica e disse que Manzareck estava apenas chateado pois ele é que gostaria de ter dirigido o filme (o músico também é formado em cinema pela UCLA). O roteiro não se preocupa em avançar além da morte de Jim. Como se sabe existe toda uma teoria da conspiração afirmando que ele não teria realmente morrido como alega a versão oficial. O problema é que Jim morreu em Paris e foi enterrado rapidamente. Em pouco tempo surgiram inúmeros boatos de que ele não teria morrido (pelo jeito não é apenas Elvis que não morreu). Mas analisando bem percebemos que é tudo uma grande bobagem. O cantor era um junkie extremo, usou em excesso todos os tipos de drogas imagináveis. Esse é o grande pecado da geração anos 60: em busca de total liberdade acabaram presos no mundo dos narcóticos e afins.. Jim Morrison realmente morreu no dia 3 de julho de 1971 - em Paris. Sua namorada Pamela morreu três anos depois, também por overdose de drogas. O filme não cita essa última informação. No saldo geral não há como não gostar de The Doors, mesmo com todos esses pequenos deslizes. É um excelente retrato de um dos mais carismáticos artistas da história do rock americano.

The Doors (The Doors, Estados Unidos, 1991) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Randall Jahnson, Oliver Stone / Elenco: Val Kilmer, Meg Ryan, Kyle MacLachlan, Frank Whaley e Kevin Dillon / Sinopse: Durante a década de 1960 um grupo de amigos da faculdade resolvem formar uma banda de rock psicodélico. Inspirada na famosa obra sobre as portas da percepção resolvem denominar o novo grupo de "The Doors". Cineobiografia do cantor e compositor Jim Morrison (Val Kilmer), vocalista da banda que mudou a face do rock americano na segunda metade dos anos 60.

Pablo Aluísio.

Será Que?

Título no Brasil: Será Que?
Título Original: What If
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Films
Direção: Michael Dowse
Roteiro: Elan Mastai, T.J. Dawe
Elenco: Daniel Radcliffe, Zoe Kazan, Megan Park
  
Sinopse:
Depois de ter sido traído por sua namorada o jovem estudante de medicina Wallace (Daniel Radcliffe) decide mudar completamente de vida. Larga a faculdade e entra uma depressão que dura todo um ano. Para curtir sua melancolia ele passa as noites no teto de seu apartamento, fitando a lua ao longe. Ainda machucado e ferido decide aceitar o convite de um amigo para ir numa festa em sua casa. Lá acaba conhecendo casualmente a doce e interessante Chantry (Zoe Kazan). Ele fica imediatamente interessado nela, mas como o mundo não é perfeito ela já tem um namorado. Assim Wallace resolve ficar na complicada situação de se tornar amigo dela - mas até quando conseguirá esconder o que realmente sente por ela?

Comentários:
Amor platônico é aquele tipo de sentimento que nasce quando você se apaixona por alguém e não é correspondido ou então não cria coragem para se declarar para sua pessoa amada. Claro que isso acaba causando uma grande angústia e sofrimento. Para piorar é uma situação que pode durar por anos e anos, persistindo mesmo quando se chega a namorar ou se casar com outra pessoa. O amor platônico é duradouro porque para muitos especialistas é o mais puro amor que existe, e o mais idealizado também. Um sentimento muito forte que bate firme no peito e pode ficar escondidinho no coração por décadas! Agora imagine duas pessoas se amando platonicamente mutuamente sem que nenhuma delas tenha coragem de assumir para o outra seus sentimentos. É basicamente isso que temos aqui nesse bom romance intitulado "What If". 

Daniel Radcliffe interpreta esse jovem que deseja ter uma segunda chance no amor. Ele foi destroçado pela noiva que ele considerava ser o grande amor de sua vida. Agora vai atrás de outra oportunidade, mas acaba se apaixonando por uma garota que já tem namorado e está seriamente comprometida. Curiosamente ela também começa a nutrir um amor platônico por ele, já que seu noivo é definitivamente um sujeito chato e enfadonho (um daqueles caras tão certinhos como xaropes). Entre idas e vindas, encontros e desencontros, Wallace e Chantry acabam descobrindo que se amam, mesmo contra todas as convenções sociais. Por fim, e não menos importante, o elo que acaba ligando os apaixonados é um exótico pão chamado "Ouro de Tolo", que aliás era o preferido de Elvis Presley (o enredo inclusive explora muito bem esse detalhe e os fãs do cantor vão curtir as referências). Assim o que temos aqui é uma bela história de amor para se assistir a dois, abraçadinhos debaixo do cobertor. Se algum dia você se apaixonou platonicamente por alguém certamente irá se identificar. Afinal de contas o amor sempre será lindo!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sociedade dos Poetas Mortos

Depois de muitos anos tive a oportunidade de rever “Sociedade dos Poetas Mortos”. Esse filme eu tive o privilégio de ver no cinema, ainda na época de seu lançamento, em um dos mais tradicionais cinemas da minha cidade que infelizmente nem existe mais. Na época causou bastante repercussão pois colocava como tema central aquele velho choque de gerações que geralmente acontece na vida de todos nós. Os pais desejam que os filhos sigam por um determinado caminho na vida, abraçando certas profissões, se esquecendo ou ignorando que nesse processo eles estão na verdade soterrando as verdadeiras vocações dos jovens. No filme acompanhamos a rotina de um grupo de estudantes de uma tradicional escola americana. 

A disciplina é rígida e o tempo dos alunos é completamente preenchido com atividades escolares. Quem estudou em instituições de ensino parecidas certamente vai se identificar. No meio de tanto conservadorismo eis que surge um novo professor de inglês e literatura, o nada convencional Sr. Keating (Robin Williams) que logo no primeiro dia de aula incentiva seus alunos a rasgarem as primeiras páginas de um livro de poesia que tenta explicar através de fórmulas tediosas as regras que um bom poeta e escritor deve seguir. O ato extremamente ousado e inovador tenta demonstrar aos estudantes que o mais importante ao se escrever não é seguir velhas fórmulas moribundas mas sim seguir a emoção e o sentimento, acima de tudo. 

A partir desse momento o professor vira uma espécie de mentor de todos aqueles jovens, os incentivando a procurarem por novas experiências, ousarem mais em suas vidas, tanto na escola como fora dela. Um dos alunos, por exemplo, nutre o sonho de se tornar ator, abraçar a carreira de teatro mas isso é completamente reprimido por seus pais que consideram aquilo extremamente indigno de sua família. “Sociedade dos Poetas Mortos” ainda é um belo filme, com mensagem muito relevante e extremamente bem realizada. Provavelmente seja o melhor momento do ator Robin Williams no cinema. Aqui ele deixa o lado mais cômico de lado para abraçar o humanismo, a sensibilidade e o apego às paixões da vida. A expressão “Carpe Diem” (aproveite o dia) acabou virando um lema a ser seguido por todos. Jovens que sonham em realizar seus sonhos, fora do ambiente castrador da escola. Eu me recordo que gostei bastante quando assisti pela primeira vez, ainda na década de 1980 e nessa revisão pude perceber que a produção não envelheceu, ainda continua bastante boa e cativante. No final de tudo a mais importante lição que esse filme deixa é a de que cada um deve seguir seu próprio sonho, sem ligar para a opinião dos outros, até porque sonhos são para serem vividos por quem sonha e não pelos demais. Pais geralmente tentam se realizar através de seus filhos e para isso acabam soterrando os planos de vida dos garotos. Não caia nessa armadilha, trilhe o seu próprio caminho na vida. 

Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, Estados Unidos, 1989) Direção: Peter Weir / Roteiro: Tom Schulman / Elenco: Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke, Josh Charles, Gale Hansen, Dylan Kussman, Allelon Ruggiero, James Waterson, Norman Lloyd, Kurtwood Smith / Sinopse: Numa rígida escola tradicional, um professor de inglês tenta incentivar seus alunos a se auto descobrirem, os encorajando a realizarem seus próprios sonhos e projetos de vida. Não tarda para que os métodos pouco convencionais do mestre sejam colocados em dúvida por pais e demais mestres conservadores da escola. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original. Indicado aos Oscars de Mlehor Filme, Direção e Ator (Robin Williams).

Pablo Aluísio.

Cinzas da Guerra

Título no Brasil: Cinzas da Guerra
Título Original: The Grey Zone
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Entertainment
Direção: Tim Blake Nelson
Roteiro: Tim Blake Nelson
Elenco: David Arquette, Harvey Keitel, Steve Buscemi, Allan Corduner, David Chandler
  
Sinopse:
O filme narra a história real do Dr. Miklos Nyiszli (Allan Corduner), um judeu húngaro enviado para Auschwitz. Uma vez lá acaba sendo escolhido por Josef Mengele para lhe auxiliar no setor de patologia do campo de concentração mais infame da história. Em troca de mais algum tempo de vida ele acabou aceitando participar do que os nazistas chamavam de Sonderkommandos - judeus prisioneiros usados pelos nazistas na execução de outros judeus nos campos de execução. Filme indicado ao National Board of Review, Political Film Society e San Sebastián International Film Festival.

Comentários:
Mais um bom filme que explora os horrores que aconteceram nos campos de concentração da Alemanha Nazista. Historicamente é muito interessante porque explora o cotidiano macabro que acontecia em Auschwitz durante o holocausto. Um médico judeu é enviado para lá, mas por suas qualificações profissionais é poupado pelo próprio Mengele de morrer nas câmaras de gás. Assim acaba presenciando em primeira mão a morte de milhares de judeus como ele, nessa verdadeira indústria da morte do Terceiro Reich. Inicialmente fica feliz em pelo menos sobreviver, mas depois a indignação e o dilema moral se tornam tão pesados que resolve se tornar um dos membros de uma conspiração de prisioneiros para tentar fugir daquele verdadeiro inferno na Terra. O filme tem excelente reconstituição histórica e momentos realmente tocantes como na cena em que uma jovem garota de apenas 14 anos consegue sobreviver ao gaseamento de uma das câmaras de gás do campo. Todo o roteiro foi escrito em cima do livro de memórias do próprio Miklos Nyiszli intitulado "Auschwitz - testemunho de um médico" (uma leitura mais do que recomendada). Um triste retrato de um dos períodos históricos mais lamentáveis da humanidade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Magia ao Luar

Título no Brasil: Magia ao Luar
Título Original: Magic in the Moonlight
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Colin Firth, Emma Stone, Marcia Gay Harden, Eileen Atkins
  
Sinopse:
Stanley (Colin Firth) é um mágico inglês que ganha a vida interpretando um mago oriental nos palcos do mundo. Procurado por um amigo, ele é convidado a desmascarar uma suposta charlatã chamada Sophie (Emma Stone). Usando de seus supostos poderes mediúnicos ela acabou encantando uma família de ricaços americanos que vivem no Sul da França. Stanley porém está determinado a revelar todos os seus truques. O que ele não esperava era se apaixonar por ela após a conhecer melhor. Filme indicado ao Lumiere Awards.

Comentários:
Esperava bem menos desse novo filme de Woody Allen. A produção nem foi tão badalada ou comentada entre os cinéfilos, passando até despercebida por muita gente boa. A verdade porém é que consegue ser tão boa quanto seus filmes mais celebrados. O enredo é simples e ao mesmo tempo cativante. Um romance ao velho estilo, passado nos anos 1920, onde a máxima de que os opostos se atraem funciona novamente. Eu sinceramente aprecio muito esse tipo de enredo mais lírico e sentimental. Coisas de um romântico incurável que não está disposto a ceder seu modo de ser ao mundo cínico em que vivemos. Stanley é um ateu, cético e materialista que não acredita em um mundo espiritual. Para ele apenas o que vemos de fato existe. Por essa razão Sophie (Stone) é logo encarada como uma impostora que vive de enganar ricos fingindo ser uma garota com poderes especiais, como o de entrar em contato com pessoas mortas. Para Stanley (Firth) tudo não passaria de um golpe grotesco. Ele já havia desmascarado inúmeros falsos médiuns ao longo de sua carreira no passado e Sophie parece apenas ser mais uma de sua lista. O problema é que ela realmente parece ter uma espiritualidade realmente especial, praticamente desconcertante. Da admiração para o amor é apenas um passo. A própria Sophie parece, com seus atos, desacreditar as posições de Stanley. Ela é cortejada por um ricaço, mas acaba gostando mesmo do mágico que está ali para desmascará-la, provando mais uma vez que o amor verdadeiro não se compra e nem se vende. Afinal de contas o que o dinheiro tem a ver com a verdadeira paixão e romance? Nada, e essa é uma verdade universal. Com bonita produção e fotografia, além da bela história de amor, "Magic in the Moonlight" é desde já um dos mais carismáticos filmes da carreira do genial Woody Allen. Coisa fina.

Pablo Aluísio.

1492 - A Conquista do Paraíso

Título no Brasil: 1492 - A Conquista do Paraíso
Título Original: 1492 - Conquest of Paradise
Ano de Produção: 1992
País: França, Espanha
Estúdio: Gaumont, Légende Entreprises, France 3 Cinéma
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Rose Bosch
Elenco: Gérard Depardieu, Armand Assante, Sigourney Weaver, Frank Langella
  
Sinopse:
Cristovão Colombo (Gérard Depardieu) é um aventureiro e navegador que tem uma ideia que ele considera genial. Para atingir as cobiçadas Índias orientais bastaria navegar na direção oposta, ou seja para o ocidente, pois Colombo tinha plena certeza e convicção que a Terra seria na realidade redonda e não plana como era acreditado em sua época. Para dar suporte a sua ousada expedição porém Colombo precisa antes convencer o casal de monarcas Isabel e Fernando para financiar sua volta ao mundo pelos oceanos.

Comentários:
Em 1992 o mundo celebrou os 500 anos da chegada de Cristovão Colombo no Novo Mundo. Sua visão à frente de seu tempo, sua coragem e determinação pessoal, certamente daria origem a um grande filme. "1492 - Conquest of Paradise" porém se mostra apenas razoável, o que me deixou realmente perplexo na época que o assisti pela primeira vez, uma vez que a direção havia sido entregue para o genial Ridley Scott. Mas afinal de contas o que deu errado? Olhando-se para trás podemos compreender que nem sempre um grande evento histórico dá origem a grandes filmes. O maior problema desse épico é justamente sua falta de vocação para ser um filme épico ao velho estilo, com cenas deslumbrantes e momentos impactantes. Scott não soube muito bem posicionar sua história. O clímax do enredo deveria ter sido a chegada de Colombo na América, ao colocar seus pés triunfantes numa praia selvagem de águas cristalinas, porém o cineasta perdeu uma boa oportunidade de ser conciso e eficiente e acabou se alongando demais na história, indo um pouco longe demais. Detalhes históricos demais envolvendo política e intrigas palacianas também prejudicaram o impacto que a obra deveria ter. Claro que Ridley Scott continuou com seu talento para realizar grandes imagens, porém até isso acabou sendo pulverizado por um texto que explora aspectos demais para apenas um filme (talvez se fosse uma série a coisa seria melhor digerida e desenvolvida). Do jeito que ficou a fita se tornou em muitos momentos entediante, o que é simplesmente inadmissível de acontecer em um enredo de aventuras como esse. Talvez em uma próxima ocasião acertem a mão, fazendo jus ao legado histórico dessa grande figura chamada Cristovão Colombo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Guardiões da Honra

Título no Brasil: Guardiões da Honra
Título Original: The Lords of Discipline
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Franc Roddam
Roteiro: Pat Conroy, Thomas Pope
Elenco: David Keith, Robert Prosky, G.D. Spradlin
  
Sinopse:
Durante a década de 1960, em uma academia militar americana localizada no sul do país, um jovem negro chamado Tom Pearce (Mark Breland) precisa enfrentar o racismo velado de seus colegas de farda. Ele sofre humilhações e até agressões físicas para desistir da escola. Para piorar o cadete Will McLean (David Keith) descobre que o comportamento lamentável dos demais alunos é incentivado pelo alto escalão militar, inclusive contando com o apoio oculto das maiores patentes, entre eles um coronel e um general cinco estrelas.

Comentários:
Bom filme que mostra uma realidade que ainda vive nos porões dos Estados Unidos (não se engane sobre isso). Pelo visto as feridas da guerra civil americana ainda se encontram abertas principalmente em relação à questão racial. É o que o roteiro desse filme procura explorar. Historicamente, durante a luta pelos direitos civis no governo JFK, houve forte resistência contra negros serem matriculados em escolas e universidades que até então eram exclusivas para brancos. Em uma sociedade fortemente segregada não havia espaço para que ambos convivessem em um mesmo lugar. Até os bebedouros, lugares nos cinemas e em transportes públicos seguiam esse tipo de demarcação racial bem delimitada. E apesar dos esforços do presidente Kennedy em derrubar essas barreiras havia ainda forte resistência para que isso efetivamente nunca acontecesse de fato. Aqui temos como cenário o Carolina Military Institute. Situado em um dos estados mais segregados da América o lugar se tornou um verdadeiro campo de batalha surdo depois que recebeu o primeiro jovem negro em suas fileiras de alunos. Um retrato triste de uma época que se recusa a ser enterrada pela história.

Pablo Aluísio.

Acima das Nuvens

Título no Brasil: Acima das Nuvens
Título Original: Clouds of Sils Maria
Ano de Produção: 2014
País: França, Suíça, Alemanha
Estúdio: CG Cinéma, Pallas Film, CAB Productions
Direção: Olivier Assayas
Roteiro: Olivier Assayas
Elenco: Juliette Binoche, Kristen Stewart, Chloë Grace Moretz, Lars Eidinger
  
Sinopse:
Maria Enders (Juliette Binoche) é uma atriz veterana que vai até a Suíça participar das homenagens ao escritor Wilhelm Melchior, o autor que lhe deu uma chance logo no começo de sua carreira ao lhe escalar para uma das personagens centrais de sua peça de sucesso. Ao chegar em Zurique ela descobre que ele está morto. Ao lado de sua assistente pessoal, a jovem Valentine (Kristen Stewart), ela terá agora que lidar com velhos fantasmas de seu passado ao mesmo tempo em que decide se aceita ou não voltar à peça que a consagrou. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Fugindo do cinema mais comercial de Hollywood hoje trago essa boa dica de cinema europeu. Se trata de um drama existencial muito bem escrito mostrando os bastidores da vida de uma consagrada atriz veterana interpretada pela ótima Juliette Binoche. No passado ela se consagrou interpretando uma jovem ousada de 20 anos na famosa peça de Wilhelm Melchior. No texto ela tinha um complicado relacionamento com sua chefe em uma empresa prestes a falir. O subtexto explorava a estranha atração lésbica que surgia entre a mulher mais velha e frustrada com sua subordinada jovial e ambiciosa. Agora, envelhecida, um diretor alemão lhe oferece a chance de retornar ao mesmo texto só que ao invés de interpretar o papel da jovem que a levou à fama ela teria que fazer a personagem mais velha, amarga, lésbica e rejeitada pela jovem impetuosa. O roteiro joga muito bem com a dualidade existente entre o texto da peça teatral e a própria vida real da atriz vivida por Binoche, caminhando de forma inteligente entre os dois enredos que se entrecruzam. 

No elenco outro fato chama a atenção: a diferença de escolas de atuação envolvendo uma atriz francesa, com toda a sua sofisticação com suas duas colegas  americanas (Kristen Stewart e Chloë Grace Moretz). Kristen é sua assistente pessoal, uma garota que curte filmes de super-heróis (o máximo da falta de cultura cinematográfica na opinião de Maria) que parece perturbada com a finesse de sua patroa. Fumando um cigarro atrás do outro, com óculos de grau, ela está muito distante de sua personagem mais famosa, a Bella Swan da Saga Crepúsculo, sem classe ou charme algum, porém demonstrando muita força de vontade para procurar por novos rumos na carreira. Já Chloë Grace Moretz surge como uma atriz americana teen, cheia de escândalos pessoais explorados pela indústria de fofocas de celebridades dos Estados Unidos. Mimada e com uma vida pessoal caótica ela se torna o extremo oposto do tipo de profissional retratada por Binoche. Um filme de contrastes, com excelente roteiro e uma direção de fotografia de encher os olhos, com direito a maravilhosas paisagens suíças! Quer algo mais sofisticado do que isso?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Fuga

Título no Brasil: A Fuga
Título Original: The Getaway
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Jim Thompson, Walter Hill
Elenco: Alec Baldwin, Kim Basinger, James Woods, Michael Madsen
  
Sinopse:
"Doc" McCoy (Alec Baldwin) é um criminoso especializado em roubo a bancos. Depois de um assalto mal sucedido ele acaba sendo preso. Lá fora, sua esposa, Carol McCoy (Kim Basinger), resolve articular sua saída da prisão com a ajuda de um chefão de uma organização criminosa que usa uma fachada de empresário respeitado. Jack Benyon (James Wods) deseja trazer Doc de volta às ruas para que ele coloque em prática um novo e ousado plano de roubo envolvendo milhões de dólares.

Comentários:
Segundo meus registros pessoais assisti a esse filme em janeiro de 1995. Acabou levando uma nota *** (bom). Na verdade é um filme policial de rotina que investe no casal Alec Baldwin e Kim Basinger. Casados na vida real resolveram levar a união também para as telas. O problema é que eles cultivavam um relacionamento mercurial (entenda-se brigas e mais brigas, muitas delas destemperadas e na frente da equipe de filmagem). Nem precisa dizer que para o cineasta Roger Donaldson as filmagens se mostraram bem complicadas por essa razão. Assim o barraco pessoal deles acabou prejudicando de certa maneira o resultado final. A avaliação que fiz há mais de 20 anos porém se mostra correta. Mesmo com problemas a fita pode ser considerada boa. Nada maravilhosamente memorável, mas passável. Revisto partes hoje em dia a impressão que fica foi que o tempo certamente não foi bom para ambos. Como era de se esperar Baldwin ficou mais gordo, mais chato e mais irritado. Já Kim perdeu grande parte de sua beleza. O tempo passa.

Pablo Aluísio.

A Outra Face da Raiva

Título no Brasil: A Outra Face da Raiva
Título Original: The Upside of Anger
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Mike Binder
Roteiro: Mike Binder
Elenco: Joan Allen, Kevin Costner, Erika Christensen, Keri Russell, Evan Rache Wood, Alicia Witt
  
Sinopse:
A vida parece desmoronar para Terry Ann Wolfmeyer (Joan Allen). Esposa e mãe de quatro filhas rebeldes, ela vê tudo ruir após seu marido simplesmente decidir ir embora, sem mais, nem menos. Ele nem ao menos se deu o trabalho de explicar a ela porque decidiu abandonar sua própria casa, deixando sua mulher e filhas completamente desamparadas. Precisando lidar com a dor da perda e da estigma social de ter sido abandonada assim, ela acaba encontrando algum apoio em seu próprio vizinho, Denny (Kevin Costner), um sujeito charmoso e simpático, que logo lhe desperta atenção. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Satellite Awards.

Comentários:
Depois da queda, a redenção. Essa frase pode ser aplicada tanto à personagem principal desse drama romântico como ao próprio Kevin Costner. Depois de seguir seu próprio ego descontrolado e fracassar de forma estrondosa com a bomba "Waterworld" ele teve que aprender a ser humilde novamente em Hollywood. Aceitou pequenos papéis em filmes menores e topou servir de coadjuvante em bons roteiros que lhe trouxessem de volta parte do prestígio que havia perdido poucos anos antes. É o que faz aqui em relação a Joan Allen. A trama gira em torno dessa dona de casa comum, suburbana, que vê seu mundo ficar de cabeça para baixo após ser abandonada pelo marido. Alguns homens infelizmente agem assim, abandonam o casamento por não aguentarem mais a pressão de cuidar de uma casa, filhos e os inúmeros problemas que surgem dessa situação. Abandonada, ela acaba encontrando algum refúgio na bebida e para sua sorte (ou azar, dependendo do ponto de vista), descobre que seu vizinho bonitão também é bom de copo. Juntando o útil ao agradável ela vai se recuperando emocionalmente ao se envolver com ele, ao mesmo tempo em que precisa lidar com novos problemas, principalmente vindos de suas filhas, nem sempre pacíficas e compreensivas (você bem sabe como são as adolescentes). No geral um bom drama familiar, com Costner lambendo suas feridas após cair do Olimpo dos grandes astros de Hollywood.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

As Tartarugas Ninja

Título no Brasil: As Tartarugas Ninja
Título Original: Teenage Mutant Ninja Turtles
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Nickelodeon Movies
Direção: Jonathan Liebesman
Roteiro: Josh Appelbaum, André Nemec
Elenco: Megan Fox, Will Arnett, William Fichtner
  
Sinopse:
Nova Iorque está sob sombras. Um novo clã criminoso ameaça os moradores da cidade. No meio dessa situação perigosa surge dos bueiros da cidade um grupo de lutadores com extrema habilidade. Eles saem dos esgotos para defender os pobres e oprimidos, se auto intitulando como Teenage Mutant Ninja Turtles, ou tartarugas adolescentes, mutantes e ninjas. Ao encontrarem a destemida repórter April O'Neil e seu cameraman Vern Fenwick, descobrem que podem ter um poderoso aliado no mundo das pessoas ditas normais.

Comentários:
Eu sempre considerei as Tartarugas Ninjas tão anos 80, tão anos 80, que nunca pensei que elas teriam uma sobrevida nas telas de cinema. Os filmes originais já são bem conhecidos do público em geral. São filmes bem realizados, que contaram com a preciosa colaboração de Jim Henson e tinham roteiros divertidos e bem fechadinhos em si. Agora Hollywood resolveu remexer no velho baú de personagens pops descartáveis dos anos 80 para trazer as velhas tartarugas de volta. Sendo bem sincero gostei menos desse filme do que dos antigos. Não sei se a idade tem alguma influência sobre isso, ou se essa coisa de ver tartarugas com habilidades de ninjas já não tem mais a mesma graça de antes, mas a verdade é que fiquei mesmo entediado no decorrer do filme. Para piorar não gostei do design mais realista das tartarugas ninjas, preferindo o estilo mais cartunesco dos filmes anteriores. Gente, essa coisa de transformar toda adaptação de quadrinhos em algo mais sombrio só deu certo com o Batman e ninguém mais. Além disso esses personagens não são para serem levados tão à sério. Era melhor ter feito um filme divertido, leve e despretensioso com a tartaruga Touché!

Pablo Aluísio.

Drugstore Cowboy

Título no Brasil: Drugstore Cowboy
Título Original: Drugstore Cowboy
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Avenue Pictures Productions
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: James Fogle, Gus Van Sant
Elenco: Matt Dillon, Kelly Lynch, James Le Gros
  
Sinopse:
O enredo de "Drugstore Cowboy" foi baseado na novela escrita por James Fogle. Durante a década de 1970 um casal, formado por Bob (Dillon) e sua namorada Dianne (Kelly Lynch), vaga pelas ruas de Portland em busca de oportunidades de saciar seu crescente vício em drogas de farmácia. Para conseguir a próxima dose não se inibem em cometer crimes pelas ruas mais escuras e sujas da grande cidade. Filme vencedor do quatro prêmios do Independent Spirit Awards. Também vencedor do Berlin International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Gus Van Sant).

Comentários:
Muitos conhecem o trabalho do cineasta Gus Van Sant apenas em sua fase mais comercial, mainstream. Eu sou da época em que Van Sant era considerado um diretor maldito, marginal, independente e... muito mais criativo! Suas obras cinematográficas eram focadas em cima daqueles  que estavam à margem da sociedade, os verdadeiros marginais do sistema. Para Sant era mais interessante explorar a vida de um jovem que vivia de realizar programas sexuais nas ruas com homens mais velhos do que retratar a fina flor da sociedade americana. Aqui ele exercita novamente esse seu lado artístico mais ousado. "Drugstore Cowboy" é sobre drogados, mas não drogados comuns. Essas pessoas perdidas não estão preocupadas em consumir maconha ou drogas pesadas como cocaína e heroína. O que eles querem mesmo são remédios de farmácia, aqueles que são vendidos legalmente com prescrições médicas em qualquer estabelecimento farmacêutico da esquina. O barato para o personagem Bob, interpretado de forma maravilhosa por Matt Dillon, é realmente descolar suas drogas industriais na Drugstore mais próxima, para passar o fim de semana completamente drogado. E para isso ele se utiliza de todas as artimanhas possíveis. O roteiro acerta muito em explorar esse tipo de junkie, o sujeito que realiza suas "viagens psicodélicas" com remédios de balcão. O enredo é passado na década de 1970, justamente na época em que esse tipo de vício começou a se tornar cada vez mais popular entre os americanos. Sua linguagem cru e direta combina perfeitamente com a estória que se propõe a mostrar. Um excelente filme marginal que merece ser redescoberto (inclusive pelas TVs a cabo, que andam saturadas na sempre exibição dos mesmos filmes, ano após ano).

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Encontrando Forrester

Título no Brasil: Encontrando Forrester
Título Original: Finding Forrester
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Mike Rich
Elenco: Sean Connery, Rob Brown, F. Murray Abraham, Anna Paquin
  
Sinopse:
O jovem negro Jamal Wallace (Rob Brown) não é apenas bom no basquete e nos esportes. Ele demonstra ter talento também nos estudos. Após tirar uma excelente nota em um exame estadual de sua escola, ele ganha uma bolsa de estudos numa ótima universidade em Manhattan. No meio acadêmico acaba fazendo uma improvável amizade com um famoso escritor que vive de forma reclusa, William Forrester (Sean Connery). Essa aproximação acaba por ajudar Jamal a superar seus problemas pessoais e o preconceito racial, ainda existente em seu meio. Filme indicado ao Berlin International Film Festival e Chicago Film Critics Association Awards.

Comentários:
Não consegui gostar plenamente desse filme. Algumas vezes isso acontece na vida de um cinéfilo. Você alugar a fita (relembrando um passado recente), leva para casa, cria boas expectativas mas... não funciona! "Finding Forrester" simplesmente não funcionou no meu caso. O elenco é parcialmente bem escolhido. Uso essa palavra "parcialmente" com o objetivo de mostrar que apesar de Sean Connery ter sido bem escalado a escolha por Rob Brown se mostrou desastrosa. Imagine colocar um ator assim, sem muita experiência, bem no meio de gente como Connery e principalmente F. Murray Abraham, um monstro em termos de atuação, isso o deixou ainda mais vulnerável. O pobre rapaz foi sumindo, sumindo... até desaparecer completamente no meio desses deuses do Olimpo dos grandes atores. Deveria ter sido escolhido alguém melhor, mais seguro, mais concentrado e principalmente mais experiente. Ele não convence em nenhum momento e faz com que o filme desabe, lá por volta dos 40 minutos de duração. E afinal, tirando isso o que podemos destacar? O filme tem uma boa fotografia - ajudada em parte pela bonita região de Ontario, Canadá, e Nova Iorque, no esplendor de sua beleza em outono. Assim, concluindo essa breve resenha, não indicaria hoje em dia o filme a quem ainda não viu e nem muito menos para quem desejasse apenas realizar uma revisão tardia de seus (poucos) méritos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

A Isca Perfeita

Título no Brasil: A Isca Perfeita
Título Original: Birthday Girl
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: FilmFour, HAL Films, Mirage Enterprises
Direção: Jez Butterworth
Roteiro: Tom Butterworth, Jez Butterworth
Elenco: Nicole Kidman, Vincent Cassel, Ben Chaplin
  
Sinopse:
Nadia (Nicole Kidman) é uma jovem russa que encontra um noivo, o inglês John (Ben Chaplin), na internet. Ela é bonita e atraente, mas deseja sair de seu país natal em busca de melhores oportunidades de vida. Ele já está um pouco velho e quer acabar com sua solidão. Ambos assim entram em um acordo. Ela vai até a Inglaterra para lhe conhecer. Nada porém sairá como havia sido planejado. Filme indicado ao Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).

Comentários:
Com o fim da ex-União Soviética e a popularização da internet muitas mulheres russas (algumas das mais bonitas do mundo) viram uma oportunidade de sair de seu país, arranjando maridos ricos e solitários nos países mais desenvolvidos e prósperos do ocidente. Criou-se assim uma verdadeira rede de intercâmbio entre as jovens russas e seus pretendentes internacionais. Nem sempre a situação saía como inicialmente havia sido planejada por esses solitários do primeiro mundo. O enredo se desenvolve justamente em cima dessa situação básica. O filme não é um romance em sua essência e em determinado momento dá uma guinada rumo ao suspense. Kidman está linda e perfeita em seu papel, embora seja australiana de origem, ela convence plenamente como uma russa - até porque ela é uma maravilhosa loira de olhos azuis, tal como as belas garotas de Moscou. O tom é meio frio e distante, mas nesse caso combina perfeitamente com os propósitos de sua personagem.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

A Vida em Preto e Branco

Título no Brasil: A Vida em Preto e Branco
Título Original: Pleasantville
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross
Elenco: Reese Witherspoon, Tobey Maguire, William H. Macy, Jeff Daniels, Joan Allen
  
Sinopse:
Fã de seriados antigos, em preto e branco, é tragado pela própria TV e ao lado da irmã são transportados para os episódios das séries antigas de que tanto gostam. Uma vez lá entendem o choque de costumes e moral existentes entre as décadas de 1950 (onde as estórias da série são ambientadas) e a sua própria cultura de vida e comportamento dos anos 1990 (onde vivem no mundo real). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música.

Comentários:
Um filme bem simpático, ideal para quem gosta desse clima mais vintage e nostálgico, mesmo que não tenha idade suficiente para ter vivido naqueles anos. No fundo é uma grande alegoria sobre a repressão que imperava naqueles tempos e a suposta liberdade de costumes e moral que começou a viver a sociedade americana após o advento da contra cultura. Pessoalmente considero a ideia muito boa, pena que não foi muito bem desenvolvida. Passados os momentos iniciais onde o espectador capta a mensagem subliminar do roteiro tudo começa a cair na vala comum e o pior é que em certos momentos a coisa resvala diretamente para a vulgaridade pura e simples. Mesmo assim, com esses tropeços eventuais, o filme como um todo ainda consegue se salvar. Em termos de elenco aqui vão algumas considerações breves. Reese Witherspoon está muito bonita naquele figurino clássico. Ela tem uma beleza toda particular e se saiu muito bem nessa transposição de época. Uma verdadeira Pin-up. Tobey Maguire continua o mesmo, fazendo o mesmo tipo de personagem filme após filme (nem quando encarou o Homem-Aranha ele conseguiu sair desse estilo). Seu papel não é grande coisa e ele não consegue se destacar. Sinceramente considero a fama de Tobey meio forçada após todos esses anos. Jeff Daniels é outro ator caricato. Ele parece ter caído de alguma comédia bem no meio do enredo. Não chega a ser desastroso, mas sua cara de sonso em determinados momentos nos faz soltar alguns bocejos. William H. Macy é quem no final das contas se sai melhor. Não canso de dizer que ele é de fato um ator raro, desses que nunca se tornaram astros, mas que costumam roubar todos os filmes dos quais participa. Então é isso, "Pleasantville" poderia ser bem melhor do que realmente é, porém não chega a ser uma decepção completa. Vale ao menos uma espiada.

Pablo Aluísio.

Perigo na Noite

Título no Brasil: Perigo na Noite
Título Original: Someone to Watch Over Me
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Howard Franklin
Elenco: Tom Berenger, Mimi Rogers, Lorraine Bracco
  
Sinopse:
Mike Keegan (Tom Berenger) é um detetive do departamento de homicídios que acaba se apaixonando por uma testemunha de um crime brutal. Ela é a socialite Claire Gregory (Mimi Rogers), uma mulher rica e elegante, mas também sensual, que acaba abalando Keegan pois além de haver um choque de interesses na investigação que ele realiza há um aspecto em sua vida pessoal que poderá fazer tudo a perder, pois ele é casado. Filme indicado no Festival Fantasporto na categoria de Melhor Direção. Também indicado ao prêmio da American Society of Cinematographers.

Comentários:
Nessa produção o cineasta Ridley Scott resolveu aproveitar novamente a estética visual que havia utilizado em seu clássico "Blade Runner". Uma forma de trazer um pouco do cinema noir clássico para os nossos dias. O filme assim se revela bem interessante do ponto de vista da fotografia e da direção de arte. Infelizmente no resto não se sai tão bem. O romance entre o tira e a testemunha que deveria proteger fica no meio tom entre o chato e o previsível. O ator Tom Berenger, que vinha em um ótimo momento na carreira após o sucesso de "Platoon" de Oliver Stone, nem sempre se mostra em cena como a decisão acertada para esse papel. Ele funciona plenamente nas cenas de ação e tiros, porém nos momentos mais dramáticos e sensuais falha consideravelmente. Fruto de sua imagem nas telas, a do sujeito durão, no limite, prestes a explodir em fúria. Esse tipo de coisa não combina muito bem com um policial investigador caindo de amores por alguém. De qualquer maneira o filme ainda vale a pena, principalmente por causa do talento de Ridley Scott, que sempre conseguiu transformar suas películas em verdadeiras obras de arte visuais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Eddie, o Ídolo Pop 2

Título no Brasil: Eddie, o Ídolo Pop 2
Título Original: Eddie and the Cruisers II - Eddie Lives!
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Alliance Communications Corporation
Direção: Jean-Claude Lord
Roteiro: P.F. Kluge, Charles Zev Cohen
Elenco: Michael Paré, Marina Orsini, Bernie Coulson
  
Sinopse:
A busca por Eddie Wilson (Michael Paré), o cantor famoso desaparecido há 20 anos, continua. Juntando uma pista aqui e outra acolá uma persistente jornalista começa a montar o quebra-cabeças de seu sumiço. Antigo líder do grupo Eddie and the Cruisers, suas gravações ganharam um status cult com os anos o que fez sua fama aumentar ainda mais, mesmo após tanto tempo depois de seus últimos sucessos. Teria Eddie morrido em algum lugar ou estaria mesmo escondido de tudo e de todos?

Comentários:
Continuação de "Eddie, o Ídolo Pop". Como se sabe e se viu no filme original o enredo gira em torno do desaparecimento de um ídolo da música que some da noite para o dia sem deixar rastros. O roteiro visivilmente pega carona em lendas do tipo "Elvis Não Morreu" e coisas do gênero. Pois bem, nesse segundo filme finalmente se chega ao paradeiro de Eddie. Para desapontamento geral de seus fãs do passado o Eddie está apenas vivendo uma vida medíocre no interior dos Estados Unidos. De dia dirige um caminhão de transporte de alimentos de safra e de noite curte seus familiares que não possuem a menor ideia de quem ele foi um dia. Vive em uma fazenda distante. É a velha teoria de que Elvis Presley teria largado a fama e o sucesso que o tinham consumido para viver uma pacata existência em um daqueles interiorzões americanos ao lado de uma família tipicamente caipira, trabalhando em um emprego qualquer para sustentar sua casa e nada mais. Uma busca obsessiva por uma vida normal. O enredo é bonitinho, mas também meio decepcionante. Imaginem o próprio Elvis com barrigão de cerveja, na varanda, tomando uns goles da gelada e vendo o tempo passar... meio chato não? O filme, pelo menos ao que me consta, permanece inédito no Brasil, mesmo após tantos anos de seu lançamento original.

Pablo Aluísio.

Ases Indomáveis

Maverick (Tom Cruise) é um jovem piloto de caças que vai para a elite da aviação militar norte-americana. Sem saber acaba se envolvendo com Charlotte (Kelly McGillis), sua instrutora de vôo. Hoje resolvi rever "Top Gun: Ases Indomáveis"! O filme continua muito bom, com ótimas cenas de combates entre caças F14 da marinha americana e um pano de fundo para trazer humanidade aos pilotos. Além disso o filme tem uma boa sub trama envolvendo o personagem Maverick (Tom Cruise) e sua instrutora (a bonita Kelly MgGillis). Vendo hoje, depois de tantos anos, cheguei na conclusão que esse realmente deve ser um dos primeiros "filmes clips" da história do cinema. Essa denominação eu uso porque ele tem muito da linguagem MTV, tudo muito rápido, com edição esperta, trilha sonora de FM e nada de muito profundo ou pesado (mesmo quando seu companheiro de vôo Goose morre nada fica muito dramático). Top Gun foi o primeiro grande sucesso de bilheteria da carreira de Tom Cruise que a partir daqui virou astro de primeira grandeza.

Um remake do filme estava em produção mas a morte do diretor Tony Scott provavelmente coloque o projeto na gaveta. Não deixa de ser curioso o fato de "Top Gun" não ter tido uma continuação na década de 80. Muitos atribuem isso ao fato do próprio Tom Cruise não ter topado realizar uma sequência. Embora tenha sido um enorme sucesso de bilheteria o ator temia ficar preso a esse personagem bem antes de desenvolver outros projetos interessantes em sua carreira. O estúdio bem que tentou mas não houve jeito. Basta ver os números finais de "Top Gun" para entender porque os executivos queriam tanto realizar uma continuação. Com custo de pouco mais de 15 milhões o filme conseguiu arrecadar nas bilheterias a estrondosa soma de quase 400 milhões de dólares - um sucesso espetacular! De qualquer modo a produção deve ser revista deixando de lado o aspecto mais ufanista de seu argumento. Muitos vêem "Ases Indomáveis" apenas como propaganda da indústria de armas dos ianques. Não vamos chegar a tanto, o filme é apenas uma diversão sem maiores consequências e deve ser encarado dessa forma. Fazendo assim você certamente irá se divertir bastante ao som do grupo Berlin e das tomadas aéreas. Sente no cockpit e se divirta!

Ases Indomáveis (Top Gun, Estados Unidos, 1986) Direção: Tony Scott / Roteiro: Jim Cash, Jack Epps Jr., Ehud Yonay / Elenco: Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Anthony Edwards, Tom Skerritt, Michael Ironside, John Stockwell, Rick Rossovich, Barry Tubb, Whip Hubley, Meg Ryan, Tim Robbins / Sinopse: Maverick (Tom Cruise) é um jovem piloto de caças que vai para a elite da aviação militar norte-americana. Sem saber acaba se envolvendo com Charlotte (Kelly McGillis), sua instrutora de vôo.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Bobby

Título no Brasil: Bobby
Título Original: Bobby
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Weinstein Company
Direção: Emilio Estevez
Roteiro: Emilio Estevez
Elenco: Anthony Hopkins, Demi Moore, Sharon Stone, Laurence Fishburne, Helen Hunt, Joshua Jackson, Ashton Kutcher, Shia LaBeouf, Lindsay Lohan, William H. Macy, Heather Graham, Emilio Estevez, Christian Slater, Elijah Wood
  
Sinopse:
O filme acompanha a história de 22 pessoas no Ambassador Hotel ocorridas no mesmo dia em que o candidato à presidência dos Estados Unidos, Bobby Kennedy, foi assassinado e de como esse evento histórico acabou mudando a vida de cada uma delas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Música Original ("Never Gonna Break My Faith" de Bryan Adams).

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme. Uma excelente reconstituição histórica, com bom elenco, cheio de estrelas e uma história que por si só já era por demais interessante. Infelizmente o resultado final se mostrou disperso, frio e distante do espectador. Esse tipo de roteiro, ao estilo mosaico, exige um cuidado extra por parte do diretor pois corre-se o risco de, em determinado momento do filme, tudo soar falso e chato, levando o público a simplesmente perder o interesse no meio daquela verdadeira multidão de personagens que ficam poucos minutos na tela. Em "Bobby" isso infelizmente aconteceu. O ator e diretor Emilio Estevez não conseguiu evitar que isso se abatesse sobre sua obra cinematográfica. O resultado é que em pouco mais de 40 minutos de duração o filme já está morto. Tive a oportunidade de assistir no cinema, ao lado do público, sentindo a sua reação. Muitos se levantaram e foram embora, aborrecidos pela falta de foco de seu roteiro. Como eu expliquei, quando há muitos personagens em uma trama, sendo que nenhum deles é suficientemente importante para nos importar, então a tendência é realmente a dispersão completa, tanto do público quanto do próprio filme. Embora tenha sido elogiado por parte da crítica a ponto de alavancar algumas indicações ao Globo de Ouro o fato é que "Bobby" é realmente bem decepcionante.

Pablo Aluísio.

Eddie, o Ídolo Pop

Título no Brasil: Eddie, o Ídolo Pop
Título Original: Eddie and the Cruisers
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Martin Davidson
Roteiro: Martin Davidson, Arlene Davidson
Elenco: Tom Berenger, Michael Paré, Joe Pantoliano
  
Sinopse:
Um jornalista investigativo decide ir atrás das pistas sobre o desaparecimento de um antigo ídolo da música dos anos 60. Líder de um grupo de sucesso chamado Eddie and the Cruisers ele teria simplesmente sumido do mapa, sem deixar vestígios. Estaria ainda vivo e escondido em algum lugar remoto? E seu último álbum gravado e nunca lançado - ainda existiriam as gravações?

Comentários:
Não deixa de ser curioso assistir a um filme como esse. É uma visão da geração dos anos 80 sobre os antigos grupos de rock dos anos 60. Curiosamente o filme é estrelado por Michael Paré que interpreta Eddie Wilson, o cantor desaparecido. Embora não soubesse cantar (ele é dublado em todas as músicas) conseguiu realizar um bom trabalho de atuação. O roteiro apenas adapta uma velha lenda envolvendo a morte de Elvis Presley (sim, muitos ainda acreditam que ele não morreu em 1977) para desenvolver um enredo fantasioso sobre um astro do rock que cansado de tudo resolveu se mandar para viver seus últimos dias de vida em paz, longe de toda a loucura que cerca o mundo musical em geral. A trama fez sucesso e o filme acabou tendo uma continuação em 1989 com o título de "Eddie and the Cruisers II: Eddie Lives!". Esse segundo filme é bem mais melodramático do que esse original. Ambos porém valem a pena pela criatividade de seu enredo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O Cão de Guarda

Pouca gente se lembra desse filme menor da filmografia de Jack Nicholson. Aqui ele atua ao lado da beldade Ellen Barkin (uma das atrizes mais sensuais do cinema americano dos últimos anos). O roteiro não agrada muito, soando tudo muito pueril e até bobo para nossa decepção. O enorme talento de Jack Nicholson, uma lenda da sétima arte, nem sempre foi devidamente explorado por Hollywood, como bem podemos provar nesse caso. Talvez por ser assim tão despretensioso acabou sendo esquecido pelo público - nem os fãs de Jack citam o filme mais. Na época que o assisti pela primeira vez não gostei muito, até porque pense bem, além de ser estrelado por Nicholson o filme ainda era dirigido pelo inspirador Bob Rafelson, que curiosamente aqui realizou uma obra sem profundidade, que não marcou e que não tinha nenhum conteúdo mais promissor.

No descartável enredo Jack Nicholson interpreta Eugene Earl Axline, um treinador de cães de guarda que acaba se envolvendo com uma de suas clientes, justamente uma mulher que só lhe traria problemas. Em suma, algo bem sem importância realmente, a típica fita que você levava para casa quando não havia mais nada melhor na locadora para assistir. Só não é perda de tempo completa por causa de Jack, Ellen e Bob. Fora eles, pouca coisa realmente se salva. Uma bola fora na vida de todos esses talentosos profissionais.

O Cão de Guarda (Man Trouble, Estados Unidos, 1992) Direção: Bob Rafelson / Roteiro: Carole Eastman / Elenco: Jack Nicholson, Ellen Barkin, Harry Dean Stanton./ Sinopse: Um treinador de cães se apaixona pela mulher errada, o que vai lhe trazer muitos problemas pessoais.

Pablo Aluísio.

Jamaica Abaixo de Zero

Esse filme assisti pela primeira vez em janeiro de 1995. É uma comédia muito simpática, ao estilo Disney, que mostra a história real de uma equipe esportiva nas Olimpíadas de Inverno. Até aí nada demais, a não ser o fato de que os atletas são jamaicanos!!! É um grupo muito aguerrido que praticamente nunca viu neve na vida - até porque isso seria impossível na caribenha Jamaica, com seu sol eterno e clima quente. Tudo muito divertido e simpático, com elenco carismático liderado pelo excelente comediante John Candy.

Falecido em 1994 esse ator foi um dos melhores de sua geração, tendo estrelado ótimas comédias como as inesquecíveis "Antes Só do que Mal Acompanhado" (ao lado do também maravilhoso Steve Martin) e "Quem Vê Cara Não Vê Coração" (uma comédia levemente dramática que diverte ao mesmo tempo em que emociona). No geral o filme acabou agradando muito e embalado por uma trilha sonora cheia de clássicos de Reggae "Jamaica Abaixo de Zero" acabou arrancando indicações em premiações, para surpresa de muitos. Diversão familiar indicada para todos, mostrando um outro lado dos jamaicanos, algo bem distante do sempre presente estigma clichê Rastafari.

Jamaica Abaixo de Zero (Cool Runnings, Estados Unidos, 1993) Direção: Jon Turteltaub / Roteiro: Lynn Siefert, Michael Ritchie / Elenco: John Candy, Leon, Doug E. Doug / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme conta a história improvável de uma equipe jamaicana que viaja para o frion intenso para disputar as olimpíadas de inverno.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Jessabelle

Título no Brasil: Jessabelle
Título Original: Jessabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Kevin Greutert
Roteiro: Robert Ben Garant
Elenco: Sarah Snook, Mark Webber, Joelle Carter
  
Sinopse:
Após sofrer um sério acidente de carro, que inclusive se torna fatal para seu marido, uma jovem garota decide se mudar para a casa de seu pai, um homem que na verdade ela pouco conhece e que vive em uma região remota e pantanosa da Louisiana. Impossibilitada de andar, ela encontra velhas fitas VHS gravadas por sua mãe. O conteúdo das fitas a deixa estarrecida, pois sua mãe, que era cartomante, parece ter previsto tudo o que lhe aconteceria no futuro. Afinal o que poderia estar por trás de seu misterioso passado?

Comentários:
Em nenhum momento me pareceu muito original. "Jessabelle" se revelou meio decepcionante porque vinha sendo indicado por boa propaganda boca a boca, em fóruns e grupos de debate na internet, onde todos pareciam afirmar que se tratava realmente de um terror assustador, uma boa novidade dentro do gênero. Sinceramente não vi nada disso. O roteiro procura se aproveitar de velhas fórmulas que já foram bastante testadas e estão atualmente saturadas, inclusive algumas cenas são absurdamente parecidas com outros filmes famosos, em especial "O Chamado" e "A Chave Mestra". A entidade sobrenatural que vem perturbar a protagonista tem o mesmo design da garota do poço do já citado "O Chamado", com cabelos escorridos, molhados e tudo mais. E o que dizer do uso de fitas antigas de VHS que parecem abrir um portão com o mundo espiritual? Claro que você lembrará do outro filme, as coisas são parecidas demais. Para piorar o filme não consegue desenvolver bem uma trama que até parecia promissora, mas que se revela superficial e sem grande originalidade. De bom temos apenas o bom uso dos pântanos da Louisiana, um lugar que não precisa de muitos efeitos especiais para parecer assustador. Além disso a exploração em torno dos cultos de vodu ajudam a passar o tempo. O roteiro apresenta alguns furos de lógica, mas em produções como essa era mesmo de se esperar que algo assim estivesse presente. No geral não me agradou muito, os sustos são escassos e previsíveis e a atriz que protagoniza o filme não me pareceu particularmente talentosa. Um terror que a despeito do que disseram não consegue se sobressair da média do que se costumeiramente se assiste por aí. Além disso, como já escrevi, lhe falta originalidade para ser melhor considerado.

Pablo Aluísio.

Idênticos

Título no Brasil: Idênticos
Título Original: The Identical
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: City of Peace Films
Direção: Dustin Marcellino
Roteiro: Howard Klausner
Elenco: Blake Rayne, Ray Liotta, Ashley Judd
  
Sinopse:
Durante a grande depressão um jovem casal resolve dar um de seus filhos para adoção a um pastor e sua esposa. Os anos passam e esse rapaz acaba descobrindo ter uma semelhança incrível com um cantor de rock que está tomando de assalto todas as paradas de sucesso do país e do mundo. O que ele nem desconfia é que na realidade ele é o irmão gêmeo do famoso superstar. Roteiro que mescla história real com mera ficção, levemente baseado na história do cantor Elvis Presley.

Comentários:
Como se sabe o cantor Elvis Presley (1935 - 1977) teve um irmão gêmeo que morreu poucos minutos após seu nascimento. Seus pais eram pobres trabalhadores do sul dos Estados Unidos e sentiram uma grande tristeza quando isso aconteceu. Uma tragédia familiar que acompanhou o astro por toda a sua vida. Elvis porém sobreviveu e virou uma lenda da música. Nesse roteiro temos uma tentativa de imaginar como seria a vida de Jesse (o irmão de Elvis) se tivesse sobrevivido. E se ao invés de ter falecido ele tivesse sido entregue a um casal de pastores que não conseguiam ter filhos. O roteiro parte basicamente dessa premissa, porém em nenhum momento assume esse aspecto de forma clara ou direta. O nome Elvis é citado apenas indiretamente, mas aspectos de sua biografia estão por toda parte (o jovem cantor de rock, a morte da mãe, a ida para o exército, etc). Os produtores jogaram partes da biografia de Elvis em um liquidificador e depois as misturaram entre os dois irmãos gêmeos que são os protagonistas desse enredo. O resultado é bem mediano, forçado em vários aspectos e com uma produção que não consegue convencer ou empolgar em nenhum momento. 

E para desespero de muitos que irão ver o filme temos que avisar que o pobre "Jesse" acaba virando um cover de seu irmão mais famoso! Depois de ganhar muito dinheiro como imitador, ele finalmente entra em crise pois sonha em vencer como artista sendo ele mesmo, cantando suas próprias composições, o que não acontece. Ficção, fantasia e realidade se mesclam ao longo de todo o filme. Agora o imperdoável mesmo é um aspecto que jamais poderia dar errado em um musical dramático como esse: a música. Musicalmente o filme é completamente desastroso. A trilha sonora não tem um só rock de verdade, apenas canções derivativas que mais parecem músicas arranjadas nos anos 80, tudo soando falso demais para ser levado à sério. Tirando a voz do cover que canta a trilha, que tenta desesperadamente lembrar o verdadeiro Presley, pouca coisa se salva. Apesar de gostar muito da história de Elvis Presley e tudo o mais, não consegui realmente gostar desse filme. Em minha opinião ele é no final das contas bem decepcionante mesmo. Jesse Garon merecia coisa melhor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

007 Contra o Foguete da Morte

Título no Brasil: 007 Contra o Foguete da Morte
Título Original: Moonraker
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: United Artists / MGM
Direção: Lewis Gilbert
Roteiro: Christopher Wood
Elenco: Roger Moore, Lois Chiles, Michael Lonsdale
  
Sinopse:
O Agente James Bond (Roger Moore) é enviado pelo serviço secreto para investigar um suposto plano internacional envolvendo armas espaciais. No meio das investigações acaba descobrindo que se trata de algo bem maior do que se pensava, um projeto visando dar origem a um verdadeiro genocídio no planeta Terra. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
É uma pena que logo o filme em que James Bond veio ao Brasil seja considerado um dos piores da franquia. A intenção seria modernizar o personagem, o colocando no meio de um enredo que lembrava até mesmo o grande marco de bilheteria da época, "Guerra Nas Estrelas". O problema é que o tiro saiu pela culatra. O enredo não ajuda em nada, os efeitos especiais revistos hoje em dia parecem completamente toscos e sem noção (apesar de terem sido indicados ao Oscar na época) e Roger Moore... bem, ele continuou sendo Roger Moore, fanfarrão até dizer chega, cheio de piadinhas e cenas supostamente cômicas que só estragam o resultado final. Jamais parece levar algo à sério durante todo o filme. De certa forma "Moonraker" serve apenas como uma forma de demonstrar que em plenos anos 70 o personagem perdia cada vez mais força e relevância. De bom mesmo apenas algumas boas sequências de ação, uma delas com o famoso vilão Jaws (interpretado pelo ator Richard Kiel, um grandalhão recentemente falecido) que luta com Bond nos bondinhos do Rio de Janeiro, imagine você! No geral não há muito por onde ir, "007 Contra o Foguete da Morte" é de fato muito ruim mesmo. Pelo jeito o Brasil fez mal a 007, Um James Bond para esquecer. 

Pablo Aluísio.

Busca Implacável 3

Título no Brasil: Busca Implacável 3
Título Original: Taken 3
Ano de Produção: 2014
País: França, Estados Unidos
Estúdio: Canal+, Ciné+, EuropaCorp
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Forest Whitaker, Maggie Grace, Dougray Scott 
  
Sinopse:
Bryan Mills (Liam Neeson) é acusado injustamente de matar sua ex-esposa. Tentando sobreviver a um duro cerco policial ele parte em busca da identidade do verdadeiro criminoso. Suas investigações apontam para o atual marido de sua ex, o pouco confiável Stuart St John (Dougray Scott), sem desprezar também as pistas que parecem ligar a máfia russa liderada pelo gangster Oleg Malankov (Sam Spruell) ao brutal assassinato. O que afinal estaria por trás desse crime?

Comentários:
Luc Besson continua colocando seus ratinhos de laborátorio para dirigir seus roteiros de ação. A bola da vez é do francês Olivier Megaton que já havia dirigido o filme anterior (Taken 2). Em minha opinião essa franquia nunca foi grande coisa. Os roteiros são derivativos, sem maiores novidades. A única diferença aqui é que dessa vez Mills se torna a caça, a presa, ao invés de ser o caçador. A polícia está em seu encalço e tudo parece mesmo confirmar que ele assassinou sua ex-esposa. Sua filha, que foi tão importante nas tramas dos filmes anteriores, cresceu e agora leva sua própria vida. Ela está grávida e curtindo os primeiros anos de casamento quando a morte de sua mãe joga tudo pelos ares. Como "Taken 3" é um filme de ação stricto sensu os fãs certamente não querem perder tempo com dramas familiares. Em termos de cenas de impacto há algumas extremamente bem realizadas, como as costumeiras perseguições nas rodovias de Los Angeles e uma excelente sequência final no aeroporto de Santa Monica onde Mills precisa evitar que um jatinho decole! Tudo muito bem feito. A presença do sempre talentoso Forest Whitaker como o policial Franck Dotzler também ajuda bastante, muito embora ele não seja tão bem aproveitado quanto poderia ser. No final é uma boa fita, diverte e tudo mais, só não espere por surpresas pois "Taken 3" é mais do mesmo do que você já está acostumado a assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

O Suspeito da Rua Arlington

Título no Brasil: O Suspeito da Rua Arlington
Título Original: Arlington Road
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems, Lakeshore Entertainment
Direção: Mark Pellington
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Jeff Bridges, Tim Robbins, Joan Cusack
  
Sinopse:
Após a morte de sua esposa, uma agente do FBI, numa operação anti-terrorismo, um professor universitário começa a se tornar obcecado em teorias da conspiração, cada uma mais complexa do que a anterior. Quando novos vizinhos chegam para morar em sua rua ele começa a desconfiar deles! Teria algum fundo de verdade ou seria pura e simples paranóia? Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme - Thriller, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack).

Comentários:
Particularmente gosto desse tipo de roteiro. Geralmente temos algumas informações básicas e temos que decifrar se tudo não seria realidade ou apenas maluquice da mente de um determinado personagem. Curiosamente a escolha do elenco foi mais do que acertada. O ator Tim Robbins sempre foi muito engajado politicamente, se envolvendo sempre em campanhas sobre direitos humanos e coisas similares em seu país. Particularmente não gosto muito de suas idéias políticas (ele seria o mais próximo que um americano poderia chegar de ser um esquerdista vermelho), mas respeito suas convicções pessoais (embora as considere na maioria das vezes meras bobagens). Assim quem conhece a personalidade do ator fora das telas acabará gostando bastante da proposta desse filme, pois ele acabou fazendo (de forma inconsciente até) uma caricatura de si mesmo. Vale pela trama, vale pelas boas atuações e pela proposta de deixar o espectador envolvido até os minutos finais. Merecia até mesmo levar um Oscar de roteiro em minha opinião.

Pablo Aluísio.

Máquina Mortífera 4

Os policiais Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) agora lidam com uma quadrilha chinesa especializada em levar imigrantes ilegais aos Estados Unidos. Quarta e até agora última aventura da franquia Máquina Mortífera, grande sucesso de bilheteria nos cinemas. Alguns detalhes chamam a atenção nesse filme. A primeira é que tudo está muito mais exagerado do que nos filmes anteriores. As explosões, perseguições, tiroteios, tudo parece ter sido elevado à nona potência. As cenas de ação surgem de forma bem gratuita, inclusive a cena inicial com um sujeito com lança chamas destruindo tudo por onde passa em uma rua movimentada de Los Angeles (quem é ele? Por que faz isso? Qual é o seu propósito afinal? Nada é explicado). Mais á frente um carro, dirigido pelos policiais, entra pelas janelas de um edifício e sai pelo outro lado do andar, levado tudo que encontra pela frente sem a menor cerimônia. Ainda há uma tentativa de desenvolver melhor mais a vida familiar do personagem de Mel Gibson (sua namorada está esperando o primeiro filho deles) mas é claro que nada é muito aprofundado. No quesito humor também tudo está mais acentuado. Para elevar ainda mais a quantidade de piadas por metro quadrado escalaram o ator e comediante Chris Rock como um detetive novato cheio de segundas intenções para com Murtaugh. Além disso servindo de bengala o personagem Leo interpretado por Joe Pesci retorna mais uma vez com sua infinidade de “oks” que chegam a dar nos nervos!

Além dos exageros “Máquina Mortífera 4” traz de novidade a presença do astro de filmes de artes marciais de Hong Kong, Jet Li. Esse foi um papel importante para ele nos Estados Unidos pois ajudou a popularizar seu tipo para o grande público americano. Seu personagem é um capanga que anda sempre com um terço a tiracolo. O que parece ser apenas um artefato religioso na verdade é uma arma mortal de estrangulamento. De resto o filme conta com praticamente a mesma equipe dos filmes anteriores, o que acabou criando um clima bem familiar nas filmagens. Na cena final dos créditos isso é deixado bem claro pelo diretor Richard Donner pois ele apresenta sua equipe como se todos fizessem parte de um grande álbum familiar. De certa forma o diretor previa que a franquia se encerraria por aqui (embora haja boatos de que um projeto para um quinto filme circule atualmente nos estúdios). Não sei se uma sequência seria uma boa idéia, até porque já se passou mais de uma década desse último filme e continuações tardias não costumam dar muito certo – vide o último Indiana Jones que parece não ter agradado ninguém. Enfim, se você curtiu os demais filmes da franquia provavelmente não ficará decepcionado com esse. É mais do mesmo, só que um tanto quanto exagerado.

Máquina Mortífera 4 (Lethal Weapon, Estados Unidos, 1998) Direção: Richard Donner / Roteiro: Shane Black, Jonathan Lemkin, Alfred Gough, Miles Millar, Channing Gibson / Elenco: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Rene Russo, Chris Rock, Jet Li / Sinopse: Os policiais Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) agora lidam com uma quadrilha chinesa especializada em levar imigrantes ilegais aos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.