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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Sem Medo de Viver

Título no Brasil: Sem Medo de Viver
Título Original: Fearless
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Spring Creek Productions
Direção: Peter Weir
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez, Tom Hulce, Benicio Del Toro, Deirdre O'Connell

Sinopse:

Baseado na novela escrita por Rafael Yglesias, o filme "Sem Medo de Viver" conta a história de Max Klein (Jeff Bridges), um homem cuja personalidade muda drasticamente depois de sobreviver a um grande acidente aéreo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Rosie Perez).

Comentários:
Esse é um daqueles filmes que se propõem a discutir qual é o real significado da vida, da existência humana. O protagonista muda sua forma de encarar a vida depois de sobreviver milagrosamente a um grande acidente de avião. Ele sobrevive, mas a grande questão que passa a ser discutida é qual seria seu novo sentido de existir, de viver? Então ele passa a viver sem medo, sem receios, aproveitando cada nova experiência que surge em sua frente. É um bom roteiro, que coloca até mesmo questões filosóficas sobre a mesa, mas sem soar chato ou petulante. No final o que se sobressair é a excelente interpretação de Jeff Bridges, que inclusive deveria ter sido ao menos indicado ao Oscar naquele ano por seu trabalho de atuação. Melhor se saiu sua parceira de cena, Rosie Perez. Com trilha sonora do grupo de rock U2, esse filme cumpre o que promete. Faz refletir, tem boa mensagem e um belo elenco para manter o interesse do ciinéfilo por toda a duração do filme. Eu particularmente gostei bastante da proposta desse roteiro.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Green Card

Título no Brasil: Green Card - Passaporte para o Amor
Título Original: Green Card
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Peter Weir
Elenco: Gérard Depardieu, Andie MacDowell, Bebe Neuwirth, Gregg Edelman, Robert Prosky, Jessie Keosian

Sinopse:
Georges (Gérard Depardieu) é um imigrante francês que decide ficar nos Estados Unidos após seu visto perder a validade. Com isso logo fica ilegal naquele país. Sua saída seria conseguir o Green Card, mas para isso ele teria de se casar com uma americana. E ele realmente embarca em um casamento de fachada com Brontë (Andie MacDowell), para logo depois se descobrir apaixonado verdadeiramente por ela. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original (Peter Weir).

Comentários:
Gérard Depardieu foi para os Estados Unidos e aí não teve jeito. Ele teve que dançar conforme a música tocada pelo cinemão americano mais comercial. Nada de filmes de arte, cult-movies, grandes pretensões artísticas, nada mais disso. Quando se entra para a indústria de cinema do Tio Sam o mais importante passa a ser fazer bilheteria, nada muito além disso. E esse filme é mais do que comercial. Não deixa de ser irônico o fato de que Gérard Depardieu caiu direto nos braços da Touchstone Pictures, companhia cinematográfica que pertencia ao grupo Disney. Era o selo do ratinho mais famoso do mundo que produzia filmes para toda a família. Os filmes da Touchstone criaram, de certa forma, o selo "family friendly" dentro da indústria de entretenimento, então nada de muito polêmico, nem forte e nem dramático demais poderia entrar nessa linha de filmes. Assim esse "Green Card" não passa de água com açúcar. E a presença da atriz Andie MacDowell ajudou a suavizar ainda mais o tom. Enfim, para quem sempre estava acostumado a ir para uma outra direção em sua carreira, esse "Green Card" foi mesmo uma mudança e tanto de rumos para Gérard Depardieu.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de novembro de 2019

O Ano que Vivemos em Perigo

Título no Brasil: O Ano que Vivemos em Perigo
Título Original: The Year of Living Dangerously
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Weir
Roteiro: David Williamson, Peter Weir
Elenco: Mel Gibson, Sigourney Weaver, Linda Hunt, Michael Murphy, Paul Sonkkila, Bill Kerr

Sinopse:

Durante uma revolução na Indonésia, na década de 1960, um jornalista acaba se apaixonando por uma mulher americana. No meio do caos e da guerra eles tentam construir uma história de amor. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Linda Hunt).

Comentários:
Esse filme é puro anos 80! Imagine unir em um mesmo elenco dois ícones cinematográficos daquela época (Mel Gibson e Sigourney Weaver) e com eles ainda bem jovens, no auge do sex appeal. A temperatura só poderia ficar alta mesmo. Palmas para o cineasta Peter Weir, um diretor que sempre admirei. Ele foi seguramente um dos diretores mais subestimados dos anos 80, pois fez excelentes filmes, com lindas fotografias, mas nunca conseguiu o reconhecimento que lhe era devido. O roteiro desse filme (também de autoria de Weir) tinha um subtexto político bem elaborado, ético e muito interessante, porém o que se sobressaía mesmo era o casal principal, soltando faíscas em cada cena. Dizem que Gibson e Weaver tiveram um caso durante as filmagens porém tudo foi devidamente abafado porque eles eram comprometidos. Que pena, deveriam ter assumido tudo publicamente, as revistas de fofoca iriam se divertir bastante. Deixando tudo isso de lado é bom reconhecer os méritos do filme como cinema. Um dos destaques mais lembrados veio da marcante atuação da atriz Linda Hunt, aqui interpretando um personagem masculino chamado Billy Kwan. Ela estava plenamente convincente como um homem em cena. Chega a impressionar. Não é a toa que levou o Oscar para casa!. Enfim, um filme bem indicado, com excelentes cenas e bela direção de fotografia. É sem favor algum  uma das produções mais marcantes daquela década. Coisa fina.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

A Costa do Mosquito

Título no Brasil: A Costa do Mosquito
Título Original: The Mosquito Coast
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Peter Weir
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Harrison Ford, Helen Mirren, River Phoenix, Jason Alexander, Jadrien Steele, Rebecca Gordon

Sinopse:
Allie Fox (Harrison Ford) é um inventor e cientista dado a utopias que decide levar toda a sua família para uma região isolada da América Central. Ele pretende construir um invento que irã mudar toda a história da humanidade! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Harrison Ford) e Melhor Trilha Sonora Original (Maurice Jarre).

Comentários:
Para quem havia interpretado Han Solo e Indiana Jones foi uma surpresa e tanto quando Harrison Ford surgiu com esse filme nos cinemas em meados dos anos 80. Era uma proposta bem diferente, enfocando um pouco no humor e no drama de um personagem sonhador, dado a utopias, que resolvia levar toda a sua família para um experimento em uma região distante e praticamente incivilizada. Eu particularmente gostei do filme. Esse foi aquele projeto que Ford fez por amor à arte mesmo, sem se importar se seria sucesso ou não, até porque o filme não fez boa bilheteria, chegando a dar prejuízo para o estúdio, mesmo com orçamento modesto e contido. Nas locadoras de vídeo a fita se saiu melhor porque o público foi conhecendo o filme aos poucos, em um típico caso de propaganda positiva boca a boca. Já para os dias atuais um dos atrativos é a presença do jovem River Phoenix. Dito como um potencial astro do futuro nos anos 80 ele teve uma morte trágica e preocce, causada por uma overdose de drogas. Foi um choque para seu fã clube juvenil que tinha grandes apostas em seu futuro. Algo que infelizmente nunca chegou a acontecer. O roteiro foi baseado no romance escrito por Paul Theroux.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Mestre dos Mares

Tive a oportunidade de assistir no cinema, em seu lançamento original. De fato esse sempre foi o melhor meio de conferir filmes nesse estilo, produções grandiosas, resgatando o antigo modo de fazer cinema, em sua era clássica. O roteiro foi baseado numa série de romances escritos pelo autor Patrick O'Brian. Esse escritor era apaixonado pelos grandes navios de seu tempo, criando assim uma série de romances sobre as grandes navegações. Nesse, em particular, encontramos o capitão Jack Aubrey (Russell Crowe), comandante de um navio de guerra da armada inglesa, o H.M.S. Surprise. Sua missão seria localizar embarcações francesas nas costas da América do Sul (incluindo o Brasil), destrui-las e aprisionar seus oficiais. O contexto histórico se passava durante as guerras napoleônicas, onde a conquista da hegemonia marítima era essencial. Claro que durante a navegação nada acabaria saindo conforme o planejado, levando o capitão e sua tripulação a ir parar em lugares jamais imaginados por eles ao partirem da Inglaterra.

Belo filme, uma super produção que custou mais de 150 milhões de dólares, onde o estúdio se deu ao luxo de construir uma réplica real de uma antiga nau da esquadra britânica. Visualmente o filme é mesmo de encher os olhos, com maravilhosa direção de arte, figurinos, cenários, etc. Uma produção como não se via há muitos anos. Outro ponto positivo é que o diretor Peter Weir realmente optou por uma narrativa mais lenta, mais detalhista, repetindo o estilo mais conservador de fazer bom cinema. Nada de cortes rápidos e edição insana. O filme é um exemplo perfeito de que ainda é possível fazer cinema de grande qualidade, usando para isso ferramentas e estilos de um passado distante. Ao lado de "Gladiador" pode ser considerado um dos melhores trabalhos de Russell Crowe em sua carreira.

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (Master and Commander: The Far Side of the World, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Weir / Roteiro: Peter Weir, baseado na obra literária escrita por Patrick O'Brian / Elenco: Russell Crowe, Paul Bettany, James D'Arcy, Billy Boyd / Sinopse: Durante o começo do século XIX, um navio de guerra da armada inglesa parte em missão de interceptação de navios franceses, da esquadra de Napoleão Bonaparte. O destino é a distante costa ocidental da América do Sul. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Russell Boyd) e Melhor Edição de Som (Richard King). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição e Figurino.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sem Medo de Viver

Max Klein (Jeff Bridges) é um arquiteto que muda completamente sua visão de vida após salvar várias pessoas de um trágico acidente de avião. A partir dessa experiência ele muda sua forma de entender sua própria existência e seus objetivos pessoais, tratando e olhando de outro modo seus relacionamentos, inclusive familiares. Temos aqui um bom drama existencial, sobre um homem que passa a ter um outro olhar sobre sua própria existência. O ritmo é bem lento e o roteiro procura trazer uma profundidade maior em seu conteúdo, tentando levar o espectador a uma reflexão interior.

O resultado é apenas parcialmente bem sucedido em suas pretensões. Aliás talvez o maior problema do filme seja sua própria pretensão, maior do que a própria qualidade da fita em si. Mesmo assim acabou agradando, levantando boas indicações em importantes festivais de cinema pelo mundo afora.

Sem Medo de Viver (Fearless, Estados Unidos, 1993) Direção: Peter Weir / Roteiro: Rafael Yglesias / Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez / Sinopse: Drama sobre um homem em um momento crucial de sua existência. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Rosie Perez). Também indicado ao Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sociedade dos Poetas Mortos

Depois de muitos anos tive a oportunidade de rever “Sociedade dos Poetas Mortos”. Esse filme eu tive o privilégio de ver no cinema, ainda na época de seu lançamento, em um dos mais tradicionais cinemas da minha cidade que infelizmente nem existe mais. Na época causou bastante repercussão pois colocava como tema central aquele velho choque de gerações que geralmente acontece na vida de todos nós. Os pais desejam que os filhos sigam por um determinado caminho na vida, abraçando certas profissões, se esquecendo ou ignorando que nesse processo eles estão na verdade soterrando as verdadeiras vocações dos jovens. No filme acompanhamos a rotina de um grupo de estudantes de uma tradicional escola americana. 

A disciplina é rígida e o tempo dos alunos é completamente preenchido com atividades escolares. Quem estudou em instituições de ensino parecidas certamente vai se identificar. No meio de tanto conservadorismo eis que surge um novo professor de inglês e literatura, o nada convencional Sr. Keating (Robin Williams) que logo no primeiro dia de aula incentiva seus alunos a rasgarem as primeiras páginas de um livro de poesia que tenta explicar através de fórmulas tediosas as regras que um bom poeta e escritor deve seguir. O ato extremamente ousado e inovador tenta demonstrar aos estudantes que o mais importante ao se escrever não é seguir velhas fórmulas moribundas mas sim seguir a emoção e o sentimento, acima de tudo. 

A partir desse momento o professor vira uma espécie de mentor de todos aqueles jovens, os incentivando a procurarem por novas experiências, ousarem mais em suas vidas, tanto na escola como fora dela. Um dos alunos, por exemplo, nutre o sonho de se tornar ator, abraçar a carreira de teatro mas isso é completamente reprimido por seus pais que consideram aquilo extremamente indigno de sua família. “Sociedade dos Poetas Mortos” ainda é um belo filme, com mensagem muito relevante e extremamente bem realizada. Provavelmente seja o melhor momento do ator Robin Williams no cinema. Aqui ele deixa o lado mais cômico de lado para abraçar o humanismo, a sensibilidade e o apego às paixões da vida. A expressão “Carpe Diem” (aproveite o dia) acabou virando um lema a ser seguido por todos. Jovens que sonham em realizar seus sonhos, fora do ambiente castrador da escola. Eu me recordo que gostei bastante quando assisti pela primeira vez, ainda na década de 1980 e nessa revisão pude perceber que a produção não envelheceu, ainda continua bastante boa e cativante. No final de tudo a mais importante lição que esse filme deixa é a de que cada um deve seguir seu próprio sonho, sem ligar para a opinião dos outros, até porque sonhos são para serem vividos por quem sonha e não pelos demais. Pais geralmente tentam se realizar através de seus filhos e para isso acabam soterrando os planos de vida dos garotos. Não caia nessa armadilha, trilhe o seu próprio caminho na vida. 

Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, Estados Unidos, 1989) Direção: Peter Weir / Roteiro: Tom Schulman / Elenco: Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke, Josh Charles, Gale Hansen, Dylan Kussman, Allelon Ruggiero, James Waterson, Norman Lloyd, Kurtwood Smith / Sinopse: Numa rígida escola tradicional, um professor de inglês tenta incentivar seus alunos a se auto descobrirem, os encorajando a realizarem seus próprios sonhos e projetos de vida. Não tarda para que os métodos pouco convencionais do mestre sejam colocados em dúvida por pais e demais mestres conservadores da escola. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original. Indicado aos Oscars de Mlehor Filme, Direção e Ator (Robin Williams).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de junho de 2014

O Show de Truman

Título no Brasil: O Show de Truman
Título Original: The Truman Show
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney

Sinopse:
Truman Burbank (Jim Carrey) aparenta ser um sujeito dos mais comuns. Vendedor de seguros, ele vai levando uma vida típica de um americano como qualquer outro de sua idade. O que ele não sabe é que sua vida na realidade é um reality show, assistido por milhões de telespectadores ao redor do mundo. Sua família e seus amigos na verdade são atores contratados para contracenar com Truman sem que ele nem ao menos saiba disso. Filme indicado a três Oscars nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Direção (Peter Weir) e Melhor Roteiro Original (Andrew Niccol). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Jim Carrey), Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris) e Melhor Trilha Sonora Original (Burkhard von Dallwitz e Philip Glass).

Comentários:
Mais uma grande aposta de Jim Carrey em ser levado a sério como ator. Na época ele acreditava que iria vencer o Oscar de Melhor ator por essa performance. O interessante é que se olharmos para trás vamos perceber que em seus anos de maior popularidade, Carrey tentou mudar os rumos de sua carreira, abraçando filmes mais ousados, deixando um pouco de lado as comédias escrachadas de lado, para ser reconhecido como um ator de verdade, de talento. Apesar de todas as suas boas intenções seus planos acabaram não dando em nada. Hoje em dia ele tem se voltado para as mesmas comédias bobas do começo de seu sucesso, dessa vez não para ganhar os críticos, mas sim para salvar mesmo sua carreira do desastre. Até contracenar com pinguins digitais ele já andou topando. Apesar de tudo isso temos que dar o braço a torcer pois "O Show de Truman" é de fato um bom filme, uma crítica muito precisa sobre a proliferação dos chamados reality shows e do poder de manipulação da mídia levada às últimas consequências. A crítica até gostou e resenhas elogiosas pipocaram nos principais meios de comunicação mas o público cativo de Carrey, o mesmo que lhe proporcionou polpudas bilheterias ao longo dos anos, não curtiu muito, achando que tudo soava cerebral demais e pouco engraçado. Realmente, "The Truman Show" não é uma comédia, está mais para um drama melancólico, algo que efetivamente espantou seus fãs mais antigos e fiéis.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A Testemunha

Depois que interpretou dois personagens completamente marcantes na história do cinema (Han Solo de “Star Wars” e Indiana Jones) o ator Harrison Ford procurou se diversificar na carreira, tentando criar uma identidade própria para fugir do perigo de ficar marcado para sempre por esses papeis. Assim após rodar “O Retorno de Jedi” e “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, ele entrou nesse projeto bem mais modesto, simples, que contava exclusivamente com a força de seu roteiro, o filme “A Testemunha”. Dirigido por Peter Weir (de “Galipoli” e “O Ano em que Vivemos em Perigo”, ambos com Mel Gibson) o enredo explorava uma das mais curiosas comunidades existentes no interior dos Estados Unidos, os Amish. Vivendo como se estivessem na idade média, com ampla rejeição da tecnologia e do modo de vida da modernidade, os integrantes desse grupo procuravam ter o mínimo contato com o mundo exterior (decadente e cheio de vícios em sua forma de pensar). Em sua forma de entender o contato com o resto da sociedade os deixariam  impuros e indignos de suas crenças.

As coisas começam a mudar quando o garoto amish Samuel testemunha um crime numa estação de trem da Filadélfia. Um policial seria o envolvido. Transformado em testemunha em um crime de grande repercussão o garoto (Lukas Haas) e sua mãe, a viúva Rachel (Kelly McGillis de “Top Gun”), teriam agora que ter proteção policial e essa acaba sendo feita pelo tira John Book (Harrison Ford) que de repente se vê imerso dentro da cultura Amish. O argumento se torna bem interessante a partir daí porque começa a mostrar o outro lado dessa comunidade, mostrando aspectos positivos de sua forma de viver. O antes cínico policial começa a enxergar uma nova realidade, entendendo finalmente os aspectos bons de se levar uma vida baseada na tradição e na simplicidade. Assim que foi lançado “A Testemunha” caiu nas graças da critica especializada. O filme colecionou elogios e indicações a prêmios (inclusive o Oscar em suas principais categorias). Harrison Ford ficou duplamente gratificado pois vivia uma fase excepcional na carreira onde conseguia mesclar sucesso comercial com aclamação da crítica – algo bem raro dentro da indústria de cinema dos EUA. Em suma, “A Testemunha” resistiu muito bem ao tempo e até hoje consegue unir um bom roteiro com uma direção precisa e econômica na medida certa. Vale a pena ser redescoberto.

A Testemunha (Witness, Estados Unidos, 1985) Direção: Peter Weir / Roteiro: William Kelley, Pamela Wallace / Elenco: Harrison Ford, Kelly McGillis, Lukas Haas / Sinopse: Policial (Harrison Ford) tem que proteger garoto Amish que testemunhou um crime praticado numa estação de trem da Filadélfia envolvendo policiais corruptos.

Pablo Aluísio.