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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Um Canto de Esperança

Título no Brasil: Um Canto de Esperança
Título Original: Paradise Road
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: David Giles, Martin Meader
Elenco: Glenn Close, Frances McDormand, Pauline Collins, Cate Blanchett, Julianna Margulies, Pamela Rabe
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante a II Guerra Mundial um grupo de mulheres americanas e europeias são aprisionadas por tropas japonesas na distante e isolada ilha de Sumatra. Para suportar a prisão - completamente injusta e sem razão de ser - elas usam a música para tornar seus dias menos miseráveis e torturantes. Filme premiado pela  Australian Cinematographers Society e Film Critics Circle of Australia Awards.

Comentários:
A II Guerra Mundial não foi apenas a guerra dos grandes acontecimentos, das grandes batalhas épicas. A guerra destruiu também a vida de milhões de pessoas comuns, que nada tinham a ver com o conflito armado. Um exemplo podemos conferir nesse filme onde várias mulheres são enviadas para uma prisão apenas por causa de suas nacionalidades. Os japoneses as aprisionam sem razão de ser, apenas por serem estrangeiras. As atrocidades japonesas durante a guerra impressionam, na China ocupada, por exemplo, as tropas japonesas promoviam estupros coletivos, massacres e chegavam ao requinte da crueldade de enterrar pessoas vivas, fora a tortura que era algo muito comum no cotidiano daqueles militares. Assim o roteiro dessa produção explora mais um crime de guerra dos japoneses, porém de uma forma mais sutil e com uma certa dose de diplomacia. Penso inclusive que o fato histórico real foi bem mais brutal do que vemos. De qualquer forma o ótimo elenco e a delicadeza de sua mensagem valem qualquer esforço. Um momento da II Guerra Mundial que segue esquecido, infelizmente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Vida Bandida

Título no Brasil: Vida Bandida
Título Original: Bandits
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Harley Peyton
Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, January Jones, Troy Garity
  
Sinopse:
Joe (Bruce Willis) e Terry (Billy Bob Thornton) são dois condenados que fogem da prisão. De volta às ruas eles começam a usar um novo método para roubar bancos, invadindo as casas dos gerentes na noite anterior ao roubo, fazendo suas famílias de reféns. Em pouco tempo o novo jeito se revela ser muito bem sucedido e eles começam a ganhar todas as manchetes. Em um desses roubos acabam esbarrando em Kate (Cate Blanchett), uma jovem mulher que está entediada com sua vida, sempre em busca de emoções. Em pouco tempo ela então se junta à dupla de ladrões. Ambos ficam apaixonados por ela, enquanto a política os persegue, pensando que Kate é uma refém do bando.

Comentários:
Muito fraco. O elenco é inegavelmente bom. Bruce Willis, em um estilo mais bem humorado e menos brutamontes. Billy Bob Thornton, sempre um ator interessante, geralmente interpretando o caipira malvado e sem misericórdia e finalmente a maravilhosa Cate Blanchett, uma das atrizes mais talentosas de sua geração, aqui em um papel que sinceramente não lhe faz jus. Até a bela January Jones está no elenco. Não está ligando o nome à pessoa? Ora, Jones é a Betty Francis Draper de "Mad Men", aquele tipo de mulher belíssima que se afunda em um casamento suburbano, cheia de filhos e pouco glamour. Aqui ela ainda estava bem jovem - e mais bonita do que nunca!. Pois é, mesmo com esse excelente elenco, com um diretor respeitado como Barry Levinson, pouca coisa funciona. O filme foi relativamente bem recebido pela crítica, mas o público não comprou muito bem a ideia. No geral, não há como negar, o filme é uma negação, uma decepção. Leva três estrelas com muita, mas muita boa vontade mesmo. Na realidade não levaria nem duas... Enfim, é tipicamente aquele tipo de película ruim que nem o bom elenco consegue salvar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Conspiração e Poder

Título no Brasil: Conspiração e Poder
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
  
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).

Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa. 

Diante dessa posição não era de se admirar que odiasse republicanos e conservadores em geral. Ao pagar para ver, acabou se dando muito mal. Mesmo com esse viés ideológico o filme se revela muito bom. Tem um elenco que certamente chamará a atenção dos cinéfilos, a começar pela própria Cate Blanchett que está passando por uma fase maravilhosa (vide seu recém lançado filme "Carol"). As presenças de Robert Redford e Dennis Quaid também me agradaram muito. A despeito do grande talento que possuem devo confessar também que fiquei bem surpreso com a aparência deles. Estão bem envelhecidos, mostrando sem receios as marcas do tempo. Ponto positivo para ambos, pois não se renderam à moda das cirurgias plásticas que costumam deformar o rosto de atores e atrizes, algo que infelizmente anda muito em voga em Hollywood. Envelhecer com dignidade revela acima de tudo um grande caráter por parte deles. Então é isso. Temos aqui um bom filme, especialmente indicado para jornalistas e estudantes de jornalismo em geral, que só peca mesmo por causa de seus problemas ideológicos. Se tivesse sido mais imparcial seria uma grande obra cinematográfica. Do jeito que ficou vale pelo elenco e pela boa direção. Está recomendado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Carol

Ao ir até uma loja de departamentos para comprar uma boneca para sua filha, a bela e elegante Carol (Cate Blanchett) acaba se encantando com a vendedora de brinquedos Therese Belivet (Rooney Mara). Quando vai embora deixa suas luvas sob o balcão. No dia seguinte Therese as envia para Carol que lhe retorna agradecendo por telefone. Aos poucos o que parecia ser apenas um flerte casual ganha contornos mais sérios quando Carol convida Therese para almoçar fora. Elas estão inegavelmente atraídas uma pela outra, mas há vários problemas nesse relacionamento, entre eles o fato de Carol ser casada e estar enfrentando uma série crise em seu casamento, o que ocasionará um divórcio complicado e doloroso com seu marido. Em disputa, a guarda de pequenina filha de Carol. Oscar Wilde costumava dizer que o amor homossexual era o amor que não ousava dizer seu nome. Pensei exatamente nessa frase durante o transcorrer de todo o filme. As duas protagonistas parecem saber desde o começo que há algo maior e mais profundo entre elas, mas nenhuma parece disposta a cruzar a linha que as mantém separadas. Em determinado momento, ao telefone, Carol (Blanchett) implora para que Belivet (Mara) diga o que está pensando ou sentindo, mas ela recua. Realmente é um tipo de amor que não pode muitas vezes se revelar, dizer o seu nome. 

"Carol" é um filme de momentos. Se você prestar bem a atenção perceberá que o roteiro nem está muito preocupado em contar uma história linear, mas sim em captar o sentimento envolvido no encontro dessas duas pessoas apaixonadas que, por acaso, são duas mulheres. Esse aspecto aliás é certamente um dos grandes méritos desse texto. Ele não se torna chato ou cansativo justamente por não levantar bandeiras, por não se transformar em algo planfletário da causa gay ou qualquer outra  coisa parecida. Na realidade o mais importante é mostrar como elas se conhecem, como surge desde o começo um lapso de atração, logo no primeiro olhar, e como aos poucos vão se aproximando. Tudo é muito sutil, elegante e com classe. Por isso não existe espaço para o vulgar e nem para o grotesco. Há detalhes que fazem toda a diferença. Só para citar um, aquele momento em que as mãos finalmente se encontram sobre a mesa de um restaurante. Não é necessário palavras, apenas olhares. Toda a sutileza do roteiro se revela ali. Por essa razão também nem é tão significativo que estejamos na presença de um casal de lésbicas, afinal de contas as mesmas cenas que vamos acompanhando poderiam também se referir a um casal hétero, sem problemas. Sentimentos são sentimentos. Como eu disse, o grande valor de "Carol" vem de sua profundidade emocional, de seu jogo de pequenos momentos que vão formando algo maior. Nesse aspecto realmente não há como negar que se trata de um belo filme, feito de, como frisei, pequenos detalhes que vão revelando o despertar da paixão entre as protagonistas. Deixe-se levar e entenda que o amor não tem barreiras, limites ou fronteiras.

Carol (Carol, EUA, 2015) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Phyllis Nagy, baseado no livro escrito por Patricia Highsmith / Elenco: Cate Blanchett, Rooney Mara, Kyle Chandler, Sarah Paulson / Sinopse: O filme mostra o relacionamento homossexual entre uma mulher casada que enfrenta problemas em seu casamento e divórcio e uma tímida e bela vendedora de uma loja de departamentos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Cate Blanchett), Melhor Atriz Coadjuvante (Rooney Mara), Melhor Roteiro Adaptado, Fotografia, Figurino e Música original (Carter Burwell). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Atriz (Cate Blanchett), Melhor Atriz (Rooney Mara), Melhor Direção e Melhor Trilha sonora original.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Carol

Baseado na obra literária homônima da escritora americana Patricia Highsmith de 1952, o thriller-romance-homoerótico, "Carol", Dirigido pelo californiano Todd Haynes, conta a bela história de amor entre Carol Aird (Cate Blanchett) e Therese Belivet (Rooney Mara). Carol, uma rica, charmosa e classuda mulher novaiorquina e mãe de uma garotinha, vive uma vida infeliz atrelada a um casamento de fachada. Certo dia, vai até a uma loja de departamento para comprar uma boneca para a sua filhinha. A bela ninfeta Therese, balconista da seção de brinquedos, ajuda a loura charmosa a escolher o melhor presente para a menina, dando início assim aos primeiros olhares de ternura. Na saída, Carol esquece o par de luvas de couro no balcão, pronto! é a senha para as duas voltarem a se encontrar. Sufocada por um marido rico, ciumento e desinteressante e absolutamente atraída por Therese, a louraça pede o inexorável divórcio, despertando assim a ira de seu marido. Livre das algemas de um casamento fracassado, Carol convida Therese a viajarem juntas pelas estradas americanas, sem destino e sem data para voltar. Therese, que além de vendedora sonha em ser fotógrafa, aceita sem pestanejar o convite. Faz as malas, separa do noivo chato e preconceituoso e mergulha de cabeça num verdadeiro conto de fadas com Carol.

O roteiro, transformado pelas lentes de Haynes numa ode ao mais puro e singelo amor, faz de "Carol" uma celebração poética do amor contido, dos gestos contidos, do medo e da incrível, não paixão. Isso mesmo, "não paixão", pois paixão é para os fracos e Carol e Therese foram direto ao amor. O amor e o desejo são prospectados num cruzamento constante, e quase ininterruptos, de olhares, toques e finalmente o sexo. Aliás, sejamos honestos: o filme é sobre o amor e não sobre sexo. Haynes foi brilhante na criação de uma estética puramente retrô, mostrando uma América dos anos 50, com suas cores pastéis, vermelhos e mostardas, predominando sobre o cinza escuro dos prédios de Nova York. Têm ainda os estilosos carrões arredondados americanos da época, com sua pompa, seu charmes, seus vidros ovais, além de suas arestas e vincos insuspeitados. Nas cenas de viagem das duas amigas pelas estradas, a leveza, a pureza, uma paz incontida e desejos reprimidos, esboçam um verdadeira celebração, não só do amor, mas de uma paz e liberdade que quase faz as duas mulheres levitarem de tanta felicidade. A visão de Haynes sobre a nobreza, a pureza e o brilho iridescente do amor entre Carol e Therese é tão honesta e tão marcante que o termo "amor lésbico" acaba ficando em segundo (ou terceiro) plano. Realmente, um belíssimo e singelo filme.

Carol (Carol, Inglaterra, Estados Unidos, 2015) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Phyllis Nagy, Patricia Highsmith / Elenco: Cate Blanchett, Rooney Mara, Sarah Paulson. / Sinopse: O filme narra o romance entre duas mulheres diante das pressões e preconceitos da sociedade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Cate Blanchett), Melhor Atriz Coadjuvante (Rooney Mara), Melhor Roteiro Adaptado (Phyllis Nagy), Melhor Fotografia (Edward Lachman), Melhor Figurino (Sandy Powell) e Melhor Música original (Carter Burwell).

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O Hobbit: A Desolação de Smaug

Nesse fim de semana resolvi assistir aos dois últimos filmes dessa nova trilogia de Peter Jackson, "O Hobbit". O primeiro filme tive oportunidade de ver em seu lançamento. Sendo bem sincero não chegou a me empolgar completamente embora ficasse muito longe de ser ruim. Ao contrário da trilogia original de "O Senhor dos Anéis", o fato é que dessa vez Jackson não contou com um material original tão rico como da primeira vez. O livro "O Hobbit" escrito por J.R.R. Tolkien em 1937 é claramente uma obra infantil, sem a riqueza de detalhes de seus romances posteriores. Por essa razão o enredo é bem simples e sem maiores desdobramentos. Basicamente é a jornada de Bilbo Baggins e um grupo de anões em direção à montanha do antigo reino de Erebor, que marcou o auge da era de ouro daquele povo. Dentro há um imenso tesouro, inigualável dentro da Terra Média.  O problema é que essa riqueza está sendo guardada pelo dragão Smaug, que no passado causou destruição e morte por onde passou. O objetivo do hobbit não é enfrentar e matar aquele monstro, mas sim roubar uma pedra que dará ao seu dono o poder real sobre os sete reinos dos anões. Assim Bilbo, que tem fama de ser um ladrão talentoso (por mais estranho que isso possa parecer), deverá entrar na montanha tirando de lá a preciosa pedra. Com ela Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) pretende se tornar o senhor absoluto dos anões. No caminho eles precisam superar uma floresta milenar e sinistra, monstros, aranhas gigantes e é claro a fúria dos Orcs, que agora parecem estar sob o comando de um estranho e ainda desconhecido poder maligno, temido inclusive pelo mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen).

A partir daqui irei colocar spoiler, assim se você ainda não viu ao filme aconselho a não seguir o texto em frente. Pois bem, talvez o maior problema de "O Hobbit: A Desolação de Smaug" seja o fato dele ser bem inconclusivo. Tudo bem que no fundo a trilogia se trata na verdade de apenas um filme, separado em três partes, por motivos comerciais, porém deveria ter sido escolhido um critério melhor para fechar cada filme. Entenda o problema aqui. A questão é que Peter Jackson não fez um boa separação dos eventos entre as três produções. Perceba, por exemplo, que nesse roteiro temos a chegada dos anões na montanha, o enfrentamento de Smaug e sua fuga em direção ao pequeno vilarejo do lago, onde pretende se vingar da cobiça daqueles que querem roubar seus tesouros. Quando Smaug sai da montanha, Jackson resolveu terminar o filme! Teria sido bem mais lógico o diretor ter incluído o ataque da criatura no final dessa segunda sequência pois assim teríamos a conclusão dos acontecimentos principais dessa parte do livro. Ao contrário disso Peter Jackson, sabe-se lá a razão, resolveu seguir a fórmula dos velhos seriados de cinema dos anos 1930 e 1940, colocando os protagonistas em um momento final crucial, inconclusivo, de perigo e suspense, para tudo continuar e se concluir na semana seguinte, no próximo episódio. O problema é que cada filme foi lançado com intervalos anuais entre si, assim o espectador que foi assistir a essa parte 2 ficou literalmente no meio do caminho, não vendo nenhum dos eventos mostrados e desenvolvidos no filme sendo concluídos. Não resta dúvida que Peter Jackson é um grande cineasta, mas aqui ele errou, juntamente ao também roteirista, cineasta e amigo Guillermo del Toro, que também assinou o roteiro. Mesmo assim, sendo tão inconclusivo, não precisa se preocupar. É um filme tecnicamente impecável, com ótimas cenas e produção classe A. Afinal de contas Jackson pode ter se equivocada na separação dos eventos mostrados no livro de Tolkien, mas definitivamente não errou na mão ao colocar na tela todo aquele universo de fantasia e imaginação.

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, Estados Unidos, 2013) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Organizados pelo Mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), o hobitt Bilbo Baggins (Martin Freeman) e um pequeno grupo de anões vão em direção à montanha de Erebor, para tentar encontrar uma preciosa pedra que trará ao seu possuidor o direito de reinar sobre todos os reinos desse povo na Terra Média. Antes de cumprir sua missão porém eles terão que passar pelo terrível dragão Smaug. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Grammy Awards na categoria de Melhor Canção Original, "I See Fire" de Ed Sheeran.

Pablo Aluísio. 

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Esse é o último filme da franquia "O Hobbit". Como era de se esperar traz a conclusão da história. O roteiro começa mostrando a devastação causada pelo dragão Smaug no pequeno vilarejo do lago. Como eu escrevi no texto anterior esse ataque deveria ter sido usado como clímax no filme anterior pois fecharia bem aqueles acontecimentos explorados pelo segundo filme. Esse porém não foi o caminho escolhido por Peter Jackson. Considero essa sequência a melhor de todos os filmes. Muito bem executada e dirigida, contando com excelentes efeitos especiais. O dragão Smaug é sem dúvida o melhor personagem dessa nova trilogia, por mais estranho que isso possa soar. O fato dele falar e ter uma personalidade (ressaltada pelo ótimo trabalho de interpretação de voz pelo dublador Benedict Cumberbatch) acrescentou bastante ao filme como um todo. A luta para matar a criatura mitológica é certamente empolgante. Passado essa fase parte-se então para a montanha de Erebor, já dominada pelos anões. Como foi profetizado por Smaug a posse de toda aquela riqueza começa a corroer os valores morais e éticos do agora Rei Thorin (Richard Armitage). Ele se torna mesquinho, avarento e desprezível, ao ignorar a própria promessa que havia feito aos moradores do vilarejo antes de rumar em direção à montanha. Essa parte da história foi o momento em que J.R.R. Tolkien usou para criticar a ganância e a miséria que se abatem sobre os corações dos homens quando eles se tornam ricos e poderosos. Uma metáfora muito sutil e inteligente criada para que as crianças entendam desde cedo esse lado pouco louvável da alma humana. Em relação ao filme em si não haveria como criticar muito Peter Jackson nessa altura da trilogia já que ele contou com pouco material original para trabalhar. Eu até mesmo fico bem admirado em perceber que ele fez um filme de duas horas e quarenta minutos de duração em cima de apenas algumas páginas que trazem a conclusão de "O Hobbit" na literatura.

A conclusão do livro de J.R.R. Tolkien narra apenas a batalha envolvendo Elfos, humanos, Orcs e Anões pela possibilidade de assumir o controle sobre toda a riqueza que está dentro da montanha. Tudo muito sucinto e sem maiores detalhes. Assim Peter Jackson e sua equipe de roteiristas tiveram que rebolar para criar situações e mais situações para preencher o filme como um todo. Por essa razão não espere muito em termos de argumento e roteiro de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" pois o que basicamente se desenvolve aqui são confrontos e mais confrontos das raças da Terra Média no campo de batalha e nada muito além disso. Há também a morte de alguns personagens importantes, os sentimentos de luto e perda por eles e finalmente o retorno ao lar de Bilbo. Depois de muitos meses longe de lá ele finalmente retorna ao condado, de volta para sua vidinha de hobbit (e que Jackson aproveita para fazer uma pequena ponte com o começo da história de "O Senhor dos Anéis", fechando definitivamente o ciclo da obra de Tolkien). O filme também marca a despedida de Christopher Lee ao mundo do cinema. Após incríveis 278 filmes ele finalmente deu adeus à sétima arte em uma sequência muito boa e bem produzida que fez jus ao seu incrível trabalho por todos esses anos. Um adeus merecido a esse grande nome do cinema de fantasia. Os demais atores cujos personagens participaram da trilogia "O Senhor dos Anéis" passaram por um processo digital de rejuvenescimento com destaque para Orlando Bloom e Cate Blanchett. O efeito serve para demonstrar as incríveis possibilidades que a computação gráfica possibilita aos diretores nos dias de hoje. Então é isso, "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" passa longe de apresentar um roteiro brilhante ou algo assim, porém diverte bastante. Os fãs da obra de J.R.R. Tolkien certamente não ficarão decepcionados.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, Estados Unidos, 2014) ) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Depois da morte do dragão Smaug, os anões finalmente tomam posse da montanha de Erebor. O novo Rei Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) porém começa a ser corroído pela avareza e ganância, algo que atinge a praticamente todos que alcançam tamanho poder e riqueza. Ele ignora as promessas que havia feito e se recusa a ajudar os humanos do vilarejo que foi destruído pelo dragão. Seus problemas porém só começaram. A montanha passa a ser alvo de Elfos e Orcs, que lutarão pelo controle dessa riqueza inimaginável. Uma guerra de proporções épicas está para começar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de junho de 2015

Cinderela

Contos de fadas sempre são fascinantes, mesmo depois que nos tornamos adultos e deixamos as coisas de criança para trás. O império Disney foi construído em cima justamente dessa base. Sabendo disso os executivos do estúdio descobriram uma nova fórmula de faturar grandes bilheterias no cinema com a produção de filmes convencionais que nada mais são do que remakes de suas animações mais famosas do passado. Assim temos agora essa nova versão de "Cinderela". A historinha é por demais conhecida, mostrando a sofrida vida de Ella (Lily James), uma jovem de bom coração, muito doce e cheia de bons sentimentos, que acaba ficando numa situação muito complicada após a morte dos pais, tendo que morar ao lado da sua madrasta (Cate Blanchett), uma verdadeira megera e suas duas filhas fúteis e frívolas.

Humilhada e transformada praticamente numa serva, com muitas obrigações e quase nenhum direito dentro de sua própria casa, ela vê sua cinzenta vida tomar um rumo bem mais feliz e colorido ao conhecer o jovem Kit (Richard Madden) numa floresta. Na verdade ele, que se passa como um simples aprendiz, é na verdade o príncipe herdeiro de seu reino. Para não assustar a jovem e bela camponesa o nobre rapaz assim acaba escondendo sua verdadeira identidade. Quando o Rei decide que chegara o momento de seu filho se casar ele decreta que todas as jovens do reino devem comparecer no grande baile do ano. Cinderela assim vê uma bela oportunidade para rever seu apaixonado, enquanto as filhas de sua madrasta estão mais interessadas em casar com o príncipe para colocarem suas mãos em sua fortuna. A partir daí o roteiro segue os passos do desenho clássico, com as passagens que tanto conhecemos, os sapatinhos de cristal, a fada madrinha, a carruagem de abóbora, os ratinhos que se transformam em lindos cavalos brancos, o bater dos sinos da meia-noite e a desesperada busca do príncipe por sua amada, usando para isso um de seus sapatinhos de cristal que ficou para trás. Tudo mais ou menos igual (com pequenas modificações) ao conto de fadas original.

A direção foi entregue para Kenneth Branagh, uma decisão acertada pois o ator e diretor irlandês tem grande experiência com adaptações de obras literárias do passado. Basta lembrar de suas famosas transições para a tela da obra de William Shakespeare em filmes como "Henrique V", "Muito Barulho por Nada" e "Hamlet". Assim não seria grande desafio trazer a história de "Cinderela" para os cinemas dessa vez. Algumas de suas características mais marcantes estão presentes, como a bela direção de arte que acaba recriando com um belo visual, reinos encantados de um tempo distante indefinido. Outra decisão interessante foi colocar atores e atrizes provenientes de séries americanas em papéis coadjuvantes. Uma das filhas da madrasta, Anastasia, é interpretada pela linda Holliday Grainger que se destacou muito na série "Os Bórgias" no papel de Lucrécia Bórgia. Nonso Anozie, que foi o fiel escudeiro de Drácula na série de mesmo nome, também está presente no elenco como um capitão da guarda fiel ao príncipe. Sophie McShera, a Daisy de "Downton Abbey", também atua como a outra filha da madrasta de Cinderela.

Já no elenco principal quem se destaca mesmo (e isso já era bem previsível) é a atriz Cate Blanchett. Usando um figurino exótico ela dá vida para a personagem da madrasta, uma mulher com uma personalidade desprezível mesmo. Seus olhares já dizem tudo sobre ela. A atriz Lily James que surge como Cinderella não chega a impressionar, mas pelo menos também não estraga o filme. Nada surpreendente, leva sua atuação em um termo médio. Ela é bonitinha, mas sinceramente poderia ser mais, pois esse é um papel que exige uma beleza extrema, tal como no desenho. O roteiro segue até bem fiel com o conto de fadas que todos conhecemos, mas os roteiristas resolveram acrescentar alguns pequenos detalhes que não descaracterizam em nenhum momento o conto clássico. No final fica a sensação de se ter visto um belo filme, com uma mensagem bonita e pertinente (o verdadeiro amor não tem preço). Tudo realizado com muito bom gosto, classe e beleza.

Cinderela (Cinderella, Estados Unidos, 2015) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Chris Weitz / Elenco: Lily James, Cate Blanchett, Richard Madden, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Holliday Grainger, Sophie McShera, Nonso Anozie, Derek Jacobi, Ben Chaplin. / Sinopse: Remake com atores de carne e osso da famosa animação da Disney, "Cinderela". A historinha narra a vida da gata borralheira, uma jovem de boa índole que cai nas garras de uma madrasta cruel e desalmada que a explora, junto de suas duas odiosas filhas, enquanto ela procura reencontrar o grande amor de sua vida, um jovem que se diz ser um mero aprendiz que conhecera em um bosque próximo de sua casa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Como Treinar o Seu Dragão 2

Título no Brasil: Como Treinar o Seu Dragão 2
Título Original: How to Train Your Dragon 2
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks
Direção: Dean DeBlois
Roteiro: Dean DeBlois, Cressida Cowell
Elenco: Jay Baruchel, Cate Blanchett, Gerard Butler
  
Sinopse:
Cinco anos depois das aventuras do primeiro filme Soluço e seu fiel dragão de estimação seguem sua saga. Agora encontram um novo vilão pela frente, um sujeito mau que deseja transformar todos os dragões em armas de guerra. Para sua alegria porém o jovem viking finalmente conhece sua mãe, há muitos anos dada como desaparecida. Ela agora dedica sua vida à proteção dos dragões ao redor do mundo. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Animação. Também indicado ao Annie Awards em dez categorias, entre elas Melhor Animação e Melhores Efeitos Digitais.

Comentários:
Dentro do milionário mundo das animações digitais essa é uma das franquias mais lucrativas da Dreamworks (para quem não sabe o estúdio de Steven Spielberg fundado há 20 anos). Com personagens carismáticos e uma infinidade de bichinhos em cena (sim, os próprios dragões aqui viram pets simpáticos), "How to Train Your Dragon 2" traz todos os ingredientes da fórmula para repetir o sucesso do primeiro filme. Em termos de roteiro essa sequência pode até ser considerada mais bem desenvolvida, com a adição de novos personagens, alguns muito bons, como a própria mãe do protagonista, uma doce senhora que aprendeu a conviver com os dragões de forma pacífica e harmoniosa. Era agora dedica sua vida pela proteção dos animais. Além disso um filme para crianças como esse não pode abrir mão de desfilar centenas de novos dragões na tela para alegria da garotada que aqui conhecerá também aquele que é considerado o "maior de todos os dragões", um tipo enorme, mas também muito justo e que no fundo só pede respeito por sua espécime. Enfim, uma animação que com absoluta certeza agradará aos garotos e garotas na faixa entre sete e dez anos, pois foi justamente para eles que tudo foi produzido. Diversão garantida.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de novembro de 2014

Desaparecidas

Título no Brasil: Desaparecidas
Título Original: The Missing
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Imagine Entertainment
Direção: Ron Howard
Roteiro: Thomas Eidson, Ken Kaufman
Elenco: Tommy Lee Jones, Cate Blanchett, Evan Rachel Wood

Sinopse:
Samuel Jones (Tommy Lee Jones) decide retornar para sua antiga casa depois de muitos anos cavalgando e se aventurando pelo oeste. Já velho e cansado da vida, ele pretende reconstruir sua relação familiar com a filha Maggie. O problema é que sua família é surpreendida por um criminoso perigoso que acaba sequestrando sua própria neta. Para Sam Jones esse crime não ficará impune. Ao lado da filha ele parte em busca da garota, ao mesmo tempo em que tenciona mandar o facínora sequestrador para o inferno, sem escalas.

Comentários:
Embora não produza mais filmes de faroeste em ritmo industrial como no passado, Hollywood jamais deixou de realizar filmes desse estilo, afinal de contas é o mais americano de todos os gêneros cinematográficos. Esse "The Missing" volta ao velho oeste para contar uma estória edificante, sobre o desespero de uma mãe após ver sua pequena e indefesa filha ser raptada. Nem é preciso lembrar que Cate Blanchett é de fato uma das mais talentosas atrizes de sua geração. Aqui ela está particularmente inspirada pois seu personagem consegue ir do desespero à fúria em questão de segundos. O mesmo se pode dizer do grande Tommy Lee Jones, que encontra um meio ideal para sua personalidade nas telas. É de se lamentar apenas o fato de que o ator poderia estrelar mais westerns em sua carreira, pois possui todas as características dos grandes ídolos do passado que brilharam nesse tipo de filme. Também merece destaque a boa direção de Ron Howard. Muitos não o consideram um diretor mais ousado, preferindo seguir o caminho mais seguro imposto pelos grandes estúdios. Essa afirmação é apenas parte da verdade. Em "The Missing" ele consegue mesclar tensão e suspense em doses exatas. Um belo filme, sem sombra de dúvidas.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de junho de 2014

O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei

Título no Brasil: O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
Título Original: The Lord of the Rings - The Return of the King
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, baseado na obra de J.R.R. Tolkien
Elenco: Elijah Wood, Viggo Mortensen, Ian McKellen, Cate Blanchett,Orlando Bloom, Sean Astin, Sean Bean, Christopher Lee 

Sinopse:
Sauron (Sala Baker) está decidido a se apoderar do anel que lhe dará imensos poderes. Para isso envia o mago Saruman (Christopher Lee) para capturar Frodo (Elijah Wood), Sam (Sean Astin) e os demais hobbits que estão em posse da preciosidade. Enquando isso Gandalf (Ian McKellen) lidera as forças do bem. Filme vencedor de onze prêmios da Academia nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Edição, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Música Original, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção, Música Original e Roteiro.

Comentários:
É o mais bem sucedido filme da franquia "The Lord of the Rings". Também foi o mais premiado, muito embora pessoalmente acredite que o filme foi tão homenageado por ser a conclusão da série (valendo como uma premiação pelo conjunto da obra). Penso que "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres" ainda deve ser considerado o melhor filme, isso de um ponto de vista estritamente cinematográfico. O roteiro é melhor trabalhado e a trama tem um desenvolvimento mais bem escrito. Nessa conclusão há uma certa confusão em apresentar tantas estórias paralelas ao mesmo tempo - fruto, é claro, da complexidade da obra original de J.R.R. Tolkien. Depois do lançamento do filme houve boatos de que Peter Jackson teve muitos problemas com o roteiro no set de filmagem, sendo que muitas partes eram reescritas praticamente no calor das filmagens, o que demonstra uma certa preocupação em encaixar tudo no último filme, o que sinceramente o deixou levemente truncado. Quem nunca leu o livro, por exemplo, ficará um pouco perdido com tantos povos, culturas e batalhas acontecendo praticamente ao mesmo tempo. Talvez fosse melhor que mais um filme fosse realizado para caber tanta informação para o espectador. De qualquer maneira como foi o que mais rendeu nas bilheterias e o mais bem sucedido em termos de reconhecimento, isso tudo se torna apenas uma observação jogada ao vento, pois se trata mesmo de um belo filme, embora não seja perfeito.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2014

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel

Título no Brasil: O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel
Título Original: The Lord of The Rings The Fellowship of the Ring
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, baseado na obra de J.R.R. Tolkien
Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Sean Astin, Ian Holm, Christopher Lee, Viggo Mortensen 

Sinopse:
Frodo Baggins (Elijah Wood) é um hobbit que fica de posse de um antigo anel que havia pertencido ao seu tio Bilbo Baggins (Ian Holm). Após mostrá-lo para Gandalf (Ian McKellen) esse o alerta de que não se trata de uma peça comum, mas sim de um poderoso artefato que dará poderes inimagináveis para quem o usar. Se cair nas mãos de Sauron será o fim da Terra Média. Filme indicado a treze prêmios da Academia. Vencedor dos Oscars de Melhor Fotografia, Maquiagem, Música e Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da trilogia "The Lord of the Rings". Durante muitos anos se pensou que o livro escrito por J.R.R. Tolkien não poderia ser adaptado para o cinema. Era uma obra tão complexa e que exigia um orçamento tão imenso que nenhum estúdio estava disposto a arriscar. Coube ao mediano New Line Cinema topar o desafio. O resultado se vê em cada pequeno detalhe. Uma produção realmente maravilhosa que conseguiu fazer jus ao talento do grande escritor. O interessante é que não se trata de um filme com orçamento gigantesco. Essa primeira aventura, por exemplo, custou menos do que 100 milhões de dólares, um valor muito razoável para um filme desse porte. Palmas também para Peter Jackson que de diretor desacreditado no começo do projeto se revelou um verdadeiro mestre nesse tipo de produção. Para economizar custos e aproveitar a linda natureza local o estúdio enviou toda a equipe para a Nova Zelândia - uma ilha bem ao lado da Austrália, onde tudo foi realizado sem maiores problemas. Não há como negar que "The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring" seja um marco do cinema de fantasia. Revisto hoje em dia já não causa mais tanto impacto, mas isso se deve principalmente aos dois filmes que viriam a seguir, que se revelaram bem superiores a esse. De qualquer maneira é uma bela obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de maio de 2014

Caçadores de Obras-Primas

Título no Brasil: Caçadores de Obras-Primas
Título Original: The Monuments Men
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Fox 2000 Pictures
Direção: George Clooney
Roteiro: George Clooney, Grant Heslov
Elenco: George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman 

Sinopse:
Frank Stokes (George Clooney) é um militar americano encarregado de formar uma equipe de especialistas em arte para achar e recuperar as obras valiosas (pinturas, esculturas e monumentos, etc) roubadas pelas tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Para isso esperam contar com a ajuda de Claire Simone (Cate Blanchett), curadora de artes francesas que trabalhou ao lado dos alemães durante a ocupação de Paris. Em posse de suas informações o grupo começa a rastrear o caminho para onde as obras foram enviadas. O objetivo é recuperar todas elas antes que se cumpra a ordem de Hitler de destruir tudo caso a Alemanha perca a guerra.  

Comentários:
Valeu muito a pena assistir a esse "Caçadores de Obras-Primas", isso porque ele resgata um estilo de fazer cinema que anda meio esquecido. É uma produção "Old School" que nos remete principalmente para os filmes de guerra feitos nas décadas de 1950 e 1960. Houve quem reclamasse na crítica brasileira dizendo que o filme não tinha ritmo ou pique. Ora, não é a proposta dessa película ser um filme de ação ou algo que o valha, mas sim retratar um aspecto por demais interessante ocorrido na segunda guerra quando um pequeno grupo de especialistas americanos foram atrás das obras de artes roubadas pelos nazistas. Sob esse ponto de vista o filme é realmente muito bom. Essa operação certamente não foi tão simples como é mostrada em cena - onde por questões de pura dramaturgia, os americanos foram reduzidos a apenas seis homens - mas no geral cumpre muito bem seu objetivo de mostrar o quão foram importantes na recuperação de obras de artes que pertencem à humanidade em geral e não apenas a franceses, italianos ou belgas e que naquele momento estavam sendo literalmente roubadas pelos alemães.

Basta ver o filme para se entender como a Alemanha de Hitler (que era, diga-se de passagem, um pintor frustrado) realizou a maior operação de saque e roubo de obras de arte da história. Quadros famosos de artistas consagrados foram encaixotados e levados para a Alemanha em caminhões militares. Esculturas históricas como a mostrada no filme, de Madona por Michelangelo, acabaram sendo recuperadas em velhas minas abandonadas e outros esconderijos. A intenção de Hitler era levar todas elas para um museu que seria construído em honra dele mesmo! Fez muito bem George Clooney em focar seu interesse nessa história que afinal de contas é a história de todos nós, pois aqueles objetos de artes, muitos deles saqueados de igrejas católicas milenares, representam a evolução e história da própria humanidade como um todo. No final quando a música tema surge e sobem os letreiros ficamos com aquela sensação boa de que o cinema americano ainda consegue entreter mostrando aspectos importantes da história. Não é apenas aquele tipo de cinema chiclete com heróis de quadrinhos que já estamos cansados de ver. Que venham mais filmes como esse - afinal de contas o público adulto também precisa de algo para ver nos cinemas nos fins de semana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de março de 2014

O Curioso Caso de Benjamin Button

Título no Brasil: O Curioso Caso de Benjamin Button
Título Original: The Curious Case of Benjamin Button
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Paramount Pictures
Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Tilda Swinton

Sinopse:
Benjamin Button (Brad Pitt) nasce com uma estranha síndrome, até então desconhecida da medicina e da ciência. Ao nascer ele aparenta ser uma pessoa idosa, com rugas e todos os problemas inerentes à velhice mas conforme vai crescendo e se desenvolvendo começa a ficar cada dia mais jovem, o que contradiz completamente o ciclo natural dos seres humanos. Se sua saúde é fora do comum, sua vida emocional e sentimental também sofrerá inúmeros problemas causados por essa disfunção de desenvolvimento.

Comentários:
Alguns filmes valem a pena por causa de seu argumento singular e fora dos padrões. É o caso desse muito interessante "The Curious Case of Benjamin Button". Aqui o cineasta David Fincher (de "Clube da Luta" "Zodíaco" e "A Rede Social") realizou um de seus filmes mais sui generis, quase sem ligação com o restante de sua filmografia. O enredo vai se desenrolando em tom de fábula, mostrando um homem que percorre o caminho inverso dos demais seres humanos. Ele nasce velho para morrer jovem! Nessa mudança de rumo Fincher vai explorando com muita habilidade os aspectos psicológicos e as bagagens emocionais que todos nós temos que carregar em nossas vidas. Em uma linguagem muito bem desenvolvida eles nos mostra aspectos ternos de nossa existência, que no final das contas formam aquilo que nos tornam verdadeiramente humanos. Na época do lançamento do filme muito se comentou sobre a riqueza dos efeitos digitais. De fato eles são perfeitos, alguns inclusive impressionantes e plenamente inseridos na trama, mas penso que o filme sobreviverá ao tempo não por causa deles mas sim pela proposta de enredo realmente marcante e inovadora. Um belo filme que trouxe um esquecido lirismo para o cinema atual.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Elizabeth - A Era de Ouro

Com o êxito do primeiro filme, “Elizabeth”, era natural que os produtores levassem adiante a saga da Rainha Elizabeth I nos cinemas. Praticamente toda a equipe do filme anterior foi mantida. Uma vez contada sua origem o roteiro de “Elizabeth – A Era de Ouro” se concentra agora em um dos maiores desafios da Rainha durante os anos em que esteve à frente da coroa britânica. A trama se passa no ano de 1585. Nessa época a Espanha se torna a maior potência do planeta, fruto de sua política de expansionismo além-mar. As novas colônias descobertas no chamado novo mundo trouxeram uma riqueza inimaginável para o país Ibérico. Ouro, metais preciosos, tudo parecia brotar da terra com incrível facilidade. De posse de tanta riqueza a Coroa espanhola logo tratou de construir uma poderosa armada para consolidar seus domínios nas terras da chamada América. Como todo império que se preze os interesses da coroa espanhola logo entraram em choque com a Inglaterra, outra potência colonialista. Para piorar o Rei espanhol defendia abertamente a irmã de Elizabeth, Mary Stuart, como a verdadeira Rainha da Inglaterra, sucessora legítima do Rei Henrique VIII. Católica fervorosa, filha de mãe espanhola, Mary era a preferida das cortes espanholas para assumir o trono inglês. Não apenas por ser a filha mais velha de Henrique VIII mas também por causa de suas origens que a ligavam diretamente com o trono espanhol. Seria maravilhoso para a Espanha ter naquele momento histórico uma Rainha com sangue espanhol correndo em suas veias. Na visão das cortes espanholas Elizabeth era apenas a filha da devassa Ana Bolena, uma mulher sem virtudes.

Com tantos interesses conflitantes não é de se admirar que as duas potências tenham entrado numa feroz guerra que iria determinar os rumos da Europa (e do mundo) nos séculos seguintes. Para suportar todas as pressões externas, Elizabeth ainda teve que lidar com problemas internos, entre eles sua indefinição para se casar e ter filhos, garantindo assim uma sucessão tranqüila para sua dinastia. E é justamente nesse momento em que ela acaba simpatizando com a chegada do nobre aventureiro Walter Raleigh (Clive Owen) que logo se tornou inaceitável para as cortes como seu par romântico. Ele definitivamente não tinha as qualificações certas para se tornar o consorte real da Rainha. “Elizabeth – A Era de Ouro” é uma produção bem mais movimentada que o primeiro filme sobre Elizabeth I. As grandes batalhas, os conflitos em mar e terra, tudo isso deixa a produção com um aspecto bem mais atrativo para o público atual. Some-se a isso o ótimo uso de efeitos digitais nos momentos mais cruciais da guerra entre Inglaterra e Espanha. O saldo final como sempre é muito bom. A crítica adorou e o público prestigiou. Outro ponto positivo foi o fato de finalmente ter sido agraciado com o Oscar de Melhor Figurino, sanando um erro na premiação do primeiro filme. Para Cate Blanchett o resultado também não poderia ter sido melhor pois conseguiu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor atriz. Um reconhecimento merecido de seu trabalho nas duas produções enfocando a Rainha Elizabeth I.

Elizabeth – A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age, Estados Unidos, 2007) Direção: Shekhar Kapur / Roteiro: Michael Hirst, William Nicholson / Elenco: Cate Blanchett, Clive Owen, Samantha Morton, Geoffrey Rush, Tom Holland, Abbie Cornish / Sinopse: Segundo filme sobre a rainha Elizabeth I. Lutando contra os interesses da coroa espanhola que deseja colocar Mary Stuart no trono inglês e de pressões internas que querem que se case para garantir uma sucessão tranqüila, a Rainha tenta sobreviver dentro do quadro político de sua época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Elizabeth

Elizabeth I (1533 -1603) também conhecida no Brasil como Isabel I, foi uma das rainhas mais controvertidas da história britânica. Governou a nação em um período particularmente turbulento onde se proliferaram as pestes, as guerras e a forme em seus vastos domínios. Vivendo em um mundo dominado por interesses poderosos e líder de uma corte onde planos de conspiração para matá-la estavam na ordem do dia, Elizabeth teve que adotar uma postura dura e implacável contra seus inimigos. Era filha de Henrique VIII, um dos monarcas absolutistas mais sanguinários que se tem notícia. Para se ter uma idéia ele matou a mãe de Elizabeth, Ana Bolena, após ter desconfianças de que ela o estaria traindo. Elizabeth foi poupada embora muitos nobres da época defendessem que também deveria ser morta para erradicar a sujeira e a raça de Ana Bolena dentro da linhagem real. Em um raro caso de bom senso Henrique poupou sua jovem filha de ser decapitada como a mãe. Como se pode perceber foi nesse meio violento e hostil que Elizabeth cresceu. A monarquia inglesa era notória pelas mortes de nobres patrocinadas por outros nobres, geralmente familiares na luta pelo poder. Isso prova que dentre todos os sistemas existentes a monarquia é seguramente um dos piores.

Já Elizabeth, o filme, é um show aos olhos. Produção rica, de bom gosto, com figurinos deslumbrantes é aquele tipo de filme que marca e fica na mente do espectador pela beleza técnica de cenários, roupas e perfeita reconstituição de época. Cate Blanchett é um destaque em sua interpretação. Fisicamente parecida com a verdadeira Rainha ela dá um show de postura, elegância e sofisticação. Elizabeth I, que ficou conhecida na história como a "Rainha Virgem", era dura com os inimigos mas nunca se descuidava dos protocolos reais, o que incluía ter uma educação das mais finas e um código de comportamento que não poderia ser quebrado. Desfilando com réplicas perfeitas das melhores roupas reais da época - algumas que hoje em dia soam bem estranhas - a atriz de fato nos leva a acreditar que estamos vendo a própria Elizabeth em cada cena. O elenco de apoio também é excepcional com destaque para o sempre marcante Geoffrey Rush. Já Joseph Fiennes encarna com perfeição seu papel, um tipo que oscila entre a canalhice completa e o heroísmo inesperado. Em seu lançamento Elizabeth foi aclamado pela crítica e concorreu ao Oscar de Melhor filme perdendo infelizmente para outra produção de época, “Shakespeare Apaixonado”. Uma injustiça sem a menor sombra de dúvidas. Outra injustiça foi ter perdido os Oscars de Melhor Figurino e Direção de Arte - dois prêmios que eram dados como certos para o filme. No final levou apenas a estatueta de melhor Maquiagem mostrando mais uma vez como a Academia pode ser injusta em sua premiação. Isso não atrapalhou que o filme tivesse uma continuação chamada “Elizabeth e a Era de Ouro” ao qual falaremos aqui no blog em uma outra oportunidade. De qualquer modo fica a dica: Elizabeth, uma produção atual com o estilo das grandes produções do passado. Um belo retrato de uma das figuras históricas mais marcantes da Inglaterra.

Elizabeth (Elizabeth, Estados Unidos, 1998) Direção: Shekhar Kapur / Roteiro: Michael Hirst / Elenco: Cate Blanchett, Geoffrey Rush, Joseph Fiennes, Christopher Eccleston, Richard Attenborough / Sinopse: Cinebiografia da rainha inglesa Elizabeth I. Monarca em um época particularmente conturbada da história inglesa se destacou pelo pulso forte e firme na condução dos assuntos de Estado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Eu particularmente adoro a trilogia inicial de Indiana Jones. Acho aqueles filmes um excelente resgate do sabor dos antigos seriados das décadas de 1930 e 1940 que dominavam as matinês nos cinemas. Eram aventuras escapistas, muito imaginativas e bem boladas. Aqueles filmes faziam a alegria da garotada da época. James Bond resgatou de certa forma aquele espírito e na década de 1980 Indiana Jones consolidou de uma vez o estilo. A idéia foi fruto da parceria entre dois grandes nomes, George Lucas e Steven Spielberg, que queriam realizar o filme definitivo de aventura. A trilogia inicial foi maravilhosa e encerrou um ciclo inesquecível para quem cresceu vendo as aventuras de Indiana Jones na década de 80. Infelizmente Lucas e Spielberg não contentes em fechar com chave de ouro aquela série resolveram estragar tudo com essa continuação tardia e desnecessária. Tudo tem seu tempo certo na vida. O tempo de Indiana Jones no cinema já passou. Eu sempre gostei bastante da trilogia inicial e a achava bem fechada entre si. Era para terminar ali, já que não estamos mais nos anos 80 e Harrison Ford está chegando na terceira idade. Mas o dinheiro falou mais alto. Provavelmente Spielberg tenha ficado com ambição de voltar ao topo das bilheterias. Ele foi o diretor de maior sucesso dos anos 70 e 80 e depois que virou um diretor "sério" perdeu espaço nesse aspecto. Então ele resolveu que queria voltar ao velho sucesso só que... já passou o tempo dessa franquia.

Esse Indiana Jones é muito ruim. Não há outra definição. O filme é ruim, simples assim. Até mesmo o totem do filme é ruim (a tal Caveira de Cristal, uma tremenda bobagem). Para piorar os roteiristas resolveram fazer um péssimo argumento, misturando ETs com arqueologia - um roteiro completamente esquecível, bobo, sem inspiração, chato. No elenco muitos problemas: Ford já passou da idade de dar uma de aventureiro, Shia LaBeouf é seguramente o pior ator a surgir no cinema desde os filmes da Xuxa e a Cate Blanchett some no meio de tanta ruindade. Ela é excelente atriz e profissional e não merecia se perder no meio desse abacaxi. Assim como não dá para voltar aos anos 80 também não há como requentar certas coisas como Indiana Jones. Se fizerem o quinto então correrão o risco de perderem até mesmo a dignidade pois o respeito já se foi com essa produção. Tomara que não saia do papel. Enfim, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" foi seguramente uma das piores decepções que tive no cinema nos últimos anos. Certo estava Pelé que saiu por cima, na hora certa. Spielberg e Lucas certamente não aprenderam essa lição.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, Estados Unidos, 2008) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp, George Lucas, Jeff Nathanson, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford), o famoso arqueólogo agora se vê no meio de uma complicada teoria da conspiração envolvendo Estados Unidos e União Soviética em plena guerra fria. A chave de todo o mistério parece estar em uma rara caveira de cristal de origem desconhecida.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de dezembro de 2012

O Aviador

Howard Hughes (1905 - 1976) não era um sujeito comum. Filho único de um dos maiores industriais dos Estados Unidos, já nasceu bilionário. Excêntrico ao extremo, cheio de manias, entrou para a história americana por causa de seus projetos ousados e inovadores. Foi o primeiro a visualizar a oportunidade de tornar comercialmente viável uma rota de aviação para transporte regular de passageiros entre Estados Unidos e Europa. Investiu em filmes na era de ouro de Hollywood, criando sob sua produção alguns clássicos imortais da sétima arte. Além disso foi figura de ponta em suas indústrias pois amava tecnologia e investiu pesadamente na área criando nesse processo uma série de invenções que até hoje fazem parte do dia a dia de milhares de pessoas mundo afora. Era aventureiro e revolucionário mas em segredo escondia vários problemas mentais que foram minando o homem ao longo dos anos. Com uma história tão rica não faltaria assunto certamente para contar sua biografia no cinema. O diretor Martin Scorsese há muitos anos queria mostrar a vida de Howard Hughes nas telas e conseguiu após receber um excelente roteiro feito sob encomenda escrito por John Logan. O texto era enxuto e se focava nos aspectos mais interessante da vida de Hughes, exatamente o que Scorsese buscava há muitos anos.

Para surpresa de muitos o diretor acabou escalando para o papel principal o ator Leonardo DiCaprio. Certamente ele não era parecido com Howard Hughes mas demonstrou ter tanta paixão pelo material e pelo roteiro que Scorsese simplesmente não conseguiu recusá-lo. Decisão acertada pois Leonardo demonstra muita sensibilidade para interpretar o famoso industrial. Fugindo de armadilhas fáceis que poderia cair por interpretar uma pessoa com problemas mentais, ele optou por uma atuação no tom correto, respeitosa e que nunca cai na caricatura. Embora excelente o ator foi completamente ignorado pelo Oscar que resolveu premiar sua partner em cena, a talentosa Cate Blanchett que aqui interpreta a grande Katherine Hepburn, um mito do cinema que era amiga pessoal de Hughes. Por falar em Oscar o filme teve várias indicações mas fora o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante dado a Blanchett, tudo o que conseguiu vencer foram Oscars técnicos (Edição, Direção de Arte, Figurino e Fotografia). Em minha opinião merecia mais. Uma produção que consiga captar tão bem a essência de uma pessoa tão complexa como Hughes merecia bem mais.

O Aviador (The Aviator, Estados Unidos, 2004) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: John Logan / Elenco: Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, Kate Beckinsale, Jude Law / Sinopse: Cinebiografia do industrial Howard Hughes, um homem à frente de seu tempo que tinha que lidar não apenas com os desafios de sua posição mas também com um terrível problema mental que o afligia.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Segredo de Berlim

Será possível reproduzir o charme e a elegância dos clássicos do passado? É justamente tentando responder a essa pergunta que os produtores de "O Segredo de Berlim" resolveram bancar essa produção atual que tenta captar o clima dos antigos filmes noir da década de 1940. Tudo soa como uma grande homenagem aos filmes de guerra e espionagem do passado. Há um bom uso de imagens reais mescladas com filmagens modernas mas envelhecidas propositalmente. O roteiro tenta seguir também o que era bem comum nos filmes daquela época: onde o argumento geralmente trazia muitas reviravoltas, com pistas falsas e contrapistas, mortes misteriosas, aparição de pessoas que se julgavam mortas e assim por diante  Eram roteiros tão bem trabalhados que deixavam o espectador literalmente atordoado e isso fazia parte da diversão. Para deixar ainda mais claro as suas intenções o diretor Steven Soderberg resolveu colocar um final ao estilo Casablanca com tudo a que tem direito o espectador mais saudosista, com muita neblina, chuva e a despedida do casal ao lado de um antigo avião! Só faltou mesmo a imortal música "As Time Goes By".

O problema é que apesar das boas intenções "O Segredo de Berlim" falha em seus objetivos. O filme tem sérios problemas de ritmo. Se a pessoa não estiver com muita disposição de assistir ao filme corre o risco de perder o fio da meada e achar tudo muito chato e cansativo. Outro problema é a postura dos atores em cena. Eles parecem querer interpretar tudo de forma muito estilizada, tentando imitar os trejeitos dos atores do passado. A questão é que existe o estilo que era usado na época e a caricatura que se fez depois para satirizar aquela forma de atuação. O elenco de "O Segredo de Berlim" erra muito ao abraçar a pura caricatura, colocando tudo a perder. George Clooney, por exemplo, jamais terá o estilo cool de um Humphrey Bogart ou um semblante de austeridade e dignidade moral de Gaty Cooper. Bogart, por exemplo, era cinicamente charmoso até quando acendia um cigarro. Clooney não tem esse tipo de sofisticação. Assim o que falta a "O Segredo de Berlim" não são as técnicas antigas, as fórmulas que eram usadas nos roteiros daquele tempo mas sim o material humano, os talentos que fizeram daquelas obras antigas filmes tão especiais e preciosos. Falta Cooper, Bogart, Muni, Lancaster, etc. Esses são realmente insubstituíveis para sempre. Por essa razão definitivamente não há mais como recriar aqueles maravilhosos filmes. Eis assim a resposta que os realizadores de "O Segredo de Berlim" tanto procuravam.

O Segredo de Berlim (The Good German, Estados Unidos, 2006) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Paul Attanasio / Elenco: Cate Blanchett, Beau Bridges, George Clooney, Dominic Comperatore, Tony Curran, Brandon Keener, Tobey Maguire, Christian Oliver./ Sinopse:  Nos meses que sucederam o film da Segunda Guerra Mundial, um jornalista americano trabalhando como correspondente de guerra tenta reencontrar sua ex-amante Lena Brandt (Cate Blanchett), uma mulher que tenta reconstruir sua vida após o devastador conflito mundial.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Talentoso Ripley

Título no Brasil: O Talentoso Ripley
Título Original: The Talented Mr. Ripley
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax, Paramount Pictures
Direção: Anthony Minghella
Roteiro: Anthony Minghella
Elenco: Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Cate Blanchett, Philip Seymour Hoffman, Jack Davenport
  
Sinopse:
Tom Ripley (Matt Damon) não é um sujeito comum. Ele tem o dom natural para copiar o modo de ser das pessoas, além de as manipular com maestria. Ao viajar para a Europa ele acaba se aproximando do casal formado por Dickie Greenleaf (Jude Law) e Marge Sherwood (Gwyneth Paltrow). No começo ele parece ser apenas uma pessoa agradável e amigável, mas logo surgem suspeitas sobre as suas reais intenções.

Comentários:
Boa adaptação do romance escrito por Patricia Highsmith. O enredo é tecido sobre as sutilezas do comportamento humano, mostrando que nem sempre uma amizade pode ser criada apenas por sentimentos nobres e verdadeiros. Um aspecto curioso é que o filme, apesar de ser americano, procurou copiar o melhor do estilo do cinema europeu. Por isso, para muitos, o filme tem um ritmo um pouco arrastado, quase parando. Essa crítica é porém injusta. Como a trama é baseada em nuances comportamentais, era mesmo de se esperar que existisse um certo tempo para desenvolver todas elas. Melhor para o elenco que assim teve a oportunidade de dar o melhor de si em termos de atuação. Embora todo o trio protagonista esteja muito bem (até o limitado Matt Damon se sobressai), eu gostaria de dar o devido crédito para o grande (em todos os aspectos) Philip Seymour Hoffman. Ele não tem um grande papel dentro da trama, isso é verdade, mas acaba roubando o show em todos os momentos em que surge na tela. Sua morte, causada por uma overdose acidental, deixou um vácuo muito grande dentro da indústria americana de cinema. Por fim, a título de informação, é importante salientar que "The Talented Mr. Ripley" virou uma espécie de queridinho da crítica americana em seu lançamento, o que proporcionou ao filme ser indicado a cinco categorias no Oscar, incluindo Melhor Ator (Jude Law), Melhor Roteiro Adaptado (para o próprio diretor Anthony Minghella que também escreveu o texto do roteiro) e Melhor Direção de Arte (para a dupla formada por Roy Walker e Bruno Cesari, em um reconhecimento mais do que merecido). Então é isso, um filme americano com todo o jeitão do elegante cinema europeu, em uma espécie de estudo da alma humana em frangalhos. Incisivo, mordaz e cruel nas medidas certas.

Pablo Aluísio.