Quando se consegue unir boa música e cinema com elegância o resultado costuma ser dos melhores. Veja o caso desse drama romântico musical. Com uma trilha muito fina e de bom gosto e uma história interessante servindo de cenário, tudo soa muito prazeroso aos ouvidos e aos olhos. O enredo mostra dois irmãos músicos, Jack Baker (Jeff Bridges) e Frank Baker (Beau Bridges). Durante muitos anos eles conseguiram sobreviver cantando e se apresentando em pequenos clubes noturnos de Nova Iorque. O tempo passou e naturalmente tudo começou a se tornar mais complicado, como conseguir arranjar os mesmos trabalhos de antes. Para dar uma turbinada na dupla eles então resolvem contratar uma bela cantora para se apresentar junto a eles, Susie Diamond (Michelle Pfeiffer). Nasce assim o grupo Susie e os Baker Boys. Apesar do bom sucesso inicial as coisas começam a se complicar quando eles acabam confundindo aspectos profissionais com a vida pessoal de cada um.
Além da já citada ótima trilha sonora o filme ganha muito também por causa da presença de Michelle Pfeiffer. Ainda jovem e muito bonita, ela chama todas as atenções para si, roubando o filme dos irmãos Bridges, que também são ótimos, mas que não conseguem se sobressair por causa do brilho de Michelle. Com aquela beleza natural dela seria realmente impossível para eles se destacarem. Ainda assim vale destacar e citar o talento musical que todos os atores demonstraram em cena. Além de Michelle Pfeiffer cantar muito bem, Jeff Bridges demonstrou que tinha realmente um talento musical digno de aplausos. Anos depois ele chegaria a gravar seus próprios álbuns, alguns realmente muito bons. Country music de qualidade.
Susie e os Baker Boys (The Fabulous Baker Boys, Estados Unidos, 1989) Direção: Steve Kloves / Roteiro: Steve Kloves / Elenco: Jeff Bridges, Michelle Pfeiffer, Beau Bridges. / Sinopse: Dois irmãos músicos se unem a uma talentosa cantora. Juntos acabam fazendo sucesso em restaurantes e casas de show de luxo em Nova Iorque. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Michelle Pfeiffer), melhor direção de fotografia (Michael Ballhaus), melhor edição (William Steinkamp) e melhor música (Dave Grusin).
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 21 de dezembro de 2021
sábado, 10 de fevereiro de 2018
Depois Daquela Montanha
Esse filme tem um pouco de tudo, drama, aventura e principalmente romance. Sendo irônico e cínico poderia dizer que é uma espécie de "Sobreviventes nos Andes" com acentuado teor romântico. A história começa quando Alex Martin (Kate Winslet) se vê impedida de viajar por causa de uma tempestade. Ela está no aeroporto e não consegue seu voo por causa do clima. Ansiosa demais para esperar, porque seu noivo a está esperando para o casamento, ela decide chamar outro passageiro aleatório que encontra na fila do embargue para dividir o pagamento de um avião particular. O escolhido é o médico Ben Bass (Idris Elba) que topa a proposta sem pensar muito. Assim eles contratam o piloto Walter (Beau Bridges) para a viagem até Denver. Péssima ideia. O avião é um pequeno bimotor e atravessar aquela tempestade que se forma no horizonte não é das ideias mais inteligentes. Pior do que isso, o piloto sofre um derrame durante a viagem, o avião cai, o casal sobrevive, mas precisa enfrentar o frio e os perigos da montanha onde eles caíram.
É a tal coisa. O filme tem aspectos positivos. Só o fato de ter sua história praticamente toda passada no alto dessas montanhas, com paisagens maravilhosas e bonita fotografia já fazem valer a pena. Além disso tem boas cenas, como o ataque do Puma e a descida em busca de algum vilarejo ou acampamento remoto. A cena em que Ben sem querer pisa em uma armadilha para urso também tem seu impacto. Porém fora disso, principalmente na parte romântica do roteiro (sim, eles acabam se apaixonando enquanto tentam sobreviver) tudo é apenas mediano. Sempre gostei do trabalho da atriz Kate Winslet. Aqui ela tem bons momentos. O seu parceiro de cena, o ator Idris Elba, também não compromete. A questão é que o enredo por si próprio tem limitações, sempre apostando naquele tipo de situação de sobrevivência que é bem comum nessa espécie de produção. No saldo geral não me empolgou em nenhum momento, mas também não chegou a aborrecer. É de fato um filme mediano, para assistir sem muito compromisso ou interesse.
Depois Daquela Montanha (The Mountain Between Us, Estados Unidos, 2017) Direção: Hany Abu-Assad / Roteiro: J. Mills Goodloe, Charles Martin / Elenco: Kate Winslet, Idris Elba, Beau Bridges, Dermot Mulroney / Sinopse: Alex Martin (Kate Winslet) e Ben Bass (Idris Elba) tentam sobreviver no alto de uma montanha gelada após sofrerem um acidente de avião. O piloto Walter (Beau Bridges) sofreu um derrame bem no meio da viagem, os jogando em um ambiente hostil, onde também terminam se apaixonando.
Pablo Aluísio.
É a tal coisa. O filme tem aspectos positivos. Só o fato de ter sua história praticamente toda passada no alto dessas montanhas, com paisagens maravilhosas e bonita fotografia já fazem valer a pena. Além disso tem boas cenas, como o ataque do Puma e a descida em busca de algum vilarejo ou acampamento remoto. A cena em que Ben sem querer pisa em uma armadilha para urso também tem seu impacto. Porém fora disso, principalmente na parte romântica do roteiro (sim, eles acabam se apaixonando enquanto tentam sobreviver) tudo é apenas mediano. Sempre gostei do trabalho da atriz Kate Winslet. Aqui ela tem bons momentos. O seu parceiro de cena, o ator Idris Elba, também não compromete. A questão é que o enredo por si próprio tem limitações, sempre apostando naquele tipo de situação de sobrevivência que é bem comum nessa espécie de produção. No saldo geral não me empolgou em nenhum momento, mas também não chegou a aborrecer. É de fato um filme mediano, para assistir sem muito compromisso ou interesse.
Depois Daquela Montanha (The Mountain Between Us, Estados Unidos, 2017) Direção: Hany Abu-Assad / Roteiro: J. Mills Goodloe, Charles Martin / Elenco: Kate Winslet, Idris Elba, Beau Bridges, Dermot Mulroney / Sinopse: Alex Martin (Kate Winslet) e Ben Bass (Idris Elba) tentam sobreviver no alto de uma montanha gelada após sofrerem um acidente de avião. O piloto Walter (Beau Bridges) sofreu um derrame bem no meio da viagem, os jogando em um ambiente hostil, onde também terminam se apaixonando.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
O Segredo de Berlim
Será possível reproduzir o charme e a elegância dos clássicos do passado? É justamente tentando responder a essa pergunta que os produtores de "O Segredo de Berlim" resolveram bancar essa produção atual que tenta captar o clima dos antigos filmes noir da década de 1940. Tudo soa como uma
grande homenagem aos filmes de guerra e espionagem do passado. Há um bom uso de imagens reais mescladas com filmagens modernas mas
envelhecidas propositalmente. O roteiro tenta seguir também o que era
bem comum nos filmes daquela época: onde o argumento geralmente trazia muitas reviravoltas,
com pistas falsas e contrapistas, mortes misteriosas, aparição de pessoas que
se julgavam mortas e assim por diante Eram roteiros tão bem trabalhados que deixavam o espectador literalmente atordoado e isso fazia parte da diversão. Para deixar ainda mais claro as suas
intenções o diretor Steven Soderberg resolveu colocar um final ao estilo Casablanca com
tudo a que tem direito o espectador mais saudosista, com muita neblina, chuva e a despedida do casal ao lado
de um antigo avião! Só faltou mesmo a imortal música "As Time Goes By".
O problema é que apesar das boas intenções "O Segredo de Berlim" falha em seus objetivos. O filme tem sérios problemas de ritmo. Se a
pessoa não estiver com muita disposição de assistir ao filme corre o
risco de perder o fio da meada e achar tudo muito chato e cansativo. Outro problema é a postura dos atores em cena. Eles parecem querer interpretar tudo de forma muito estilizada, tentando imitar os trejeitos dos atores do passado. A questão é que existe o estilo que era usado na época e a caricatura que se fez depois para satirizar aquela forma de atuação. O elenco de "O Segredo de Berlim" erra muito ao abraçar a pura caricatura, colocando tudo a perder. George Clooney, por exemplo, jamais terá o estilo cool de um Humphrey Bogart ou um semblante de austeridade e dignidade moral de Gaty Cooper. Bogart, por exemplo, era cinicamente charmoso até quando acendia um cigarro. Clooney não tem esse tipo de sofisticação. Assim o que falta a "O Segredo de Berlim" não são as técnicas antigas, as fórmulas que eram usadas nos roteiros daquele tempo mas sim o material humano, os talentos que fizeram daquelas obras antigas filmes tão especiais e preciosos. Falta Cooper, Bogart, Muni, Lancaster, etc. Esses são realmente insubstituíveis para sempre. Por essa razão definitivamente não há mais como recriar aqueles maravilhosos filmes. Eis assim a resposta que os realizadores de "O Segredo de Berlim" tanto procuravam.
O Segredo de Berlim (The Good German, Estados Unidos, 2006) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Paul Attanasio / Elenco: Cate Blanchett, Beau Bridges, George Clooney, Dominic Comperatore, Tony Curran, Brandon Keener, Tobey Maguire, Christian Oliver./ Sinopse: Nos meses que sucederam o film da Segunda Guerra Mundial, um jornalista americano trabalhando como correspondente de guerra tenta reencontrar sua ex-amante Lena Brandt (Cate Blanchett), uma mulher que tenta reconstruir sua vida após o devastador conflito mundial.
Pablo Aluísio.
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