sexta-feira, 24 de maio de 2024
Rebecca - A Mulher Inesquecível
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
A Escavação
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Pam & Tommy
Tommy Lee, baterista de uma banda de metal de sucesso, se casou com Pamela Anderson, modelo e atriz. Eram os anos 90. Eles tinham uma combinação explosiva. Era muito ricos e muito estúpidos. Quando a série começa encontramos o casal dentro de sua mansão. O lugar passa por reformas, há trabalhadores por todos os lados. Tommy Lee é um perfeito idiota, andando de lá pra cá com uma cueca fio dental, o corpo cheio de tatuagens. Além das drogas a mansão era cheia de armas. Tommy não se importava de andar com rifles e espingardas na mão, de vez em quando ameaçando algum desses trabalhadores da construção civil que trabalhavam em sua mansão. Era um sujeito assumidamente escroto e imbecil, para todo mundo ver. Dinheiro e imbecilidade juntos não costuma dar muito certo!
O interessante dessa série "Pam & Tommy" é que esse casal não é o protagonista da história. Esse papel cabe a um pequeno empreiteiro que trabalhava na mansão deles. Um homem que tinha que lidar com as imbecilidades e abusos do tal de Tommy Lee. Ele não pagava direito os serviços, estava sempre mudando de ideia, era uma figura lamentável e detestável. Depois de ser despedido e humilhado, esse sujeito precisava dar o troco para o Tommy, o roqueiro de fio dental. E ele decidiu que iria invadir a casa de noite para pegar suas ferramentas de trabalho que tinham ficado na mansão. Só que ele encontrou muito mais, uma fita VHS contendo cenas de sexo entre o casal. Bom, o resto é história. O material iria ser vazado na internet, sendo o primeiro de muito casos semelhantes. Eu curti esse primeiro episódio, o que me fez convencer a continuar assistindo o resto da série. Penso que vai ser no mínimo interessante.
Pam & Tommy (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig Gillespie, Lake Bell, entre outros / Roteiro: Amanda Chicago, Robert Siegel / Elenco: Seth Rogen, Sebastian Stan, Lily James / Sinopse: A história do vazamento de uma fita de cunho íntimo do casal Tommy Lee e Pamela Anderson nos anos 90.
Pablo Aluísio.
Guia de Episódios - Pam & Tommy:
Pam & Tommy 1.02 - I Love You, Tommy
Estou chegando na conclusão que essa série é realmente muito boa. Nesse segundo episódio vemos como o casal se conheceu. Dois cabeças ocas, mas muito divertidos. Ela oferece uma bebida grátis a ele em uma balada e o Tommy perde completamente o juízo por ela. Pam viaja até Cancun e ele segue atrás, de forma obsessiva. O começo do namoro é alucinado, com muitas baladas, bebidas e drogas. Acabam se casando no calor do momento, no México mesmo. Só que no fundo nem se conhecem direito. Ela curte filmes românticos, ele filmes de terror. Há duas cenas bizarras e bem curiosas nesse segundo episódio. Na primeira Tommy conversa com seu próprio pênis (há cenas com nudez frontal) e na segunda ela canta uma música de um antigo musical de Hollywood. Diante dos envolvidos nada poderia soar mais bizarro! / Pam & Tommy 1.02 - I Love You, Tommy (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Amanda Chicago Lewis / Elenco: Lily James, Sebastian Stan, Nick Offerman.
Pam e Tommy 1.03 - Jane Fonda
E um dia, imagine você, a Pamela Anderson sonhou em ser a Jane Fonda. A pobrezinha só esqueceu de dois detalhes importantes: A Jane Fonda era uma mulher inteligente e talentosa, tudo que faltava na cabeça de vento da Pam. Ela fica empolgada com um monólogo para falar em cena, mas na última hora os produtores cortam suas asinhas. Ela teve, ao invés disso, apenas correr pela praia, balançando seus peitões cheios de silicone. Pois é. Enquanto isso os dois paspalhos tentam vender as fitas caseiras de sexo de Pam e Tommy, mas nenhum produtor quer comprar com medo de processos. Eles encontram a solução no recente surgimento da internet! Jogar as cenas na net e ganhar muito dinheiro com isso. Esse é o plano principal, financiado com dinheiro de um mafioso! / Pam e Tommy 1.03 - Jane Fonda (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: D.V. DeVincentis / Elenco: Lily James, Seth Rogen, Sebastian Stan, Nick Offerman.
sexta-feira, 24 de julho de 2020
Downton Abbey - Quinta Temporada
Essa quinta temporada da série "Downton Abbey" foi exibida entre os meses de setembro a dezembro de 2014. No total foram produzidos e exibidos nove episódios. Fica evidente desde os primeiros momentos que a mesma qualidade, diria até cinematográfica, está novamente presente, tamanho o capricho de todos os envolvidos. Como se trata de uma série com roteiros e tramas sequenciais é necessário ao espectador que queira assistir a série trilhar todo o caminho desde o começo até o fim, assistindo a toda a série em sequência cronológica. Na Inglaterra e Estados Unidos a série foi também lançada em uma bela coleção de DVDs. Assim fica bem mais fácil conhecer esse ótimo programa. Abaixo seguem comentários dos episódios dessa quinta temporada.
Downton Abbey 5.01
Estou começando a assistir a quinta temporada de uma de minhas séries preferidas, "Downton Abbey". Os roteiros começam a explorar as mudanças pelas quais passa a sociedade inglesa da época. Pela primeira vez na história o Partido Trabalhista consegue eleger o Primeiro-Ministro e isso acaba mudando os paradigmas daquela estratificada sociedade. Isso obviamente se analisando sob um ponto de vista geral, mais amplo. Dentro do microcosmo que reflete os moradores e empregados de Downton Abbey também já se nota certas mudanças significativas de comportamento, sejam elas políticas ou sociais (escandalosas, para ser mais específico). Quando moradores da vila local decidem eleger o representante do novo comitê que irá erguer um monumento em homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial, todos pensam que tal honraria será concedida ao Conde de Grantham (Hugh Bonneville), mas acabam se surpreendendo ao descobrirem que seu mordomo, Charles Carson (Jim Carter), é que foi o escolhido! Um reflexo dos novos tempos. Apesar de ser apenas o mordomo da mansão, Carson é muito respeitado por todos os moradores que o admiram em seu modo de ser, honesto, disciplinado e íntegro. Enquanto ele se eleva no conceito geral, a nobreza desce a ladeira da falta de elegância e boa finesse. A nobre Lady Shackleton (Harriet Walter) resolve levar um dos valetes da mansão para a cama, causando um grande mal estar e constrangimento em todos. O escândalo só não se torna maior porque ambos acabam sendo pegos no flagra pelo Conde em um momento particularmente tumultuado, quando um dos quartos da mansão pega fogo, causando grande alvoroço entre todos. Lady Edith Crawley (Laura Carmichael), deprimida e abalada após deixar sua filha sob cuidados de uma família mais humilde da região, tudo para evitar um escândalo pelo fato dela ser mãe solteira, acaba deixando uma carta pegar fogo perto de sua lareira, causando a destruição de seu próprio quarto com o fogo acidental. Pelo visto um título de nobreza não é suficiente por si só para garantir um grande caráter. / Downton Abbey 5.1 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Harriet Walter, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.
Downton Abbey 5.02
Esse episódio em particular é bem curioso porque ele mostra o impacto das primeiras invenções tecnológicas dentro da vida doméstica dos ingleses. Como se sabe o enredo de "Downton Abbey" se passa no começo do século XX e naqueles tempos a grande novidade era o rádio! Por ele se podia ouvir música, notícias e até mesmo peças teatrais adaptadas para o novo meio. Era considerado um grande avanço para a sociedade que mal havia saído ainda da era vitoriana. Assim ter um rádio em Downton Abbey passa a ser o sonho da sobrinha de Robert Crawley (Hugh Bonneville), apesar da forte aversão e resistência dele. Em sua opinião o rádio seria uma moda passageira que não teria muito futuro (mal sabia ele que na esteira do rádio viria também a TV e todo o mundo de pura tecnologia que conhecemos hoje em dia com Internet, etc). Pois bem, o conservador nobre só muda sua opinião quando descobre que o próprio rei George V irá falar pela primeira vez à Inglaterra usando justamente uma transmissão radiofônica. Sem outra saída, ele acaba comprando um aparelho para a centenária mansão. Outro problema que Crawley precisa resolver é determinar a exata localização onde será erguido um monumento em homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial. Para isso ele terá que contar com a sempre preciosa colaboração de seu mordomo, Charles Carson (Jim Carter), que inclusive não anda concordando muito com ele sobre isso. Por fim eu destaco uma cena em particular desse episódio quando Anna Bates (Joanne Froggatt) vai até uma mercearia local em busca de alguma substância anticonceptiva. A pressão social era tamanha sobre a mulher naquela época que ela mais parecia estar comprando algo extremamente proibitivo, desonroso até! Os tempos realmente mudaram muito e os costumes também. / Downton Abbey 5.02 - Episode #5.2 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.
Downton Abbey 5.03
Os investigadores começam a chegar cada vez mais perto de John Bates (Brendan Coyle). Como foi visto em episódios anteriores ele resolveu acertar as contas com um vassalo de um dos nobres que teria se hospedado em Downton Abbey. Tudo porque esse sujeito supostamente teria estuprado Anna Bates (Joanne Froggatt), sua mulher. Os roteiristas porém preferem deixar tudo em suspense, nunca deixando claro se Bates teria ou não matado realmente o criminoso. Enquanto isso a mansão se prepara para receber nobres russos que teriam sido expulsos de seu país após a revolução comunista. Esse jantar acaba reservando uma incrível surpresa para Violet Crawley, a Condessa de Grantham (Maggie Smith). Quando jovem ela esteve na corte do Czar Alexandre e lá teria tido um breve flerte com um príncipe russo. E agora, tantos anos depois daquele encontro marcante, eis que ambos se reencontram em Downton Abbey. E velhos romances não parecem ser a única preocupação de Violet. Sua neta, Lady Mary Crawley (Michelle Dockery), foi vista saindo de um hotel em Liverpool em companhia de um homem! Um verdadeiro escândalo para aqueles tempos conservadores. O pior para a Condessa é saber que foi o seu próprio mordomo quem presenciou tudo! Essa saia justa acaba rendendo uma ótima cena entre ambos onde a malícia parece soterrada sobre rios de etiqueta social - tudo muito divertido, de uma forma bem sutil e inteligente. Por fim Mrs. Patmore (Lesley Nicol) pede a Charles Carson (Jim Carter) que o nome de seu sobrinho seja incluído na lista dos heróis de guerra que farão parte do monumento que será erguido pelo Conde de Grantham na praça central do vilarejo. O problema é que ele foi um covarde que fugiu do campo de batalha enquanto seus companheiros de farda lutavam com bravura. Será que conseguirá mesmo incluir seu nome na lista dos soldados ingleses mortos na I Guerra Mundial? Algo bem complicado... / Downton Abbey 5.03 - Episode #5.3 (Inglaterra, 2014) Direção: Catherine Morshead / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.
Downton Abbey 5.04
Esse episódio é interessante porque ele mostra o choque de ideologias que já se tornava comum dentro da rígida sociedade inglesa. De um lado os valores tradicionais e conservadores do Conde de Grantham (Hugh Bonneville) e do outro todo o arcabouço teórico do socialismo de Marx. Durante um jantar refinado essa contradição de ideias vem à tona, com discussões e acessos de raiva do Conde, que se sente imediatamente ameaçado pela forma de pensar de uma das convidadas, uma jovem com ideias esquerdistas. Entre os criados o segredo de Thomas Barrow (Rob James-Collier) começa a ficar óbvio. Esse personagem sempre desempenhou o papel de pequeno patife dentro da mansão, criando intrigas e rivalidades entre os empregados. Agora porém a sua situação é bem mais complicada pois ele está viciado em morfina, uma droga de prescrição médica que começava a se tornar popular entre os mais jovens. Já entre as filhas da condessa tudo vai ficando mais emocionalmente instável. Lady Mary Crawley (Michelle Dockery) passou a noite com um de seus velhos flertes, mas não está disposta a assumir nada sério com ele. Era o começo da libertação sexual das mulheres, onde elas também começavam a exercer seu direito a ter romances fugazes, com sexo casual sem culpa ou remorso. Enquanto Mary não quer criar laços emocionais com ninguém, sua irmã, Lady Edith Crawley (Laura Carmichael), sofre por causa da garotinha que na verdade é sua filha. Para fugir do escândalo social ela deu a criança para ser criada por um humilde casal. Agora se torna inconveninte ao ir todos os dias na casa deles. "Downton Abbey" é uma daquelas séries britânicas com muito estilo e elegância. Ótima pedida para quem estiver em busca de um entretenimento ao velho estilo. Sinal de bom gosto, acima de tudo. / Downton Abbey 5.04 - Episode #5.4 (Inglaterra, 2014) Direção: Minkie Spiro / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Michelle Dockery, Rob James-Collier, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.
Downton Abbey 5.05
Tudo tem limites. Desde que sua esposa conheceu um colecionador de artes, de quadros raros e valiosos, Robert Crawley, Lord de Grantham (Hugh Bonneville), anda desconfiado da aproximação de ambos. Não é para menos. Simon Bricker (Richard E. Grant) está realmente apaixonado por Cora Crawley (Elizabeth McGovern). Uma situação no mínimo bem delicada. O pior acontece logo depois. Após encurtar uma viagem de negócios, o Lord chega em Downton Abbey uma noite antes do previsto e o que ele encontra? Sim, sua própria esposa dentro de seu quarto ao lado de Simon. Diante disso não há fleuma britânica que resista! Esse é aquele tipo de situação que não pode ser resolvida por meios, digamos, diplomáticos, mas sim com punhos erguidos, como se fossem meros plebeus em um pub. Até a nobreza precisa descer do saldo alto de vez em quando... Enquanto o Lord e seu opositor rolam pelo chão do quarto tentando resolver suas questões pessoais, a polícia vai fechando o cerco contra o casal Bates. John Bates (Brendan Coyle) vai se tornando o principal suspeito de um crime, não apenas por já ter ficha criminal, mas também por ter tido desavenças com o lacaio de um Lord que se hospedou em Downton Abbey e que depois foi encontrado assassinado. Por fim um romance começa a nascer entre Lady Rose MacClare (Lily James) e um jovem alto e bonito chamado Atticus Aldridge (Matt Barber). De origem russa sua família se mudou para a Inglaterra para fugir da perseguição contra judeus nos tempos do czar. De um simples flerte tudo caminha para algo a mais entre eles. Afinal o amor é lindo. / Downton Abbey 5.05 - Episode #5.5 (Inglaterra, 2014) Direção: Minkie Spiro / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.
Downton Abbey 5.07
Cora Crawley (Elizabeth McGovern) descobre que sua filha escondeu uma criança por anos. Ela tinha vergonha da reação da sociedade ao saber que havia ficado grávida sem ser casada. Pior para Cora é saber que tudo lhe foi escondido pela própria mãe, Violet (Maggie Smith). Apesar das mágoas Cora está decidida a resolver esse problema. Ela vai a Londres e encontra a filha Edith (Laura Carmichael). Sua neta deve ser levada para Downton Abbey onde será criada como se fosse sua filha (e ela realmente é). Enquanto isso o Conde de Grantham (Hugh Bonneville) fica desolado quando descobre que sua cadela de estimação tem poucas horas de vida pois está com câncer. Já entre os criados a fofoca come solta. Anna Bates (Joanne Froggatt) viu a filha de Edith na estação de trem e ficou intrigada. Ela deseja ir morar com seu marido John (Brendan Coyle) quando se aposentarem, em uma pequena casa que compraram. A ideia parece ótima. Já Violet Crawley (Maggie Smith) fica desolada ao saber que sua melhor amiga vai se casar e que provavelmente a deixará sozinha nas tardes de chá em sua bela casa. A vida, mesmo para elas, precisa seguir em frente. / Downton Abbey 5.07 - Episode #5.7 (EUA, 2014) Direção: Philip John / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter.
Downton Abbey 5.08
Esse é o episódio do casamento de Lady Rose MacClare (Lily James) e Atticus Aldridge (Matt Barber). Problemas? Muitos deles. Os pais do rapaz não gostam da noiva. Há uma barreira entre as duas famílias também. Uma é de origem judaica, a outra não! Isso dá margem a uma série de questões que colocam em risco o sucesso desse matrimônio. Mães judias são bem conhecidas por quererem impor seu ponto de vista de todas as formas e isso acontece aqui também. Tudo vira pretexto para uma série de preconceitos envolvendo cristãos e judeus. Uma pena que uma questão que deveria ser meramente religiosa acaba minando a felicidade de dois jovens que apenas querem viver juntos. Outro bom momento desse episódio é a prisão de Anna Bates (Joanne Froggatt). Há tempos a polícia vinha investigando, principalmente baseado nas suspeitas de que o criado assassinado teria estuprado Anna no passado. Teria havia uma vingança depois desse crime? É bem possível. Outro acontecimento que chega ao fim nesse episódio, após ter sido explorado por várias semanas, é a inauguração do monumento aos mortos da I Guerra Mundial, algo que foi muito discutido, muito debatido, principalmente em relação aos nomes que iriam constar em sua placa principal. Por fim, Violet Crawley, a condessa de Grantham, personagem maravilhosamente interpretada pela atriz Maggie Smith, recebe a proposta de casamento de um príncipe russo. Afinal não há idade para o amor. / Downton Abbey - Episode 5.8 (Inglaterra, 2014) Direção: Michael Engler / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Laura Carmichael, Jim Carter, Michelle Dockery, Lily James, Elizabeth McGovern.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
Yesterday
Até que um dia as coisas mudam de forma inesperada. O planeta sofre uma pane de energia (e não espere por maiores explicações do roteiro). Nessa noite Jack sofre um acidente e é hospitalizado. O curioso é que ele descobre que após esse apagão as pessoas não sabem mais quem foram os Beatles. Aliás nessa realidade paralela onde ele vai parar os Beatles nunca existiram. Ele também descobre que ninguém conhece Coca-Cola, Harry Potter e outros ícones da nossa existência. Então Jack tem uma ideia e tanto. Ele vai usar as músicas dos Beatles para se dar bem na carreira de músico. Ora, nesse novo universo paralelo ele tem à disposição um dos catálogos musicais mais famosos de todos os tempos. Basta gravar e esperar a fama e a fortuna baterem à sua porta.
O filme, como se pode perceber, é um daqueles em que o espectador tem que comprar a ideia central do roteiro. Esse por sua vez não está proocupado em explicar muita coisa, mas apenas em desenvolver essa premissa inicial. É um filme bom, tem bons momentos e, como não poderia deixar de ser, tem a música dos Beatles para salvar tudo. Agora, como trama mesmo a coisa é, não se pode negar, meio bobinha. Além disso há outros pontos negativos. Achei o ator Himesh Patel pouco adequado. Ele se limita muitas vezes a fazer cara de apalermado. Complicado torcer por um sujeito desses, ainda mais quando ele plagia o trabalho alheio. Melhor seria ter um ator melhor para o papel. Pensei em Tom Hanks, afinal o filme tem um tipo de humor que cairia bem para ele. Já a atriz Lily James segura as pontas no quesito carisma. Ele é a melhor em termos de elenco e atuação. Tão boa que consegue levar seu parceiro antipático até o fim do filme. No mais tenho que dizer que é apenas um bom filme e nada muito além disso. Ora, se até o Paul McCartney gostou, quem eu seria para discordar dele, não é mesmo?
Yesterday (Inglaterra, 2019) Direção: Danny Boyle / Roteiro: Jack Barth, Richard Curtis / Elenco: Himesh Patel, Lily James, Sophia Di Martino, Joel Fry, Sanjeev Bhaskar / Sinopse: Jack Malik (Himesh Patel) quer ser músico profissional, mas não consegue a fama e o sucesso. Suas composições são ruins e básicas demais para alguém se importar com elas. Até o dia em que ele descobre que as pessoas desconhecem completamente a existência dos Beatles. É um universo paralelo. Assim ele começa a usar as antigas músicas do quarteto para se dar bem, fazer sucesso e ganhar fama e fortuna.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata
O filme mescla romance, drama e amor à literatura. Na ilha a protagonista acaba se encantando pelas histórias do lugar e apesar de estar noiva de um militar em Londres acaba também se apaixonando por um jovem morador local. Assim ela decide fazer das suas experiências por lá o tema de seu novo livro. O foco passa a ser a história de uma jovem moradora de Guernsey que acabou se apaixonando por um soldado alemão durante a ocupação da ilha. Ela teve uma filha do militar e acabou caindo em desgraça depois, sendo levada para um campo de concentração na Polônia. Juliet conhece sua pequena filha e fica comovida com sua história. O filme assim vai se desenvolvendo, de forma mais lenta do que o habitual, para contar essa mescla de coisas fascinantes que vai envolvendo a vida da protagonista. A atriz inglesa Lily James é uma das queridinhas do cinema britânico e por isso o filme acabou sendo bastante comentado na Inglaterra. É um bom filme, ideal para os que gostam de literatura e histórias envolvendo escritoras durante a guerra.
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Inglaterra, 2018) Direção: Mike Newell / Roteiro: Don Roos, Kevin Hood / Elenco: Lily James, Jessica Brown Findlay, Michiel Huisman, Nicolo Pasetti, Bronagh Gallagher, Katherine Parkinson / Sinopse: Logo após o fim da segunda guerra mundial a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma carta de um de seus leitores. Ele conta a ela que fundou um clube de leitura na ilha de Guernsey durante a ocupação nazista no lugar. A história acaba fascinando Juliet que decide ir até lá para conhecer os membros do clube.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de abril de 2018
A Exceção
Claro que com Hitler no poder ele jamais voltaria à antiga glória da monarquia, porém a esperança ainda o movia. O filme tem uma sensibilidade bem orquestrada para mostrar esse lado sentimental, piegas e até ridículo de um antigo monarca que ainda respirava ideais que eram impossíveis de acontecer naquele momento histórico. Grande parte do que se vê na tela é mera ficção, mas o contexto histórico foi bem real, aconteceu de verdade. Um dos pontos altos do filme acontece quando o Kaiser destronado recebe a visita do braço direito de Hitler, a besta fera Heinrich Himmler, um monstro capaz de falar despreocupadamente na mesa de jantar sobre a melhor forma de executar crianças deficientes em campos de concentração. Claro que essa cena, muito bem realizada, muito provavelmente jamais aconteceu, mas serve como ponto de inflexão do grande trabalho de atuação do excelente Christopher Plummer em um papel que lhe caiu muito bem. Ele sai despedaçada interiormente do que ouve. Há também um romance entre o capitão e a empregada do Kaiser, mas essa parte da trama, apesar de importante na história, não consegue superar o grande trabalho de Plummer. Enfim, um filme muito bom, mostrando um lado periférico da história que poucos conhecem.
A Exceção (The Exception, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: David Leveaux / Roteiro: Simon Burke, baseado no romance "The Kaiser's Last Kiss", escrito por Alan Judd / Elenco: Christopher Plummer, Lily James, Jai Courtney, Ben Daniels, Eddie Marsan / Sinopse: Holanda, 1940. O Kaiser destronado Wilhelm II (Christopher Plummer) vê pela janela de sua casa a chegada de um destacamento do exército alemão. O país foi invadido por tropas nazistas e Hitler envia um capitão para cuidar da segurança pessoal do ex-monarca prussiano. Tudo porém está encoberto em uma grande neblina de falsa intenções e mentiras deliberadas por parte do III Reich. Filme indicado ao Golden Trailer Awards.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
O Destino de uma Nação
Antes de qualquer consideração aqui vai uma dica interessante ao leitor. Procure assistir a três filmes recentes como se eles estivessem contando a mesma história (coisa que efetivamente estão). Primeiro o cinéfilo deve ver esse "O Destino de uma Nação" que conta a subida de Winston Churchill ao poder. Depois assista a "Dunkirk" que também está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, uma produção que conta como foi a retirada de Dunquerque, algo que aliás faz parte do roteiro desse primeiro filme também. Por fim confira "Churchill" de Jonathan Teplitzky, filme de 2017, que conta os momentos decisivos da guerra, nas vésperas do Dia D, quando os aliados invadiram o norte da Europa, colocando fim na dominação nazista na Europa. Com esses três filmes o espectador terá uma ampla visão da história de Winston Churchill durante esse período histórico decisivo.
Voltando para "O Destino de uma Nação" uma das coisas que mais foram elogiadas nessa produção foi a atuação do ator Gary Oldman como Churchill. Ele não tem a idade e biotipo do Primeiro Ministro, porém conseguiu fazer um grande trabalho, mesmo embaixo de maquiagem pesada. Todos sabem que Gary Oldman sempre foi um camaleão e aqui não seria diferente. Ele só derrapa brevemente em alguns momentos, quando parece estar um pouco caricatural demais. Fora isso está perfeito. Por fim, para terminar essa resenha, chamo atenção para algumas cenas que fazem o filme valer a pena. Uma delas ocorre quando Churchill resolve pegar um metrô sozinho, para entrar em contato com o povo inglês, com o homem comum. Outro grande momento acontece quando ele finalmente supera seus adversários e conclama o parlamento para a guerra, que é inevitável. Excelentes cenas em um filme que desde já segue a passos largos para se tornar um clássico contemporâneo do cinema.
O Destino de uma Nação (Darkest Hour, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Joe Wright / Roteiro: Anthony McCarten / Elenco: Gary Oldman, Lily James, Kristin Scott Thomas / Sinopse: O filme "Darkest Hour" conta os eventos históricos reais que culminaram na ascensão de Winston Churchill ao cargo de primeiro ministro, logo no começo das invasões nazistas por toda a Europa, fatos que deram origem à II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel), Melhor Figurino (Jacqueline Durran), Melhor Design de Produção (Sarah Greenwood e Katie Spencer) e Melhor Maquiagem (Kazuhiro Tsuji e David Malinowski). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Gary Oldman).
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de novembro de 2017
Orgulho e Preconceito e Zumbis
Foi um fracasso merecido. Esse tipo de coisa só se sustenta no submundo dos filmes de terror trash. Para produções classe A como essa, fica tudo fora de seu habitat natural. O roteiro é uma mistura indigesta da trama criada por Jane Austen com uma Inglaterra dominada pelo apocalipse Zumbi. A cada dia mais e mais pessoas estão infectadas. As jovens personagens querem arranjar um marido no meio desse caos, mas enquanto isso não acontece, elas se especializam em artes marciais japonesas e chinesas (que bobagem!!!). O último bastião de resistência da humanidade é Londres, que virou uma fortaleza contra as hordas zumbis, mas até a magnífica cidade está em perigo, prestes a cair. Enfim, não adianta levar adiante ainda mais essa sinopse bizarra. Não gostei do resultado, achei tudo muito forçado e sem razão de ser. O filme no final das contas é um grande desperdício de tempo, dinheiro e recursos em troca de absolutamente nada.
Orgulho e Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Burr Steers / Roteiro: Burr Steers, baseado na obra original escrita por Jane Austen / Elenco: Lily James, Sam Riley, Jack Huston, Charles Dance / Sinopse: Após uma infestação de um estranho vírus, que transforma as pessoas em zumbis, uma jovem garota chamada Elizabeth Bennet (Lily James) e suas irmãs tentam arranjar maridos na sociedade vitoriana do século XIX. Elizabeth acaba sentindo-se atraída por Mr. Darcy (Sam Riley), um incansável exterminador de zumbis, mas essa não será uma paixão comum e simples de se resolver.
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de novembro de 2017
Em Ritmo de Fuga
O personagem principal "Baby Driver" é interpretado por Ansel Elgort, ator adolescente que virou ídolo teen no sucesso juvenil "A Culpa é das Estrelas". Ele fazia o carinha que estava morrendo e que se apaixonava por Shailene Woodley. É uma tentativa de Hollywood em criar um novo ídolo do cinema, principalmente entre as colegiais. Vai colar? Só o tempo dirá, porém particularmente acho bem improvável de acontecer. Em termos de elenco o melhor vem dos coadjuvantes, não apenas pela presença de Kevin Spacey, como também de Jon Hamm e Jamie Foxx, todos interpretando membros da quadrilha. Hamm, de "Mad Men" está aos poucos entrando no mundo do cinema e Foxx, velho conhecido, é um dos destaques do filme por causa de seu personagem, um sujeito insano. Então é isso, um filme de assaltos a bancos, feito para o público juvenil. Nada demais, nada marcante, mas que com um pouquinho de boa vontade até diverte!
Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, Estados Unidos, 2017) Direção: Edgar Wright / Roteiro: Edgar Wright / Elenco: Ansel Elgort, Jon Hamm, Kevin Spacey, Jamie Foxx, Eiza González, Lily James / Sinopse: Quadrilha de assaltantes de bancos conta com um excelente piloto, um ás do volante, que sempre consegue despistar os tiras durante as fugas alucinadas pelas ruas da cidade. Conhecido apenas como "Baby Driver" ele parece cool e tranquilo, mas na hora em que é necessário mostra toda a sua destreza como motorista de fuga.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
War & Peace
Ontem assisti a esse primeiro episódio dessa nova minissérie da BBC, "War & Peace". É uma adaptação para a TV do famoso livro de Leo Tolstoy que no passado inclusive já deu origem a maravilhosos filmes, alguns deles clássicos absolutos do cinema. Pois bem, a história se passa no começo do século XIX. A Europa está sendo varrida pelos exércitos de Napoleão. Após conquistar vários países ele decide investir contra o leste europeu. Rússia e Áustria então se unem contra o imperador francês. Em São Petersburgo um jovem chamado Pierre Bezukhov (Paul Dano) segue com sua vida de frivolidades, festas e bebedeiras. Ele tenta passar a imagem de alguém mais intelectualizado, até mesmo defendendo com certo entusiasmo o próprio Napoleão, mas no fundo não passa de um rapaz ingênuo e sem experiência de vida. Sua rotina de prazeres é interrompida quando ele é informado que seu velho pai, o Conde Bezukhov, sofreu um derrame e está à beira da morte. Ele então parte para Moscou. O Conde em questão é extremamente rico, dono de vastas fazendas, palácios e propriedades e por essa razão se cria um certo clima de tensão em saber sobre quem seria seu herdeiro, para quem ele deixaria essa imensa riqueza. Pierre é agraciado, mesmo sendo filho bastardo. A súbita riqueza então atrai para ele todas as atenções, inclusive de pessoas inescrupulosas, como uma jovem da nobreza que só está interessada mesmo em sua fortuna. Excelente produção, bom roteiro e direção de arte classe A, compõem o quadro geral dessa produção que já em seu primeiro episódio deixa claro todas as suas qualidades. Em termos de elenco quem acaba se destacando mais é a atriz Gillian Anderson (a eterna agente Dana Scully da série "The X-Files"). Ela interpreta Anna Pavlovna Scherer, uma alcoviteira cheia de más intenções. Ver Gillian Anderson interpretando um papel tão diferente assim já vale pela série inteira. Enfim deixo a minha recomendação, ótima série aliada a esse que é um dos maiores clássicos da literatura mundial. Não deixe de conferir. / War & Peace 1.01 - Episode 1 (Inglaterra, EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Paul Dano, Gillian Anderson, Stephen Rea, Tuppence Middleton.
War & Peace - Episode 1.2
Desilusões e mais desilusões. Afirma o ditado popular que o marido traído é sempre o último a saber. No caso do Conde Pierre Bezukhov (Paul Dano) isso parece se confirmar mais uma vez. Após seu casamento precoce, fruto de uma paixão avassaladora e pouco racional, ele resolve levar seu grande amigo Fedya Dolokhov (Tom Burke) para morar em sua casa. Péssima ideia. O sujeito não apenas seduz sua jovem esposa Helene Kuragina (Tuppence Middleton), como a leva para a cama, não fazendo a menor questão de esconder isso. Em pouco tempo a fofoca se espalha, arruinando a reputação de Bezukhov, um rapaz jovem demais para lidar com todo o peso e as responsabilidades da fortuna de que se tornou único herdeiro. Indignado e chocado com a situação Pierre resolve desafiar Dolokhov para um duelo a céu aberto, uma tradição de honra muito em voga naqueles tempos mais românticos e idealistas. Na outra linha narrativa um nobre arruinado, Vassily Kuragin (Stephen Rea), tenta de todas as formas arrumar uma noiva rica para seu filho, um jovem fútil e sem personalidade. O melhor desse episódio porém nem vem dessas histórias de alcova, mas sim do contexto histórico em que tudo se passa, com as tropas de Napoleão começando a chegar cada vez mais perto da Rússia Czarista. E por falar em Czar aqui temos uma pequena participação do monarca em pleno campo de batalha, algo que logo se revela desastroso por causa de sua inexperiência em lidar com estratégias de guerra. O absolutismo começava a ruir por dentro, traçando o destino daquelas velhas monarquias obtusas e antiquadas. / War & Peace 1.02 - Episode #1.2 (EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies, baseado na obra de Leo Tolstoy / Elenco: Paul Dano, Tuppence Middleton, Stephen Rea, Rebecca Front.
War & Peace - Episode 1.3
Desafiado a um duelo de honra não sobra nada a Fedya Dolokhov (Tom Burke) a não ser aceitar o desafio. Ele é um militar experiente, com muita habilidade no manejo de armas de fogo. Já o Conde Pierre Bezukhov (Paul Dano), o marido traído, é uma figura levemente boba, sem qualquer experiência em duelos daquele tipo. Eles vão para um campo aberto, coberto de neve, tomam suas posições e... para surpresa geral o boboca Bezukhov acaba vencendo o duelo!!! Atingido em cheio com um tiro em seu abdômen, Dolokhov consegue sobreviver milagrosamente! O pior de tudo é saber depois que mesmo após ter sido traído o jovem Conde resolve voltar para os braços de sua esposa infiel, que inclusive já está de amante novo, um aspirante do exército russo. Realmente... sem comentários. Alguns homens certamente não fazem jus às suas próprias calças. Enquanto uns são traídos sistematicamente no campo amoroso o povo russo fica surpreso ao saber que agora o Czar assinou um tratado de paz e cooperação com Napoleão Bonaparte, transformando antigos aliados em inimigos e vice versa. Para os soldados que combatem no front isso se torna ao mesmo tempo uma enorme surpresa e um ultraje por todos os companheiros mortos em batalha. Como todos sabemos tudo não passou de uma estratégia de Napoleão para ganhar algum tempo pois ele definitivamente entraria em território russo, cometendo os mesmos erros que Hitler voltaria a cometer durante a II Guerra Mundial, indo em direção a uma derrota militar que se tornaria sua ruína. / War & Peace 1.03 - Episode #1.3 (EUA, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies, baseado na obra de Leo Tolstoy / Elenco: Paul Dano, Tuppence Middleton, Stephen Rea, Rebecca Front.
War & Peace - Episode 1.4
Outra série que recomendo, também extremamente bem produzida. Não poderia ser diferente já que é baseada no famoso livro escrito por Liev Tolstói, publicado em 1869. O cenário é a Rússia dos tempos dos czares nas vésperas da invasão da nação pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Nesse episódio temos um exemplo de como as relações sociais eram tecidas entre a elite russa. Todos os casamentos eram previamente arranjados pelas famílias nobres, tudo visando, na maioria das vezes, apenas a interesses patrimoniais e de riqueza material. Casamentos de puro interesse, em suma. Nesse episódio, por exemplo, a filha de um conde arruinado fica apaixonada (verdadeiramente) pelo herdeiro de uma rica família. O pai do rapaz não gosta dos rumos que tudo está tomando. Assim sugere ao seu filho que passe um ano fora da Rússia, nos alpes da Suíça. A intenção óbvia, é de esfriar o romance, para que ele depois encontre uma moça mais promissora, com melhor perspectiva de vida. O tempo passa e ela acaba se envolvendo com outro homem, um sujeito bem canalha, já casado e amigo de Pierre Bezukhov (Paul Dano). Claro que ao se envolver com um sujeito daqueles ela acaba perdendo seu bem mais precioso, sua reputação como mulher. Para uma sociedade tão conservadora, religiosa e puritana como aquela isso significava praticamente o fim do sonho de ter um casamento promissor. Já para quem estiver em busca de boas cenas de ação há uma sequência muito boa envolvendo um esporte popular na época, a caça ao lobo, nos bosques congelados da Rússia. / War & Peace 1.04 - Episode #1.4 (Estados Unidos, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Lily James, Greta Scacchi, Jim Broadbent.
War & Peace - Episode 1.5
Ótimo episódio. Aqui vemos pela primeira vez as tropas do imperador Napoleão Bonaparte invadindo o solo da mãe Rússia. Tudo ocorre muito rápido após o líder francês romper o tratado que havia assinado com o Czar Alexandre. Ele simplesmente ignora os termos que havia concordado para invadir a Rússia. Seu objetivo é chegar até Moscou para depor o governo Czarista, mas no meio do caminho começa a encontra problemas (lembrando que a invasão russa foi o maior desastre militar de Napoleão, uma campanha que marcou o começo de sua queda). O interessante desse roteiro é que tudo é visto sob o ponto de vista dos personagens, que acabam vendo suas vidas viradas de cabeça para baixo com a chegada dos franceses. Uma cena interessante mostra o próprio Napoleão fazendo pouco caso do exército russo ao qual ele pensa estar destruído. Um velho general é designado então para deter o avança do exército francês em uma região conhecida como Borodino. E é para lá que Pierre se dirige, para sentir o gosto da guerra em primeira mão. Aquele nobre no meio do campo de batalha com homens sendo mortos ao lado acaba virando uma alegoria de sua própria insensatez frívola. A população civil russa fugindo, com a política de terra arrasada, ao mesmo tempo em que a alta nobreza ainda vive sob uma certa alienação de tudo o que estava acontecendo, acaba sendo um ótimo retrato daqueles tempos históricos conturbados. Enfim, esse é certamente um dos melhores episódio da série, simplesmente imperdível. / War & Peace 1.05 - Episode 1.5 (Estados Unidos, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Lily James, James Norton, Paul Dano.
War & Peace 1.06 - Episode 1.6
Ontem terminei de assistir essa minissérie do canal BBC. Como já escrevi antes se trata de uma adaptação do famoso livro "Guerra e Paz" de Tolstoi, lançado em 1869. Essa é uma obra literária complexa, com muitos personagens e subtramas, mostrando a agonia do império russo após a invasão de Napoleão Bonaparte. Claro que definitivamente não seria uma adaptação fácil. O problema maior desse programa é que a audiência foi sumindo ao longo dos episódios. O público certamente não gostou da estrutura do roteiro, achou algo disperso, confuso até. Com isso abandonou a série pelo meio do caminho. Com a audiência em baixa eles resolveram acelerar tudo para terminar logo. Com isso o episódio final mostra a invasão da Rússia por Napoleão e sua inevitável derrota após a retirada sob as duas condições do inverno massacrante daquela região. Devo confessar que houve sim uma pressa em finalizar a série e isso prejudicou bastante o resultado final. Mesmo assim não deixaria de recomendar War & Peace. Mesmo muito sintética, feita com uma certa pressa, a série tem uma excelente produção, que aproveita toda o cenário natural russo. Além disso, mesmo em pitadas econômicas, ainda dá para saborear a genialidade de Tolstoi. Claro que seu livro jamais poderá ser trocado por nenhum filme ou série, mas pelo menos serve como porta de entrada para a literatura. Se for esse o seu caso já terá valido a pena. / War & Peace 1.06 - Episode 6 (Inglaterra, 2016) Direção: Tom Harper / Roteiro: Andrew Davies / Elenco: Paul Dano, Lily James, Greta Scacchi, Mathieu Kassovitz, Guillaume Faure, Otto Farrant.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de junho de 2015
Cinderela
Humilhada e transformada praticamente numa serva, com muitas obrigações e quase nenhum direito dentro de sua própria casa, ela vê sua cinzenta vida tomar um rumo bem mais feliz e colorido ao conhecer o jovem Kit (Richard Madden) numa floresta. Na verdade ele, que se passa como um simples aprendiz, é na verdade o príncipe herdeiro de seu reino. Para não assustar a jovem e bela camponesa o nobre rapaz assim acaba escondendo sua verdadeira identidade. Quando o Rei decide que chegara o momento de seu filho se casar ele decreta que todas as jovens do reino devem comparecer no grande baile do ano. Cinderela assim vê uma bela oportunidade para rever seu apaixonado, enquanto as filhas de sua madrasta estão mais interessadas em casar com o príncipe para colocarem suas mãos em sua fortuna. A partir daí o roteiro segue os passos do desenho clássico, com as passagens que tanto conhecemos, os sapatinhos de cristal, a fada madrinha, a carruagem de abóbora, os ratinhos que se transformam em lindos cavalos brancos, o bater dos sinos da meia-noite e a desesperada busca do príncipe por sua amada, usando para isso um de seus sapatinhos de cristal que ficou para trás. Tudo mais ou menos igual (com pequenas modificações) ao conto de fadas original.
A direção foi entregue para Kenneth Branagh, uma decisão acertada pois o ator e diretor irlandês tem grande experiência com adaptações de obras literárias do passado. Basta lembrar de suas famosas transições para a tela da obra de William Shakespeare em filmes como "Henrique V", "Muito Barulho por Nada" e "Hamlet". Assim não seria grande desafio trazer a história de "Cinderela" para os cinemas dessa vez. Algumas de suas características mais marcantes estão presentes, como a bela direção de arte que acaba recriando com um belo visual, reinos encantados de um tempo distante indefinido. Outra decisão interessante foi colocar atores e atrizes provenientes de séries americanas em papéis coadjuvantes. Uma das filhas da madrasta, Anastasia, é interpretada pela linda Holliday Grainger que se destacou muito na série "Os Bórgias" no papel de Lucrécia Bórgia. Nonso Anozie, que foi o fiel escudeiro de Drácula na série de mesmo nome, também está presente no elenco como um capitão da guarda fiel ao príncipe. Sophie McShera, a Daisy de "Downton Abbey", também atua como a outra filha da madrasta de Cinderela.
Já no elenco principal quem se destaca mesmo (e isso já era bem previsível) é a atriz Cate Blanchett. Usando um figurino exótico ela dá vida para a personagem da madrasta, uma mulher com uma personalidade desprezível mesmo. Seus olhares já dizem tudo sobre ela. A atriz Lily James que surge como Cinderella não chega a impressionar, mas pelo menos também não estraga o filme. Nada surpreendente, leva sua atuação em um termo médio. Ela é bonitinha, mas sinceramente poderia ser mais, pois esse é um papel que exige uma beleza extrema, tal como no desenho. O roteiro segue até bem fiel com o conto de fadas que todos conhecemos, mas os roteiristas resolveram acrescentar alguns pequenos detalhes que não descaracterizam em nenhum momento o conto clássico. No final fica a sensação de se ter visto um belo filme, com uma mensagem bonita e pertinente (o verdadeiro amor não tem preço). Tudo realizado com muito bom gosto, classe e beleza.
Cinderela (Cinderella, Estados Unidos, 2015) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Chris Weitz / Elenco: Lily James, Cate Blanchett, Richard Madden, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Holliday Grainger, Sophie McShera, Nonso Anozie, Derek Jacobi, Ben Chaplin. / Sinopse: Remake com atores de carne e osso da famosa animação da Disney, "Cinderela". A historinha narra a vida da gata borralheira, uma jovem de boa índole que cai nas garras de uma madrasta cruel e desalmada que a explora, junto de suas duas odiosas filhas, enquanto ela procura reencontrar o grande amor de sua vida, um jovem que se diz ser um mero aprendiz que conhecera em um bosque próximo de sua casa.
Pablo Aluísio.