Mostrando postagens com marcador Elisabeth Moss. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Elisabeth Moss. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A Gaivota

Título no Brasil: A Gaivota
Título Original: The Seagull
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: KGB Media, Mar-Key Pictures
Direção: Michael Mayer
Roteiro: Stephen Karam
Elenco: Annette Bening, Saoirse Ronan, Billy Howle, Brian Dennehy, Elisabeth Moss, Corey Stoll

Sinopse:
Baseado na peça escrita por Anton Chekhov, a história do filme "A Gaivota" se passa em 1904, na Rússia imperial. Irina (Annette Bening) é uma famosa atriz que decide passar o verão em sua bela casa de campo. Ao lado de familiares problemáticos, ela tenta superar os dramas de sua vida pessoal.

Comentários:
Em nenhum momento esse filme nega suas origens teatrais. E isso não é um problema, mas uma virtude. É um filme de diálogos e atuações. O elenco é muito bom. Além de Annette Bening temos ainda ótimos atores e atrizes em cena. Saoirse Ronan, em ótima atuação, interpreta a namorada do filho da atriz veterana Irina. O jovem é problemático, um suicida em potencial que não se encontra na vida. Isso faz com que a jovem logo se interesse pelo escritor Boris (Corey Stoll), um homem mais velho e bem sucedido na literatura, que também está na casa, passando o verão. Assim surge o primeiro conflito. Uma jovem camponesa, que sonha um dia se tornar atriz, se apaixonando por um escritor, bem na frente do namorado depressivo e da mãe dele. Elisabeth Moss interpreta uma prima que só se veste de preto, dizendo estar em luto por sua própria vida. Ela tem um amor não correspondido e também apresenta uma personalidade depressiva. O veterano Brian Dennehy, falecido em abril, está ótimo em um de seus últimos momentos no cinema. Enfim, um bom filme, marcado pelo excepcional elenco e por um texto teatral rico, que só aumenta ainda mais a qualidade cinematográfica do filme. A única crítica que teria a fazer seria a falta de uma abordagem política sobre a Rússia naquele período histórico. Não há uma linha de diálogo sequer falando sobre o contexto do que se passava no império russo naquele momento. E haveria muito a dizer sobre isso. No mais, tirando esse aspecto de lado, o filme é realmente muito bom, muito bem escrito e atuado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Mad Men - Sétima Temporada

Mad Men - Sétima Temporada:
Essa foi a última temporada de "Mad Men". Para uma série que havia sido planejada para ter no máximo três temporadas, ter sete no final realmente a desgastou um pouco. O sucesso de uma série muitas vezes atrapalha no quesito qualidade. De qualquer maneira foi algo que agradou aos fãs do programa. Nessa última temporada foram produzidos 14 episódios no total, sendo exibidos originalmente entre os meses de abril de 2014 a maio de 2015. Por essa época a primeira temporada da série começou a ser exibida em canais de TV aberta no Brasil com o nome de "Mad Men: Inventando Verdades". Segue abaixo os principais episódios comentados.

Mad Men 7.01 - Time Zones
Primeiro episódio da última temporada de Mad Men. Os tempos agora são outros. Don Draper (Jon Hamm) está tentando começar vida nova em Los Angeles. Desde que surtou perante um importante cliente ele foi colocado na geladeira por sua agência de publicidade. Como sua esposa tem a pretensão de iniciar uma carreira de atriz a cidade acaba se revelando uma boa opção, mas Draper não parece muito bem naquele outro estilo de vida. No fundo ele é um nova-iorquino nato, de nascimento e hábitos. Não demora muito e decide retornar para a Bib Apple com o objetivo de resolver alguns negócios pendentes. Na viagem conhece casualmente a viúva Lee Cabot (interpretada pela atriz Neve Campbell da franquia Pânico!). Claro que logo surge um flerte entre eles, com direito a troca de olhares e carinhos, muito embora tudo acabe dando em absolutamente nada depois. Ela até o convida para visitar seu apartamento em Manhattan, mas Draper, quem diria, declina do convite! Estaria o velho conquistador com seus dias contados? Enquanto isso na agência, Peggy Olson (Elisabeth Moss) tem um osso duro de roer. Todas as suas ideias para comerciais de novos produtos são barradas por seu chefe. Ela não consegue emplacar mais nenhum slogan, nenhum roteiro! O tempo, pelo visto, fechou completamente para ela em seu emprego. Assim começa a fase final de "Mad Men". Acredito que o tom dos episódios vão ficar cada vez mais melancólicos e soturnos daqui em diante. Afinal de contas Don Draper é um personagem meio trágico, o que viria bem de acordo com sua proposta dentro da trama. / Mad Men 7.01 - Time Zones (EUA, 2014) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Hoffman Weiner / Elenco: Jon Hamm, Neve Campbell, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 7.02 - A Day's Work
Episódio do dia dos namorados. É tradição em séries americanas a produção de episódios como esses, que explorem datas e celebrações como natal, dia de ação de graças, etc. Nesse em particular o tema gira em torno do Valentine's Day. O amor está no ar, menos para os principais personagens de "Mad Men". Peggy Olson (Elisabeth Moss), por exemplo, tem um ataque após confundir as flores enviadas para sua secretária, pensando que foram enviadas para ela. Solteirona e infeliz, ela acaba protagonizando um papelão no escritório. Já para Sally Draper (Kiernan Shipka) o dia parece ser de revelações. Após ir ao enterro de uma colega de escola ela resolve ir até a agência de publicidade onde o pai trabalha, mas acaba descobrindo que ele foi afastado de lá (em episódios anteriores Don acabou surtando durante uma reunião importante, o que acabou queimando seu filme entre os colegas publicitários do escritório onde trabalhava). Agora ele passa os dias de bobeira, sem objetivos claros. Para piorar tem muitos conflitos com sua jovem namorada que tem sonhos de ir morar na Califórnia para emplacar como atriz de novelas e séries produzidas na costa oeste. Por fim, para explorar melhor o papel da mulher negra dentro do mercado de trabalho da época, o roteiro explora os problemas que vão surgindo dentro da agência envolvendo duas secretárias. Só para exemplificar: o velho sócio Bertram Cooper (Robert Morse) sugere a Joan Harris (Christina Hendricks) que ela transfira a nova recepcionista negra da entrada da agência para um setor mais interno, deixando meio óbvio seu racismo por medo de associar a imagem da empresa com uma trabalhadora de sua raça. Racismo sutil, mas igualmente danoso. / Mad Men 7.02 - A Day's Work (EUA, 2014) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Matthew Weiner, Jonathan Igla / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 7.03 - Field Trip
Afastado da agência de publicidade (por ter surtado durante uma reunião, conforme visto em episódios anteriores) Don Draper (Jon Hamm) decide viajar até a Califórnia para encontrar sua esposa Megan (Jessica Paré). Ela foi tentar uma carreira como atriz, mas definitivamente as coisas não andam muito bem. Muitos testes e poucas aprovações fazem com que ela adote uma personalidade dada a escândalos públicos. Seu agente acaba ligando para Don para que ele tente controlar a situação. Com tudo dando errado na profissão Megan resolve descontar nos outros suas frustrações e acaba sobrando até mesmo para Don que atravessou o país com a intenção de realmente ajudá-la. Eles discutem e resolvem dar um tempo. Para surpresa de Don a viagem até a Califórnia, que poderia se transformar em pura perda de tempo, acaba lhe reservando um encontro completamente ao acaso com Roger Sterling (John Slattery). A conversa é breve. Roger diz a Don que ele deveria voltar para a agência. Conselho dado e aceito. De volta a Nova Iorque Draper faz o que Roger lhe sugeriu. Sua presença porém causa um certo desconforto. Os sócios se reúnem e mesmo com receios resolvem recolocar Don de volta ao trabalho. A questão é que ele também é acionista da agência e não haveria como simplesmente o demitir. Para isso se concretizar porém haverá certas condições para seu retorno, algo que Draper poderá ou não concordar. Bom episódio, porém na média de "Mad Men". Depois que Draper saiu da agência seu personagem perdeu um pouco o interesse. Ele ficou de bobeira, sem muito o que fazer. Em sua sétima temporada "Mad Men" realmente ficou tal como seu protagonista, rodando em círculos, sem ter para onde chegar. / Mad Men 7.03 - Field Trip (EUA, 2014) Direção: Chris Manley / Roteiro: Matthew Weiner, Heather Jeng Bladt / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 7.04 - The Monolith
Anos atrás Don Draper (Jon Hamm) contratou Peggy (Elisabeth Moss) para trabalhar como redatora de sua agência. Ela não tinha experiência e só queria ser aceita no emprego. O tempo passou, Don caiu em desgraça dentro da agência de publicidade que ajudou a fundar como sócio e agora se vê na humilhante situação de ser subordinado justamente a ela, Peggy! Draper precisa segurar sua posição e para isso resolveu concordar em seguir regras, entre elas parar de beber e seguir a hierarquia dentro da empresa. Não passa dois dias e ele começa a romper todo o acordo que havia prometido cumprir. Tempos nebulosos começam a se formar em torno do escritório. Na década de 60 houve a explosão do movimento hippie. Os jovens começaram a renegar o modo de vida capitalista, com seu consumismo e começaram a formar comunidades por todos os Estados Unidos. E é justamente para uma delas que a filha de Roger Sterling (John Slattery) resolve fugir. Ela deixa o filho para trás e literalmente larga tudo. A ex-esposa de Roger o procura, desesperada, e o casal resolve ir buscá-la. Tentando ser mais amigável Roger faz de tudo para parecer compreensivo com a filha, mas perde a paciência ao presenciar ela aderindo ao chamado "amor livre", muito popular entre hippies. Basicamente uma regra onde ninguém seria de ninguém por baixo dos lençóis. Nem precisa dizer que tudo acaba muito mal entre eles. Mais um bom episódio de "Mad Men", uma das séries que melhor representa o grande salto de qualidade pelo qual atravessa a TV americana nos dias atuais. / Mad Men 7.04 - The Monolith (EUA, 2014) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro:  Matthew Weiner, Erin Levy / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, John Slattery, Vincent Kartheiser.

Mad Men 7.05 - The Runaways
Don Draper (Jon Hamm) tem uma surpresa quando recebe o telefonema de sua sobrinha. Apesar de ser uma linda jovem ela é do tipo vida louca. Hippie, grávida de um vagabundo que foi preso vendendo maconha, ela precisa urgentemente de dinheiro para seguir viagem. Draper que não está em Los Angeles aconselha que ela vá até o apartamento de sua esposa, Megan (Jessica Paré), até ele chegar na costa oeste. Nesse episódio ocorre algo completamente bizarro com Peggy Olson (Elisabeth Moss). Um dos desenhistas da agência pira e resolve dar para ele, como símbolo de seu afeto e amor, seu próprio mamilo que ele arranca com uma faca! Acaba parando numa camisa de força. Por fim Betty Francis (January Jones) anda tendo novos problemas em seu casamento. Desde que se separou de Draper ela se casou novamente com um homem mais velho, um figurão da política. Durante um jantar ela resolve soltar algumas opiniões sobre o governo Nixon e os protestos contra a guerra do Vietnã, algo que deixa o maridão possesso de raiva, até porque ele a considera apenas uma esposa trófeu, uma mulher bonita para exibir aos amigos. Nada de mostrar inteligência ou opinião própria! Imagine o grau de machismo estúpido do cidadão! As mulheres dos anos 60 eram, além de reprimidas, profundamente subestimadas e até mesmo maltratadas. Um sinal de tempos bem mais primitivos nas relações sociais e familiares. / Mad Men 7.05 - The Runaways (EUA, 2014) Direção: Chris Manley / Roteiro: Matthew Weiner, David Iserson/ Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones.

Mad Men 7.06 - The Strategy
Peggy Olson (Elisabeth Moss) é designada pela agência para criar um comercial de TV para uma rede de fast food. Ela então bola uma propaganda em que uma mãe em seu carro vai até uma lanchonete da rede para comprar o jantar de seu marido. Tudo muito tradicional e familiar, mostrando uma típica família americana conservadora. No meio do caminho para a apresentação aos clientes bate uma insegurança e ela fica indecisa se aquela seria mesmo a melhor ideia, a melhor estratégia. Pior fica quando Don Draper (Jon Hamm) resolve dar algumas sugestões, a deixando ainda mais insegura. Nesse episódio a agência também perde um cliente importante, uma empresa de carros. Em outro arco narrativo Joan Harris (Christina Hendricks) é pedida em casamento, mas seu pretendente é gay e só quer mesmo uma mulher de fachada, para não atrapalhar sua ascensão na carreira executiva. Uma situação bem delicada, literalmente falando. / Mad Men 7.06 - The Strategy (Estados Unidos, 2014) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Christina Hendricks.

Mad Men 7.07 - Waterloo
O evento histórico relembrado nesse episódio é a chegada do homem à lua em 1969. Todos os personagens param para assistir esse grande acontecimento pela TV. Bem interessante. Pois bem, nesse episódio também temos muitos problemas, entre eles o fato da agência de publicidade ir se esfacelando aos poucos. Ao longo da série vimos fusões, compras e agora temos o desmembramento da agência. Curiosamente um dos estopins para a separação vem do fato do novo diretor focar em demitir Don Draper (Jon Hamm). E dentro desse universo de puxadas de tapetes só fica em pé o mais bem preparado. No outro pólo narrativo Peggy Olson (Elisabeth Moss) fica com os nervos à flor da pele ao perceber que vai ter que fazer sozinha a apresentação da campanha da Burger Chef para os diretores da empresa. Algo de muita responsabilidade, que envolve muito dinheiro. Essa parte do roteiro explora a mudança da posição das mulheres no mercado de trabalho. De simples secretárias elas passaram a ter mais responsabilidades. Por fim esse episódio marca a despedida de Bertram Cooper (Robert Morse). O simpático velhinho, fundador da agência, morre de forma repentina. Sua cena de despedida foi feita com muita criatividade, com ele dançando e bailando como se estivesse em um velho musical estrelado por Fred Astaire. Simpático adeus, diria até mesmo lírico. Bacana, bonito. / Mad Men 7.07 - Waterloo (Estados Unidos, 2014) Direção: Matthew Weiner / Roteiro: Matthew Weiner, Carly Wray / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Robert Morse.

Mad Men 7.08 - Severance
A série vai caminhando para seu fim já com sinais de desgaste. Os roteiros vão apenas se repetindo, sem maiores novidades. Isso é o que eu chamo de "síndrome do esgotamento", quando tudo já foi explorado e não há mais nada a se inovar. Os personagens e a trama apenas se arrastam, episódio após episódio, sem chegar a lugar nenhum. Nesse temos poucos momentos importantes dentro da trama. Há uma seleção de modelos para participarem de uma campanha de casacos de pele. Nada mal. Don Draper (Jon Hamm), para variar, flerta com várias delas. Tudo termina em uma lanchonete, onde Roger Sterling (John Slattery) mostra pela primeira vez seu exótico (e bizarro) bigode! Nessa mesma lanchonete Draper fica obcecado por uma garçonete que ele jura que já a conhecia de algum lugar, mas sem conseguir lembrar exatamente de onde e nem de quando. Outro bom momento desse episódio acontece quando Joan Harris (Christina Hendricks) leva cantadas nada sutis de alguns clientes de uma fábrica de meias de seda. Os caras não parecem ter muita noção. Nem os roteiristas pois esse tema de assédio é algo mais recente (precisamente dos dias atuais) e não do contexto histórico em que a série se passa (no final dos anos 1960). Assim houve um certo equívoco histórico no desenvolvimento do enredo. De qualquer forma não é algo que vá prejudicar a série como um todo. / Mad Men 7.08 - Severance (Estados Unidos, 2015) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner  / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Christina Hendricks, John Slattery.

Mad Men 7.09 - New Business
Mais um episódio da última temporada de "Mad Men". Aqui Don Draper (Jon Hamm) emplaca mais um romance em sua vida, uma garçonete divorciada que ele conheceu por acaso. Sua ex-esposa Megan (Jessica Paré) está indo embora, levando praticamente todos os móveis do apartamento onde vivia com Don. Só que isso não resolve a questão, Megan e seu advogado querem mais. Assim Don acaba assinando um cheque de um milhão de dólares para colocar fim na questão! Generosidade pouca é bobagem! Um aspecto curioso desse episódio é a participação da atriz Mimi Rogers. Ela foi a primeira esposa do astro Tom Cruise e andava sumida do cinema e da TV. Aqui Rogers interpreta uma modelo veterana chamada Pima Ryan. Durante uma das campanhas de publicidade da agência de Don ela resolve dar em cima de Peggy Olson (Elisabeth Moss) de uma maneira nada sutil. Sim, Pima é lésbica! Bom episódio, embora como já venha dizendo há tempos, com sinais de saturação. A verdade é que "Mad Men" foi se arrastando lentamente até o décimo quarto episódio dessa temporada quando finalmente a série foi encerrada. Já não era sem tempo! / Mad Men 7.09 - New Business (Estados Unidos, 2015) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Carly Wray, Jonathan Igla / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 7.14 - Person to Person
Esse é o último episódio da série "Mad Men". E como termina "Mad Men"? Aqui vão alguns spoilers. Depois de tantas idas e vindas na vida pessoal e na carreira, Don Draper (Jon Hamm) vai embora de Nova Iorque. Depois de uma longa jornada onde acima de tudo procura conhecer a si mesmo, ele vai parar na Califórnia. E acaba encontrando amparo emocional numa mulher improvável. Os fãs da série vão se surpreender. Entre os personagens secundários as mulheres se destacam. Joan tem uma proposta de negócios para Peggy. Elas podem começar a sua própria agência de publicidade, dirigida apenas por mulheres, por que não? Já Roger acaba se casando (mais uma vez), para surpresa de ninguém. O sujeito não desiste mesmo. E de todos os personagens o que tem fim mais trágico é Betty (January Jones), a bela ex-esposa de Don, diagnosticada com um câncer agressivo. E assim se fecham as cortinas dessa série que realmente deixou saudades em quem gosta de séries bem produzidas, com excelentes roteiros. A má notícia é que depois do fim de "Mad Men" não encontrei nenhuma série na mesma linha. O canal AMC bem poderia produzir algum Spin-off. Seria algo muito bem-vindo. Eu, com certeza, iria acompanhar com interesse. / Mad Men 7.14 - Person to Person (Estados Unidos, 2015) Direção:  Matthew Weiner / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.

Pablo Aluísio.

Mad Men - Sexta Temporada

Mad Men - Sexta Temporada
Essa é a sexta e penúltima temporada da série "Mad Men". Foi exibida originalmente nos Estados Unidos pelo canal AMC entre os meses de abril e junho de 2013. No total foram produzidos 13 episódios para essa temporada. "Mad Men" é até hoje reconhecida pelos críticos como uma das melhores séries já produzidas na TV americana. A história gira em torno de um grupo de executivos do ramo da publicidade nas décadas de 1950 e 1960. O protagonista é Don Draper (Jon Hamm), um publicitário que se destaca por suas ótimas ideias para vender todos os tipos de produtos comerciais, que vão desde carros até marcas de sabão em pó. Ao longo da série são mostrados aspectos de sua vida profissional e pessoal, em especial seus relacionamentos conturbados com as mulheres de sua vida. Segue abaixo um resumo dos principais episódios dessa temporada.

Mad Men 6.01 - The Doorway, Part 1
Esse é o primeiro episódio da sexta temporada. Com todos os personagens já bem delimitados, familiarizados com o público, os roteiros buscam desenvolver até mesmo os chamados personagens secundários, isso sem descuidar dos protagonistas. Nesse episódio Don e Megan viajam para o Havaí, para passar suas férias, uma vez que seu relacionamento amoroso vive de altos e baixos. A infidelidade de Don vai ficando cada vez mais óbvia para Megan. Afinal ele nunca foi homem de apenas uma mulher, essa é a verdade. Já Peggy tem sua grande chance de mostrar toda a sua capacidade profissional ao produzir uma campanha a ser exibida no intervalo do Super Bowl. Ela só não contava em ser sabotada pelas suas costas. Por fim Roger recebe más notícias sobre sua mãe. Como ele vai lidar com tudo isso? / Mad Men 6.01 - The Doorway, Part 1 (Estados Unidos, 2013) Direção:  Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks

Mad Men 6.02 - The Doorway, Part 2
Esse segundo episódio é um complemento do primeiro. Nos Estados Unidos inclusive foi exibido em conjunto, tal como se fosse um longa-metragem. Ficou muito bom. Don faz amizade com um médico cirurgião em seu prédio, mas fica de olho mesmo em sua mulher. O relacionamento com a esposa obviamente vai de mal a pior. Peggy tenta salvar sua campanha, mas tudo parece desmoronar na sua frente. Coitada, tão empenhada profissionalmente, mas por seu mulher naqueles anos, sempre tão subestimada por seus colegas de trabalho. E Roger? Sua mãe falece. E ele não perde a chance de fazer uma cena em seu funeral. Sempre cínico, acaba ficando abalando pela partida de sua mãe, algo que ele não esperava acontecer tão cedo. / Mad Men 6.02 - The Doorway, Part 2 (Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco:  Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks

Mad Men 6.03 - Collaborators
Don não perde chance e eomeça um caso com uma mulher casada. Ela mora em seu prédio, é esposa de um médico bem sucedido, mas que como marido deixa a desejar. Não comparece, deixando sua mulher carente. Assim Don não perde a chance e a leva para a cama. Mesmo assim segue "amigo" do marido traído, como se fosse seu camarada. E parece que os casos de infidelidade de Don "inspiram" outros colegas de trabalho. Até mesmo o nada galã Pete acaba tendo também seu casinho fora do casamento. Já Peggy pensa mais em sua carreira profissional do que nos assuntos de alcova. Ela tenta liderar uma equipe de homens, sem muito sucesso. O machismo ainda resistia em relação ao papel da mulher no mercado de trabalho daquela época. Tempos complicados para as mulheres trabalhadoras. Detalhe curioso: esse episódio foi dirigido pelo próprio ator Jon Hamm. E não é que ele tem jeito para essa coisa de direção? Pois é, além de galã é um potencial cineasta. / Mad Men 6.03 - Collaborators (Estados Unidos, 2013) Direção: Jon Hamm / Roteiro: Matthew Weiner, Jonathan Igla / Elenco:  Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.

Mad Men 6.07 - Man with a Plan
Se fosse definir esse episódio em poucas linhas diria que é algo ao estilo "Don Draper encontra 50 tons de cinza". Como se sabe ele está tendo um caso extraconjugal com sua vizinha do andar de baixo, uma mulher madura que está entediada com a vida chata que anda levando ao lado do maridão, um médico enfadonho. Nesse episódio Draper (Jon Hamm) resolve fazer um joguinho erótico com ela. Vão para um apartamento e juntos começam uma espécie de "mind games erótico", onde ela não entende muito bem o que ele quer, mas mesmo assim entra no jogo de dominação e sedução que ele propõe. Já no escritório as duas empresas de publicidade tentam organizar a fusão, algo que não será nada fácil. Destaque também para o flerte que vai surgindo entre Joan Harris e um novo empregado. Detalhe para registro: acho a atriz Christina Hendricks uma das mais sensuais da TV americana, mesmo ela não estando dentro dos padrões de magreza que impera hoje em dia na moda e no cinema. É uma ruiva exuberante para homem nenhum colocar defeito. E esse tipo de opinião é algo que apenas os homens entenderão plenamente. / Mad Men 6.07 - Man with a Plan (Estados Unidos, 2013) Direção: John Slattery / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.

Mad Men 6.08 - The Crash
Depois da fusão das duas companhias de publicidade é hora de criar uma nova campanha para a marca de carros Chevy. O problema é que esse é um momento ruim para Don Draper (Jon Hamm) em sua vida pessoal. Ele está envolvido com uma dona de casa, vizinha de porta de seu apartamento. Ela é casada com um médico, mas curtiu um caso extra conjugal com ele por um longo tempo. Agora, preocupado que o affair leve ao fim de seu casamento, decide colocar um fim no relacionamento. Para Draper levar um fora de uma mulher é sem dúvida algo novo em sua vida. Como se tudo não fosse caótico o bastante um médico visita a empresa e aplica uma estranha injeção nos funcionários que começam a agir de forma estranha, como se estivessem meio malucos (o roteiro não explica do que se trata ou qual seria a droga, mas tudo leva a crer que seria a infame LSD, muito em voga na época). Assim que toma a dose Draper começa a agir alucinadamente, pensando estar criando a melhor campanha de publicidade da história (embora suas ideias sejam um lixo completo, sem muito nexo ou sentido). Em casa sua filha Sally (Kiernan Shipka) fica sozinha de noite, cuidando de seus dois irmãos mais novos. Uma ladra aproveita a deixa e entra no apartamento, fazendo um arrastão nas coisas de Draper. Pega no flagra ela inventa uma lorota para Sally, dizendo ser sua avó que ela não conhece! Enquanto isso Draper segue em sua "Bad Trip". Bom episódio de Mad Men, valorizado por um clima um tanto quanto insano e lisérgico, vamos colocar desse modo / Mad Men 6.08 - The Crash (EUA, 2013) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Matthew Weiner, Jason Grote / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men - 6.09 - The Better Half
Don Draper (Jon Hamm) acaba encontrando casualmente sua ex-esposa Betty Francis (January Jones) em um posto de gasolina. Ela está lá para pegar seu filho Bobby em uma acampamento de férias. Conversa vai, conversa vem, eles começam a relembrar do tempo em que eram casados. O que se perdeu com o tempo? Por que não deu certo? Algumas garrafas de vinho depois, não tem jeito, vão para a cama. Detalhe: ambos ainda são casados com outras pessoas, mas para Draper essa é apenas uma noite de aventuras em memória aos velhos tempos. Já na agência de publicidade as coisas começam a se complicar. Roger Sterling (John Slattery) quer ser um pai presente na vida do filho que teve com a secretária Joan Harris (interpretada pela sempre exuberante Christina Hendricks). Ela porém não acha que isso seja uma boa ideia, pois pode confundir a vida do garoto que mal sabe quem é seu pai verdadeiro. O roteiro do episódio ainda faz uma pequena referência ao filme "O Planeta dos Macacos", um dos grandes sucesso da época nos cinemas. Roger Sterling é repreendido por sua própria filha por levar o neto para ver o filme em um cinema, causando pesadelos no garoto durante à noite. Pelo visto Roger não leva mesmo muito jeito nem como pai e nem como avô. Por fim Peggy Olson (Elisabeth Moss) passa por maus bocados por viver em um bairro negro. Sendo ela e o marido brancos, logo passam a ser hostilizados pelos afros que moram pela vizinhança (com direito a pedradas na janela de vidro da sala). Uma amostra da tensão racial que imperava na sociedade americana da época! / Mad Men - 6.09 - The Better Half (EUA, 2013) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, Erin Levy/ Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 6.10 - A Tale of Two Cities
Depois da fusão das duas empresas de publicidade todos os esforços são dirigidos para a conquista de novos clientes. O gigante do ramo dos cosméticos, a Avon, acaba criando interesse na empresa de Don Draper (Jon Hamm). O problema é que ele mal sabe disso. A aproximação acaba ocorrendo de forma casual quando Joan Harris (Christina Hendricks) conhece um executivo da empresa. Ela obviamente também quer mostrar seu valor trazendo mais essa importante empresa para o quadro de clientes de sua agência, a questão porém é que ela não tem essa função. Joan é apenas uma secretária executiva, sem poder de negociação com potenciais novas marcas. Ela porém passa por cima da hierarquia corporativa e vai em frente... o que acabará se revelando um desastre. A atriz Christina Hendricks é um dos grandes atrativos da série por causa de seu inegável sex appeal e por essa razão tem tido mais espaço nas tramas dos últimos episódios. No outro arco narrativo Draper e Roger Sterling (John Slattery) vão até a ensolarada Califórnia. A intenção é obviamente consolidar um novo mercado na costa oeste. Como nem sempre as viagens se resumem ao puro mundo dos negócios Draper acaba indo parar numa festa hippie, onde todos os tipos de "bichos-grilhos" consomem drogas à beira da piscina. Ele próprio acaba fumando haxixe em demasia, indo parar no fundo da água, onde quase morre afogado. Bad trip! Nessa altura do campeonato as tramas de "Mad Men" se passam mais ou menos no ano de 1968. Pequenas inserções de músicas e eventos jornalísticos da época procuram situar o espectador. Continua com bom nível, mostrando que ainda terá vida longa pela frente. Só resta saber como os roteiristas conseguirão vencer o desafio de levar a série em frente, já que em termos puramente dramáticos a coisa toda começa a saturar um pouco. / Mad Men 6.10 - A Tale of Two Cities (EUA, 2013) Direção: John Slattery / Roteiro: Matthew Weiner, Janet Leahy / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 6.11 - Favors
Mesmo após o fim de seu caso extraconjugal, Don Draper (Jon Hamm) ainda segue muito interessado em sua vizinha Sylvia Rosen (Linda Cardellini). Ela é casada com um bem sucedido cirurgião, mas seu casamento na prática já acabou há muitos anos. O problema é que seu filho acaba de ser convocado para servir o exército, em plena guerra do Vietnã. Assim ela acaba pedindo para Draper tentar de alguma forma livrar o garoto de ir para a guerra. Draper foi militar e serviu na guerra da Coréia, mas percebe que sua melhor chance de conseguir a dispensa do filho de sua amante pode surgir num jantar de negócios com executivos da GM, que possuem grande influência dentro do governo americano. As coisas porém não dão muito certo e um clima ruim surge na hora em que ele puxa o assunto da guerra. De uma forma ou outra Draper consegue, por meios insuspeitos, que o jovem não vá parar nas selvas vietnamitas. Isso reascende seu caso com Sylvia, mas ambos acabam sendo pegos no flagra pela filha de Draper, Sally (Kiernan Shipka). Ela entra no apartamento do pai e o pega literalmente com as calças nas mãos. O choque é inevitável, o constrangimento é completo e isso pode colocar Draper em apuros futuramente. Já no escritório de publicidade Pete Campbell (Vincent Kartheiser) acaba passando por uma situação também bem constrangedora e delicada ao descobrir que seu colega de trabalho é na verdade gay e está se insinuando para ele! Imagine a saia justa! Para piorar sua mãe, que sofre de lapsos mentais, está tendo um caso amoroso com seu próprio enfermeiro! Uma situação bizarra e muito complicada de se lidar. De certa maneira o roteiro desse episódio confirma o velho ditado que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde, só que no caso Draper está de olho mesmo é na mulher de seu próprio vizinho que, coitado, nem desconfia do que acontece! / Mad Men 6.11 - Favors (EUA, 2013) Direção: Jennifer Getzinger / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.

Mad Men 6.12 - The Quality of Mercy
Depois de flagrar o próprio pai transando com a vizinha casada, Sally (Kiernan Shipka) decide que quer ir estudar em um colégio interno, instituição fina onde estudou Jacqueline Kennedy Onassis no passado. Para Don Draper (Jon Hamm) isso definitivamente não seria um problema, mas uma solução. Antes de ser admitida porém ela precisa passar por uma entrevista e um pequeno teste de convivência com as demais internas para só depois ser aprovada como uma nova aluna. Aí descobre que as garotas que estão estudando lá passam longe de apresentar um bom modelo de comportamento, pois gostam de fumar e beber às escondidas além de receber outros garotos escondidos em seu quarto durante a noite! Enquanto isso, na agência de publicidade, Don precisa lidar com uma ideia inteligente, mas em sua opinião pouco abrangente. Peggy (Elisabeth Moss) resolveu criar um comercial baseado no clássico de Roman Polanski, "O Bebê de Rosemary". Don acaba assistindo ao filme, mas termina achando a fita bem sinistra e sombria, pouco adequada para ser aproveitada no mundo da publicidade. Afinal eles estão ali para vender produtos e não assustar os consumidores. Peggy porém acha sua peça muito boa. Don argumenta afirmando que apenas as pessoas que viram o filme poderiam entender as nuances da publicidade. O choque de opiniões acaba criando um clima ruim dentro da agência, agravada pelo fato de Don achar que ela estaria se envolvendo com um dos diretores da empresa, misturando sua opinião pessoal com a criativa, que deveria ser completamente criativa. Embora já tenha chegado ao final nos Estados Unidos, ainda estou caminhando para ver os últimos episódios. "Mad Men" continua mantendo um excelente nível nos episódios, mesmo na sexta temporada. Uma série realmente imperdível. / Mad Men 6.12 - The Quality of Mercy (EUA, 2013) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, André Jacquemetton / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheis, Kiernan Shipka.

Mad Men 6.13 - In Care Of
Esse é o último episódio da sexta temporada de "Mad Men". Para Don Draper (Jon Hamm) é o momento de finalmente encarar velhos fantasmas do passado. E isso começa a interferir também em sua vida profissional. Uma das novas contas publicitárias de sua agência é com a fabricante da tradicional barra de chocolate Hershey's. Durante sua exposição sobre o produto, Draper começa a contar uma bonita história nostálgica onde ele acaba explicando para seus clientes que aquele produto fazia parte de sua vida, pois teria criado um elo de ligação emocional com seu pai no passado. Uma de suas melhores lembranças da infância era aquela em que seu velho o teria levado até uma loja de doces para comprar uma barra Hershey's para ele. Uma recordação que Don jamais teria esquecido. Assim Draper termina dizendo que essa seria uma boa ideia para o comercial, mostrando um pai comprando uma barra para seu filho, em um ambiente nostálgico, recriando um momento marcante do passado. Uma forma de mostrar indiretamente a tradição do chocolate na história americana. Tudo muito bem exposto e vendido, se o próprio Draper não sofresse um colapso emocional logo ali, bem na frente de sua clientela, algo que choca a todos, inclusive seus colegas de trabalho. Na verdade Don está se sentindo esgotado e pressionado e por isso decide que chegou o momento de mudar de ares, quem sabe ir morar na Califórnia, trabalhando em uma pequena sucursal de sua agência. Uma forma de recomeçar tudo, buscando por novos caminhos. Antes disso porém é chegado o momento de encarar algumas coisas que ficaram pelo meio do caminho em sua vida. Assim numa verdadeira catarse pessoal, ele resolve levar seus filhos para conhecer a velha casa em ruínas no qual cresceu. Um antigo bordel no lado mais barra pesada da cidade, o que acaba rendendo uma ótima cena final para essa série que a cada temporada consegue se renovar, sempre trazendo aspectos interessantes de todos os seus personagens. / Mad Men 6.13 - In Care Of (EUA, 2014) Direção: Matthew Hoffman Weiner / Roteiro: Matthew Hoffman Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Homem Invisível

Título no Brasil: O Homem Invisível
Título Original: The Invisible Man
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Elisabeth Moss, Oliver Jackson-Cohen, Harriet Dyer, Aldis Hodge, Storm Reid, Michael Dorman

Sinopse:
Após fugir de casa e de um casamento abusivo e violento, Cecilia Kass (Elisabeth Moss) é informada de que seu ex-marido se matou. Só que após alguns dias, coisas estranham começam a acontecer. Ela fica convencida que o marido, um expert em Óptica, conseguiu chegar na invisibilidade. As demais pessoas porém pensam que ela está ficando louca.

Comentários:
Quando se fala nesse personagem as primeiras lembranças que tenho são as do filme original e também as do filme "O Homem Sem Sombra". Esse último aliás trouxe uma bateria de efeitos visuais revolucionários e inovadores. Nessa nova versão aqui não espere por nada parecido. O diretor Leigh Whannell apostou mais no suspense, nos detalhes, em criar um certo clima para os acontecimentos. E por falar em clima, o filme tem jeitão até mesmo de filme de arte, com todas aquelas sutilezas que estamos acostumados a encontrar nesse tipo de produção. Porém, aqui estamos tratando de um dos monstros clássicos da Universal. Então a sofisticação só vai até certo ponto. De maneira geral gostei dessa nova versão, principalmente pela forma como o roteiro lida com a invisibilidade, aqui causada por uma roupa especial de alta tecnologia. O roteiro não entra em muitos detalhes, mas convence, mesmo sendo sutil. A atriz Elisabeth Moss é velha conhecida de quem curte séries. Basta lembrar de sua personagem marcante em "Mad Men". O filme custou relativamente muito pouco, mas fez bonito nas bilheterias, mesmo sendo prejudicado pela chegada da pandemia do coronavírus nos Estados Unidos e no mundo. Se as salas de cinema não fossem fechadas às pressas o filme certamente teria rendido muito mais. Uma pena.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Nós

Eu deveria ter ligado os pontos antes de começar a assistir a esse filme. O diretor Jordan Peele é o mesmo de "Corra!" e eu não havia gostado muito desse seu filme anterior. Porém deixei de prestar atenção e fui conferir esse novo terror. É a tal coisa, alguns filmes apresentam muito clima, muito estilo até, mas se formos pensar bem tem pouco ou nenhum conteúdo. É o caso desse "Us". Começa até bem convencional. Uma família de negros parte para suas férias. O paizão aluga uma casa perto de um bonito lago. Ele gostaria de ir para a praia, mas a esposa tem problemas e traumas desde a infância. Ela entrou em uma velha casa de espelhos quando criança. Esse tipo de coisa era bem popular nos anos 50, ainda mais naquelas cidades que viviam de turismo à beira-mar. Só que esses velhos parques de diversões também faliram com os anos e acabaram se transformando em cenários naturais para filmes de terror. Toda aquela decadência, aqueles brinquedos enferrujados, aqueles cartazes velhos, mostrando coisas bizarras. Pois bem, é justamente nesse lugar que a Adelaide (Lupita Nyong'o) entrou quando era apenas uma garotinha. E lá ela também encontrou uma versão em carne e osso de si mesma. Uma duplicata. Como explicar essa coisa surreal? Esqueça, nem o roteiro vai te explicar direito. Apenas embarque na proposta e veja como o filme vai ficando cada vez mais esquisito com o passar do tempo.

São sombras que ganharam vida? São pessoas marginalizadas que vivem nos bueiros e esgotos da cidade? São seres de puro mal, representando o lado obscuro de cada um? Ora, nem adianta perder muito tempo procurando explicações porque esse roteiro não vai lhe dar nada em definitivo. Penso apenas que partir de uma premissa interessante não garante um grande filme. Ainda mais quando ele se rende aos piores clichês de produções de terror ao estilo gore. Muitas cenas são estupidamente violentas e desnecessárias. O sangue jorra através de tesouradas e o espectador acaba bocejando de tédio. Esse é um problema e tanto a superar. No final achei o filme bem cansativo. Essas ideias que o Jordan Peele criou para seu filme não levam a nada. É legal até certo ponto, mas deixa aquela sensação de cansaço após quase duas horas de busca pela explicação. No fundo não tem explicação nenhuma. É apenas um conceito, uma ferramenta que o filme usa como muleta narrativa.

Nós (Us, Estados Unidos, 2019) Direção: Jordan Peele / Roteiro: Jordan Peele / Elenco: Lupita Nyong'o, Winston Duke, Elisabeth Moss, Tim Heidecker, Shahadi Wright Joseph, Evan Alex / Sinopse: Família de negros de classe média passa a ser perseguida por estranhas pessoas desconhecidas. Quando chegam perto demais descobrem que são versões violentas delas mesmas! Como isso pode acontecer? Quem são essas pessoas duplicadas? De onde vieram? O que querem? Como superar uma situação tão bizarra como essa?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Conspiração e Poder

Título no Brasil: Conspiração e Poder
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
  
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).

Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa. 

Diante dessa posição não era de se admirar que odiasse republicanos e conservadores em geral. Ao pagar para ver, acabou se dando muito mal. Mesmo com esse viés ideológico o filme se revela muito bom. Tem um elenco que certamente chamará a atenção dos cinéfilos, a começar pela própria Cate Blanchett que está passando por uma fase maravilhosa (vide seu recém lançado filme "Carol"). As presenças de Robert Redford e Dennis Quaid também me agradaram muito. A despeito do grande talento que possuem devo confessar também que fiquei bem surpreso com a aparência deles. Estão bem envelhecidos, mostrando sem receios as marcas do tempo. Ponto positivo para ambos, pois não se renderam à moda das cirurgias plásticas que costumam deformar o rosto de atores e atrizes, algo que infelizmente anda muito em voga em Hollywood. Envelhecer com dignidade revela acima de tudo um grande caráter por parte deles. Então é isso. Temos aqui um bom filme, especialmente indicado para jornalistas e estudantes de jornalismo em geral, que só peca mesmo por causa de seus problemas ideológicos. Se tivesse sido mais imparcial seria uma grande obra cinematográfica. Do jeito que ficou vale pelo elenco e pela boa direção. Está recomendado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Na Estrada

Jack Kerouac (1922 -1969) não era um escritor comum. Após fracassar com seu primeiro livro, “The Town and The City”, dito por alguns como convencional demais, até conservador, ele resolveu chutar o balde e partiu para o extremo oposto disso. O que era “certinho” e “quadrado” virou puro caos nas linhas de sua nova obra, “On The Road”. Numa linguagem alucinada o livro se destacava por fugir das amarras da literatura da época. O texto simplesmente fluía sem muita ordem ou sentido. Tudo era literalmente jogado pelo autor em suas páginas e o leitor é que deveria colocar uma certa ordem naquela narrativa um tanto desconexa, baseada muito mais em sensações do que em organização e sentido. O livro marcou época dentro da literatura americana justamente por se livrar das amarras que impediam a plenitude criativa dos autores. O enredo, se é que se podia definir assim, mostrava flashes de um grupo de amigos que simplesmente cruzavam o interior dos Estados Unidos em busca de aventuras e autoconhecimento. Desde o início o cinema quis adaptar para as telas esse texto de Kerouac mas sua narrativa dispersa e sem foco tornava tudo muito complicado. Até mesmo o mito Marlon Brando quis interpretar a estória em um filme mas seus planos foram por água abaixo após um dos mais famosos roteiristas da época lhe explicar que o livro era simplesmente “inadaptável”.

Assim chegamos nessa produção dirigida pelo cineasta brasileiro Walter Salles. Como quase sempre acontece quando um livro famoso vira filme houve muitas reações acaloradas sobre o resultado final da obra cinematográfica. Aqui a crítica (principalmente a brasileira) resolveu expor os problemas do filme de forma muito exagerada. Reclamaram de praticamente tudo, do elenco, da edição, do roteiro (simplista para alguns), da direção e da falta de uma melhor abordagem em torno do tema. Superficial para alguns, maçante para outros, sobraram reações negativas a esse “Na Estrada”. Bobagem. Jamais alguém vai conseguir transpor um texto como esse com extrema fidelidade. A linguagem literária é bem diferente da linguagem cinematográfica. Um evento banal pode ser descrito de forma maravilhosa em um texto, com palavras que tocam profundamente o leitor. No cinema essa mesma passagem pode soar completamente sem importância dentro do que se mostra na tela. São linguagens totalmente diferentes. A primeira funda suas raízes no sensorial e a segunda no visual. Por essa razão não vejo qualquer motivo justificado para falarem tão mal do filme. Eu particularmente gostei do resultado. Obviamente não é perfeito mas é bem realizado. Certamente vai despertar a curiosidade dos mais jovens sobre a obra do autor Jack Kerouac – e isso já justifica a existência da produção. Claro que o filme tem eventuais problemas, mas dentro dos limites que uma adaptação como uma obra dessas impõe o resultado se mostra bem satisfatório e competente. Por isso pegue a estrada com Kerouac e se divirta – nas telas e no livro.

Na Estrada (On The Road, Estados Unidos, 2011) Direção: Walter Salles / Roteiro: Jose Rivera, baseado na obra de Jack Kerouac / Elenco: Kristen Stewart, Amy Adams, Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Garrett Hedlund, Alice Braga, Sam Riley, Elisabeth Moss, Steve Buscemi, Terrence Howard, Tom Sturridge, / Sinopse: Dois amigos de Nova Iorque e a namorada de um deles resolvem cruzar os Estados Unidos praticamente de costa a costa. No caminho conhecem os mais diversos tipos de pessoas e lugares numa aventura on the road em busca de autoconhecimento e diversão escapista.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mad Men

Compilo agora todos os textos sobre a série Mad Man que foram publicados no site. Segue texto compilado: Se você está cansado da mediocridade da TV aberta uma boa opção é procurar conhecer seriados e séries de canais mais alternativos. Geralmente nessas emissoras a pressão sobre o produto final é bem menor o que garante muitas vezes uma maior integridade do roteiro originalmente escrito. Um exemplo é a série Mad Men do canal pago AMC dos Estados Unidos. Longe de ser considerada uma das maiorais dentro do circuito de TV a cabo americano esse canal resolveu investir em produções ousadas e de bom gosto, coisa bem rara nos dias atuais onde impera a vulgaridade e a apelação para se conquistar a audiência a todo custo.

Conheci Mad Men justamente quando procurava algo diferente para assistir. Logicamente quando comecei a acompanhar a série ela era uma notória desconhecida do grande público, com poucos fãs, audiência e publicidade limitadas. Mad Men era basicamente um seriado cult para um público bem específico. E que público era esse? Basicamente admiradores de programas com mais conteúdo, que tivessem argumentos interessantes e instigantes. Mad Men, para quem ainda não sabe, retrata a vida de um grupo de publicitários americanos no começo da década de 1960. Embora traga um roteiro onde todo o elenco se destaca, a trama gira mais em torno de Don Draper, um típico cidadão americano, com uma bela esposa, uma casa, um carro do ano e filhos perfeitos e maravilhosos, ou seja, o próprio retrato do American Way of Life. Isso pelo menos em fachada pois ao longo dos episódios vamos descobrindo que nem tudo é o que parece ser e o bem sucedido publicitário tem um passado nebuloso e envolto em mistério.

Hoje em sua terceira temporada Mad Men perdeu muito do charme cult de sua estreia. O programa foi glorificado pela crítica americana (muito merecidamente é bom frisar) e acabou caindo no gosto popular nos Estados Unidos, vencendo inclusive vários prêmios importantes como o Globo de Ouro. Essa mudança de enfoque tem um lado bom e um ruim. O lado bom é que o trabalho de todos os envolvidos finalmente foi justamente reconhecido. O lado ruim dessa popularização é que agora com os holofotes em cima de si, Mad Men pode sofrer das mesmas pressões que costumam destruir boas ideias, principalmente no mundo da TV. Torço para que isso definitivamente não aconteça. Como admirador de bons seriados espero que o programa sobreviva ao seu próprio sucesso e que continue a surpreender aqueles que o assistem. Quer um bom conselho? Desliga o BBB e vá assistir Mad Men! (texto escrito em 2009).

Pablo Aluísio.