Aí é que está todo o problema de Le Mans... O filme praticamente não tem um roteiro! Tampouco você vai encontrar uma história, um enredo, mais bem elaborado para acompanhar... De fato o resultado final está mais próximo de um documentário, com tomadas e mais tomadas dos carros de corrida do que propriamente um filme convencional, com personagens, script, falas, interpretação dos atores, etc. É tudo fruto da paixão do ator por velocidade e nada muito além disso. Ele queria registrar em película os carros coloridos, a emoção do público, o clima em torno da corrida. Não estava preocupado em atuar e nem nada do tipo.
O que ficou de mais importante dessa produção dos anos 70 foi o registro histórico dos carros, dos pilotos e das equipes da época em que o filme foi feito. Por isso os fãs do esporte vão gostar mais do que os fãs de cinema. Esses terão pouco a apreciar. Tudo se passa nas próprias 24 horas de Le Mans. Tudo o que se vê durante o filme inteiro é a própria corrida e nada mais. É praticamente um documentário da corrida. Para não dizer que McQueen não interpreta nada, ele tem duas cenas onde troca diálogos rápidos com outros personagens (que nem mesmo possuem nomes!). Porém tecnicamente, do ponto de vista das filmagens, temos que admitir que o filme é muito bem editado e tem ótimas sequências de pista... mas também só tem isso. Enfim, o resultado de tudo é que o filme não agradou ao público em geral, foi um tremendo fracasso de bilheteria e o McQueen perdeu uma verdadeira fortuna com essa ideia. Foi um resultado esperado, já que os produtores o advertiram. Ele porém pagou para ver e deu no que deu.
Le Mans / 24 Horas de Le Mans (Le Mans, Estados Unidos, 1971) Direção: Lee H. Katzin / Roteiro: Harry Kleiner / Elenco: Steve McQueen, Siegfried Rauch, Elga Andersen / Sinopse: O filme mostra em tom quase documental um piloto participando da corrida denominada 24 Horas de Le Mans. Tudo filmado com cenas reais capturadas no Circuit des 24 Heures du Mans, Le Mans, Sarthe, na França. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora Incidental (Michel Legrand),
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirLe Mans
Pablo Aluísio.
Esse negócio de carros com o Steve Macqueen gerou a lenda que ele não usava dublês naquele filme em San Francisco,Bulitt, e eu que com 20 anos à época, era louco pelo jeitão do Steve, caí como um pato na lorota. A uns tempos vi um making of do dito filme e lá fica claro que ele até queria dirigir os carros em altíssima velocidade na cidade, mas logo na primeira cena a realidade se impôs e ele bateu feio. Foi o suficiente para o produtores darem uma ordem de que dublês profissionais fizessem todas as cenas e que o Steve nem chegasse mais perto dos carros, afinal se ele sofresse um acidente grave seria um desastre de proporções bíblicas para o mundo do cinema.
ResponderExcluirEu no entanto, vivi iludido com a tal lenda por quase de 30 anos.
Serge Renine.
A lenda segue sendo repetida. Recentemente li uma pequena resenha sobre esse filme numa publicação inglesa e adivinha o que estava escrito lá... "O ator fez todas as cenas perigosas pelas ruas de San Francisco"... rsrsrs
ResponderExcluirQuando a lenda é mais forte que a realidade...
ExcluirEsse quase é o "Walterworld" do Steve McQueen. Assim como o Costner, devido a sequência de sucessos, achou que podia tudo, e fez isso aí.
ResponderExcluirPenso que o cinema é a arte de contar histórias com imagens. O problema desse filme é que não há uma história para se contar...
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