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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Ricardo III - Um Ensaio

Título no Brasil: Ricardo III - Um Ensaio
Título Original: Looking for Richard
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Al Pacino
Roteiro: Al Pacino
Elenco: Al Pacino, Alec Baldwin, Kevin Spacey, Winona Ryder
  
Sinopse:
O ator Al Pacino mostra nesse documentário as dificuldades e os bastidores da montagem de uma clássica peça de William Shakespeare, Ricardo III, escrita em 1592. Ao mesmo tempo as câmeras captam Pacino na pele do vil personagem criado por um dos maiores autores de todos os tempos. Filme vencedor do Directors Guild of America e do American Cinema Editors na categoria de Melhor Documentário. Também indicado ao Independent Spirit Awards na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Poucos ainda se lembram ou chegaram a assistir esse excelente documentário roteirizado e dirigido pelo grande Al Pacino. Sua intenção é bem simples de entender desde os primeiros minutos. O filme em si é uma grande e apaixonada declaração de amor por parte de Pacino ao teatro clássico, em especial da obra de William Shakespeare. Usando como base os ensaios de uma adaptação de "Richard III" do famoso dramaturgo, ele ouve colegas de profissão, diretores, o público e todas as pessoas envolvidas na adaptação dessa peça teatral. O Pacino que surge em cena é o mais honesto possível, falando de improviso ele parece vibrar com as possibilidades de se levar um trabalho como esse para todos os tipos de espectadores. É curioso porque abre espaço para o lado teatral de sua carreira, principalmente para quem só conhece Al Pacino de seus filmes no cinema. Em determinado momento, em um momento de rara sinceridade, o próprio Pacino deixa claro que sua grande paixão é realmente o palco. O cinema surge assim como uma forma de popularizar seu nome, trazendo viabilidade comercial para as peças em que trabalhou por todos esses anos. Enfim, um belo documentário mostrando o lado dos bastidores apaixonados do cenário teatral de Nova Iorque e Londres. Acima de tudo é uma aula de sensibilidade e paixão por sua profissão de ator.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de junho de 2016

Má Conduta

A primeira impressão para um cinéfilo que se depara com dois grandes atores como Anthony Hopkins e Al Pacino em um mesmo filme é de criar altas expectativas. Goste deles ou não, o fato é que ambos são de uma espécie rara de ator, algo que ultimamente está em franca extinção. Pois bem, o filme começa e você vai percebendo que o enredo vai girar muito mais em torno do personagem interpretado pelo fraco Josh Duhamel do que pelos dois grandes astros do cinema que, para seu desgosto, vão surgir mesmo apenas como coadjuvantes de luxo de um filme que não é ruim, mas que pelos nomes envolvidos poderia ser bem melhor. O filme não foi muito bem recebido pela crítica americana justamente por isso. Há um claro desperdício de Pacino e Hopkins, dois nomes que simplesmente não podem ser colocados de lado. Pacino é até melhor explorado do que Hopkins, mas nenhum deles tem grande oportunidade de demonstrar em cena seus inigualáveis talentos. Novamente temos aqui uma daquelas tramas de suspense onde nada parece ser o que realmente é, com várias surpresas e reviravoltas pelo meio do caminho.

O enredo é relativamente simples em seu começo. O bilionário do ramo farmacêutico Arthur Denning (Anthony Hopkins) se vê extorquido após o suposto sequestro de sua jovem namorada, a bela Emily Hynes (Malin Akerman). Para que ela escape com vida os sequestradores exigem que Denning entregue um resgate de dois milhões e meio de dólares numa galeria de arte. É uma semana particularmente ruim para o ricaço. Além de ter que resolver o sequestro de sua jovem amante, ele precisa lidar com um processo milionário movido pelos advogados Charles Abrams (Al Pacino) e Ben Cahill (Josh Duhamel). Eles alegam que Denning manipulou resultados em testes de drogas de sua indústria, o que resultou na morte de dezenas de pessoas. As coisas que já eram ruins começam a ficar estranhas quando Denning descobre que o advogado Cahill foi namorado e grande paixão de sua namorada Emily no passado. Tudo soa muito esquisito, pois coincidências desse tipo dificilmente existem. Será que haveria uma ligação entre as coisas? Pois é justamente nesse misterioso elo de ligação entre os fatos que o roteiro vai desenvolver até o final, que devo avisar, poderá soar decepcionante para alguns (no meu caso não gostei realmente!). De qualquer forma é a tal coisa, com Hopkins e Pacino no elenco fica mesmo difícil ignorar esse "Má Conduta". Só não vá esperando muito, pois assim ficará decepcionado. É ver para crer.

Má Conduta (Misconduct, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Shintaro Shimosawa / Roteiro: Simon Boyes, Adam Mason / Elenco: Josh Duhamel, Anthony Hopkins, Al Pacino, Alice Eve, Malin Akerman, Julia Stiles, Byung-hun Lee / Sinopse: Bilionário (Hopkins) se vê encurralado ao descobrir que sua jovem namorada foi sequestrada por criminosos. Na mesma semana ele ainda precisa resolver um processo milionário movido por ambiciosos advogados que exigem uma indenização extraordinária por causa de algumas mortes causadas supostamente por drogas criadas pela empresa de sua propriedade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Treze Homens e um Novo Segredo

Título no Brasil: Treze Homens e um Novo Segredo
Título Original: Ocean's Thirteen
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Brian Koppelman, David Levien
Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Al Pacino, Andy Garcia, Casey Affleck

Sinopse:
O criminoso e ladrão sofisticado Danny Ocean (George Clooney) decide reunir seu velho bando para mais um roubo ousado e perigoso. O alvo agora é um novo e luxuoso Cassino. O plano é modificar o resultado das apostas, para que todos ganhem e levem à falência o novo empreendimento de jogos.

Comentários:
Esse foi o terceiro filme de uma franquia que havia começado lá atrás, com um remake de um antigo filme de Frank Sinatra. Os dois filmes anteriores renderem bem e por essa razão decidiram então levar esse enredo até o fim. Já estava tudo um tanto saturado, vamos convir. Olhando-se com maior atenção chega-se facilmente na conclusão que todos os roteiros são iguais, com pequenas e pontuais derivações, que não chegam a ser originais. Eu assisti esse filme no cinema, mas sem empolgação. Sabia de antemão que seria tudo do mesmo. George Clooney continuaria brincando com sua conhecida canastrice, haveria um roubo como pano de fundo e várias reviravoltas. Os roteiros já não conseguiam surpreender ninguém. Nem ao menos a presença de um elenco coadjuvante de luxo - com direito a Al Pacino - parecia empolgar ninguém. E de fato o filme comercialmente ficou pelo meio do caminho. Pena que um elenco tão bom e com tantos nomes famosos não tivessem um bom roteiro por trás para trabalhar. O ponto de vista que prevaleceu aqui foi o comercial, não o artístico. Não deu muito certo pensar assim. No final das contas o filme teve uma bilheteria fraca e acabou com a brincadeira. De bom mesmo apenas um ou outra cena mais bem editada. De resto era apenas uma tentativa de faturar mais uma vez com uma velha, antiga e desgastada fórmula de fazer cinema. Nada muito além disso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Manglehorn

Título Original: Manglehorn
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreambridge Films
Direção: David Gordon Green
Roteiro: Paul Logan
Elenco: Al Pacino, Holly Hunter, Harmony Korine
  
Sinopse:
A.J. Manglehorn (Al Pacino) é um sujeito comum que ganha a vida trabalhando com chaves. Ele tem um pequeno estabelecimento comercial e leva uma vida simples e pacata. Seu casamento chegou ao fim há muitos anos e seu único filho não é uma presença constante em seu dia a dia. Para espantar a solidão ele tem um animal de estimação que adora, mas que infelizmente agora está passando por problemas de saúde. Também tem um flerte casual com a caixa de banco Dawn (Holly Hunter), mas não tem coragem de ir em frente sobre essa situação. O que poucos sabem é que nas horas vagas o velho Manglehorn cultiva um antigo amor do passado, uma mulher que marcou definitivamente sua vida e que ele jamais conseguiu esquecer. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival.

Comentários:
Al Pacino não parece disposto a se aposentar. Bom para ele e para o público que sempre admirou seu trabalho. Ultimamente Pacino tem optado por participar de filmes pequenos, mas com alguma mensagem mais relevante a transmitir. Infelizmente em Hollywood ainda se cultua a beleza, o sucesso e a juventude, não havendo muito espaço para filmes que mostrem a vida de pessoas mais velhas. Por essa razão Pacino escolheu participar dessa pequena produção que foca em outra direção, na velhice e na solidão de pessoas comuns. O seu personagem é um homem envelhecido que olha para o passado com uma certa nostalgia romântica. Ele tem alguns arrependimentos e remorsos a superar, entre eles o fato de não ter se casado com a mulher que ele sempre considerou o amor verdadeiro de sua vida. Embora tenha se casado anos depois com outra, ele jamais esqueceu um amor de sua juventude, uma garota chamada Clara, a quem ele dedica longas e apaixonadas cartas de amor. 

De vez em quando ele as envia, mas sem sucesso. Isso foi há tantos anos que ele nem sabe mais onde ela mora ou se ainda está viva. Mesmo assim o amor permanece. Ele sobreviveu a um casamento com uma mulher que ele não amava, ao nascimento de seu filho e ao passar dos anos. Sua vida é solitária, mas acaba percebendo que ainda existe esperanças ao conhecer Dawn (Holly Hunter), que trabalha no banco onde ele é cliente e que tem coisas em comum com sua personalidade, como o amor aos animais de estimação e uma existência também solitária. Na terceira idade essa pode ser sua última chance de ser feliz, mas será que vai conseguir esquecer mesmo o grande amor de sua vida? Como se pode perceber o forte aqui é o roteiro, muito humano e bem escrito. Pacino também está, como sempre, magnífico, apostando em um estilo de interpretação mais contido, de acordo com o papel que vive, a de um homem que começa a sentir o peso do passar dos anos. É um bom drama romântico que revive as esperanças na busca por um amor verdadeiro no meio de um mundo cheio de adversidades e desencontros, nessa longa jornada chamada vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 31 de maio de 2015

Dick Tracy

O personagem é um dos mais clássicos do mundo dos quadrinhos. Criado pelo desenhista Chester Gould em 1931 para ser publicado em jornais, em tirinhas seriadas, o detetive logo virou um ícone entre a garotada. Esse personagem acabou também sendo um dos mais influentes da história, basta lembrar de suas bugigangas eletrônicas e tramas para salvar o mundo, algo que anos depois iria inspirar até mesmo o escritor Ian Fleming na criação de seu famoso James Bond. Durante décadas se cogitou uma adaptação das aventuras de Dick Tracy para o cinema, mas muitos produtores consideraram que seria extremamente caro a realização de um filme como esse. Além do mais naquela altura o personagem já não era mais tão conhecido e querido pelo público jovem (muitos até desconheciam sua existência). O quadro mudou quando o ator Warren Beatty adquiriu os direitos de Dick Tracy no final da década de 1980. Usando de seu prestígio pessoal ele conseguiu levantar o financiamento necessário para a produção do filme com um grande estúdio de Hollywood. Além disso usando de sua rede de amigos na indústria conseguiu trazer para o elenco grandes nomes como Al Pacino para interpretar o vilão Big Boy Caprice e Dustin Hoffman como o esquisito Mumbles. Com tudo pronto Warren, que tinha interesse apenas em atuar, foi atrás de Steven Spielberg para dirigir a produção, mas esse, alegando estar com agenda cheia, declinou do convite. Para não perder milhões de dólares em investimento e nem o controle sobre o projeto que ele tanto adorava, o próprio Warren Beatty resolveu dirigir o filme, algo que ele só tinha feito duas vezes na carreira antes, com "O Céu Pode Esperar" em 1978 e "Reds" três anos depois.

Um dos movimentos mais corajosos de Warren Beatty foi optar por escolher a estética dos quadrinhos, dando um tom naturalmente cartunesco ao seu universo. Tudo muito puro e até inocente. Nada de tentar trazer Dick Tracy para o mundo atual e nem lhe dar uma estética realista (como tem acontecido ultimamente em adaptações de quadrinhos no cinema). Sua coragem em realizar um filme que se parecesse completamente com o mundo dos quadrinhos, inclusive com o elenco usando forte maquiagem, se mostrou bem certeira. Na verdade o que ele quis mesmo foi resgatar o detetive de seus tempos de infância. E para quem achava que ele não estava apostando alto o próprio Warren resolveu escalar sua namorada na época, ninguém menos do que a cantora popstar Madonna, para ser uma coadjuvante de luxo na pele da sensual e perigosa Breathless Mahoney. O resultado de tudo é certamente uma das mais criativas transições do universo comics para a sétima arte. Tudo muito colorido, excessivo até, mas com um belo sabor de nostalgia. O filme foi sucesso de público e crítica e agradou tanto ao próprio diretor que ele resolveu deixá-lo sem continuações, mesmo com a boa bilheteria arrecadada. Para Beatty foi uma maneira de preservar essa pequena obra prima que lhe trouxe tanto orgulho pessoal e artístico.

Dick Tracy (Dick Tracy, Estados Unidos, 1990) Direção: Warren Beatty / Roteiro: Warren Beatty, Jim Cash, baseados nos personagens criados por Chester Gould / Elenco: Warren Beatty, Madonna, Al Pacino, Dustin Hoffman, Charles Durning, Kathy Bates, Henry Silva, James Caan. / Sinopse: Na década de 1930, em uma cidade infestada de gangsters e criminosos de todos os tipos, o detetive Dick Tracy (Warren Beatty) precisa deter o infame vilão Big Boy Caprice (Al Pacino) de colocar em prática um ardiloso plano de dominação. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Melhor Música Original - "Sooner or Later (I Always Get My Man)" de Stephen Sondheim. Também indicado nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Al Pacino), Fotografia, Figurinos e Som. Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Ator Coadjuvante (Al Pacino).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Justiça Para Todos

Advogado criminalista (Al Pacino) acaba tendo que aceitar defender um juiz que odeia e que está sendo acusado de estupro contra uma garota. O cinema americano tem longa tradição em filmes que mostram o meio jurídico. Não é para menos. Quem trabalha na área sabe que esse é repleto de dramas e situações aflitivas que acabam gerando ótimos roteiros e filmes. Um processo judicial não é apenas uma sucessão de atos jurídicos ou procedimentos mas também um capítulo de extrema importância da vida das pessoas que atuam nele. O filme mostra justamente esse aspecto. O ponto alto é novamente a atuação do elenco. Al Pacino está brilhante na minha opinião e nem adianta argumentar dizendo que ele está novamente "over", exagerado ou fora de controle em cena. Nada disso, achei sua atuação muito adequada principalmente pela situação que seu personagem se encontra. Se existe algum exagero em "Justiça Para Todos" talvez seja seu clímax que é realmente um pouco inverossímil. Mesmo assim não macula o resto da produção que é muito relevante, diria até didática, sobre o que acontece debaixo dos olhos vendados do poder judiciário.

Outro destaque de "Justiça Para Todos" é a mensagem subliminar que ele transmite. Em um deles Pacino diz a seu velho avô que está sofrendo os problemas da velhice: "Ser honesto e ao mesmo tempo ser advogado é algo bem complicado". Realmente, poucas profissões do mundo transitam tanto entre a moralidade e a imoralidade, a legalidade e a ilegalidade. O profissional do direito vive realmente em um fio da navalha e o filme toca muito bem nisso ao colocar o sócio de Pacino no filme em crise existencial (ele consegue liberar um cliente da cadeia que acaba matando duas crianças poucos dias depois de solto). Quais são os limites, a linha que separa a ética da necessidade de se defender o cliente? Como se sente um advogado ao defender um criminoso capaz de atos bárbaros contra o próximo? É isso, "Justiça Para Todos" é um filme para se pensar sobre o poder judiciário, seus anacronismos e contradições. Uma lição que não se aprende nas faculdades de direito.

Justiça Para Todos (...And Justive For All, Estados Unidos, 1979) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Valerie Curtin, Barry Levinson / Elenco: Al Pacino, Jack Warden, John Forsythe / Sinopse: Arthur Kirkland (Al Pacino) é um advogado criminalista que tenta transitar entre sua ética pessoal e a necessidade de defender seus clientes, entre eles um juiz corrupto e acusado de estupro contra uma inocente garota.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um Dia de Cão

Título no Brasil: Um Dia de Cão
Título Original: Dog Day Afternoon
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Frank Pierson, P.F. Kluge
Elenco: Al Pacino, John Cazale, Penelope Allen, Charles Durning, Chris Sarandon
 
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme mostra um momento decisivo na vida do criminoso Sonny (Al Pacino). Desesperado em arranjar dinheiro para que seu amante seja submetido a uma cara operação de mudança de sexo, ele resolve entrar em um banco no Brooklyn para um assalto. Para seu completo azar ele descobre duas coisas estarrecedoras: primeiro que a agência não tem mais todo o dinheiro que ele pensava, pois grande parte dos valores havia sido transportado momentos antes dele entrar no banco e segundo, que o prédio está completamente cercado pela polícia de Manhattan. Sem alternativas ele decide fazer parte dos funcionários e clientes do banco de reféns, criando uma situação de extrema tensão no local. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Chris Sarandon), Melhor Edição e Melhor Direção. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Esse é um dos filmes mais representativos do realismo que imperou no cinema americano durante a década de 1970. As produções não se contentavam mais apenas em contar uma história divertida e sem maiores preocupações com a realidade em que todos viviam. Pelo contrário, naqueles anos tivemos uma verdadeira explosão de talento e novas propostas encabeçadas por um grupo maravilhoso de cineastas que tinham dois objetivos principais a alcançar com suas obras: mostrar a realidade nua e crua das ruas e com isso provar teses sociais que mostravam que muitas vezes o homem era fruto do meio em que vivia. Sidney Lumet aqui realizou o filme que se encaixa perfeitamente nessas características. Para muitos "Dog Day Afternoon" foi sua mais completa obra prima. O diretor teve a sorte não apenas de contar com um grande roteiro, mas também com um excelente ator, em pleno auge criativo, dando vazão a todo o seu talento, o  inigualável Al Pacino. Todos sabem que Pacino sempre foi um profissional que se entregou de corpo e alma aos seus personagens, porém em poucos momentos de sua carreira vimos ele mergulhar tão visceralmente em um pepel como aqui. Como o roteiro é repleto de tensão e suspense, mostrou-se um veículo perfeito para que Pacino desfilasse na tela toda a complexidade de seu trabalho, explorando um vasto leque de emoções à flor da pele. Sua atuação marcou tanto que inclusive recentemente Pacino lembrou dessa produção ao enumerar aquelas atuações que ele considerava suas verdadeiras obras primas no cinema. Realmente um momento para se rever sempre que possível. "Um Dia de Cão" é visceral, realista e perturbador. Uma aula de sétima arte que não se vê mais hoje em dia.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de novembro de 2014

Scarface

Título no Brasil: Scarface
Título Original: Scarface
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Oliver Stone
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Steven Bauer, Mary Elizabeth Mastrantonio, F. Murray Abraham, Robert Loggia

Sinopse:
Remake do clássico filme de gangsters da década de 1930. Agora o espectador é convidado a conhecer Tony Montana (Al Pacino), um refugiado cubano que deseja viver intensamente o chamado American Dream. Ele quer vencer e subir na vida na América dos anos 80. Para isso não mede esforços em roubar, matar e traficar o maior número possível de toneladas de cocaína para dentro do mercado americano. Quem cruzar seu caminho será recebido com chumbo quente. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Al Pacino), Melhor Ator Coadjuvante (Steven Bauer) e Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Até hoje é uma obra controvertida, havendo defensores e detratores apaixonados de ambos os lados da balança. Alguns consideram um filme violento, vulgar e ofensivo ao extremo. Outros dizem que "Scarface" é uma obra prima da safra mais inspirada de Brian de Palma. Afinal quem tem a razão? Na verdade essa nova versão do famoso personagem Tony Montana (praticamente uma caricatura de Al Capone) tem seus pontos positivos e negativos. A diferença é que tudo parece ser levado ao extremo, então quando o filme acerta, ele realmente passeia pela perfeição e quando erra, cai facilmente na vulgaridade gratuita. No meio da montanha russa o que podemos afirmar com certeza é que Brian De Palma realizou sua obra mais visceral. O personagem de Al Pacino tem fome de vencer na vida, uma vontade tão ferrenha que ele não pensa duas vezes em passar por cima de todos os valores morais e éticos mais caros para a sociedade. Para Tony Montana não importa perder sua alma, mas sim conquistar o mundo, acima de tudo! E não há caminho mais fácil para isso do que o submundo milionário das drogas! Até hoje certos momentos são lembrados, como a verdadeira montanha de cocaína que voa pelos ares, ou do acesso de fúria de Al atirando com sua metralhadora para todos os lados. De fato você não vai encontrar sutileza por aqui, mas certamente encontrará um filme mais do que instigante. Não há limites para Tony Montana, essa é a mensagem principal.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

City Hall - Conspiração no Alto Escalão

Título no Brasil: City Hall - Conspiração no Alto Escalão
Título Original: City Hall
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Columbia Pictures
Direção: Harold Becker
Roteiro: Ken Lipper, Paul Schrader
Elenco: Al Pacino, John Cusack, Bridget Fonda

Sinopse:
Um garoto negro de apenas seis anos é morto acidentalmente pela força policial durante uma troca de tiros com bandidos. O fato lamentável acaba criando grande repercussão na mídia, levando uma crise inesperada para o centro do poder na cidade. Diante disso o prefeito John Pappas (Al Pacino) começa então um jogo de interesses nos bastidores, sendo muitas de suas ações contestadas. Para revelar toda a verdade surge então um jovem idealista, Kevin Calhoun (John Cusack), disposto a descobrir todos os menores detalhes do caso.

Comentários:
Um bom filme da carreira de Al Pacino que hoje em dia está praticamente esquecido. Mostra os bastidores da chamada pequena política americana, onde tomamos consciência que a corrupção não é apenas uma epidemia no Brasil, mas em todos os sistemas governamentais ao redor do planeta, até mesmo na hipocritamente sociedade puritana e sacrossanta dos Estados Unidos. A direção do filme é levemente burocrática, diria até arrastada e sem maiores surpresas, o que deixa a película com uma insuspeita cara de telefilme. Isso porém é superado rapidamente por causa do trio central de atores. Pacino, como sempre, rouba os holofotes, embora tenha sido criticado na época de lançamento do filme por usar de certos artifícios de interpretação para criar uma falsa sensação de grande atuação. John Cusack, o eterno ator indie do cinema americano, também traz grande relevância para seu papel, de um sujeito que logo descobre as (sujas) regras do jogo. Por fim temos a simpatia da Bridget Fonda que nos anos 90 era muito bonita e charmosa. "City Hall" não está entre os grandes filmes da filmografia de Al Pacino (o que seria impensado pelas inúmeras obras primas em que atuou ao longo de todos esses anos), mas seguramente é um dos mais interessantes por causa de seu tema sempre atual, que o diga os brasileiros.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Insônia

Título no Brasil: Insônia
Título Original: Insomnia
Ano de Produção:
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Hillary Seitz, Nikolaj Frobenius
Elenco: Al Pacino, Robin Williams, Hilary Swank

Sinopse:
Dois detetives do departamento de homicídios de Los Angeles são enviados a uma cidade do norte, onde o sol não se põe, para investigar o assassinato de um adolescente local. As provas parecem confirmar a atuação de um serial killer na região. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams).

Comentários:
Um dos mais interessantes filmes do cineasta Christopher Nolan. Ele conseguiu trazer para o público todo um clima opressor e sufocante, levando o espectador a sentir o dilema pelo qual passa o protagonista. Esse grande domínio das técnicas de narração foi aliás o fator que levou a Warner a se decidir definitivamente pelo nome de Nolan para dirigir a nova franquia de Batman para os cinemas. Afinal de contas basta ver o clima onde tudo se passa aqui para entender que o espírito sombrio que seria usado nas aventuras do cavaleiro das trevas já estava presente. Já para os fãs de Pacino o filme se mostrou um grande presente pois o ator se entregou de corpo e alma para seu personagem. Aqui Pacino se utilizou de uma interpretação bem menos intensa, preferindo optar pelos pequenos detalhes, pelas mínimas nuances em cada momento. Outro ponto a se destacar vem com Robin Williams, que aqui ressurge em um papel perturbador, bem longe de suas atuações cômicas. Sempre fico intrigado quando vejo Williams nesse tipo de atuação pois ele prova que não é apenas um comediante ao estilo metralhadora giratória mas também um ator de mão cheia. Em suma, um filme diferente que revela aspectos adormecidos em todos esses grandes nomes da sétima arte.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de maio de 2014

O Poderoso Chefão II

Título no Brasil: O Poderoso Chefão II
Título Original: The Godfather Part II
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo
Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall, Diane Keaton, John Cazale, Lee Strasberg 

Sinopse:
Nova Iorque. Década de 1920. Vito Corleone (Robert De Niro) é um imigrante italiano que tenta subir na vida na grande metrópole americana. Vindo de baixo, acaba sendo alvo de criminosos que querem extorquir e se aproveitar de seu pequeno negócio. Sem outra alternativa resolve reagir contra as injustiças, nascendo daí uma das mais poderosas famílias mafiosas dos Estados Unidos. 

Na outra linha narrativa, Michael Corleone (Al Pacino) começa a se envolver cada vez mais nas atividades ilícitas de seu clã, ao tentar ampliar os negócios dos Corleones através de Nevada e de Cuba, prestes a passar por uma grande revolução comunista. Filme indicado a onze prêmios da academia, sendo vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Roteiro (Francis Ford Coppola, Mario Puzo), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Considerado por grande parte da crítica americana como o melhor filme da saga "The Godfather", o que não deixa de ser curioso pois quando o projeto da produção foi anunciado nos anos 70 muitos criticaram a proposta, afinal de contas o primeiro filme foi considerado um clássico absoluto, uma obra de arte completa. Fazer uma continuação era visto como algo indigno. Para surpresa de toda essa gente o fato é que "The Godfather Part II" se mostrou um filme não apenas à altura do primeiro, mas também em certos aspectos bem superior. O roteiro, brilhantemente escrito por Francis Ford Coppola e Mario Puzo, não apenas se limitou a levar em frente o enredo do filme original, mas também desenvolveu de forma genial o passado de Vito Corleone, aqui interpretado de forma irrepreensível por Robert De Niro. 

Assim não são poucos os que acham que na realidade se trata de dois (grandes) filmes em apenas um só! O espectador acaba conhecendo as origens da família Corleone, mostrando que na realidade Don Vito era apenas um imigrante italiano tentando vencer na América honestamente e que precisou trilhar o caminho da violência para proteger seus entes queridos. Na outra linha narrativa o espectador também começa a ver a transformação de Michael Corleone (Pacino). Criado para se tornar o orgulho da família, afastado do lado criminoso de suas atividades, ele acaba ficando no meio do fogo cruzado por diversas circunstâncias que lhe fogem das mãos. Seu destino então se torna traçado a partir desses acontecimentos. Não restam dúvidas, o filme é de fato uma obra prima da sétima arte, um dos melhores da história do cinema americano. Simplesmente maravilhoso.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de maio de 2014

Donnie Brasco

Título no Brasil: Donnie Brasco
Título Original: Donnie Brasco
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Mike Newell
Roteiro: Paul Attanasio, baseado na obra de Joseph D. Pistone
Elenco: Al Pacino, Johnny Depp, Michael Madsen

Sinopse:
Joseph Pistone (Johnny Depp) é um agente do FBI que começa a trabalhar disfarçado dentro do submundo da máfia italiana em Nova Iorque. Adotando o nome de Donnie Brasco ele se torna próximo do mafioso Lefty Ruggiero (Al Pacino). Embora esteja em uma missão que visa acima de tudo destruir o crime organizado ele começa a nutrir real simpatia e amizade por Ruggiero o que lhe coloca em um terrível impasse pessoal. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Adaptado (Paul Attanasio).

Comentários:
Excelente drama policial inspirado numa história real. O roteiro - que chegou a ser indicado ao Oscar - foi inclusive escrito em cima do próprio livro de memórias do ex-agente do FBI Joseph D. Pistone. Esse fato faz toda a diferença, uma vez que o espectador é convidado a entrar dentro do cotidiano da máfia italiana nos Estados Unidos. Sempre associei esse filme  a outro muito bom, também estrelado por Al Pacino, chamado "O Pagamento Final" onde o ator interpreta o ótimo personagem Carlito. Perceba que, em ambos os casos, o roteiro explora o chamado "pequeno clero" da máfia, formado pelos terceiros escalões do mundo do crime, pequenos criminosos sem expressão que lutam no dia a dia para sobreviverem, acima de tudo. Nem é necessário elogiar o Ruggiero de Al Pacino aqui. O ator demonstra mais uma vez porque é um dos grandes da história do cinema. Basta poucas cenas para Al cativar completamente o espectador trazendo uma carga humana incrível ao seu mafioso pé de chinelo. O mesmo vale para Johnny Depp que apresenta um grande trabalho e o melhor, de cara limpa, sem a necessidade de usar pesadas maquiagens como vem fazendo em suas últimas atuações. Assim vale mais do que a recomendação pois "Donnie Brasco" certamente é um preciosidade cinematográfica que infelizmente anda bem subestimada e esquecida ultimamente. Por isso aproveitem a bela chance de rever o filme hoje à noite.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de março de 2014

Revolução

Título no Brasil: Revolução
Título Original: Revolution
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Hugh Hudson
Roteiro: Robert Dillon
Elenco: Al Pacino, Donald Sutherland, Nastassja Kinski

Sinopse:
Um caçador e homem do campo de Nova Iorque se torna um participante relutante na Revolução Americana depois que seu filho Ned é convocado para o Exército revolucionário. Juntos tentarão sobreviver aos horrores daquela guerra sangrenta e violenta. Filme indicado ao "prêmio" Framboesa de Ouro nas categorias de Pior Filme, Pior Ator (Al Pacino), Pior Diretor (Hugh Hudson) e Pior Trilha Sonora Original.

Comentários:
Foi um dos maiores fracassos comerciais da história do cinema americano. O desastre foi tão absoluto que conseguiu queimar o nome do grande Al Pacino dentro da indústria. De repente os produtores fugiam à simples menção de que Pacino poderia vir a estrelar um de seus projetos. Para se ter uma ideia do estrago o ator ficaria quatro longos anos sem realizar nenhum outro filme em Hollywood, apenas absorvendo a derrota de "Revolução". O pior de toda essa história é que se o filme fosse ao menos bom poderíamos sair em defesa de Al Pacino e do cineasta Hugh Hudson mas a verdade é que o fracasso foi merecido mesmo pois "Revolução" é de fato realmente muito ruim! O roteiro não tem uma linha narrativa precisa, tudo vai acontecendo de forma confusa e sem nexo. Pacino está perdido em cena, sem achar a essência de seu personagem, que ora age heroicamente, ora de forma covarde e cruel. Como se isso não fosse ruim o bastante o espectador ainda tem que encarar a péssima ideia do diretor Hugh Hudson em filmar tudo com a câmera na mão, correndo junto dos atores nas cenas de batalhas e conflitos. Poucos serão os espectadores que não sairão com tontura de uma experiência tão ruim como essa! Enfim, vale como curiosidade apenas pois como filme em si tudo é muito desastroso e péssimo. Fuja para longe dessa revolução que não deu certo.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de janeiro de 2014

O Informante

Título no Brasil: O Informante
Título Original: The Insider
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Michael Mann
Roteiro: Marie Brenner, Eric Roth
Elenco: Russell Crowe, Al Pacino, Christopher Plummer

Sinopse: 
O filme narra a estória de um ex-executivo da indústria de cigarros dos Estados Unidos que após anos trabalhando em uma grande empresa decide revelar todo o jogo antiético das corporações que sempre em busca de grandes lucros promovem modificações na composição de seus produtos visando aumentar a dependência dos seus usuários. Baseado em fatos reais. Indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (Michael Mann), melhor ator (Russell Crowe), melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor som. Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor filme - drama, melhor direção (Michael Mann), melhor ator em drama (Russel Crowe), melhor roteiro e melhor trilha sonora original.

Comentários:
Durante décadas a indústria do tabaco nos Estados Unidos (e por extensão do mundo todo) promoveu estudos internos tentando encontrar algum resultado positivo em seu produto. Tudo o que concluiu porém foi que o tabaco era certamente responsável por terríveis doenças como o câncer de pulmão, entre outros. Obviamente que por mero interesse comercial (havia milhões em jogo) tudo foi varrido para debaixo do tapete. Como se isso não bastasse, de forma sorrateira, algumas empresas também começaram a apostar numa mudança na composição química de seus cigarros para aumentar o nível de dependência de seus usuários, os fumantes, tanto passivos como ativos. Tal comportamento, completamente antiético e ilegal, só veio à tona quando um ex-executivo da própria indústria americana resolveu abrir o jogo em um artigo publicado em um dos grandes jornais de Nova Iorque, mostrando todo o jogo sujo que havia por trás das grandes indústrias do fumo nos Estados Unidos.

Foi a partir desse material que nasceu "O Informante". Se trata de um filme que se propõe a denunciar o que está por baixo das pesquisas feitas pelas milionárias empresas que comercializam cigarros na América. O personagem interpretado por Russell Crowe pode até soar esquisito para alguns, mas o valor de seu trabalho não pode ser contestado. Crowe se entregou de corpo e alma ao papel e acabou recebendo importantes indicações para todos os principais prêmios da indústria do cinema (Oscar, Globo de Ouro, BAFTA e até Satellite Awards). Some-se a isso o excelente elenco de apoio que conta com monstros como Al Pacino (pouco tempo em cena, mas marcante como sempre) e Christopher Plummer e você entenderá a força da mensagem dessa produção. É um filme para reflexão, bem investigativo e que levanta questões importantes. Por essa razão talvez não desperte mais nem sequer a curiosidade dos mais jovens hoje em dia, mais interessados em banalidades. De qualquer forma para quem está em busca de respostas sobre o tema ainda não há nada melhor no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Sucesso a Qualquer Preço

Título no Brasil: O Sucesso a Qualquer Preço
Título Original: Glengarry Glen Ross
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Foley
Roteiro: David Mamet
Elenco: Al Pacino, Jack Lemmon, Alec Baldwin, Alan Arkin, Ed Harris, Kevin Spacey 

Sinopse: 
No concorrido mundo corporativo dos Estados Unidos uma empresa visando aumentar suas vendas estipula uma disputa entre seus vendedores. Aquele que vender mais ganhará um carro clássico, o segundo um mero fagueiro e o terceiro será punido com o olho da rua, sendo demitido sem perdão. A competição acaba revelando o pior lado de todos os empregados que a partir daí só pensam em ganhar o automóvel e salvar seu precioso emprego. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator coadjuvante para Al Pacino.

Comentários:
Um dos filmes mais subestimados da carreira de Al Pacino, o que é de se lamentar já que seu roteiro é um dos mais cínicos e irônicos que o ator já teve o prazer de trabalhar. Não me admira em nada já que estamos falando do grande David Mamet. O texto aqui é baseado em uma de suas peças de teatro o que talvez, apenas talvez, faça com que alguns espectadores torçam o nariz. Como sabemos o cinema hoje em dia é fundamentado em toneladas de efeitos digitais (a maioria deles gratuitos) e ação, o tempo todo, sem parar, como se o público fosse formado por guris com déficit de atenção. Pois bem, se você procura algo assim então é melhor ficar longe de "Glengarry Glen Ross" pois aqui temos o extremo oposto disso. Mamet se apóia na profundidade psicológica de seus personagens, de seu pequenos e grandes deslizes éticos. O cenário é o terrível mundo corporativo americano onde todo tipo de traição, puxada de tapete e jogo sujo é considerado apenas mais uma peça no tabuleiro do sucesso em grandes empresas. Al Pacino, como sempre está ótimo, mas quem rouba o show mesmo é o grande Jack Lemmon. Ele interpreta um personagem que se torna obsoleto dentro do mercado do trabalho. Sua tentativa de se tornar relevante e digno de respeito é maravilhosa. Um dos grandes trabalhos de Lemmon. Assim deixamos mais uma dica de uma pequena obra prima que infelizmente anda bem esquecida. Assista, você não se arrependerá.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de novembro de 2013

Frankie & Johnny

Título no Brasil: Frankie & Johnny
Título Original: Frankie and Johnny
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Terrence McNally
Elenco: Al Pacino, Michelle Pfeiffer, Hector Elizondo, Nathan Lane 

Sinopse: 
Depois de passar um tempo na prisão Johnny (Al Pacino) arranja emprego numa pequena cafeteria de Nova Iorque. Lá acaba conhecendo a bela Frankie (Michelle Pfeiffer). Encantando pelos lindos olhos azuis da garota Johnny acaba se apaixonando mas ela não mostra muito interesse. Isso porém não será empecilho pois o cozinheiro lutará com todas as suas forças por essa paixão.

Comentários:
Depois da superprodução "O Poderoso Chefão III" o ator Al Pacino procurou por algo bem mais leve, simples. No lançamento declarou que estava um pouco cansado dos personagens tensos e complexos que estava acostumado a fazer. Assim o papel de Johnny nessa pequena fábula romântica era muito bem-vindo para o ator na época. Afinal seu personagem era a de um homem comum, do povo, um autêntico membro da classe trabalhadora, sem nenhum glamour em sua vida. O destaque da produção vem da boa química entre Pacino e  Michelle Pfeiffer que está linda no filme. O enredo simpático e envolvente mantém completamente o interesse e o "duelo" entre os atores em cena é muito gratificante. Um filme simples, despretensioso e que anda meio no esquecimento atualmente. A produção serve principalmente para mostrar que grandes atores se saem bem até mesmo em pequenos filmes. A prova está aqui.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Poderoso Chefão III

Título no Brasil: O Poderoso Chefão III
Título Original: The Godfather: Part III
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Zoetrope Studios
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo, Francis Ford Coppola
Elenco: Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Talia Shire, Eli Wallach, Joe Mantegna, George Hamilton, Bridget Fonda, Sofia Coppola 

Sinopse: 
Tentando legalizar as atividades de sua família, o agora chefão Don Michael Corleone (Al Pacino) tenta se tornar um homem respeitável. Ao lado de um pupilo ao qual tem grandes esperanças ele combate velhos e novos inimigos de seu grupo. Também vê uma oportunidade de lavar o dinheiro de suas atividades criminosas usando o Banco do Vaticano. A morte do Papa João Paulo I porém trará alguns problemas para seus planos iniciais. indicado a sete Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Francis Ford Coppola) e Melhor Ator Coadjuvante (Andy Garcia).

Comentários:
Terceira parte da genial franquia "The Godfather". Esse filme tive o prazer de assistir no cinema. Foi uma das produções mais comentadas do ano. O problema básico era que os dois primeiros filmes sempre foram considerados clássicos absolutos da história do cinema - tanto que foram os grandes vencedores do Oscar em seus respectivos anos - e por isso houve uma verdadeira comoção quando a Paramount anunciou que iria fazer a terceira parte da saga. As filmagens foram extremamente complicadas e polêmicas. Coppola resolveu escalar sua filha, Sofia, para um dos papéis e isso caiu como uma bomba no meio cinematográfico. Acusações de nepotismo barato vieram de todas as partes. De fato Sofia (que anos depois iria se revelar uma cineasta talentosa) era muito fraca como atriz. Mesmo assim não há como negar que estamos na presença de um belo filme. Sim, é bem inferior ao primeiro e segundo "Poderoso Chefão" mas isso não o desmerece. Há todo um enredo muito bem estruturado em seu roteiro, além disso não há como negar o fato de que Al Pacino está perfeito na pele de Don Michael Corleone. Não é uma obra prima certamente mas também não deixa de ser um grande filme. Se puder assistir não perca!

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de maio de 2013

Phil Spector

Phil Spector foi um dos mais influentes e bem sucedidos produtores musicais da história. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria fonográfica. Infelizmente o tempo passou e ele que era idolatrado pelos grandes superstars foi caindo em um constrangedor ostracismo. Ao invés de ser apenas o grande criador de sucessos acabou se tornando também um sujeito recluso, solitário, amargo, armado até os dentes e o pior de tudo, extremamente perigoso. Em 2003 uma jovem aspirante à atriz foi encontrada em sua casa com um tiro na boca. Spector alegava que a garota simplesmente se suicidou em uma das salas de seu casarão, que mais lembrava um castelo medieval. Já a polícia e a promotoria de Los Angeles pensavam diferente. Segundo as investigações Phil Spector simplesmente havia assassinado Lana Clarkson, ao que tudo indica, quando estava completamente embriagado ou drogado, não se sabe ao certo.  O produtor tinha histórico de violência contra mulheres e segundo os investigadores ele simplesmente matou aquela jovem moça em sua casa, provavelmente confiante que sua fama e riqueza jamais o levariam para a prisão.

Esse excelente filme “Phil Spector” conta esse trágico episódio da vida desse famoso nome do mercado fonográfico. Para interpretar o personagem principal a HBO, produtora do filme, trouxe o consagrado Al Pacino. Sábia decisão. Pacino literalmente incorpora Spector, recria seus maneirismos, sua postura, suas frases incoerentes e seu pensamento confuso. Ver Pacino desfilando na tela com todo seu grande talento é algo recompensador. Ao seu lado a não menos brilhante Helen Mirren interpreta a advogada que no tribunal tenta livrar seu cliente da prisão. No começo ela de fato não acredita na inocência de Spector. Levada a crer em sua culpabilidade por causa do circo da mídia que se arma, aos poucos vai mudando de opinião sobre o que teria ocorrido de fato. Evidências forenses pareciam corroborar a tese defendida por Spector, a de que realmente não teria matado a jovem em sua casa. “Phil Spector” centra fogo no julgamento do produtor, o que torna o filme particularmente recomendado para estudantes e profissionais de direito mas funciona muito bem também para fãs de música e admiradores do trabalho do ator Al Pacino. Ele aliás está simplesmente magnífico na pele do transloucado Spector, com sua coleção de perucas exóticas e chamativas. Assim está mais do que recomendado essa ótima produção da HBO. Imperdível é uma boa definição para o filme. Não deixe de assistir.

Phil Spector (Phil Spector, Estados Unidos, 2013) Direção: David Mamet / Roteiro: David Mamet / Elenco: Al Pacino, Helen Mirren, Jeffrey Tambor / Sinopse: Em 2003 uma jovem garota é morta dentro da casa do famoso produtor Phil Spector (Al Pacino). Alegando inocência ele é levado a julgamento por homicídio.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Novato

Um ator do nível de Al Pacino certamente coleciona em sua filmografia clássicos absolutos da história do cinema que ficam lado a lado com filmes que em pouco tempo são esquecidos pelo público. Não que tais produções sejam ruins ou desprovidas de valor, apenas não conseguem se firmar com o status que alguns outros filmes de Pacino alcançaram com o passar dos anos. Esse “O Novato” é exatamente o tipo de película estrelada por Pacino que acabou caindo no esquecimento até mesmo de seus fãs. O curioso é que se trata de um roteiro bem trabalhado, com situações interessantes. Na trama acompanhamos a chegada do jovem James Clayton (Colin Farrell) na famosa agência de inteligência dos EUA, a CIA. Sua presença logo chama a atenção do veterano instrutor de agentes, Walter Burke (Al Pacino). Em pouco tempo Clayton se transforma no pupilo de Burke que começa a enxergar no novato uma extensão de si próprio quando começou sua carreira.

Como acontece em todo filme sobre espionagem fica logo óbvio que nada é realmente o que aparenta ser. Um dos maiores perigos dentro de uma agência de inteligência, seja de que país for, é a infiltração dos chamados agentes duplos. É dentro dessa perspectiva que as coisas começam a realmente complicar dentro de seu treinamento. “O Novato” foi dirigido por Roger Donaldson. Sempre considerei esse cineasta muito eficiente e competente, basta lembrar de seus filmes ao lado de Kevin Costner (“Sem Saída” e “Treze Dias Que Abalaram o Mundo”) para perceber que Donaldson transita muito bem nesse mundo de filmes sobre espionagem e política internacional. Aqui porém se percebe um certo clima de preguiça por parte dele em avançar mais nas possibilidades do roteiro. O que poderia desbancar para uma intrigada e complexa rede de inteligência acaba trilhando o caminho da acomodação pura e simples, se rendendo a clichês batidos do gênero. Mesmo com esses problemas o filme não pode ser considerado ruim, em absoluto, as presenças de Pacino e Farrell conseguem manter o interesse, só não espere nada excepcional em cena.

O Novato (The Recruit, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Roger Towne, Kurt Wimmer, Mitch Glazer / Elenco: Al Pacino, Eugene Lipinski, Colin Farrell, Bridget Moynahan, Brian Rhodes, Gabriel Macht / Sinopse: Jovem novato dentro da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) se tornar o preferido de veterano instrutor que parece ter algo muito sério a esconder de todos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Amigos Inseparáveis

Al Pacino é como vinho, quanto mais envelhecido fica, mais valioso se torna. O ator que vem marcando a história do cinema desde a década de 70 está cada vez mais à vontade na arte de atuar. Quando não está esbanjando sua arte em filmes marcantes se dedica a pequenas produções, algo que definitivamente lhe dá grande satisfação pessoal e profissional já que nunca perdeu seu espírito independente. Um exemplo desse segundo tipo de filme é esse “Amigos Inseparáveis”. Com orçamento bem modesto, Pacino se uniu aos colegas (e amigos) Alan Arkin e Christopher Walken para contar uma estória das mais singelas. A trama começa após a saída da prisão de Valentine (Pacino). Ele ficou 28 anos cumprindo pena mas não se dobrou e nunca entregou seus comparsas de criminalidade.

De volta às ruas ele reencontra Doc (Christopher Walken) e Hirsch (Alan Arkin). O problema é que Doc está contratado para liquidar Valentine a mando de um poderoso chefão da máfia local. O mais interessante é que Valentine, bastante experiente, logo toma consciência disso. Afinal são negócios, nada pessoal. Assim ele parte para aqueles que são seus últimos momentos. Aproveitar o pouco tempo que lhe resta de vida. Junto aos colegas acaba se envolvendo em diversas situações, esperando com isso curtir suas últimas horas. “Amigos Inseparáveis” até que começa muito bem, afinal ver um trio de atores tão talentoso é ótimo para qualquer cinéfilo. O problema é que conforme o filme avança ele perde o foco, não mais se decidindo em ser um drama, uma comédia ou um filme policial. A única coisa que parece sobreviver a essa indecisão toda é o carisma imbatível de Al Pacino. Ele realmente parece estar se divertindo como nunca ao lado de Arkin e Walken, o que acaba salvando o filme do desastre completo. É lógico que com um elenco desses “Amigos Inseparáveis” poderia ser muito melhor, quase uma obra prima do cinema, mas não parece ter sido essa a escolha dos realizadores. De qualquer maneira é Pacino – o que já torna o filme obrigatório para qualquer fã de cinema. Afinal bons vinhos nunca devem ser desperdiçados.

Amigos Inseparáveis (Stand Up Guys, Estados Unidos, 2012) Direção: Fisher Stevens / Roteiro: Noah Haidle / Elenco: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Julianna Margulies, Katheryn Winnick, Vanessa Ferlito / Sinopse: Após sair da prisão por onde esteve por 28 anos, Valentine (Al Pacino) reencontra seus velhos amigos de criminalidade. O que parecia ser apenas um encontro amigável porém logo se revela um complicado acerto de contas.

Pablo Aluísio.