segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Krakatoa - O Inferno de Java

Título no Brasil: Krakatoa - O Inferno de Java
Título Original: Krakatoa, East of Java
Ano de Lançamento: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Bernard L. Kowalski
Roteiro: John Davis, Arnold Schulman
Elenco: Maximilian Schell, Brian Keith, Sal Mineo, Diane Baker, Peter Graves, Joanna Pettet

Sinopse:
A história se passa no final do século XIX e segue uma missão de resgate liderada por um capitão de navio mercante que parte para a ilha de Java para resgatar uma carga valiosa de diamantes. O que ele não sabe é que o temido Vulcão Krakatoa está prestes a entrar em erupção, o que criará uma série de catástrofes naturais e ameaças para a tripulação e moradores locais. A missão se transforma assim em uma luta pela sobrevivência à medida que eles tentam escapar das consequências da maior erupção vulcânica já registrada, que causa uma tragédia sem precedentes.

Comentários:
Assisti há poucos dias. É um filme antigo, clássico. Por essa razão fiquei com aquela sensação de que já havia assistido antes, em algum momento de minha vida. Provavelmente em alguma Sessão da Tarde nos anos 80, quem sabe. Pois bem, de uma maneira ou outra, gostei do que vi. É um filme bem interessante que procura contar uma história de aventura, perigo e desafios em regiões exóticas do nosso planeta. O curioso é que não havia na época tecnologia para fazer todos os efeitos especiais adequados, uma vez que a história do filme exigia esse tipo de produção. Ainda assim, mesmo com os recursos da época, o filme se sustenta. Claro que o navio é uma miniatura e tudo mais, porém esse tipo de coisa não tira o sabor do filme, pelo contrário, traz aquele sentimento de nostalgia de um tempo em que o cinema era mais romântico, mais desafiador nesse campo. Assim fiquei plenamente satisfeito quando chegou ao  seu final. Penso que é um dos bons filmes nesse estilo produzido naqueles anos, hoje distantes. Um tempo na história do cinema que não volta mais. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 14 de dezembro de 2025

Alien: Earth

Título no Brasil: Alien: Earth
Título Original: Alien: Earth 
Ano de Lançamento: 2025 
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Disney
Direção:  Noah Hawley
Roteiro: Noah Hawley
Elenco: Sydney Chandler, Timothy Olyphant, Samuel Blenkin, Essie Davis, Kit Young, Alex Lawther 

Sinopse:
O ano é 2120. Uma nave espacial carregando seres de outros planetas, sendo a maioria deles grandes predadores, cai no Planeta Terra. Então duas grandes corporações começam a disputar a posse e propriedade dessas criaturas, mas antes que um acordo seja fechado, esses seres vindos do espaço começam a matar seres humanos. Pior do que isso, começam a fugir para a natureza, com graves consequências. 

Comentários: 
A franquia cinematográfica "Aliens" agora pertence ao império Disney. Então os executivos decidiram produzir uma série para o canal Disney Plus. Os mais céticos dizem que a Disney está destruindo "Star Wars" e que Aliens vai pelo mesmo caminho. Apesar desse tipo de pensamento fui conferir a nova série com boas expectativas. Pena que alguns tons pessimistas se confirmaram. Realmente a Disney colocou sua digital naquele grupo de jovens com nomes retirados do universo de Peter Pan. Não precisavam forçar tanto a barra. A tentativa de domesticar o próprio Alien, o usando como uma espécie de "Pet" da protagonista também pegou muito mal. É uma coisa boba e foge completamente do padrão do que vimos em todos os filmes do cinema. Ainda assim gostei de algumas coisas. A mais positiva foi criar novos seres, criaturas terríveis, como aquele "Olho" que é tão sinistro quanto o próprio monstro tradicional que já conhecemos. Agora fraca mesmo foi a conclusão no último episódio dessa primeira temporada. Estava esperando algo parecido com os filmes, ou seja, um banho de sangue. Não aconteceu! Fui otimista demais. Agora é Disney e eu havia me esquecido desse pequeno grande detalhe que no final de tudo faz toda a diferença. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 13 de dezembro de 2025

Cassino

Título no Brasil: Cassino
Título Original: Casino
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Nicholas Pileggi, Martin Scorsese
Elenco: Robert De Niro, Sharon Stone, Joe Pesci, James Woods, Don Rickles, Kevin Pollak

Sinopse:
Ambientado em Las Vegas durante as décadas de 1970 e 1980, o filme acompanha Sam “Ace” Rothstein (Robert De Niro), um especialista em apostas escolhido pela máfia para administrar um luxuoso cassino. Enquanto Sam tenta conduzir o negócio com precisão e disciplina, sua vida começa a ruir por causa do comportamento violento e imprevisível de seu amigo de infância Nicky Santoro (Joe Pesci) e do relacionamento turbulento com a ex-prostituta Ginger McKenna (Sharon Stone). Em meio a corrupção, ambição e traições, o império construído em Las Vegas começa a desmoronar. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Sharon Stone). 

Comentários:
Depois de 30 anos resolvi rever um dos filmes essenciais de Martin Scorsese. Estou me referindo ao filme "Cassino". Havia assistido no cinema, em seu lançamento original. Agora fiz uma revisão do filme. Olha, para minha surpresa, o filme me pareceu bem melhor agora. Ainda considero inferior ao excelente "Os Bons Companheiros", mas de fato a qualidade cinematográfica não se abalou com o passar dos anos. Pelo contrário, assim como os bons vinhos essa película ficou bem melhor com o tempo. Entre os destaques no elenco, além do quase sempre ótimo Robert De Niro, destaco o trabalho de Sharon Stone. Foi a melhor interpretação da bela atriz em toda a sua carreira. Foi premiada e teve o reconhecimento de seu talento, algo até então inédito em sua carreira. Já Joe Pesci meio que repete o mesmo tipo de personagem que havia feito em "Os Bons Companheiros", aquele sujeitinho sujo da máfia, cabeça quente, que sempre fazia as maiores atrocidades. Violento e boçal, era o lado asqueroso desses criminosos que faziam força para parecerem elegantes e finos. Enfim, não há mesmo muito mais o que dizer. "Cassino" é um filmão!

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

O Ouro de Ulisses

Título no Brasil: O Ouro de Ulisses
Título Original: Ulee's Gold 
Ano de Lançamento: 1997 
País: Estados Unidos 
Estúdio: Motion Picture Corporation of America (MPCA) 
Direção: Victor Nuñez 
Roteiro: Victor Nuñez 
Elenco: Peter Fonda, Patricia Richardson, Christine Dunford, Tom Wood, Jessica Biel, Vanessa Zima 

Sinopse:
Ulee Jackson (Peter Fonda) é um apicultor viúvo e veterano do Vietnã que vive isolado nos pântanos da Flórida, criando suas duas netas desde que o filho foi preso e a esposa deste desapareceu. Quando o filho informa que a ex-mulher (a mãe das meninas) está em perigo, nas mãos de antigos cúmplices criminosos, Ulee decide sair de sua reclusão para resgatá-la. 

Comentários: 
Peter Fonda encontrou a fama e o sucesso com "Sem Destino", filme cult dos anos 60. Depois disso, para surpresa de muitos, foi sumindo de Hollywood aos poucos. Só aparecia de vez em quando em algum filme independente. Odiava o circuito comercial dos grandes estúdios. Esse filme lançado nos anos 90, quando Peter já estava com mais idade, pode ser considerado uma pequena exceção, já que foi produzido por um grande estúdio, contou com ampla campanha de marketing e furou a bolha do cinema independente. É um bom filme, valorizado acima de tudo pela interpretação de Fonda. Ele foi amplamente elogiado pelos críticos e venceu o Globo de Ouro na categoria Drama. Como se isso não fosse o bastante, ainda foi indicado ao Oscar. Nada mal para um ator que rejeitava o mundo das celebridades e só queria, de vez em quando, fazer alguns filmes menores, do circuito underground de cinema independente. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Audi vs Lancia

Título no Brasil: Audi vs Lancia: Corrida pela Glória 
Título Original: Race for Glory: Audi vs. Lancia 
Ano de Lançamento: 2024 
País: Itália / Reino Unido 
Estúdio: Recorded Picture Company 
Direção: Stefano Mordini 
Roteiro: Filippo Bologna, Stefano Mordini 
Elenco: Daniel Brühl, Riccardo Scamarcio, Volker Bruch, Katie Clarkson-Hill, Esther Garrel

Sinopse:
Duas famosas marcas de construção de carros esportivos de velocidade duelam em busca da vitória e do prestígio durante o Campeonato Mundial de Rally de 1983. A equipe alemã Audi, muito mais bem preparada e organizada, vai ter que vencer o modelo da Lancia que, apesar de ter um carro menos competitivo e moderno, conta com uma equipe bem mais sagaz e com o devido jogo de cintura para levantar esse tipo de título do automobilismo. 

Comentários:
Depois do sucesso do filme "Ford vs. Ferrari" surgiu esse tipo de produção que é especialmente indicada para quem é apaixonado por automobilismo. Dos vários filmes que já foram produzidos nessa linha, esse foi o mais fraco de todos que já assisti. Ainda assim não é um filme ruim. Ele tem pontos fortes e fracos. É bom nas sequências de corridas, nos momentos de tensão envolvendo essas máquinas durante a competição esportiva. Só que o roteiro é também bem fraco no desenvolvimento dos personagens, na construção da dramaticidade em si. A tal ponto de superficialidade que muitas vezes ficamos até mesmo sem saber o que determinado personagem faz dentro daquela equipe. Também se rende a clichês de nacionalidade. Os alemãos da Audi são retratados como frios e desumanos, enquanto os seus rivais italianos são cheios de malandragem, jogo de cintura, chegam a ser até mesmo debochados. Enfim, máculas superficiais que não fará grande diferença para quem estiver realmente interessado apenas no aspecto ligado ao automobilismo do filme. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Espantalho

Título no Brasil: Espantalho 
Título Original: Husk 
Ano de Lançamento: 2011 
País: Estados Unidos 
Estúdio: After Dark Films 
Direção: Brett Simmons 
Roteiro: Brett Simmons 
Elenco: Devon Graye, Wes Chatham, C.J. Thomason, Tammin Sursok, Ben Easter, Joshua Skipworth 

Sinopse:
Jovens amigos viajam por uma estrada remota no interior dos Estados Unidos. Após um acidente eles precisam procurar por ajuda. Acabam indo parar em uma extensa e abandonada plantação de milharal. O lugar é bem sinistro e parece haver algo muito errado com aquele espantalho crucificado no meio do nada. 

Comentários: 
Os americanos possuem seus próprios medos. Além de palhaços, eles cultivam um certo terror desses espantalhos que são colocados em grandes plantações para espantar os corvos. Isso já foi tema de muitos filmes de terror, mas aqui ganha até que uma roupagem nova, com boas ideias. Eu particularmente gostei da explicação do surgimento do espantalho assassino no meio do milharal. Para isso o diretor foi colocando em pequenos flashes explicações sobre o passado daquele lugar. E no final a sequência dos fatos até que faz um bom sentido, mas claro, para isso você vai ter que aceitar a origem sobrenatural de tudo aquilo. Ainda assim é um filme que se sustenta bem. Está em exibição no canal Pluto TV que é uma plataforma de filmes e séries grátis na internet. Deixo a dica. 

Pablo Aluísio. 

Cidade das Bruxas

Título no Brasil: Cidade das Bruxas
Título Original: The City of the Dead 
Ano de Lançamento: 1960 
País: Reino Unido 
Estúdio: Vulcan Films 
Direção: John Llewellyn Moxey 
Roteiro: Milton Subotsky, George Baxt 
Elenco: Christopher Lee, Venetia Stevenson, Betta St. John, Patricia Jessel, Dennis Lotis, Valentine Dyall 

Sinopse:
A estudante universitária Nan Barlow viaja até a pacata cidade de Whitewood na Nova Inglaterra para pesquisar um passado de condenação de mulheres acusadas de bruxaria naquela região em um passado distante. Lá, ela decide se hospedar na pousada chamada Raven’s Inn, construída no local onde, séculos antes, uma mulher acusada de bruxaria foi queimada na fogueira. Conforme a jovem investiga os fatos históricos descobre que não apenas que os moradores são muitos estranhos e esquisitos, mas que também guardam segredos obscuros sobre tudo o que aconteceu. 

Comentários:
Clássico filme de terror do cinema inglês. Apesar de ter sido produzido com baixo orçamento e fotografia em preto e branco, o filme é até hoje considerado uma referência em torno da precisa construção de suspense, com uso muito inspirado de luzes e sombras, além da neblina sempre presente em cada cena. Christopher Lee é o nome mais conhecido do elenco. Ele interpreta o professor que incentiva sua jovem aluna a ir estudar a queima de bruxas na própria cidade onde tudo aconteceu, séculos atrás. Chegando lá ela começa a entender a mentalidade estranha que ainda hoje impera entre os moradores locais. Um bom filme que resgata toda a elegância do cinema clássico produzido na Inglaterra nos anos 60. Filme conhecido nos Estados Unidos como Horror Hotel. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Que Assim Seja, Trinity

Título no Brasil: Que Assim Seja, Trinity
Título Original: Si può fare... amigo 
Ano de Lançamento: 1972 
País: Itália 
Estúdio: Rizzoli Film SPA 
Direção: Maurizio Lucidi 
Roteiro: Ernesto Gastaldi, Rafael Azcona 
Elenco: Bud Spencer, Jack Palance, Renato Cestiè, Francisco Rabal, Dany Saval, Luciano Catenacci 

Sinopse:
Coburn (Bud Spencer), um viajante errante de bom coração, acaba envolvido na proteção de um garoto órfão, o jovem Chip, o qual herdou um rancho aparentemente abandonado. Porém, o local atrai o interesse de malfeitores: a terra esconde riquezas (petróleo), e esse fato faz com que bandidos e pistoleiros persigam o menino para tomar o terreno. Coburn então, com a ajuda de um pistoleiro (e rival) ambíguo (Jack Palance), tenta deter os bandidos e garantir a herança do garoto. 

Comentários:
Um filme solo do Bud Spencer, aqui sem seu companheiro habitual Terence Hill. Para compensar a ausência do carismático parceiro de tantos filmes, o estúdio italiano resolveu contratar o americano Jack Palance. Eu sempre o considerei um bom profissional, mas aqui ele optou por uma caracterização bem caricata mesmo, com os dentes cerrados e uma piteira de cafajeste sempre na boca. Claro, Palance parecia estar se divertindo como nunca! Aliás esse é o tom do filme, é pura diversão mesmo. Não é um faroeste para se levar à sério em nenhum momento, é puro entretenimento para as massas, com doses extras de bom humor. E o Bud Spencer provou que poderia levar um filme como esse sozinho. Ele tinha carisma para tanto, com seu jeitão de Brutus, o eterno antagonista do Popeye. Sempre considerei o Bud Spencer como um algo a mais do que ser apenas a escada em cena para o Terence Hill. Aqui ele bem demonstrou que tinha luz própria, embora seus filmes em dupla fossem inegavelmente bem melhores. De uma maneira ou outra esse filme de western spaghetti cumpre o que promete: ser boa diversão, acima de tudo. 

Pablo Aluísio. 

Amor Feito de Ódio

Título no Brasil: Amor Feito de Ódio
Título Original: The Man Who Loved Cat Dancing
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard C. Sarafian
Roteiro: Eleanor Perry
Elenco: Burt Reynolds, Sarah Miles, Lee J. Cobb, Jack Warden, George Hamilton, Bo Hopkins

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Marilyn Durham, o filme conta a história do pistoleiro e ladrão de trens Jay Grobart (Burt Reynolds). Durante um de seus assaltos ele decide raptar a jovem Catherine Crocker (Sarah Miles) e se apaixona por ela.

Comentários:
Não se enganem, durante os anos 70 o ator Burt Reynolds foi um dos maiores astros de Hollywood. Seus filmes faziam muito sucesso e ele era considerado um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano. Tanto que ele acabou passeando por praticamente todos os gêneros cinematográficos. Um de seus momentos mais interessantes na carreira aconteceu nesse western romântico. Isso mesmo, o roteiro passeava pelo faroeste mais tradicional, porém com fartas doses de romantismo. Até porque o material original, o romance que deu origem ao roteiro, havia sido escrito por uma mulher, Marilyn Durham. Nada mais curioso do que ver o velho oeste, com seus foras-da-lei e pistoleiros, tudo recriado pela imaginação de uma talentosa escritora. E o filme é até muito bom. Alguns se incomodaram um pouco com o romance do casal central, até pela forma como ele começou, mas penso diferente. Acredito que dentro da mitologia do velho oeste tudo seria cabível, até mesmo a história de amor de um bandoleiro e uma dama raptada. Assim deixo o convite para assistir a esse faroeste diferente, criado a partir do ponto de vista puramente feminino.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

As Chaves do Reino

Título no Brasil: As Chaves do Reino
Título original: The Keys of the Kingdom
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Joseph L. Mankiewicz, John M. Stahl
Roteiro: Joseph L. Mankiewicz, Nunnally Johnson
Elenco: Gregory Peck, Thomas Mitchell, Vincent Price, Roddy McDowall, Edmund Gwenn, Peggy Ann Garner

Sinopse:
O filme conta a história do Padre Francis Chisholm (Gregory Peck). Assim que se ordena ele é enviado para uma missão na China. Suas ordens é de restaurar uma paróquia que foi destruída pela guerra. Ao chegar no distante país descobre que tudo está em ruínas e que colocar tudo em ordem novamente vai levar anos e anos. Ainda assim aceita esse grande desafio. Roteiro baseado no romance de grande sucesso escrito por de A.J. Cronin. 

Comentários:
Gregory Peck faz parte de um panteão de grandes atores da era clássica de Hollywood que jamais fez um filme medíocre em sua vida. O cinéfilo mais antigo já sabe, se no elenco estiver o nome de Peck, pode assistir sem qualquer receio. Vai ver um filme bom, com certeza. Esse é mais um deles. E o tema não deixa de ser espinhoso, mostrando a vida de um Padre tentando colocar novamente em pé uma paróquia católica em ruínas. Não vai ser algo fácil de realizar. Os chineses possuíam sua própria religiosidade, que nada tinha a ver com as doutrinas do catolicismo. Além de falta de seguidores ainda havia a desconfiança natural daquele povo contra estrangeiros em geral. Sua sorte é que acaba salvando a vida do filho de um poderoso Mandarim. Não com fé, mas com ciência, pois faz um tratamento contra uma infecção no garoto. Esse homem rico e influente acaba lhe ajudando a levantar uma nova igreja, um novo convento e tudo mais. Só que sempre há novos problemas surgindo no horizonte, um atrás do outro! Só com muita fé mesmo para resistir a tantas adversidades. Enfim, filme corajoso, muito bem atuado por todo um elenco acima da média e contando com a direção do mestre Joseph L. Mankiewicz. Realmente nada falta nesse grande filme do passado. 

Pablo Aluísio. 

Capitães do Mar

Capitães do Mar
Apesar do título e de grande parte de sua história se passar em alto mar, esse filme é mais centrado na relação de um avô com seu neto, do que propriamente ser um filme de aventura. O capitão Bering Joy (interpretado pelo ótimo ator Lionel Barrymore) é um velho lobo do mar. Ele é bisneto de marinheiros, então a tradição do mar em sua família é algo que vem de gerações. Comandando um navio baleeiro ele viaja até o Atlântico Sul em busca de baleias, cujo produto mais precioso era justamente seu óleo, algo que deu origem a uma verdadeira indústria no século XVIII. No navio viajam ao seu lado seu pequeno neto, apenas um garotinho (interpretado por Dean Stockwell quando tinha apenas 10 anos de idade!) e um jovem imediato, com formação universitária, interpretado pelo sempre competente Richard Widmark.

Claro que no meio do oceano o velho capitão vai enfrentar diversos desafios, inclusive uma perigosa batida contra um iceberg, porém nem isso o impede de tentar formar o cárater de seu jovem neto. O menino está na tripulação e o seu avô quer acima de tudo lhe ensinar os segredos dos sete mares. Outro ponto interessante do roteiro vem do choque de gerações que surge entre o velho capitão e seu imediato no comando. Enquanto o veterano acredita em seus escolhas baseadas na velha escola, o novo auxiliar pretende aplicar o que aprendeu na universidade e isso significava ter uma visão mais baseada na ciência. Enfim, um belo filme, muito bem produzido e centrando força no desenvolvimento de todos os personagens, todos bem humanos e bem escritos nesse caprichado roteiro.

Capitães do Mar (Down to the Sea in Ships, Estados Unidos, 1949) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: John Lee Mahin / Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell / Sinopse: Um velho capitão, seu neto e um jovem imediato, partem em um navio para o Oceano com o objetivo de caçar baleias. E nessa jornada aprendem não apenas sobre a arte da navegação, mas também sobre relações humanas.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Imperador Romano Aureliano

Imperador Romano Aureliano
Mais um imperador romano que subiu ao poder máximo no Império por seus próprios méritos militares. Aureliano vinha de uma família de pessoas pobres, camponeses que viviam na província rural de Sérdica, nos ringões do domínio de Roma. Era um lugar sem qualquer importância. Quando completou a idade para o serviço militar entrou para o exército, um dos únicos caminhos a se seguir para um homem de origem tão humilde como ele.

Forjado na disciplina militar, não conheceu outra vida. Sua casa era o acampamento militar onde se encontrava, em cada campanha. Roma estava nessa época sob ataque! Todas as fronteiras do Império Romano estavam sendo invadidas por povos bárbaros. Não havia uma única região do império que não estivesse sendo invadida. Militar exemplar, Aureliano foi subindo na hierarquia do exército. No ano de 268 já era um homem admirado dentro das fileiras das legiões romanas. Quando o núcleo de poder político civil em Roma ruiu, ele entrou em conflito direto com outro general romano pela luta em torno do trono imperial. Uma nova guerra civil surgiu no horizonte do Império. Assim venceu Quintilo no campo de batalha e se tornou o novo imperador. 

Foi um imperador romano ausente da própria cidade de Roma. Para falar a verdade os romanos mal conheciam seu novo imperador. Ele estava sempre indo de um campo de batalha para o outro e não passava mais que alguns poucos dias em Roma por ano. A situação militar do Império era tão desesperadora que ele não podia se dar ao luxo de desfrutar a vida de um Imperador ao velho estilo, levando uma vida de privilégios em palácios luxuosos na cidade eterna. Era um General antes de se tornar Imperador e continuou sendo um depois de assumir o poder máximo.

Era um homem de fé, mas não no Cristianismo. Não gostava dos cristãos aos quais diziam ser péssimos soldados romanos. Ao invés disso prestava honras à Deusa Mitra, muito popular nas fileiras do Exército Romano. Apesar de suas opiniões religiosas, Aureliano jamais promoveu qualquer tipo de perseguição contra os cristãos dentro do Império Romano. Esse tempo já havia ficado para trás. 

Foi Imperador Romano por cinco anos e colecionou vitórias no campo de batalha vencendo diversos povos bárbaros como os vândalos, jutungos, sármatas e carpos. Só não conseguiu vencer a traição dentro de sua própria família. Vários historiadores defendem a tese de que foi envenenado pela própria esposa, Úlpia Severina. Era uma mulher vil que queria assumir o poder em Roma ao lado de um bando de traidores. Com fama de prostituta e de ter uma origem familiar obscura, não pensou duas vezes em trair o marido de todas as formas possíveis. Afirma-se que ela serviu um copo de vinho com veneno ao Imperador que morreu no dia seguinte, no mês de outubro de 275. O Imperador tinha 61 anos de idade. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 6 de dezembro de 2025

Wandinha - Segunda Temporada

Título no Brasil: Wandinha
Título Original: Wednesday
Ano de Lançamento: 2025
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM Television
Direção: Tim Burton, Gandja Monteiro
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar
Elenco: Jenna Ortega, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Emma Myers, Hunter Doohan, Gwendoline Christie

Sinopse
As aventuras de Wandinha Addams na Academia Nunca Mais, um colégio para jovens com habilidades sobrenaturais, continua. Agora ela vai precisar enfrentar, de uma vez por todas, mãe e filho que se transformam em monstros selvagens. Ao mesmo tempo vai lutar contra um morto-vivo, velho desafeto de seus pais, que retornou para sua sangrenta vingaça final. 

Comentários:
Ficou alguns pontos abaixo da primeira temporada. O que ninguém fala, mas o que todos sabem, é que a personagem Wandinha não tem muitas histórias originais solo escritas pelo seu autor Charles Addams. Ela sempre foi uma coadjuvante no material original da família Addams. Então Tim Burton e sua equipe de roteiristas precisaram criar histórias do nada ou então adaptar, em episódios esporádicos, as poucas tirinhas da Wandinha que sobreviveram ao tempo. Não foi um trabalho fácil. Mas é a tal coisa, já que o sucesso da primeira temporada foi muito grande, a Netflix exigiu uma segunda e agora confirmada terceira temporada. Então haja criatividade para criar mais um grupo de historinhas da Wednesday que está cada dia mais popular. Essa segunda temporada ainda assim está OK. Para seu público alvo - o juvenil - está mais do que adequado. Só não espere por algo melhor na terceira temporada que vem por aí. Não é todo dia que santo faz milagre. 

Pablo Aluísio. 

Merlin

Título no Brasil: Merlin
Título Original: Merlin
Ano de Lançamento: 1998
País: Estados Unidos / Reino Unido
Estúdio: Hallmark Entertainment
Direção: Steve Barron
Roteiro: David Stevens, Edward Khmara
Elenco: Sam Neill, Helena Bonham Carter, Miranda Richardson, Martin Short, Isabella Rossellini, Rutger Hauer

Sinopse:
Merlin, o lendário mago, revisita sua própria vida desde o nascimento até a queda de Camelot, narrando os eventos que moldaram a lenda do Rei Arthur. Criado pelos poderes da feiticeira Mab para fazer os humanos acreditarem na antiga magia, Merlin se rebela contra ela e passa a servir ao bem. Em meio a guerras, traições, feitiços e profecias, ele orienta Arthur rumo ao trono, enfrenta as artimanhas de Morgana e luta para impedir que Mab destrua o reino dos homens. Uma jornada épica sobre destino, amor e sacrifício.

Comentários: 
No Brasil foi lançado como filme, longa-metragem (devidamente editado para caber na duração de uma fita VHS!). Na verdade se trata de uma minissérie premiada pelo Globo de Ouro e Emmy que fez bastante sucesso de audiência nos Estados Unidos e Europa. No total tinha mais de três horas de duração. E como era até comum acontecer no Brasil nos anos 90 fizeram uma edição bem meia-boca, transformando tudo em uma versão pra lá de truncada! Ainda assim era algo a se apreciar pois a produção era nota 10, com excelentes efeitos visuais! Além disso o ator Sam Neill recebeu muitos elogios por sua interpretação do famoso mago Merlin. Com caracterização bem mais amena do que aquele visual com enorme barba que estamos acostumados a ver em desenhos, etc, seu desempenho foi mesmo digno de todos os aplausos. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Nos Calcanhares da Máfia

Nos Calcanhares da Máfia
Depois de décadas resolvi rever esse filme "Nos Calcanhares da Máfia". Minha lembrança era a de um bom filme, algo que se confirmou nessa revisão. Aqui temos um jovem Mickey Rourke, no melhor de sua fase no cinema. Ele interpreta esse gerente de restaurante no Greenwich Village, bairro de Nova Iorque. Ele é um cara honesto, decente, bem conceituado no bairro, mas que tem seus problemas. Apesar da pouca idade já é divorciado e tem pensão para pagar ao filho pequeno. A grana é curta, mas ele tenta levar a vida em frente. Só que comete um erro, arranjando um emprego de garçom para seu primo mais jovem, um sujeito adulto, mas com jeito de "crianção". 

Interpretado por Eric Roberts, esse sujeito sem noção começa a roubar no restaurante. O resultado é que os dois primos vão para o olho da rua. Pior do que isso. Ele resolve colocar em prática o roubo de um cofre e enfia seu primo honesto (Rourke) na cilada. Tudo até corre mais ou menos bem, a não ser por um detalhe mais do que crucial. O cofre pertence a um chefe da máfia de Little Italy. Então eles estão mais do que enrascados! Agora estão com a cabeça colocada à prêmio pela máfia de Nova Iorque! 

Algumas coisas me chamaram a atenção nessa reprise. Mickey Rourke já estava um pouco mais livre na sua interpretação. Sem essa de tentar se parecer com o jovem Marlon Brando dos anos 50. Isso trouxe uma naturalidade e uma espontaneidade para sua interpretação que não vemos em outras películas do ainda promissor Rourke. Já Eric Roberts exagerou um pouco na dose em sua interpretação. OK, ele basicamente interpreta um personagem idiota, então era algo meio previsível, mas não precisava ser tão absurdamente irritante. Toda vez que surge em cena, estraga tudo. Inclusive há um claro contraste entre o tom mais equilibrado de Mickey Rourke com os devaneios de seu parceiro em cena. Outro ator no lugar de Roberts faria bem melhor, tenho certeza disso. 

No saldo geral gostei bastante. É um daqueles filmes que não envelheceram mal, muito pelo contrário. A história flui muito bem, o ritmo é bom e agradável. Até o elenco secundário chama a atenção, como uma bela e jovem Daryl Hannah interpretando a namorada de Rourke, passando pelo chefão mafioso asqueroso em bom momento de Burt Young (da série Rocky). Pois é, mesmo os filmes ditos medianos dos anos 80, eram bem melhores do que os que vemos atualmente sendo lançados. Assim vamos continuar revendo boas películas do passado como no caso desse filme. 

Nos Calcanhares da Máfia (The Pope of Greenwich Village, Estados Unidos, 1984) Direção: Stuart Rosenberg / Roteiro: Vincent Patrick / Elenco: Mickey Rourke, Eric Roberts, Daryl Hannah, Burt Young, Geraldine Page / Sinopse: Dois primos são despedidos do restaurante onde trabalham e resolvem entrar numa jogada arriscada. Eles vão roubar um cofre que está desprotegido em um lugar remoto do bairro. Só não sabem que o dinheiro que está ali pertence á máfia de Nova Iorque. 

Pablo Aluísio.

Fuga à Meia Noite

Fuga à Meia Noite
Nem só de grandes clássicos vivem os grandes atores. Um exemplo é esse policial “Fuga à Meia Noite” estrelado por Robert De Niro. Hoje em dia o ator vive uma fase negligente na carreira, estrelando filmes medíocres, comédias bobas que nada acrescentam a ele, mas na década de 80 De Niro ainda era visto como um dos monstros sagrados da interpretação. Por isso a surpresa quando chegou nos cinemas esse policial sem grandes novidades, praticamente rotineiro, que pensando bem poderia ser estrelado por qualquer outro ator especializado em filmes de ação. Na época De Niro explicou que era necessário fazer de vez em quando filmes assim, mais simples, menos pretensiosos. Sempre interpretei essa postura dele como uma espécie de válvula de escape, afinal não era todo dia que se podia estrelar um “Touro Indomável” ou um “Poderoso Chefão II”. Na verdade temos aqui uma fita descartável, ideal para o mercado de vídeo. Seu nome ajudaria a vender a produção, o espectador se divertiria um pouco em casa e depois esqueceria do que viu.

Como você já deve ter percebido a trama é das mais comuns. Robert De Niro interpreta o ex-policial Jack Walsh. Sua missão é levar um contador especializado em fraudes financeiras, Jonathan "The Duke" Mardukas (Charles Grodin), de Nova Iorque até Los Angeles. Seu objetivo não será nada fácil uma vez que Mardukas tem sua cabeça à prêmio por ter enganado famílias mafiosas poderosas. Isso significa que não será uma viagem das mais tranqüilas. “Fuga à Meia Noite” tem muitos clichês em seu roteiro batido. Robert De Niro, como não poderia deixar de ser, está obviamente no controle remoto. Ele certamente sabia que o material era de rotina e por isso não se esforçou muito. O diretor Martin Brest era especialista em fitas assim, policiais com bastante ação. Seu grande sucesso até aquele momento era “Um Tira da Pesada”. De Niro, por sua vez, certamente estava em procura de algo nessa linha, um filme policial com toques de humor que rendesse bastante bilheteria. Se essa era a sua intenção então não deu muito certo pois “Fuga à Meia Noite” teve um retorno comercial apenas morno.

Fuga à Meia-Noite (Midnight Run, Estados Unidos, 1988) Direção: Martin Brest / Roteiro: George Gallo / Elenco: Robert De Niro, Charles Grodin, Yaphet Kotto / Sinopse: Ex-policial tenta levar um contador jurado de morte pela máfia de Nova Iorque até Los Angeles.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Soldado Anônimo

Soldado Anônimo
"Soldado Anônimo" se propõe a mostrar o tedioso cotidiano de um soldado comum das forças armadas americanas durante a invasão do Iraque na Operação Tempestade do Deserto. Dessa safra de produções realizadas após essa operação em larga escala das tropas de libertação do Kuwait esse é um dos filmes mais interessantes. O roteiro é bem escrito e o filme se concentra no "antes" da invasão propriamente dita. Assim ficamos sabendo o que os soldados americanos faziam no deserto antes de cruzar a fronteira do país de Saddam Hussein. Bom, basicamente eles não faziam nada, mas isso acaba sendo o grande mérito do filme. Ele me lembrou vagamente "Nascido para Matar" pela estrutura do roteiro mas obviamente fica bem abaixo da obra prima do mestre Kubrick. Uma das coisas que chamam a atenção em tudo o que vemos na tela é a pouca idade dos combatentes e sua completa falta de maturidade sobre o conflito em que estavam prestes a se envolver. De uma maneira em geral o bate papo entre os soldados revelam personalidades ainda em formação, quase adolescentes bobos, falando sobre mulheres, esportes e demais assuntos típicos da idade. Eles na realidade mal sabiam os motivos políticos que os levaram àquele conflito. Em essência se comportam como se fossem estudantes de high school conversando sobre trivialidades da escola. A diferença é que fazem parte do poderio bélico da nação mais poderosa do mundo. Despreparados intelectualmente e psicologicamente para o que lhes esperam, só lhes restam seguir as ordens de seus superiores de maneira quase cega.

"Soldado Anônimo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Sam Mendes de poucos, mas excepcionais filmes, como "Beleza Americana", "Estrada Para a Perdição" e a mais recente aventura do agente inglês James Bond, " 007 - Operação Skyfall". O roteiro foi inspirado no livro de Anthony Swofford, um marine que fez parte das forças de ocupação dos Estados Unidos durante a operação "Tempestade do Deserto". Isso é bem interessante pois o fato do relato ter sido escrito por alguém que esteve lá no front traz uma dose extra de veracidade ao material em si. O elenco também é muito bom. Atores jovens que entraram completamente nas peles de seus personagens. O destaque obviamente vai para Jake Gyllenhaal. Ele surge completamente à vontade como um soldado raso prestes a invadir o território inimigo. Sua narração em off traz uma dose extra de ironia, sarcasmo e melancolia, tudo junto em um mesmo caldeirão. Jamie Foxx como o sargento Sykes também é outro destaque. Ele mantém a tradição de se mostrar esses sub-oficiais durões durante o treinamento de seus subordinados. Entre as cenas mais marcantes destaco a transloucada festa e a cena final quando os soldados marcham no deserto com os poços de petróleo em chamas ao longe. Uma imagem tão surreal como bela. Enfim que tal acompanhar uma tropa de jovens "jarheads", garotos comuns recentemente saídos do colegial mas jogados num evento histórico que marcou bastante o século XX? Nada como um bom filme como esse para conhecermos os protagonistas anônimos desse marco histórico.

Soldado Anônimo (Jarhead, Estados Unidos, 2005) Direção: Sam Mendes / Roteiro: William Broyles Jr baseados no livro de Anthony Swofford / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Lucas Black, Peter Sarsgaard,  Ming Lo / Sinopse:  Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal) é um soldado comum que faz parte das tropas americanas que estão prestes a invadir o Iraque durante a operação Tempestade do Deserto. O filme mostra seu cotidiano ao lado dos amigos de farda. Em meio a tensão dos preparativos da invasão os jovens soldados agem como pessoas típicas de suas idades.

Pablo Aluísio.

Rambo: Até o Fim

Título no Brasil: Rambo - Até o Fim
Título Original: Rambo - Last Blood
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Balboa Productions
Direção: Adrian Grunberg
Roteiro: Sylvester Stallone, Matthew Cirulnick
Elenco: Sylvester Stallone, Paz Vega, Yvette Monreal, Óscar Jaenada, Sergio Peris-Mencheta, Adriana Barraza

Sinopse:
Após anos de lutas e batalhas, John Rambo (Stallone) parece ter encontrado finalmente a paz. Ele agora vive em um rancho do Arizona ao lado de seus poucos parentes vivos. Sua vida porém muda novamente quando sua sobrinha cai nas garras de uma perigosa quadrilha de criminosos mexicanos. Assim Rambo precisa cruzar a fronteira para salvá-la desse trágico destino.

Comentários:
Pode chamar de Rambo V, sem problemas. O filme tem sido criticado por causa da violência. Bem, Rambo é um personagem violento. Atribuo esse tipo de crítica ao fato de que agora as mortes são mais explícitas. Numa cena Rambo joga fora da janela de seu carro a cabeça de seu inimigo. Na outra arranca o coração dele, ainda vivo, após uma série de flechadas certeiras. Isso sem contar as inúmeras cabeças que ele arranca com um facão. Hoje em dia esse grau de violência só é esperado em filmes de terror, do estilo gore. Mesmo assim não vejo problemas. Aliás é bom salientar que o filme, que é curto, rápido e eficaz, não se apoia apenas em cenas de extrema violência. Pelo contrário, o roteiro procura desenvolver o lado mais humano do personagem. Em sua curta duração se gasta um bom tempo mostrando o relacionamento de Rambo com seus poucos familiares ainda vivos, em especial sua sobrinha. Para falar a verdade a parte mais violenta do filme ocupa mesmo apenas os 12 minutos finais do filme. Todo o resto é um grande preparo para a vingança que virá. Outro aspecto positivo desse novo filme é que Stallone não levou seu velho soldado para a selva. Seria uma repetição desnecessária. Ele agora está no meio urbano, vivendo uma vida relativamente comum, em um rancho. Aspectos de sua personalidade são demonstrados, como o fato dele ter que tomar remédios para controlar seus impulsos e traumas. No quadro geral gostei bastante do filme. O John Rambo que surge nele é mais parecido com o velho Logan do que qualquer outra coisa. Alguém que procura a paz e o equilíbrio, mas que sempre precisa ter que lidar com a guerra e a violência. Se for o último filme da franquia será certamente uma boa despedida desse personagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário

Título no Brasil: Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário
Título Original: Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person
Ano de Lançamento: 2023
País: Canadá
Estúdio: Metafilms
Direção: Ariane Louis-Seize
Roteiro: Ariane Louis-Seize, Christine Doyon
Elenco: Sara Montpetit, Félix-Antoine Bénard, Steve Laplante, Sophie Cadieux, Noémie O’Farrell, Patrick Hivon

Sinopse: 
Sasha é uma adolescente. E como toda adolescente ela tem seus problemas emocionais e pontos de atritos com os pais. O pior deles é que ela se recusa a seguir a tradição familiar. E aqui vai o aspecto que a diferencia de todas as outras adolescentes do mundo. Ela faz parte de uma família de vampiros, mas se recusa a saciar sua fome com sangue humano. Ao invés disso se aproxima de um jovem normal que tem problemas de auto estima e depressão. E desse encontro improvável nasce algo maior, para horror de seus familiares. 

Comentários: 
Já temos o filme de vampirismo para a geração Z. Trata-se desse "Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário" cujo título já explica quase tudo que você precisará entender da história do filme. A protagonista é uma adolescente progressista, que tem muita empatia com os seres humanos. Ela é uma vampira, mas nada de se alimentar dos colegas da escola! Ela tem verdadeiro pavor disso. Ao invés de caçar os jovens humanos de sua idade ela faz amizade com eles, procura ser amiga, compreensiva e tudo mais. Ela prioriza empatia para com os que sofrem. É uma garota indie descolada, que coleciona discos de vinil e faz a linha vegetariana. Bem geração Z mesmo. Obviamente abomina os valores dos próprios pais, um bando de sanguinários, embora pareçam à primeira vista com pais normais de classe média suburbana. O filme tem seu próprio ritmo, que algumas vezes vai parecer devagar, quase parando. Resista ao sono e veja até o final. Para minha surpresa acabei gostando do que assisti! 

Pablo Aluísio. 

Cloverfield - Monstro

Título no Brasil: Cloverfield - Monstro
Título Original: Cloverfield
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Drew Goddard
Elenco: Mike Vogel, Jessica Lucas, Lizzy Caplan

Sinopse:
Um grupo de jovens acaba gravando por acaso com sua câmera o surgimento de um monstro colossal em uma grande cidade americana. Tentando sobreviver ao desastre eles fazem de tudo para escapar do local enquanto vão filmando todos os acontecimentos por onde passam.

Comentários:
"A Bruxa de Blair", queiram ou não os críticos, fez escola. E criou uma nova linguagem nos filmes de terror e ficção. Nos Estados Unidos esse tipo de estética é chamada de Mockumentary. Tudo surge ao espectador como se fossem imagens captadas de forma amadora mas que registram eventos fantásticos. Esse "Cloverfield" segue essa linhagem, ou seja, tudo aparece na tela como se tivesse sido registrado por uma pessoa comum, por isso os excessos de imagens sem foco, tremidas, sem objetivo. No caso aqui temos, como foi dito muito ironicamente por um observador mais atento, um cruzamento de "Godzilla" com "A Bruxa de Blair". O resultado é bem irregular. Com orçamento muito enxuto (o filme custou meros 25 milhões de dólares rendendo quatro vezes mais apenas no mercado americano), "Cloverfield" nada mais é do que uma tentativa de trazer uma nova visão para uma ideia bem antiga. Afinal já se faziam filmes em série com monstros como esse nos anos 50. Novidade certamente não há nesse aspecto. A produção, é claro, tem seus defensores mas em minha forma de ver, além da falta de novidades, há uma sensação de ausência de direção no que vemos na tela. O filme muitas vezes cai no lugar comum, se perde com momentos sem importância e desnecessários, banais. Um roteiro melhor desenvolvido também cairia muito bem. Do jeito que está não consegue convencer aos fãs do gênero que vão perdendo o interesse gradativamente ao longo do filme. Quando o tal monstrengo finalmente resolve aparecer em close já se perdeu o interesse nele há muito tempo. Game Over.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Um Homem, um Cavalo, uma Pistola

Título no Brasil: Um Homem, um Cavalo, uma Pistola 
Título Original: Un uomo, un cavallo, una pistola
Ano de Lançamento: 1967 
País: Itália / Alemanha Ocidental 
Estúdio / Produção: Juventus Films
Direção: Luigi Vanzi 
Roteiro: Tony Anthony 
Elenco: Tony Anthony, Daniele Vargas, Dan Vadis, Jill Banner, Marina Berti, Raf Baldassarre 

Sinopse
Um homem estranho e misterioso chega num pequeno vilarejo do velho oeste. Ele é um pistoleiro e caçador-de-recompensas errante. No lugar isolado e dominado por bandidos, descobre que uma diligência supostamente carregada com muito ouro vai passar pelas redondezas. E todos aqueles facínoras querem colocar as mãos naquela fortuna roubada. 

Comentários: 
Dentro de seu nicho, um filme como esse não poderia dar errado. É o segundo de uma franquia informal conhecida como “The Stranger”. Esse western spaghetti tem alguns elementos que o tornam especial. O protagonista não foge em nada daquele tipo que bem conhecemos, a do "Estranho sem Nome" que chega em um lugar desolado, cujo nome real sequer é conhecido. Não se sabe de onde veio e nem para onde vai. Só que nessa breve passagem pela cidadezinha do velho oeste ele muda o destino de várias pessoas que ali moram. Um dos personagens mais divertidos é a de um Pastor ladrão e picareta conhecido como "O Profeta". Um daqueles tipos que sobem num banquinho para falar a palavra do Senhor no meio da rua, tentando com isso arrancar alguns trocados dos que passam. Há também uma quadrilha, com todos aqueles tipos asquerosos de bandidos e até um regimento da cavalaria. Só que a cereja do bolo vem mesmo da diligência que todos querem roubar. No começo pensam que dentro há um grande baú com muito ouro! Só que estão enganados, a própria diligência é feita de ouro! Quer coisa mais ao estilo do faroeste italiano do que isso? Simplesmente não há! 

Pablo Aluísio. 

Zorro e a Cidade de Ouro Perdida

Zorro e a Cidade de Ouro Perdido
Mais um longa-metragem com o personagem Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) para o cinema. Aqui no Brasil o nome de Zorro foi definitivamente assumido com o título nacional da produção embora isso seja obviamente um erro pois o Lone Ranger nada tem a ver com o Zorro verdadeiro. Talvez o fato de ambos os personagens usarem máscara tenha incentivado a distribuidora nacional a adotar o nome comercial de Zorro. Deixando isso de lado aqui temos mais um típico western de matinê com muitas aventuras, tiroteios e heroísmo por parte do Lone Ranger e seu fiel companheiro Tonto (que sofre bastante nas mãos dos bandidos). Novamente os atores Clayton Moore e Jay Silverheels assumem os persongens principais, Lone Ranger e Tonto, respectivamente. O enredo gira em torno da busca de um medalhão dividido em cinco partes que uma vez reunidos revela o mapa da localização de uma lendária cidade formada de ouro, mito conhecido pelos espanhóis que chegaram na América colonial como El Dorado.

Um velho cacique resolve então distribuir as partes do medalhão a pessoas de sua estima. Aos poucos porém esses são mortos misteriosamente, o que leva Lone Ranger a desconfiar que tudo não passa de uma tentativa de se apoderar das partes do medalhão para assim colocar as mãos no tesouro da cidade dourada. A pista leva a uma fazendeira e seu capanga violento. Com toques das antigas aventuras dos anos 40, essa nova fita do Cavaleiro Solitário investe em elementos bem fantasiosos que obviamente fizeram a festa da garotada que frequentava as matinês na década de 1950. Um ponto digno de nota também é a sutil mensagem contra o preconceito racial que surge no personagem do Dr. James Rolfe (Dean Fredericks). Ele é um médico bondoso da cidade que atende indígenas sem pedir nada em troca. O que poucos sabem é que ele tem sangue pele vermelha, fato que revelará em um ponto crucial da estória, ensinando aos mais jovens a importância de se ter orgulho de sua raça, seja indígena, negra ou qualquer outra. Uma bela lição que valoriza ainda mais o filme como um todo. Assista e se divirta com o sabor nostálgico das antigas matinês com o Lone Ranger. 

Zorro e a Cidade de Ouro Perdido (The Lone Ranger and the Lost City of Gold, Estados Unidos, 1958) Direção: Lesley Selander / Roteiro: Eric Freiwald, Robert Schaefer / Elenco: Clayton Moore, Jay Silverheels, Douglas Kennedy / Sinopse: Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) e seu leal parceiro Tonto tentam desvendar a morte de vários indígenas. Depois de investigar eles descobrem que cada um deles era dono de partes de um medalhão que uma vez reunidos indicam a localização de uma lendária cidade toda feita de ouro puro. Agora eles tentarão descobrir os autores dos crimes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

O Documento Holcroft

Título no Brasil: O Documento Holcroft 
Título Original: The Holcroft Covenant 
Ano de Lançamento: 1985 
País: Reino Unido 
Estúdio: Thorn EMI Screen 
Direção: John Frankenheimer 
Roteiro: Edward Anhalt, George Axelrod
Elenco: Michael Caine, Anthony Andrews, Victoria Tennant, Lilli Palmer, Mario Adorf, Michael Lonsdale 

Sinopse: 
Um arquiteto, de origem alemã, descobre que seu pai, general do exército durante a II Guerra Mundial, escondeu uma grande fortuna ao lado de outros oficiais do III Reich. Agora, a fortuna cai em suas mãos, mas não há o que celebrar pois ele passa a ser perseguido por inimigos conhecidos e também ocultos, colocando em risco sua vida. Roteiro baseado no livro homônimo de Robert Ludlum, publicado em 1978. 

Comentários:
A história do filme mantém o interesse, mas fica claro desde o começo que há problemas no ritmo em que a história é contada. Em determinados momentos nada de muito interessante acontece, ficando quase tudo bem chato. Já em outros momentos tudo parece acelerar, com atropelos no enredo. Isso tudo aconteceu não por culpa do diretor John Frankenheimer. Sua primeira versão tinha quase três horas de duração. Os executivos do estúdio não gostaram do que viram. Então saíram promovendo cortes e mais cortes, resultando tudo numa péssima edição que não raro deixa tudo confuso, ora arrastado demais, ora apressado em demasia, tentando colocar apressadamente um ponto final na história que está contando. Olha, muito cansativo! Sobram de bom no final de tudo a boa interpretação de Michael Caine e as belas paisagens das diversas cidades onde o filme foi rodado (Munique, Lindau, Berlim, Londres). Pena que nada disso seja o suficiente para salvar o filme que foi muito mal nas bilheterias quando chegou nos cinemas em meados dos anos 80. É o que acontece quando executivos tentam interferir nas obras cinematográficas de grandes cineastas. 

Pablo Aluísio.

Balas Contra a Gestapo

Balas Contra a Gestapo
Após a morte de um pequeno comerciante no bairro em que domina, o gangster 'Gloves' Donahue (Humphrey Bogart) sai em busca do assassino. O que ele não desconfia é que o assassinato não foi apenas um crime comum. Na verdade conforme o tempo passa e novas revelações vão surgindo, Gloves acaba descobrindo que um grupo de espiões da Alemanha Nazista está envolvido. A Gestapo (a violenta polícia secreta de Hitler) está infiltrada em Nova Iorque, com vários figurões em postos chaves dentro da sociedade. O problema é que por ser um gangster ninguém acredita em suas revelações. Assim ele e seus homens terão que limpar, por conta própria, as ruas da cidade. Interessante filme estrelado por Humphrey Bogart. Apesar da sinopse, que pode levar alguém a acreditar que se trata de um filme de espionagem ao velho estilo, esse "All Through the Night" tem algumas peculiaridades, apresentando até mesmo um certo bom humor, algo raro nesse tipo de produção.

Embora não possa ser considerado uma comédia, o roteiro se apoia bastante nessa situação sui generis envolvendo um criminoso (Bogart) que acaba se tornando a única salvação de Nova Iorque. Acontece que a Gestapo está secretamente atuando na cidade, planejando um grande atentado contra um importante navio de guerra da marinha americana que está ancorado no principal porto da cidade. Claro que o roteiro é meramente ficcional, servindo até mesmo como uma referência da paranoia e do medo que surgiam dentro da sociedade americana naquela época de guerra e incertezas sobre o futuro (o filme foi rodado bem no meio da Segunda Guerra Mundial). Humphrey Bogart segue seu tipo habitual. Ele é um gangster que, ironicamente, precisa sempre lidar com sua mãe, uma matrona italiana que trata o filho como se fosse uma criança. As cenas com ela (interpretada pela excelente atriz Jane Darwell) rende alguns momentos bem divertidos no filme.

O interessante é que Bogart interpreta um criminoso de bom coração, mostrando uma certa simpatia por parte de Hollywood em relação a certos gangsters da época. Seus comparsas são tipos praticamente cômicos, contando inclusive com um membro de sua gang que só se envolve em confusões, enquanto tenta passar a tão sonhada lua de mel com sua jovem noiva. Assim temos aqui um interessante filme dos anos 40 que, apesar do tema, não procura se levar muito à sério. A presença do bom e velho Bogart será certamente um dos grandes atrativos para se conferir a produção, muito embora o péssimo título nacional vá afastar alguns cinéfilos. Ignore isso e se divirta com esse filme de gangster bem diferente.

Balas Contra a Gestapo (All Through the Night, Estados Unidos, 1941) Estúdio: Warner Bros / Direção: Vincent Sherman / Roteiro: Leonard Spigelgass, Edwin Gilbert / Elenco: Humphrey Bogart, Conrad Veidt, Kaaren Verne, Peter Lorre, Jane Darwell, William Demarest /Sinopse: Um gangster de Nova Iorque passa a desconfiar que membros da Gestapo, o serviço secreto da Alemanha nazista, estão atuando na cidade, cometendo crimes e espalhando terror.

Pablo Aluísio.

Minha Vida de Cinéfilo - Texto II

Minha Vida de Cinéfilo - Texto II
Eu tenho a opinião de que quem viveu os anos 80 viveu também o auge da paixão por filmes e cinema. A era do Vídeocassete explodiu então todo mundo queria consumir filmes e filmes. Meus amigos na escola falavam sobre cinema, minha turma era muito ligada na sétima arte! Era um clima bem diferente dos dias de hoje. Havia muitas publicações de revistas no Brasil. Provavelmente a primeira revista de cinema que comprei na minha vida foi a Cinemin. Era uma boa revista, com muitas matérias interessantes. Uma revista de formato grande, que era até ruim de colecionar por isso! O papel de dentro era preto e branco, mas as capas costumavam ser muito bem feitas, bonitas. Eu me recordo da capa com Aliens, o Resgate e Jogo Bruto. Tive essas duas edições e muito mais. Infelizmente as perdi com o tempo e me arrependo muito disso!

Agora, a revista de cinema da minha vida foi a Set. Era uma publicação da Abril. Que revista boa! Colecionei ao longo dos anos, da edição 1 até a última. Era um tempo bom! Nas revistas de cinema eu ficava informado sobre os novos filmes, ao mesmo tempo que ia aprendendo a cada nova leitura. Foi a minha universidade de cinéfilo. Esse é um tempo que não existe mais! Sequer existem mais bancas de revistas e jornais agora! Eu até hoje fico chocado com essa nova realidade. Adoro a internet, mas esse meio de revistas e jornais impressos não precisava ter sido varrido do mapa como foi! Em minha opinião isso foi bem trágico para a cultura de um modo em geral. 

Por volta de 1985 eu passei a ir aos cinemas todas as semanas. Se tivesse filme bom estreando, pode ter certeza que eu estava lá. O ingresso era muito barato e não havia cinema em shopping centers. Eram ainda os velhos cinemões de bairro. Os que eu frequentava ficava no centro da minha cidade. Eles se chamavam Municipal (o melhor, com os principais lançamentos do mês) e o Plaza (onde passavam os filmes de segunda categoria). Ficavam na mesma rua, com uma pequena distância entre eles. 

Como estudava pela manhã ia aos cinemas à tarde, geralmente nas segundas ou quartas (que tinha preço promocional). Foi uma época muito feliz da minha vida. Eu era jovem, estudante, adorava cinema e música, mas não o tipo de som que a garotada da minha idade curtia. Eu gostava de Rock Clássico como Elvis Presley, os Beatles, etc. Curioso, mesmo após tantos anos eu ainda tenho o mesmo gosto musical. Acho que ninguém superou esses artistas do passado! E hoje, cinquentão, fico feliz em olhar para trás e ver que eu sempre tive um excelente gosto musical. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 30 de novembro de 2025

Os Filmes de Brad Pitt - Parte 4

A Mexicana
Não curti nem um pouco. Vi no cinema e saí insatisfeito. Pitt e Roberts não convencem e não mostram paixão nenhuma na dela. Sobra para o James Gandolfini tentar salvar o filme, mas em vão. Ele não é santo milagreiro. A mistura de filme de ação com romance não combinou muito bem. Há claras falhas de ritmo, além de uma duração que soa muito excessiva, talvez pelo fato do enredo ser bem enfadonho. É a tal coisa, até gosto de forma em geral do cinema assinado pelo diretor Gore Verbinski. 

Aqui porém ele errou na mão. Não sei se foi a pressão dos astros (da dupla central formada por Pitt e Roberts) ou então por causa do estúdio (DreamWorks, de Steven Spielberg), mas o fato é que tudo é muito artificial. Nada convincente, nada marcante. É aquele tipo de filme que, apesar dos nomes envolvidos, muitos deles bem talentosos, não existe aquela fibra que encontramos em grandes filmes. No fundo tudo é um grande exercício de vazio.

A Mexicana (The Mexican, Estados Unidos, 2001) Estúdio: Dreamworks Pictures / Direção: Gore Verbinski / Roteiro: J.H. Wyman / Elenco: Brad Pitt, Julia Roberts, James Gandolfini, J.K. Simmons, Bob Balaban / Sinopse: Um criminoso tem que ir ao México em busca de uma pistola rara e de grande valor para entregar ao seu chefe ao mesmo tempo em que tem que lidar com sua esposa que quer de todas as formas que ele abandone o mundo do crime de uma vez por todas.

Jogo de Espiões
Quando Brad Pitt começou a realmente fazer sucesso no cinema ele logo foi comparado a Robert Redford. Ambos, diziam os críticos, eram parecidos fisicamente e seguiam um mesmo estilo de personagem. Pessoalmente eu nunca achei, mas como parecia ser uma boa ideia reunir a dupla em um filme a Universal Pictures aceitou pagar os cachês milionários dos atores para que eles estrelassem esse "Spy Game". É interessante notar que quando o filme foi lançado havia um certo pensamento de que filmes sobre espiões estavam fora de moda, ultrapassados. Até porque poucos anos antes o muro de Berlim havia caído e não tinha mais muito sentido apostar nesse tipo de roteiro. Foi talvez esse o maior problema enfrentado pelo filme quando chegou aos cinemas.

A bilheteria foi morna e a repercussão nada animadora. A trama gira em torno de um agente da CIA veterano, Nathan Muir (Robert Redford), que é convocado pelo serviço de inteligência para salvar a vida do jovem espião Tom Bishop (Brad Pitt), que foi seu pupilo no passado. A "amizade" que os une é do tipo amor e ódio pois o personagem de Redford não consegue confiar plenamente em Pitt. Com uso de flashbacks em seu desenrolar o filme só se prejudica mesmo por sua falta de ritmo. Como escrevi naquela época o público não parecia mais interessado em jogos de espiões dos tempos da guerra fria. Muito provavelmente se o filme tivesse sido lançado antes, uns três anos antes, teria melhor sorte, quem sabe...

Jogo de Espiões (Spy Game, Estados Unidos, 2001) Direção: Tony Scott  / Roteiro: Michael Frost Beckner / Elenco: Robert Redford, Brad Pitt, Catherine McCormack, Marianne Jean-Baptiste / Sinopse: Um espião veterano é escalado para ajudar um episáo bem mais jovem, porém ao que tudo indica há mais interesses escusos em jogo, mesmo que muitos não saibam.

Onze Homens e um Segredo
Esse filme nasceu por acaso. O ator George Clooney estava hospedado em um hotel de Las Vegas quando assistiu na TV o clássico original com Frank Sinatra e seus amigos do rat pack. Ele então se perguntou porque ninguém tinha ainda feito um remake desse filme! Imediatamente contactou seu agente e esse saiu em busca dos direitos da obra cinematográfica. Com tudo pronto contratou o diretor Steven Soderbergh e no mesmo espírito que deu origem ao filme de Sinatra saiu convidando seus amigos mais próximos em Hollywood para fazer parte do elenco. Afinal Clooney sempre foi um dos atores mais bem relacionados dentro da indústria, tendo mesmo cacife para reunir tanta gente famosa em apenas uma produção.

Se você não tem ideia ainda do que se trata (o que acho bem difícil), o roteiro mostra um grupo de criminosos que decide roubar um grande cassino em Las Vegas. O plano, como era de se esperar, é simplesmente mirabolante, praticamente uma orquestra bem afinada formada por ladrões. O clima é bem ameno, quase levado às últimas consequências. Nenhum ator do elenco parece levar muito à sério o que acontece, o que é um ponto positivo a mais para o filme. Lançado em 2001 esse remake foi um grande sucesso de bilheteria, se tornando um blockbuster certeiro, mostrando que George Clooney tinha jeito (e sorte) também como produtor de cinema. Como deu origem a várias continuações (todas inferiores) ainda considero esse o melhor dessa nossa safra. Claro, nenhum desses novos filmes conseguiu ser mais legal e bacana do que o de Frank Sinatra e cia, mas no geral também não fez feio. É acima de tudo uma diversão bem-vinda ao estilo soft, tudo bem descompromissado.

Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven, Estados Unidos, 2001) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Clayton Johnson, Jack Golden Russell / Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Don Cheadle, Casey Affleck, Bernie Mac, Joshua Jackson, Steven Soderbergh / Sinopse: Danny Ocean (George Clooney) decide formar um grupo de especialistas, ladrões de bancos, para um roubo milionário em um dos maiores e mais ricos cassinos de Las Vegas. Filme indicado ao César Awards (França) na categoria de Melhor filme estrangeiro (USA) e ao Art Directors Guild.

Tróia
Alguns filmes épicos tinham tudo para se tornarem clássicos modernos da sétima arte, o problema é que muitas vezes os produtores optam por realizar blockbusters vazios que visam apenas satisfazer os desejos de uma platéia jovem e pouco interessada em história. Ao invés de contar tudo da forma mais crível possível se opta por enredos fantasiosos e baseados em cenas de ação gratuitas. Esse "Tróia" vai por esse caminho. O cineasta Wolfgang Petersen perdeu o controle sobre o filme e os executivos da Warner impuseram sua visão de realizar um filme feito meramente para alcançar grandes bilheterias na temporada mais competitiva do cinema americano. 

Ao custo de 175 milhões de dólares, "Tróia" tem tudo que a indústria americana tem de melhor a oferecer em aspectos puramente técnicos, principalmente em seus ótimos efeitos digitais, figurinos luxuosos e cenas de impacto visual. A única coisa que não tem é um bom roteiro que logo se perde em bobagens históricas. Brad Pitt, que sempre considerei um bom ator está particularmente medíocre no papel de  Aquiles e como todo o restante do elenco é fraco (alguém vai esperar alguma coisa de Orlando Bloom?) o filme deixa aquela sensação de pastel de vento. Não alimenta e nem enriquece, só engorda.

Tróia (Troy, Estados Unidos, 2004) Estúdio: Warner Bros / Direção: Wolfgang Petersen/ Roteiro: David Benioff / Elenco: Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Peter O'Toole / Sinopse: Baseado na obra de Homero o filme conta a história da lendária guerra de Tróia que supostamente ocorreu no ano de 1193 a.C. Um evento banal envolvendo questões familiares deu origem a um intenso conflito armado entre as poderosas cidades estados de Messênia e Tróia. Liderando os exércitos invasores surge o valente e heróico Aquiles (Brad Pitt). Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Figurino.

Doze Homens e Outro Segredo
Essa franquia de sucesso mais parece uma reunião de amigos em um fim de semana do que qualquer outra coisa. E pensar que tudo começou lá na década de 1960 quando Frank Sinatra mandou o estúdio escrever um roteiro que pudesse contar com todos os seus amigos do “bando de ratos”, a saber: Dean Martin, Sammy Davis Jr e todo o resto da trupe. O filme original também tinha esse ar descompromissado que foi repetido aqui nessa nova franquia. Só que sai Sinatra e entra George Clooney. Ator bem relacionado em Hollywood com vários amigos no meio ele conseguiu reunir um time de estrelas do primeiro escalão de Hollywood para rodar inicialmente o remake do filme de Sinatra. 

Só depois do grande sucesso daquela produção foi que o estúdio teve a oportuna idéia de realizar continuações, até porque em Hollywood o que faz sucesso vira franquia imediatamente. O dinheiro é que manda! O primeiro filme é bem realizado, com direção correta e bom roteiro mas em nenhum momento chega a ser surpreendente ou marcante. No final das contas apenas diverte – e era justamente essa a intenção de seus realizadores. Já essa seqüência para falar a verdade não traz mais nada de novo. A verdade pura e simples é que não tinham mais nenhuma estória para contar então realizaram uma espécie de remake do remake (por mais estranho que isso possa parecer!).

Aqui Danny Ocean (George Clooney) resolve viver longe do mundo da criminalidade. Casado com Tess (Julia Roberts) ele só quer mesmo paz e tranqüilidade. As coisas começam a mudar quando o ex-marido de Tess, o almofadinha Terry Benedict (Andy Garcia), resolve recuperar todo o dinheiro que lhe foi roubado pelo grupo de Danny Ocean no primeiro filme. Ao mesmo tempo Ocean resolve se precaver e muda de idéia, resolvendo reunir novamente seus comparsas para aquele que seria o super roubo de sua carreira. O alvo dessa vez porém fica na Europa. Nesse ínterim a agente do FBI Isabel Lahiri (Catherine Zeta-Jones) começa o seu acerto de contas contra Rusty (Brad Pitt), um dos membros da equipe de Ocean. Seguem-se as costumeiras perseguições, cenas espetaculares e muita ação. 

Assim temos mais do mesmo. O roteiro se concentra nos preparativos do grande assalto enquanto os demais personagens apenas passeiam em cena. Um dos problemas dessa franquia é justamente esse, o excesso de personagens. Com tanta gente em cena ao mesmo tempo nenhum papel chega a ser bem desenvolvido, nem o de Ocean (Clooney). Júlia Roberts e Catherine Zeta-Jones não acrescentam em nada ao resultado final e mais parecem penetras no clube do Bolinha de Clooney. Os atores também não parecem levar nada à sério, em especial Brad Pitt que mais parece estar de férias na Europa. Se não é para ser levado à sério então porque o espectador vai se importar? Mesmo assim até que funciona como passatempo ligeiro, leve, mesmo que você esqueça tudo o que assistiu dois minutos depois do filme terminar.

Doze Homens e Outro Segredo (Ocean's Twelve, Estados Unidos, 2004) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: George Nolfi / Elenco: George Clooney, Andy Garcia, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Catherine Zeta Jones, Vincent Cassel, Don Tiffany / Sinopse: Mais uma vez o grupo liderado por Dany Ocean (George Clooney Resolve partir para um grande roubo, só que dessa vez na Europa.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de novembro de 2025

Elvis Presley - Elvis Now - Parte 5

"We Can Make the Morning" tem um belo trabalho vocal por parte dos grupos de apoio de Elvis. Essa canção sempre considerei uma das melhores sob esse aspecto. Talvez não tenha sido tão bem recebida pelo público porque sua sonoridade destoava um pouco do que tocava nas rádios na época. "American Pie" de Don McLean era um hit nas paradas e mostrava bem o que todos estavam querendo ouvir por volta de 1972. Músicas grandiosas como essa de Elvis Presley dificilmente iriam se sobressair no mercado.

A RCA Victor porém resolveu ignorar isso e colocou a música de Jay Ramsey como lado B do novo single de Elvis. Não houve boa receptividade, fazendo com que o compacto chegasse apenas ao quadragésimo lugar entre os compactos mais vendidos, um resultado muito longe do que a gravadora pretendia. É uma pena já que definitivamente a canção era bonita e bem executada. Apenas não era a ideal para ser lançada como single naquela ocasião. De qualquer maneira acabou recebendo boas críticas por parte de revistas especializadas em música. Se não foi tão bom do ponto de vista comercial, pelo menos ganhou a simpatia dos críticos musicais.

O Lado A desse mesmo single veio com a melancólica "Until It's Time For You To Go". Essa era uma nova versão de Elvis para um sucesso de meados dos anos 60. A música havia sido escrita e lançada pela artista canadense Buffy Sainte-Marie. Ela foi uma nativa que cantando sobre paz, amor e ativismo político, conseguiu se sobressair no cenário da música naquele período. Sua versão original é bem de acordo com o movimento hippie, com apenas voz e violão, algo singelo, simples, mas ao mesmo tempo bonito e harmonioso.

Elvis de certa forma tirou a melodia de suas origens e a levou para um estilo mais country and western. Também sua banda TCB vinha nessa pegada. Elvis assim tornava a música mais palatável para o público do sul dos Estados Unidos, que tinha mais familiaridade com a sonoridade vinda de Nashville. Muito provavelmente Elvis nem tenha se inspirada na gravação original de Sainte-Marie, mas sim na versão do grupo britânico The Four Pennies. Eles a gravaram em 1965 e conseguiram transformar sua gravação em um top 20 da parada. Um feito e tanto. Pena que na voz de Elvis a música não voltou a obter muito sucesso na parada de singles. Muito provavelmente ela já havia chegado ao máximo em termos de êxito comercial com os ingleses, sete anos antes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Sonhos de Trem

Título no Brasil: Sonhos de Trem
Título Original: Train Dreams 
Ano de Lançamento: 2025 
País: Estados Unidos 
Estúdio / Produção: Kamala Films
Direção: Clint Bentley 
Roteiro: Clint Bentley, Greg Kwedar 
Elenco: Joel Edgerton, Felicity Jones, Kerry Condon, William H. Macy, Nathaniel Arcand, Clifton Collins Jr. 

Sinopse: 
A história de um homem comum, um trabalhador chamado Robert Grainier. Quando criança, se torna órfão. Ao se tornar adulto vai trabalhar como lenhador e operário na construção de linhas de trem rumo ao oeste. Conhece uma jovem e com ela forma uma família. Constrói uma cabana no meio da floresta, mas sua felicidade é logo abalada por uma tragédia de grandes proporções. Baseado na novela Train Dreams, do escritor Denis Johnson. 

Comentários: 
Que filme ótimo! Em tempos atuais está cada vez mais raro se deparar com um filme assim, tão humano, com sentimentos tão verdadeiros! E para isso não precisa de muita coisa, a não ser uma boa história, um elenco aprimorado, uma bela direção, com lindas imagens da natureza capturadas por uma direção de fotografia inspirada. Todos os elementos que fazem um bom filme podem ser encontrados aqui. Em particular destaco não apenas o casal protagonista - estão ótimos em cena - como também a figura do velho homem trabalhador interpretado por William H. Macy. Ele é um sábio em sua própria maneira de ser. Uma sabedoria popular, fruto de anos de trabalho árduo, tudo em troca de uma vida honesta, mas igualmente muito dura. E ele tem esses pequenos pensamentos para passar aos mais jovens que queiram ouvir. Enfim, eis aqui um bom filme para se assistir na Netflix. Um tipo raro de obra cinematográfica de valor nos dias magros de bons filmes em que vivemos atualmente. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Respire

Título no Brasil: Respire
Título Original: Breathe 
Ano de Lançamento: 2024 
País: Estados Unidos 
Estúdio / Produtoras: Capstone Studios
Direção: Stefon Bristol 
Roteiro: Doug Simon 
Elenco: Jennifer Hudson, Milla Jovovich, Quvenzhané Wallis, Sam Worthington, Common, Raúl Castillo 

Sinopse:
Após mais uma tragédia ambiental mundial, o Planeta Terra perdeu parte de sua atmosfera. Com isso o Oxigênio, essencial para a respiração de todos os seres humanos, se torna um item raro, disputado com violência. Uma família sobrevive graças a uma invenção do pai, engenheiro, que construiu uma máquina de produção de Oxigênio. Só que isso vai trazer uma grave ameaça a todos eles, pois estranhos batem à porta em busca dessa máquina salvadora. 

Comentários: 
Achei bem fraco! O filme se passa em um mundo pós-apocalíptico. A justificativa agora vem da ausência ou escassez de oxigênio no planeta. Claro que algo assim iria exterminar grande parte da humanidade. E dentro da história que o filme conta, realmente exterminou. Até aí tudo bem. Só que o filme é focado numa pequena família (pai, mãe e filha) que conseguiram sobreviver. O pai, engenheiro sagaz e inteligente, construiu uma máquina que garantiu a sobrevivência delas, mas agora decide partir, porque sabe que não haverá oxigênio suficiente para 3 pessoas! Então ele se vai... e não demora muito para estranhos baterem à porta onde vivem agora sua esposa e filha... completamente sozinhas! História OK, mas sem maiores surpresas. O que não gostei mesmo foi do estilo visual do filme! Esse estilo de "filmagem amadora" me incomoda demais. Parece que estou assistindo a um Reality Show e isso definitivamente é péssimo! Eu implico mesmo com essa nova forma que alguns filmes estão adotando. É algo que me incomoda mesmo! Eu quero a película de 35mm, a clássica usada em cinema desde sempre. Um filme feito com imagem digital mixuruca não me interessa mais. Não dá, são muitos anos de cinefilia para aceitar algo assim! Quero mais que esse novo cinema digital seja engolido por um buraco negro no centro de nossa galáxia! E vou implicar cada vez mais quando encontrar filmes produzidos nesse estilo lamentável. 

Pablo Aluísio.