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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

A Filha de Satã

Título no Brasil: A Filha de Satã
Título Original: Night of the Eagle
Ano de Lançamento: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Independent Artists
Direção: Sidney Hayers
Roteiro: Fritz Leiber Jr, Charles Beaumont
Elenco: Peter Wyngarde, Janet Blair, Margaret Johnston

Sinopse:
Um professor universitário leciona aos seus alunos sobre crenças ancestrais. Ele ensina que coisas como feitiçarias e bruxarias são crendices antigas que não possuem mais nenhuma razão de ser nos dias modernos. Já sua esposa é o oposto disso. Ela acredita em todo tipo de magia e vai acabar prejudicando seu marido por causa disso. Filme também conhecido como "Burn Witch, Burn!". 

Comentários:
Antes de mais nada ignore o título nacional estúpido. Não tem nada a ver. O filme originalmente se chama "A Noite da Águia". Não é um filme de terror barato e passa muito longe disso. Aliás se destaca pelo extremo oposto. Achei um roteiro muito bem escrito, muito sóbrio, até mesmo elegante. O contraste entre um homem intelectual, racional, professor de universidade e sua esposa, cheia de crendices, espalhando artefatos de feitiçaria e bruxaria por toda a sua casa, levanta questões muito interessantes, entre elas a de que esse tipo de superstição, no fundo, só causa efeito se a própria pessoas acreditar nelas! É o poder de sugestão da própria mente humana, nada tendo a ver com magia real ou qualquer coisa que o valha. Enfim, um filme muito interessante que não perde a elegância nem mesmo nos momentos de loucura da personagem da esposa do professor. Vale a recomendação. 

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Os Inocentes

Eis um belo clássico do suspense e do terror. O filme tem uma história bem interessante. Miss Giddens (Deborah Kerr) é contratada por um rico homem de negócios para cuidar de seus sobrinhos órfãos. Eles vivem em uma isolada e distante mansão no interior inglês. Em estilo vitoriano a estranha casa parece ter personalidade própria, envolvida em uma penumbra perene de mistério e sordidez. No começo o novo emprego se mostra promissor, mas logo Giddens começa a perceber o estranho comportamento das crianças, o que a deixa completamente desconcertada. Será que há alguma ligação entre aquelas pessoas e a forças do sobrenatural tão presentes na casa?

Gostei de praticamente tudo em "Os Inocentes". O roteiro é muito bem escrito, se aproveitando muito bem do clima soturno, do argumento inteligente e das excelentes atuações. Embora muitos críticos não gostem do filme "Os Que Chegam Com a Noite" eu penso que ter assistido ele antes me ajudou muito na compreensão do texto desse "Os Inocentes". Isso porque a estória do filme de Marlon Brando nos mostra tudo o que aconteceu naquela casa antes dos acontecimentos que vemos aqui em "Os Inocentes". Assim já sabemos de antemão como era o relacionamento entre as crianças e Peter Quint (que era interpretado por Brando). Aliás vou além, recomendo que os filmes sejam assistidos em sequência, pois certamente um complementa o outro, deixando tudo mais fluído e bem compreendido para o espectador. São obras cinematográficas que se completam.

 "Os Inocentes" é um terror psicológico que se fundamenta muito no chamado poder de sugestão. Ao invés de mostrar monstros de borracha sem cabeça (como era comum em alguns filmes da época), o filme apenas sugere certas situações, certos momentos, tudo com elegância e sofisticação. Talvez por isso não tenha envelhecido, mesmo tendo sido produzido no começo dos anos 1960. O roteiro também é aberto a várias interpretações. Por exemplo, há uma certa controvérsia até hoje entre os cinéfilos sobre o que teria realmente acontecido com o garoto Miles (interpretado muito bem pelo ator mirim Martin Stephens). Possessão demoníaca? Ou apenas pura maldade e perversidade pessoal do garoto? Cada espectador acaba criando sua própria conclusão, o que demonstra bem como o roteiro é muito bem escrito e imaginativo.

Também não é para menos uma vez que estamos falando de um filme que foi adaptado da obra de um dos maiores escritores da história, Henry James. Por essa razão espere por um excelente suspense de terror mas não por um filme banal, de soluções fáceis e sustos gratuitos. O inteligente argumento no fundo explora o lado mais sombrio da alma humana, dissecando a própria natureza do ser humano, que já nasce corrompida e tendente à maldade pura, como muito bem demonstrado nos garotos de “Os Inocentes”. São crianças, mas nem um pouco inocentes como o próprio título do filme sugere em fina ironia. Enfim, "Os Inocentes" é uma bela obra cinematográfica que mostra que muitas vezes o implícito é bem mais assustador do que o explicito em filmes de suspense e terror. Além disso disseca como poucos a verdadeira natureza humana. Você vai se surpreender com o resultado final.

Os Inocentes (The Innocents, Inglaterra, 1961) Direção: Jack Clayton / Roteiro: John Mortimer baseado no livro de Henry James / Elenco: Deborah Kerr, Peter Wyngarde, Megs Jenkins / Sinopse: Miss Giddens (Deborah Kerr) é contratada por um rico homem de negócios para cuidar de seus sobrinhos órfãos. Eles vivem em uma isolada e distante mansão no interior inglês. Não demora a perceber que algo muito sinistro está ocorrendo no local. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme britânico.

Pablo Aluísio.