sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Crown, o Magnífico

Título no Brasil: Crown, o Magnífico
Título Original: The Thomas Crown Affair
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Alan Trustman
Elenco: Steve McQueen, Faye Dunaway, Paul Burke

Sinopse:
Thomas Crown (Steve McQueen) é um milionário executivo do mundo financeiro que sob uma fachada de respeito e prestígio organiza bem planejados roubos a banco. A polícia não consegue unir pistas sólidas para chegar até ele, o que faz com que o inspetor resolva contratar os serviços de Vicki Anderson (Faye Dunaway), uma especialista em crimes desse tipo. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Canção Original ("The Windmills of Your Mind"). Também vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.  

Comentários:
Steve McQueen se notabilizou em sua carreira ao interpretar homens de ação, sujeitos durões que colocavam a mão na massa sempre que fosse necessário. Nesse "The Thomas Crown Affair" houve uma mudança de paradigma nos personagens interpretados pelo ator. Aqui ele dá vida a um criminoso cerebral que organiza e planeja roubos a banco, mas não participa diretamente de sua execução. De forma muito inteligente move as peças de seu plano sem que ninguém chegue até ele diretamente ou saiba sobre sua verdadeira identidade, assim mesmo que alguém do seu grupo venha a cair ou ser preso jamais se conseguirá chegar até ele, o mentor de tudo. O filme também tem uma narrativa singular, com farto uso de multi-telas, mostrando todos os menores detalhes dos momentos mais importantes da trama. Esse tipo de estética foi muito popular entre o fim dos anos 1960 e começo da década de 1970. A sensação é muito completa, dando um panorama amplo para o espectador de tudo o que está acontecendo, mas que por outro lado também exigia um trabalho extra do diretor e sua equipe, o que contribui para que fosse gradualmente deixado de lado. Assim o filme de certa forma privilegia as tomadas mais impactantes, procurando captar todos os mínimos detalhes. Em termos de trilha sonora se encontra outro diferencial, com farto uso de jazz e canções mais sofisticadas, tudo para acompanhar a suposta finesse do personagem principal. Por fim e não menos importante, temos a tensão sexual entre Thomas Crown (Steve McQueen) e Vicki Anderson (Faye Dunaway) que o diretor Norman Jewison soube muito bem explorar, em especial na famosa cena do jogo de xadrez onde as conotações sexuais se tornam óbvias. Em suma, um momento diferente na carreira de Steve McQueen, que aqui demonstra que também poderia interpretar personagens sofisticados, finos e elegantes, sem o menor problema.

Pablo Aluísio.

Se o Marido Atender, Desligue

Título no Brasil: Se o Marido Atender, Desligue
Título Original: If a Man Answers
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Henry Levin
Roteiro: Richard Morris, Winifred Wolfe
Elenco: Sandra Dee, Bobby Darin, Cesar Romero, Micheline Presle

Sinopse:
Chantal Stacy (Sandra Dee) é uma rica socialite que acaba se casando com o fotógrafo pobretão Eugene Wright (Bobby Darin). Nos primeiros meses tudo acaba indo bem até o surgimento de um amigo invejoso que tenta separar os dois. Em desespero, Chantal procura conselhos com a mãe, mas a ajuda que recebe acaba piorando ainda mais a situação.

Comentários:
Uma comédia romântica típica dos anos 1960 com o casalzinho formado pela atriz Sandra Dee e pelo cantor Bobby Darin, que formavam par também fora das telas. Nesse período do cinema americano o produtor  Ross Hunter descobriu a força de bilheteria que representava o público feminino e resolveu investir cada vez mais nesse tipo de produção feito especialmente para elas. A fórmula deu tão certo que até hoje em dia filmes assim costumam ser extremamente populares, rendendo ótimas bilheterias todos os anos. Super colorido, ensolarado, o filme mantém seu charme nostálgico. No elenco uma surpresa: Cesar Romero acabou roubando o show e recebeu até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator Coadjuvante (além dessa o filme ainda foi indicado para Melhor Comédia - Musical). Obviamente que hoje em dia vai soar um pouco datado, mas no geral ainda se torna interessante para cinéfilos em geral por ser um exemplo perfeito desse gênero no cinema da época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Dominado Pelo Crime

Título no Brasil: Dominado Pelo Crime
Título Original: Six Bridges to Cross
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joseph Pevney
Roteiro: SydTony Curtis, ney Boehm, Joseph F. Dinneen
Elenco: Tony Curtis, George Nader, Julie Adams, Sal Mineo, Jay C. Flippen, Jan Merlin

Sinopse:
A história emocionante de uma amizade ao longo da vida entre um policial novato de Boston e um jovem delinquente das ruas. Roteiro baseado em fatos reais, tirados das crônicas policiais daquela época bem violenta.

Comentários:
O Tony Cyrtis costumava dizer que o cinema o salvou do mundo do crime. Como jovem pobre de um bairro de Nova Iorque ele muito provavelmente teria se tornado um criminoso como muitos de seus amigos de infância e juventude. Esse filme aqui retrata esse lado da criminalidade atingindo os mais jovens. O elenco é bem interessante. Além de Tony Curtis há dois nomes da "turminha de James Dean" em Hollywood. A atriz Julie Adams (que trabalhou ao lado de Dean em "Vidas Amargas") e Sal Mineo (que atuou ao lado do lendário rebelde em "Juventude Transviada". Por ironia do destino Sal Mineo seria assassinado em um crime de ódio algumas décadas depois. A vida imita a arte? No caso aqui parece que sim.

Pablo Aluísio.

Charlie Chan e o Estrangulador

Título no Brasil: Charlie Chan e o Estrangulador
Título Original: Charlie Chan's Murder Cruise
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Eugene Forde
Roteiro: Robertson White
Elenco: Sidney Toler, Marjorie Weaver, Lionel Atwil

Sinopse:
Charlie tenta descobrir a identidade de um estrangulador que ataca várias vezes em um navio de cruzeiro viajando do Havaí, da capital Honolulu à Califórnia. Apenas sua destreza como investigador poderá impedir que mais pessoas sejam mortas por esse sanguinário assassino.

Comentários:
Hoje em dia esse personagem Charlie Chan anda meio esquecido dentro da cultura pop mundial. Entretanto no passado ele foi um dos personagens mais populares que se tinha notícia. E ele estava em todas as partes, em peças de teatro, em revista em quadrinhos, em programas de rádio e, é claro, também no cinema. Uma série bem sucedida de filmes antigos foram feitos com esse personagem tão querido pelas pessoas de um passado não tão distante assim. Esse "Charlie Chan e o Estrangulador" é mais um exemplo disso, em um roteiro bem escrito, em uma produção bem feita e em um elenco realmente entrosado. Tudo muito bom.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A Batalha de Anzio

Filme de guerra feito nos moldes do velho estilo do gênero, embora tenha sido produzido já no final dos anos 60, quando esse modo de fazer cinema já estava ficando um pouco fora de moda. Ao invés do romantismo heroico dos filmes antigos, o cinema já naquela fase procurava por mais realismo, mostrando os soldados e combatentes como eles eram na vida real, ou seja, sujeitos que não eram exatamente heróis absolutos, acima do bem e do mal, mas sim seres humanos normais, que apresentavam também suas pequenas e grandes falhas de caráter.

O filme é uma produção entre estúdios americanos e italianos e mostra a carnificina que aconteceu em campo quando tropas aliadas e nazistas bateram de frente numa das batalhas mais sangrentas da II Guerra Mundial. Em pouco tempo de fogo cruzado mais de 30 mil homens foram mortos de ambos os lados. Esse capítulo da guerra foi vital pois estava em jogo o domínio sobre a Itália e sua capital Roma. No elenco o grande destaque vem da presença do veterano Robert Mitchum. O tempo já havia castigado o velho ídolo do cinema, mas ele ainda estava firme e forte em cena, interpretando o mesmo tipo durão que fez sua fama ao longo de tantos anos de carreira.

A Batalha de Anzio (Lo sbarco di Anzio, Estados Unidos, Itália, 1968) Direção: Edward Dmytryk, Duilio Coletti / Roteiro: H.A.L. Craig, baseado no livro de história escrito por Wynford Vaughan-Thomas / Elenco: Robert Mitchum, Peter Falk, Robert Ryan / Sinopse: Dick Ennis (Robert Mitchum) é o correspondente de guerra que vivencia uma das mais violentas batalhas da II Grande Guerra Mundial, quando soldados aliados e inimigos nazistas encheram o solo italiano de sangue decorrente de um dos conflitos armados mais letais da história.

Pablo Aluísio.

A Vingança do Homem Invisível

Título no Brasil: A Vingança do Homem Invisível
Título Original: The Invisible Man's Revenge
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ford Beebe
Roteiro: Bertram Millhauser, H.G. Wells
Elenco: Jon Hall, Leon Errol, John Carradine

Sinopse:
Robert Griffin (Jon Hall) é um excêntrico cientista que decide testar sua nova fórmula de invisibilidade em um criminoso fugitivo da prisão. Agora ele partirá para a vingança contra todos aqueles que o traíram no passado. Roteiro baseado na famosa obra do autor H.G. Wells.

Comentários:
Com o mundo sendo devastado pela Segunda Guerra Mundial os estúdios Universal colocaram no mercado esse novo filme com o personagem do homem invisível, que havia sido criado primeiramente nas páginas da literatura, em livros escritos pelo genial e visionário H.G. Wells. Obviamente que a Universal apostou no público infanto-juvenil, criando toda uma estória original em cima desse estranho sujeito que já havia dado muito lucro à empresa no passado com o clássico "O Homem Invisível" (1933) e sua sequência "A Volta do Homem Invisível" (1940). Depois houve a tentativa de fundir suas estórias com enredos de espionagem em "Espião Invisível" (1942) já com Jon Hall no papel. Esse aqui foi o quarto filme da franquia, mostrando que a fórmula era de fato muito lucrativa. Com estética de cinema noir - entenda-se, muitas sombras, contrastes e escuridão - o filme consegue unir boas ideias com a inevitável falta de maiores recursos em seu orçamento. O curioso é que de certa forma os filmes com o homem invisível não eram tão dispendiosos, já que na maioria das cenas ou ele estava, claro, invisível e os atores contracenavam com o nada, ou então com uma faixa enrolada na cabeça - o que convenhamos não era nada complicado de se fazer. Dentro do universo Sci-fi acabou criando sua própria mitologia, chegando até mesmo a ser explorado pelo mundo das histórias em quadrinhos da época. Outro fato que chama a atenção é que a Universal foi diminuindo os custos das produções ao longo do tempo, sendo que esse aqui foi realizado com a metade do orçamento do primeiro filme. De qualquer forma é uma diversão e tanto, principalmente nos dias de hoje, quando tudo ganha um tom maravilhosamente nostálgico.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Geleiras do Inferno

Título no Brasil: Geleiras do Inferno
Título Original: Island in the Sky
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Allyn Joslyn
Direção: William A. Wellman
Roteiro: Ernest K. Gann
Elenco: John Wayne, Lloyd Nolan, Walter Abel, James Arness, Andy Devine, Allyn Joslyn

Sinopse:
Durante uma viagem de retorno o avião do capitão Dooley (John Wayne) enfrenta uma grande nevada que faz os motores da aeronave congelarem. Sem alternativas ele faz um pouso forçado em uma região desabitada e hostil, no norte do Canadá. Agora caberá a ele e seus tripulantes tentarem sobreviver naquele deserto gelado enquanto esperam por um resgate.

Comentários:
Filme de aventura bem de acordo com o que o público de John Wayne gostava de assistir na época. Ele é esse piloto da aviação civil que acaba perdido no meio de uma região congelada no norte do Canada, perto da ilha de gelo da Groelândia. Diante de uma situação extrema como essa, com provisões de alimentos suficientes para apenas seis dias, tudo o que lhe resta é torcer para ser resgatado. Seus próprios companheiros decidem então planejar uma missão de resgate com quatro aviões. Eles não sabem onde o avião de Wayne está, se sofreu um acidente ou se há sobreviventes, mesmo assim partem em sua salvação. O roteiro foi escrito pelo próprio autor do romance que deu origem ao filme. Ele colocou falas para Wayne declamar em off, enquanto a história é contada. Um típico arranjo literário que nem sempre funciona na tela. Mesmo assim é um bom filme, valorizado pela boa interpretação do elenco, em especial Wayne que apesar de fazer o mesmo tipo durão de sempre também precisa passar sentimentos de medo e apreensão pelo que está vivendo. Por fim uma observação importante: o filme é bem realista, pé no chão, por isso não espere por cenas de ação espetaculares ou situações fora do comum. O avião perdido na neve e o resgate que vem em seu socorro é basicamente tudo o que se verá na tela, nada mais do que isso e tudo feito com base em experiências reais acontecidas com pilotos acidentados. No fundo tanto o livro como o filme são belas homenagens à coragem desses profissionais.

Pablo Aluísio.

Brotinho Indócil

Título no Brasil: Brotinho Indócil
Título Original: The Reluctant Debutante
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Vincente Minnelli
Roteiro: William Douglas-Home
Elenco: Rex Harrison, Sandra Dee, Angela Lansbury, Kay Kendall, John Saxon, Peter Myers

Sinopse:
Jane Broadbent (Sandra Dee) é uma adolescente americana que enlouquece seu pai com caprichos e coisinhas típicas de debutantes de sua idade. Quando as festas são marcadas ela fica ainda mais impossível de se lidar.

Comentários:
Quem diria que o grande Vincente Minnelli, um dos diretores mais aclamados da história de Hollywood, também iria dirigir um filme meio bobinho, feito para o público adolescente ali na faixa de 15 anos? Pois foi justamente isso que aconteceu nessa produção chamada no Brasil de "Brotinho Indócil" (usando uma gíria da época, da jovem guarda). O filme é bem na média desse tipo de produção, só se destacando mesmo pela maestria de Minnelli em sempre dirigir bem e pela presença adorável de uma Sandra Dee no auge de sua juventude. Ela aliás segue sendo a principal razão para ver (ou rever) esse filme nos dias de hoje. Como uma linda debutante ela rouba todas as atenções quando surge em cena, deslumbrante. O  elenco ainda conta com a veterana das telas Angela Lansbury e o sempre correto Rex Harrison. Em suma as peças desse xadrez estavam mais do que bem escolhidas. É um filme agradável, mas também não passa disso. Não é nenhuma obra prima da sétima arte. Um filme até descartável da rica filmografia de Vincente Minnelli.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Lar... Meu Tormento

Título no Brasil: Lar... Meu Tormento
Título Original: Mr. Blandings Builds His Dream House
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: H.C. Potter
Roteiro: Norman Panama
Elenco: Cary Grant, Myrna Loy, Melvyn Douglas, Reginald Denny, Sharyn Moffett, Connie Marshall

Sinopse:
Um casal de Nova Iorque mora em um pequeno, para não dizer minúsculo, apartamento na cidade. Numa manhã o marido lê em um jornal que casas no interior são bem mais baratas. Com o dinheiro que gastam em NYC poderiam muito bem construir uma bela e ampla casa numa pequena cidade. Eles decidem então se mudarem para realizar esse sonho. Mal sabem os problemas que vão enfrentar.

Comentários:
O título nacional pode levar alguns a acharem que se trata de um filme dramático sobre problemas domésticos, conjugais. Nada disso. O filme é uma espécie de "Um Dia a Casa Cai" dos anos 1940. Basicamente é a história de um casal que vai embora de Nova Iorque em busca de uma vida mais calma e tranquila. A velha busca por uma melhor qualidade de vida. No campo eles compram uma velha propriedade e decidem que ali vão construir uma bela casa, de acordo com suas próprias determinações e especificações. Ao embarcarem nisso descobrem o quanto é complicado lidar com construções, operários, arquitetos, etc. É uma crônica sobre as dificuldades de se levantar um teto, mesmo que no interiorzão do país. Cary Grant era um excelente ator porque ele definitivamente não fazia força para parecer engraçado. Seu humor vinha do fato de interpretar um homem comum, imerso em uma série de confusões das quais ele não tinha o menor controle. Esse tipo de filme, uma comédia de costumes, era o seu habitat cinematográfico natural. Esse filme aqui foi um de seus sucessos na carreira, sendo indicado inclusive ao Writers Guild of America, o Oscar dos roteiristas. De fato o roteiro é muito bem escrito, extremamente espirituoso e divertido.

Pablo Aluísio.

Jornada Sinistra

Título no Brasil: Jornada Sinistra
Título Original: Dark Journey
Ano de Produção: 1937
País: Inglaterra
Estúdio: London Film Studios, Denham Studios
Direção: Victor Saville
Roteiro: Lajos Biró, Arthur Wimperis
Elenco: Conrad Veidt, Vivien Leigh, Joan Gardner, Anthony Bushell, Ursula Jeans, Margery Pickard

Sinopse:
A jovem Madeleine Goddard (Leigh) parece ser uma garota normal, como tantas outras de sua idade. Só que na verdade ela é uma espiã francesa treinada. Sua missão é descobrir dentro da Inglaterra qual seria a posição do país em um eventual conflito de grandes proporções. Para sua surpresa acaba caindo nas armadilhas do coração ao se apaixonar por um espião do Reich alemão.

Comentários:
O filme seguinte na carreira de Vivien Leigh foi um filme de espionagem, passado durante a primeira guerra mundial, chamado "Jornada Sinistra". A atriz interpretava uma personagem chamada Madeleine Goddard. Ela era uma espiã francesa em Londres que acabava se apaixonando por um espião alemão, seu inimigo no conflito. O Barão Karl Von Marwitz era interpretado pelo ator Conrad Veidt. Esse filme foi lançado em 1937, dois anos antes da eclosão da II Guerra Mundial. Hitler já estava no poder na Alemanha, mas poucos ainda sabiam que uma nova guerra, pior ainda do que a anterior, estava prestes a varrer a Europa mais uma vez. Para Vivien foi algo até perturbador fazer esse filme, principalmente pelas coisas que estavam prestes a acontecer, com bombardeios alemães diários em Londres, algo que ela própria iria vivenciar.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de outubro de 2018

Sabata Vem para Vingar

Título no Brasil: Sabata Vem para Vingar
Título Original: È Tornato Sabata... Hai Chiuso un'altra Volta!
Ano de Produção: 1971
País: Itália, França, Alemanha
Estúdio: Artemis Film, Dino De Laurentiis Studios
Direção: Gianfranco Parolini
Roteiro: Renato Izzo, Gianfranco Parolini
Elenco: Lee Van Cleef, Reiner Schöne, Giampiero Albertini
  
Sinopse:
Cavalgando pelo deserto hostil o famoso pistoleiro e às do gatilho Sabata (Lee Van Cleef) chega na distante e esquecida cidadezinha de Hobsonville. O lugar está sob controle de Joe McIntock (Giampiero Albertini), um sujeito desprezível, barão do gado e ladrão de terras alheias. Implantando o terror na cidade ele aumenta seu poder através da extorsão e do medo contra os moradores locais. Para Sabata essa é uma situação que deve acabar o mais rapidamente possível, nem que seja com o uso do poder de fogo de suas armas.

Comentários:
Lançado nos Estados Unidos com o título de "Return of Sabata" essa sequência de "Sabata, o Homem que Veio para Matar" trouxe de volta ao papel de Sabata o ator que o consagrou, Lee Van Cleef. É curioso perceber que o pistoleiro Sabata foi interpretado por vários outros atores entre o filme original e essa primeira continuação oficial. Um ano antes desse filme chegar nas telas, por exemplo, tivemos  Anthony Steffen interpretando Sabata na produção "Viva Sabata". Depois dele foi a vez do ator americano Yul Brynner arriscar a sorte em "Sabata Adeus". Como se isso não fosse o bastante ainda tivemos mais uma fita B chamada "Eu Lavrei Tua Sentença" onde Sabata era interpretado por Raf Baldassarre. Apesar do sucesso relativo de alguns desses filmes todos os fãs do western spaghetti queriam mesmo era ver novamente Lee Van Cleef interpretando mais uma vez o personagem. Não se arrependeram. De fato é um faroeste italiano acima da média, dirigido com maestria pelo cineasta italiano Gianfranco Parolini (usando o pseudônimo americanizado de Frank Kramer). O roteiro tem excelentes sequências e serviu muito bem ao propósito de fechar o arco narrativo iniciado no primeiro filme. A fita ainda contou com a preciosa colaboração do famoso produtor Dino De Laurentiis que bancou parte do (alto) cachê exigido por Van Cleef para voltar ao papel. Curiosamente, apesar do sucesso nas bilheterias, o ator não aceitou mais interpretar Sabata nas telas novamente. De fato esse foi seu último faroeste como o infame Sabata. Em uma entrevista publicada em 1987 ele próprio explicou a recusa afirmando que não queria ficar marcado por nenhum personagem do cinema pois em sua forma de entender isso limitava demais o talento e as perspectivas de carreira de um ator. De certa maneira tinha razão, embora os admiradores de seu estilo único tenham ficado desapontados com sua decisão.

Pablo Aluísio.

Atirar Para Viver

Título no Brasil: Atirar Para Viver
Título Original: Se Vuoi Vivere... Spara!
Ano de Produção: 1968
País: Itália
Estúdio: G.V. Cinematografica
Direção: Sergio Garrone
Roteiro: Franco Cobianchi, Sergio Garrone
Elenco: Ivan Rassimov, Giovanni Cianfriglia, Isabella Savona
  
Sinopse:
Durante um jogo de pôquer um cowboy percebe que está sendo roubado pelos demais jogadores. Imediatamente desmascara o golpe, mas sua atitude não é bem recebida pelos demais. Após algumas acusações todos resolvem sacar suas armas. No meio do tiroteio alguns homens tombam, crivados de balas. Johnny Dall (Ivan Rassimov) então resolve fugir. Acusado de assassinato sua cabeça é colocada a prêmio. Como um fugitivo acaba encontrando refúgio em um rancho distante.

Comentários:
Mais um western Spaghetti que fez sucesso nos anos 1960. Na verdade se trata de mais um falso Django, já que no Brasil foi lançado como se fosse mais um faroeste estrelado pelo famoso pistoleiro. Após matar um homem em um jogo de pôquer ele foge, ganha os desertos. No meio do caminho encontra um rancho com uma bondosa família morando lá. Precisando de cuidados médicos e um trabalho, Dall acaba encontrando o lugar ideal para se recuperar e ficar longe do longo braço da lei. Os problemas porém parecem lhe perseguir. Após um tempo no rancho, já recuperado, o local se torna alvo de um bando de criminosos e bandoleiros mexicanos. Apenas Sally McGowan (Isabella Savona) da família que o acolheu sobrevive ao cerco mortal. Ao saber da chacina Johnny Dall nem pensa duas vezes e sai em busca de vingança e justiça pela morte daquelas pessoas. O ator Ivan Rassimov (1938 - 2003) era um italiano, filho de imigrantes russos. Ele fez uma série de filmes B em seu país natal (fitas como "O Planeta dos Vampiros" e "A Feiticeira no Amor") até que encontrou seu gênero ideal no faroeste italiano. Depois que interpretou o pistoleiro Cjamango, no filme de mesmo nome, não parou mais de fazer western spaghetti. "Django não Espera, Mata" acabou sendo seu grande sucesso. Um filme de 1967 que acabou pegando carona no filme original com Franco Nero. Sua carreira atravessou três décadas e ele acabou se tornando um dos mais conhecidos atores do gênero na Itália.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de outubro de 2018

A Arma Divina

Título no Brasil: A Arma Divina
Título Original: Diamante Lobo
Ano de Produção: 1976
País: Itália, Israel
Estúdio: Golan-Globus Productions, Dunamis Cinematografica
Direção: Gianfranco Parolini
Roteiro: John Fonseca, Gianfranco Parolini
Elenco: Lee Van Cleef, Jack Palance, Richard Boone, Sybil Danning, Leif Garrett, Robert Lipton
  
Sinopse:
Bandoleiro cruel e assassino chega em uma pequena vila do velho oeste e massacra a população civil. Indefesos, os sobreviventes pedem ajuda ao padre local que resolve corajosamente enfrentar o bandido. Infelizmente ele também acaba sendo morto de forma covarde. O que o facínora não contava é que o jovem sacerdote tinha um irmão, um homem perigoso e temido na região. Ao saber que seu irmão padre foi assassinado ele não perde tempo, monta em seu cavalo e vai em direção da vila para um acerto de contas final com o assassino.

Comentários:
Um spaghetti italiano (em co-produção israelense com a dupla de produtores Golan-Globus que anos depois iriam fundar a produtora Cannon, que se tornaria bem conhecida dos fãs de filmes de ação nos anos 1980). O faroeste ficou muito famoso e rendeu excelente bilheteria, inclusive no Brasil, por trazer dois atores bem populares, Lee Van Cleef e Jack Palance. Cleef acabou interpretando dois personagens bem diferentes entre si, mas ligados por laços de sangue. Ele dá vida ao bondoso Padre John e a Lewis, seu irmão gêmeo pistoleiro e sanguinário. Palance interpreta o bandoleiro sem escrúpulos que mata todos aqueles que se atrevem a desafiar seus atos de terror. Intenso do começo ao fim, com excelentes sequências de ação e duelos, "Diamante Lobo" é uma excelente pedida para os admiradores dos faroestes europeus antigos.  

Pablo Aluísio.

Valentia Adquirida

Gene Autry foi um nome popular no passado. Na década de 1940 ele estrelou uma série de filmes rápidos, feitos a toque de caixa, com o objetivo de faturar em matinês feitas especialmente para um público bem jovem, guris e garotos em sua maioria. Esse filme aqui é uma boa amostra desse tipo de produção que o ator se envolveu por esses tempos. Por isso não espere nada muito sofisticado.

O curioso é que ele interpreta a si mesmo. Um cara durão no passado que foi para a vida boa em Hollywood e ficou mole, acomodado numa vida de luxos. E quando ele retorna para a velha cidade, acaba encontrando velhas inimizades daqueles tempos que ficaram para trás. Os caras lhe provocam, eles trocam socos e Gene Autry leva a pior. Então ele começa a se preparar para finalmente dar o troco naqueles covardes. Bom filme, uma matinê que agrada.

Valentia Adquirida (Melody Ranch, Estados Unidos, 1940) Direção: Joseph Santley / Roteiro: Jack Moffitt / Elenco: Gene Autry, Jimmy Durante, Ann Miller / Sinopse: Astro de Hollywood perdeu a velha garra do passado e agora precisa recuperar para enfrentar 3 valentões covardes em sua cidade natal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Estância em Guerra

Título no Brasil: Estância em Guerra
Título Original: The Range Feud
Ano de Produção: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: Milton Krims
Elenco: Buck Jones, John Wayne, Susan Fleming, Edward LeSaint, Will Walling, Wallace MacDonald

Sinopse:
Dois rancheiros vizinhos sofrem com o mesmo problema: o roubo de gado. No começo eles seguem caminhos diferentes, mas depois que um deles é encontrado morto, assassinado covardemente, os demais fazendeiros decidem se unir. Para manter a lei e a ordem na região a cidade recebe um novo xerife chamado Buck Gordon (Buck Jones). Seu objetivo é evitar uma guerra no condado.

Comentários:
John Wayne ficou no começo de sua carreira fazendo alguns papéis sem maior importância. Um mero coadjuvante. As coisas só melhoraram mesmo para Wayne em 1931 com o filme "Estância de Guerra" (The Range Feud, 1931). Aqui ele retornava para os filmes de western nessa produção estrelada por Buck Jones, um ator que na época disputava o título de ator cowboy mais popular do cinema com Tom Mix, a quem Wayne procurava seguir os passos. O filme obviamente tinha um roteiro muito simples, com bandidos e mocinhos bem delimitados, o que era próprio para um faroeste de matinê. Depois dessa produção o ator chegou na conclusão que se continuasse a aparecer em papéis secundários jamais conseguiria atingir seus objetivos de um dia se tornar um astro de cinema. Enfim o que temos aqui é um bom e velho filme de cowboy. Faroeste raiz.

Pablo Aluísio.

Rio Perdido

Título no Brasil: Rio Perdido
Título Original: Trail of the Rustlers
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ray Nazarro
Roteiro: Victor Arthur
Elenco: Charles Starrett, Gail Davis, Tommy Ivo, Mira McKinney, Don C. Harvey, Eddie Cletro 

Sinopse:
Com a intenção de ter todas as terras e fazendas do vale do Rio Perdido, Chick Mahoney (Don Harvey) e seu irmão Jed Mahoney (Myron Healey) formam uma quadrilha de malfeitores. O cowboy Steve Armitage (Charles Starrett) assim resolve ajudar a rancheira Mary Ellen Hyland (Gail Davis) que também está sendo vítima desses bandidos.

Comentários:
O melhor do filme é a direção de Ray Nazarro. Esse foi um diretor de faroestes de longa trajetória, tendo uma carreira longa e bem produtiva. Nem sempre contava com um elenco de astros e estrelas, mas conseguia realizar bons filmes, mesmo com orçamento limitado. Nesse western B chamado "Trail of the Rustlers" ele conseguiu mais uma vez realizar um bom filme. É interessante que ainda hoje o filme é lembrado, mostrando seu valor cinematográfico. O detalhe curioso é que nos anos 1950 a Columbia Pictures montou uma verdadeira linha de produção de filmes de cowboy. Afinal eram populares, custavam pouco e rendiam excelentes bilheterias. O ator Charles Starrett nunca foi um astro de primeira grandeza, mas tinha excelente presença de cena, o que no mínimo garantia um bom faroeste para os fãs do estilo na época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A Grande Estirada

Título no Brasil: A Grande Estirada
Título Original: The Big Stampede
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Leon Schlesinger Studios
Direção: Tenny Wright
Roteiro: Marion Jackson, Kurt Kempler
Elenco: John Wayne, Noah Beery, Paul Hurst, Mae Madison, Luis Alberni, Berton Churchill

Sinopse:
Com roteiro baseado no livro de faroeste "The Land Beyond the Law", escrito por Marion Jackson, o filme conta a estória do xerife John Steele (John Wayne), um homem da lei honesto que tenta colocar lei e ordem numa região cheia de ladrões de gado e matadores de aluguel.

Comentários:
Em 1932 chegou aos cinemas o filme "A Grande Estirada" (The Big Stampede). John Wayne interpretou um xerife, John Steele. Em um lugar remoto no meio do deserto, sem homens para apoiá-lo na captura de um violento pistoleiro e sua quadrilha, ele se vê forçado a recrutar cowboys comuns, alguns até mesmo com histórico de prisão, para enfrentar os demais criminosos. Esse foi outro filme de Wayne na Warner Bros, outra fita rápida com apenas 54 minutos de duração. Com direção de Tenny Wright e roteiro escrito a partir do conto "The Land Beyond the Law" de  Marion Jackson, o filme era mais um a ser exibido em matinês por cinemas em toda a América. A estratégia de lançamento desse tipo de produção era simples e lucrativa. Os filmes eram exibidos geralmente em sessões duplas, com outras produções, a preços promocionais. Baratos e altamente lucrativos, fizeram a fortuna de muitos produtores na época.

Pablo Aluísio.

Pena de Talião

Título no Brasil: Pena de Talião
Título Original: Ride Him, Cowboy
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Fred Allen
Roteiro: Kenneth Perkins, Scott Mason
Elenco:  John Wayne, Ruth Hall, Henry B. Walthall, Otis Harlan, Harry Gribbon, Frank Hagney

Sinopse:
John Wayne interpreta um cowboy chamado John Drury. Em uma cidade do velho oeste ele encontrava todos os tipos de gente, desde a mocinha romântica em perigo, até um grupo de bandoleiros sob às ordens do manda-chuva do lugar.

Comentários:
Em 1932 John Wayne voltou para os filmes de faroeste. A fita da vez se chamava "Pena de Talião" (Ride Him, Cowboy). Com direção de Fred Allen e roteiro escrito pela dupla Kenneth Perkins e Scott Mason, esse western de matinê era mais um passo para que Wayne se tornasse um verdadeiro astro de cinema. Esse também foi um dos primeiros trabalhos de Wayne na poderosa Warner Bros, conhecido estúdio que sempre caprichava em suas produções. Conforme podemos ver no poster original um destaque dessa fita era a presença do cavalo treinado Duke, um alazão muito bonito e forte, que acabou roubando várias cenas do próprio John Wayne. O curioso é que embora tenha se tornado um dos astros mais populares desse tipo de filme, ele nunca teria um cavalo ligado ao seu mito, como aconteceu por exemplo com Roy Rogers e Trigger. Ao invés disso preferiu deixar os animais de seus filmes em segundo plano, com exceção talvez única desse filme onde o "Duke" ganhou espaço até mesmo no cartaz da fita.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Escravos da Ambição

O título brasileiro desse filme é bem adequado. Todos os personagens que aparecem na tela são seres desprezíveis, pessoas sem valores morais, corroídos pela ganância. São mesmo escravos da ambição. Em jogo uma fortuna em ouro escondida numa montanha. As pedras de ouro em estado bruto foram colocadas lá em um passado distante. Mineradores espanhóis são mortos por apaches, justamente quando colocavam o ouro em um pequeno esconderijo no alto da montanha. E o tesouro fica lá por anos e anos.

Até que um estrangeiro que ninguém sabe exatamente de onde veio, alguns dizem que da Holanda, chega na região. Jacob 'Dutch' Walz (Glenn Ford) só pensa em achar o ouro e tem a sorte grande quando sai em perseguição a uma dupla que sobe a montanha sem chamar a atenção. Eles acabam achando o ouro e Jacob nem pensa duas vezes, os mata para ter o ouro só para ele.

A partir daí começa o frenesi. Jacob volta para a cidadezinha com parte do ouro, troca por dinheiro e vira uma verdadeira fera em suas ruas, como se o ouro lhe desse o direito de ser um crápula e um facínora. Chama a atenção o fato de que Glenn Ford interpretou esse personagem, um sujeito vil e inescrupuloso. O diferencial é que todos os demais que circulam à sua volta são piores do que ele, inclusive a loira Julia Thomas (Ida Lupino) que mesmo casada dá em cima de Jacob, de olho obviamente em sua fortuna. Uma mulher interesseira? Mais do que isso, assassina também.

O final é muito bom, com todos os personagens no alto da montanha mostrando o que quanto são desprezíveis. Vale tudo pelo ouro, pelo vil metal. Não há limites éticos a seguir, nada. Vale apenas ter o ouro e ficar rico. Todo o resto é secundário. Além de um roteiro muito bem escrito, que explora esse lado ganancioso do ser humano, a produção também se mostra muito boa. Recriaram parte da montanha dentro do estúdio. Isso não significa que não foram feitas cenas em locação, nada disso. Apenas que na cena no terremoto tudo ficou muito bem realizado. Um faroeste muito bom. Chega a surpreender que tenha sido feito em plenos anos 1940.

Escravos da Ambição (Lust for Gold, Estados Unidos, 1949) Direção: S. Sylvan Simon, George Marshall / Roteiro: Ted Sherdeman, Richard English / Elenco: Glenn Ford, Ida Lupino, Gig Young, William Prince / Sinopse: Jacob 'Dutch' Walz (Glenn Ford) é um homem desconhecido que chega numa região distante do Arizona. Ele está atrás de uma lenda que diz que anos atrás um grupo de mineradores escondeu uma fortuna em ouro nas montanhas. Ele resolve então ir até lá e acaba tirando a sorte grande, só que o dinheiro e a riqueza acabam expondo ainda mais seu mau caratismo e violência.

Pablo Aluísio.

Na Pista do Criminoso

Título no Brasil: Na Pista do Criminoso
Título Original: Sunset Pass
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Jack Cunningham, Gerald Geraghty
Elenco: Randolph Scott, Tom Keene, Kathleen Burke, Harry Carey, Noah Beery, Leila Bennett

Sinopse:
Um agente policial se infiltra no meio de uma quadrilha de criminosos. Seu objetivo é descobrir quem estaria por trás de uma fuga de prisioneiros de uma prisão de segurança no Texas. As coisas porém se complicam quando ele acaba se apaixonando pela irmã de um dos membros da quadrilha.

Comentários:
O faroeste seguinte de Randolph Scott foi "Na Pista do Criminoso" (Sunset Pass, 1933). Ao lado dele no elenco estavam Tom Keene e Kathleen Burke. A direção era do excelente Henry Hathaway, cineasta que assinou grandes clássicos da história do cinema americano como "Bravura Indômita" (que daria o primeiro Oscar na carreira de John Wayne), "Sublime Devoção" e "A Conquista do Oeste", para muitos o filme de faroeste mais pretensioso da história pois queria esgotar o assunto da ida dos pioneiros para as vastas terras do velho oeste. Pois bem, como se pode ver o filme tinha o diretor certo. Acontece que por essa época, ainda na primeira metade dos anos 30, tanto Henry Hathaway como o próprio Randolph Scott eram ainda bem jovens, muito longe dos grandes clássicos em que iriam trabalhar no futuro Voltando para a fita intitulada "Na Pista do Criminoso", aqui temos uma fita B da Paramount Pictures. Uma produção de apenas 61 minutos de duração, feita e realizada para ser exibida em matinês dos cinemas de bairro, a preços promocionais. Tudo feito em ritmo de linha de produção mesmo. Para se ter uma ideia a Paramount produziu mais de 700 fitas como essa entre os anos de 1929 a 1949, todas vendidas depois para a recém nascida TV que exibia os filmes em horários matutinos, tornando o western ainda mais popular, principalmente entre os mais jovens.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Castle Rock

Mesmo após tantos anos ainda gosto muito das adaptações dos contos e livros de Stephen King. Sempre que vejo seu nome em algum cartaz procuro assistir, seja um filme, seja uma série. "Castle Rock" acabou virando uma série. No primeiro episódio já encontramos vários elementos bem característicos das estórias do escritor. Logo nas primeiras cenas vemos um diretor de um presídio da região (do Maine, claro) que decide se matar. As razões? Vão ser explicadas ao longo da série. Com a morte dele assume a direção do presídio uma executiva que encontra muitos problemas, entre eles toda uma ala prisional abandonada. Houve uma rebelião lá, com chamas e destruição das celas. Ela então decide reabrir para mandar novos condenados.

Quando os agentes chegam por lá acabam encontrando um homem acorrentado em uma espécie de tanque abandonado há muitos anos. Quem é ele? Qual é a sua ligação com a morte do antigo diretor? São questões que King vai tecendo aos poucos. Um dos pontos positivos de se ter uma série é que tudo vai se desenvolvendo sem muita pressa, como geralmente acontece em filmes. A boa notícia é que o roteiro é bom, prende a atenção do espectador e a produção também tem qualidade. Além disso é impossível assistir a esse "Caste Rock" e não lembrar de "Um Sonho de Liberdade", outra adaptação maravilhosa de um livro de Stephen King. Aliás a prisão, chamada de Shawshank, é a mesma! Um verdadeiro castelo de rocha, como afirma o título original. Coisas de Stephen King...

Castle Rock (Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Uppendahl, Ana Lily Amirpour, Daniel Attias / Roteiro: Sam Shaw, Dustin Thomason, baseados na obra de Stephen King / Elenco: André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård / Sinopse: Um homem desconhecido é encontrado acorrentando numa ala abandonada há muitos anos de um presídio no Maine. Ele pede a ajuda de um advogado negro, especializado em condenados à morte. Qual seria a ligação dele com o suicídio do antigo diretor do estabelecimento prisional? 

Castle Rock - Episódios Comentados: 

Castle Rock 1.06 - Filter
Essa série é baseada na obra de Stephen King. De maneira em geral eu gosto muito das adaptações do King para o cinema. Só que devo abrir o jogo. Esse é o sexto episódio da primeira temporada e ainda não vi nada que justifique todos os elogios que foram feitos ao programa. Os episódios até aqui se arrastam... se arrastam. Pouca coisa relevante acontece. O clima de tédio vai tomando conta do espectador. E saber que tudo se passa na sempre nublada e escura Castle Rock não ajuda em nada para despertar. Existe um personagem estranho. Um rapaz que foi encontrado no porão da penitenciária local. Ele vivia isolado, no escuro, sem ter contato com ninguém. O antigo diretor da prisão que estava envolvido diretamente com o fato acaba tirando a própria vida. Esse jovem sem nome acaba sendo ajudado pelo advogado Henry Deaver (André Holland) que consegue tirá-lo da cadeia através de um Habeas Corpus, mas isso só piora a situação geral, com acontecimentos esquisitos surgindo a cada instante. A própria personagem interpretada pela atriz Sissy Spacek decide pular dentro do rio, em um momento totalmente inoportuno. Gente esquisita! No mais é esperar pelos próximos episódios, esperando por alguma melhora. / Castle Rock 1.06 - Filter (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Bad Robot / Direção: Kevin Hooks / Roteiro: Sam Shaw / Elenco: André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård, Jane Levy, Sissy Spacek, Scott Glenn


Castle Rock 1.07 - The Queen 
Esse episódio é certamente o mais estranho da série, ao mesmo tempo, é o mais brilhante deles. A personagem de Ruth Deaver é interpretada pela maravilhosa atriz Sissy Spacek. Ela sofre do mal de Alzheimer, o que significa que ela não consegue muito distinguir passado, presente e futuro, tampouco espaço. Por isso os roteiristas do episódio optaram por fazer tudo sob o ponto de vista de Sarah. Ficou excelente. Não tenta amarrar muito os acontecimentos, pois o roteiro foi escrito mesmo para embaralhar a mente do espectador. Incrível o resultado final. Deixo aqui minhas palmas pela originalidade, inteligência e criatividade. Ótimo, ótimo episódio da série "Castle Rock". / Castle Rock 1.07 - The Queen (Estados Unidos, 2018) Direção: Greg Yaitanes / Roteiro: Sam Shaw / Elenco: Sissy Spacek, André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård 


Castle Rock 1.08 - Past Perfect  
Essa série esconde algo sombrio. E esse episódio é um dos mais sangrentos. Mortes e assassinatos para todos os lados. O episódio começa com a chegada de um casal novo na cidade. Ele era psiquiatra na cidade grande, mas traiu um de seus clientes. Assim acabam comprando uma velha casa na cidade, um lugar onde no passado havia sido cometidos crimes. A intenção é montar um hotel histórico, contando e relembrando o passado sombrio do lugar. Coisa de louco. Só que, por uma razão ou outra, o novo inquilino acaba enlouquecendo, matando um casal, seus primeiros hóspedes. Ecos de Psicose. Bom episódio, deixando algumas pistas, como na cena final em que o estranho sujeito diz para uma das personagens que ela morreu na colina. O que isso significaria? Bom, só resta assistir aos dois últimos episódios dessa temporada para saber. / Castle Rock 1.08 - Past Perfect (Estados Unidos, 2018) Direção: Ana Lily Amirpour / Roteiro: Sam Shaw, baseado na obra de Stephen King / Elenco: André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård. 


Castle Rock 1.09 - Henry Deaver  
Esse episódio faz pouco sentido. Os atores trocam de personagens, o policial que já havia morrido na série retorna... Tudo parece saído da mente de alguém perturbado - e realmente é. O que se vê no episódio é apenas a versão dos fatos contada por aquele estranho sujeito que foi encontrado numa cela por anos. Quem é ele? De onde veio? É o próprio diabo? Quem sabe... de qualquer maneira nesse episódio ele passa uma conversa, ou melhor dizendo, uma narrativa completamente maluca para Molly. Sim, não vai fazer o menor sentido para quem vinha acompanhando a série até agora. É feito para explodir seus miolos. Se prepare e fique sem saber quem realmente é Henry Deaver. / Castle Rock 1.09 - Henry Deaver (Estados Unidos, 2018) Direção: Julie Anne Robinson / Roteiro:  Sam Shaw / Elenco: André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård. 


Castle Rock 1.10 - Romans
Esse é o último episódio da primeira temporada. E como termina? De certa forma, como começou. Henry Deaver volta a advogar. Porém antes disso vem a grande revelação do episódio. Finalmente é revelado ao espectador que quando era criança Henry realmente matou seu pai adotivo, o pastor. Ele o empurrou de um barranco e o pastor se espatifou lá embaixo, morrendo na neve gelada. Assim todas as fofocas, todos os mexericos e o preconceito que envolviam sua presença na cidade se mostraram verdadeiros. Ele é o assassino. Esse é o seu pecado, revelado no livro de Romanos. E o misterioso jovem que vivia dentro de uma gaiola nos porões da prisão? Ele volta para lá. Henry, na última cena, leva comida para ele e lhe deseja feliz natal. Ao ser perguntado por quanto tempo ele iria continuar ali, a resposta veio seca e sem esclarecer muito. E assim termina essa primeira temporada. Para falar a verdade, por se tratar de Stephen King, esperava por algo melhor. Em termos gerais considerei a série um tanto fraca. / Castle Rock 1.10 - Romans (Estados Unidos, 2018) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Sam Shaw / Elenco: André Holland, Melanie Lynskey, Bill Skarsgård.

Pablo Aluísio.

The First

Quando o homem vai pisar em Marte? Por enquanto só existem projetos sobre isso. Embora tecnicamente já seja possível enviar um homem para o planeta vermelho o fato é que não existem recursos e nem interesse econômico em colocar algo assim em frente. Seria muito dinheiro para pouco resultado. E como o que move a humanidade é basicamente o lucro, penso que ainda vai demorar algumas décadas para algo assim sair do papel. Provavelmente nossa geração não vai presenciar essa viagem. Pessimismos à parte, aqui temos uma série de ficção que se adianta no tempo para contar a primeira viagem do homem rumo à Marte. Logo no primeiro episódio temos toda a equipe reunida prestes a ser lançada pelo foguete, mas que acaba se tornando um desastre anunciado. Oito astronautas são incinerados quando o foguete vira uma bola de fogo no céu. Nada sobra, nada resta.

O veterano astronauta Tom Hagerty (Sean Penn) deveria estar na tripulação, mas por causa da idade fica apenas no treinamento dos demais membros da nave. Servindo como professor e também relações públicas da NASA ele acaba vendo seu sonho de ser o primeiro homem em Marte renascer após a morte dos astronautas. Será que o destino lhe guardaria esse presente? Assista a essa nova série para descobrir.

The First (Estados Unidos, 2018) Direção: Deniz Gamze Ergüven, Agnieszka Holland, Ariel Kleiman / Roteiro: AJ Marechal, Francesca Sloane, Beau Willimon / Elenco: Sean Penn, Natascha McElhone, LisaGay Hamilton / Sinopse: O filme conta a história do primeiro homem a ser enviado para Marte. Após uma desastrosa missão, onde todos os astronautas são mortos, a NASA começa a planejar uma nova viagem, mais compacta, comandada por astronautas veteranos, com excelente treinamento e experiência.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Construindo Um Império: França

Título no Brasil: Construindo Um Império: França
Título Original: Napoleon: Steel Monster
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: KPI Productions, Mechanism Digital
Direção: Penny Fearon, Mark Cannon
Roteiro: Penny Fearon
Elenco: Peter Weller, Michael Carroll, Ed Avila, J.D. Brown, Marc C. Cancassi, Mitchell Speert

Sinopse e comentários:
Essa série de documentários é bem popular no Brasil, principalmente porque são exibidos com certa regularidade em canais como o The History Channel e National Geographic. Pois bem, cada episódio foca em um determinado país, ou melhor dizendo, em um império. Nesse aqui o foco vai para a França, começando com as contruções de Luís XIV, o Rei Sol, que criou do nada grandes monumentos ao seu ego descomunal, como o Palácio de Versalhes, obra maravilhosa, o maior palácio imperial da Europa por séculos.

Ainda nos tempos de Luís XIV, são desvendados os diversos canais que foram feitos por esse soberano, entre eles o projeto de um canal que conseguiria ligar o Mediterrâneo com o Atlântico, um projeto megalomaníaco que só poderia ter sido executado sob o império de um monarca absolutista e autocrata. Por fim o episódio fala sobre o período em Napoleão Bonaparte se tornou imperador. Aqui um problema: o general não foi um grande construtor, mas sim um conquistador. A única exceção veio com a construção do Arco do Triunfo para festejar justamente suas vitórias militares. Por isso não deixou grandes obras por onde passou.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de outubro de 2018

Reds

Já que o tema envolvendo ideologias políticas anda tão em voga no Brasil por causa da recente eleição, vale lembrar desse excelente filme chamado "Reds". Seu roteiro foi baseado em fatos reais, na história do jornalista americano John Reed que no começo do século XX foi até a Rússia cobrir a revolução que acontecia naquela grande nação. O regime do czar virava ruínas, enquanto os comunistas, naquela ocasião chamados de bolcheviques, tomavam o poder com sangue e fúria. O filme tem quase um estilo documental, porém investindo também numa boa dramaturgia, especialmente valorizada pelo maravilhoso elenco (afinal quem teria o luxo de ter um nome como Jack Nicholson como mero coadjuvante na época?). Foi um projeto bem pessoal do ator Warren Beatty, que não apenas atuou no filme como também produziu, escreveu o roteiro e o dirigiu!

O resultado para muitos soou um pouco excessivo e pesado. Com quase 200 minutos de duração, tem que realmente ter disposição para encarar sua longa duração. Outro aspecto que muitos reclamaram foi do claro viés esquerdista de seu roteiro. Sobre isso, bom, não haveria como mudar. Como o roteiro foi baseado no livro do próprio jornalista retratado na história chamado "Dez Dias que Abalaram o Mundo" e como ele era um socialista de carteirinha, não havia como fazer de outro modo. A visão na tela não deixa de ser do John Reed real, da história. De qualquer modo, como puro cinema, "Reds" ainda é um filme muito bom, que deve ser conhecido por essa nova geração de cinéfilos que está aí.

Reds (Estados Unidos, Inglaterra, 1981) Direção: Warren Beatty / Roteiro: Warren Beatty, Trevor Griffiths / Elenco: Warren Beatty, Diane Keaton, Jack Nicholson, Paul Sorvino, Maureen Stapleton, Edward Herrmann, M. Emmet Walsh / Sinopse: O filme retrata a revolução russa comunista sob a ótica de um jornalista americano que foi até o país cobrir os acontecimentos históricos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Maureen Stapleton), Melhor Direção (Warren Beatty) e Melhor Direção de Fotografia (Vittorio Storaro).

Pablo Aluísio.

Sommersby: O Retorno de um Estranho

A guerra civil americana separou muitas famílias. Os homens foram para o campo de batalha e as mulheres ficaram para trás, nas fazendas, tentando sobreviver a uma carnificina brutal. Esse bom filme, uma mistura inteligente de drama, western e romance, mostra a volta dos veteranos que conseguiram sobreviver. Jack Sommersby (Richard Gere) retorna da guerra após longos anos. Ele havia sido dado inclusive como morto. Sua esposa Laurel (Jodie Foster) já estava inclusive conformada com a tragédia. De qualquer forma o destino tem suas próprias razões inexplicáveis e assim Jack volta para a antiga fazenda que deixou para trás.

Sua volta intriga a esposa. Ele, que era um sujeito rude e grosso, agora é só gentilezas. Ele não se comporta como era no passado. isso acaba levantando nela uma dúvida inusitada: seria seu verdadeiro marido ou um impostor se passando por ele? Para descobrir isso só assistindo ao filme. Claro uma trama dessas pode soar bem inverossímil para o espectador, pois como uma esposa não conseguiria reconhecer seu próprio marido? Ainda mais sendo um galã como o Richard Gere? O curioso é que mesmo tendo uma premissa estranha, o filme funciona muito bem. Palmas para o diretor britânico Jon Amiel. Ele trouxe a elegância e a sutileza do cinema europeu para essa produção, algo que era extremamente necessário para que tudo funcionasse bem. Acabou resultando em um filme bonito, sofisticado e muito gratificante.

Sommersby: O Retorno de um Estranho (Sommersby, Estados Unidos, Inglaterra, 1993) Direção: Jon Amiel / Roteiro: Daniel Vigne / Elenco: Richard Gere, Jodie Foster, Bill Pullman, R. Lee Ermey, Lanny Flaherty / Sinopse: Remake do filme original "The Return of Martin Guerre", o filme conta a história de um militar que de volta do campo de batalha reencontra sua esposa, só que ela passa a desconfiar, após um tempo, de que ele na verdade seria um impostor.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de outubro de 2018

Os Incríveis 2

Não consigo me lembrar de nenhuma animação com o selo Pixar que seja ruim. O nível de qualidade que eles colocam em seus produtos é realmente admirável. E isso continua, mesmo após o estúdio ter sido comprado pelo império Disney. Aqui o diretor  Brad Bird dá sequência aos incríveis, uma família de super-heróis. O divertido de tudo é que eles precisam lidar com os mesmos aborrecimentos do dia a dia como qualquer outra família normal. Cuidar do bebê, dormir mal à noite, ter que enfrentar as crises da adolescência da filha e impedir que o mundo civilizado sucumba ao mal absoluto. É uma saborosa sátira ao universo dos super-heróis dos quadrinhos, tudo feito numa base mordaz e divertida.

Em tempos de politicamente correto o roteiro coloca em primeiro plano a mãe, Helen, a Mulher-Elástico, que acaba sendo contratada para trabalhar numa espécie de reality show moderno. Ela vai enfrentar o crime, ao mesmo tempo fazendo publicidade para que os super-heróis voltem a ser reconhecidos pela lei. Já o Sr. Incrível fica em casa cuidado dos filhos, o que para ele logo se revela pior e mais desafiador do que enfrentar os mais malvados vilões. É o tipo de enredo inteligente que consegue agradar tanto aos pais como aos filhos, as crianças, que vão ao cinema e se divertem muito. Essa pegada sempre foi um dos segredos do sucesso das animações da Pixar. Aqui tudo segue alinhado com o mesmo espírito. Não me admira que a animação tenha ficado tão boa!

Os Incríveis 2 (Incredibles 2, Estados Unidos, 2018) Direção: Brad Bird / Roteiro: Brad Bird / Elenco: Craig T. Nelson, Holly Hunter, Samuel L. Jackson, Sarah Vowell / Sinopse: Com a ilegalidade dos super-heróis e o fim do programa secreto do governo, o Sr. Incrível fica desempregado. Morando num motel de beira de estrada, a sorte da família muda quando Helen recebe o convite de um milionário para trabalhar em um reality show que vai mostrar o combate ao crime por uma heroína numa cidade infestada de bandidos. Todos querem que os super-heróis sejam novamente reconhecidos pela lei.

Pablo Aluísio.

O Banqueiro da Resistência

Mais um filme que deixa a desejar com o selo da Netflix. O roteiro conta a história real, baseada em fatos históricos, de um banqueiro holandês que durante a ocupação nazista de seu pais montou um esquema financeiro de financiamento da resistência holandesa contra a opressão dos exércitos de Hitler. Usando de títulos de fundos de investimento e de pensão ele conseguiu desviar uma verdadeira fortuna para os membros da resistência que usaram todo esse dinheiro em serviços de espionagem, sabotagem, assassinatos, greves e outros mecanismos para ir destruindo as forças do Reich em solo holandês.

Boa história certamente, interessante e tudo mais, porém contada em um filme que realmente tem vários problemas. Um deles é de edição. As cenas vão acontecendo em uma linha narrativa mal desenvolvida. Alguns eventos são cortados de forma abrupta. Parece aquelas séries que são adaptadas em longas e que por essa razão ficam truncadas demais. A produção é até boa, com bons figurinos, uma direção de fotografia até bem feita, mas o roteiro mal estruturado, apostando demais em uma narração convencional, bem quadrada e uma edição desleixada coloca tudo a perder. Com quase duas horas de duração prevejo que muitos espectadores vão acabar largando o filme pela metade. Como escrevi, uma boa história que merecia um filme melhor.

O Banqueiro da Resistência (Bankier van het Verzet, Holanda, 2018) Direção: Joram Lürsen / Roteiro: Marieke van der Pol, Thomas van der Ree / Elenco: Barry Atsma, Fockeline Ouwerkerk, Jacob Derwig / Sinopse: Durante a ocupação nazista da Holanda na II Guerra Mundial, um banqueiro holandês resolve montar um esquema de financiamento da resistência com títulos de pensão e de fundos especiais, passando por cima da fiscalização das autoridades monetárias do III Reich.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Os Vigaristas

Esse filme é do tempo em que Nicolas Cage escolhia melhor o roteiro dos projetos em que iria atuar. Cheguei a assistir no cinema também, até porque os críticos gostaram do filme, do seu estilo cool e marginal. Aqui Cage interpreta um vigarista, como o próprio título nacional deixa claro. São pequenos e médios golpes que ele aplica, sempre evitando a todo custo usar de violência. Um tipo de criminoso pé de chinelo sempre disposto a enganar o próximo inocente que cruza seu caminho. As coisa vão indo bem até que um dia ele tem uma enorme surpresa...

Sua filha, que ele não vê há anos, aparece. Agora precisa morar com ele. Mas como viver ao lado de um trambiqueiro que sempre precisa estar fugindo de uma cidade para outra? Pior, como conciliar sua parceria com outro vigarista experiente, tendo a tiracolo uma garota, menor de idade? Até que Roy (Cage) percebe que pode usar a menina para "sofisticar" seus futuros golpes, afinal quem desconfiaria de uma jovem como aquela? O filme tem um cinismo ímpar e se desenvolve bem. Não é um roteiro maldoso, que vanglorie criminosos, não, apenas diverte com seus personagens cinicamente calhordas. Enfim, mais um bom filme dirigido pelo sempre interessante Ridley Scott, que aqui saiu um pouco de seu estilo habitual de fazer cinema.

Os Vigaristas (Matchstick Men, Estados Unidos, 2003) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Nicholas Griffin, baseado no romance escrito por Eric Garcia / Elenco: Nicolas Cage, Alison Lohman, Sam Rockwell, Bruce Altman / Sinopse: Roy Waller (Cage) é um vigarista que é surpreendido com a chegada de sua filha. Como conciliar sua vida bandida com uma garota como aquela? Bom, isso vai complicar tudo, até o dia em que ele chega na conclusão que ela pode sim lhe ajudar em seus golpes.

Pablo Aluísio.

Impostor

Filme de ficção que acabou sendo esquecido com o passar dos anos. A estória se passa no futuro, em 2079. A humanidade está em guerra com uma raça alienígena. Gary Sinise é um cientista envolvido em um projeto secreto que tem como objetivo desenvolver uma arma definitiva contra a ameaça alien, só que ele se envolve em uma complicada conspiração, onde ele mesmo se torna suspeito de ser um impostor, um agente extraterrestre infiltrado em nosso meio. Agora ele terá que provar que é inocente das acusações.

Não gostei muito do filme. Na verdade esse gênero Sci-fi é um dos mais difíceis do cinema se formos analisar bem. O erro na dosagem pode transformar qualquer roteiro cheio de boas intenções em um mero trash descartável. Esse filme escapou disso, mas pouco memorável, não é sequer lembrado pelos fãs que gostam desse estilo de produção. Por fim um detalhe importante: o roteiro foi inspirado na obra de Philip K. Dick, o mesmo criador de Blade Runner. Esse, no final das contas, é o grande atrativo para se conferir esse filme. Fora isso, nada de muito importante para citar.

Impostor (Estados Unidos, 2001) Direção: Gary Fleder / Roteiro: Scott Rosenberg, baseado no conto "The Impostor" de Philip K. Dick / Elenco: Gary Sinise, Madeleine Stowe, Vincent D'Onofrio, Shane Brolly / Sinopse: Em 2079, numa planeta Terra em guerra com uma raça vinda do espaço, um cientista chamado Spencer John Olham (Gary Sinise) tenta sobreviver a uma conspiração de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

On Chesil Beach

Esse drama romântico conta a história de um relacionamento entre dois jovens ingleses na década de 1960. Ela se chama Florence (Saoirse Ronan). Filha de um homem rico e influente na sociedade londrina, quer ser música profissional.. Ela toca violino em um quarteto de cordas. Ela sonha um dia em ter uma carreira bem sucedida com o grupo, quem sabe até viver mesmo da música erudita. Ele é um jovem chamado Edward (Billy Howle). Ao contrário da namorada, não sabe muito bem o que fazer da vida. Estudante, está prestes a receber um diploma de história, mas nem sequer sabe se deseja mesmo ser professor. O roteiro é bem estruturado. Ao invés de contar a história do casal em linha cronológica ele escolhe um eixo narrativo central, mostrando o casamento deles e a lua de mel, onde ao redor vão surgindo cenas em flashback contando a história do namoro, desde o momento em que se encontraram pela primeira vez, passando pelos primeiros encontros, até chegar no dia em que decidiram se casar.

Há uma diferença de origens entre o casal. Enquanto ela vem de uma família bem estruturada, ele sofre com a mãe, que tem problemas mentais. Jovens e inexperientes vão acabar pagando um alto preço por se casarem tão jovens. O final do filme aliás pode vir a decepcionar o público, principalmente aquele mais romântico que adora finais felizes. Se há´uma lição a se aprender com essa história é a de que pessoas jovens não deveriam se casar precocemente. Há muito em jogo e nem sempre maturidade para se lidar com os problemas que vão surgindo. Quando não existe experiência de vida tudo pode acabar por um gesto impensado ou uma atitude impulsiva. Por isso acabei gostando bastante do filme. Não apenas pela presença sempre cativante e carismática da atriz Saoirse Ronan, mas também e principalmente pela preciosa mensagem que ele passa.

On Chesil Beach (Inglaterra, 2017) Direção: Dominic Cooke / Roteiro: Ian McEwan / Elenco: Saoirse Ronan, Billy Howle, Emily Watson, Andy Burse / Sinopse: O ano é 1961, na Inglaterra. Edward (Billy Howle) e Florence (Saoirse Ronan) são jovens. Eles se conhecem, se apaixonam e decidem se casar. Ela tem sonhos de ser uma música de palco, se apresentando com seu quarteto clássico. Ele se forma em história, para quem sabe se tornar um professor. São apaixonados, mas imaturos para lidar com problemas de um relacionamento adulto.

Pablo Aluísio.

Um Amor de Verdade

Gus (Matt Dillon) é um trabalhador comum que sonha em abrir seu próprio negócio. Só que trabalhando na companhia elétrica da cidade, ganhando pouco e ainda tendo que pagar pensão para a ex-esposa, suas chances de se tornar patrão vão ficando cada vez mais distantes. Até que ele tem uma ideia: que tal arranjar um novo marido para sua ex-mulher? Assim se ela se casar ele estará livre da pensão, podendo então abrir a sua própria empresa!

Hoje em dia esse tipo de enredo iria soar um pouco machista para o público feminino. Porém nos anos 90 era um filme OK, sendo consumido facilmente pelas mulheres. Afinal era considerada apenas uma comédia romântica sem maiores problemas. No elenco temos o bom e velho Matt Dillon. Esse ator conheço desde os anos 80, quando ele participou de muitos filmes de temática jovem que se tornaram clássicos, como o tão lembrado cult "O Selvagem da Motocicleta". Já esse aqui é apenas de rotina, sem maiores pretensões cinematográficas.

Um Amor de Verdade (Mr. Wonderful, Estados Unidos, 1993) Direção: Anthony Minghella / Roteiro: Amy Schor Ferris, Vicki Polon / Elenco: Matt Dillon, Annabella Sciorra, Mary-Louise Parker / Sinopse: Trabalhador comum, de empresa elétrica, tenta arranjar um novo marido para a ex-esposa. Ele faz isso não por bondade, mas sim para se livrar da pensão que paga a ela.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Conexão Escobar

Considero um filmão mesmo. Tudo o que se vê na tela foi baseado na história real de Robert Mazur (Bryan Cranston), um agente americano infiltrado no Cartel de Medellín. Ele era um mestre em contabilidade, com especialização em lavagem de dinheiro. Ora, nessa época o Cartel comandado por Pablo Escobar estava faturando alto com o tráfico internacional de drogas, saindo da Colômbia para os Estados Unidos. Com tanto dinheiro jorrando era necessário alguém para "legalizar" essa fortuna ilegal. Coube a Robert essa função. Claro que ao se infiltrar na quadrilha ele acaba testemunhando todos os tipos de crimes e também as personalidades dos principais chefões do tráfico. É um filme bem realista, mostrando a verdade sobre tudo o que aconteceu, sem tentar romantizar a vida dos criminosos. Além do bom roteiro ainda temos uma ótima atuação de  Bryan Cranston. Papel muito adequado, ainda mais para ele que se tornou famoso ao estrelar a série "Breaking Bad", que também tinha como tema o submundo do comércio ilegal de vendas de drogas.

No final ficamos sabendo de muitos detalhes, dos políticos corruptos, do modo de operação do grupo de Pablo Escobar e também do chamado Lado B do mundo do crime, aquele em que se tenta lavar imensas somas de dinheiro que vinham dos Estados Unidos, o maior mercado consumidor de drogas do mundo. Além de funcionar como cinema de boa qualidade o filme também pode ser visto como uma verdadeira reportagem investigativa, mostrando o que poucos conheciam até então.

Conexão Escobar (The Infiltrator, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Brad Furman / Roteiro: Ellen Sue Brown / Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya / Sinopse: O filme conta a história de um agente do DEA infiltrado no maior cartel de tráfico de drogas do mundo durante os anos 80. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Death Note

Definitivamente parece que ninguém, mas ninguém mesmo, curtiu essa adaptação de Death Note feita pela plataforma Netflix. Quando o projeto do filme foi anunciado os fãs dos quadrinhos comemoraram, acharam que vinha coisa muito boa por aí... só que não veio. Realmente é um filme bem fraco, com roteiro mal escrito, elenco jovem muito inexpressivo e uma direção de arte que vai do mediano para o ruim cena após cena. O enredo é bem conhecido para quem gosta de quadrinhos japoneses. Um livro que tem o poder de ceifar a vida de quem tem seu nome escrito nele, cai nas mãos de um jovem nerd, um estudante que só tira boas notas e que dá uma mãozinha para os que estão pendurados nas matérias.

Pois bem, com um poder desses o que ele decide fazer? Ora, escrever o nome dos mais diversos criminosos no livro, para que eles morram e assim a sociedade fique mais limpa, livre da criminalidade. Boa ideia? Nem tanto, logo as coisas fogem do controle e pioram ainda mais quando uma criatura sinistra, um demônio, surge para atazanar a vida do rapaz. Esse monstro aliás conta com a interpretação do único grande ator do elenco, o sempre bom e objetivo Willem Dafoe. Pena que uma andorinha só não faz verão e o filme como um todo seja muito fraquinho e decepcionante!

Death Note (Estados Unidos, 2017) Direção: Adam Wingard / Roteiro: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides / Elenco: Nat Wolff, Willem Dafoe, Lakeith Stanfield, Margaret Qualley, Shea Whigham / Sinopse: Jovem colegial, Light Turner (Wolff) coloca as mãos em um livro obscuro, que tem o poder de acabar com a vida daqueles cujos nomes são escritos em suas páginas. Com ele em seu poder começa a fazer uma espécie de "justiça pelas próprias mãos", em prol da sociedade, mas tudo acaba dando muito errado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Agora Estamos Sozinhos

Praticamente toda a humanidade desapareceu. Isso é uma premissa que o roteiro do filme vai impor logo nos primeiros minutos. Nada será explicado, por isso aceite esse fato como parte da história. Apenas um homem caminha nas ruas de uma pequena cidadezinhas perdida. Ele é interpretado pelo pequeno grande ator Peter Dinklage. Para não enlouquecer naquela solidão absoluta ele cria para si uma rotina. Continua organizando os livros da biblioteca (onde ele trabalhava antes do "apocalipse") e quando é possível entra nas casas, agora vazias, para fazer uma "limpeza", jogando todo o lixo fora e enterrando os corpos que por acaso encontra.

Sua rotina muda quando uma jovem aparece na cidade. Ela é encontrada inconsciente na direção de um carro que bateu violentamente em um poste, na madrugada anterior. Pelo visto ele não é o último sobrevivente sob a face da Terra. A garota é bonita, mais extrovertida do que ele (que é um sujeito monossilábico e com cara de poucos amigos) e vai ganhando sua confiança com o passar do tempo. Só que ela também guarda um segredo que ele nem desconfia. Do que ela estaria fugindo? Haveria outros sobreviventes ao suposto fim da humanidade?

Esse é um filme complicado, nem todos vão gostar. Quase sem nenhuma trilha sonora durante todo o desenrolar da história ele tem vários momentos onde basicamente nada acontece. Os diálogos são poucos, pontuais. Elle Fanning continua sendo uma graça de pessoa, mas sua personagem nunca se desenvolve bem. E para piorar tudo, embora talentoso, Peter Dinklage não consegue se sobressair por culpa de seu antipático papel. Barbudo, sempre com cara fechada, ele não cativa ninguém. Chega a ser até mesmo um pouco assustador. Em suma, não espere nem por algo convencional e nem por algo muito movimentado. O filme é, como algumas pessoas gostam de dizer, bem "paradão". O roteiro também deixa inúmeras perguntas sem respostas. Praticamente nada do que acontece é explicado devidamente. Assim a sensação final é que acabamos mesmo sendo enrolados, indo parar em lugar nenhum.

Agora Estamos Sozinhos (I Think We're Alone Now, Estados Unidos, 2018) Direção: Reed Morano / Roteiro: Mike Makowsky / Elenco: Peter Dinklage, Elle Fanning, Paul Giamatti, Charlotte Gainsbourg / Sinopse: Sozinho em sua cidade após um misterioso evento que matou todos os moradores, o pequeno Del (Peter Dinklage) tenta manter a sanidade, até o dia em que uma jovem aparece por lá. Grace (Fanning) vem para mudar sua vida para todo o sempre.

Pablo Aluísio.

Por um Corredor Escuro

Tipicamente um caso de filme de terror que tinha tudo para dar certo, mas que não funciona. A história se passa em um daqueles colégios tradicionais ingleses, onde garotas mais problemáticas são enviadas para aprender sobre disciplina, educação e postura. A protagonista é interpretada pela atriz AnnaSophia Robb. Ela é uma dessas meninas rebeldes que é enviada para uma dessas escolas bem conservadoras. Chegando lá fica sob supervisão de uma tutora rigorosa interpretada pela Uma Thurman. Aos poucos ela vai se acostumando com a rotina do lugar, conhecendo as outras alunas, etc. Só que tem algo muito errado com aquele lugar. As jovens começam a despertar talentos incomuns. Uma se torna uma excelente pianista. A outra começa a pintar quadros clássicos maravilhosos. Ainda sobra espaço para matemáticas, poetisas, etc. Nada parece fazer muito sentido.

A explicação vem da manifestação de entidades sobrenaturais. Dizer mais seria estragar as surpresas do roteiro. Só que não vá se animando muito. O enredo é bom, a premissa muito interessante, mas o filme é fraco demais. Dirigido por um cineasta espanhol (a Espanha tem realizado muitos bons filmes de terror ultimamente), tudo acaba em mera decepção. A cena final, com chamas digitais extremamente mal feitas, é a pá de cal definitiva sobre um filme que ficou pelo meio do caminho.

Por um Corredor Escuro (Down a Dark Hall, Estados Unidos, Espanha, 2018) Direção: Rodrigo Cortés / Roteiro: Michael Goldbach, Chris Sparling / Elenco: AnnaSophia Robb, Uma Thurman, Isabelle Fuhrman / Sinopse: Jovem garota rebelde é enviada para uma tradicional escola para moças para aprender disciplina e foco em sua vida, mas acaba descobrindo que o lugar guarda segredos envolvendo o sobrenatural e a invocação de pessoas mortas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Venom

O Venom é um personagem do universo do Homem-Aranha. Foi um vilão inventado pela Marvel para combater o famoso herói. Só que nesse filme nada disso conta. É um filme que se propõe a ser solo, quase como uma nova franquia do estúdio. Basicamente temos uma espécie de parasita espacial que chega em nosso planeta e começa a criar uma simbiose com seres humanos para sobreviver em nosso ambiente. Para azar do jornalista Eddie Brock (Tom Hardy) ele acaba sendo infectado. Como se não já bastasse ter perdido o emprego e a namorada com quem pretendia se casar, agora ele precisa lidar com essa ameaça desconhecida. A criatura chamada Venom ocupa não apenas seu corpo, mas sua mente também, falando com ele em tempo real, criando situações que até tentam ir pelo caminho do humor.

O filme está fazendo sucesso atualmente nos cinemas. Nos Estados Unidos foi o mais visto desse fim de semana. A crítica em geral opinou negativamente, mas o público parece ter gostado bastante, lotando as salas de exibição. Pessoalmente achei um bom filme pipoca, bem na base da diversão mesmo. A estória é pura ficção anos 50, com monstros espaciais, foguetes, vilões inescrupulosos, etc. Só faltou mesmo o Homem-Aranha, afinal o Venom é tão ligado ao Peter Parker que tem inclusive o mesmo visual de um de seus uniformes (coisa que o roteiro desse filme tenta ignorar, mas que é óbvio). Pelo que vinha lendo do filme poderia ser bem pior. Do jeito que está é um pipocão que cumpre aquilo que promete, trazendo uma boa diversão para seu público alvo.

Venom (Estados Unidos, 2018) Direção: Ruben Fleischer / Roteiro: Jeff Pinkner, Scott Rosenberg / Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed / Sinopse: Criatura espacial, uma espécie de parasita simbiótico, infecta um jornalista investigativo. Enquanto ele tenta entender o que está acontecendo, um plano que coloca em risco a vida humana na Terra é criado por um vilão psicopata.

Pablo Aluísio.