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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Cidade de Mentiras

Título no Brasil: Cidade de Mentiras
Título Original: City of Lies
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: FilmNation Entertainment, Good Films Collective
Direção: Brad Furman
Roteiro: Randall Sullivan, Christian Contreras
Elenco: Johnny Depp, Forest Whitaker, Toby Huss, Dayton Callie, Louis Herthum, Shea Whigham

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Após a morte do rapper Notorious B.I.G,  o departamento de polícia de Los Angeles escala o detetive Russell Poole (Johnny Depp) para investigar o caso. O problema é que as investigações acabam revelando um esquema de corrupção envolvendo policiais e figurões do próprio departamento, criando uma grande tensão entre todos os envolvidos.

Comentários:
Até hoje não se sabe quem matou o músico Notorious B.I.G. O caso segue em aberto. O roteiro desse filme se propõe justamente a explicar esse intrigante caso de homicídio. E tudo foi baseado nas investigações do próprio detetive do caso, um sujeito que procurou pela verdade e provavelmente a encontrou, mas que para o departamento de polícia de Los Angeles não era nada conveniente que fosse revelada. E aí já sabemos o rumo desse tipo de situação. Todo tipo de pressão e acobertamento pelas próprias autoridades começou a ser montado, visando abafar mesmo o caso. O detetive que fez muito bem seu trabalho começou a se tornar uma peça que deveria ser removida ou desacreditada o mais rapidamente possível. O curioso é que sem chegar nos verdadeiros culpados, o caso já se arrasta há décadas sem solução, o que corrobora bastante a tese que o filme defende. O ator  Johnny Depp está muito bem em seu trabalho, isso a despeito dos problemas legais que enfrentou durante as filmagens. Ele foi acusado por um dos membros da equipe técnica do filme de agressão. Segundo algumas versões ele apareceu embriagado para trabalhar e agrediu esse sujeito, o que levou os produtores a terem que lidar com um processo enquanto o filme era finalizado. Mais um incidente desagradável na longa ficha de problemas de Depp. Algo lamentável que acaba minando de certa maneira a carreira desse talentoso ator.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Conexão Escobar

Considero um filmão mesmo. Tudo o que se vê na tela foi baseado na história real de Robert Mazur (Bryan Cranston), um agente americano infiltrado no Cartel de Medellín. Ele era um mestre em contabilidade, com especialização em lavagem de dinheiro. Ora, nessa época o Cartel comandado por Pablo Escobar estava faturando alto com o tráfico internacional de drogas, saindo da Colômbia para os Estados Unidos. Com tanto dinheiro jorrando era necessário alguém para "legalizar" essa fortuna ilegal. Coube a Robert essa função. Claro que ao se infiltrar na quadrilha ele acaba testemunhando todos os tipos de crimes e também as personalidades dos principais chefões do tráfico. É um filme bem realista, mostrando a verdade sobre tudo o que aconteceu, sem tentar romantizar a vida dos criminosos. Além do bom roteiro ainda temos uma ótima atuação de  Bryan Cranston. Papel muito adequado, ainda mais para ele que se tornou famoso ao estrelar a série "Breaking Bad", que também tinha como tema o submundo do comércio ilegal de vendas de drogas.

No final ficamos sabendo de muitos detalhes, dos políticos corruptos, do modo de operação do grupo de Pablo Escobar e também do chamado Lado B do mundo do crime, aquele em que se tenta lavar imensas somas de dinheiro que vinham dos Estados Unidos, o maior mercado consumidor de drogas do mundo. Além de funcionar como cinema de boa qualidade o filme também pode ser visto como uma verdadeira reportagem investigativa, mostrando o que poucos conheciam até então.

Conexão Escobar (The Infiltrator, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Brad Furman / Roteiro: Ellen Sue Brown / Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya / Sinopse: O filme conta a história de um agente do DEA infiltrado no maior cartel de tráfico de drogas do mundo durante os anos 80. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Conexão Escobar

Título no Brasil: Conexão Escobar
Título Original: The Infiltrator
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brad Furman
Roteiro: Ellen Sue Brown
Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya
  
Sinopse:
Durante a década de 1980 o DEA (Departamento de combate ao tráfico de drogas dos EUA) resolveu infiltrar dois agentes dentro da conexão internacional do Cartel de Medellín na Flórida. Essa organização criminosa estava na época importando para as principais cidades americanas toneladas de cocaína, praticamente dominando todo o mercado do país. O principal membro infiltrado da polícia era o agente Robert Mazur (Bryan Cranston), que se passava como especialista em lavagem de dinheiro. O filme narra parte da operação que foi montada.

Comentários:
Esse filme foi baseado no livro de memórias do agente Robert Mazur que participou de uma ampla operação de infiltração dentro do Cartel de Medellín na década de 80. O objetivo era não apenas prender os chefes do tráfico como também os banqueiros que recebiam todos os valores ilícitos em forma de depósitos, devidamente desviados para paraísos fiscais com o objetivo de lavar o dinheiro obtido nas atividades criminosas, usando para isso o sistema financeiro internacional. O personagem de Bryan Cranston era um elo vital nessa conexão porque ele se apresentava como um verdadeiro gênio da contabilidade, com ampla experiência em lavar o dinheiro do Cartel. Para isso foi se infiltrando aos poucos dentro da organização, se tornando amigo de figuras importantes, conquistando suas confianças. Um trabalho minucioso, exaustivo e obviamente bem perigoso. O roteiro procura mostrar não apenas a operação policial em si como também a forma como ela afetava a vida pessoal do agente Mazur. Seu casamento vivia em constante tensão justamente pelo fato do policial ter que viver praticamente duas vidas separadas, com nomes diferentes e histórias pessoais também conflituosas. Para pegar os traficantes o DEA não poupou esforços. Criou uma nova identidade para Mazur, um casamento com outra policial também infiltrada e todo o tipo de cenários inexistentes para que os traficantes de Medellín não desconfiassem de nada. Um trabalho de ocultação simplesmente perfeito. É interessante também como o filme lida com a figura do chefão Pablo Escobar. Ele atua nas sombras, nunca aparecendo de forma ostensiva, tratando com Mazur apenas através de seus subordinados. Entre eles surgem sujeitos bizarros como Javier Ospina, um traficante homossexual violento, com preferência para figurinos chamativos e de extremo mau gosto. De uma forma em geral gostei bastante desse "Conexão Escobar". O assisti com um pé atrás pois li e ouvi várias críticas que não eram muito boas. Bobagem, o filme é realmente bom. Pode assistir sem receios.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Poder e a Lei

Tive algumas surpresas ao assistir esse "O Advogado do Lincoln" (a tradução literal do título em inglês pois o personagem principal anda em um carrão Lincoln dos anos 70). Pois bem, eu pensei que o filme seria mais leve, soft, baseado numa fina ironia sobre advogados criminalistas vulgarmente conhecidos como "advogados de porta de cadeia" (nome aliás que o livro de Michael Conelly, que deu origem ao filme, recebeu no Brasil ao ser publicado). O material promocional me levou a pensar assim mas estava enganado. O Mick Haller, personagem bem interpretado pelo ator Matthew McConaughey, é certamente um espertalhão, sempre com uma carta na manga para tapear o primeiro idiota que aparecer pela frente mas o filme não se concentra nisso - e nem tenta fazer muito humor em cima desse tipo de situação. Na realidade o roteiro tem uma trama muito bem bolada, com várias reviravoltas ao longo do filme, mas tudo tratado de forma bem convencional. Certamente não vou contar nada aqui para não estragar mas de antemão é importante informar que o argumento é bem ao estilo "nada é aquilo do que aparenta ser".

"The Lincoln Lawyer" tem um bom elenco mas infelizmente há um sério problema na dupla central de atores. Matthew McConaughey apresenta um bom trabalho, inclusive trazendo para sua atuação vários maneirismos de advogados que quem atua na área conhece muito bem. A advocacia não consiste apenas em um bom desempenho processual mas também em um fino tato para lidar com todos os tipos de clientes. Nesse ponto Matthew se saí muito bem. O problema de "O Poder e a Lei" no quesito atuação tem nome: Ryan Phillippe. Sua caracterização do cliente em cena é pobre e medíocre. Esse papel que deveria ser um dos trunfos do roteiro, por causa de sua complexidade, não encontra nenhum respaldo na fraca interpretação de Ryan Phillippe. Sem profundidade, vazio em sua performance o ator quase leva tudo a perder. Fiquei imaginando Kevin Spacey nesse tipo de papel, certamente assim teríamos uma pequena obra prima em mãos mas infelizmente não é isso que acontece. De qualquer forma, mesmo com esse sério problema, o filme consegue prender a atenção, mesmo que tenha um clímax um pouco apressado - e mal direcionado. Certamente "O Poder e a Lei" não pode ser comparado com os grandes filmes de tribunal do passado mas de maneira em geral pode se tornar um bom entretenimento caso você não exija muito.

O Poder e a Lei (The Lincoln Lawyer, Estados Unidos, 2011) Direção: Brad Furman / Roteiro: John Romano baseado no livro de Michael Connelly / Elenco: Matthew McConaughey, Marisa Tomei, Ryan Phillippe / Sinopse: Mick Haller (Matthew McConaughey) é um advogado criminalista que é contratado para defender o jovem Louis Roulet (Ryan Phillippe) de família rica e tradicional na cidade.

Pablo Aluísio.