segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Sicário: Dia do Soldado

Gostei bastante do primeiro filme. Nem sabia que o ator Benicio Del Toro tinha planos de criar e estrelar uma nova franquia de filmes de ação. Foi justamente isso que aconteceu. Nesse segundo filme temos a sequência dos acontecimentos do primeiro filme, só que com uma trama de fundo diferente. Tudo começa quando três terroristas islâmicos entram em um pequeno supermercado numa cidade de fronteira dos Estados Unidos. São homens bombas. Tudo vai pelos ares. A CIA entra na investigação e descobre que eles entraram no país justamente na fronteira com o México. Por trás de tudo estaria os grandes cartéis mexicanos de tráfico de drogas; A solução encontrada pelos agentes é criar uma guerra interna entre eles, para assim desmontar todo o crime organizado, tanto  do lado dos Estados Unidos, como do México. Bom roteiro, que apesar de não estar no mesmo patamar do primeiro filme, não deixa a desejar em nada.

Como destaque do filme temos algumas sequências extremamente bem realizadas. Numa delas três helicópteros militares das forças especiais americanas interceptam carros cheios de traficantes e sicários, onde uma jovem adolescente, chefe de um chefão de um cartel importante, era levada como refém. O estilo é cru e violento, com poucos diálogos (apenas os necessários). O resultado é bem expressivo.  Em outra cena o personagem de Benicio Del Toro é executado bem no meio do deserto, só que o tiro, dado por um garoto, atravessa sua boca, saindo pela lateral. Na hora você pensa que é o fim dele, afinal como alguém poderia sobreviver a algo assim... mas depois de alguns momentos ele se levanta e consegue escapar. Uma cena bem visceral. O roteiro obviamente deixa a porta aberta para novos filmes. Se eles continuarem nesse nível de qualidade serão muito bem-vindos.

Sicário: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado, Estados Unidos, México, 2018) Direção:  Stefano Sollima / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Benicio Del Toro, Josh Brolin, Isabela Moner, Matthew Modine / Sinopse: Alejandro (Benicio Del Toro) entra em uma nova operação da CIA, sob comando do agente Matt Graver (Josh Brolin). Após a entrada de terroristas pelas fronteiras, eles devem criar uma guerra entre os principais cárteis de drogas do México. Brigando entre si, ficariam mais fáceis de dominar e destruir.

Pablo Aluísio.

8 comentários:

  1. No primeiro filme a personagem da Emily Blunt fica perplexa quando é informada que o governo americano está contratando "consultores" cívis, leia se mercenários, para operações de legalidade constitucional duvidosa para extirpar o mal do trafico de drogas invadindo países e matando os chefes dos carteis. O chefe dela a tranquiliza explicando que ela não está agindo de forma ilegal, que as ordens dessas operações estão endo emitidas não por pessoas nomeadas para os cargos, mas por pessoas eleitas. Pessoas ELEITAS! Pablo, você percebeu o perigo desse tipo de ideia/filosofia que se está disseminando neste filme?

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  2. O roteiro dessa franquia foca justamente nas operações sujas da CIA, quando eles agem por baixo do pano, da legalidade. Aqui colocaram o Matthew Modine como um burocrata do governo que não sabe nada do que é feito em campo. Um retrato do que deve mesmo ocorrer no governo americano.

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    1. E o pior que não é "por baixo do pano, da legalidade"; é "legalizado", por fora da constituição, por políticos com poderes executivos. Agora, se isso acontece na democracia mais desenvolvida do mundo, você imagina que as nossas pessoas ELEITAS não fazem neste Brasil, terra de ninguém?

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  3. Legais?... seria complicado. Usando apenas o filme como exemplo tais atos feitos pelos agentes da CIA são todas ilegais. Há torturas, sequestros, assassinatos... nada disso seria possível na legalidade. A CIA do filme comete crimes e mais crimes....

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    1. Eu sei, por isso que é assustador no primeiro filme eles dizerem que comentem essa ilegalidades autorizados oficialmente por políticos poderosos e interessados em resultados, doa em quem doer.

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  4. Pablo:

    Assisti a esse "Sicario: Dia do Soldado". Logo que o filme começa, eu adorei tanto tudo, que já ia dar um jeito de comprar um DVD com o filme para te-lo sempre comigo, como sempre faço quando gosto muito de um filme e quero revê-lo na hora em que me der vontade. Porém, na hora em que o filme chega, mais ou menos, no meio, naquela hora em que os policiais mexicanos morrem e a CIA faz uma das suas habituais sacanagens com seus agentes, o filme passa de um potencial épico com "o filho do "Rei" sendo sequestrado para causar uma guerra entre os carteis assim enfraquece-los e facilitar o combate do DEA", para um filminho de "vou salvar a menininha chata". Caramba, o Sicário do Benicio Del Toro, na última cena do primeiro filme, matou toda uma família, incluindo aí duas crianças muito pequenas e indefesas, sem nem pensar e agora resolveu proteger aquela filha arrogante e prepotente do maior de todos os traficante do México? Ande está a coerência mínima disso? Quando essa menina sofre o falso sequestro e começa a gritar, eu torci para alguém ma-ta, tanto que a parte que mais gostei foi quando, de forma bruta, colocam um monte de fita adesiva na boca dela.
    E o final? O que é aquilo? "você quer ser sicário?" Sério? Aquele super assassino, em busca de vingança pela família, falando uma frase dessas para o porqueira do bandidinho que lhe deu um tiro na cabeça a queima roupa?. Tenha a santa paciência. Não vou nem falar do mercenário chefe, feito pelo ótimo Josh Brolin, desobedecendo um ordem direta de "limpeza" total e mais um vez livrando a menina chata da morte. Que decepção terrível eu tive.

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  5. Eu entendo. Realmente o roteiro erra nesse excesso de bondadismo, tentando transformar o personagem em um sujeito bonzinho - sendo que ele nunca foi isso no primeiro filme. E o final, como você mesmo resumiu, não tem um bom desfecho. Na verdade é apenas um gancho para futuros filmes. Vão transformar esse Sicário numa nova franquia de filmes de ação, assim os produtores mandaram os roteiristas colocarem esse cena final desnecessária.

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    1. Exatamente,coisa de produtores; o incrível é ver os excelentes Benício Del Toro e Josh Brolin entrando nessa.

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