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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A Corrida do Século

Divertida comédia assinada por Blake Edwards. Considero esse cineasta um dos mais subestimados diretores de humor da história do cinema. A crítica sempre torceu o nariz para seus filmes e ele nunca conseguiu reconhecimento para seu ótimo timing humorístico. Aqui Edwards volta ao inicio do século XX para contar a história de uma verdadeira corrida maluca, atravessando três continentes. Entre os competidores temos todos os tipos de aviadores e pilotos. Há desde galãs engomadinhos a trapaceiros vilanescos, passando por princesas delicadas que também querem provar que as mulheres podem fazer tudo o que os homens fazem. O diretor Blake Edwards imprimiu ao filme um tom cartunesco, de desenho animado mesmo, trazendo um claro sabor nostálgico a quem assiste ao filme nos dias atuais. A ideia inclusive daria origem a uma série de desenhos famosos na TV chamado justamente de “A Corrida Maluca” – quem lembra do famoso Dick Vigarista? Pois é, nada mais é do que uma adaptação animada dos mesmos personagens que vemos aqui.

O elenco de “A Corrida do Século” é outro ponto positivo a começar pela presença do sempre carismático Tony Curtis. Impagável a cena em que ele, cheio de bons modos, participa de uma verdadeira guerra de tortas na cara! Essa cena resume muito bem o clima que Blake Edwards quis dar ao filme em si, tudo muito escrachado, pastelão mesmo, sem vergonha de abraçar esse estilo de humor mais popularesco. Jack Lemmon e Natalie Wood completam o excelente time de atores. Natalie Wood interpreta uma espécie de Penélope Charmosa (quem lembra da personagem dos desenhos da Hanna-Barbera?). Já Lemmon está perfeitamente à vontade em sua caracterização que aliás nos passa a sensação de que ele na verdade está se divertindo como nunca, mais do que o próprio espectador.

Outro aspecto digno de nota desse “A Corrida do Século” é a sua direção de arte. Com visual nitidamente calcado na moda da década de 1960 (apesar da estória se passar na década de 1920) o filme traz um sabor nostálgico à prova de falhas. Tudo muito colorido e deliciosamente fake. Assim na pior das hipóteses o espectador ficará com um belo sorriso nos lábios. Se nunca assistiu não deixe de ver. “A Corrida do Século” pode não ser nenhuma comédia sofisticada ou inteligente, mas diverte bastante caso o espectador consiga entrar em seu clima envolvente. Diversão garantida.
 
A Corrida do Século (The Great Race, Estados Unidos, 1965) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Arthur A. Ross, Blake Edwards / Elenco: Jack Lemmon, Tony Curtis, Natalie Wood, Peter Falk, Arthur O'Connell / Sinopse: No começo do século XX um grupo de pilotos entra em uma corrida internacional através de três continentes ao redor do mundo. Quem vai vencer a disputa? Filme vencedor do Oscar na categoria de melhores efeitos sonoros (Treg Brown).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A Batalha de Anzio

Filme de guerra feito nos moldes do velho estilo do gênero, embora tenha sido produzido já no final dos anos 60, quando esse modo de fazer cinema já estava ficando um pouco fora de moda. Ao invés do romantismo heroico dos filmes antigos, o cinema já naquela fase procurava por mais realismo, mostrando os soldados e combatentes como eles eram na vida real, ou seja, sujeitos que não eram exatamente heróis absolutos, acima do bem e do mal, mas sim seres humanos normais, que apresentavam também suas pequenas e grandes falhas de caráter.

O filme é uma produção entre estúdios americanos e italianos e mostra a carnificina que aconteceu em campo quando tropas aliadas e nazistas bateram de frente numa das batalhas mais sangrentas da II Guerra Mundial. Em pouco tempo de fogo cruzado mais de 30 mil homens foram mortos de ambos os lados. Esse capítulo da guerra foi vital pois estava em jogo o domínio sobre a Itália e sua capital Roma. No elenco o grande destaque vem da presença do veterano Robert Mitchum. O tempo já havia castigado o velho ídolo do cinema, mas ele ainda estava firme e forte em cena, interpretando o mesmo tipo durão que fez sua fama ao longo de tantos anos de carreira.

A Batalha de Anzio (Lo sbarco di Anzio, Estados Unidos, Itália, 1968) Direção: Edward Dmytryk, Duilio Coletti / Roteiro: H.A.L. Craig, baseado no livro de história escrito por Wynford Vaughan-Thomas / Elenco: Robert Mitchum, Peter Falk, Robert Ryan / Sinopse: Dick Ennis (Robert Mitchum) é o correspondente de guerra que vivencia uma das mais violentas batalhas da II Grande Guerra Mundial, quando soldados aliados e inimigos nazistas encheram o solo italiano de sangue decorrente de um dos conflitos armados mais letais da história.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Imbatível

Existem filmes que você assiste, mas que com o tempo acaba esquecendo que viu algum dia. Esse "O Imbatível" se encaixa bem nessa categoria, pelo menos no meu ponto de vista, partindo das minhas lembranças pessoais. Qual é a história que esse roteiro nos conta? Vamos para a sinopse oficial, traduzida diretamente para nossa língua materna. Diz a sinopse: "Quando o campeão dos pesos pesados ​​George "Iceman" Chambers aterrissa na prisão, o gângster que manda no lugar organiza uma luta de boxe com o atual campeão da prisão".

Então temos aqui um filme de prisão com toques de Rocky? Calma, não é bem assim. O filme não tem a triste melancolia dos filmes famosos do Sly. Na verdade é bem mais barra pesada, valorizando o lado animal do ser humano aprisionado entre grades de uma prisão. É um bom filme, valorizado por um elenco essencialmente negro, muito empenhado em atuar bem. Se você curte lutas de vida ou morte em ambientes limites, esse é o seu filme, meu caro.

O Imbatível (Undisputed, Estados Unidos, 2002) Direção: Walter Hill / Roteiro: David Giler, Walter Hill / Elenco: Wesley Snipes, Ving Rhames, Peter Falk, Michael Rooker / Sinopse: Dentro de uma prisão brutal, um campeão de boxe precisa mostrar sua coragem e sua capacidade de luta, fora e dentro dos ringues.

Pablo Aluísio.