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quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Espíritos Obscuros

Uma professora de ensino fundamental (interpretada pela atriz Keri Russell da série "Felicity") passa a desconfiar que um de seus alunos está sofrendo de algum tipo de abuso em sua casa. Ele é filho de um traficante da região, muito conhecido pela polícia. Como ela é irmã do xerife (Jesse Plemons, sempre um bom ator em cena), o policial passa a investigar. O problema é que o pai do garoto foi supostamente possuído por uma espécie de espírito ancestral da floresta, uma entidade sobrenatural que transforma homens em bestas selvagens. E tudo parece ter origem em velhas lendas indígenas. Será verdade? Ou o homem apenas enlouqueceu por causa dos produtos químicos que tem contato ao produzir a droga conhecida como meta?

Esse filme, apesar de boa produção e bom elenco, foi pouco comentado. Nem entre os fãs de terror teve maior repercussão. A história me lembrou muito de um antigo episódio da série Arquivo X intitulado "O Demônio de Jersey" que tratava justamente desse tipo de lenda, do homem bestial que vive nas florestas e ataca as pessoas. Essas criaturas praticam canibalismo e se fortalecem a cada vítima que é morta. Penso que esse roteiro até começa muito bem, tratando de aspectos relevantes, como o abuso infantil, inclusive sobre o passado da própria professora e seu irmão policial. Só que conforme vai chegando ao final os roteiristas colocam tudo no controle remoto, apelando para a velha fórmula dos filmes de monstros. Com isso o filme perde bastante em termos de interesse e relevância.

Espíritos Obscuros (Antlers, Estados Unidos, 2021) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Henry Chaisson, Nick Antosca, Scott Cooper / Elenco: Keri Russell, Jesse Plemons, Jeremy T. Thomas / Sinopse: Uma professora e seu irmão policial tentam desvendar um caso envolvendo muitas mortes na floresta da região onde moram. E um dos garotos que é seu aluno na escola onde ensina parece ser a chave que vai desvendar todo esse mistério macabro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Ataque dos Cães

Mais um faroeste do Netflix. Se bem que essa seria uma definição bem simples desse ótimo filme. Na história temos dois irmãos. Eles vivem de um grande e bem sucedido rancho de criação de gado. Depois de muitos anos de trabalho duro, o mais velho dos irmãos, George Burbank (Jesse Plemons), decide que é hora de arranjar uma esposa e se casar. Ele não quer envelhecer sozinho no meio daquelas vastas terras. Acaba escolhendo como esposa uma viúva chamada Rose Gordon (Kirsten Dunst). Ela tem um pequeno restaurante onde serve comida para cowboys em viagem. A escolha do irmão George aborrece profundamente seu irmão mais jovem, Phil Burbank (Benedict Cumberbatch), um tipo rude, criado trabalhando como cowboy no rancho. No seu ponto de vista Rose está interessada apenas no dinheiro de George. E as coisas só pioram porque Rose já tem um filho, um jovem adolescente que todos acreditam ser homossexual. Phil é um homofóbico por natureza e pelo visto pretende pegar no pé do jovem sempre que possível.

Esse filme foi dirigido pela diretora Jane Campion. Essa informação por si mesma já colocaria essa produção um ponto acima das demais. Além disso a história é uma adaptação de um livro de sucesso escrito por Thomas Savage que em algumas edições se chamou no Brasil de "O Poder do Cão". É um filme sobre relacionamentos humanos, as dificuldades de se aceitar o próximo e os preconceitos que minam a interação entre as pessoas. O elenco está ótimo, em especial os dois atores que interpretam os irmãos. Um é caladão, mais ponderado, pensativo. O outro surge como pura emoção, imprudente, muitas vezes inconveniente. A chegada de uma mulher e seu filho no meio desse tipo de relação torna tudo ainda mais complicado. Em conclusão, ótimo filme, com história de final surpreendente (sim, você terá grandes surpresas) e um roteiro primoroso. Eu que pensei que o ano já estava terminado acabei assistindo a um dos melhores filmes do ano! Quem poderia imaginar...

Ataque dos Cães (The Power of the Dog, Estados Unidos, Nova Zelândia, 2021) Direção: Jane Campion / Roteiro: Jane Campion / Elenco: Benedict Cumberbatch, Jesse Plemons, Kirsten Dunst, Kodi Smit-McPhee / Sinopse: Dois irmãos, donos de um próspero rancho no oeste, percebem as mudanças de vida quando um deles decide se casar. A chegada da nova esposa e de seu jovem filho muda o relacionamento entre eles de uma maneira que jamais poderiam imaginar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Jungle Cruise

Divertidíssimo! Assim eu poderia resumir esse primeiro blockbuster da Disney a chegar nos cinemas, nesse momento em que a pandemia está sendo mais controlada por causa das vacinas. E o filme que custou 200 milhões de dólares não fez feio nas bilheterias, liderando a lista dos mais vistos na Europa e nos Estados Unidos. E realmente é um filme muito bem produzido, com enredo divertido e efeitos especiais de última geração. Curiosamente o ator Dwayne Johnson retornou para a selva. Ele é dono de um barco no Rio Amazonas quando é contratado por uma inglesa (interpretada pela sempre carismática Emily Blunt) para encontrar uma árvore mágica, que traz a cura para qualquer mal, em um lugar conhecido como Lágrimas da Lua.

Pura fantasia juvenil! Mas olha, funciona muito bem! Claro que se eu tivesse 14 anos de idade iria curtir muito mais o filme, mas quem disse que uma pessoa mais velha não possa apreciar o ritmo de pura aventura escapista? Pois é, o filme não se contenta em contar mais uma história nos confins de uma floresta cheia de lendas, para ir mais fundo nesse mundo de realismo fantástico. Há elementos de antigos filmes como "Uma Aventura na África" com a saga de Indiana Jones, tudo junto e misturado. Clichês estão por toda parte, mas apesar de tudo isso, no conjunto, o filme é um produto pipoca que cumpre bem seus objetivos que é acima de tudo divertir o espectador. Nesse quesito me senti plenamente realizado.

Jungle Cruise (Estados Unidos, 2021) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Michael Green, Glenn Ficarra / Elenco: Dwayne Johnson, Emily Blunt, Jesse Plemons, Jack Whitehall, Edgar Ramírez, Paul Giamatti / Sinopse: Uma antiga lenda brasileira afirma que existe uma árvore no interior profundo da floresta Amazônica que produz pétalas que irão curar qualquer enfermidade. Uma doutora inglesa e seu irmão decidem ir para o Brasil para encontrar as origens dessa lenda centenária.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de agosto de 2021

Friday Night Lights

Assisti essa série na íntegra, do primeiro ao último episódio. E não foi curta, com 5 temporadas que foram exibidas entre os anos de 2006 a 2011. Nos Estados Unidos fez bastante sucesso de audiência, mas no Brasil, como era esperado, passou quase despercebida. A razão é até simples de explicar pois "Friday Night Lights" explorava o mundo do futebol americano estudantil, algo que não despertava nenhum interesse entre os brasileiros já que a NFL e suas categorias de base eram solenemente ignoradas por grande parte do público no Brasil. E olha que os roteiros não se resumiam ao esporte, nada disso, havia um ótimo desenvolvimento de todos os personagens, mas nem assim a série ganhou destaque em nosso país.

"Friday Night Lights" nada mais era do que uma adaptação para a TV do filme "Tudo Pela Vitória". O curioso é que eu assisti a série primeiro, gostei muito e quando fui ver o filme já não achei grande coisa. A série é´muito superior ao filme que lhe deu origem, em um caso sui generis nesse tipo de adaptação televisiva - geralmente os filmes são bem melhores. De qualquer forma deixo a dica para quem nunca viu. Se não estou enganado a série ainda chegou a ser exibida brevemente pelo SBT, mas por pouco tempo. Melhor é conferir as temporadas em serviços de streaming para acompanhar todos os episódios que devem ser vistos em sequências pois a série tem uma linha cronológica bem clara e organizada.

Friday Night Lights (Friday Night Lights, Estados Unidos, 2006 - 2011) Direção: Jeffrey Reiner, Michael Waxman, entre outros / Roteiro: Peter Berg, Buzz Bissinger, entre outros / Elenco: Kyle Chandler, Connie Britton, Taylor Kitsch, Minka Kelly, Jesse Plemons, Aimee Teegarden, / Sinopse: A série conta a história de um treinador de futebol americano que disputa com seu time um importante torneio, de onde serão escolhidos os melhores atletas para disputarem a cobiçada liga NFL, do esporte profissional.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de março de 2021

Judas e o Messias Negro

Esse filme está bem cotado ao Oscar nesse ano, concorrendo em diversas categorias. A história é baseada em fatos reais acontecidos no final da década de 1960. Naquela época o grupo Panteras Negras começava a chamar a atenção do FBI porque alguns de seus líderes começaram a pregar ideais revolucionários, inclusive com sugestão de luta armada. Dentro do discurso também havia claros elementos socialistas, o que naquele período histórico conturbado era visto com extrema cautela pelo governo americano, afinal não podemos esquecer que aqueles eram tempos de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética.

E entre os líderes dos Panteras Negras começou a se destacar um jovem chamado Fred Hampton (Daniel Kaluuya). Com apenas vinte e poucos anos ele inflamava as multidões que chegavam para ouvir seus discursos. Com receios que ele se tornasse um novo Malcolm X, o FBI resolveu infiltrar um informante dentro dos Panteras Negras, um sujeito chamado Bill O'Neal (LaKeith Stanfield). Ele tinha histórico de roubo de carros, com passagem pela polícia. O mais curioso é que ele também fingia ser um agente do FBI, o que era claramente uma mentira e um crime. O agente Roy Mitchell (Jesse Plemons) passaria então a coordenar esse esquema de infiltração dentro do grupo. E assim o roteiro se desenvolve, sempre com O'Neal passando diversas informações dos Panteras Negras para o FBI, agindo como se diz na gíria policial americana, como um "rato".

"Judas e o Messias Negro" é um ótimo filme. Ele me lembrou em diversas ocasiões desse outro clássico moderno desse estilo, o hoje ainda cultuado "Mississípi em Chamas". É curioso perceber nesses filmes como o FBI poderia ficar de um lado ou de outro no que diz respeito às lutas pelos direitos civis pela população negra. Ora os agentes estavam garantindo os direitos constitucionais dessa parcela da população americana, ora estava combatendo certos grupos mais radicais envolvidos nessa questão. Agora, o que realmente deixa perplexo um observador mais atento é perceber que após mais de 5 décadas a questão racial nos Estados Unidos ainda segue sem resolução. O clima de racismo e segregação ainda persiste e piorou muito nos últimos anos. Terá algum dia uma solução?

Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah, Estados Unidos, 2021) Direção: Shaka King / Roteiro: Will Berson, Shaka King / Elenco: Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield, Jesse Plemons, Dominique Fishback, Algee Smith / Sinopse: Agente do FBI coordena um esquema de infiltração de um informante da agência dentro do grupo negro radical Panteras Negras, durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Daniel Kaluuya), melhor ator coadjuvante (LaKeith Stanfield), melhor música original ( "Fight for You" de H.E.R, D'Mile e Tiara Thomas), melhor roteiro original e melhor direção de fotografia (Sean Bobbitt). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Daniel Kaluuya).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Estou Pensando em Acabar com Tudo

Qual é o significado desse filme "Estou Pensando em Acabar com Tudo"? Antes de mais nada, devo dizer que esse foi um dos filmes mais diferenciados e inteligentes que assisti nesse ano. É aquele tipo de roteiro que não foi escrito para facilitar a vida do espectador. Nada é simplificado, tudo tem sua razão de ser. Baseado no livro escrito pelo autor Iain Reid, esse enredo tem uma linha narrativa completamente fora dos padrões, apesar de sua inicial simplicidade. No começo do filme somos apresentados a um casal formado por Jake (Jesse Plemons) e uma jovem garota cujo nome nunca é citado, em boa interpretação da atriz irlandesa Jessie Buckley. Eles estão em um carro, indo em direção à fazenda dos pais de Jake. Será a primeira vez que ela, sua nova namorada, vai conhecer os sogros. Tudo parece muito bem entre o casal, mas ela tem pensamentos diferentes, sempre recorrendo a uma frase "Estou Pensando em Acabar com Tudo". Acabar com o namoro? Acabar com a vida? Acabar com o quê exatamente?

Pois bem, no carro eles desenvolvem ótimas conversas, bem cultas e inteligentes. Parecem bem felizes, porém quando chegam na fazenda as coisas começam a ficar esquisitas. Os pais de Jake são dois caipirões que tentam agradar sua namorada, parecendo simpáticos, mas tem algo errado ali. As situações também começam a fugir da normalidade, gerando situações bizarras mesmo. Ora os pais de Jake parecem idosos à beira da morte, bem envelhecidos, ora se tornam mais joviais. Há erros de cronologia, lapsos de tempo... o que diabos está acontecendo naquela fazenda? E então chegamos na pergunta inicial desse texto. Qual é o significado de tudo o que vemos na tela? Resolvi explicar bem o filme porque muita gente anda reclamando que não entendeu nada do que viu nesse roteiro, para muitos confuso e sem sentido. Vamos explicar então. Aqui vai um grande spoiler, por isso se ainda não assistiu ao filme, pare de ler por aqui. Dito isso... Preste atenção na figura do zelador na escola. Ele parece ser um personagem bem secundário. Um velho senhor, já com idade bem avançada, mas ainda trabalhando nos corredores da escola onde trabalha. É noite de nevasca... e ele começa a ter alucinações e delírios.

Pois tudo o que se passou antes no filme ocorreu justamente na mente desse zelador solitário. A jovem garota do filme não passa de uma idealização de sua mente que está perdendo a sanidade. Ela seria o tipo ideal de mulher que ele gostaria de ter conhecido e se relacionado em sua vida... mas que na verdade nunca existiu. Ele nunca se casou, passando a vida sozinho, solitário. O velho zelador é o verdadeiro Jake. Naquela noite ele começa a perder sua sanidade... e seus pais, mortos há muito tempo, ressurgem em suas lembranças. Porém como ele está sofrendo com problemas mentais as lembranças não seguem uma cronologia lógica, indo e vindo entre as épocas em que viveu. Ele gostaria de ter conhecida uma garota ideal para se casar, apresentar aos seus pais, mas isso nunca aconteceu, não passou de um sonho. O final da vida dos pais foi sofrida. Como filho único ele teve que aguentar toda a carga emocional de presenciar a morte de seus pais sozinho. O final do filme é bem triste, mas coerente com a história mostrada. É um dos melhores roteiros com visão subjetiva que já assisti. E traz como toque final uma enorme surpresa para quem chegar ao seu final. Em minha opinião é um filme excepcionalmente brilhante!

Estou Pensando em Acabar com Tudo (I'm Thinking of Ending Things, Estados Unidos, 2020) Direção: Charlie Kaufman / Roteiro: Charlie Kaufman, baseado na obra de Iain Reid / Elenco: Jesse Plemons, Jessie Buckley, Toni Collette, David Thewlis, Guy Boyd / Sinopse: Jake (Jesse Plemons) leva sua namorada para ser apresentada aos seus pais. A viagem é feita sob pesada nevasca. Ao chegarem na fazenda onde eles moram, a garota começa a perceber que as coisas não fazem muito sentido. Uma realidade um tanto bizarra começa a surgir ao seu redor. O que estaria acontecendo ali?

Pablo Aluísio.