quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Luciferina

Título no Brasil: Luciferina
Título Original: Luciferina
Ano de Lançamento: 2018
País: Argentina
Estúdio: Buffalo Films
Direção: Gonzalo Calzada
Roteiro: Gonzalo Calzada
Elenco: Sofía Del Tuffo, Marta Lubos, Pedro Merlo

Sinopse:
Uma jovem noviça, prestes a se tornar freira, recebe uma notícia trágica no convento onde se encontra. Sua mãe se matou e seu pai está muito mal, prestes a morrer. Ela então volta para sua cidade natal onde reencontra sua rebelde irmã (que agora virou gótica) e seus amigos nada simpáticos. E o pior também vem com as lembranças e tormentos de seu passado, que agora estão de volta à sua vida. 

Comentários:
Para quem curte filmes de terror fica muito complicado ignorar um filme chamado Luciferina! Ainda mais em se tratando de um filme produzido na Argentina. Que o cinema argentino é muito bom, isso todos os cinéfilos já sabem. O que soa como novidade é a inovação de se apostar em um terror tão pop quanto esse. E o resultado final me agradou. Sim, existe uma mistura bem estranha nesse filme, onde se dá direito até mesmo ao uso de Santo Daime (ayahuasca) pelos personagens. Em um gênero cinematográfico tão degastado não vejo como algo necessariamente ruim o uso de novos elementos na história. Além disso eu gostei do fato de que esse roteiro aposta muito mais na sugestão do que na explicação. Nem tudo precisa ser explicado, ainda mais em temáticas sobrenaturais e mitológicas. O filme recebeu classificação indicativa de 18 anos no Brasil, o que achei um pouco excessivo. Não é um filme tão violento como a franquia "Jogos Mortais", por exemplo. De qualquer forma vale a indicação, principalmente para quem se interessa pelo cinema produzido pelos nossos hermanos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Os Chefões

Título no Brasil: Os Chefões
Título Original: The Funeral
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: October Films
Direção: Abel Ferrara
Roteiro: Nicholas St. John
Elenco: Christopher Walken, Chris Penn, Annabella Sciorra, Isabella Rossellini, Benicio Del Toro, Vincent Gallo

Sinopse:
Na década de 1930, em Nova York, o caixão de um gangster chamado Johnny Tempio é levado à casa de seu irmão mais velho, Ray, para que o velório seja o ponto de encontro de familiares e amigos. Ray decide vingar o assassinato de seu irmão mais novo e acredita que o gangster Gaspare foi quem o matou. Só que nada será tão simples como ele pensaria ser. 

Comentários:
Abel Ferrara fez cinema independente de extrema qualidade. Era um cineasta controverso que muitas vezes precisou fazer cinema de guerrilha para produzir sua arte. Esse filme aqui é um dos mais interessantes de sua carreira. Claro que o erro começa na distribuidora nacional que arranjou um péssimo título nacional. Prefira o original, O Funeral, bem preciso e correto do ponto de vista da narrativa. É justamente no funeral que os irmãos criminosos se encontram para tomar uma decisão crucial para eles. Nessa parte do filme podemos notar até mesmo uma linha de narração que lembra a peça teatral que deu origem ao roteiro do filme. E tem também o bom elenco, atuando com convicção. Enfim, um bom filme sobre bandidos e família, não necessariamente nessa ordem. Pena que anda muito esquecido e complicado de achar nos dias atuais. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Caindo no Ridículo

Título no Brasil: Caindo no Ridículo
Título Original: Ridicule
Ano de Lançamento: 1996
País: França 
Estúdio: Epithète Films
Direção: Patrice Leconte
Roteiro: Rémi Waterhouse, Michel Fessler
Elenco: Charles Berling, Jean Rochefort, Fanny Ardant

Sinopse:
Para obter o apoio real num projeto de drenagem necessário, um pobre senhor francês deve aprender a jogar os delicados jogos de humor e intrigas na corte de Versalhes. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. 

Comentários:
Filme muito bom. Não tenho recordações se chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros, mas tenho plena certeza que foi lançado em VHS no Brasil, tanto que assisti o filme exatamente assim, na época de seu lançamento original. A produção é classe A e o elenco é inspirado. A história do filme se passa em 1783, poucos anos antes de Luís XVI ser derrubado do poder pela revolução francesa. A corte de Versalhes, cheia de vícios e pessoas com personalidade tóxica, é muito bem representado nesse roteiro. Há uma dose de sedução, mas também de traições e sordidez em cada personagem. A monarquia francesa era realmente um jogo de intrigas muito perigoso. Por fim devo elogiar a beleza da atriz Fanny Ardant. Na época escreveram: "Um homem seria um tolo se não quisesse se deitar com Ardant, e ainda mais tolo se confiasse nela." Enfim, definição perfeita em um filme especialmente indicado para os que apreciam conhecer melhor esse período histórico. 

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Imperador Romano Titus

O imperador romano Titus (ou Tito, como é conhecido na língua portuguesa) reinou por pouco tempo em Roma, mas o seu período foi tão marcante na história do império romano que até hoje historiadores se debruçam sobre sua biografia. Tito era filho do imperador Vespasiano e quando esse morreu sua sucessão foi considerada natural pelo senado. Isso demonstrava que embora formalmente Roma fosse ainda considerada uma República, na prática já se tinha contornos de uma monarquia de sangue. Tanto que Tito e seu irmão Domiciano se tornariam imperadores, simplesmente pelo fato de serem filhos de Vespasiano.

O nome de Tito jamais será esquecido pelo povo judeu. Foi ele que destruiu o templo de Jerusalém. Esse foi o primeiro momento histórico realmente marcante da vida desse imperador. A província da Judeia era considerada uma das mais problemáticas para Roma. Havia rebeliões, conflitos e os judeus nunca aceitaram de fato a dominação romana. Para piorar o quadro político havia a esperança de que um Messias iria libertar o povo judeu da escravidão dos romanos. Esse Messias era uma figura religiosa, fazia parte das escrituras sagradas dos judeus e isso havia se tornado um tormento para os governadores enviados por Roma.

Tito então enfrentou o problema de frente. Se a religião dos judeus era um problema, então os romanos iriam destruir seu maior símbolo, o Templo de Jerusalém. Quando os legionários entraram no templo isso foi considerado o maior dos sacrilégios. Tito mandou confiscar todo o ouro que havia ali, além de destruir tudo, colocar o templo literalmente abaixo. Dizem cronistas da época que os sacerdotes se jogaram nas espadas dos legionários romanos, tamanho era o desespero. Muitos morreram. Um desses em seu último momento encontrou Tito cara a cara e lhe disse que ele seria amaldiçoado pelo que havia feito, que não iria durar como imperador e que seu povo iria pagar por tudo o que havia feito aos judeus. Tito lhe virou as costas e mandou que a destruição continuasse, que tudo fosse queimado e demolido. Dizem que entrou a cavalo em um lugar extremamente santo do templo, onde o povo judeu acreditava que o próprio Deus ali habitava. Aquilo era o desrespeito máximo do romano para com a fé do povo judeu.

De volta a Roma Tito enfrentou o maior desafio de seu governo. O vulcão Vesúvio entrou em erupção. Milhares de pessoas morreram. Cidades como Pompeia e Herculano literalmente desapareceram do mapa, soterradas pelas cinzas do vulcão. Os cidadãos romanos que ali viviam morreram sufocados ou queimados vivos pelas chamas do Vesúvio. Pedras de fogo caiam do céu, era um cenário de apocalipse. Poucos escaparam. Os gritos podiam ser ouvidos a distância. Homens, mulheres, idosos, crianças, todos morreram de forma quase instantânea. Tito ficou desesperado. Ele enviou legiões para ajudar, mas os seus soldados morreram asfixiados por gases expelidos pelo Vesúvio. Foi uma enorme tragédia para o povo romano. Seu tão poderoso exército se revelava inútil naquele momento. E não foi apenas isso. Durante três dias e três noites Roma ardeu em chamas, em um incêndio tão grande como aquele que havia destruído a cidade nos tempos de Nero! E como havia profetizado o sacerdote judeu o reinado de Tito foi breve. Ele ficou como imperador por apenas dois anos. Inesperadamente morreu em 81 da era cristã, mesmo sendo ainda jovem. Dizia-se que havia sido envenenado pelo próprio irmão, Domiciano, que agora era o novo imperador após sua morte misteriosa. Tito assim acabou se tornando um imperador de rápida passagem pelo poder máximo do mundo antigo, em um dos momentos mais terríveis da história do império romano.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Elvis Presley - I've lost You / The Next Step is Love

Esse foi o primeiro single lançado com as músicas do projeto "That´s The Way It Is". Lançado em julho de 1970 o single não vendeu tão bem como era esperado pela RCA Victor. Também o que esperavam? De todos os álbuns e compactos da discografia de Elvis Presley durante os anos 1970, essa foi certamente a pior capa já feita! Com uma direção de arte que pode ser considerada primária e simplória ao extremo, a capa trazendo apenas letras informando o artista, as músicas e a data das gravações era básica demais. Comercialmente falando nada que viesse a chamar a atenção do consumidor nas lojas de discos. Uma direção de arte bem ruim, vamos convir.

As duas canções do single eram inegavelmente boas. "I've lost You" surgia como versão de estúdio, ao contrário do álbum que traria a versão ao vivo gravada em Las Vegas. Como é de praxe toda gravação registrada em estúdio tem melhor qualidade técnica. A canção é bem escrita e tem bons arranjos, mas há um problema em sua estrutura, com excesso de refrão sendo repetido ao longo de toda a duração. Algo que acaba cansando os ouvidos, apesar da excelente performance de Elvis. "The Next Step is Love" vinha no lado B. Essa música tem uma melodia que soa agradável aos ouvidos. A letra também lembra as músicas das trilhas sonoras dos anos 60, por causa de sua singeleza. A RCA acreditava que essa melodia tinha vocação para virar hit, mas isso definitivamente não aconteceu. No final das contas o single " I've lost You / The Next Step is Love" conseguiu chegar apenas na trigésima segunda posição entre os mais vendidos na época original de seu lançamento. Um resultado comercial modesto demais para um nome tão forte dentro da indústria fonográfica como Elvis Presley.

Elvis Presley - I've lost You 
(Single, Estados Unidos, 1970)
Lado A:  I've lost You 
Lado B: The Next Step is Love
Produção: Felton Jarvis
Selo: RCA Victor
Data de Lançamento: Julho de 1970
Melhor Posição nas Paradas: 32 (EUA), 9 (Reino Unido)

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Gaiola Mental

Título no Brasil: Gaiola Mental
Título Original: Mindcage
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Mauro Borrelli
Roteiro: Mauro Borrelli
Elenco: Martin Lawrence, John Malkovich, Robert Knepper

Sinopse:
Um serial killer mata suas vítimas e usa seus corpos como verdadeiras obras de arte do macabro, os transformando em anjos barrocos da renascença. É um velho sistema que foi usado anos antes por outro assassino em série e esse, agora condenado e preso, pode ajudar nas devidas investigações para prender o criminoso que nos dias atuais imita seus métodos. 

Comentários:
Que filme ruim! Eu esperava por algo muito, mas muito melhor. Acabei assistindo a um filme cheio de problemas, cheio de ruindades cinematográficas! A começar pelo roteiro que é uma imitação barata e mal feita de "O Silêncio dos Inocentes". O elenco é todo mal escolhido. O comediante Martin Lawrence tentando bancar o papel sério de um policial é uma das coisas mais constrangedoras dos últimos tempos. Cheio de caretas, caricato ao extremo, ele afunda de forma solene. O único bom ator do filme se chama John Malkovich, mas uma andorinha só não faz verão e ele afunda na ruindade, abraçado com a péssima direção. O roteiro é tão patético que inventaram um plot twist apelativo que me fez dar uma sonora gargalhada quando apareceu em cena! A única coisa boa dessa bomba é o trabalho da equipe de maquiagem e figurinos. As vítimas em metamorfose de anjos, é legal. Uma premissa boa que foi desperdiçada em um filme muito ruim! O resto é para se esquecer. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Os Pequenos Vestígios

Título no Brasil: Os Pequenos Vestígios 
Título Original: The Little Things
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock
Elenco: Denzel Washington, Rami Malek, Jared Leto

Sinopse:
Nesse filme o ator Denzel Washington interpreta um policial veterano que foi rebaixado em sua carreira. Ele atuava como detetive do departamento, no setor de homicídios, mas ultrapassou limites legais e éticos. De volta à mera função de policial comum, ele não consegue se desvencilhar do antigo caso que investigava e volta a se envolver na solução, na busca por um serial killer que está matando prostitutas em sua região. 

Comentários:
Realmente gostei do filme, mas fiquei com a clara sensação de que poderia ser muito melhor. Ele tem seu próprio ritmo narrativo e não parece estar muito apressado em contar sua história. Isso não é algo negativo, mas nos dias atuais vai ser encarado com lentidão narrativa.  Denzel Washington como sempre está ótimo, fazendo valer qualquer filme em que esteja no elenco, mas me incomodei um pouco com Rami Malek. Vamos ser sinceros, ele não tem pinta para interpretar policiais. Além disso fiquei com Freddie Mercury na cabeça durante o filme, estragando seu personagem. Coisa chata! Melhor se sai Jared Leto que tem um personagem dúbio para interpretar. Tanto pode ser realmente o assassino real como um mero boboca que de tanto ser fã de serial killers acabou atraindo a atenção do departamento de polícia. Então é isso. Um bom filme, que de certa forma perdeu parte de seu potencial. Ainda assim vale a pena assistir e conhecer. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
Depois que essa animação acabou, eu parei para pensar um pouco e cheguei na conclusão surpreendente que nunca assisti um filme das tartarugas ninjas que fosse ruim! E isso é realmente complicado de entender em termos de cinema, onde vi surgirem e afundarem franquias cinematográficas mais do que promissoras. Com esses personagens da cultura pop tudo parece se manter em uma base de qualidade que nunca decaiu. Quem detém os direitos autorais desses personagens de quadrinhos realmente não dorme no ponto, sempre exigindo o melhor. Ponto positivo para o espectador que pode contar sempre com filmes de qualidade para assistir. 

O diferencial desse vem da técnica de animação. É stop-motion, aquela velha tradição de animação que vai filmando os personagens em massinha. Nem preciso esclarecer que é um processo lento, complexo e muito cuidadoso para os animadores. Pode ser chato para quem produz, mas para quem assiste o produto final vem logo aquele charme de nostalgia que, pelo menos para a minha geração, vai bater fundo na alma de criança. Pura nostalgia mesmo! Eu sempre me lembro dos velhos filmes de Simbad com aqueles monstros do mar, etc. Pois bem, o resultado aqui ficou muito bom. Filme de animação ágil, com estorinha que os pequenos vão curtir muito. Essas tartarugas adolescentes que são loucas por pizza, realmente parecem ter ainda muito chão pela frente no cinema. E que venha mais filmes com elas. 

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante (Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutant Mayhem, Estados Unidos, 2023) Direção: Jeff Rowe, Kyler Spears / Roteiro: Seth Rogen, Evan Goldberg, Jeff Rowe / Elenco: Micah Abbey, Shamon Brown Jr, Nicolas Cantu / Sinopse: Cansadas de viver nos esgotos de Nova Iorque com seu mestre, as tartarugas ninjas decidem que é hora de se revelarem para os humanos que vivem na grande cidade de Nova Iorque. E a oportunidade surge quando elas começam a lutar contra um super vilão mutante que planeja destruir toda a humanidade. 

Pablo Aluísio.

Amityville 5: A Maldição de Amityville

Título no Brasil: Amityville 5: A Maldição de Amityville
Título Original: The Amityville Curse
Ano de Lançamento: 1990
País: Canadá
Estúdio: Image Organization
Direção: Tom Berry
Roteiro: Hans Holzer, Michael Krueger
Elenco: Kim Coates, Dawna Wightman, Helen Hughes

Sinopse:
Cinco pessoas passam a noite em uma casa abandonada, uma casa mal-assombrada em Amityville, e logo se vêem aterrorizadas por diversos fantasmas, entidades demoníacas, insetos venenosos e aparições fantasmagóricas.

Comentários:
Infelizmente os produtores dessa franquia perderam o controle sobre os filmes. Acontece que o nome de Amityville, por ser o nome de um lugar, não poderia ser registrado da forma adequada. Então de repente eram lançados filmes, digamos, bastardos sobre essa história. Esse aqui eu considero um deles. Um filme feito para a TV canadense, muito mal produzido e com um enredo que sinceramente não forma conexão com a famosa história de terror que estamos acostumados. É a tal coisa, puro oportunismo mesmo. Usa o famoso nome como atrativo, coloca uma numeração correta (no caso do 5) e pronto, tentam faturar fácil em cima do público. No meu caso vi por mera curiosidade, mas eles realmente nunca me enganaram sobre isso. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Sangue Bravo

Título no Brasil: Sangue Bravo
Título Original: The Outriders
Ano de Lançamento: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Roy Rowland
Roteiro: Roy Rowland
Elenco: Joel McCrea, Arlene Dahl, Barry Sullivan

Sinopse:
Em 1865, três prisioneiros da guerra civil norte-americana, soldados confederados fugitivos, são coagidos a se juntarem a uma quadrilha de bandoleiros e criminosos liderados pelo proscrito procurado Quantrill. Eles planejam roubar um carregamento de ouro da União escondido em uma caravana de pioneiros que iriam de Santa Fé até St Louis.

Comentários:
Um filme que traz muitos elementos caros à filmografia western nos hoje distantes anos 1950. Eu sempre recomendo filmes de faroeste produzidos nessa década. Apesar de muitos deles trazerem roteiros que exageravam um pouco no melodrama, principalmente quando havia algum envolvimento romântico do protagonista, esses filmes eram bem produzidos, com ótimas tomadas de cena no assim chamado velho oeste selvagem. Nesse filme o ator McCrea, que era muito popular, mas que nunca virou um grande astro, interpreta esse sujeito, um criminoso fugitivo, que se une a uma caravana de pioneiros. O plano é roubar o ouro, no valor de 1 milhão de dólares, que está escondido em uma das carroças, só que durante a viagem ele se apaixona pela mocinha interpretada pela bela atriz Arlene Dahl. Então surge o conflito interno: Ele deve levar o plano até o fim ou mudar de lado, protegendo aquelas pessoas inocentes? Enfim, um faroeste dos bons, nos velhos tempos em que Hollywood fazia grandes filmes nesse gênero cinematográfico. 

Pablo Aluísio.

O Espião Submarino

Título no Brasil: O Espião Submarino
Título Original: The Spy in Black
Ano de Lançamento: 1939
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Powell
Roteiro: J. Storer Clouston, Emeric Pressburger
Elenco: Conrad Veidt, Valerie Hobson, Sebastian Shaw

Sinopse:
Em um mundo cada vez mais conflituoso, mas ainda não em guerra, um submarino alemão U-BOAT é enviado às ilhas Orkney para afundar a frota britânica que navegava por aquelas águas sem ter a menor ideia do risco e do perigo que estavam prestes a enfrentar.

Comentários:
Não é exagero quando alguns críticos ingleses colocam esse filme como um dos melhores filmes britânicos da década de 1930. De fato, é um filme muito bom, embora algumas ressalvas devam ser ditas. Uma delas, sendo a principal, é que a história mostrada no filme é puramente ficcional. Acontece que a Europa estava prestes a entrar na II Guerra Mundial e os nervos estavam á flor da pele. Por isso muitos acreditaram na história que o filme conta, mas realmente não teve nenhum contato com fatos históricos. Outro ponto de observação é justamente o capricho do roteiro em explorar os costumes e o modo de vida dos escoceses naquela época. Nesse aspecto o filme funciona até mesmo como um retrato social daquelas pesssoas que viveram naqueles momentos históricos dramáticos. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Frankenstein

Título no Brasil: Frankenstein
Título Original: Frankenstein
Ano de Lançamento: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Whale
Roteiro: John L. Balderston, Mary Shelley
Elenco: Colin Clive, Boris Karloff, Mae Clarke, John Boles, Edward Van Sloan, Frederick Kerr

Sinopse:
Dr. Frankenstein, um ambicioso e até mesmo meio lunático cientista, decide que quer superar o desafio da morte. Ele pretende com suas experiências trazer material orgânico morto de volta à vida e para isso usa a força da energia contida em raios capturados em uma grande tempestade. E suas experiências realmente dão certo, criando um monstro em seu processo. 

Comentários:
Poucos filmes na história do cinema foram tão influentes dentro da cultura pop como esse primeiro Frankenstein da década de 1930. Para bem entender isso basta lembrar da figura do monstro. O design de maquiagem feita para essa produção marcou para sempre esse personagem ícone. Basta pensar em Frankenstein para vir imediatamente à mente a maquiagem usada por Boris Karloff. Ficou para sempre imortalizada no inconsciente coletivo das pessoas. E além desse aspecto importante temos que reconhecer que o filme é genial, mesmo tendo passado quase 100 anos de seu lançamento original. Todos os elementos já estão presentes na película, desde a direção, a linda fotografia em preto e branco (que combinou muito bem com o lado soturno da história) e o elenco, que não poderia ser mais perfeito. Some-se a isso a força da própria obra original escrita por Mary Shelley que criou todo um gênero literário e sobrevive bravamente ao passar do tempo. Enfim, obra-prima do começo ao fim. Excelente em todos os aspectos. Ao lado de Drácula é considerado o mais famoso e celebrado personagem de terror da galeria da Universal Pictures em sua era de ouro no cinema. 

Pablo Aluísio.

O Homem Invisível

A Universal Pictures investiu bastante, em seus primórdios, em filmes de terror. Foi criada toda uma galeria de filmes que posteriormente iriam ser chamados de "Os Monstros da Universal". Estão nessa lista o clássico filme de Drácula com Bela Lugosi e o primeiro filme sobre o Lobisomem. E foi justamente dentro dessa fase que surgiu essa adaptação para o cinema de "O Homem Invisível". Era uma ideia nova, que poderia ou não dar certo no cinema. O que iria acontecer é que não apenas o filme iria fazer muito sucesso como também iria abrir o caminho para outras adaptações do mesmo calibre. Afinal os produtores agora viam que havia público que tinha interesse em assistir a filmes assim. E havia mesmo muito público. As bilheterias e o lucro eram quase certos.

É impressionante saber que esse filme foi produzido em 1933, ou seja, está prestes a celebrar 100 anos de seu lançamento original! Tudo é tão criativo nesse filme, tão inventivo, que ficamos mesmo admirados em saber que tudo foi feito na distante década de 1930. Outro aspecto digno de nota é que embora fosse classificado na época como um filme de terror, essa produção não fica confinada apenas nesse gênero. É filme Sci-fi por excelência, dos bons e um clássico absoluto desse estilo. Enfim, o melhor de dois mundos.

O Homem Invisível (The Invisible Man, Estados Unidos, 1933) Direção: James Whale / Roteiro: R.C. Sherriff / Elenco: Claude Rains, Gloria Stuart, William Harrigan / Sinopse: Baseado na obra de H.G. Wells, o filme "O Homem Invisível" conta a história de um cientista que encontra uma maneira de se tornar invisível, mas ao fazer isso, ele se torna mortalmente louco.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de janeiro de 2024

A Morte de Alexandre I

O czar russo Alexandre I conseguiu vencer Napoleão Bonaparte. Ele teve o bom senso de entregar toda a estratégia aos seus generais, quando o imperador francês invadiu a Rússia. A tática usada ficou conhecida como "Terra arrasada", ou seja, não deixar nada para as tropas francesas. Nem comida, nem plantações, nem casas. Tudo destruído. Deu certo. Os franceses ficaram à mercê da natureza e foram duramente castigados quando se retiraram, em pleno inverno russo, sem comida, mantimentos e nem roupas adequadas. Milhares de soldados franceses morreram. Napoleão fora derrotado na Mãe Rússia, mostrando que ele não era invencível.

Depois disso as tropas russas tomaram a ofensiva e só pararam quando chegaram em Paris. Alexandre I acompanhou seus homens até a capital francesa. Uma vez lá sentiu-se como o dono do mundo. Um imperador que havia destruído Napoleão, não era realmente pouca coisa. Imediatamente o Czar propôs uma aliança de nações ao qual chamou de "Santa Aliança", uma maneira de impedir que novos líderes como Napoleão surgissem. Durante as negociações também foi decidido que Napoleão seria enviado para uma ilha distante, longe do continente europeu. Ele deveria ficar lá até sua morte. A intenção era não transformar o imperador francês em um mártir.

Depois da vitória o Czar Alexandre I aproveitou tudo o que podia da capital francesa. Promoveu bailes da vitória, se envolveu com mulheres lindas da corte, dançou, festejou, até não poder mais. A despeito de toda a farra havia também uma dualidade em sua alma. Fraco aos prazeres mundanos, o Czar começou a desenvolver uma mentalidade mística, se considerando um enviado de Deus ao mundo para destruir o diabólico Napoleão Bonaparte. A crise existencial entre aproveitar os prazeres da vida e o sentimento religioso iriam seguir com ele até sua morte.

De volta para a Rússia, Alexandre seguiu seu reinado, mas ele não viveu por muito tempo após a vitória sobre Napoleão. O imperador morreu aos 47 anos de idade, em dezembro de 1825, após apresentar uma estranha febre. A causa de sua morte segue sendo incerta. Para alguns ele morreu de febre tifoide, para outros malária que teria contraído no campo de batalha. Ele também faleceu longe de seu querido palácio, pois estava de viagem. Não foi uma morte feliz e nem tranquila. O imperador tinha ainda muitos planos para a Rússia.  Ele achava que viveria muitos anos ainda, porém seu destino era morrer cedo, cedo demais segundo alguns historiadores. De uma forma ou outra o Czar resolveu fazer de seu irmão, Nicolau, o seu sucessor. Na linha de sucessão o trono deveria ter sido passado para Constantino, mas esse já havia dito a Alexandre que não queria se tornar o imperador da Rússia. Assim Alexandre resolveu fazer de seu irmão mais jovem o próximo czar de todas as Rússias. Ele se tornaria o czar Nicolau I.

Pablo Aluísio. 

Napoleão Bonaparte e o Antigo Regime

Napoleão Bonaparte, conquistador de nações, quem diria, tinha vários complexos que ele foi adquirindo ao longo dos anos. O primeiro deles e mais enraizado vinha justamente de suas origens. O fato é que Napoleão havia nascido na ilha da Córsega, território que historicamente tinha laços com a Itália e não com a França. Isso o tornava um estrangeiro em solo francês? Não, porque em sua época a região estava sob domínio do Reino da França, porém culturalmente havia um fosso entre aquele que seria o futuro imperador e a nação que comandaria.

Na academia militar onde foi estudar era tratado pelos demais estudantes como "o corso", o que era de certa maneira uma maneira de rebaixa-lo dentro da hierarquia dos cadetes e uma barreira inequívoca para subir na carreira. Aliás em relação à sua terra natal o jovem Napoleão tinha sentimentos conflitantes. Seu pai era considerado um oportunista político por muitos. Se fosse interessante apoiar a libertação de sua terra natal ele o faria. Seria o líder pela independência. Porém o outro lado também era bem-vindo pois se fosse preciso abraçar o poder francês imperial  ele o faria também, sem remorsos ou culpas. Seria contra os republicanos sem nem piscar o olho. Mudava de lado quando era conveniente. Ele não tinha lados ideológicos, ele tinha apenas ambição pessoal. O que lhe fosse melhor, seria escolhido, independente de bandeiras ou nações. O importante era ele se dar bem de algum modo. Napoleão Bonaparte herdou muito da personalidade do velho, de seu pai.

Napoleão Bonaparte não foi um revolucionário de primeira ordem. Ele apenas surfou a onda revolucionária pois essa lhe era favorável. Como não tinha origens nobres e nem títulos importantes dentro da corte era conveniente a ele que o antigo regime viesse abaixo. Quando os principais líderes da revolução francesa foram executados na guilhotina, alvos de sua própria loucura ideológica, houve um vácuo de poder. Napoleão via tudo com interesse. Cada novo líder revolucionário que era jogado sem cabeça dentro de uma cova rasa lhe interessava. Era um concorrente a menos.. Foi nesse vácuo de poder absoluto que o jovem militar Napoleão Bonaparte tomou o destino em suas mãos. Aproveitou o momento, soube perceber que havia chegado sua oportunidade.

Porém pessoalmente ele nunca foi um fanático dos ideais da revolução francesa. Tanto isso é verdade que ao tomar outras nações procurou até mesmo formar alianças com antigas linhagens de nobreza, como a própria dinastia da casa de Habsburgo. Dentro da Europa poucas famílias representavam mais o antigo regime do que eles, mas Napoleão nem quis saber disso. Desposou uma das duquesas e teve um filho com ela. Agindo assim Napoleão procurava uma espécie de validação das linhagens nobres da antiga Europa. Nada poderia ser tão antirrevolucionário do que isso. Assim o que temos é realmente uma figura histórica contraditória, um misto de restos da revolução e busca por uma linhagem que nunca teve. O herói francês estava mesmo de calças curtas nesse aspecto pois os nobres da época o consideravam apenas um "vira-lata" vulgar, violento e obcecado pelo mesmo poder absoluto que um dia havia prometido combater.

Pablo Aluísio. 

sábado, 20 de janeiro de 2024

The Crown - Sexta Temporada

The Crown - Sexta Temporada
Outra série que finalizei nesse fim de semana. Aqui temos o final da sexta temporada e o final da série como um todo. Em relação a The Crown devo dizer que sempre preferi muito mais as primeiras temporadas e isso por uma questão conceitual. Elas traziam a juventude da rainha Elizabeth II, algo que não acompanhei e não vivenciei, bem ao contrário dessas últimas temporadas que já mostram o turbulento relacionamento entre Diana e Charles, a morte da princesa e a comoção mundial, algo que eu acompanhei na TV na época. Então essa sensação de certa familiaridade com os acontecimentos tira um pouco do charme da série. Já sobre a jovem Elizabeth tudo era novidade, tudo era informação histórica, muitas dos quais desconhecia. 

Nessa última temporada vemos os momentos finais de Diana, seu relacionamento conturbado com o filho de um imigrante milionário do Egito e sua morte naquele trágico acidente em Paris. Vemos também os momentos dramáticos de superação da morte da mãe por seus dois filhos e finalmente o casamento de Charles e Camilla Parker Bowles no episódio final. Sobre esse episódio final devo dizer também que a morte de Elizabeth II foi mostrada de uma forma bem poética e lírica, algo que me surpreendeu. Foi bonito, respeitoso e muito delicado. Não esperaria por nada muito diferente dessa série que se notabilizou pela elegância  em seu desenvolvimento. Uma pena que tenha chegado ao seu final. Agora é esperar por outras séries do mesmo tipo. Eu sou fã de carteirinha desse tipo de série. Enfim, baixem as cortinas para a rainha e toque a sua música final de despedida, claro, tudo no bom e velho estilo escocês. 

The Crown - Sexta Temporada (Reino Unido, 2023) Direção: Alex Gabassi, Stephen Daldry, dentre outros / Roteiro: Peter Morgan, Meriel Sheibani-Clare, dentre outros / Elenco: Imelda Staunton, Jonathan Pryce, Dominic West, Ed McVey / Sinopse: Temporada final da série The Crown. A princesa Diana, separada do marido Charles, morre em um acidente em Paris. A Rainha tenta manter a monarquia de pé, enquanto precisa lidar com uma nova crise causada pelo desejo de Charles de se casar com Camilla Parker Bowles. 

Pablo Aluísio.

Shameless - Décima Primeira Temporada

Shameless - Décima Primeira Temporada
Como termina a série Shameless? Pois é, depois de 11 temporadas a série finalmente chegou ao seu final. A pandemia parece ter contribuído para isso, uma vez que as filmagens dos últimos episódios foram meio conturbadas, com elenco e equipe técnica trabalhando com dificuldades. Mas vamos ao desfecho da história. Segura que vem spoiler por aí. Os episódios finais, trazem, como era esperado, os eventos que vão anteceder a morte de Frank Gallagher (William H. Macy). Anos de alcoolismo cobraram seu preço. Ele está com demência e com os dias contados. Eu gostei da cena final, após ele morrer. Sua alma paira sobre a velha Chicago, onde não há mais arrependimentos. Além do mais ele deixa claro que viveu como quis e isso foi o mais importante. Father Frank, Full of Grace é justamente o título irônico do último episódio da série exibido em abril de 2021. 

Já para os filhos que ficam, a batalha continua. Lip Gallagher (Jeremy Allen White) descobre que vai ser pai pela segunda vez pois a esposa está grávida de novo. Não é necessariamente uma boa notícia para um cara que está desempregado, sem ter onde morar com a mulher e os filhos. Por isso ele passa os últimos episódios tentando vender a velha casa da família de todo jeito. O que é uma péssima notíca para Debbie Gallagher (Emma Kenney), que é mãe solteira. Ela teme não apenas ficar sem ter onde morar como também ficar sem sua grande família, ficando abandonada com a pequena filha nos anos que virão. Ian Gallagher (Cameron Monaghan) resolve ir embora da zona oeste, indo morar na zona sul, onde só tem gente rica morando. Claro que ele não gosta muito e seu marido, o tosco Mickey Milkovich, fica louco para voltar para o velho caos do antigo bairro. E assim termina a série. O roteiro fica no meio do caminho, pois a casa não é vendida no final de tudo, mas fica a sensação que Lip vai tentar vendê-la depois, de qualquer jeito. E assim nos despedimos de todos os personagens. Eles se reúnem para assistir um carro pegando fogo no meio da rua. Mais Shameless do que isso, impossível. Então é isso, uma série que gostei muito de acompanhar por todos esses anos, só que é a tal coisa, nada é para sempre. Até as boas séries chegam ao final algum dia. 

Shameless - Décima Primeira Temporada (Estados Unidos, 2020) Direção: Christopher Chulack, Iain B. MacDonald, entre outros / Roteiro: John Wells, Paul Abbott, Corina Maritescu, entre outros / Elenco: William H. Macy, Jeremy Allen White, Ethan Cutkosky / Sinopse: Temporada final da série Shameless.  Nos episódios finais Frank finalmente encara seu final, mas não sem antes se envolver em muito problemas e confusões por toda a Chicago. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Meu Cunhado é um Vampiro

Meu Cunhado é um Vampiro
Esse filme brasileiro virou notícia nos portais da internet e nos telejornais da televisão porque ele conseguiu um feito e tanto na Netflix. Ficou em primeiro lugar em vários países mundo afora entre os mais assistidos! Para um filme falado em português é realmente algo digno de admiração! E o que podemos dizer dessa comédia ao melhor estilo "terrir", ou seja, um terror para rir? Olha, a despeito de certos probleminhas, é um filme dos mais simpáticos. Eu mesmo dei algumas risadas com o quadro geral de nonsense absurdo em que se passa a história. Até mesmo os vampirões ao modo trash que aparecem depois, não conseguiram estragar o filme.
 
O ator Leandro Hassum interpreta esse jogador de futebol aposentado do Vasco (logo esse time!) que passou a vida toda sendo acusado de ter entregado um jogo pro Flamengo. Só que o tempo passou, ele agora está no melhor estilo paizão e ganha uns trocados fazendo podcast para o Youtube. A vida vai levando, até que chega seu cunhado, um tipo bonitão, jovial e folgado, que logo chama sua atenção por ter um comportamento, digamos, fora dos padrões. Não vou me alongar muito na descrição da história porque isso iria estragar certas surpresas. Diria apenas que essa comédia é uma espécie de "A Hora do Espanto" carioca! Por mais estranho que isso tudo possa parecer!

Meu Cunhado é um Vampiro (Brasil, 2023) Direção: Ale McHaddo / Roteiro: Paulo Cursino, Sergio Martorelli / Elenco: Leandro Hassum, Edson Celulari, Antônio Fragoso, Eliezer Motta, Romulo Arantes Neto / Sinopse: Um sujeito aposentado no futebol precisa lidar com a chegada de seu cunhado, que ficou muitos anos na Europa, sem dar notíciais. Ele parece ser o mesmo folgado de sempre, mas definitivamente tem algo errado com aquele cara! 

Pablo Aluísio.

Joe e as Baratas

Título no Brasil: Joe e as Baratas
Título Original: Joe's Apartment
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: MTV
Direção: John Payson
Roteiro: John Payson
Elenco: Jerry O'Connell, Megan Ward, Billy West

Sinopse:
Um jovem sem grana se muda para Nova Iorque. Como não tem onde cair morto acaba alugando um apartamento bem ruinzinho, um verdadeiro muquifo infestado de baratas e para sua supresa ele descobre que elas são capazes de dançar e cantar, como se estivessem em um um show da Broadway. 

Comentários:
A MTV foi o canal jovem dos anos 90. Era algo inovador, um canal de programação exclusiva para a juventude, passando música e clips 24 horas por dia. O sucesso foi tão grande que eles migraram e investiram também no cinema. Assim foi feito esse primeiro longa-metragem da MTV. Dizia-se que era um filme muito legal e bem humorado, inclusive com muito humor negro, afinal era estrelado por um monte de baratas! Eu assisti na época embalado pela hype toda que foi criada, mas sendo bem sincero, já naqueles anos não gostei nada do que vi. Achei um filme boboca, sem graça e que provavelmente só iria agradar mesmo aquele tipo de adolescente meio desmiolado que passava o dia inteiro ouvindo bandas de heavy metal. Assim conferi, assisti e não gostei. E eu nunca mais perderia meu tempo em rever essa bobagem teen dos anos 90. Uma vez já bastou! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Maestro

Maestro 
O filme se propõe a contar a história do maestro Leonard Bernstein. Bom, se você gosta de cinema vai saber quem é ele, pois escreveu algumas das trilhas sonoras mais marcantes da sétima arte. Só que sua carreira jamais se resumiu a isso. Ele era mesmo um grande nome no mundo da música clássica, tendo sido um compositor de renome, muito elogiado por seu trabalho musical ao longo de décadas trabalhando nesse meio. O roteiro conseguiu conciliar sua história pessoal com sua trajetória profissional. Assim acompanhamos não apenas sua ascensão regendo grandes orquestras, mas também aspectos de sua vida pessoal, familiar e íntima. 

Ele se casa com uma boa e doce esposa que lhe dá filhos amorosos. Tudo parecia correr muito bem nesse núcleo familiar. Mas havia um detalhe para borrar a fotografia de família em comerciais de margarina. Ele era na realidade bissexual. Enquanto foi levando esse seu lado escondido de sua esposa as coisas transcorreram sem maiores problemas, embora ela obviamente desconfiasse de certos comportamentos do marido. A coisa só desandou mesmo quando ele, já bem coroa e de cabelos brancos, se apaixonou por um bofe jovem e garotão. E ele decidiu trazer o namorado e amante para dentro de sua casa, para conviver inclusive com seus filhos. Imagine o drama dessa pobre mulher depois que isso aconteceu! Uma barra enfrentar uma situação constrangedora dessas! E para turvar ainda mais a situação ela acabou sendo diagnosticada com um câncer terminal. Enfim, já deu para ter uma boa ideia do drama e da história do filme. 

De minha parte gostei de praticamente tudo, do elenco, da reconstituição de época e até mesmo do bom roteiro, que surge bem escrito e coeso. Esse é um daqueles filmes feitos para ganhar muitos prêmios na noite do Oscar, mas a coisa toda parece que azedou depois que o ator e diretor Bradley Cooper resolveu falar algumas abobrinhas por aí. Reclamou que não foi premiado no Globo de Ouro. Falou mal dos vencedores. Pegou muito mal tudo que andou dizendo. E como o Oscar é um prêmio de votação, ele provavelmente vai ficar sem ganhar nada daqui pra frente. Assim penso que o filme vai acabar sendo indicado, mas sem vencer em nenhuma categoria importante. Como se diz por aí, em boca fechada não entra mosquito. Uma pequena licção que Bradley Cooper ainda parece não entender direito. 

Maestro (Maestro, Estados Unidos, 2023) Direção: Bradley Cooper / Roteiro: Bradley Cooper, Josh Singer / Elenco: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer / Sinopse: O filme mostra a história do compositor e maestro Leonard Bernstein. Enquanto sua carreira profissional se torna cada vez mais gloriosa, seu casamento afunda, por causa de sua paixão por homens mais jovens. Ele era na realidade bissexual, o que colocou sua esposa em uma situação muito delicada. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Cavalo de Guerra

Eu adoro filmes clássicos, antigos, com todos aqueles grandes valores morais que hoje soam ultrapassados para as novas gerações. Esse "Cavalo de Guerra" me pareceu uma tentativa por parte de Steven Spielberg em reviver aquele tipo de cinemão dos anos 30, 40 e 50. Eu torci pelo filme durante suas duas horas e meia de duração, realmente quis gostar da produção mas tenho que confessar que ao final fiquei ligeiramente desapontado. O problema de "Cavalo de Guerra" em minha opinião não é de direção (Spielberg continua o mestre de sempre) e nem de produção (o filme tem, como não poderia deixar de ser, produção de luxo com tudo o que o dinheiro pode comprar). 

A grande falha aqui é realmente do roteiro. A trama é dispersa demais, o foco é inteiramente colocado em cima do animal e os personagens humanos nunca são bem desenvolvidos ou construídos. Como o cavalo vai passando de mão em mão durante o filme não temos tempo de criar vínculo com seus donos - mal nos acostumamos com alguns deles e de repente o Cavalo é passado para frente, vendido, trocado ou capturado por tropas, sejam inglesas ou alemãs. Sem personagens humanos fortes para nos identificarmos acabamos perdendo um pouco o interesse sobre o que acontece em cena.

Além da falta de bons personagens humanos o filme também sofre da falta de bons e marcantes atores. O elenco é supostamente liderado por Jeremy Irvine mas esse ator é tão sem carisma, tão inexpressivo que acabamos perdendo até mesmo a noção de sua existência no filme. Lá pela parte final quando ele retorna até levamos um pouco de tempo para reconhecer ele de novo - de tão apática que é sua participação. Spielberg também comete erros básicos de biologia. O cavalo Joey parece ter sentimentos humanos, com atos de bravura, de coragem, coisas que soam fora de propósito em um animal irracional. Como eu disse, focar tudo em cima dele não foi uma boa ideia. Enfim, é isso. O produto é muito bonito, bem agradável de ver, mas o diretor esqueceu que o público tem que ter algum personagem humano para criar vínculo, sem isso tudo soa vazio e sem cumplicidade por parte do espectador. Definitivamente não é nem de longe um dos melhores trabalhos do famoso diretor.

Cavalo de Guerra (War Horse, Estados Unidos, 2011) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lee Hall e Richard Curtis / Elenco: Jeremy Irvine, Emily Watson, David Thewlis e Benedict Cumberbatch / Sinopse: Cavalo é enviado para o front da I Guerra Mundial, passando por diversos donos e vivendo muitas aventuras.

Pablo Aluísio.

O Justiceiro

Título no Brasil: O Justiceiro
Título Original: The Punisher
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films, Marvel Enterprises
Direção: Jonathan Hensleigh
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Michael France
Elenco: Thomas Jane, John Travolta, Ben Foster, Samantha Mathis

Sinopse:
Frank Castel (Thomas Jane) acaba tendo que lidar com a morte de sua esposa e filha. Inconformado pela falta de resultados por parte das autoridades resolve ele mesmo trazer justiça para as ruas da América. Disposto a varrer o crime da sociedade assume a identidade do Justiceiro, para isso porém terá que passar por cima de vilões ricos e poderosos, como o infame Howard Saint (John Travolta), que apesar do nome não tem nada de santo.

Comentários:
Esse personagem de segundo escalão da Marvel ainda não encontrou seu filme definitivo e olha que não foi por falta de tentativas. Embora muitos não gostem devo admitir que até gosto da versão realizada em 1998 com Dolph Lundgren no papel do justiceiro Frank Castle. O problema é que naquela época ainda não havia a moda da transposição dos personagens Marvel para o mundo do cinema. O filme é modesto mas bom, temos que admitir. Já esse aqui contou com um orçamento bem mais generoso, a ponto inclusive de ter um elenco de apoio de luxo com John Travolta brincando de vilão e Ben Foster, ótimo ator, dando uma canja com seu talento. Até achei acertado a escolha de Thomas Jane como o Justiceiro. Ele até pode não ser muito forte fisicamente mas tem cara de durão e poucos amigos, algo conveniente para seu personagem. O filme certamente poderia ter sido bem melhor, com um roteiro mais caprichado e menos apelações em relação aos clichês do gênero mas do jeito que ficou até que não está tão mal, vale a pena dar uma espiada.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A Menina que Matou os Pais: A Confissão

Título no Brasil: A Menina que Matou os Pais: A Confissão 
Título Original: A Menina que Matou os Pais: A Confissão
Ano de Lançamento: 2023
País: Brasil
Estúdio: Santa Rita Filmes
Direção: Mauricio Eça
Roteiro: Ilana Casoy, Raphael Montes
Elenco: Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Allan Souza Lima, Kauan Ceglio, Bárbara Colen

Sinopse:
Terceiro filme sobre o caso de Suzane Von Richthofen. jovem que ao lado de seu namorado e do irmão dele, participou dos assassinatos de seus próprios pais em um bairro de classe média alta em São Paulo. Nesse filme o foco vai para as primeiras investigações sobre o crime, tudo resultando na solução dos assassinatos e na confissão dos envolvidos. 

Comentários:
Eu gostei dos dois primeiros filmes, apesar deles serem baseados nas versões dos criminosos. Agora temos mais uma produção, só que tudo visto em um ângulo mais objetivo da questão. E isso foi muito bom para o roteiro e para o desenvolvimento dos acontecimentos. E aqui também temos informações bem importantes, como por exemplo, o fato de que a polícia ficou desconfiada desde o primeiro momento, desde que chegou pela primeira vez na casa, logo após os crimes. Não é para menos, Suzane e os irmãos Cravinhos tentaram mesmo montar uma cena falsa do que seria um assalto, mas como eram amadores nesse tipo de situação, acabaram deixando mais pistas dos próprios envolvimentos do que qualquer outra coisa. Então foi mesmo uma questão de tempo para solucionar tudo. E a chave que trouxe solução para o crime, que fez mesmo a casa cair, foi a compra por parte do Christian Cravinhos de uma moto possante e novinha, tudo com o dinheiro (os dólares) que havia levado da casa de Suzane. A partir daí não houve mais saída. Enfim, se você gostou dos dois primeiros filmes pode ver esse terceiro sem nenhum receio. Tem a mesma qualidade cinematográfica dos anteriores. 

Pablo Aluísio.

Sargento Getúlio

Título no Brasil: Sargento Getúlio
Título Original: Sargento Getúlio
Ano de Lançamento: 1983
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Hermanno Penna
Roteiro: Hermanno Penna, Flávio Porto
Elenco: Lima Duarte, Luiz A. Barreto, Fernando Bezerra, Amaral Cavalcante, Marieta Fontes

Sinopse:
Na década de 1940, um sargento chamado Getúlio (Lima Duarte) recebe a ordem de escoltar um preso político de Paulo Afonso até Aracaju, no nordeste brasileiro. Durante a viagem, há uma mudança no Governo e ele recebe a ordem de libertar o preso. Mas ele decide ir até o fim, afundando em uma estranha obsessão pessoal.

Comentários:
Lima Duarte não é um ator brasileiro comum. Esse artista é um monumento da cultura nacional e deveria ser sempre reverenciado por sua bela carreira, tanto na televisão como também no cinema. Esse filme aqui sempre será um dos mais lembrados de sua filmografia. Eu pessoalmente gosto muito. Gosto pela coragem, gosto pela ousadia e pela originalidade. Não podemos nos esquecer que esse filme foi rodado e lançado em plena época dos generais ditadores no poder do Brasil, ou seja, na violenta ditadura militar. Outro aspecto digno de nota é que os filmes brasileiros dos anos 70 e 80 tinham muita personalidade. É costume hoje em dia falar mal, entretanto artisticamente esses filmes eram bem melhores do que os que são feitos atualmente no Brasil. Tinham mais relevância social e cultural. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Perigo Iminente

Título no Brasil: Perigo Iminente
Título Original: Danger Close: The Battle of Long Tan
Ano de Lançamento: 2019
País: Austrália
Estúdio: Deeper Water Films
Direção: Kriv Stenders
Roteiro: Stuart Beattie, James Nicholas
Elenco: Travis Fimmel, Toby Blome, Alexander England

Sinopse:
Guerra do Vietnã. 1966. Um grupo pequeno de soldados dos exércitos da Austrália e Nova Zelândia é encurralado por tropas inimigas em uma antiga plantação de borracha na província de Long Tan. A desproporção entre vietcongues e australianos é muito grande, mas eles tentam sobreviver de todas as formas ao ataque intenso. 

Comentários: 
O cinema, além de ser um ótimo divertimento, também educa. Veja o caso desse filme. Eu não tinha a menor ideia de que esses países da distante Oceania tinham participado ativamente da Guerra do Vietnã. Então ao assistir a esse filme você também provavelmente vai se surpreender com essa informação histórica. Além disso o espectador terá um filme até muito bom para assistir. É bem produzido, tem ótimas cenas de batalha e só um pouquinho de ufanismo patriótico, até porque o filme foi feito como uma espécie de memorial, uma homenagem aos militares que perderam suas vidas nessa sangrenta batalha. Sim, eu ando já bastante cansado de patriotadas, mas aqui tudo é bem contido, ainda bem. No mais, fica apenas a ressalva que não se deve tentar comparar esse filme com os clássicos que foram lançados naquele ciclo do Vietnã no cinema americano durante os anos 70 e 80. Aqueles eram filmes inesquecíveis, esse aqui é apenas uma boa diversão com pitadas históricas interessantes. 

Pablo Aluísio.

Busca Implacável 2

Título no Brasil: Busca Implacável 2
Título Original: Taken 2
Ano de Lançamento: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Famke Janssen, Maggie Grace

Sinopse:
Ex-agente da Agência de Inteligência do governo dos Estados Unidos, a famosa CIA, vê seu passado voltar da pior forma possível. Ele se vê, junto de sua esposa, em um jogo de vida e morte em Istambul, na Turquia. Alguma pessoa ou organização terrorista e criminosa que foi prejudicada no passado por sua atuação quer vingança nos dias atuais. 

Comentários:
Não me entendam mal, mas essa franquia acabou caindo muito cedo numa velha armadilha que ronda filmes de ação. Esses filmes possuem a tendência de se tornarem genéricos demais, se tornando muitas vezes praticamente iguais entre si. Fica até complicado, depois de um tempo. distinguir um dos outro. Eu até aprecio essa franquia, mas ela tem suas limitações. O curioso é que Luc Besson terceirizou a franquia, dando a partir desse segundo filme a direção para cineastas mais jovens, onde ele próprio Luc atuaria apenas no roteiro e na supervisão geral dos trabalhos. E a fórmula deu certo mais uma vez, se tornando um filme bem lucrativo. Ao custo de 40 milhões de dólares, rendeu nas bilheterias mais de 160 milhões. Nada mal mesmo. E assim novos filmes foram sendo produzidos. Money Talks! 

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Amor Esquecido

Título no Brasil: Amor Esquecido 
Título Original: Znachor
Ano de Lançamento: 2023
País: Polônia
Estúdio: Endemol Polska
Direção: Michal Gazda
Roteiro: Marcin Baczynski, Mariusz Kuczewski
Elenco: Leszek Lichota, Maria Kowalska, Ignacy Liss

Sinopse:
Um médico cirurgião, muito respeitado em seu meio, acaba sendo vítima de um assalto violento no meio de uma rua deserta. Após levar uma forte pancada na cabeça perde a memória e não sabe mais quem é ou qual foi o seu passado, passando a viver pelas ruas e estradas empoeiradas, como um vagabundo sem rumo, até que o destino, em um lance de sorte, o coloca em reencontro a pessoas importantes de seu passado. 

Comentários:
Produção polonesa com estilo de roteiro na mais pura tradição do folhetim. Pois é, poderia ser adaptado até mesmo para uma nova novela da Globo esse tipo de enredo. Penso até que iria se tornar um sucesso de audiência aqui em nosso país! No geral acabei gostando, apesar de admitir que vai exigir uma certa paciência por parte do espectador porque sinceramente falando a história leva um tempinho para finalmente desenrolar direito, encontrar o caminho certo, com todos os elementos certos sendo colocados em seus devidos lugares. É a tal coisa, muitos reclamam do streaming, lembrando com saudosismo do velho esquema comercial das salas de cinema de antigamente, mas pense bem, onde você iria assistir a um filme produzido na Polônia com todo o conforto e a comodidade dos dias atuais? Mudanças sempre virão, tendo consequências boas e más. Eis aí um exemplo da roda da evolução tecnológica diante de seu nariz! 

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de janeiro de 2024

Getúlio

Título no Brasil: Getúlio 
Título Original: Getúlio
Ano de Lançamento: 2014
País: Brasil 
Estúdio: Globo Filmes
Direção: João Jardim
Roteiro: Teresa Frota, João Jardim
Elenco: Tony Ramos, Drica Moraes, Thiago Justino

Sinopse:
O filme recria os últimos dias de vida do Presidente do Brasil Getúlio Vargas. Acusado de envolvimento na tentativa de assassinato de um de seus principais opositores, Getúlio começa a perceber que o cerco vai se fechando ao seu redor, principalmente depois que se descobre que seu assistente pessoal estaria envolvido no crime. 

Comentários:
Getúlio Vargas foi uma das figuras históricas mais importantes da história do Brasil. Até hoje não havia sido produzido um filme definitivo sobre ele. E certamente essa produção aqui não se enquadraria nessa definição. Ainda assim temos um bom filme, valorizado por um roteiro e uma direção que me pareceram muito elegantes e respeitosos, principalmente com a pessoa de Getúlio Vargas. Até hoje historiadores tentam chegar na verdade do que realmente aconteceu, se ele estava ou não envolvido com o crime de tentativa de assassinato, mas o roteiro opta por colocar o presidente como um homem inocente, pego de surpresa com todos os acontecimentos que parecem sufocá-lo da noite para o dia. Um filme que certamente recomendaria para quem aprecia história do Brasil. Como sabemos não é um filme de final feliz. Getúlio preferiu entrar para a história com um tiro fatal dado em si mesmo do que enfrentar as acusações que certamente viriam com o tempo. Não quis ficar para enfrentar todas as pressões e a justiça de um processo na época. De qualquer filme esse filme lhe faz justiça, pelo menos em termos de qualidade cinematográfica. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Napoleão

Napoleão
Quem foi Napoleão Bonaparte? Eu tenho muitas reservas em relação a essa figura histórica de Napoleão. Em meu ponto de vista ele foi um hipócrita e um oportunista. O oportunismo veio em um momento de indefinição da Revolução Francesa. Ele se aproveitou desse momento de incerteza para dar um golpe militar na França, usando de sua liderança militar para tomar completamente o poder para si, tudo feito através da força, das armas. Também foi um hipócrita porque resolveu continuar com o discurso da Revolução, embora tenha na prática jogado no lixo todos os seus valores e ideais. Inclusive queria fundar sua própria monarquia, passando o seu poder imperial para seus descendentes. E pensar que a Revolução Francesa lutava justamente contra isso tudo, contra esse sistema e esse regime de governo, de exercício de poder. 

Pois bem, quando esse filme foi anunciado tive a certeza que o projeto estava em boas mãos. Não havia cineasta melhor para dirigir essa história do que Ridley Scott. Considero ele um dos cinco maiores diretores vivos do cinema americano. Quando o filme chegou aos cinemas houve uma série de críticas negativas. E o público não pareceu gostar muito. Bom, eu gostei muito do filme! Não nego que haja imprecisões históricas, algumas até bem grosseiras, mas nada disso desmerece o trabalho de Ridley Scott. 

Na realidade me deparei com um filme que tem ótima fluência em sua narrativa. Conseguiu destacar pontos da vida pessoal de Napoleão enquanto mostrava momentos de algumas de suas grandes conquistas no campo de batalha. Claro que muitos momentos importantes não estão no filme, mas aqui considero uma crítica injusta. Nenhum filme feito até hoje conseguiu capturar tudo na vida dessa figura histórica. É improvável que isso um dia venha a acontecer. A dica que deixo é a literatura. Aí sim você encontrará livros completos sobre a vida do imperador francês, livros com mais de mil páginas. Assim se você quiser a experiência completa, onde não falte nada em sua trajetória, vá até uma biblioteca, pois não será no cinema que encontrará tudo. 

E dentro das limitações de se contar a história de uma vida em pouco mais de duas horas de cinema, o filme se saiu muito bem. Gostei da maneira como Ridley Scott mostrou as batalhas e principalmente em como dirigiu o ator Joaquin Phoenix, afinal ele é conhecido por trazer aspectos de sua própria personalidade ao interpretar seus personagens no cinema. Seria um tipo de "ator autoral". Nesse filme não iria dar certo. Ele até tem momentos em que derrapa nesse aspecto, mas no plano geral está contido, graças à direção firme de Ridley Scott. Ponto positivo na composição do protagonista. Mostrou o bom trabalho na direção do elenco por parte do cineasta. 

Então é isso. Um filme que gostei muito, trazendo a história desse carniceiro que tentou ser aceito pela nobreza que dizia querer destruir em nome de valores de uma Revolução que ele na realidade não seguia. Napoleão era apenas um usurpador sem nobreza que queria ser um tipo de novo nobre europeu. Adorava o requinte das grandes monarquias europeias e de certa maneira queria apenas ser aceito por elas! Nesse jogo de ego supremo acabou levando milhões à morte. O filme assim é preciso em mostrar toda a sua hipocrisia e fome de poder. Um excelente trabalho a mais na rica filmografia de Ridley Scott que merece todos os meus aplausos. 

Napoleão (Napoleon, Estados Unidos, 2023) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David Scarpa / Elenco: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Rupert Everett / Sinopse: O filme conta a história do imperador francês Napoleão Bonaparte. Após dar um golpe militar em seu país, ele assume todo o poder e joga a França em uma infinidade de batalhas por todo o continente, lutando ferozmente contra praticamente todas as monarquias e coroas da Europa. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Êxodo: Deuses e Reis

Êxodo: Deuses e Reis
Mais uma versão para o cinema da história de Moisés e a saída do povo judeu do Egito Antigo. Ridley Scott fez o filme em homenagem ao irmão que havia se suicidado. Era uma mensagem sentimental, mas acabou que não agradou a quase ninguém. Religiosos torceram o nariz, pessoas que apenas queriam ver um bom épico antigo também não gostaram e a crítica, de maneira em geral, não avaliou bem ao filme. O que deu errado? Antes de qualquer coisa é bom deixar claro que é sim um filme bem produzido. Tem opções de direção de arte bem cuidadosas e acertadas. O elenco também faz o possível, mesmo que alguns atores não estejam muito bem adequados para seus personagens. Enfim, o filme não é, em minha opinião, o desastre todo que pintam por aí. 

O problema desse roteiro é conceitual. A história dos dez mandamentos, de Moisés e tudo o mais desse pacote todo, é de uma mitologia religiosa de fé. Não tem como fazer um filme racional desse enredo. O problema de Ridley Scott foi esse, ele quis fazer um filme racional. Não dá. O Exodus é um desbunde religioso, que pede mesmo exageros irracionais e pensamento mágico. Para funcionar tem que acreditar que tudo aconteceu mesmo, que o mar abriu e o resto todo. O Moisés é uma mistura de mago, profeta e líder messiânico. Não tem com contar essa história com o pé no chão da realidade, tem que afundar o pé na jaca da religião como fez Cecil B. De Mille no passado.

Essa coisa de tentar trazer explicações racionais para o que aconteceu na trama, simplesmente não cola. Não é documentário do canal Discovery ou do History. Não agrada ao fundamentalista religioso e nem ao espectador mais racionalista e progressista que não vai curtir também. Aliás acredito que esse tipo nem foi ao cinema ver ao filme. O simples tema já o deixou fora das salas. Quem não acredita, não vai ver filme de Moisés e Velho Testamento. É demais para eles. 

O fato é que os historiadores nunca acharam uma prova arqueológica da existência de Moisés e nem de uma multidão de judeus atravessando o deserto. Então academicamente o Êxodo é tratado como uma mitologia de fundação do povo de Israel e nada mais, inclusive reutilizando partes de mitologias de outros povos antigos, de mitos estrangeiros praticamente iguais ao de Moisés.

Então ou se mostra tudo sob o ponto de vista religioso ou não se faz filme nenhum, porque para a história, para a Academia, Moisés é meramente um personagem de literatura antiga. Nada mais do que isso. Ele nunca existiu de verdade! De qualquer forma, mesmo com esse erro de conceito, eu gostei do filme. Eu queria ver apenas bom cinema. Já sabia que não era um grande filme, mas esperei por algo ao menos digno de Ridley Scott. E nesse ponto tudo está bem OK. Poderia ser muito melhor, mas não deu. Só não adianta fazer filme de mitologia religiosa como algo racional, porque não vai dar certo, mas fora isso podemos tentar ver ao filme ao menos como mero entretenimento bem produzido. 

Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, Estados Unidos, 2014) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine / Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, Ben Kingsley, Sigourney Weaver, John Turturro, Aaron Paul / Sinopse: Filme que entrou recentemente na grade de programação do Netflix contando a história de Moisés, os dez mandamentos e a saída do povo judeu escravizado das mãos do faraó Ramsés II. Baseado no Velho Testamento da Bíblia. 

Pablo Aluísio.

Irmãos de Sangue: Muhammad Ali e Malcolm X

Irmãos de Sangue: Muhammad Ali e Malcolm X
Esse documentário retrata a amizade entre o líder negro Malcolm X e o boxeador Cassius Clay na década de 1960. O que os uniu foi a religião, a fé no islã. Curiosamente essa seria também a razão do fim dessa amizade. Esse tema em especial me chamou a atenção porque parte dessa mesma história é explorada na série "The Goodfather of Harlem" onde os dois personagens históricos são explorados em segundo plano na trama. Só que a série não é historicamente fiel aos fatos. Então nada melhor do que assistir esse documentário para ter uma ideia melhor de como se deu realmente a aproximação entre essas duas pessoas. E para minha surpresa, de maneira em geral, o que percebemos é que a série até que mostrou bem a amizade entre eles, sem fugir muito do que realmente aconteceu. 

É curioso como o Islamismo se tornou popular em Nova Iorque na década de 1960, principalmente dentro da comunidade negra do Harlem. Só que Malcolm X decidiu denunciar o líder da sua comunidade religiosa, Elijah Muhammad, um sujeito que todos chamavam de "Querido amado e apóstolo santo". O problema é que ele supostamente estava explorando sexualmente jovens seguidoras, inclusive tendo filhos com elas. Quando Malcolm X resolveu denunciar tudo, a comunidade se voltou contra ele, inclusive o famoso boxeador que também cortou os laços de amizade que tinha com Malcolm. Foi algo traumático. Além de ser expulso, ele passou a viver com ameaças de morte, que tragicamente acabaram se concretizando. Pois é meus caros, muitas vezes o fanatismo religioso se choca com a verdade e quando isso acontece, geralmente sangue de pessoas virtuosas é derramado. 

Irmãos de Sangue: Muhammad Ali e Malcolm X ( Blood Brothers: Malcolm X & Muhammad Ali, Estados Unidos, 2021) Direção: Marcus A. Clarke / Roteiro: Randy Roberts, Johnny Smith / Elenco: Muhammad Ali e Malcolm X (em arquivos de imagens da época) / Sinopse: Esse documentário mostra a verdadeira história da amizade entre o lutador Muhammad Ali e o ativista político e orador religioso Malcolm X durante a década de 1960. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Elvis Presley - The Wonder of You / Mama Liked The Roses

Esse foi o segundo single de Elvis Presley nos anos 1970. O compacto fez muito mais sucesso do que o anterior, chegando ao Top 10 da Billboard entre os mais vendidos, alcançando a nona posição, o que para Elvis na época era muito bom. O single trazia duas canções. No lado A tínhamos a versão ao vivo da canção "The Wonder of You", gravada no palco em Las Vegas, em fevereiro de 1970, na sua segunda temporada na cidade. Como o single foi lançado em abril era uma gravação ainda muito recente, um verdadeiro presente para todos os fãs do cantor que não podiam ir até Vegas conferir pessoalmente o trabalho que ele vinha desenvolvendo na cidade. Essa era uma antiga canção, originalmente lançada por Ray Peterson em 1959, que Elvis tornava sucesso novamente nas paradas, uma proeza que apenas astros como ele conseguiam fazer. Afinal de contas transformar uma velha música romântica como essa novamente em hit, não era uma coisa das mais fáceis no concorrido mercado fonográfico americano da época. Essa faixa também ligava o single com o álbum "On Stage - February 1970". Era uma tradição das maiores gravadoras, onde um single sempre saía no mercado para promover o lançamento do álbum completo.

Já "Mama Liked the Roses" havia sido gravada em Memphis, em janeiro de 1969. Ao lado do produtor Chips Moman, Elvis realizou uma das mais produtivas e inspiradas sessões de gravação de sua vida. Gravando no American Studios, ele obviamente se sentiu em casa, completamente à vontade. Nessa mesma noite aliás ele chegou nas versões definitivas de dois outros clássicos de sua discografia, a maravilhosa "Don't Cry Daddy" e "Inherit the Wind". Um fato curioso é que tanto "Mama Liked the Roses" como "Don't Cry Daddy" possuem algo em comum em suas letras. Sâo músicas nostálgicas, melancólicas até, relembrando de um passado perdido, que ficou para trás, nas areais do tempo. Seria ótimo que ambas tivessem sido lançadas juntas, lado A e lado B, porém isso não ocorreu.  "Don't Cry Daddy" havia sido lançada no ano anterior e "Mama Liked the Roses" ficou inexplicavelmente arquivada por mais de um ano nos arquivos da RCA, só sendo lançada finalmente aqui, nesse single, no mercado. Coisas da RCA.

Elvis Presley - The Wonder of You
(single, Estados Unidos, 1970)
Lado A: The Wonder of You (Live)
Lado B: Mama Liked The Roses
Produção: Felton Jarvis, Chips Moman
Selo: RCA Victor
Data de Lançamento: Abril de 1970
Melhor Posição nas paradas americanas: 9 (Billboard). 

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD The On Stage Season

Eu sou um fã absoluto dessa temporada. Na época foi dito que Elvis estava arriscando demais já que essa seria uma época morta em Las Vegas. Havia poucos turistas nos cassinos e hotéis. Os resultados da primeira temporada do cantor na cidade (em 1969) porém tinham sido tão bons que Elvis e o Coronel resolveram arriscar mesmo e foram para Vegas bem no começo do ano de 1970. Deu certo! Elvis inclusive mudou até mesmo os hábitos de fluxos de turistas na cidade, mostrando que ainda tinha um nome forte o suficiente para reerguer sua carreira (que andava em baixa por causa dos filmes de Hollywood) ao mesmo tempo em que conseguia formar uma nova legião de fãs (processo que diga-se de passagem continua em evolução até mesmo nos dias de hoje). Na discografia oficial americana essa temporada deu origem ao ótimo álbum "On Stage - February 1970". Com poucas músicas - mas bem selecionadas - o disco servia para mostrar o clima e o repertório do astro na cidade do pecado em sua segunda rodada de shows.

Nesse novo FTD temos duas apresentações de Presley dessa mesma temporada. De forma inteligente resolveram colocar em apenas um título os dois shows mais significativos, justamente o da abertura (realizado no dia 26 de janeiro) e o do encerramento (no dia 23 de fevereiro). Como se sabe os concertos tinham que ser rápidos, pois Elvis geralmente realizava duas apresentações por noite, por isso o fã pode vir a estranhar a pouca duração dos shows. A pouca duração porém era compensada pela vontade de Elvis em se apresentar bem, inovando, procurando por outras canções, mudando o repertório (nesses dias ele ainda era bastante criativo e muito esforçado em Vegas). O show de abertura não tem uma qualidade sonora impecável. Talvez pela falta de talento do responsável pelas gravações algo saiu errado, com sobrecarga de grave nos microfones, mas isso não chega a ser um problema. O segundo concerto é bem melhor sob esse aspecto técnico. Não importa. Afinal de contas o que vale mesmo é a importância e o resgate histórico.

FTD The On Stage Season (Estados Unidos, Dinamarca, 2014) - CD-1: Las Vegas, Jan. 26 1970 / 1.All Shook Up 2.That's All Right 3.Proud Mary 4.Don't Cry Daddy 5.Teddy Bear / Don't Be Cruel 6.Long Tall Sally 7.Let It Be Me 8.I Can't Stop Loving You 9.Walk A Mile In My Shoes 10.In The Ghetto 11.True Love Travels On A Gravel Road 12.Sweet Caroline 13.Polk Salad Annie 14.Introductions 15.Kentucky Rain 16.Suspicious Minds17.Can't Help Falling In Love / CD-2: Las Vegas, Feb. 23 1970 / 1.All Shook Up 2.I Got A Woman 3.Long Tall Sally 4.Don't Cry Daddy 5.Hound Dog 6.Love Me Tender 7.Kentucky Rain 8.Let It Be Me 9.I Can't Stop Loving You 10.See See Rider 11.Sweet Caroline 12.Polk Salad Annie 13.Introductions 14.Lawdy Miss Clawdy 15.Heartbreak Hotel 16.One Night 17.It's Now Or Never 18.Suspicious Minds 19.Can't Help Falling In Love. 

Pablo Aluísio.