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domingo, 21 de janeiro de 2024

A Morte de Alexandre I

O czar russo Alexandre I conseguiu vencer Napoleão Bonaparte. Ele teve o bom senso de entregar toda a estratégia aos seus generais, quando o imperador francês invadiu a Rússia. A tática usada ficou conhecida como "Terra arrasada", ou seja, não deixar nada para as tropas francesas. Nem comida, nem plantações, nem casas. Tudo destruído. Deu certo. Os franceses ficaram à mercê da natureza e foram duramente castigados quando se retiraram, em pleno inverno russo, sem comida, mantimentos e nem roupas adequadas. Milhares de soldados franceses morreram. Napoleão fora derrotado na Mãe Rússia, mostrando que ele não era invencível.

Depois disso as tropas russas tomaram a ofensiva e só pararam quando chegaram em Paris. Alexandre I acompanhou seus homens até a capital francesa. Uma vez lá sentiu-se como o dono do mundo. Um imperador que havia destruído Napoleão, não era realmente pouca coisa. Imediatamente o Czar propôs uma aliança de nações ao qual chamou de "Santa Aliança", uma maneira de impedir que novos líderes como Napoleão surgissem. Durante as negociações também foi decidido que Napoleão seria enviado para uma ilha distante, longe do continente europeu. Ele deveria ficar lá até sua morte. A intenção era não transformar o imperador francês em um mártir.

Depois da vitória o Czar Alexandre I aproveitou tudo o que podia da capital francesa. Promoveu bailes da vitória, se envolveu com mulheres lindas da corte, dançou, festejou, até não poder mais. A despeito de toda a farra havia também uma dualidade em sua alma. Fraco aos prazeres mundanos, o Czar começou a desenvolver uma mentalidade mística, se considerando um enviado de Deus ao mundo para destruir o diabólico Napoleão Bonaparte. A crise existencial entre aproveitar os prazeres da vida e o sentimento religioso iriam seguir com ele até sua morte.

De volta para a Rússia, Alexandre seguiu seu reinado, mas ele não viveu por muito tempo após a vitória sobre Napoleão. O imperador morreu aos 47 anos de idade, em dezembro de 1825, após apresentar uma estranha febre. A causa de sua morte segue sendo incerta. Para alguns ele morreu de febre tifoide, para outros malária que teria contraído no campo de batalha. Ele também faleceu longe de seu querido palácio, pois estava de viagem. Não foi uma morte feliz e nem tranquila. O imperador tinha ainda muitos planos para a Rússia.  Ele achava que viveria muitos anos ainda, porém seu destino era morrer cedo, cedo demais segundo alguns historiadores. De uma forma ou outra o Czar resolveu fazer de seu irmão, Nicolau, o seu sucessor. Na linha de sucessão o trono deveria ter sido passado para Constantino, mas esse já havia dito a Alexandre que não queria se tornar o imperador da Rússia. Assim Alexandre resolveu fazer de seu irmão mais jovem o próximo czar de todas as Rússias. Ele se tornaria o czar Nicolau I.

Pablo Aluísio. 

domingo, 3 de dezembro de 2023

Alexandre I da Rússia

Muito se fala sobre Napoleão Bonaparte e suas conquistas. A questão histórica importante porém é que Napoleão foi vencido e ao final das intermináveis guerras napoleônicas terminou como um derrotado, tanto no campo de batalha como na política. Os vencedores nem sempre são muito lembrados. É o caso do Czar Alexandre I da Rússia que ajudou a destruir os planos de Napoleão em conquistar todo o mundo ocidental. Alexandre nasceu no berço da luxuosa corte da grande imperatriz Catarina. Desde criança ele se tornou um preferido dela, a ponto de Catarina ter caprichado em sua educação, o enviando para estudar fora da Rússia. Ela queria um sucessor educado, preparado e capaz para após sua morte guiar o Império russo.

Ele, apesar de fazer parte de uma das elites nobres mais absolutistas da história, acabou tendo uma educação liberal, baseada em muitos dos preceitos e filósofos da França revolucionária. Talvez essa formação iluminista explique vários momentos de seu reinado. De qualquer forma Alexandre I subiu ao trono russo em 1801, após a morte de seu pai. O Czar Paulo foi morto com requintes de crueldade, teve seu crânio esmagado por conspiradores. Alexandre ficou chocado com isso. Pior, o povo russo começou a desconfiar que ele próprio teria feito parte da conspiração. De qualquer forma a Rússia precisava de um novo Czar e Alexandre assumiu o trono, ainda bem jovem. Ele inicialmente revelou-se ser um grande administrador, abrindo escolas por toda a Rússia, ampliando o sistema educacional para formar uma geração de pensadores e intelectuais. Nesse aspecto Alexandre inspirou-se em sua própria história pessoal. O acesso que ele teve aos melhores professores e mestres do mundo o levou em frente para que toda criança russa tivesse também uma educação de qualidade.

Antes porém de levar seus planos administrativos internos adiante estourou as diversas guerras napoleônicas por toda a Europa. É interessante notar que no começo Alexandre I manteve uma certa simpatia por Napoleão Bonaparte e seus ideais. Afinal o imperador francês era fruto da revolução francesa e tendo uma formação iluminista, Alexandre logo simpatizou com a sua causa. Isso porém não durou muito. Sob a verniz de liberal e defensor dos valores revolucionários, Napoleão nutria um desejo de conquista sem fim. No fundo ele queria destruir todas as aristocracias da Europa sem exceção. E isso o colocava em rota de colisão contra o Czar russo. O destino foi selado quando Napoleão resolveu invadir a Rússia. Sua campanha porém foi um desastre. Além da corajosa defesa do exército russo, a própria natureza impiedosa tratou de destruir os planos do imperador francês. A neve, a lama e as terras que pareciam não ter fim foram matando as tropas de Napoleão, tanto de fome como de frio. Na verdade a invasão da Rússia significou o fim das guerras de expansão do violento tirano francês. Após a derrota na Rússia, Napoleão nunca mais seria o mesmo. O curioso é que a guerra também mudou a personalidade de Alexandre. Se no começo de seu reinado ele mostrou-se um homem antenado com os ideais iluministas, no fim de sua vida, tornou-se bem mais conservador e religioso, valorizando o passado e as tradições da sociedade russa.

Nos anos finais de sua vida ele enfrentou problemas internos e externos. Em vários momentos pensou em abdicar, principalmente após a morte de sua filha querida a quem era muito próximo. Durante uma estadia no mar de Azov, o Czar Alexandre caiu doente. Ele havia contraído Malária, uma doença muito séria, sem possibilidade de cura na época. Aos poucos foi declinando até morrer em 1825 com apenas 47 anos de idade. O grande legado de Alexandre I foi ter derrotado Napoleão Bonaparte. Suas iniciativas em melhorar a vida do povo russo também depõem em seu favor. De qualquer forma uma coisa parece certa: pelas conquistas e vitórias Alexandre I deveria ser bem mais lembrado nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Napoleão Bonaparte e Alexandre I

Napoleão Bonaparte não tinha muito respeito pela vida humana. Basta estudar suas guerras para bem entender isso. Também era um sujeito contraditório. Fruto da revolução francesa queria no fundo se tornar um monarca, um imperador, como os do passado, do velho regime. Por isso tinha uma certa atração doentia pelos representantes do absolutismo do passado, como o Czar da Rússia Alexandre I.

Após literalmente levar uma primeira derrota no campo de batalha, Alexandre entrou em contato diplomático com Napoleão. Queria encontrá-lo pessoalmente. Bonaparte prontamente aceitou e eles se encontraram em território neutro. O mais estranho dessa reunião é que Napoleão ficou encantando com o jovem imperador russo. Chegou a dizer que se ele fosse uma mulher teria se tornado sua amante! Ficou impressionado com o porte nobre do líder russo. 

Alexandre era alto, jovem e muito inteligente. O encontro entre os dois resultou em uma aliança contra a Inglaterra, mas o Czar russo sabia que mais cedo ou mais tarde teria que enfrentar o imperador francês no campo de batalha, algo que efetivamente aconteceu porque Napoleão decidiu invadir a Rússia, o que causou sua ruína, já que a campanha foi um desastre. Corroídos pela fome e frio muitos soldados franceses (milhares deles na verdade) morreram na longa e penosa marcha de retirada durante o rigoroso inverno russo.

Pois é, o jovem (e para Napoleão) inexperiente Czar destruiu os exércitos do general francês que era considerado imbatível no campo de batalha. Um feito histórico único! Depois de perder nos campos congelados sem fim da Mãe Rússia, Napoleão perdeu a fama de ser imbatível, de ser perfeito no caminho de suas conquistas. Ele não era fenomenal, era apenas um homem e como tal poderia ser mesmo derrotado, como bem provou Alexandre I e seu bravo exército.

Em determinado momento desse encontro ate gentil entre os dois imperadores, Alexandre teria comentado com Napoleão que não queria entrar em uma guerra com ele, pois teria que destrui-lo e que caso isso acontecesse iria marchar sobre Paris com suas tropas. Napoleão riu, bebeu um pouco de vinho e disse que isso jamais aconteceria. Ele estava errado e Alexandre estava sendo profético pois foi algo que realmente aconteceria. Após vencer Bonaparte e seu exército, Alexandre realmente rumou para Paris e entrou na cidade por uma ponte que até hoje leva seu nome. Para deixar claro que os russos não estavam ali para massacrar a elite francesa ele desceu de seu cavalo e mandou anunciar que iria dar um baile para os franceses. E nessa noite ele conquistou grande parte dos ricos da França. Na ocasião Alexandre deixou claro que jamais destruiria Paris pois a considerava uma das mais belas cidades do mundo! Promessa que cumpriu. 

Napoleão e Alexandre não viveriam muito. O Czar russo morreria no retorno de um campo de batalha. Após uma longa cavalgada ele sentiu-se mal. Imediatamente seus médicos decidiram levar ele de volta a São Petersburgo, mas Alexandre não resistiu. Morreu dentro de uma carruagem em uma estrada cheia de lama. Napoleão, por sua vez, foi exilado para uma distante ilha controlada pelos ingleses. Ele foi sendo envenenado aos poucos com arsênico. Passou suas últimas semanas muito doente, por causa do veneno. Falecendo pouco depois. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Irmãs Romanov

As Irmãs Romanov
Depois de alguns meses lendo esse excelente livro histórico finalmente cheguei ao seu final. O título pode enganar, já que não é apenas a história das irmãs Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, as filhas de Nicolau II. O livro traz uma visão bem mais ampla, mostrando em detalhes o casamento de seus pais, o problema de saúde do filho mais novo, herdeiro do trono, o pequeno Alexei e também o envolvimento do guru Raspudin dentro da corte imperial. Tudo muito bem escrito, em linguagem acessível e que prende realmente a atenção do leitor. É um livro agradável de se ler.

Essa família imperial Romanov provavelmente seria mais uma na longa história da dinastia que reinou na Rússia por mais de 300 anos. O problema é que eles seriam os últimos no poder. Foram engolidos em cheio pela revolução russa que não deixou pedra sobre pedra do antigo regime. A questão política obviamente é explorada, mas o foco do livro muitas vezes internaliza dentro da intimidade do núcleo familiar. A imperatriz era neta da grande rainha Vitória da Inglaterra. Alexandra era uma mulher tímida e muito reservada e isso não ajudou na manutenção do trono imperial russo. Ela isolou sua família da própria corte russa. Eles viviam nos palácios praticamente isolados e esse isolamento foi um fator de distanciamento do imperador dos demais nobres.

É um livro muito bom em minha opinião, que praticamente desvenda em detalhes a vida dessa última família imperial, entretanto não é isento de falhas. A maior falha, ao meu ver, vem do capítulo final. Como se sabe a família Romanov foi executada por fuzilamento. Talvez por ter sido algo brutal demais, a autora apenas cita indiretamente a morte deles. Há claramente um certo pudor em relatar aquele triste evento. De qualquer forma mesmo essa superficialidade final não atrapalha o livro em seu conjunto. Olhando para o todo, trata-se realmente de uma obra literária acima da média.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Catarina II

Na escola você aprende que o reinado de Catarina II, a Grande, foi um dos maiores exemplos daquele tipo de monarca que foi chamado pelos historiadores de "déspota esclarecido", ou seja, membros de uma monarquia que já conhecia os ideais do iluminismo, das transformações da iriam desembocar na Revolução Francesa, mas que continuavam em essência absolutistas. Apenas para não vivenciassem a tomada de poder por essas forças liberais, faziam pequenas concessões para o povo em geral. Era uma maneira de se manterem no trono. Continuavam absolutistas, déspotas, mas já estavam esclarecidos sobre os novos valores que começavam a se espalhar por todo o continente europeu.

Catarina II não era uma Romanov de nascimento. Ela apenas se casou com um Romanov e depois ajudou os opositores a se livrarem dele, que era o legítimo sucessor por tradição. Era uma mulher culta, inteligente, muito vocacionada para a ciência política. Por isso conseguia sempre superar as inúmeras intrigas políticas da corte, vencendo e superando todos os adversários que atravessavam seu caminho. Acabou assim se tornando a grande imperatriz da história russa. Seu marido, Pedro III, era um tipo contrário a essas qualidades, um despreparado que foi logo colocado de lado. Dentro da corte russa valia mais sua astúcia e perspicaz política do que propriamente um direito de nascimento. Apenas os mais fortes sobreviviam. Esse Czar russo, Pedro III, tentou tirar parte dos direitos tradicionais da nobreza, além disso era um bobo apaixonado pela Prússia e Frederico, algo que soava praticamente como um traição ao nacionalismo russo, eterno inimigo dos prussianos. Não demorou muito e caiu em desgraça perante a nobreza e o povo.

Assim depois de um golpe de Estado apoiado pela nobreza, Pedro III foi afastado do poder, sendo assassinado logo depois. Catarina assumiu as rédeas do Estado e sendo uma mulher preparada intelectualmente se saiu muito bem na direção daquele império continental. Os primeiros anos de Catarina II no poder foram gloriosos. Ela implantou reformas administrativas no império, reformulou o exército, conquistou territórios que até mesmo Pedro, o Grande, não havia conseguido dominar e transformou a Rússia em um dos mais poderosos impérios do mundo. Além disso é interessante notar que conseguiu se manter no trono até sua morte, isso em uma época em que os ideais que iriam causar a Revolução Francesa colocavam dinastias seculares na berlinda. Catarina foi hábil o suficiente para sobreviver e fortalecer um sistema político que estava em franca decadência em sua época.

Embora o reinado de Catarina II seja sempre lembrado com louvor pelos historiadores russos, houve também problemas enquanto esteve no poder. Catarina muitas vezes misturou assuntos pessoais com assuntos do Estado. Uma mulher muito ativa sexualmente, geralmente colocava seus amantes em postos chaves do império. Sua conduta sexual fora dos padrões para a época também mancharam sua reputação. A Imperatriz Maria Teresa da Áustria, por exemplo, outra mulher de imenso poder na época de Catarina, a considerava uma degenerada e uma promíscua. Muito provavelmente Catarina tenha sido apenas uma mulher à frente de seu tempo nesse aspecto, pois se recusava a se enquadrar no antigo estereótipo da mulher e mãe que imperava no século XVII. Ela quis e foi mais do que isso, usando os homens de acordo com seus propósitos políticos e não sendo usada por eles como era tão comum. Após reinar por 34 anos ela teve um AVC fatal em sua palácio imperial. Catarina não queria que seu filho Paulo se tornasse imperador, mas seu neto Alexandre. Considerava Paulo um desequilibrado cruel. Ela estava pronta para mudar sua sucessão ao trono, mas antes disso faleceu, deixando para Paulo um império como os russos jamais tinham visto antes.

Paulo I assumiu o poder na Rússia imperial após a morte de sua mãe, Catarina II. Ela não queria que ele assumisse como czar e tinha até mesmo feito planos para tirá-lo da sucessão, mas antes disso sofreu um derrame e morreu aos 68 anos de idade. Paulo não gostava da mãe a quem acusava de ter se envolvido na morte de seu pai, Pedro III. Para se vingar dela mandou exumar os restos mortais dele, para que fosse enterrado no mesmo ritual fúnebre de sua mãe.

Catarina II tinha razões para não gostar do próprio filho. Ele era um sujeito bem cretino, que estava mais interessado em vestir roupas espalhafatosas, inspiradas no exército prussiano, do que em administrar o império russo. Também era cruel, aplicando punições físicas e torturas em seus subordinados pelos menores deslizes. Tinha uma personalidade pusilânime, mostrando-se duro e autoritário para o povo russo ao mesmo tempo em que era manipulado e mandado por sua amante, uma mulher sem origens nobres que ele havia conhecido em um bordel. Quando assumiu o poder absoluto os russos descobriram alarmados que uma das pessoas mais influentes da corte era o barbeiro de Paulo, um ex-escravo dado de presente por sua mãe e que se tornaria seu amigo ao longo dos anos. De uma forma ou outra Paulo jamais conseguiu superar sua mãe, pelo contrário, foi uma grande decepção para o povo russo.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de abril de 2011

Os Crimes de Lenin

Recentemente uma excelente reportagem do portal Terra mostrou que 140 anos após seu nascimento o fundador da União Soviética, Lenin, está sendo esquecido pelos russos. As novas gerações sequer sabem quem ele foi. Um garoto entrevistado por um jornalista ocidental disse não saber muito sobre ele a não ser que era um cosmonauta!!! Pelo visto o outrora tão idolatrado Lenin está sendo jogado na lata de lixo da história, o que nesse caso não é algo negativo de acontecer. Os historiadores russos da atualidade, mais sensatos e finalmente livres do corrosivo controle da ditadura comunista, estão se debruçando com imparcialidade sobre documentos, cartas e atos do período em que ele se tornou o principal líder soviético.

O retrato que retiram desses despojos da história é realmente devastador. Lenin foi um psicopata no poder. Ele não tinha qualquer respeito pela vida humana e de posse de poderes ilimitados cometeu barbaridades horrendas com o povo da Rússia e dos demais países sob denominação soviética. Como todo socialista, Lenin acreditava que possuía o dom e a inteligência de conduzir seu povo. Ninguém poderia contestar suas decisões políticas e a punição para a discórdia de sua ideologia era a morte.

Hoje sabe-se que Lenin foi o responsável pela morte de mais de cem milhões de pessoas. Um influente político ucraniano relembrou recentemente os crimes de Lenin no Parlamento. O deputado Vladimir Zhirinovisky recordou aos seus colegas que sob o domínio de Lenin a Rússia (e a Ucrânia) se transformaram em um mar de túmulos. O chamado terror vermelho implantado por Lenin para defender a revolução russa fez com que um genocídio muito mais vasto e devastador do que o próprio nazismo se instaurasse em solo russo, causando assassinatos em massa, desespero e morte. Lenin mandou assassinar de próprio punho milhões de pessoas, entre eles muitas crianças, mulheres e idosos, simplesmente por esses pertencerem a comunidades que não aceitavam a ditadura socialista. Jamais demonstrou ter tido a menor culpa pelo que fez, tal como um psicopata em relação às suas vítimas indefesas.

Um homem cruel e psicopata que não respeitava sequer o espírito religioso do povo russo. Como socialista Lenin via a religião e a crença em Deus como um mal a ser eliminado. Ateu e extremamente frio em suas decisões mandou para a morte líderes religiosos de praticamente todos os cultos, mas principalmente da Igreja Ortodoxa Russa. Sob suas ordens diretas foram mortos entre outros o amado e respeitado patriarca Ortodoxo de Moscou. Também mandou executar a sangue frio toda a família do Czar. Mandou que eles fossem levados para uma floresta distante e lá fuzilados. Além do Czar Nicolau morreram também seus filhos, meros adolescentes, garotas jovens e um menino, herdeiro do trono, ainda menor de idade. Lenin realmente foi um monstro tal como Hitler. Um assassino de massas e um psicopata frio e cruel. O tempo porém é o senhor de tudo. Sua memória já está sendo apagada da mente dos russos, pelo seu próprio bem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Stálin: Sangue e Morte ao Povo Russo

Stálin foi um dos maiores genocidas da história. Líder máximo do regime comunista socialista soviético, ele matou milhões de pessoas. Sua liderança foi uma das mais brutais que se tem notícia. Não raro Stálin ordenava a execução de milhares de russos, muitos eram deportados para a fria e distante Sibéria e lá morriam, geralmente de fome e frio, sem nem ao menos saber do que eram acusados. Por isso causa muita estranheza a um jovem ouvir de qualquer líder socialista brasileiro que ele é um autêntico "Stalinista" - o que estaria tentando dizer com isso? Que era também a favor dos genocídios promovidos por Stálin?

No fim da vida o ditador começa a dar sinais que estava ficando completamente louco. Não dormia mais como uma pessoa comum e promovia longos jantares no Kremlin, em horários indecentes e inapropriados. Não raro Stálin convocava seu gabinete de governo para ir jantar com ele... às quatro horas da manhã! Esses jantares eram verdadeiros momentos de terror e tensão para seus aliados mais próximos pois a qualquer momento Stálin poderia se indispor com um deles à mesa e isso significava apenas uma coisa: que ele seria assassinado antes do nascer do sol. Não era algo incomum Stálin implicar com algum membro de seu governo durante o jantar. Muitas vezes não havia razão para isso mas Stálin gostava de manter todos apavorados. De repente durante um jantar sem fim ele poderia mandar todos calarem a boca, olhar para alguém na mesa e perguntar: "Por que você está com esse olhar estranho hoje? Está pensando em algo? Está conspirando contra mim?". Depois disso o sujeito alvo poderia se considerar morto pois era quase certo Stálin mandar que fosse fuzilado nos campos ao redor do Kremlin.

Tão paranóico ficou em seus últimos dias que as pessoas do Kremlin temiam até mesmo falar ou se encontrar com ele em sua sala. Em seu último mês de vida Stálin estava convencido que havia um complô para lhe matar. Embora tenha lutado contra Hitler e o regime nazista, Stálin era tão antissemita quanto o ditador alemão. Odiava judeus em geral. Um de seus últimos decretos condenava um grupo de intelectuais judeus à morte. A maioria deles eram médicos da universidade de Moscou, cientistas e homens brilhantes. Stálin não quis nem saber, mandou todos para a morte e não foi só - matou suas esposas, filhos e até tios, caso fossem muito próximos. A morte desses intelectuais judeus foi logo interpretado pelo povo como uma nova onda de mortes promovidas pelo regime Stalinista que estava por vir.

Alguns dias antes de morrer Stálin comentou com pessoas próximas que iria realizar um "ataque nuclear contra os Estados Unidos" pois dizia que mais cedo ou mais tarde a Rússia seria varrida do mapa pelos americanos. Assim na dúvida era melhor destruir a América antes. Segundo algumas biografias isso acabou selando o destino do insano ditador. Os membros mais próximos de seu gabinete chegaram na conclusão que seria melhor matar Stálin antes que ele levasse o mundo à destruição completa. E assim o fizeram. O velho e paranóico Stálin teria sido encurralado em seu escritório e morto asfixiado por Beria, um psicopata que liderava o serviço secreto russo, com a ajuda de Nikita Khrushchov. Assim salvariam o mundo de um trágico destino. Oficialmente foi comunicado ao povo que Stálin havia morrido "do coração" e nada mais.

Stálin foi enterrado sob forte comoção do povo russo, que havia sido submetido a décadas de culto à personalidade do líder soviético. Depois de pouco tempo porém sua imagem onipresente foi sendo varrida do mapa. Nas ruas, praças e prédios públicos, Stálin foi gradualmente sumindo. Na convenção anual do partido comunista o agora líder Khrushchov resolveu tornar públicas as acusações de crimes contra a humanidade promovidas pelo louco insano Stálin. Em determinado momento assumiu que o regime de Stálin havia matado mais pessoas do que a ditadura nazista do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Era uma forma de passar a limpo uma das fases mais sangrentas e aterrorizadoras da história do comunismo soviético.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Os Romanov (1613 - 1918)

Quero deixar uma dica de leitura para quem aprecia história. Trata-se do livro "Os Romanov" de autoria de Simon Sebag Montefiore. No Brasil essa obra foi lançada pela Companhia das Letras. Na realidade li esse livro no ano passado. É aquele tipo de leitura que você precisa ir administrando, lendo aos poucos, porque ele é longo e tem muitos personagens e situações. O próprio autor reconheceu isso e colocou, como uma espécie de guia, um pequeno resumo sobre cada peça naquele tabuleiro de poder, logo no começo de cada capítulo. Cada um deles enfoca um imperador Romanov diferente. E foram muitos. Basta lembrar que essa dinastia de imperadores russos durou mais de três séculos. E entre os czares houve de tudo: assassinos, loucos, fracos, depravados, insanos violentos, frívolos e até sociopatas. Porém é necessário admitir também que existiram alguns grandes nomes da história russa entre esses imperadores e soberanos como Pedro, o Grande e Catarina II. Ainda que fossem exceções, eles foram responsáveis diretos por muitas melhorias na mãe Rússia. Para infortúnio do povo russo eles também estavam em minoria. Uma das razões porque nunca serei um monarquista vem justamente de registros históricos como esse. O poder simplesmente herdado não qualifica ninguém para exercer esse mesmo poder ilimitado. Não há mérito e com o tempo a tendência é piorar, com imperadores cada vez menos aptos para exercerem suas funções.

A monarquia Romanov apresentou todos os tipos de corrupções, violência e traições que você possa imaginar. E como toda monarquia que se preza, após alguns séculos no poder, ela também se tornou decadente e abusiva. O abuso de autoridade, as violações de direitos humanos de toda ordem, a morte em massa do povo, todas essas tragédias começam a se repetir com regularidade mórbida para a nação. A Rússia cresceu e se desenvolveu muito com a dinastia Romanov no poder máximo, absolutista, mas também houve inúmeras injustiças, massacres, mortes e perseguições políticas de todo tipo. Em minha opinião foi um preço caro demais para se pagar. E isso foi se repetindo sistematicamente ao longo dos séculos. Basta lembrar de Ivan, O terrível. Esse Czar acumulou tanto poder em suas mãos que simplesmente enlouqueceu. Matou praticamente todos os seus parentes e membros da corte que representassem alguma ameaça para sua mente paranoica. Matou a esposa, matou o filho a pauladas e no final ficou completamente enlouquecido e sozinho em seu castelo. Diziam que queria matar até mesmo sua sombra. Em seus últimos dias apenas a loucura foi sua companheira.

Há também imperadores russos que entraram de forma positiva na história, muito embora nos dias de hoje sejam pouco lembrados. Um que foi injustamente esquecido foi Alexandre I. Poucas pessoas falam nele, mas o fato é que foi esse Czar quem derrotou Napoleão Bonaparte quando ele decidiu invadir a Rússia. Adotando uma estratégia de "terra arrasada", Alexandre conseguiu dar um xeque-mate no imperador francês, que precisou retornar para a França em uma das retiradas mais humilhantes da história. Foi Alexandre I também o primeiro líder estrangeiro a marchar pelas ruas de Paris após a queda de Napoleão. Até um pitoresco encontro dos dois inimigos é relatado em suas páginas. Para surpresa do leitor descobrimos que Napoleão ficou surpreso e admirado com o jovem czar. Chegou ao ponto de tecer elogios a ele. Só que o general mal sabia que o russo seria um de seus algozes. Tudo isso, suas vitórias e detalhes do campo de batalha, estão no livro. Alexandre I morreu até relativamente jovem e foi um dos membros da família Romanov que mais se destacaram em sua jornada, afnal derrotou, ao lado dos ingleses, o grande Napoleão, considerado invencível até então.

Outros dois nomes que me chamaram a atenção foram Pedro, o grande e Catarina II. O primeiro foi um homem de ação, forte, robusto, construtor nato. Ele construiu uma das maiores esquadras navais de seu tempo. Também mandou construir toda uma grande cidade ao melhor estilo europeu ocidental bem no meio do pântano. Fundou São Petersburgo, que se tornaria a segunda maior cidade do império russo, ficando atrás apenas de Moscou. Já Catarina II foi o maior símbolo de uma nova linhagem de monarcas que seriam conhecidos como "déspotas esclarecidos". Ela não abriu mão do poder absolutista que tinha, mas ao mesmo tempo usou esse poder para coisas boas para a sociedade. Universalizou o ensino para todos os cidadãos do império, criou escolas para todas as crianças e jovens, mesmo nos mais distantes lugarejos e fundou as primeiras universidades da Rússia imperial. E o curioso é que ela não era russa de nascimento e precisou tirar o marido do trono, pois ele era um tolo imbecil. Só depois de sua queda é que a Rússia voltou a ter uma grande líder para a nação.

Por fim a história dos últimos imperadores também marca o leitor. Alexandre II foi morto de forma horrível quando um rebelde jogou uma bomba em sua carruagem, bem no momento em que ele desfilava perante seus súditos. Ele perdeu as pernas no atentado, ficou caído no chão e sangrou até morrer. Foi o pior atentado contra um Romanov na história da Rússia. E para terminar o leitor fica também chocado e até emocionado com a morte de Nicolau II, o último czar da Rússia. Um homem que não era apto para se tornar o imperador, mas que tinha uma bela família que acabaria sendo fuzilada covardemente pelos comunistas após a revolução russa de 1917. Foi com Nicolau II que surgiu a bizarra figura de Grigori Rasputin. Ele não era um Romanov, mas sua presença na história dessa dinastia foi tão marcante que ele acabou na capa do livro. Misto de bruxo, guru, charlatão e fanático religioso, Raspudin caiu nas graças da imperatriz após ajudar ao pequeno herdeiro Alexei que sofria de hemofilia. A entrada dele dentro da corte foi um dos inúmeros fatores que levou a dinastia Romanov para sua desgraça final. Em conclusão após ler o livro, digo que essa é uma bela obra de história e literatura. Suas páginas trazem inúmeras histórias de imperadores que detinham todos os poderes reais em suas mãos, sem limitações. E isso tudo serviu para demonstrar que o ser humano não pode ter esse tipo de poder absolutista, pois seguramente vai abusar dele, mais cedo ou mais tarde. Carto estava o Lord John Dalberg-Acton quando escreveu que "O poder tende a corromper o homem e o poder absoluto o corrompe absolutamente". Sábias palavras.

Panlo Aluísio.

terça-feira, 25 de março de 2008

Stálin e a URSS

Acredito que atualmente os jovens nem saibam o que significa a sigla URSS, CCCP na língua original. E que realmente essas letras queriam dizer? União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi a maior experiência concreta de se colocar as ideias de Karl Marx comandando os rumos de um grande país (o maior em extensão territorial) que unia diversas nações sob o comando de ferro da Rússia comunista. A URSS era uma criação política centralizadora e artificial. Sob o peso do poderio bélico russo diversas nações, com línguas e costumes diferentes, foram colocadas sob o regime socialista. Havia desde grandes países como Ucrânia, até pequenos países muçulmanos ao sul, de povos orientais ao leste e republiquetas europeias, todas debaixo da opressão do regime soviético.

A propriedade privada foi abolida. Todos os meios de produção passaram a ser do Estado. A iniciativa privada foi descartada. Empresas e companhias passavam a pertencer a União Soviética. Toda a economia seria planejada por burocratas de Moscou. A vida de todas as pessoas passavam a pertencer ao Estado máximo. Os poderes legislativos e o judiciário deixaram de ser independentes. Todos deveriam ficar sob estrito controle do poder executivo forte, representado por um líder supremo. A união de todos os poderes, como bem sabemos, é o que define o surgimento de uma ditadura. Esse ditador com poderes máximos seria também o líder do único partido político existente, o Partido Comunista. Direitos individuais deixaram de existir. Havia controle dos meios de comunicação, dos jornais, da televisão. Todos eram controlados pelo Estado. A censura era política de Estado. As artes igualmente ficavam sob domínio absoluto do governo central. O mesmo era direcionado para livros, revistas e qualquer outro sistema de imprensa. Nenhuma crítica ao líder supremo era tolerada e qualquer desvio nesse aspecto era considerado crime punido com prisão perpétua ou morte.O destino de quem ousava discordar do governo soviético era a fria e distante Sibéria, onde muitos morriam congelados, executados ou de inanição.

Se Lênin foi um arquiteto inicial desse regime de poder, sem qualquer tipo de respeito pela vida humana, seu sucessor, Josef Stálin, conseguiu lhe superar. Ele nasceu em um lugar remoto dentro do vasto Império Russo, em Góri, na Geórgia. O pai era alcoólatra e violento, constantemente batendo na esposa e nos filhos. Desde criança Stálin descobriu que não havia perdão em sua casa paterna, essa era uma palavra inexistente no vocabulário do pai, algo que ele levaria para sua vida política. Sua mãe viu que não haveria esperanças para ele, então o matriculou numa escola religiosa da Igreja Ortodoxa. Talvez lá o jovem Stalin tomasse gosto pela vida sacerdotal.

Não foi isso que ele quis. Sua sorte foi que naquela escola ele acabou tendo uma educação primorosa que o transformou em um jovem intelectual. As imagens de um Stálin rude e iletrado não correspondem à verdade dos fatos. Ele tinha grande conhecimento de literatura marxista, a tal ponto que muitas vezes causou embaraços no próprio Lênin que jamais confiou nele. Quando esse morreu abriu-se a sucessão para saber quem seria o novo líder da União Soviética. O sucessor natural seria Leon Trótsky, considerado um grande pensador e ideólogo do comunismo russo. Escritor, intelectual e versátil, ele era seguramente uma excelente opção. Stálin, que havia subido aos mais altos graus do partido por causa de sua militância socialista, do dia a dia, da prática diária das ruas, via o oposto disso. Achava que Trótsky não tinha a vivência prática para levar aquela nação em frente. Usando do modo de agir de seu pai resolveu a questão na base da pura violência. Seus opositores, aliados de Trótsky, foram mortos e depois o próprio Leon foi caçado e morto a golpes de picareta no México, para onde havia fugido com medo de Stálin.

A partir desse ponto não houve mais limites para seu poder. Ele exterminou todos os inimigos políticos, implantou um regime policial de puro terror e começou a eliminar qualquer foco de oposição. Completamente paranoico Stálin mandou matar altos membros do Partido Comunista, suas famílias e parentes. Dentro do exército eliminou qualquer um que representasse uma ameaça, o que custaria caro depois quando Hitler invadiu a União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Seus mais competentes oficiais já tinham sido executados. Mesmo assim o Exército Vermelho superou esses problemas e acabou destruindo a Alemanha Nazista. Quando a Guerra acabou, Stálin estava feliz e glorificado pelo povo russo. Ele criou uma rede de culto à sua própria personalidade que o colocou em uma posição de pai da pátria, maior russo de toda a história! Era maior do que um herói nacional, era quase a personificação de um semi Deus do socialismo. Um homem perfeito, isento de falhas e erros. Sua biografia (completamente manipulada pelos membros do Partido) era ensinada nas escolas e universidades como matéria obrigatória. Ele era o exemplo máximo a seguir. Nas escolas os livros citavam o camarada Stálin em todos os assuntos, mesmo se fossem sobre ciência e assuntos que o próprio Stálin sequer conhecia. Tudo ao redor parecia remeter ao ditador. Em cada esquina havia uma enorme estátua do amado líder ou um enorme cartaz de propaganda com seu rosto. Até hoje o regime Stalinista é estudado por causa da imensa propaganda política que foi criada. O termo Stalinista passou a ser usado como sinônimo de culto à personalidade dentro da ciência política.

Stálin porém queria mais. As mortes continuaram e estima-se que ele foi responsável por milhões de assassinatos políticos. Stálin também implantou uma enorme rede de espionagem dentro da sociedade, onde cada um poderia denunciar seu vizinho por "atitudes anti revolucionárias". Isso criou um clima de terror dentro das cidades, com prisões arbitrárias e sem julgamento. Isolado em seu quartel general o velho ditador ia a cada dia ficando mais paranoico a ponto de confessar a um assessor: "Estou acabado, não confio em mais ninguém, nem em mim mesmo!". Ele terminou seus dias completamente isolado a sozinho, já que havia mandado matar praticamente todos os seus parentes, com medo de conspirações que só existiam em sua mente perturbada. Stalin morreu de um derrame em seu escritório no Kremlin. Ao cair no chão ele ficou sem atendimento por longo tempo porque seus próprios guardas tinham medo de entrar no escritório para saber o que se passava lá dentro. Seus crimes foram denunciados com extrema coragem por Nikita Khrushchov que o sucedeu. Ele expôs em plena reunião do Partido Comunista quem foi realmente Josef Stalin, um verdadeiro assassino de massas, que causou destruição e morte por onde passou. Um verdadeiro louco homicida no poder. E qual é a grande lição que a URSS trouxe para todos? A de que o poder absoluto corrompe o homem. Apenas poderes separados conseguem delimitar o poder político. Fora disso só existe barbárie e morte sistemática promovida por um Estado sem freios. Todas as ditaduras são corrompidas. Apesar de todos os seus problemas, apenas a democracia resguarda a liberdade e o progresso de uma nação. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Alexandre II da Rússia

Alexandre II era filho do Czar Nicolau I. Ele teve uma educação primorosa, muito influenciada pelas ideias liberais iluministas que se expandiam por toda a Europa. Isso era um fato interessante pois a Rússia vivia naquele momento um período de absolutismo monárquico ferrenho. Para Alexandre isso legava sua nação ao atraso. Quando subiu ao trono em Moscou o novo Czar resolveu colocar em prática seu modo de pensar. Ele acabou com o sistema da servidão rural, libertando milhões de russos de um sistema anacrônico e ultrapassado. Também promoveu reformas liberais em praticamente todos os meios sociais, o que lhe valeu a alcunha de ser Alexandre, o libertador.

No plano externo houve também fatos importantes. Quando subiu ao trono russo o distante e frio Alasca pertencia à Rússia. Como sabia que era muito complicado manter aquela possessão na América do Norte resolveu negociá-la com os americanos. Após tratativas finalmente aceitou vender o Alasca para o governo dos Estados Unidos por sete milhões de dólares, uma quantia que hoje soa absurdamente ridícula, mas que na época serviria bem para conter os problemas de caixa do Império Russo. Também decidiu que havia chegado a hora de acabar com a Guerra da Criméia, algo que havia custado muito a Moscou em termos de gastos militares e vidas humanas. Em pouco tempo assinou um tratado de paz acabando com aquela carnificina inútil.

Promoveu reformas legislativas no comércio e na indústria. Alexandre queria modernizar a economia russa, mas como era previsível enfrentou forte oposição da elite burguesa de seu país. Promoveu reformas no poder judiciário, colocando em vigor novos códigos, entre eles o penal e o civil, elogiados na época por apresentarem doutrinas jurídicas modernas. Com a extinção do sistema de servidão também acabou comprando briga com os latifundiários russos que tinham ficado bem ricos com a exploração da mão de obra servil. Sem dúvida abriu-se assim um fosso enorme entre o governo e essa elite rural.

Sob o ponto de vista histórico Alexandre II foi um dos melhores líderes russos de todos os tempos. Foi um Czar moderno, inovador, tal como havia sido Pedro, O Grande. Por ser tão ávido por mudanças acabou criando muitos inimigos. Várias foram as tentativas de matá-lo. Havia grupos revolucionários radicais que queriam sua morte de todas as formas. Certa manhã ao se dirigir a uma guarda militar em São Petersburgo acabou sendo assassinato por dois revolucionários. O primeiro jogou uma bomba embaixo de sua carruagem. Apesar da explosão ele conseguiu sair ileso. Quando estava se recuperando do primeiro atentado surgiu outro, um jovem anarquista revolucionário jogou uma bomba em seus pés que explodiu com extrema violência. O Czar perdeu as pernas na explosão, seu estômago foi aberto, com as vísceras saindo pelo casaco e seu rosto foi destruído. O Czar não resistiu à violência e morreu ali mesmo, no meio da rua. Era o fim de seu reinado tão inovador para o povo russo.

Pablo Aluísio.