quarta-feira, 20 de julho de 2016

Guia de Episódios - Sons of Anarchy

Gostaria de tecer alguns comentários sobre essa ótima série “Sons of Anarchy” (Filhos da Anarquia) que é estrelada por ele. O enredo gira em torno de um moto clube, algo bem comum nos Estados Unidos, bastando lembrar do motoqueiros mais famosos que existe por lá – os Hell´s Angels. O SAMCRO (denominação que os próprios membros usam para se referir ao “Sons of Anarchy”) é formado por um grupo  de amigos que desejam viver a vida sobre duas rodas. Foi fundado por um grupo de veteranos do Vietnã que de volta ao lar e cansados da disciplina militar resolvem fazer o extremo oposto do que tinha vivido nas selvas asiáticas, onde tudo que o membro teria que fazer era beber, ouvir rock e sair por aí pilotando pela noite as potentes motos Harley-Davidson. O trama da série é criada justamente quando o Sons deixa de ser apenas um grupo de amantes de motocicleta para virar uma perigosa gangue de criminosos envolvidos em tráfico de drogas e armas, além de assassinatos e contrabando. Deixando de lado a bela mensagem de liberdade que ajudou a criar o grupo tudo o que é resta é muita violência e caos. Alguns aspectos dessa série do canal FX são bem interessantes. Muitos dos episódios giram em torno da luta pela liderança do clube. De um lado o veterano Clay (interpretado pelo excelente Ron Perlman, sim ele mesmo de “Hellboy”). Do outro lado representando os mais jovens surge Jax (Charlie Hunnam de “A Tentação” que comentamos ontem). Ele é filho de um dos fundadores do Sons, que ao que tudo indica foi morto por Clay anos antes. Fora isso acompanhamos os tramas familiares dos personagens, sua tentativa de conviver com a policia e políticos corruptos da região e as incríveis manobras criminosas em que se envolvem com cartéis colombianos de tráfico de drogas e grupo paramilitares de irlandeses (com conexões com o IRA, famoso grupo terrorista daquele país). Tudo muito bem roteirizado, produzido e atuado. “Sons of Anarchy” é aquele tipo de série que merece ser acompanhado do primeiro ao último episódio. / Sons of Anarchy (Idem, EUA, 2008 - 2013) Criado por Kurt Sutter / Elenco: Charlie Hunnam, Ron Perlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior / Sinopse: Numa pequena cidade dos EUA um grupo de motoqueiros chamados “Sons of Anarchy” tenta sobreviver às lutas e artimanhas envolvendo policiais corruptos, cartéis de drogas e contrabandistas de armas.

Episódios Comentados: 

Sons of Anarchy 6.05 - The Mad King
Na sexta temporada a principal preocupação de Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) é livrar SAMCRO do esquema de tráfico de armas que eles mantém com o IRA, grupo terrorista irlandês. Não é um acordo criminoso fácil de romper como bem tem sido demonstrado nos últimos episódios. Há uma clara resistência dos irlandeses em romper o trato, até porque foi firmado com o antigo presidente dos Sons, Clay (Ron Perlman), que está na cadeia. Esse episódio tem uma hora de duração e é considerado um dos mais importantes para quem vem acompanhado "Sons of Anarchy". O cerco vai se fechando contra o grupo que se vê acuado de todos os lados, pelos irlandeses, pela polícia e o xerife local, pelo FBI e finalmente pelo grupo negro liderado por Pope. Aliás quando Jax propõe um acordo entre a gangue afro-americana e os irlandeses isso soa quase como uma ofensa para eles, pois os membros do IRA são extremamente racistas e não admitem firmar um acordo de distribuição de armas traficadas nos Estados Unidos com um grupo formado basicamente por negros. Há uma cena nesse episódio que me incomodou bastante quando Gemma (Katey Sagal) vai visitar Clay na cadeia. Quem acompanha a série desde o seu começo bem sabe de antemão que todas as sequências rodadas na prisão costumam ser bem barra pesada, extremamente violentas, mas aqui exageraram um pouco no tom. Enfim, um episódio imperdível da série, com alto teor explosivo, onde tudo parece ir literalmente pelos ares. / Sons of Anarchy - The Mad King (EUA, 2013) Direção: Gwyneth Horder-Payton / Roteiro: Kurt Sutter, Chris Collins/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.

Sons of Anarchy 6.06 - Salvage
Mais um episódio de longa duração da série "Sons of Anarchy". Não sei exatamente a razão, mas os dois últimos episódios tiveram 1 hora de duração, o que considero excessivo em termos de séries. O ideal é de 40 a 45 minutos, no máximo. No episódio anterior tudo acabou indo pelos ares. A sede do clube foi destruída por uma bomba implantada sorrateiramente. Há muito tempo Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) tenta tirar o clube do negócio de armas contrabandeadas com o IRA, mas é complicado romper com um sócio que é uma das mais perigosas organizações terroristas da Europa. Assim, antes de romper definitivamente o IRA resolve mandar um recado, explodindo a sede de SAMCRO. Após o susto Jax resolve viajar com seus companheiros para uma reunião geral de todas as filiais do grupo e lá se decide que eles realmente vão deixar o contrabando de armas, custe o que custar. Para que o episódio tenha um pouco mais de ação e diversão os roteiristas colocaram dois tiras corruptos tentando extorquir os membros de SAMCRO pelas estradas. Claro que algo assim jamais daria certo. Nessa sequência em particular há uma ótima cena envolvendo 'Juice' Ortiz (Theo Rossi) quando ele pula de sua motocicleta em direção ao furgão do grupo de apoio. Outro elemento chave desse episódio vem quando o IRA exige que Clay (Ron Perlman), mesmo preso, comande todas as operações envolvendo transporte, armazenamento e a venda das armas na Califórnia. Como Jax vai operacionalizar algo assim? Bem, vamos assistir os próximos episódios para descobrir. / Sons of Anarchy 6.06 - Salvage (EUA, 2013) Direção: Adam Arkin / Roteiro: Kurt Sutter, Mike Daniels/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior, Theo Rossi, Ron Perlman.

Sons of Anarchy 6.09 - John 8:32
Já sendo exibida a sétima (e última) temporada nos Estados Unidos, mas ainda estou na reta final da sexta. "Sons of Anarchy" é aquele tipo de série com história sequencial que exige dedicação extra do espectador, ainda mais agora que os episódios em média estão com duração de uma hora (algo que sinceramente falando considero excessivo). Como se vem desenrolado desde as últimas duas temporadas o presidente de SAMCRO Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) está tentando tirar seu grupo do contrabando de armas irlandesas para o seu país. Não é algo fácil. Ameaças e atentados estão em seu caminho. Para piorar sua própria vida pessoal parece caminhar para uma encruzilhada. Nesse episódio em particular Jax descobre que sua esposa, a médica Tara Knowles (Maggie Siff) planeja ir embora com os seus filhos, tudo para fugir do mundo da criminalidade onde ele vive. Para enrolar ainda mais o meio de campo, Jax descobre tudo após colocar uma arma na cabeça da advogada de sua mulher, um modo nada sutil de obter informações. E o seu grande rival, 'Clay' Morrow (Ron Perlman), continua conspirando contra sua liderança, mesmo estando atrás das grades. Aqui ele literalmente surta durante um ato religioso na prisão, tudo para ser levado até a enfermaria onde receberá um celular para entrar em contato com seus parceiros lá fora. Um outro acontecimento digno de nota vem quando Gemma (Katey Sagal) decide confessar que realmente planejou a morte do próprio marido no passado para ficar com Clay. Pelo visto SAMCRO virou mesmo um ninho de víboras. / Sons of Anarchy 6.09 - John 8:32 (EUA, 2013) Direção: Guy Ferland / Roteiro: Kurt Sutter, Kem Nunn/ Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Ron Perlman, Mark Boone Junior.

Sons of Anarchy 6.11 - Aon Rud Persanta 
Antepenúltimo episódio da temporada. Olhando para trás vejo que fui longe em se tratando de "Filhos da Anarquia". Essa série chegou ao final em 2014, na sétima temporada, mas como estou sempre atrasado, ainda sigo tentando chegar ao final da sexta. "Sons of Anarchy" foi excepcional em suas três primeiras temporadas. Havia toda uma rivalidade entre os dois personagens principais, Jackson 'Jax' Teller (Charlie Hunnam) e Clarence 'Clay' Morrow (Ron Perlman) pelo controle de SAMCRO. Depois disso, como acontece com muitas séries que viram vítimas de seu próprio sucesso, os roteiros começaram a saturar. Depois que Jax venceu a disputa interna e Clay foi preso nada de muito interessante aconteceu... pelo menos até esse episódio. Aqui temos finalmente um fato marcante. Se ainda não assistiu a série pare de ler por aqui pois lá vem spoiler pela frente... Pois bem, nesse episódio Clay é finalmente morto por Jax, após ele o libertar da prisão durante o ataque ao comboio que o trazia preso. A morte de Clay foi bem decepcionante. Ele não lutou pela vida e nem enfrentou Jax. Apenas aceitou seu destino. Será que depois de tudo o que aconteceu na série algo assim seria realmente convincente? Acredito que não! Os roteiristas erraram a mão. E agora para onde ir? Provavelmente para lugar nenhum. "Sons of Anarchy" deveria ter sido encerrado por aqui, já que alguns dos núcleos dramáticos mais importantes da série já foram finalizados. Porém a Fox achou por bem esticar um pouco mais, dando uma nova temporada para "Sons" - temporada essa que tenho sérias dúvidas se encararei... Ah e antes que me esqueça: esse episódio foi dirigido pelo ator Peter Weller, sim ele mesmo, o RoboCop da franquia original dos anos 80. / Sons of Anarchy 6.11 - Aon Rud Persanta (EUA, 2013) Direção: Peter Weller / Roteiro: Kurt Sutter, Chris Collins / Elenco: Charlie Hunnam, Ron Perlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior .

Sons of Anarchy 6.12 - You Are My Sunshine
Penúltimo episódio da sexta temporada. Como eu já havia escrito antes a série vem se arrastando já há algum tempo. Deveria terminar por aqui, mas o canal FX ainda conseguiu emplacar uma sétima temporada. Saturou, essa é a verdade. Vou até o fim dessa sexta apenas para fechar um ciclo, mas provavelmente não assistirei a temporada final. Pois bem, como já estamos acompanhando há tempos (e coloca tempo nisso), a esposa de Jax (Charlie Hunnam), Tara Knowles (Maggie Siff), resolveu fazer um acordo de delação com a promotoria. Ela entregaria todos os crimes de SAMCRO em troca de sua própria liberdade ao lado dos filhos. Entrando no serviço de proteção às testemunhas ela conseguiria finalmente sair do mundo do crime que havia entrado ao se envolver com Jax e os Sons Of Anarchy. Uma tentativa de recomeçar a vida do zero. Jax por sua vez também tenta se livrar dos problemas em que se envolveu por todos esses anos, tentando aproximar os irlandeses (traficantes de armas) com os negros (compradores, ligados às gangues criminosas da Califórnia). Com isso ele tiraria o motoclube desse tipo de tráfico considerado um sério crime nos Estados Unidos, geralmente punido com penas bem pesadas, sempre em regime fechado. É a tal coisa, os roteiristas já não sabem mais o que criar. Espero que no último episódio todos sejam delatados e presos. Assim se fechará definitivamente o ciclo da série, abrindo espaço até mesmo a uma mensagem final positiva, afinal pelo menos em programas como esse o crime deve ser punido até como exemplo. A mensagem de que o crime não compensa não pode ser deixada de lado. / Sons of Anarchy 6.12 - You Are My Sunshine (EUA, 2014) Direção: Paris Barclay / Roteiro: Kurt Sutter, Kem Nunn / Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.

Sons of Anarchy 6.13 - A Mother's Work
Esse é o episódio final da sexta temporada. Eu já tinha largado mão de acompanhar a série, mas resolvi fechar a temporada. Esse episódio tem 80 minutos de duração, é um especial na verdade, e vale muito a pena. Como vimos no anterior a esposa de Jax (Charlie Hunnam), Tara (Maggie Siff), resolveu entregar todo o motoclube para as autoridades em troca de proteção. Além da imunidade ela entraria no serviço de proteção às testemunhas, algo bem usado na justiça americana. Uma espécie de delação premiada do direito americano. Assim o episódio começa a toda, com Jax destruído emocionalmente por essa traição. Ele precisa encontrar a esposa caso contrário todo mundo vai rodar. Antes porém dela dar o passo final os dois se reencontram em um parque. Tara expõe seus sentimentos e Jax fica arrasado. Ela não deseja o mesmo destino dele para seus filhos, não quer que eles sejam criminosos. Muito justo. Em um ato de arrependimento e até mesmo altruísmo ele, Jax, resolve se entregar para a promotoria. Antes que isso aconteça porém a matrona Gemma (Katey Sagal) resolve acertar as contas com a nora com extrema brutalidade. Tudo após fumar um baseado. Atenção spoiler a seguir: O que mais me impressionou nesse episódio foi o assassinato de Tara por Gemma, algo que eu jamais esperava acontecer! Pior do que isso, foi uma das cenas mais marcantes da série, com uma das mortes mais violentas e brutais dentro todas que já vi em "Sons Of Anarchy". Com esse desfecho surpreendente ficou complicado agora não acompanhar a sétima temporada, a final! É justamente o que farei. / Sons of Anarchy 6.13 - A Mother's Work (EUA, 2013) Direção: Kurt Sutter / Roteiro: Kurt Sutter / Elenco: Charlie Hunnam, Katey Sagal, Mark Boone Junior.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Brigada 49

Título no Brasil: Brigada 49
Título Original: Ladder 49
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jay Russell
Roteiro: Lewis Colick
Elenco: Joaquin Phoenix, John Travolta, Jacinda Barrett
  
Sinopse:
Jack Morrison (Phoenix) é um jovem bombeiro que precisa lidar com a sua conturbada vida pessoal, pois é casado com uma mulher problemática, e sua nova profissão, salvando vidas em situações excepcionalmente perigosas. Sob a supervisão do Capitão Mike Kennedy (Travolta) ele precisa colocar tudo em sua vida nos eixos. Filme indicado ao BMI Film & TV Awards.

Comentários:
Assisti ainda nos tempos do VHS. A recordação, embora um pouco apagada pelo tempo, é a de que gostei do filme. Essa produção foi realizada três anos após os atentados de 11 de setembro quando os bombeiros ganharam definitivamente a pecha de heróis. Eles obviamente já eram vistos assim pela sociedade, mas depois daquele trágico ataque terrorista ficaram ainda mais consagrados dentro do imaginário popular. O filme também faz parte de uma boa fase nas carreiras tanto de Travolta como de Phoenix. O primeiro ainda não tinha engordado e perdido de certo modo o prazer pelo cinema (a morte de um de seus filhos parece ter sido devastador nesse aspecto). O outro ainda era uma grata revelação do cinema americano (e de fato Phoenix se tornaria no mínimo um dos atores mais interessantes nos anos que viriam). O roteiro explora tanto o aspecto pessoal de seus personagens (suas vidas pessoais, relacionamentos, etc) como cenas de ação explorando o combate a incêndios e tragédias. Bem balanceado, é realmente um bom programa para uma tarde sem nada melhor para ver. Recomendaria sem receios, até porque os bombeiros merecem sempre a homenagem, principalmente partindo de bons filmes como esse. Confira se por acaso ainda não assistiu. Vai valer a pena.

Pablo Aluísio.

James Dean

Título no Brasil: James Dean
Título Original: James Dean
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Studios
Direção: Mark Rydell
Roteiro: Israel Horovitz
Elenco: James Franco, Valentina Cervi, Michael Moriarty
  
Sinopse:
Nos anos 1950 um jovem ator chamado James Dean (James Franco) começa a se tornar sensação em Hollywood. Com jeito rebelde e fora dos padrões ele estrela três filmes de grande sucesso de público e crítica (Vidas Amargas, Juventude Transviada e Assim Caminha a Humanidade). O que Dean nem desconfiaria é que sua vida seria breve. Em poucas semanas ele morreria de um terrível acidente na estrada de Salinas. Filme baseado em fatos reais. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Telefilme ou Minissérie (James Franco).

Comentários:
Nunca achei grande coisa. Certamente a história de James Dean é bem interessante e daria um belo filme, mas não da forma como tudo aqui foi realizado. Os erros começam pelo ator principal. James Franco não tem cacife para interpretar Dean. Há uma distância muito grande entre sua imagem pública e o mito de James Dean. Além disso ele exagera nos maneirismos e isso estraga em parte sua atuação. Toda caracterização que abraça o cartunesco, o burlesco, cai no vazio. O roteiro também não me agradou muito porque tudo surge de forma muito corrida. Talvez pelo fato de eu ter lido biografias de Dean, onde tudo acontece no seu devido tempo, com detalhes e minúcias, tenha criado em minha mente algo que não correspondeu ao filme. Isso geralmente acontece quando a literatura é adaptada para o cinema. Mesmo assim temos que admitir que em vários aspectos o filme realmente deixa a desejar, seja na produção (tudo bem, é um telefilme, mas era de se esperar um pouco mais de capricho), seja no elenco, figurinos e reconstituição de época, histórica. Sabe aquele tipo de produção que você nunca consegue imergir completamente porque algo soa falso, sem veracidade? Pois é justamente disso que estou escrevendo. O mito James Dean certamente merecia coisa melhor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Caninos Brancos

Título no Brasil: Caninos Brancos
Título Original: White Fang
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: David Fallon, Jeanne Rosenberg, Nick Thiel
Elenco: Ethan Hawke, James Remar, Klaus Maria Brandauer, Seymour Cassel

Sinopse:
Jack Conroy (Ethan Hawke) sonha em ficar rico e para isso resolve subir às montanhas geladas do Alasca em busca de locais onde possa achar ouro. No caminho acaba se tornando amigo de um lobo selvagem que parece se afeiçoar a ele. Jack resolve chamar o novo amigo de "Caninos Brancos". Juntos viverão muitas aventuras no meio da neve e do clima hostil da região.

Comentários:
Produção Disney levemente inspirada em um filme antigo estrelado por Clark Gable chamado "O Grito da Selva". O que temos aqui é um filme muito agradável, com enredo louvando a amizade entre homem e animal que lutam juntos para sobreviver em um lugar onde a natureza se faz presente de forma hostil e severa. Ethan Hawke, que anos depois iria cultivar uma imagem cult aqui se mostra um bom ator de aventuras. Seu companheiro de cena, o tal lobo "Caninos Brancos" rouba o show, mostrando uma postura quase humana. Curiosamente, como sempre acontece em filmes assim com animais, o personagem animal na realidade é "interpretado" por vários lobos diferentes, cada um com sua especialidade (alguns em saltar, outros em correr e por aí vai). Bom entretenimento com o padrão de qualidade Walt Disney para a garotada em geral.

Pablo Aluísio.

O Guia do Mochileiro das Galáxias

Título no Brasil: O Guia do Mochileiro das Galáxias
Título Original: Hitchhiker's Guide to The Galaxy
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Garth Jennings
Roteiro: Douglas Adams
Elenco: Bill Nighy, Alan Rickman, Mos Def, Zooey Deschanel, Sam Rockwell, John Malkovich, Stephen Fry

Sinopse:
A Terra está prestes a ser destruída e varrida  do universo quando dois amigos chamados Arthur Dent e Ford Prefect, resolvem viajar pelo universo de carona. A odisséia será uma surpresa e tanto para todos.
                                                                   
Comentários:
A proposta é diferente e nem todos vão embarcar no humor singular do filme. No fundo o que temos aqui é uma crítica ao próprio sistema governamental inglês, com sua burocracia ineficiente e sem sentido. O livro que deu origem ao filme é muito popular na Europa, tendo ganho várias edições por causa de seu sucesso de vendas. A opinião dos leitores é a de que a literatura é de fato muito superior ao que se vê nas telas, até porque nem sempre é possível fazer uma adaptação eficiente do que está escrito no texto. Em relação aos espectadores brasileiros a situação é ainda mais complicada pois várias das gags ou trocadilhos só fazem sentido em língua inglesa e quando traduzidos perdem muito de seu fino humor. Não recomendo a todo mundo mas apenas aos que gostaram e leram o livro original. Para o resto do público a sensação vai ser estranha e até mesmo bizarra demais, Chegou tão badalado aos cinemas que até me empolguei para assistir. Chegando na sessão a decepção... não conhecia a obra que deu origem ao filme, achei tudo uma bobagem tão grande... tão chatinho. As piadas me fizeram dar os risinhos mais amarelos de toda a minha vida! Com meia hora de exibição pensei comigo mesmo: O que diabos estou fazendo aqui? Enfim, o filme é bem feito, tem boa produção, mas é uma bobageira sem fim. Bola fora.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de julho de 2016

Dois Caras Legais

Título no Brasil: Dois Caras Legais
Título Original: The Nice Guys
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Diamond Films
Direção: Shane Black
Roteiro: Shane Black, Anthony Bagarozzi
Elenco: Russell Crowe, Ryan Gosling, Kim Basinger, Angourie Rice, Margaret Qualley
  
Sinopse:
Jackson Healy (Russell Crowe) e Holland March (Ryan Gosling) são dois detetives particulares que na Los Angeles dos anos 70 tentam desvendar o mistério da morte de uma pornstar chamada Misty Mountains. Todas as pessoas que trabalharam ao seu lado em seu último filme de conteúdo adulto acabaram mortas, o que torna tudo ainda mais misterioso e complexo de se revelar. Por trás de tudo parece haver a mão da própria diretora do departamento de justiça da cidade, a procuradora Judith Kuttner (Kim Basinger). Qual seria a sua real participação em todos aqueles crimes?

Comentários:
Uma comédia estrelada por Russell Crowe?! Bem, isso já seria motivo suficiente para conferir esse "The Nice Guys". O fato dele contracenar com Ryan Gosling (bem mais à vontade fazendo humor) também é outro atrativo. O problema é que o filme não funciona muito bem. A produção passa longe de ser uma comédia realmente divertida e tampouco agrada como fita policial. Ficou assim no meio do caminho em ambos os gêneros cinematográficos, afundando em suas pretensões. Além disso o diretor Shane Black errou feio a mão no corte final do filme, o tornando longo demais para uma fita como essa, aliás longo e arrastado, muitas vezes bocejante e aborrecido. Se isso já não fosse uma sentença de morte para qualquer filme de humor some-se ainda a preguiçosa trama que não traz nenhuma grande surpresa, ficando aquela sensação desagradável de que tudo já foi visto antes - e bem melhor! Uma das poucas coisas interessantes vem do fato da estória se passar na década de 1970. Essa seria uma boa oportunidade para pelo menos rechear a trilha sonora com clássicos musicais da época, mas o diretor Black cochilou também nesse aspecto, só se salvando mesmo os figurinos e uma ou outra citação sobre a cultura pop (como, por exemplo, quando um cartaz de "Tubarão 2" surge em uma rodovia expressa). Em termos de elenco quem acabou se saindo melhor foi Crowe, o que não deixa de ser uma surpresa. Seu segredo para sair menos chamuscado dessa fraca comédia foi não ter bancado o engraçadinho, tentando fazer o espectador rir com caretas e coisas do tipo. Na verdade Crowe parece estar em um filme sério, sem gracinhas, atuando de cara fechada. Já Ryan Gosling tenta ser um pouco mais divertido, apostando até mesmo em uma interpretação mais caricatural. Afinal alguém tinha que bancar o engraçado. Pena que ele funcione melhor em outro tipo de filme, onde interpreta sujeitos esquisitos, bizarros e fora do comum. Aqui seu personagem não consegue cativar o espectador. Nem a curiosidade de rever a atriz Kim Basinger salva "The Nice Guys" de ser uma chatice! Enfim, diante de tudo isso o saldo é negativo. Com essa boa dupla de atores daria certamente para realizar um filme melhor... bem melhor do que isso.

Pablo Aluísio.

Os Cavaleiros da Sombra

Título no Brasil: Os Cavaleiros da Sombra
Título Original: The Shadow Riders
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: CBS Entertainment
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro:  Louis L'Amour, Jim Byrnes
Elenco: Tom Selleck, Sam Elliott, Dominique Dunne, Ben Johnson, Geoffrey Lewis
  
Sinopse:
Dois irmãos, Mac (Tom Selleck) e Dal Traven (Sam Elliott) retornam da guerra civil após o seu fim. Eles pretendem retomar o trabalho no rancho de sua família, mas ao chegarem lá descobrem que suas irmãs foram levadas por bandoleiros e foras-da-lei que infestam a região. Sem pensar duas vezes os dois irmãos então resolvem partir para o acerto de contas, restabelecendo a justiça naquela terra esquecida por Deus.

Comentários:
Telefilme muito bom, acima da média, que chegou a ser lançado no mercado de vídeo no Brasil nos tempos do VHS. É curioso que nessa mesma época o ator Tom Selleck foi convidado pelos diretores Steven Spielberg e George Lucas para estrelar seu novo filme, nada mais, nada menos, do que "Os Caçadores da Arca Perdida"! Pois é, Selleck foi o primeiro ator a ser pensado para interpretar o famoso Indiana Jones. Infelizmente para todos os envolvidos ele não poderia fazer o filme pois havia assinado um contrato de exclusividade com o canal CBS, onde trabalhava atuando como o detetive Magnum na série de mesmo nome. Para amenizar um pouco a frustração de não ter feito uma das maiores bilheterias da história do cinema, Selleck acabou atuando nesse faroeste feito para a TV, para ser exibido na própria CBS. O resultado acabou sendo muito bom. O filme é bem realizado, tem uma produção muito boa (o que é de surpreender pelo fato de ser um telefilme) e ainda conta com um elenco realmente muito bom, com destaque para Sam Elliott, sempre uma excelente opção para esse tipo de filme ambientado no velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de julho de 2016

Deadpool

Título no Brasil: Deadpool
Título Original: Deadpool
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Tim Miller
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Elenco: Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Ed Skrein, T.J. Miller
  
Sinopse:
Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um mercenário que, prestes a se casar com o amor de sua vida, é diagnosticado com um câncer extremamente agressivo. Com a morte certa batendo sua porta ele resolve participar de um "tratamento" que parece ser sua última esperança de vida. O que Wade não sabe é que tudo não passa de uma armadilha que a despeito disso tudo acaba despertando mudanças em seu corpo que o tornam praticamente um ser imune a morte e ferimentos, inclusive com capacidade de regeneração de órgãos de seu corpo. Nasce assim Deadpool, um "herói" diferente, que sequer deseja seguir os passos de outros super-heróis, pois ele definitivamente não se vê como um deles.

Comentários:
Quem diria que o ator Ryan Reynolds conseguiria dar a volta por cima nesse mundo de adaptações em quadrinhos depois do fracasso de "Lanterna Verde"? O fato porém é que ele conseguiu superar aquela péssima experiência, pois esse "Deadpool" é seguramente uma das mais divertidas transposições de personagens da Marvel para o cinema que já assisti. Gostei de praticamente tudo, embora não seja um leitor de quadrinhos achei o roteiro muito bem escrito, cheio de ironias e piadinhas que funcionam muito bem. O personagem Deadpool é bem conhecido por ser um sujeito que nunca se leva muito à sério e os roteiristas foram pelo mesmo caminho, inclusive usando de auto ironias em relação ao próprio filme em si. O protagonista, por exemplo, conversa com o público, olhando para a câmera, com várias sacadas divertidas. Numa delas ele brinca com o fato de que apesar de Deadpool fazer parte de certa forma do universo dos X-Men, praticamente nenhum deles surge no filme, a não ser o brutamontes Colossus e a adolescente Negasonic Teenage Warhead, dois personagens secundários. Por falar nessa última, as piadas de Deadpool em relação a ela (e de quebra em relação à própria adolescência em si) são as melhores coisas do filme. Há uma variedade de citações divertidas sobre o universo e a cultura pop que funcionam muito bem, inclusive na última cena, já depois dos créditos, em que Deadpool satiriza uma das cenas mais engraçadas do clássico juvenil "Curtindo a vida adoidado". Só vendo para crer. Em termos de elenco além da boa atuação de Ryan Reynolds ainda temos a brasileira Morena Baccarin como a namorada de Wade Wilson / Deadpool. Ela que já havia se destacado em tantas séries americanas como "Homeland" (onde interpretava Jessica Brody, esposa do militar enlouquecido e doutrinado Brody) traz para esse filme um elemento de identificação e familiaridade para todos nós, brasileiros. Enfim, temos aqui um filme que deu realmente muito certo, divertido e ótimo passatempo. Que venham mais filmes com esse herói sui generis e nada convencional.

Pablo Aluísio.

Kill Command

Título Original: Kill Command
Título no Brasil: Ainda não definido
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra
Estúdio: Vertigo Films
Direção: Steven Gomez
Roteiro: Steven Gomez
Elenco: Vanessa Kirby, Thure Lindhardt, Tom McKay
  
Sinopse:
Em um futuro próximo um grupo de soldados são enviados para um planeta distante para completar seu treinamento. O lugar, uma selva fechada, está toda monitorada por drones observadores das operações, porém algo sai errado. As máquinas começam a desenvolver uma inteligência artificial, caçando e eliminando todos os humanos que encontram pela frente.

Comentários:
Produção inglesa B de ficção. Com o avanço da computação gráfica até mesmo filmes menores como esse, que possuem orçamento restrito, acaba dando ao espectador um bom resultado, isso em termos de efeitos especiais. É curioso como a tecnologia realmente está disponível a todos. No caso desse filme temos basicamente um roteiro que explora a luta entre seres humanos e máquinas assassinas. Tudo muito básico. Os militares chegam em um planeta e começam a ser caçados por máquinas cujo protocolo de programação saiu do que era esperado. Ao lado dos soldados se destaca a presença de uma mulher, ou quase isso. Mills (Vanessa Kirby) foi geneticamente modificada, tendo a capacidade de entrar em sistemas tecnológicos sem nenhum equipamento eletrônico. Ela tenta deter o avanço das máquinas, até porque participou de seu projeto inicial, enquanto seus colegas vão sendo mortos em série. Como diversão B até que esse filme diverte. De certa maneira tudo parece mais um game, onde o mais importante é sobreviver. O design das máquinas de guerra são bem interessantes e isso acaba sendo o maior atrativo desse filme que muito provavelmente não será lançado comercialmente no Brasil.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Contos Assombrosos

Título no Brasil: Contos Assombrosos
Título Original: Amazing Stories
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment, Universal Television
Direção: Steven Spielberg, Joshua Brand, John Falsey
Roteiro: Joshua Brand, John Falsey
Elenco: Kevin Costner, Charles Durning, Dom DeLuise, Christopher Lloyd
  
Sinopse:
Fita com três episódios da série "Amazing Stories" entre elas "Pilot" onde Kevin Costner interpretava um piloto da Segunda Guerra Mundial e "Professor B.O. Beanes" onde o ator Christopher Lloyd interpretava um professor sádico que literalmente perdia sua cabeça. Por fim em "The Mummy" um dublê de filmes de terror passava por apuros ao ter que sair rapidamente do set de filmagens para encontrar sua esposa no hospital onde ela estava tendo seu filho. Muita diversão e humor com a marca registrada de Steven Spielberg, em seu auge na carreira.

Comentários:
Vamos voltar um pouquinho aos anos 80? Naquela década não existia internet, nem TV a cabo e nem muito menos o mundo digital que conhecemos hoje em dia. A maioria das séries americanas não passavam na TV aberta brasileira (que era a única que existia). Por isso algumas fitas VHS (lembra delas?) chegavam ao nosso mercado com episódios dessas mesmas séries. Uma delas era especialmente interessante porque era produzida pelo genial Steven Spielberg. Assim por volta de 1986 o selo CIC começou a lançar episódios de "Amazing Stories" com o título de "Contos Assombrosos". Na primeira fita tínhamos 3 deles. No primeiro o astro Kevin Costner interpretava um piloto da força aérea americana que se via numa situação absurda: o trem de pouso de seu avião era destruído pelos inimigos! Sem ter como pousar ele acaba sendo abençoado por uma solução mágica! (só vendo para crer). Outro episódio trazia Christopher Lloyd (o cientista maluco de "De Volta Para O Futuro") em outro conto com muito realismo (nem tanto) fantástico! Eram tempos muito complicados para quem era fã da sétima arte, porém havia também muita alegria em chegar numa locadora e alugar uma série americana que quase ninguém tinha visto. Bons tempos aqueles...

Pablo Aluísio.

O 13º Guerreiro

Título no Brasil: O 13º Guerreiro
Título Original: The 13th Warrior
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: John McTiernan
Roteiro: Michael Crichton, William Wisher Jr
Elenco: Antonio Banderas, Diane Venora, Dennis Storhø
  
Sinopse:
No século VIII o poeta Ahmed Ibn Fahdlan (Antonio Banderas) é enviado para terras distantes após se envolver com uma mulher errada, devidamente comprometida com outro homem, poderoso e influente. Nessa terra do norte acaba entrando em contato com os povos de origem Viking. Lá acaba sendo arrastado por uma velha profecia que dizia haver 13 homens guerreiros escolhidos para vencer um terrível mal que se abate sobre aquela comunidade. Filme indicado ao International Film Music Critics Award na categoria de Melhor Trilha Sonora incidental (Jerry Goldsmith).

Comentários:
O filme foi dirigido pelo competente diretor de ação John McTiernan, a estória é baseada em livro escrito por Michael Crichton e o elenco liderado pelo carismático ator Antonio Banderas, mas nada disso ajuda. O filme simplesmente não funciona. A culpa? Talvez tenha faltado uma melhor adaptação em termos de roteiro. Falando de maneira bem simples e direta: "The 13th Warrior" é simplesmente chato! Isso mesmo, parece óbvio, mas é a verdade. O espectador fica logo aborrecido com o roteiro que surge muito truncado, sem desenvolvimento, sem atração. Com isso tudo acaba ruindo. Os figurinos são interessantes, porém a fotografia - extremamente cinzenta e escura - mais atrapalha do que ajuda. A tese que o roteiro também tenta defender - a de que os povos do oriente eram superiores aos europeus brutos e selvagens da época também soa fora do bom senso. Pura propaganda ideológica moura (para usar uma expressão antiga). Em termos de bilheteria o filme naufragou. Todo filmado em belas paisagens do Canadá com orçamento generoso de 85 milhões de dólares não conseguiu recuperar o investimento nos cinemas e nem tampouco no mercado de vídeo depois. Assim não sobrou realmente muita coisa para celebrar. O filme é no final das contas apenas mal sucedido, tanto em termos de qualidade cinematográfica como comerciais. Bola fora medieval.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

As Aventuras de Tintim

Título no Brasil: As Aventuras de Tintim
Título Original: The Adventures of Tintin
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright
Elenco: Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig
  
Sinopse:
O garoto Tintim acaba descobrindo o segredo de um tesouro maravilhoso ao mexer em um velho navio em forma de maquete. A descoberta abre as portas para uma grande aventura, onde ele, ao lado de seus amigos, parte para terras distantes com o objetivo de descobrir onde está localizado o tesouro! Adaptação para o cinema do famoso personagem dos quadrinhos Tintim, criado pelo cartunista Hergé em ""The Adventures of Tintin". Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora (John Williams). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Animação. 

Comentários:
Durante muitos anos se especulou quando o famoso personagem dos quadrinhos Tintim iria estrear nos cinemas. Quando Steven Spielberg comprou os direitos todos sabiam de antemão que viria algo muito bom pela frente. A decepção porém começou quando o diretor anunciou que o filme seria realizado de forma virtual, não com atores em carne e osso, mas sim em um processo moderno de captação de movimentos em estúdio para recriação em computação gráfica. Em minha opinião essa foi a pior das decisões. Até mesmo se Spielberg tivesse optado por uma versão em animação tradicional - que recriasse os traços imortais de Hergé - as coisas teriam sido melhores. Não que o filme seja mal realizado, muito longe disso, pois a produção é um primor técnico, mas o uso de uma forma que acabou não agradando aos velhos fãs de Tintim (basicamente os únicos que ainda existem, pois o personagem não é muito popular entre os mais jovens) acabou deixando todo mundo meio frustrado. Assim ficou-se com uma impressão ruim, de algo muito artificial, sem vida e sem carisma. O que era para ser o primeiro filme de uma franquia acabou ficando pelo meio do caminho, justamente pelo uso errado de uma linguagem cinematográfica que no fundo ninguém realmente queria ver.

Pablo Aluísio.

No Amor e na Guerra

Título no Brasil: No Amor e na Guerra
Título Original: In Love and War
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: Henry S. Villard, James Nagel
Elenco: Sandra Bullock, Chris O'Donnell, Mackenzie Astin
  
Sinopse:
O jovem jornalista americano Ernest Hemingway (Chris O'Donnell) é enviado para a Itália para trabalhar como motorista de ambulância durante a I Guerra Mundial. Lá acaba conhecendo a enfermeira Agnes von Kurowsky (Sandra Bullock) e fica apaixonado por sua coragem e doçura. O amor, que parece tão perfeito, porém terá que passar por um trágico destino. Filme indicado ao Urso de Ouro do festival de Berlim.

Comentários:
Os livros do escritor Ernest Hemingway são considerados verdadeiras obras primas da literatura. Vários deles foram adaptados para o cinema. Nessa produção aqui o diretor Richard Attenborough (de "Gandhi", um cineasta de que gosto muito) resolveu contar não as estórias do livro de seu autor, mas sim parte de sua biografia. É interessante que se formos analisar bem veremos que a biografia de Ernest Hemingway está presente em praticamente todos os enredos de seus romances. De certa maneira todos os seus escritos eram autobiografias romanceadas. Aqui, por exemplo, o jornalista acaba se apaixonando por uma enfermeira durante um conflito militar. Ora, basta ler obras como "Adeus às Armas" para compreender que é justamente a mesma coisa, a mesma história. Já do ponto de vista cinematográfico o que posso dizer desse filme é que ele é sim interessante, tem boa produção e até mesmo uma boa dupla de protagonistas. Seu maior problema talvez seja seu ritmo que em determinados momentos se torna arrastado em demasia. Mesmo assim não precisa se preocupar pois o filme como um todo é no mínimo uma boa diversão romântica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Crime na Casa Branca

Título no Brasil: Crime na Casa Branca
Título Original: Murder at 1600
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dwight H. Little
Roteiro: Wayne Beach, David Hodgin
Elenco: Wesley Snipes, Diane Lane, Daniel Benzali
  
Sinopse:
Harlan Regis (Wesley Snipes) é um investigador que acaba descobrindo que algo muito sério aconteceu quando uma jovem mulher foi encontrada morta em um dos banheiros da Casa Branca. Regins tem quase certeza que o assassinato foi encoberto por agentes do serviço secreto. Contando com o apoio da agente Nina Chance (Diane Lane), ele descobre que a morte tem algo a ver com um figurão do alto escalão do governo.

Comentários:
Esse roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Bruce Willis, que no último momento desistiu do projeto. Assim a Warner escalou Wesley Snipes. Algo que acabou dando certo pois a fita, como produto de ação, é bem interessante. Na época de lançamento original alguns críticos americanos chamaram a atenção para o fato do roteiro ser muito parecido com "Poder Absoluto" de Clint Eastwood, lançado no mesmo ano. De fato há semelhanças, mas o filme de Clint Eastwood tinha uma outra pegada, uma proposta diferente. Nesse "Crime na Casa Branca" a intenção é realmente investir na ação e na trama, colocando em primeiro plano a desconfiança sempre presente do homem comum para com políticos em geral (geralmente vistos como desonestos, corruptos e sempre escondendo alguma coisa do povo), uma visão que existe em todo o mundo (e não apenas no Brasil). O diretor Dwight H. Little (que havia dirigido filmes tão diferentes como "Rajada de Fogo" e "Free Willy 2 - A Aventura Continua" acabou realizando uma fita competente, sem muita pretensão, que acabou encontrando seu público no mercado de vídeo, uma vez que a carreira comercial do filme nos cinemas foi bem modesto. Lançado no Brasil ocupou poucas salas e acabou saindo rapidamente de cartaz. Já em VHS acabou se tornando finalmente um sucesso diante do público.

Pablo Aluísio.

Sexta-Feira 13 - Parte 9

Título no Brasil: Sexta-Feira 13 Parte 9 - Jason Vai Para O Inferno - A Última Sexta-Feira
Título Original: Jason Goes to Hell - The Final Friday
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Adam Marcus
Roteiro: Jay Huguely, Adam Marcus
Elenco: John D. LeMay, Kari Keegan, Kane Hodder
  
Sinopse:
O segredo sobre os poderes diábolicos de Jason é enfim revelado. Ele seria o último descendente de uma longa linhagem de familiares malditos, que nunca poderiam ser mortos, mesmo usando de todos os meios de matança possível. Agora tudo está preparado para o último grande duelo de sua existência macabra. Filme indicado ao Fangoria Chainsaw Awards nas categorias de Melhor Atriz (Kari Keegan) e Melhor Ator Coadjuvante (Steven Williams).

Comentários:
Como hoje é Sexta-Feira 13 vale a lembrança desse nono filme da franquia do psicopata Jason Voorhees. Todo mundo já sabia que lá pela sétima ou oitava fita tudo já havia virado uma mera caricatura sem muita noção. A Paramount tinha esse nome comercial de sucesso e assim lançava uma nova sequência de tempos em tempos. Os filmes eram baratos e lucrativos. O problema é que começaram a ser também constrangedores. De qualquer maneira, mesmo nos piores momentos, a Paramount conseguiu manter um padrão ao menos digno de qualidade, afinal não iria sujar seu nome em troca do lucro fácil. No começo dos anos 1990 a Paramount então decidiu passar os direitos da franquia em frente e a New Line comprou os direitos autorais sobre Jason. Era de se esperar que fosse realizado algo melhor porém o resultado do que vemos aqui é realmente de se lamentar. Usando das novas tecnologias digitais a New Line acabou produzindo um terror boboca, sem novidades e completamente derivativo. Uma sátira sobre si mesmo. Nem a presença de Sean S. Cunningham na produção salvou o filme do desastre completo. Para piorar nem sequer foi o último Sexta-Feira 13 como prometia o sub-título, pois resolveram avacalhar de vez com a franquia no pavoroso (no mal sentido) "Jason X". Em suma, esqueça esse momento menor e vergonhoso de um dos personagens mais conhecidos da mitologia do terror no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de julho de 2016

O Agente da U.N.C.L.E.

Título no Brasil: O Agente da U.N.C.L.E.
Título Original: The Man from U.N.C.L.E.
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie, Lionel Wigram
Elenco: Henry Cavill, Hugh Grant, Armie Hammer, Alicia Vikander, Jared Harris
  
Sinopse:
Napoleon Solo (Henry Cavill) é um ladrão de joias internacional que acaba sendo pego pela CIA. Como ele parece ter uma aptidão incomum para certos "serviços" a agência de inteligência americana acaba o recrutando para trabalhar como agente. Uma de suas primeiras missões é atravessar a cortina de ferro para trazer até o lado ocidental uma peça chave no mundo da espionagem. Concluído o objetivo, ele então é designado para uma nova missão: rastrear um grupo que pretende construir uma arma nuclear. Ao seu lado ele conta com o apoio do agente da KGB, o russo Illya Kuryakin (Armie Hammer). Filme premiado pela San Diego Film Critics Society Awards e International Film Music Critics Award.

Comentários:
A série "O Agente da UNCLE." foi muito popular durante a década de 1960. O programa ficou no ar por quatro anos (de 1964 a 1968), durou quatro temporadas e conseguiu formar uma legião de fãs em seu lançamento. Também pudera, a série foi exibida no auge da guerra fria, quando russos e americanos disputavam um acirrado duelo de espionagem. De certa forma é um produto da época e por isso fez sucesso. Assim ficou um pouco fora de tempo essa nova adaptação para o cinema. O diretor Guy Ritchie obviamente realizou um filme bem feito, com ótima reconstituição de época e um roteiro até bem escrito. A trilha sonora incidental também é ótima. A questão é que os jovens de hoje em dia parecem pouco interessados no tema. Nem a tentativa de modernizar certos aspectos da produção - como o uso de bons efeitos especiais - conseguiu salvar o filme de ser muito mediano, sem novidades, com excesso de clichês cinematográficos em cada cena. Há o uso de uma fina ironia, uma tentativa de tornar tudo mais divertido (e que existia também na série original), mas o resultado é muito sem graça. As tais "piadinhas" só servem para tornar tudo ainda mais cansativo. Em termos de elenco o filme é estrelado pelo Superman, ou melhor dizendo, pelo ator Henry Cavill. Seu personagem no passado foi interpretado pelo ator Robert Vaughn que considerava esse o papel de sua vida (e era mesmo!). Com Cavill a coisa toda ficou meio chata, sem carisma, sem vida. Um Clark Kent antipático. Melhor se sai seu parceiro, Armie Hammer, que dá vida ao agente russo. Ele só não rouba o filme totalmente porque seu personagem é limitado pela própria trama. Então é isso. Um filme que não se destaca muito, que tenta ser comercial, moderno demais. Essa talvez seja a razão porque as coisas não deram tão certo como era esperado.

Pablo Aluísio.

Um Ato de Coragem

Título no Brasil: Um Ato de Coragem
Título Original: John Q
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: James Kearns
Elenco: Denzel Washington, Robert Duvall, Ray Liotta, James Woods, Anne Heche, Gabriela Oltean
  
Sinopse:
Após a internação de seu filho com problemas cardíacos, John Q. Archibald (Denzel Washington) entra em desespero ao perceber que não tem condições financeiras de pagar por seu tratamento. O garoto precisa urgentemente de uma cirurgião de transplante de coração, mas o plano de saúde pago por John não cobre esse tipo de procedimento. Tampouco ele tem o dinheiro necessário para tanto. Sem pensar racionalmente ele então decide fazer todos de reféns no hospital, para que algo seja feito e seu filho seja salvo da morte. Filme indicado aos prêmios BET Awards, Black Reel Awards, BMI Film & TV Awards e Political Film Society.

Comentários:
Os fins justificam os meios? O roteiro desse filme retoma esse tipo de pergunta de uma maneira, digamos, inovadora. Qual seria o grau de culpa de um pai que comete um crime para salvar a vida de seu próprio filho? A questão também lida com os problemas relacionados à saúde nos Estados Unidos. Ao contrário de países europeus, onde há saúde pública bancada pelo Estado para os mais pobres, nos Estados Unidos ela praticamente inexiste. Ou você tem um bom plano de saúde para cobrir os gastos de alguma emergência médica ou então morrerá sem assistência alguma. Para piorar os procedimentos médicos são extremamente caros, deixando grande parte da população sem qualquer tipo de apoio nesse sentido. Denzel Washington que sempre foi um ator bem interessado em questões sociais fez o filme justamente para trazer à tona esse tipo de debate e questionamento. De quebra também deu aos espectadores de cinema que só queriam realmente se divertir um bom filme, com excelente timing de tensão e suspense. Realmente um bom momento na carreira de Denzel que ainda contou com dois ótimos atores como coadjuvantes: Robert Duvall (interpretando um veterano negociador da polícia) e Ray Liotta (como o chefe de polícia que deseja resolver tudo da forma mais rápida e violenta possível). Se ainda não viu não deixe de conferir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Jogos Mortais 4

Título no Brasil: Jogos Mortais 4
Título Original: Saw IV
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Lionsgate Pictures
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Patrick Melton, Marcus Dunstan
Elenco: Tobin Bell, Scott Patterson, Costas Mandylor
  
Sinopse:
Dois agentes do FBI são designados para ajudar o detetive Hoffman (Costas Mandylor) a descobrir os próximos passos do psicopata assassino Jigsaw. Um policial está morto e todos querem colocar as mãos no criminoso infame. O problema é que o próprio comandante da corporação, Rigg (Lyriq Bent), acaba sendo sequestrado. Assim os policiais só terão 90 minutos para salvar sua vida em um novo jogo mortal. Filme vencedor do Golden Trailer Awards na categoria Filmes de Terror.

Comentários:
Em relação à franquia de terror "Saw" não há muitas novidades de uma sequência para outra. O primeiro filme acabou determinando praticamente o roteiro de todos os demais, com pequenas e pontuais alterações. Basicamente a estrutura desses roteiros seguem a mesma premissa básica, um grupo de pessoas, jovens em sua preferência, que acabam caindo em jogos mortais elaborados e montados por Jigsaw (Tobin Bell), ou melhor dizendo John Kramer. Ele é um psicopata que transforma a tortura e a morte sangrenta em uma verdadeira obra de arte macabra. O problema é que Jigsaw está morto e a série lucrativa de filmes não, o que dá margem a mais e mais armadilhas pelo meio do caminho. De qualquer maneira o diretor Darren Lynn Bousman acabou sendo um dos mais constantes dentro da série (ele dirigiu as sequências de números 2, 3 e 4) o que de certa forma deu uma coesão ao que vinha se desenrolando dentro da franquia. Além disso caprichou nos ambientes onde os jogos se desenvolvem, com uma bonita e bem elaborada manipulação de cores fortes nos ambientes onde tudo acontece. Fora isso essa quarta continuação segue na média do que vinha sendo apresentado a cada ano. Pelo visto Jigsaw não parecia mesmo disposto a dar adeus.

Pablo Aluísio.

A Quadrilha dos Renegados

Título no Brasil: A Quadrilha dos Renegados
Título Original: Fort Utah
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Steve Fisher, Andrew Craddock
Elenco: John Ireland, Virginia Mayo, Scott Brady, John Russell
  
Sinopse:
O ator John Ireland interpreta um ex-pistoleiro que está tentando recomeçar sua vida. Durante uma de suas jornadas pelos desertos do velho oeste ele acaba encontrando um grupo de passageiros de um trem atacado por índios. Juntos eles vão para um velho forte abandonado da cavalaria americana, enquanto tentam sobreviver a novos ataques de um grupo de guerreiros selvagens, que desejam matar todos os homens brancos que encontrarem pela frente. Além disso uma quadrilha de renegados chega na região, procurando dominar as terras daquele lugar inóspito e hostil. 

Comentários:
Um bom faroeste da Paramount Pictures que hoje em dia anda meio esquecido. Um dos bons destaques do roteiro é o desenvolvimento que tenta fazer de cada personagem em cena. Tom Horn, interpretado por John Ireland, é um pistoleiro veterano em busca de alguma saída. John Russell é Eli Jonas, um agente de viagens e guia que tenta sobreviver ao caos. Robert Strauss dá vida ao personagem Ben Stokes, um encarregado do governo para lidar com os problemas da causa nativa na região e Virginia Mayo (sempre muito bonita) interpreta Linda Lee, uma corista e dançarina, de passado obscuro, cheio de segredos que ela não deseja que sejam revelados. Esse foi o último western de Mayo que já estava com 46 anos de idade na época, prestes a deixar a carreira de atriz. Todos acabam encurralados no Forte Utah, esperando pela chegada da cavalaria que nunca vem... Já o vilão se chama Dajin (Scott Brady), o líder dos renegados que aproveitam as guerras indígenas para dominar as vastas terras daquela região. O diretor Lesley Selander tentou fazer um filme ao estilo dos grandes faroestes do passado, mas no final só conseguiu realmente produzir um western na média, o que não significa que seja ruim. É apenas de rotina. Diverte, mas nada muito surpreendente.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de julho de 2016

O Predador

Título no Brasil: O Predador
Título Original: Predator
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John McTiernan
Roteiro: Jim Thomas, John Thomas
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Carl Weathers, Kevin Peter Hall
  
Sinopse:
Grupo de militares americanos liderados pelo Coronel Dutch (Arnold Schwarzenegger) chegam para uma missão numa floresta tropical da América Central. Aos poucos eles vão percebendo que algo completamente sinistro e misterioso se esconde entre a mata fechada da região. Depois de um breve encontro todos tomam ciência da existência de um ser que não parece ser desse mundo. Pior do que isso, a estranha criatura parece caçar cada um dos membros da expedição, usando seus restos mortais como troféus em sua caçada mortal. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston).

Comentários:
No auge dos filmes estrelados por brucutus violentos dos anos 80 surgiu essa ótima aventura na selva que misturava ação, violência e ficção. O protagonista nem era o famoso Arnold Schwarzenegger que ganhou uma pequena fortuna para estrelar o filme, mas sim um ser vindo do espaço, literalmente um predador de homens, de seres humanos. Agora imagine colocar esse alienígena caçador ao lado de um grupo de mercenários fortemente armados, bem no meio de uma selva tropical. Realmente algo promissor para quem adora esse tipo de filme. E de fato "Predator" foi um marco, não apenas em termos de bilheteria (o filme fez muito sucesso em seu lançamento) como também no resgate de um tipo de diversão que andava esquecida desde os anos 50, com seus extraterrestres malvados, que usavam sua tecnologia de ponta para subjugar os terráqueos. Rever o filme hoje em dia dá grande nostalgia, não apenas de ver um filme como esse, com a cara dos 80´s, como também da constatação de que John McTiernan já foi um diretor dos mais brilhantes que o cinema de ação americano já produziu. Enfim, ótima diversão, para ver e rever quantas vezes você quiser. O primeiro de uma franquia que daria muito ainda o que falar.

Pablo Aluísio.

O Soldado da Rainha

Título no Brasil: O Soldado da Rainha
Título Original: Pony Soldier
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: John C. Higgins, Garnett Weston
Elenco: Tyrone Power, Cameron Mitchell, Thomas Gomez, Penny Edwards
  
Sinopse:
Duncan MacDonald (Tyrone Power) é um soldado da guarda montada do Canadá que acaba se envolvendo no rapto de um casal de americanos por nativos da tribo Creek. Eles foram raptados durante um ataque à caravana em que viajavam. Os guerreiros mataram seus familiares e os levaram como prisioneiros até o Canadá. Inicialmente MacDonald deseja resolver tudo de forma diplomática, se entendendo com o chefe da tribo, mas guerreiros rivais como Konah (Cameron Mitchell), não aceitam negociar com o homem branco que considera invasor e ladrão de suas terras. Assim arma-se um conflito, com Duncan tentando a todo custo salvar a vida daquelas pessoas enquanto alguns membros da tribo querem que ele seja morto.

Comentários:
Não é muito comum assistir a um western cujo protagonista é um canadense. Geralmente em filmes de faroeste com guerreiros Indígenas temos a cavalaria americana no outro lado da balança. Outro aspecto que chama a atenção é que o filme não se propõe a ter muita ação ou combates entre brancos e índios. Ao invés disso se concentra nas negociações entre o personagem de Powell e o chefe tribal conhecido como Urso Erguido (Stuart Randall). Só na cena final realmente temos mais ação com o soldado canadense Duncan enfrentando o guerreiro Konah numa luta de facas à beira do precipício. Até isso acontecer porém se desenrola uma trama até amena, com o homem branco tendo aos poucos conhecimento dos costumes, tradições e rituais daqueles povos nativos. A simpatia do roteiro com os índios chega ao ponto até de sugerir a adoção de um garotinho da tribo por MacDonald. Em termos de elenco além do destaque de ter o galã Tyrone Power interpretando um soldado canadense da fronteira há ainda um ótimo ator em cena: Thomas Gomez. Ele interpreta Natayo Smith, um mestiço que acompanha MacDonald em sua jornada. Servindo muitas vezes como alívio cômico, Gomez (que não era mexicano como muitos pensavam na época, mas sim americano de Nova Iorque), acaba roubando o show com seu personagem, ora sendo um sujeitinho esperto, fazendo o papel de bom malandro sempre em busca de boas barganhas com os canadenses, ora servindo como um apoio importante para que o protagonista entenda como se relacionar com aqueles nativos selvagens. Em suma, um bom faroeste, diferente, curto (pouco mais de 70 minutos de duração) e que nunca chega a entediar o espectador. Vale bastante como diversão.  

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de julho de 2016

Filhos do Silêncio

Título no Brasil: Filhos do Silêncio
Título Original: Children of a Lesser God
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Randa Haines
Roteiro: Mark Medoff, Hesper Anderson
Elenco: William Hurt, Marlee Matlin, Piper Laurie
  
Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por Mark Medoff, o drama "Filhos do Silêncio" narra o relacionamento entre o professor James Leeds (William Hurt) e sua aluna com necessidades especiais Sarah Norman (Marlee Matlin). A jovem é surda, tem muitos problemas de contato social com outras pessoas e carrega traumas que a martirizam muito do ponto de vista psicológico. Aos poucos porém o professor consegue vencer várias barreiras, se tornando muito próximo dela. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Marlee Matlin). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (William Hurt), Melhor Atriz Coadjuvante (Piper Laurie) e Melhor Roteiro Adaptado.

Comentários:
Esse filme foi derrotado no Oscar de Melhor Filme para "Platoon". Sempre achei isso uma injustiça. Embora o filme de Oliver Stone fosse muito bom o fato é que essa produção tinha um propósito bem maior, mais relevante, explorando em sua história as dificuldades de uma jovem com problemas de surdez. A atriz Marlee Matlin, que é deficiente auditiva na vida real, teve o desempenho de sua vida, numa interpretação que lhe valeu o Oscar. Foi mais do que merecido. Ela consegue passar inúmeras emoções e sentimentos sem precisar para isso usar de diálogos ou falas. Apenas usa suas expressões faciais, sua linguagem corporal e suas habilidades de empatia com o público. Há um aspecto em seu passado que sempre a atormentou e ela leva isso para o complexo relacionamento que desenvolve com seu próprio professor. Em suma, um enredo muito bonito, tocante e humano. Certamente vai tocar fundo nas pessoas mais sensíveis, mais sentimentais. É um dos melhores dramas dos anos 80 que de quebra ainda trouxe uma afirmação positiva sobre a vida de pessoas com algum tipo de deficiência física. Todos são humanos, todos sentem e sofrem, como qualquer outra pessoa. Esse é certamente o mais importante legado dessa bela mensagem em forma de obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

Tubarão

Título no Brasil: Tubarão
Título Original: Jaws
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Peter Benchley, Carl Gottlieb
Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss
  
Sinopse:
Baseado no livro de Peter Benchley, "Tubarão" conta as terríveis consequências que se abatam sobre uma região costeira quando vários banhistas passam a ser atacados por um enorme e feroz tubarão branco. Para caçar e destruir o monstro se unem um marinheiro experiente, um cientista marinho e um xerife linha dura. Os três tentarão destruir a ameaça em alto-mar. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Som, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora (John Williams). Também indicado ao Oscar de Melhor Filme.

Comentários:
Hoje em dia filmes de terror com tubarões estão saturados e banalizados. Algo que não existia quando Spielberg lançou "Jaws" em 1975. Foi seu primeiro grande sucesso de bilheteria e de certo modo foi a produção que o transformou no verdadeiro Rei Midas do cinema americano. Depois de "Tubarão" Spielberg se tornou o cineasta mais bem sucedido da história de Hollywood, colecionando um sucesso atrás do outro. O curioso é que ninguém poderia prever algo assim durante as conturbadas e confusas filmagens. Para criar o Tubarão do título o estúdio providenciou uma geringonça mecânica que vivia quebrando. Sem contar com o ferro velho Spielberg precisou inovar e isso contribuiu ainda mais para o suspense do filme. No final a fita caiu nas graças do público e virou, para muitos, o primeiro blockbuster (filmes denominados de arrasa-quarteirão por causa das grandes filas formadas nas portas dos cinemas). Claro que o tempo cobra o seu preço e revisto hoje em dia "Jaws" já não assusta mais como antes. A única coisa que se manteve firme foi a trilha sonora, com ótimo tema musical composto pela mestre John Williams. Todo o resto está realmente e inegavelmente muito datado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Batman vs Superman

Título no Brasil: Batman vs Superman - A Origem da Justiça
Título Original: Batman v Superman - Dawn of Justice
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Chris Terrio, David S. Goyer
Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Diane Lane, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Holly Hunter
  
Sinopse:
O vilão Lex Luthor (Jesse Eisenberg) resolve utilizar a nave kriptoniana destruída no primeiro filme para trazer de volta à vida uma criatura de imenso poder e força que passa a ser chamada de Apocalypse. Para neutralizar a ameaça dos super-heróis Batman (Affleck) e Superman (Cavill) ele então joga um contra o outro, numa guerra de disputas entre eles. Enquanto os dois heróis acertam suas contas, Lex começa a trazer o caos e a destruição para o mundo.

Comentários:
Para revitalizar duas franquias de uma vez só a Warner Bros e a DC Comics lançaram nesse ano o filme "Batman vs Superman - A Origem da Justiça". O roteiro, seguindo os passos dos quadrinhos, procura ser o mais simples possível, sem muitos exageros ou dramas secundárias desnecessárias. Esse é um dos pontos mais positivos do filme que ainda conta com um belo visual e dezenas de novidades para os fãs dos super-heróis mais populares da DC. Aliás é bom que se diga que muitos outros virão, como o próprio enredo mostra. De maneira em geral é um filme muito bem realizado, mas que não conseguiu se tornar uma unanimidade. Na verdade houve uma certa reclamação generalizada em relação ao que se viu nas telas de cinema. Penso que isso foi decorrente da massiva campanha publicitária que foi realizada. Quando a propaganda se torna demais a decepção do público tende a ser proporcional, na mesma moeda. Como eu não caio mais nesse tipo de marketing procurei ler e ouvir as primeiras reações ao filme - que foram bem azedas. Assim deixei tudo mesmo em baixas expectativas, o que talvez explique o fato de que tenha gostado do filme de uma maneira em geral. Inclusive assisti à versão estendida com mais de três horas de duração e apesar do excesso de tempo jamais fiquei aborrecido ou entediado, demonstrando que o filme tem sim sua força e seus méritos cinematográficos. O único porém que poderia citar vem de duas escolhas que acredito tenham sido equivocadas por parte dos produtores. A primeira foi colocar o jovem Jesse Eisenberg para interpretar o vilão Lex. A falta de sincronia com o personagem acabou desvirtuando suas características. O outro erro foi escalar Ben Affleck como Batman. Todos sabem que ele é fraco, sem talento como ator. A sorte é que como o filme é dividido entre dois heróis até que os danos não foram tão ruins. Então é isso. Temos aqui uma boa diversão, muita movimentação e um roteiro que em sua simplicidade mais ajuda do que atrapalha, o que convenhamos já está de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

Caçado

Título no Brasil: Caçado
Título Original: The Hunted
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Friedkin
Roteiro: David Griffiths, Peter Griffiths
Elenco: Tommy Lee Jones, Benicio Del Toro, Connie Nielsen
  
Sinopse:
Aaron Hallam (Benicio Del Toro) é um assassino altamente preparado e especializado do governo americano que começa a cometer uma série de crimes sem razão aparente. L.T. Bonham (Tommy Lee Jones) é o agente do FBI que precisa localizar e neutralizar Aaron, antes que mais pessoas inocentes paguem com suas próprias vidas. Um é tão bem treinado quanto o outro, mas apenas o mais forte e resistente conseguirá sobreviver a essa verdadeira caçada humana. Filme indicado ao Golden Trailer Awards. 

Comentários:
William Friedkin, o celebrado diretor do clássico "O Exorcista" vinha em uma fase bem ruim na carreira após os fracassos comerciais de "Síndrome do Mal" (de 1986) e "A Árvore da Maldição" (de 1988). Sua única saída era realizar um filme que fosse bem sucedido nas bilheterias, caso contrário poderia ver o fim de sua fase como cineasta. Diziam as más línguas da época de lançamento desse filme que William Friedkin só havia sido escalado para dirigir esse filme de ação porque na época estava casado com a presidente da Paramount. Pura maldade. Um sujeito que dirigiu "O Exorcista" e "Operação França" realmente não precisaria mais provar nada para ninguém. Infelizmente para o diretor, mesmo contando com um roteiro do tipo bem comercial e sendo estrelado por  Tommy Lee Jones e Benicio Del Toro, o filme não conseguiu fazer muito sucesso, tendo uma passagem muito discreta nas telas de cinema. Uma injustiça já que "The Hunted" tem seus méritos. Tudo bem que é uma produção que segue determinadas fórmulas e clichês, mas mesmo assim se destaca por algumas cenas extremamente bem filmadas, como o clímax quando os personagens de Jones e Del Toro duelam com facas! Um primor de edição, apelando para a adrenalina do espectador. Em suma é isso. Um bom filme, roteiro esperto, bem escrito (embora convencional) e com uma dupla carismática de astros. Até que merecia melhor sorte do ponto de vista comercial, mas como o mundo nem sempre é justo...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Lança Partida

Título no Brasil: Lança Partida
Título Original: Broken Lance
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Richard Murphy, Philip Yordan
Elenco: Spencer Tracy, Robert Wagner, Richard Widmark, Katy Jurado, Jean Peters
  
Sinopse:
O filme narra a saga da família Devereaux. No século XIX o patriarca Matt Devereaux (Spencer Tracy) decide ir para o Arizona para vencer como criador de gado. Quando sua esposa morre, em razão das duras condições de vida do lugar, ele decide se casar novamente com uma nativa da região, que passa a ser chamada de Señora Devereaux (Katy Jurado). Dessa união nasce o filho caçula de Matt, o mestiço Joseph (Robert Wagner), que irá lutar contra seus irmãos mais velhos pelo legado do velho pai, principalmente após sua morte numa disputa envolvendo fazendeiros e mineradores daquele condado do velho oeste. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Philip Yordan). Também indicado ao prêmio na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Katy Jurado).

Comentários:
Belo faroeste épico que conta as disputas e lutas do clã Devereaux, criadores de gado do Arizona. O velho Matt (Spencer Tracy) é o patriarca, um homem duro, rude, que não aceita que suas ideias sejam contrariadas. Ele tem quatro filhos, sendo o mais velho Ben (Richard Widmark) e o caçula Joe (Wagner). Todos foram criados em uma disciplina rígida e austera, sob as ordens ferrenhas de seu pai. Ben deseja abrir um escritório na cidade para modernizar a fazenda, mas seu pai, um homem da velha escola, não quer saber de modernidades. Seu filho preferido é o jovem Joe, filho de sua querida esposa índia (Jurado) que apesar de todos os preconceitos que sofre por ser pele vermelha, adora sua marido. Vivendo em eterna tensão os membros da família Devereaux lutam pelo poder dentro da fazenda, até que uma disputa judicial ferrenha entre os criadores de gado e os mineradores (que estão poluindo os rios de cobre) coloca tudo a perder. O grande destaque dessa produção, além do ótimo roteiro (que inclusive foi premiado com o Oscar, merecidamente) é o ótimo elenco. Spencer Tracy foi um dos maiores atores de Hollywood. Com porte e força de um homem do Arizona, ele impõe sua autoridade aos filhos a quem trata com disciplina ferrenha - chegando até mesmo ao ponto de usar seu chicote para que todos sigam suas ordens, sem contestação. Nesse elo de grandes atores em cena (Richard Widmark também está excelente) talvez o grande ponto fraco venha justamente de Robert Wagner. Ainda muito jovem, inexperiente, ele não consegue convencer muito, nem passar a dramaticidade que seu personagem exige, mesmo assim não chega a atrapalhar o resultado final. "Broken Lance" é um filme realmente acima da média. Muito bom.

Pablo Aluísio.

Os Segredos da Cosa Nostra

Título no Brasil: Os Segredos da Cosa Nostra
Título Original: The Valachi Papers
Ano de Produção: 1972
País: França, Itália
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: Terence Young
Roteiro: Stephen Geller, Peter Maas
Elenco: Charles Bronson, Lino Ventura, Jill Ireland
  
Sinopse:
Após ser preso, o mafioso Joe Valachi (Charles Bronson) resolve contar tudo o que sabe sobre a Cosa Nostra (denominação siciliana da máfia). Ele está na organização desde a juventude e conhece todos os líderes, membros e criminosos que fazem parte da máfia italiana. O julgamento se torna um grande evento da mídia e Joe acaba tendo sua cabeça colocada à prêmio pela família onde tinha atuado no passado. Para ele agora só resta sobreviver na prisão, onde certamente acaba se tornando um alvo para os assassinos profissionais contratados por seus antigos chefes mafiosos.

Comentários:
Muito boa essa produção de Dino De Laurentiis contando os bastidores da máfia italiana. O roteiro usa de farto flashback para contar a história de Joseph Valachi, um ítalo-americano que entra para os quadros da máfia siciliana ainda nos primórdios do crime organizado em Nova Iorque. Um aspecto curioso é que o filme antecipou em muitos anos um caso bem semelhante que aconteceu com Tommaso Buscetta, um ex-membro da máfia que acabou entregando todos os membros de sua antiga organização criminosa. No caso desse filme policial com Charles Bronson o seu algoz é o chefão Don Vito Genovese (Lino Ventura), o "Capo di tutti i capi" ("o chefe de todos os chefes") da infame família Genovese que dominou Nova Iorque e Chicago durante as décadas de 1950, 1960 e 1970.  Esse líder mafioso é um personagem real, assassinado em 1969, numa disputa de poder com outros chefes do submundo do crime. "The Valachi Papers" foi dirigido pelo cineasta Terence Young (da franquia do agente 007, James Bond) em mais uma bem sucedida parceria com Bronson. A produção, embora tenha sido ítalo-francesa, foi praticamente toda rodada nas ruas de Nova Iorque, o que trouxe um realismo ainda maior ao resultado final. Em suma, um bom filme policial que revive os anos mais violentos e sangrentos da máfia italiana nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 6 de julho de 2016

A Teoria de Tudo

Título no Brasil: A Teoria de Tudo
Título Original: The Theory of Everything
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: Working Title Films
Direção: James Marsh
Roteiro: Anthony McCarten
Elenco: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior
  
Sinopse:
Ao entrar numa das melhores universidades da Inglaterra o jovem Stephen Hawking (Eddie Redmayne) pensa que está indo no caminho certo em sua vida. Ele prevê uma brilhante carreira acadêmica em seu futuro. Para completar seu quadro de felicidade Hawking também encontra o amor na presença de Jane (Felicity Jones). Dono de uma inteligência única Hawking só não contava desenvolver os primeiros sintomas de uma série doença que o deixaria preso a uma cadeira de rodas pelo resto de sua vida. Filme premiado no Oscar e no Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Eddie Redmayne).

Comentários:
Esse filme teve seu roteiro escrito a partir do livro de memórias de Jane Hawking, esposa de Stephen. Assim o espectador acaba tendo uma visão muito íntima e familiar da história desse brilhante cientista, o mundialmente conhecido Stephen Hawking. O olhar feminino de tudo o que acontece serve não apenas para mostrar o aspecto mais humano de Hawking como também desvendar sua própria história de superação. Fica óbvio desde o começo do filme que o ator que viesse a interpretar o protagonista teria que ter uma incrível capacidade não apenas dramática, mas também física. Nesse aspecto Eddie Redmayne realmente brilha em cena. Ele está perfeito em sua caracterização. Embora seja cedo ainda para tal afirmação temos que reconhecer que esse seja muito provavelmente o filme de sua vida, aquele pelo qual ficará marcado para sempre. Outro ponto positivo além das atuações vem do próprio roteiro e direção da fita. Não há espaço para sensacionalismo ou exploração da deficiência física que se abateu sobre Hawking. Ao invés disso o filme lida tudo até mesmo com uma fria neutralidade, o que é muito bem-vindo já que o aspecto mais importante da história desse físico nem é tanto sua história pessoal, seus dramas, mas sim sua obra, essa realmente insuperável até os dias atuais. Uma lição de obra e vida para todos.

Pablo Aluísio.

A Liga da Justiça e os Jovens Titãs

Título no Brasil: A Liga da Justiça e os Jovens Titãs
Título Original: Justice League vs. Teen Titans
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros / DC comics
Direção: Sam Liu
Roteiro: Bryan Q. Miller, Alan Burnett
Elenco: Rosario Dawson, Christopher Gorham, Shemar Moore
  
Sinopse:
Depois de desobedecer ordens do Batman, o novo Robin é enviado para treinar junto a um grupo de super-heróis adolescentes, os Jovens Titãs. O que ninguém estava esperando era o fato de que o passado de Ravena, uma jovem mística dos Titãs, voltaria para lhe assombrar. Fugindo literalmente dos infernos surge uma criatura monstruosa, o Lorde Trigon, que está determinado a destruir toda a humanidade.

Comentários:
Mais uma animação DC / Warner que foi lançada diretamente no mercado de DVD nos Estados Unidos. Aqui há uma galeria extra de super-heróis, entre eles o grupo da Liga da Justiça (Batman, Superman, Mulher Maravilha e Flash) e a dos Jovens Titãs (Robin, Ravena, Estelar, etc). A animação é muito boa, principalmente por apostar nesses Teen Titans, que fazem um belo sucesso no mundo dos quadrinhos, em especial na faixa etária de leitores formada por adolescentes. Há inclusive uma animação muito divertida, mais na linha da comédia, que é atualmente exibida no Brasil pelo canal Cartoon Network. O enredo desse desenho em longa-metragem deixa a turma da liga da justiça em segundo plano, apostando muito mais nos personagens jovens, tanto que no final das contas quem salva o mundo da destruição são eles e não os veteranos Batman e Superman. A Ravena, por exemplo, se torna figura central na animação, principalmente porque toda a estória gira em torno de suas origens. Em suma, uma boa dica para os pais que estão com filhos em casa durante essas férias escolares. Eles certamente vão curtir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Uma Caminhada na Floresta

Título no Brasil: Uma Caminhada na Floresta
Título Original: A Walk in the Woods
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Route One Entertainment
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Michael Arndt, Bill Holderman
Elenco: Robert Redford, Nick Nolte, Emma Thompson, Mary Steenburgen
  
Sinopse:
Bill Bryson (Robert Redford) é um escritor consagrado especializado em escrever livros sobre viagens. Durante uma entrevista para a TV ele é perguntado porque escreveu tantos livros sobre quase todos os lugares do mundo e não sobre o seu próprio país, os Estados Unidos. Isso acaba o deixando sem resposta. Depois de um tempo refletindo sobre isso ele resolve então colocar em prática um novo objetivo: fazer a trilha conhecida como Appalachian Trail, de quase 4 mil km, cruzando grande do monte dos Apalaches, indo da Georgia ao Maine. Para isso convida vários amigos e conhecidos, mas todos eles acabam recusando o convite. Apenas um velho conhecido, Stephen Katz (Nick Nolte), aceita o desafio! Assim ambos partem rumo a uma jornada longa e cheia de surpresas. Filme indicado prêmio da Georgia Film Critics Association.

Comentários:
Mesmo perto de completar 80 anos de idade (agora em agosto próximo) o ator Robert Redford se recusa a se aposentar. Segundo ele próprio afirmou em recente entrevista gostaria de fazer filmes até o fim de seus dias. Bom para os cinéfilos que sempre acompanharam sua carreira. O interessante é que Redford tem feito bons filmes ultimamente, algo que não se pode dizer de muitos de seus colegas de geração. Esse "A Walk in the Woods", por exemplo, é bem agradável. Com toques leves de humor (embora não seja necessariamente uma comédia), o filme acompanha a tentativa de dois homens da meia idade que tentam vencer a trilha dos Apalaches, algo que até muitos jovens desistem por causa das longas distâncias e dos desafios que se precisam superar durante a penosa viagem. Ao seu lado Redford conta com um ótimo elenco de veteranos, como Emma Thompson (que interpreta sua preocupada esposa Catherine), Mary Steenburgen (como uma simpática dono de hotel para viajantes) e é claro Nick Nolte (funcionando como alívio cômico pois interpreta um velho aventureiro cansado depois de tantos anos, mas ainda se envolvendo em confusões pelo meio meio do caminho). O diretor Ken Kwapis é mais conhecido por suas comédias românticas (como "Ele Não Está Tão a Fim de Você" e "Licença para Casar") e já tinha rodado um pequeno documentário com tema parecido para a TV. Por essa razão foi escolhido por Robert Redford para a direção. No geral é um filme simpático, leve, com muita natureza e que me fez lembrar até mesmo de uma recente produção estrelada por Reese Witherspoon chamada "Livre". A única diferença entre os dois filmes é que no de Reese a temática era mais dramática, como uma jornada em busca de si mesma, enquanto que o filme de Redford é bem mais modesto em suas pretensões cinematográficas, apostando em uma linha mais divertida, amena. Mesmo assim se trata realmente de um bom entretenimento. Assim deixo a recomendação para os fãs do veterano Robert Redford conferirem mais esse filme de sua safra recente.

Pablo Aluísio.

Pequenos Espiões 2

Título no Brasil: Pequenos Espiões 2: A Ilha dos Sonhos Perdidos
Título Original: Spy Kids 2: Island of Lost Dreams
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Alexa PenaVega, Daryl Sabara, Antonio Banderas, Steve Buscemi, Ricardo Montalban
  
Sinopse:
Espiões juvenis se envolvem numa trama para destruir o mundo. Cientistas do mal querem usar o código genético para exterminar a humanidade, ao mesmo tempo em que usam espiões rivais para atacar os pais dos garotos. Filme vencedor do Young Artist Awards na categoria de Melhor Atriz Juvenil (Alexa PenaVega).

Comentários:
Robert Rodriguez descobriu esse nicho de mercado, com filmes juvenis, e ganhou milhões de dólares com ele. O primeiro dessa série foi realizado em 2001 e bateu recordes de bilheterias no cinema. Depois houve essa sequência e o terceiro filme "Pequenos Espiões 3-D: Game Over" (que pegava carona com a moda 3D). Finalmente a quadrilogia foi encerrada com "Pequenos Espiões 4" (que fracassou nos cinemas). É interessante dizer que Rodriguez não parece disposto a largar o osso pois em breve ele irá produzir e dirigir "Jonny Quest", adaptação para o cinema do famoso desenho animado da Hanna-Barbera. Deixando isso de lado o que podemos dizer é que "Spy Kids 2" é bem divertido para seu público alvo (crianças e adolescentes) com muitos efeitos visuais, estorinha básica e um elenco formado por toda essa garotada. O único atrativo para quem não é criança ou adolescente é a presença de um elenco de veteranos como Antonio Banderas, Steve Buscemi (ator extremamente conceituado) e principalmente Ricardo Montalban! Quem diria que ele, um dos clássicos latin lovers do cinema americano, um dia iria participar de uma produção desse tipo! Enfim, se você tiver umas duas horas do dia para jogar fora, assistindo algo bem diversão pipoca, vale a pena arriscar para dar uma olhadinha nesse filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

George Harrison

Lucy foi uma guitarra dada de presente a George Harrison por Eric Clapton. Foi com ela que o famoso músico tocou seus maravilhosos solos no clássico "While my Guitar Gently Weeps", faixa antológica do Álbum Branco dos Beatles. Havia uma tensão entre Harrison e Clapton na época por causa da esposa de George, a linda pin-up Pattie Boyd. Ele havia se casado com George Harrison em 1966, mas o casamento ia de mal a pior. Quando ela conheceu Eric Clapton se apaixonou por ele e ambos tiveram um caso extraconjugal.

Para amenizar o fato de ter traído seu amigo, Eric Clapton resolveu dar de presente a George Harrison sua guitarra que logo foi chamado pelo Beatle de Lucy, por causa de sua cor que lembrava a cor dos cabelos da comediante Lucille Ball, muito popular por causa de sua série de TV. O instrumento musical assim serviu de símbolo da paz e harmonia que iria existir entre George Harrison, sua ex-esposa e seu amigo, Eric Clapton.

Curiosamente o instrumento também seria roubado alguns anos depois, o que deixaria George furioso. Alguns ladrões entraram em sua casa em Los Angeles e levaram sua guitarra preferida. Harrison colocou a polícia atrás e descobriu-se que ele foi vendida em uma loja de penhores para um mexicano que levou a guitarra para o México. Mesmo com tantos problemas George não desistiu e foi atrás dela. Depois de meses finalmente conseguiu reaver a valiosa guitarra Lucy, um instrumento de inestimável valor para a história do rock.

George Harrison - All Those Years Ago
Quando John Lennon foi assassinado covardemente na porta do prédio Dakota em Nova Iorque os demais Beatles ficaram chocados, claro. A forma que encontraram para homenagear o velho companheiro de banda não poderia ser outra. Eles fizeram música. Paul McCartney criou a linda e confessional "Here Today" que saiu no álbum "Tug of War". Já George Harrison criou essa "All Those Years Ago". Eu me recordo que essa canção fez muito mais sucesso nas rádios brasileiras do que a faixa do Paul, que era mais introspectiva. Eu sempre apreciei seu ritmo e o videoclip que acompanhou seu lançamento. Porém a letra não é tão boa como se pensa.

Há um sentimento de raiva por parte de George. E isso se reflete em diversos trechos que não condizem com uma música que supostamente deveria homenagear seu velho amigo. George parece revoltado com o mundo, por esse não ter captado a mensagem de paz de John Lennon. É um erro pensar assim. O mundo captou sim a mensagem de John Apenas não se poderia esperar a mesma postura de um louco com um revólver na mãos. John Lennon não morreu porque o mundo não entendeu o que ele quis dizer nas letras das músicas. John Lennon morreu porque um louco deu tiros nele, sem motivo nenhum. Foi uma roleta da sorte do destino. Parece injusto? Claro que sim. O mundo nem sempre é algo que podemos dizer ser sempre justo, muito pelo contrário.

Assim essa canção decepciona em sua letra. George Harrison já havia tido dias melhores como compositor. A raiva e a revolta que sentia o fez perder a mão Ele pareceu explodir quando colocou seus pensamentos no papel. Alguém também deveria ter dado um toque, ter dito, não lance isso. Não é definitivamente a mensagem certa para se passar naquele momento tão terrível da história dos Beatles. Porém não foi isso que aconteceu. A canção foi lançada e até fez um bom sucesso. No Brasil seus problemas foram bem menos notados, até porque a grande maioria dos brasileiros não fala inglês. Mas é isso aí. Uma canção com belo melodia, mas com o tipo de teor em sua letra que não combinava, que era desnecessária naquele momento.

George Harrison - Somewhere in England
George Harrison teve muitos problemas em sua carreira solo. Após o fim dos Beatles ele conseguiu se firmar como artista, porém nem sempre as coisas iam tão bem. Um exemplo aconteceu com esse álbum "Somewhere in England".

Após a gravação das faixas George enviou o material para a gravadora Warner nos Estados Unidos. Antes das fábricas começarem a prensar seu novo disco era necessária a aprovação dos executivos da gravadora em Nova Iorque. Os americanos não gostaram do que ouviram. Vetaram várias músicas, que eles consideraram fracas demais e colocaram abaixo até mesmo a capa que George havia planejado para o disco. Os americanos, para dizer a verdade, acharam tudo muito fraco, sem inspiração, ruim mesmo.

Harrison teve que engolir o orgulho de artista e voltar para o estúdio para gravar um novo lote de músicas. Ele tinha assinado um contrato que dava total controle para a gravadora americana e caso não quisesse ser processado em milhões de dólares tinha que cumprir suas obrigações contratuais. Nesse meio tempo o amigo e companheiro dos Beatles John Lennon acabou sendo assassinado em Nova Iorque, bem em frente ao edifício em que morava, o Dakota.

George Harrison ficou tão arrasado que ficou meses sem produzir nada. Pressionado para compor algo novo para o disco da Warner ele então decidiu pegar a melodia de uma canção antiga que havia composto, jogou fora a letra, criou uma nova em homenagem a Lennon e assim surgiu "All Those Years Ago". Essa se tornaria o hit do disco, a música que realmente se destacou na rádios, tocando bastante, inclusive no Brasil. Confesso que não acho a letra muito boa, ela perde a linha em diversas partes, mas como era um lamento raivoso de George em relação à morte de John, acabou chamando a atenção, se tornando um sucesso nesse processo. Foi uma das poucas faixa desse álbum que obteve retorno comercial, ainda mais com o clip que resgatava várias imagens de Harrison ao lado do amigo nos tempos dos Beatles.

Pablo Aluísio.