Título no Brasil: Torrente de Paixão
Título Original: Niagara
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Charles Brackett, Walter Reisch
Elenco: Marilyn Monroe, Joseph Cotten, Jean Peters, Max Showalter, Denis O'Dea, Richard Allan
Sinopse:
A jovem e bonita Rose Loomis (Marilyn Monroe) viaja com o marido George (Joseph Cotten) para passar um fim de semana nas famosas cataratas do Niágara, um ponto turístico na fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Ele é um veterano de guerra, traumatizado e impotente. Ela quer se livrar desse marido o mais rapidamente possível.
Comentários:
Esse é um dos melhores filmes da carreira de Marilyn Monroe. Tecnicamente é um thriller de suspense, com Marilyn interpretando uma típica femme fatale. Uma mulher jovem, muito bonita e com sensualidade à flor da pele. Aqui a atriz não mediu esforços e colocou toda a sua sexualidade natural na tela. O diretor Henry Hathaway entendeu bem isso, criando cenas que são puro deleite visual nas curvas exuberantes da atriz. Na cena mais famosa o diretor deixou a câmera filmar um longo caminhar de Marilyn Monroe, onde ela rebola à vontade para os espectadores. São dois minutos e meio de sequência, algo inédito no cinema até então. Imagine algo assim sendo lançado em plenos anos 1950 com todo aquele moralismo. Claro, os fãs de Marilyn Monroe adoraram. E sua personagem, uma mulher maravilhosa que não estava nem aí para os problemas do marido impotente, procurando sempre por um novo amante de ocasião, ferviam ainda mais o clima de despudor do filme. Assim temos aquele que para muitos é o melhor momento de Marilyn Monroe no cinema, aqui usando e abusando de sua imagem de loira gostosa e sem nenhuma vergonha disso. Uma aula de cinema sutilmente erótico em uma época que isso era considerado um verdadeiro pecado no cinema.
Pablo Aluísio.
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quinta-feira, 14 de maio de 2020
sábado, 19 de outubro de 2019
Viva Zapata!
Cinebiografia do revolucionário mexicano Emiliano Zapata (1879 - 1919). Filho de uma família rica no México, Zapata liderou a nação na revolução mexicana de 1910 que tencionava devolver o poder ao povo daquele país. Com o descontentamento crescente da população com sua classe política e corrupta, Zapata de posse de uma retórica populista conseguiu formar um grande exército que lutou ao seu lado. Filmar a vida de Zapata era um velho projeto de Elia Kazan. Ele próprio era uma pessoa com uma visão de esquerda (que seria manchada após ser acusado de entregar seus amigos do Partido Comunista). Assim era natural que Kazan quisesse fazer o filme definitivo sobre o revolucionário. Não foi nada fácil. Poucos produtores tinham coragem de filmar a vida desse personagem histórico mexicano com receio de ser acusado de ser socialista, o que poderia transformar em um inferno a vida de qualquer um em Hollywood na década de 1950. Kazan porém não desistia fácil e realizou um belo filme.
"Viva Zapata" resistiu bem ao tempo, isso apesar de cometer alguns clichês em seu roteiro (fato que se pode perdoar porque afinal estamos falando de um filme que foi feito há mais de 60 anos). O Zapata de Marlon Brando é bem romantizado por isso, embora a caracterização do ator seja muito boa, mostrando um personagem bem verossímil e que ficou bem próximo da realidade: um homem de pouca cultura (era analfabeto), brutalizado e de poucas palavras, mas muita ação. Brando inclusive deixou crescer um enorme bigode ao estilo do verdadeiro Zapata, mas teve que aparar seu vasto bigodão por ordens do estúdio que o achou muito exagerado (o que poderia fazer a plateia rir dele, levando o filme ao ridículo). Mesmo sob protestos o bom senso prevaleceu e Brando fez o que foi determinado pelo estúdio. A atriz Jean Peters era fraca (só entrou no filme por influência de seu namorado, o milionário excêntrico Howard Hughes que literalmente a escalou no filme). Nas cenas mais dramáticas ao lado de Brando a situação fica um tanto constrangedora para o lado dela (que afinal só era uma starlet, bonita e nada mais). O filme também quase não saiu do papel. O produtor Zanuck não queria Brando para o papel e entrou com confronto direto com Kazan que não abria mão do ator. Zanuck ainda brigou com Kazan por causa da maquiagem "muito escura" que foi realizada em cima de Jean Peters. Como se vê ele era um produtor muito poderoso que procurava se meter em cada detalhe dos filmes que produzia o que irritava profundamente Kazan, sempre muito independente e cioso de seu trabalho.
Além disso o filme não pôde ser rodado no México por expressa proibição do governo daquele país que achou o roteiro "inaceitável". As filmagens então foram realizadas no Novo México, no Colorado e no Texas. As condições não eram as ideais e o custo de se "maquiar" essas localidades para parecerem o México inflaram o orçamento. Lá pelo meio do filme Brando também foi perdendo o interesse ao entender que "Viva Zapata!" faria várias concessões para se enquadrar no estilo de Hollywood. Mesmo com tantos problemas "Viva Zapata" resistiu e hoje em dia é considerado um clássico, sem a menor sombra de dúvidas. Além da direção de alto nível por parte de Kazan o filme acabou ganhando muito também com a presença de Anthony Quinn no papel do irmão de Zapata. Enfim é um dos mais interessantes filmes da carreira de Brando e Kazan, o que não é pouca coisa. "Viva Zapata!" assim se torna essencial para quem deseja conhecer a obra de Elias Kazan e Marlon Brando em sua plenitude criativa.
Viva Zapata! (Viva Zapata!, EUA, 1952) Direção: Elia Kazan / Roteiro: John Steinbeck / Elenco: Marlon Brando, Jean Peters, Anthony Quinn, Joseph Wiseman, Alan Reed / Sinopse: Cinebiografia do líder revolucionário Emiliano Zapata (Marlon Brando) que em 1910 promoveu uma grande revolução no Estado do México visando devolver o poder político ao povo daquele país, que estava cansado de sua classe política corrupta e inepta. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Anthony Quinn). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Marlon Brando), melhor roteiro (John Steinbeck), melhor direção de arte, melhor música (Alex North).
Pablo Aluísio.
"Viva Zapata" resistiu bem ao tempo, isso apesar de cometer alguns clichês em seu roteiro (fato que se pode perdoar porque afinal estamos falando de um filme que foi feito há mais de 60 anos). O Zapata de Marlon Brando é bem romantizado por isso, embora a caracterização do ator seja muito boa, mostrando um personagem bem verossímil e que ficou bem próximo da realidade: um homem de pouca cultura (era analfabeto), brutalizado e de poucas palavras, mas muita ação. Brando inclusive deixou crescer um enorme bigode ao estilo do verdadeiro Zapata, mas teve que aparar seu vasto bigodão por ordens do estúdio que o achou muito exagerado (o que poderia fazer a plateia rir dele, levando o filme ao ridículo). Mesmo sob protestos o bom senso prevaleceu e Brando fez o que foi determinado pelo estúdio. A atriz Jean Peters era fraca (só entrou no filme por influência de seu namorado, o milionário excêntrico Howard Hughes que literalmente a escalou no filme). Nas cenas mais dramáticas ao lado de Brando a situação fica um tanto constrangedora para o lado dela (que afinal só era uma starlet, bonita e nada mais). O filme também quase não saiu do papel. O produtor Zanuck não queria Brando para o papel e entrou com confronto direto com Kazan que não abria mão do ator. Zanuck ainda brigou com Kazan por causa da maquiagem "muito escura" que foi realizada em cima de Jean Peters. Como se vê ele era um produtor muito poderoso que procurava se meter em cada detalhe dos filmes que produzia o que irritava profundamente Kazan, sempre muito independente e cioso de seu trabalho.
Além disso o filme não pôde ser rodado no México por expressa proibição do governo daquele país que achou o roteiro "inaceitável". As filmagens então foram realizadas no Novo México, no Colorado e no Texas. As condições não eram as ideais e o custo de se "maquiar" essas localidades para parecerem o México inflaram o orçamento. Lá pelo meio do filme Brando também foi perdendo o interesse ao entender que "Viva Zapata!" faria várias concessões para se enquadrar no estilo de Hollywood. Mesmo com tantos problemas "Viva Zapata" resistiu e hoje em dia é considerado um clássico, sem a menor sombra de dúvidas. Além da direção de alto nível por parte de Kazan o filme acabou ganhando muito também com a presença de Anthony Quinn no papel do irmão de Zapata. Enfim é um dos mais interessantes filmes da carreira de Brando e Kazan, o que não é pouca coisa. "Viva Zapata!" assim se torna essencial para quem deseja conhecer a obra de Elias Kazan e Marlon Brando em sua plenitude criativa.
Viva Zapata! (Viva Zapata!, EUA, 1952) Direção: Elia Kazan / Roteiro: John Steinbeck / Elenco: Marlon Brando, Jean Peters, Anthony Quinn, Joseph Wiseman, Alan Reed / Sinopse: Cinebiografia do líder revolucionário Emiliano Zapata (Marlon Brando) que em 1910 promoveu uma grande revolução no Estado do México visando devolver o poder político ao povo daquele país, que estava cansado de sua classe política corrupta e inepta. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Anthony Quinn). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Marlon Brando), melhor roteiro (John Steinbeck), melhor direção de arte, melhor música (Alex North).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Lança Partida
Título no Brasil: Lança Partida
Título Original: Broken Lance
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Richard Murphy, Philip Yordan
Elenco: Spencer Tracy, Robert Wagner, Richard Widmark, Katy Jurado, Jean Peters
Sinopse:
O filme narra a saga da família Devereaux. No século XIX o patriarca Matt Devereaux (Spencer Tracy) decide ir para o Arizona para vencer como criador de gado. Quando sua esposa morre, em razão das duras condições de vida do lugar, ele decide se casar novamente com uma nativa da região, que passa a ser chamada de Señora Devereaux (Katy Jurado). Dessa união nasce o filho caçula de Matt, o mestiço Joseph (Robert Wagner), que irá lutar contra seus irmãos mais velhos pelo legado do velho pai, principalmente após sua morte numa disputa envolvendo fazendeiros e mineradores daquele condado do velho oeste. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Philip Yordan). Também indicado ao prêmio na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Katy Jurado).
Comentários:
Belo faroeste épico que conta as disputas e lutas do clã Devereaux, criadores de gado do Arizona. O velho Matt (Spencer Tracy) é o patriarca, um homem duro, rude, que não aceita que suas ideias sejam contrariadas. Ele tem quatro filhos, sendo o mais velho Ben (Richard Widmark) e o caçula Joe (Wagner). Todos foram criados em uma disciplina rígida e austera, sob as ordens ferrenhas de seu pai. Ben deseja abrir um escritório na cidade para modernizar a fazenda, mas seu pai, um homem da velha escola, não quer saber de modernidades. Seu filho preferido é o jovem Joe, filho de sua querida esposa índia (Jurado) que apesar de todos os preconceitos que sofre por ser pele vermelha, adora sua marido. Vivendo em eterna tensão os membros da família Devereaux lutam pelo poder dentro da fazenda, até que uma disputa judicial ferrenha entre os criadores de gado e os mineradores (que estão poluindo os rios de cobre) coloca tudo a perder. O grande destaque dessa produção, além do ótimo roteiro (que inclusive foi premiado com o Oscar, merecidamente) é o ótimo elenco. Spencer Tracy foi um dos maiores atores de Hollywood. Com porte e força de um homem do Arizona, ele impõe sua autoridade aos filhos a quem trata com disciplina ferrenha - chegando até mesmo ao ponto de usar seu chicote para que todos sigam suas ordens, sem contestação. Nesse elo de grandes atores em cena (Richard Widmark também está excelente) talvez o grande ponto fraco venha justamente de Robert Wagner. Ainda muito jovem, inexperiente, ele não consegue convencer muito, nem passar a dramaticidade que seu personagem exige, mesmo assim não chega a atrapalhar o resultado final. "Broken Lance" é um filme realmente acima da média. Muito bom.
Pablo Aluísio.
Título Original: Broken Lance
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Richard Murphy, Philip Yordan
Elenco: Spencer Tracy, Robert Wagner, Richard Widmark, Katy Jurado, Jean Peters
Sinopse:
O filme narra a saga da família Devereaux. No século XIX o patriarca Matt Devereaux (Spencer Tracy) decide ir para o Arizona para vencer como criador de gado. Quando sua esposa morre, em razão das duras condições de vida do lugar, ele decide se casar novamente com uma nativa da região, que passa a ser chamada de Señora Devereaux (Katy Jurado). Dessa união nasce o filho caçula de Matt, o mestiço Joseph (Robert Wagner), que irá lutar contra seus irmãos mais velhos pelo legado do velho pai, principalmente após sua morte numa disputa envolvendo fazendeiros e mineradores daquele condado do velho oeste. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Philip Yordan). Também indicado ao prêmio na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Katy Jurado).
Comentários:
Belo faroeste épico que conta as disputas e lutas do clã Devereaux, criadores de gado do Arizona. O velho Matt (Spencer Tracy) é o patriarca, um homem duro, rude, que não aceita que suas ideias sejam contrariadas. Ele tem quatro filhos, sendo o mais velho Ben (Richard Widmark) e o caçula Joe (Wagner). Todos foram criados em uma disciplina rígida e austera, sob as ordens ferrenhas de seu pai. Ben deseja abrir um escritório na cidade para modernizar a fazenda, mas seu pai, um homem da velha escola, não quer saber de modernidades. Seu filho preferido é o jovem Joe, filho de sua querida esposa índia (Jurado) que apesar de todos os preconceitos que sofre por ser pele vermelha, adora sua marido. Vivendo em eterna tensão os membros da família Devereaux lutam pelo poder dentro da fazenda, até que uma disputa judicial ferrenha entre os criadores de gado e os mineradores (que estão poluindo os rios de cobre) coloca tudo a perder. O grande destaque dessa produção, além do ótimo roteiro (que inclusive foi premiado com o Oscar, merecidamente) é o ótimo elenco. Spencer Tracy foi um dos maiores atores de Hollywood. Com porte e força de um homem do Arizona, ele impõe sua autoridade aos filhos a quem trata com disciplina ferrenha - chegando até mesmo ao ponto de usar seu chicote para que todos sigam suas ordens, sem contestação. Nesse elo de grandes atores em cena (Richard Widmark também está excelente) talvez o grande ponto fraco venha justamente de Robert Wagner. Ainda muito jovem, inexperiente, ele não consegue convencer muito, nem passar a dramaticidade que seu personagem exige, mesmo assim não chega a atrapalhar o resultado final. "Broken Lance" é um filme realmente acima da média. Muito bom.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Torrentes de Paixão
"Torrentes de Paixão" é um thriller de suspense passado nas famosas cataratas do Niagara (situada na fronteira entre EUA e Canadá). Esse é um local bem popular ainda nos dias de hoje para casais em lua de mel. Após realizar "Almas Desesperadas" Marilyn Monroe foi novamente escalada pelos estúdios Fox para um papel bem parecido com o do filme anterior. Bem longe das comédias musicais que fizeram sua fama, Marilyn aqui interpreta novamente uma mulher fatal que não mede esforços para alcançar seus objetivos. Na trama acompanhamos Rose (Marilyn Monroe) e George (Joseph Cotten) um casal que passa férias em Niagara Falls. Ela é uma jovem que não consegue mais impedir seus impulsos sexuais e acaba se envolvendo com um amante local bem debaixo do nariz do marido traído. Ele é um homem com traumas de guerra que não consegue mais satisfazer sua jovem esposa pois retornou do conflito da Coreia completamente impotente, neurótico e irascível. Como não poderia deixar de ser eventos dramáticos vão marcar a passagem deles pelo local.
A Rose de Marilyn Monroe como o próprio marido descreve no filme é uma "vagabunda completa". Isso é bem curioso pois diante do desafio de interpretar a jovem esposa infiel, Marilyn Monroe não se fez de rogada e usou e abusou de sua sensualidade latente nas cenas. Aliás é um dos papéis em que a atriz mais se serviu de seu grande sex appeal. Sua exuberância aqui beira a vulgaridade. Numa das sequências mais famosas Marilyn faz aquele que parece ter sido o mais longo rebolado da história do cinema. São quase dois minutos e meio apenas mostrando Monroe caminhando de costas para a câmera. Literalmente um desbunde em plenos anos 50, um dos períodos mais moralistas da história americana. Usando de roupas sensuais e colantes o espetáculo na época foi considerado totalmente indecente. Aliás é bom frisar que Marilyn está linda no filme, inclusive podemos perceber bem sua boa forma em um enorme close up de seu rosto focalizado bem de pertinho. Simplesmente maravilhosa! Com batom exageradamente vermelho e voluptuoso Marilyn esbanja lascívia em cada cena que aparece. De certa forma o diretor Henry Hathaway sabia que tinha em mãos um dos maiores símbolos sexuais de sua era e resolveu mesmo abusar dessa situação. O filme foi realmente pensado nela e feito para ela. Todo o resto se torna secundário. Naquela altura ela já era um mito de popularidade e "Torrentes de Paixão" se aproveita a todo momento disso. Além de Marilyn ainda temos de bônus a bela Jean Peters com toda sua beleza sofisticada e refinada. No final tudo resulta em um belo espetáculo de beleza feminina a desfilar pela tela. Os estetas certamente vão se esbaldar. Assista e entenda como se constrói um sex symbol genuinamente Made in Hollywood.
Torrentes de Paixão (Niagara, Estados Unidos, 1953) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Charles Brackett, Walter Reisch / Elenco: Marilyn Monroe, Joseph Cotten, Jean Peters, Max Showalter / Sinopse: Jovem esposa infiel (Marilyn Monroe) tenta dar cabo de seu marido impotente (Joseph Cotten) por intermédio de um jovem amante mas os planos não saem exatamente como ela queria.
Pablo Aluísio.
A Rose de Marilyn Monroe como o próprio marido descreve no filme é uma "vagabunda completa". Isso é bem curioso pois diante do desafio de interpretar a jovem esposa infiel, Marilyn Monroe não se fez de rogada e usou e abusou de sua sensualidade latente nas cenas. Aliás é um dos papéis em que a atriz mais se serviu de seu grande sex appeal. Sua exuberância aqui beira a vulgaridade. Numa das sequências mais famosas Marilyn faz aquele que parece ter sido o mais longo rebolado da história do cinema. São quase dois minutos e meio apenas mostrando Monroe caminhando de costas para a câmera. Literalmente um desbunde em plenos anos 50, um dos períodos mais moralistas da história americana. Usando de roupas sensuais e colantes o espetáculo na época foi considerado totalmente indecente. Aliás é bom frisar que Marilyn está linda no filme, inclusive podemos perceber bem sua boa forma em um enorme close up de seu rosto focalizado bem de pertinho. Simplesmente maravilhosa! Com batom exageradamente vermelho e voluptuoso Marilyn esbanja lascívia em cada cena que aparece. De certa forma o diretor Henry Hathaway sabia que tinha em mãos um dos maiores símbolos sexuais de sua era e resolveu mesmo abusar dessa situação. O filme foi realmente pensado nela e feito para ela. Todo o resto se torna secundário. Naquela altura ela já era um mito de popularidade e "Torrentes de Paixão" se aproveita a todo momento disso. Além de Marilyn ainda temos de bônus a bela Jean Peters com toda sua beleza sofisticada e refinada. No final tudo resulta em um belo espetáculo de beleza feminina a desfilar pela tela. Os estetas certamente vão se esbaldar. Assista e entenda como se constrói um sex symbol genuinamente Made in Hollywood.
Torrentes de Paixão (Niagara, Estados Unidos, 1953) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Charles Brackett, Walter Reisch / Elenco: Marilyn Monroe, Joseph Cotten, Jean Peters, Max Showalter / Sinopse: Jovem esposa infiel (Marilyn Monroe) tenta dar cabo de seu marido impotente (Joseph Cotten) por intermédio de um jovem amante mas os planos não saem exatamente como ela queria.
Pablo Aluísio.
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