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terça-feira, 21 de março de 2023

Encontro com o Diabo

Título no Brasil: Encontro com o Diabo
Título Original: The Big Land
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: Frank Gruber, David Dortort
Elenco: Alan Ladd, Virginia Mayo, Edmond O'Brien, Anthony Caruso, Julie Bishop, John Qualen

Sinopse:
Após a Guerra Civil, a amargura permaneceu entre sulistas e nortistas. A fim de abastecer as cidades do leste com carne bovina, os ex-confederados do Texas levam seus rebanhos para as ferrovias. Depois de uma longa e difícil viagem de gado pelas Bad Lands, o ex-oficial confederado Chad Morgan (Alan Ladd) e seus parceiros chegam a uma ferrovia no Missouri, onde um comprador de gado corrupto e seu grupo de pistoleiros se oferecem para comprar os rebanhos dos texanos por uma quantia irrisória. Não demora muito e uma situação de conflito surge entre todos eles.

Comentários:
Depois do sucesso do filme "Os Brutos Também Amam" o ator Alan Ladd iria retornar ao gênero western, mais cedo ou mais tarde. E o fez em grande estilo com esse filme realmente muito bom. Seu personagem seguia na mesma linha, era um cowboy calmo, cortês, educado, até mesmo fino e elegante ao seu próprio modo, mas que sabia agir com armas de fogo quando isso se tornava necessário. Ele é um criador de gado, homem íntegro e honesto, que acaba tendo que lidar com um bando de facínoras que está obviamente de olho em sua manada. Se der o passo errado e mostrar algum tipo de fraqueza, será morto e seu gado roubado. O roteiro do filme, muito bom aliás, deixa claro que apesar do fim da guerra civil os problemas entre nortistas e sulistas continuavam, pois todos estavam à flor da pele, prestes a explodir em acessos de fúria e violência extrema, ao menor sinal de provocação mútua. Além disso os sulistas se ressentiam demais por terem perdido a guerra, o que tornava tudo ainda mais explosivo. Um excelente filme de western. Ótimo item para se ter em sua coleção pessoal de filmes de faroeste clássico. 

Pablo Aluísio.


domingo, 23 de maio de 2021

O Gavião e a Flecha

Título no Brasil: O Gavião e a Flecha
Título Original: The Flame and the Arrow
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Jacques Tourneur
Roteiro: Waldo Salt
Elenco:  Burt Lancaster, Virginia Mayo, Robert Douglas, Aline MacMahon, Frank Allenby, Nick Cravat

Sinopse:
Na idade Média, na região da Lombardia dominada por um principado alemão, um homem das montanhas chamado Dardo Bartoli (Burt Lancaster) entra em conflito contra o Duque estrangeiro conhecido como "O Falcão". E sua briga não se resume na dominação alemã da região, mas também em questões pessoais e familiares. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Ernest Haller) e melhor música (Max Steiner).

Comentários:
O filme é uma aventura ao estilo Robin Hodd. Aliás o personagem interpretado por Lancaster pode ser conceituado como um genérico italiano do famoso ladrão inglês. Ele vive na floresta, tem seu bando de salteadores felizes e luta contra a opressão, no caso aqui um reino de origem germânica que domina a região italiana da Lombardia. O filme é curto, menos de 80 minutos de duração e investe forte nas cenas de ação e lutas. E nessas encontramos um aspecto curioso. Como se sabe o ator Burt Lancaster veio do circo. Foi sua primeira escola. E tudo o que ele aprendeu na vida circense, como malabarismos e acrobacias, ele usa em cena nesse filme. Inclusive dispensou dublês. Além disso ele trouxe toda a trupe do circo que conhecia para trabalhar também no filme. São seus amigos do passado. Assim temos todos os tipos de números de acrobatas que você possa imaginar. É um filme ao velho estilo das matinês, então também não espere por roteiro detalhado e cheio de conteúdo. É um filme para pura diversão, basicamente isso.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de outubro de 2020

Um Homem de Coragem

A guerra civil americana chegou em um grande impasse no ano de 1864. Nem as tropas da União conseguiam grandes avanços e nem os exércitos confederados alcançavam grandes vitórias. Tudo parecia estagnado, uma luta sangrenta, com muitas vitimas, mas sem nenhum resultado para ambos os lados. No fundo o que determinaria a vitória seria o poder econômico e esse, naqueles dias, era representado pelo ouro. Para garantir o transporte desse metal vital para o esforço de guerra as tropas de Lincoln tinham que atravessar territórios hostis dominados por rebeldes e renegados. Para tornar seguro e eficiente o envio do ouro da Califórnia para o front de batalha, o exército designa então o Capitão John Hayes (Randolph Scott) para comandar e coordenar esse transporte. Assim começa o  western “Westbound” (seu título original em inglês), que no Brasil foi intitulado “Um Homem de Coragem”. É mais uma bem sucedida parceria entre o ator Randolph Scott e o diretor Budd Boetticher. O filme é bem curto – apenas 68 minutos – mas o diretor repete uma de suas características mais marcantes, a habilidade em contar uma boa estória sem exageros ou desperdício. Tudo se encaixa perfeitamente, mesmo em um filme de tão pouca duração.
   
Curiosamente ao contrário que aconteceu em outros filmes da dupla, esse não foi produzido por Randolph Scott. Na realidade temos aqui uma produção da Warner que resolveu bancar mais um filme com o astro dos faroestes, que demonstrou mais uma vez estar em ótima forma. Budd Boetticher investe em um roteiro muito bem escrito que explora um momento chave da história americana. O filme assim conta a história de uma complicada situação de um enviado do exército da União para uma região onde o povo apoiava as tropas rebeldes da Confederação.

Esse tipo de história já resultaria em um excelente western, mas o roteiro vai além e não se contenta em mostrar apenas isso, investindo também em intrigas, traições e até romance – pois o personagem de Scott volta para uma cidade onde seu antigo amor do passado mora (personagem interpretado pela atriz Virginia Mayo). Para piorar ela se tornou esposa do manda chuva local, um rico e poderoso empresário e fazendeiro que abraça os valores sulistas com ardor impressionante. Outro ponto digno de nota são as boas cenas de ação, marca registrada do cinema sempre ágil e eficiente de Budd Boetticher. Há um ataque a uma diligência com ouro extremamente bem realizada, provando o apuro técnico do cineasta. Enfim, “Um Homem de Coragem” é mais outro excelente momento na filmografia do astro do faroeste Randolph Scott.

Um Homem de Coragem (Westbound, Estados Unidos, 1959) Direção: Budd Boetticher / Roteiro: Berne Giler / Elenco: Randolph Scott, Virginia Mayo, Karen Steele, Michael Dante, Andrew Duggan / Sinopse: Capitão do exército da União é enviado para o oeste com o objetivo de garantir a segurança do transporte de ouro da Califórnia até o front de batalha durante a Guerra Civil Americana. O problema é que nessa viagem ele estará cercado de inimigos por todos os lados.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Embrutecido Pela Violência

Filme bem marcante da carreira do ator Kirk Douglas. No enredo ele interpreta Len Merrick (Kirk Douglas), um orgulhoso Marshal federal (uma espécie de xerife com jurisdição em todo o país), que evita um enforcamento numa cidade do velho oeste. O acusado, Timothy 'Pop' Keith (Walter Brennan), está para ser enforcado por supostamente ter roubado gado e assassinado o filho de um rico e influente rancheiro da região. Para Len sua execução é completamente ilegal e por essa razão ele se compromete a levar Keith até um tribunal do júri na cidade de Santa Loma onde finalmente será devidamente julgado, perante um juiz de direito e um corpo de jurados, tudo como manda a lei. A jornada até lá porém não será tranquila e nem pacífica pois a família Roden está disposta a vingar a morte de um de seus membros. Esse western dirigido pelo mestre Raoul Walsh tem um argumento muito mais sofisticado do que pode parecer à primeira vista. A história não foge muito do que vemos na tela, com um obcecado homem da lei tentando seguir os trâmites legais a todo custo, mesmo sendo ameaçado e perseguido por um bando de justiceiros pelo deserto afora. A questão é que uma vez em Santa Loma - para onde está levando um acusado - ele descobre que nem sempre a justiça é devidamente feita pelos tribunais. Há uma série de influências econômicas, sociais e extra jurídicas que determinam se alguém é considerado culpado ou não.

Durante a jornada até lá ele vai colhendo impressões e verdades sobre o homem que tem sob custódia e descobre que seu próprio julgamento pessoal, criado na convivência com o suposto criminoso, tem mais validade do que um apressado e mal feito julgamento na calada da noite. Só esse aspecto já tornaria o filme bem acima da média dos demais faroestes da época, mas há outras qualidades dignas de nota. Walsh rodou um filme enxuto, diria até econômico, porém muito bonito, em bela fotografia em preto e branco. Rodado no deserto da Califórnia, em belas locações com penhascos e rochas enormes, o filme se valoriza enormemente por causa desse cenário natural rico em bonitas paisagens. O elenco também é outro ponto forte.

Kirk Douglas está de certo modo em seu tipo habitual, a do xerife durão, até insensível que carrega velhos traumas do passado, em especial uma certa culpa pelo que aconteceu ao seu pai anos atrás (ele também era um homem da lei íntegro que acabou sendo linchado por tentar cumprir o que dizia a letra fria do devido processo legal). Agora, firme em suas convicções, ele precisa levar o acusado perante um juiz para que seja devidamente julgado. A questão é que a filha do homem preso, interpretada pela linda atriz Virginia Mayo, também quer justiça, mas ao seu modo. Douglas e Mayo inclusive soltam faíscas de atração no meio do deserto. Uma dupla que deu muito certo e que trouxe muita paixão reprimida para a tela. Com cabelos curtinhos e jeito até bem rude, Mayo acaba roubando todas as atenções por causa de sua personalidade ao mesmo tempo geniosa e sensual. Então é isso. "Embrutecidos Pela Violência" é muito mais do que aparenta ser. Um bom argumento, bem sólido e coerente, apoiado por um enredo que não nega os mais tradicionais cânones do western americano.

Embrutecido Pela Violência (Along the Great Divide, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Warner Bros / Direção: Raoul Walsh / Roteiro: Walter Doniger, Lewis Meltzer / Elenco: Kirk Douglas, Virginia Mayo, John Agar, Walter Brennan / Sinopse: Veterano xerife tenta manter a lei em uma região violenta e hostil do velho oeste dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Golpe de Misericórdia

Achei um western bastante eficiente. No fundo o filme vai agradar a diversos tipos de cinéfilos: aos que gostam de faroestes clássicos e aos que curtem também filmes sobre assaltos. A trama central gira em torno do roubo de um trem no distante território do Colorado (praticamente um deserto inóspito naquela época em que o filme é passado). Embora o filme não entre muito no desenvolvimento dos personagens (o que é comum em faroestes dos anos 50) o fato é que o roteiro demonstra preocupação em mostrar as motivações e os sentimentos de Wes McQueen (Joel McCrea), fugitivo e principal membro do grupo que planeja executar o crime, o que no final das contas é um diferencial.

O elenco é liderado pelo ator Joel McCrea, durão sem perder a ternura (principalmente em relação às beldades em cena). Dessas a que mais me chamou a atenção foi Virginia Mayo. Era canastrona sim mas fotografava muito bem na tela, principalmente pelos olhares que foram extremamente bem captados pelo diretor. E por falar nele, Raoul Walsh era um excelente cineasta. Isso é bem demonstrado no uso maravilhoso que ele faz da paisagem natural que se torna quase um personagem próprio. Aliás curiosamente o filme foi rodado em 3 Estados diferentes (Califórnia, Arizona e Novo México) e embora o filme leve o nome original do território do Colorado esse não foi utilizado em cena! Enfim, coisas de cinema. Recomendo para os fãs de bons faroestes de ação com excelentes tomadas de cena mostrando o roubo do trem em movimento. Vale a pena.

Golpe de Misericórdia (Colorado Territory, EUA, 1949) Direção de Raoul Walsh / Roteiro de Edmund H. North e John Twist / Elenco: Joel McCrea, Virginia Mayo, Doroth Malone / Sinopse: Fora da lei, Wes McQueen (Joel McCrea) foge da prisão e se encontra com seu parceiro e velho amigo Dave Rickard (Basil Ruysdael).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

À Borda da Morte

Mais um bom faroeste dos anos 1950. Aqui temos a história de um velho xerife, Cass Silver (Robert Ryan). Ele é um honesto homem da lei que se muda para uma cidade de fronteira, um entreposto muito concorrido para onde são enviados grandes rebanhos que cruzam o velho oeste. Com a chegada de muitos cowboys a cidade acaba prosperando. E onde tem muita gente, também tem muita confusão. Lidar com cowboys armados por todos os lados pode ser um grande problema para um xerife que deseja impor lei e ordem em sua cidade. Mesmo com tantas dificuldades o xerife Cass se sai bem em suas funções, isso até a chegada de um velho desafeto, um homem inescrupuloso, dono de saloon, que sempre contratou pistoleiros para defender seus interesses. Não demora muito e sua presença se torna um foco de tensão para o xerife que precisa lidar ainda com a presença do filho de um homem que matou no passado. Thad Anderson (Jeffrey Hunter) é um cowboy que sabe que o xerife da cidade é o assassino de seu pai. Estaria ele disposto a vingar sua morte ou não?

O roteiro desse filme é bem interessante porque mostra um xerife em seus anos finais. Ele está velho, tem problemas de visão, sua vista se torna cada vez mais embaçada e isso para alguém que precisava enfrentar todos os tipos de criminosos torna tudo ainda mais delicado. O roteiro e a produção são bons, porém o grande atrativo vem do elenco, principalmente do trio principal de protagonistas. Um ainda muito jovem Jeffrey Hunter interpreta um cowboy que chega na cidade, provavelmente em busca de vingança pela morte do pai. Robert Ryan é o xerife que sabe que sua hora decisiva está muito provavelmente bem próxima e a bela Virginia Mayo é a dona de um saloon local, uma mulher que deseja vencer na vida no mundo dos negócios. Em alguns momentos o enredo me lembrou de filmes como "Onde Começa o Inferno" e até mesmo "Matar ou Morrer", mas é preciso reconhecer que esse roteiro não tem a mesma consistência psicológica ou de desenvolvimento dos principais personagens como nesses grandes clássicos do western americano. É certamente um bom faroeste, valorizado pelos momentos de tensão, porém não chega a ser um dos grandes clássicos do gênero. Competente e bem realizado, cumpre suas pretensões, mas sem chegar a um nível tão alto.

À Borda da Morte (The Proud Ones, Estados Unidos, 1956) Direção: Robert D. Webb / Roteiro: Edmund H. North, Joseph Petracca / Elenco: Robert Ryan, Virginia Mayo, Jeffrey Hunter / Sinopse: Velho xerife precisa lidar com antigos inimigos em um momento particularmente complicado de sua vida, principalmente por não ter mais a mesma habilidade do passado. .

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de maio de 2017

O Falcão dos Mares

Durante as chamadas Guerras Napoleônicas no século XIX, a armada real britânica decide enviar um navio de guerra, o HMS Lydia, para os mares do Atlântico Sul. Sob comando do Capitão Horatio Hornblower (Gregory Peck) a embarcação deverá cruzar o Cabo da Boa Esperança indo em direção ao Oceano Pacífico, se dirigindo para a América Central onde a coroa tem interesses em desestabilizar a região, formada por inúmeras colônias espanholas. Como Espanha e Inglaterra estão em lados opostos nos conflitos armados na Europa caberá ao Capitão enviar armas e munição para um revolucionário local chamado Don Julian Alvarado (Alec Mango), conhecido entre seus seguidores como El Supremo. Após uma jornada longa, que dura meses e custa muito em termos de tripulação e mantimentos, finalmente o Capitão Hornblower e sua exausta tripulação chegam ao seu destino. Logo no encontro inicial o comandante inglês percebe que o revolucionário faz o estilo caudilho, violento, cruel e sanguinário. Um sujeito completamente desprezível, arrogante, egocêntrico e megalomaníaco. Mesmo assim Hornblower resolve cumprir o que lhe fora ordenado quando deixou a Inglaterra. Nesse ínterim surge um outro navio de guerra nos mares da região, uma poderosa nau com sessenta canhões pertencentes ao Reino de Espanha. Caberá ao Lydia enfrentar esse desafio, destruindo o inimigo para garantir os interesses britânicos no continente. O que Hornblower não contava é que o tabuleiro de xadrez da política na metrópole poderia mudar a cada instante, transformando antigos inimigos em aliados e vice versa.

"O Falcão dos Mares" é seguramente um dos maiores clássicos de filmes de aventura da história do cinema britânico. Uma produção espetacular com excelente roteiro e um elenco magistral, com destaque absoluto para Gregory Peck. Ele interpreta esse austero Capitão Inglês que é enviado para os confins do mundo conhecido com objetivos militares e políticos bem claros. Uma vez em seu destino, ele descobre que nada parecia ser o que ele esperava. Encontra um novo mundo cheio de guerras, brigas internas e conflitos. O líder revolucionário que poderia significar uma esperança para aqueles povos não passa de um bufão pomposo e sem escrúpulos. A população das colônias está também doente e desamparada, com uma epidemia de febre amarela. É justamente fugindo dela que surge a bela Lady Barbara Wellesley (Virginia Mayo). Ela pretende retornar para Londres no navio comandado por Hornblower. O problema é que aquela seria uma embarcação militar, não adequada para acomodar passageiros. Mesmo assim, por ser uma cidadã britânica, se torna obrigatório para o Capitão levá-la de volta ao lar, não sem antes se envolver em vários problemas decorrentes de uma viagem como essa. O filme tem excelente fotografia e cenas de combates entre navios que até hoje impressionam o espectador. Usando diversas técnicas (filmagens em estúdio e locações, embarcações reais, maquetes extremamente realistas e truques de câmeras) o espectador é levado a crer estar mesmo presenciando uma aventura nos mares naquela era tão turbulenta. O ponto alto do filme acontece quando o HMS Lydia enfrenta o orgulho da Marinha Real Espanhola, o navio Natividad. Uma cena de combate marítimo que está entre os melhores já realizados. Enfim, grande clássico, produção irrepreensível e história empolgante. Um grande filme, acima de qualquer crítica negativa que se queira fazer.

O Falcão dos Mares (Captain Horatio Hornblower R.N, Inglaterra, 1951) Direção: Raoul Walsh / Roteiro: Ivan Goff, Ben Roberts / Elenco: Gregory Peck, Virginia Mayo, Robert Beatty, Alec Mango / Sinopse: Para causar desestabilização política na América Central o Rei Eduardo da Inglaterra decide enviar uma embarcação militar com armas e munições para ajudar na luta dos revolucionários locais que desejam se libertar da dominação espanhola. Caberá ao virtuoso Capitão Horatio Hornblower (Gregory Peck) levar o HMS Lydia e seus tripulantes nessa perigosa viagem. No caminho encontram uma inglesa chamada Barbara Wellesley (Virginia Mayo) que deseja voltar para Londres. A viagem porém não será das mais tranquilas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A Quadrilha dos Renegados

Título no Brasil: A Quadrilha dos Renegados
Título Original: Fort Utah
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Steve Fisher, Andrew Craddock
Elenco: John Ireland, Virginia Mayo, Scott Brady, John Russell
  
Sinopse:
O ator John Ireland interpreta um ex-pistoleiro que está tentando recomeçar sua vida. Durante uma de suas jornadas pelos desertos do velho oeste ele acaba encontrando um grupo de passageiros de um trem atacado por índios. Juntos eles vão para um velho forte abandonado da cavalaria americana, enquanto tentam sobreviver a novos ataques de um grupo de guerreiros selvagens, que desejam matar todos os homens brancos que encontrarem pela frente. Além disso uma quadrilha de renegados chega na região, procurando dominar as terras daquele lugar inóspito e hostil. 

Comentários:
Um bom faroeste da Paramount Pictures que hoje em dia anda meio esquecido. Um dos bons destaques do roteiro é o desenvolvimento que tenta fazer de cada personagem em cena. Tom Horn, interpretado por John Ireland, é um pistoleiro veterano em busca de alguma saída. John Russell é Eli Jonas, um agente de viagens e guia que tenta sobreviver ao caos. Robert Strauss dá vida ao personagem Ben Stokes, um encarregado do governo para lidar com os problemas da causa nativa na região e Virginia Mayo (sempre muito bonita) interpreta Linda Lee, uma corista e dançarina, de passado obscuro, cheio de segredos que ela não deseja que sejam revelados. Esse foi o último western de Mayo que já estava com 46 anos de idade na época, prestes a deixar a carreira de atriz. Todos acabam encurralados no Forte Utah, esperando pela chegada da cavalaria que nunca vem... Já o vilão se chama Dajin (Scott Brady), o líder dos renegados que aproveitam as guerras indígenas para dominar as vastas terras daquela região. O diretor Lesley Selander tentou fazer um filme ao estilo dos grandes faroestes do passado, mas no final só conseguiu realmente produzir um western na média, o que não significa que seja ruim. É apenas de rotina. Diverte, mas nada muito surpreendente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Cálice Sagrado

Esse é o primeiro filme da carreira de Paul Newman. Isso por si só já basta para atiçar a curiosidade de qualquer cinéfilo. Além de Newman há no elenco atores e atrizes que de uma forma ou outra entraram na história do cinema como Jack Palance (como Simão, o Mago) e Pier Angeli (a namoradinha e grande amor da vida de James Dean). Pois bem, a primeira coisa que chama a atenção de quem assiste "O Cálice Sagrado" é sua estranha direção de arte. Tudo soa estilizado no filme, principalmente os cenários que são pouco realistas, parecendo até mesmo ambientações para peças de teatro. Cheguei a pensar que se tratava de uma produção pobre mesmo mas depois em uma cena de crucificação coletiva entendi finalmente a intenção do diretor. Não é que o filme seja mal feito mas se trata realmente de uma opção artística do cineasta Victor Saville (um veterano da época do cinema mudo).

O roteiro mistura ficção com realidade histórica (pelo menos para os que aceitam o conteúdo bíblico como fato histórico). Personagens que na Bíblia são secundários aqui ganham bastante atenção como José de Arimatéia e Simão, o Mago. Esse último é citado no novo testamento como um mágico que desafiou Pedro publicamente. Ofereceu dinheiro pelo poder de realizar milagres e foi repelido pelo principal apóstolo de Cristo. A cena final com Simão tentando provar ao imperador Nero que poderia voar (algo que nem Jesus conseguiu em vida) é muito divertida mesmo. Enfim, apesar de Newman ter odiado sua atuação aqui (chegou a publicar um pedido de desculpas em um jornal americano por sua fraca atuação) não posso dizer que o resultado final seja ruim. "O Cálice Sagrado" é um épico diferente, estranho até em certas passagens, mas que tenta ser inteligente e instigante. Isso já justifica sua existência.

O Cálice Sagrado (The Silver Chalice, Estados Unidos, 1954) Direção: Victor Saville / Roteiro: Thomas B. Costain, Lesser Samuels / Elenco: Paul Newman, Virginia Mayo, Pier Angeli, Jack Palance / Sinopse: Escravo de nome Basilio (Paul Newman) é designado para a confecção daquele que teria sido o último cálice usado por Jesus Cristo na última ceia.

Pablo Aluísio.