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terça-feira, 29 de março de 2022

No Ritmo do Coração

Filme excelente, vencedor do Oscar na categoria de melhor filme desse ano. O interessante é que foi uma produção modesta, com elenco desconhecido do grande público. Sua força vem da história que conta, muito humana, onde muitos podem se identificar. A protagonista é uma jovem garota chamada Ruby Rossi (Emilia Jones). Ela está naquela fase da vida em que os tempos de escola vão acabando e surgem possibilidades de ir para alguma universidade. A vida dela é dura. Estuda e trabalha no barco de pesca da família. Ela é a única que ouve e fala, pois seus pais e seu irmão mais velho são surdos. Isso a faz ser uma garota diferente, com uma carga maior para carregar. Meio por acaso ela decide entrar no coral da escola. Tem bonita voz e talento que logo chamam a atenção de seu professor. Surge a possibilidade dela ir para uma prestigiada universidade de música em Boston, mas isso iria significar deixar os pais para trás. É um dilema em sua vida.

Filme muito agradável de assistir, com elenco em estado de graça. O ator Troy Kotsur que interpreta o pai surdo da protagonista foi o primeiro deficiente auditivo a ser premiado em uma categoria de atuação da história do Oscar. Prêmio mais do que merecido. Ele não usa palavras, mas isso se torna um mero detalhe. Ele traz uma alma para seu personagem que comove. Já foi dito que esse seria mais um daqueles filmes adolescentes. Qual é problema? O filme surpreende pelas boas intenções e pela riqueza de seus personagens. E também fazia muito tempo que eu não assistia um filme sobre jovens que fosse tão bem conduzido e dirigido. Surpresa do Oscar nesse ano, foi um vencedor merecido. Um dos poucos filmes que me comoveram de verdade nesses últimos anos. Simplesmente magistral.

No Ritmo do Coração (CODA, Estados Unidos, 2021) Direção: Sian Heder / Roteiro: Sian Heder / Elenco: Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin, Daniel Durant / Sinopse: Refilmagem norte-americana do filme francês "La Famille Belier". Na história uma jovem comum precisa se decidir se tenta ir para uma universidade em Boston onde planeja estudar música e canto ou fica em sua cidade natal pois seus pais são surdos e precisam de sua ajuda. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Troy Kotsur) e Melhor Roteiro Adaptado (Sian Heder).

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de julho de 2016

Filhos do Silêncio

Título no Brasil: Filhos do Silêncio
Título Original: Children of a Lesser God
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Randa Haines
Roteiro: Mark Medoff, Hesper Anderson
Elenco: William Hurt, Marlee Matlin, Piper Laurie
  
Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por Mark Medoff, o drama "Filhos do Silêncio" narra o relacionamento entre o professor James Leeds (William Hurt) e sua aluna com necessidades especiais Sarah Norman (Marlee Matlin). A jovem é surda, tem muitos problemas de contato social com outras pessoas e carrega traumas que a martirizam muito do ponto de vista psicológico. Aos poucos porém o professor consegue vencer várias barreiras, se tornando muito próximo dela. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Marlee Matlin). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (William Hurt), Melhor Atriz Coadjuvante (Piper Laurie) e Melhor Roteiro Adaptado.

Comentários:
Esse filme foi derrotado no Oscar de Melhor Filme para "Platoon". Sempre achei isso uma injustiça. Embora o filme de Oliver Stone fosse muito bom o fato é que essa produção tinha um propósito bem maior, mais relevante, explorando em sua história as dificuldades de uma jovem com problemas de surdez. A atriz Marlee Matlin, que é deficiente auditiva na vida real, teve o desempenho de sua vida, numa interpretação que lhe valeu o Oscar. Foi mais do que merecido. Ela consegue passar inúmeras emoções e sentimentos sem precisar para isso usar de diálogos ou falas. Apenas usa suas expressões faciais, sua linguagem corporal e suas habilidades de empatia com o público. Há um aspecto em seu passado que sempre a atormentou e ela leva isso para o complexo relacionamento que desenvolve com seu próprio professor. Em suma, um enredo muito bonito, tocante e humano. Certamente vai tocar fundo nas pessoas mais sensíveis, mais sentimentais. É um dos melhores dramas dos anos 80 que de quebra ainda trouxe uma afirmação positiva sobre a vida de pessoas com algum tipo de deficiência física. Todos são humanos, todos sentem e sofrem, como qualquer outra pessoa. Esse é certamente o mais importante legado dessa bela mensagem em forma de obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.