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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Thomas Crown - A Arte do Crime

Em 1968 o ator Steve McQueen estrelou um dos maiores sucessos de sua carreira, "Crown, o Magnífico" (The Thomas Crown Affair). O estilo mais refinado, a preocupação em ter uma trama mais bem elaborada e pequenos detalhes da produção, como uma elegante trilha sonora, fizeram com que a produção se destacasse entre os demais filmes de ação daquela década. Trinta anos depois foi realizado esse remake, ou quase isso, já que várias inovações foram acrescentadas no roteiro. Pierce Brosnan interpreta Thomas Crown. Ele é um sujeito rico, refinado e charmoso que mantém um aspecto obscuro em sua vida que para muitos parece perfeita. Na sombras, Crown parece estar envolvido com roubo de obras de arte. Quando um famoso quadro de Monet, avaliado em mais de cem milhões de dólares, é roubado da galeria onde estava exposto, ele acaba caindo na mira da investigadora Catherine Banning (Rene Russo) que é contratada justamente para recuperar a valiosa pintura. 

Começa assim um jogo de sedução e traição entre os dois personagens, tudo valorizado por uma produção bem requintada, com ótima fotografia e direção de arte. A direção dessa refilmagem moderna foi entregue ao especialista em filmes de ação John McTiernan (de "Caçada ao Outubro Vermelho", "O Predador" e "Duro de Matar"). Talvez por não ser exatamente sua especialidade o filme apresente uma dualidade bem nítida, funcionando bem nas cenas de ação, o que era de se esperar, mas apresentando pequenas falhas na parte mais sofisticada de seu roteiro (já que isso nunca foi o forte do cineasta). No geral não é ruim, longe disso, mas tampouco pode ser comparado à versão de McQueen, hoje reconhecida como clássica. Definitivamente alguns filmes jamais deveriam sofrer uma revisão como essa. O original já estava de bom tamanho. 

Thomas Crown - A Arte do Crime (The Thomas Crown Affair, Estados Unidos, 1999) Direção: John McTiernan / Roteiro: Alan Trustman, Leslie Dixon / Elenco: Pierce Brosnan, Rene Russo, Denis Leary, Ben Gazzara / Sinopse: Um charmoso ladrão de obras de arte se envolve com uma sedutora mulher que está atrás dele justamente por essa razão.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Violação de Conduta

Como você deve saber o John Travolta é um homem muito rico. Rico a ponto de ter um avião Boeing particular. Tudo fruto de seu trabalho no cinema, além da grande capacidade de fazer muitos filmes ao longo da carreira. Com tantos títulos na filmografia alguns filmes, até mesmo os bons, acabam sendo esquecidos. Um exemplo é esse "Basic" que nunca mais vi sendo exibido em lugar nenhum, nem nas emissoras de TV a cabo. Uma pena porque é um bom filme, que merecia ser mais conhecido.

É a tal coisa, se você gosta de filmes sobre CIA, missões não autorizadas, o lado oculto do governo americano, certamente vai gostar dessa fita. O enredo gira todo em torno de uma missão mal explicada e mal executada por espiões e militares dos Estados Unidos nas distantes selvas do Panamá. Apenas alguns sobrevivem. Nas investigações sobre o que teria acontecido são revelados segredos sórdidos que muitas pessoas poderosas gostariam de ver escondidas para sempre. Bom roteiro, trama inteligente e John Travolta em cena garantem a diversão e o entretenimento.

Violação de Conduta (Basic, Estados Unidos, 2003) Direção: John McTiernan / Roteiro: James Vanderbilt / Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Connie Nielsen / Sinopse: Uma investigação interna tenta descobrir o que teria acontecido durante uma operação militar dos Estados Unidos no Panamá. Alguns militares morreram e os que sobreviveram não parecem dispostos a revelarem nada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O Predador

Um grupo de militares comandados pelo experiente Coronel Dutch (Arnold Schwarzenegger) vai até uma floresta da América Central para uma missão e acaba sendo surpreendido pela presença de uma estranha criatura que não parece ser desse mundo. Um filme de ficção que marcou época e que deu origem a uma franquia que até hoje tenta reencontrar o caminho do sucesso que foi alcançado por essa fita. Lançado no auge da popularidade da carreira do ator Arnold Schwarzenegger, "Predator" conseguiu mesclar ficção com ação de uma maneira especialmente bem sucedida. Os efeitos especiais foram considerados revolucionários na época de lançamento (a tal ponto que sua derrota no Oscar foi considerada uma das grandes injustiças da história da Academia).

Schwarzenegger finalmente havia encontrado um rival à altura nas telas, uma criatura alienígena que tinha prazer em caçar e matar seres humanos, arrancando suas espinhas dorsais e seus crânios para usar como meros troféus de caça. O roteiro então procurou tirar ao máximo proveito desse jogo de vida e morte no meio da selva, entre um alien armado com armas desconhecidas dos humanos e um soldado treinado para as mais sangrentas batalhas. Algumas cenas, como a de Arnold Schwarzenegger camuflado com lama, pronto para destruir seu inimigo, se tornaram muito famosas. Some-se a isso a excelente maquiagem do monstro (interpretado pelo gigante Kevin Peter Hall) e você terá em mãos um dos mais divertidos filmes de ação e ficção dos anos 1980. Simplesmente imperdível.

O Predador (Predator, Estados Unidos, 1987) Direção: John McTiernan / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Carl Weathers, Kevin Peter Hall, Jesse Ventura / Sinopse: Um grupo de miliares fortemente armados encontram um ser vindo do espaço. E ele é um caçador. E os humanos são sua caça. Filme indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O 13º Guerreiro

Título no Brasil: O 13º Guerreiro
Título Original: The 13th Warrior
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: John McTiernan
Roteiro: Michael Crichton, William Wisher Jr
Elenco: Antonio Banderas, Diane Venora, Dennis Storhø
  
Sinopse:
No século VIII o poeta Ahmed Ibn Fahdlan (Antonio Banderas) é enviado para terras distantes após se envolver com uma mulher errada, devidamente comprometida com outro homem, poderoso e influente. Nessa terra do norte acaba entrando em contato com os povos de origem Viking. Lá acaba sendo arrastado por uma velha profecia que dizia haver 13 homens guerreiros escolhidos para vencer um terrível mal que se abate sobre aquela comunidade. Filme indicado ao International Film Music Critics Award na categoria de Melhor Trilha Sonora incidental (Jerry Goldsmith).

Comentários:
O filme foi dirigido pelo competente diretor de ação John McTiernan, a estória é baseada em livro escrito por Michael Crichton e o elenco liderado pelo carismático ator Antonio Banderas, mas nada disso ajuda. O filme simplesmente não funciona. A culpa? Talvez tenha faltado uma melhor adaptação em termos de roteiro. Falando de maneira bem simples e direta: "The 13th Warrior" é simplesmente chato! Isso mesmo, parece óbvio, mas é a verdade. O espectador fica logo aborrecido com o roteiro que surge muito truncado, sem desenvolvimento, sem atração. Com isso tudo acaba ruindo. Os figurinos são interessantes, porém a fotografia - extremamente cinzenta e escura - mais atrapalha do que ajuda. A tese que o roteiro também tenta defender - a de que os povos do oriente eram superiores aos europeus brutos e selvagens da época também soa fora do bom senso. Pura propaganda ideológica moura (para usar uma expressão antiga). Em termos de bilheteria o filme naufragou. Todo filmado em belas paisagens do Canadá com orçamento generoso de 85 milhões de dólares não conseguiu recuperar o investimento nos cinemas e nem tampouco no mercado de vídeo depois. Assim não sobrou realmente muita coisa para celebrar. O filme é no final das contas apenas mal sucedido, tanto em termos de qualidade cinematográfica como comerciais. Bola fora medieval.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de julho de 2016

O Predador

Título no Brasil: O Predador
Título Original: Predator
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John McTiernan
Roteiro: Jim Thomas, John Thomas
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Carl Weathers, Kevin Peter Hall
  
Sinopse:
Grupo de militares americanos liderados pelo Coronel Dutch (Arnold Schwarzenegger) chegam para uma missão numa floresta tropical da América Central. Aos poucos eles vão percebendo que algo completamente sinistro e misterioso se esconde entre a mata fechada da região. Depois de um breve encontro todos tomam ciência da existência de um ser que não parece ser desse mundo. Pior do que isso, a estranha criatura parece caçar cada um dos membros da expedição, usando seus restos mortais como troféus em sua caçada mortal. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston).

Comentários:
No auge dos filmes estrelados por brucutus violentos dos anos 80 surgiu essa ótima aventura na selva que misturava ação, violência e ficção. O protagonista nem era o famoso Arnold Schwarzenegger que ganhou uma pequena fortuna para estrelar o filme, mas sim um ser vindo do espaço, literalmente um predador de homens, de seres humanos. Agora imagine colocar esse alienígena caçador ao lado de um grupo de mercenários fortemente armados, bem no meio de uma selva tropical. Realmente algo promissor para quem adora esse tipo de filme. E de fato "Predator" foi um marco, não apenas em termos de bilheteria (o filme fez muito sucesso em seu lançamento) como também no resgate de um tipo de diversão que andava esquecida desde os anos 50, com seus extraterrestres malvados, que usavam sua tecnologia de ponta para subjugar os terráqueos. Rever o filme hoje em dia dá grande nostalgia, não apenas de ver um filme como esse, com a cara dos 80´s, como também da constatação de que John McTiernan já foi um diretor dos mais brilhantes que o cinema de ação americano já produziu. Enfim, ótima diversão, para ver e rever quantas vezes você quiser. O primeiro de uma franquia que daria muito ainda o que falar.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de agosto de 2015

Duro de Matar - A Vingança

Título no Brasil: Duro de Matar - A Vingança 
Título Original: Die Hard: With a Vengeance
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John McTiernan
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Roderick Thorp
Elenco: Bruce Willis, Jeremy Irons, Samuel L. Jackson

Sinopse: 
Surge um novo terrorista, Simon Gruber (Jeremy Irons) que ameaça explodir dezenas de escolas de Nova Iorque caso não coloque as mãos no policial John McClane (Bruce Willis). Acontece que Simon é irmão de um criminoso que foi morto justamente por McClane (na trama do primeiro "Duro de Matar") e agora quer vingança. O que os policiais de Nova Iorque não sabem é que ele na realidade arma um grande golpe para desviar as atenções da autoridades. Enquanto elas correm para salvar as crianças ele rouba bilhões de dólares do banco central da cidade. 

Comentários:
Terceiro filme da franquia "Die Hard". A franquia não era mais do interesse de Willis e por isso a Fox teve que pagar um cachê recorde para o ator voltar para mais um filme de ação na pele do indestrutível John McClane. Aqui há dois bons aspectos a se considerar. O primeiro é a grandiosidade da produção. Há cenas realmente bem realizadas como a explosão de uma bomba no metrô de Nova Iorque. Outro ponto muito positivo é o elenco de apoio. Tanto Jeremy Irons (que interpreta um terrorista psicopata e frio) como Samuel L. Jackson (que faz um tira obcecado com racismo) estão muito bem em seus respectivos personagens. No saldo final é um filme de ação escapista, muito bem realizado, que consegue divertir bastante o espectador e os fãs da série.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2015

A Caçada ao Outubro Vermelho

Durante a Guerra Fria dois impérios disputaram a hegemonia mundial. De um lado os Estados Unidos, líder do mundo ocidental, empunhando a bandeira do capitalismo e do livre mercado. No outro a União Soviética, líder dos países do bloco comunista que defendia o modelo de Estado autoritário, centralizador e dono de todos os meios de produção. Essa guerra ideológica obviamente foi transposta também para o campo militar. Americanos e soviéticos entraram em uma terrível corrida armamentista onde a busca pelas armas nucleares mais modernas acabou se tornando política oficial de Estado. E entre esse vasto arsenal nuclear se destacavam os submarinos nucleares, capazes de cruzarem os oceanos para atacar os países inimigos com rara precisão. Tanto Estados Unidos como União Soviética construíram incríveis máquinas como essas e a luta por uma delas é justamente o centro da trama desse excelente “A Caçada ao Outubro Vermelho”. A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Isso obviamente traria enorme repercussão tanto do lado do comando soviético, que não havia autorizado tal manobra, como do lado americano, pois afinal de contas ter em plena guerra fria um submarino nuclear inimigo em rota de colisão com seu país era no mínimo temerário.

“Caçada ao Outubro Vermelho” se destaca pelo excelente roteiro que joga o tempo todo com as reais intenções do capitão soviético e os efeitos que surgem de sua decisão inesperada. Afinal qual seria seu real objetivo: Uma deserção ou um ataque insano ao capitalismo americano? Sean Connery está perfeito em sua caracterização de militar premiado e veterano que começa a pensar por conta própria sem se importar com as conseqüências de seus atos impensados. Na época de seu lançamento o filme também despertou debate sobre o perigo de um conflito nuclear por acidente. Afinal até que ponto os governos de Estados Unidos e União Soviética tinham efetivo controle sobre seu espetacular arsenal de guerra? O desespero causado em razão  de um submarino nuclear sem controle das autoridades soviéticas refletia bem isso. O curioso de tudo é que o perigo persiste até os dias atuais. Depois do fim da guerra fria com o desmoronamento do bloco soviético a antes incrível armada daquele país entrou em completo colapso. O que se vê hoje em dia na Rússia é um total sucateamento de armas e artefatos de guerra que apodrecem literalmente nos cais do país. Recentemente vi uma reportagem sobre o estado atual da Marinha russa. Submarinos como esse mostrado no filme nem conseguem mais ir para o alto mar por falta de verbas. O orgulho da outrora esquadra vermelha nunca esteve tão em baixa. Quem diria que um dia esse arsenal tenha sido tão respeitado e temido pelo ocidente? De qualquer modo fica a dica: “A Caçada ao Outubro Vermelho”, um excelente filme de suspense e guerra que realmente consegue mexer muito bem com os nervos do espectador. Não deixe de assistir.

A Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for Red October, Estados Unidos, 1989) Direção:  John McTiernan / Roteiro: Larry Ferguson, Donald Stewart / Elenco: Sean Connery, Alec Baldwin, Scott Glenn, Sam Neill, James Earl Jones / Sinopse: A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Seria um ato de deserção do oficial soviético ou uma impensada e insana manobra de ataque contra a América?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Rollerball

Título no Brasil: Rollerball
Título Original: Rollerball
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: John McTiernan
Roteiro: William Harrison
Elenco: Chris Klein, LL Cool J, Rebecca Romjin-Stamos, Jean Reno

Sinopse: 
No futuro nenhum esporte consegue ser mais popular do que o Rollerball. Esse jogo extremamente violento e muitas vezes mortal se torna uma febre com inúmeras arenas de competição distribuídas em todo o mundo. Nesse mundo altamente competitivo alguns jogadores resolvem denunciar a corrupção nos altos escalões envolvendo dirigentes importantes do esporte. Não tardará para que virem alvos desses criminosos de colarinho branco.

Comentários:
Esperava bem mais de John McTiernan. Afinal estamos falando do mesmo cineasta que deu ao mundo do cinema filmes como "Predador", o primeiro "Duro de Matar" e "Caçada ao Outubro Vermelho". De repente ele inventa de fazer esse remake de uma conhecida fita de sci-fi dos anos 70 e se dá muito mal. Eu sempre digo que nada é mais perigoso para um diretor do que topar fazer um remake. As probabilidades do novo filme ser um desastre são grandes. Esse novo Rollerball não empolga, não convence e deixa saudades do filme original que na minha opinião também nunca foi grande coisa. Certas estórias já encontraram suas adaptações definitivas para o cinema, não precisa mais tentar fazer algo que já foi feito melhor no passado. John McTiernan deveria saber disso

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Curandeiro da Selva

Título no Brasil: O Curandeiro da Selva
Título Original: Medicine Man
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: John McTiernan
Roteiro: Tom Schulman, Sally Robinson
Elenco: Sean Connery, Lorraine Bracco, José Wilker

Sinopse: 
Um excêntrico pesquisador, Dr. Robert Campbell (Sean Connery) realiza suas pesquisas na floresta Amazônica e luta por sua preservação pois defende que a cada metro quadrado de floresta destruída a ciência perde a oportunidade de encontrar a cura para várias doenças graves que assolam a humanidade. Apenas a preservação e a pesquisa vão tornar a selva ecologicamente sustentável e cientificamente aproveitável. Muitos porém não pensam como ele!

Comentários:
No auge da popularidade do movimento ecológico (lembrem-se que a Eco-92 foi realizada nesse mesmo ano no Rio de Janeiro) Hollywood lançou esse "O Curandeiro da Selva". O roteiro como não poderia ser diferente explora a questão da preservação das grandes florestas. É a velha luta entre desenvolvimento econômico versus preservação. É curioso também porque mostra uma certa hipocrisia por parte dos americanos. Enquanto em seu país praticamente todas as florestas existentes foram colocadas abaixo em nome do progresso eles se sentem agora na posição de dar lições de moral sobre isso a países em desenvolvimento como o Brasil. Afinal se a Amazônia ficasse dentro do território americano acredito que não existiria mais nem uma árvore em pé hoje em dia. A ideologia ecológica certamente é importante mas não na base de pensamentos tão superficiais como as do roteiro dessa produção. O filme em si é razoável, conta inclusive com atores brasileiros em seu elenco mas a mensagem infelizmente é bobinha demais. Assista, se divirta e jogue fora.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Último Grande Herói

Arnold Schwarzenegger foi um dos mais populares atores de filmes de ação da década de 80. Rivalizando com Stallone ele colecionou uma série de grandes sucessos de bilheteria. Tudo caminhava muito bem até que Arnold resolveu que queria suavizar um pouco sua imagem de herói de ação durão e violento. Primeiro ele realizou a divertida comédia "Irmãos Gêmeos" e outras pequenas fitas centradas em muito bom humor. O que Schwarzenegger não dizia publicamente era que tinha pretensões políticas e por isso procurava cada vez mais trocar as atuações truculentas por personagens divertidos, bem humorados, com charutão acesso e largo sorriso no rosto. Sua aposta mais ousada nessa direção foi esse "O Último Grande Herói". Um filme diferente, com uma idéia peculiar, que procurava satirizar os próprios filmes de ação que fizeram a fama do ator austríaco.

O problema é que "O Último Grande Herói" exigia uma cumplicidade muito grande do público. E os espectadores que sempre foram fãs das fitas de Arnold Schwarzenegger não compraram a idéia de ver um filme em tom de sátira descarada onde o antigo herói de ação tentava tirar onda em cima do mesmo filão que o tornou um astro. Assim o estúdio ficou com uma dinamite nas mãos. Uma produção de quase 100 milhões de dólares, com campanha de marketing agressiva (até ônibus espaciais da Nasa foram alugados para divulgar o filme) que simplesmente foi rejeitado pelo público de forma veemente. O fracasso foi enorme e "Last Action Hero" afundou de forma estrondosa. O prejuízo obviamente respingou feio na credibilidade de Arnold Schwarzenegger, que deixou de ser infalível (e imbatível) nas bilheterias. Já o diretor John McTiernan pagou caro pelo péssimo retorno comercial. Aclamado como um dos melhores cineastas de ação viu sua carreira afundar junto com o filme. Ficou a lição: nunca cuspa no prato que um dia comeu!

O Último Grande Herói (Last Action Hero, Estados Unidos, 1993) Direção: John McTiernan / Roteiro:  Zak Penn, Adam Leff / Elenco: Arnold Schwarzenegger, F. Murray Abraham,  Anthony Quinn / Sinopse: Um jovem fã de filmes de ação acaba entrando em um mundo paralelo onde passa a viver grandes aventuras ao lado de seu grande ídolo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Duro de Matar

Na década de 80 o cinema americano era povoado por uma série de heróis de ação – homens de um exército só, que enfrentavam batalhões praticamente sozinhos e conseguiam sair completamente ilesos desses conflitos. Stallone, Schwarzenegger e Chuck Norris conseguiram emplacar vários sucessos com esse tipo de personagem invencível. Foi então que quase no final da década surgiu finalmente um tipo de herói diferente para essas produções. O oficial John McClane (Bruce Willis) do Departamento de Polícia de Nova Iorque não apenas se machucava nos tiroteios em que se envolvia como também sangrava e se feria para valer em cena. Era um novo tipo de atitude dentro dos filmes de ação ininterrupta. 

Interpretado por Bruce Willis em seu primeiro filme nesse gênero a fragilidade e vulnerabilidade do tira logo caiu no gosto do grande público e “Duro de Matar” se tornou um sucesso estrondoso de bilheteria. O curioso é que ninguém em Hollywood apostava muito em Bruce Willis para estrelar um filme desse tipo. Na época ele era apenas um ator de TV que interpretava o cínico e engraçadinho detetive da série “A Gata e o Rato”. Fazer a transição da telinha para a telona dos cinemas não estava muito fácil para ele. Seu primeiro filme, uma comédia romântica chamada “Encontro às Escuras” com Kim Basinger, tinha feito um sucesso apenas modesto nas bilheterias. Ninguém realmente esperava que Willis iria emplacar um sucesso tão grande como esse “Duro de Matar”.

O roteiro era bem simples mas procurava tirar o melhor proveito possível da situação limite mostrada no filme. Um grupo de terroristas tomava controle de um grande arranha-céu. Exigindo um resgate milionário os terroristas só não contavam com a presença no local do tira casca grossa McClane (Willis) que a partir daí faria qualquer coisa para libertar sua esposa que se encontrava entre os reféns. Com a trama armada o espectador passa a acompanhar uma sucessão de cenas de ação no monumental edifício (na verdade a sede dos estúdios Fox em Los Angeles). O sucesso espetacular de “Duro de Matar” daria origem a uma franquia praticamente sem fim, com várias sequências nos anos seguintes. Bruce Willis também redirecionaria completamente sua carreira a partir daqui. Deixaria o estilo de comediante simpático e cheio de cinismo de lado para investir firme em várias fitas de ação nos anos que viriam. Mesmo com longo currículo de produções no gênero depois de tantos anos o fato é que nenhuma delas conseguiu superar o impacto e a qualidade desse primeiro “Duro de Matar”, um dos melhores filmes de ação de uma década que ficou marcada justamente pela profusão desse tipo de filme. Era o melhor do cinema de ação da década de 80.

Duro de Matar (Die Hard, Estados Unidos, 1988) Direção: John McTiernan / Roteiro: Steven E. de Souza, Jeb Stuart, baseado no livro de Roderick Thorp / Elenco: Bruce Willis, Alan Rickman, Bonnie Bedelia, Reginald VelJohnson / Sinopse: Policial de Nova Iorque acaba se envolvendo em um seqüestro em andamento sob liderança do terrorista Hans Gruber (Alan Rickman) que exige uma grande quantia em ações para libertar um grupo de reféns.

Pablo Aluísio.