“Dança Com Lobos” foi um grande vencedor dos prêmios da Academia em seu ano de lançamento. Foi premiado com os Oscars de Melhor Filme, Fotografia, Direção, Edição, Trilha Sonora, Som e Roteiro Adaptado. Além disso acabou se tornando sucesso absoluto de público e crítica. A verdade pura e simples é que Dança com Lobos é realmente uma grande produção, que até hoje sempre é relembrada e citada com frequência demonstrando que também venceu o teste do tempo.
O filme narra a história do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado, bem próximo do território onde vive a comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco, ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos. O enredo foi baseado na novela de Michael Blake (que também assina o roteiro).
A produção mistura diversos elementos, desde os mitos dos antigos filmes de western até uma visão mais moderna que enfoca o papel do índio americano na conquista do oeste de uma forma diferenciada (e mais justa). No fundo “Dança com Lobos” retrata uma dos mais sangrentos choques de civilizações da história. A luta entre a sobrevivência das nações indígenas em face do avanço do homem branco pelas pradarias indomáveis de outrora. A tecnologia versus a tradição, o apogeu e o ocaso de civilizações em conflito.
Kevin Costner acertou em cheio na sua visão. Havia todo um clima de revisionismo histórico quando o filme foi lançado. Os povos indígenas, quase sempre retratados como selvagens e bárbaros nos antigos filmes de faroeste aqui ganham uma nova postura dentro do cinema americano. Seu lado mais humano foi levado ao centro da questão. Durante a produção muito se falou de falta de experiência de Kevin Costner para dirigir o filme. De fato ele não tinha nenhuma experiência anterior. Porém como ele estava no auge de sua carreira e popularidade o estúdio resolveu arriscar. Tentativas de intervenção foram feitas nas filmagens mas em vão. O que não contavam é que Costner tinha muita personalidade, não abrindo mão de sua visão criativa em nenhum momento.
Ele certamente acertou pois fez uma obra grandiosa, sem concessões, calcada na velha escola dos grandes clássicos do passado. Fotografia grandiosa, trilha sonora evocativa e muitas tomadas de extremo bom gosto fizeram o diferencial. Costner conseguiu realizar o filme de acordo com o que desejava. O curioso é que essa mesma teimosia acabaria levando Costner ao outro lado da moeda anos depois quando amargou o fracasso de “Waterworld”, superprodução que se revelou desastrosa em termos de público e crítica. De qualquer modo após passar alguns anos em baixa Costner ressurgiu no faroeste em 2012 com “Hatfields and McCoys”, um grande sucesso televisivo nos EUA. A série provou que a ligação de Kevin Costner com os filmes de western é forte e duradoura. Seu ápice surgiu justamente aqui em “Dança com Lobos”. Se não conhece ou não assistiu ainda, não perca mais tempo pois é um produção do tipo que não se faz mais. Simplesmente Imperdível.
Dança Com Lobos (Dances With Wolves, Estados Unidos, 1990) Direção: Kevin Costner / Roteiro: Michael Blake / Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene / Sinopse: O filme narra a estória do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado bem próximo da comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos.
Pablo Aluísio.