sexta-feira, 30 de maio de 2014

Os Infiltrados

Título no Brasil: Os Infiltrados
Título Original: The Departed
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: William Monahan, Alan Mak
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen, Vera Farmiga, Alec Baldwin

Sinopse:
Na violenta Boston há uma guerra surda entre o departamento de polícia local e os membros de uma gangue de traficantes de drogas de origem irlandesa! Para descobrir o que se passa no mundo do crime os policiais infiltram um de seus homens entre os criminosos. Curiosamente ao mesmo tempo a gangue também resolve implantar um de seus homens dentre os tiras. Está formada a guerra de informações. Filme vencedor do Oscar de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Edição e Direção. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Direção.

Comentários:
É um dos filmes que menos gosto de Martin Scorsese. Olhando para produções como esse noto um certo desvirtuamento no estilo do cineasta. Ao longo dos anos ele foi ficando cada vez mais intenso, para não dizer exagerado. Nesse processo perdeu grande parte de sua classe. O elenco é fenomenal, com destaque para a presença de Jack Nicholson, mas no geral o filme não conseguiu funcionar plenamente, pelo menos em minha forma de ver. Há um uso excessivo de cenas violentas e algumas de extremo mau gosto que me fazem questionar o que estaria se passando na cabeça do velho Scorsese. Claro que nada disso fará grande diferença pois "The Departed" foi sucesso de crítica e público. É mais um fruto da parceria do diretor com o ator Leonardo DiCaprio que, coitado, segue sua sina de ir atrás do Oscar de todas as formas sem conseguir nada. Nesse aqui as coisas foram ainda piores, o agente de Leo fez grande promoção para o ator na Academia - o que de fato era merecido pois ele está bem no filme - mas ele sequer conseguiu ser indicado! Até o velho Jack foi esquecido - provavelmente por causa da pouca participação de seu personagem na trama em geral. Ao invés disso os membros da Academia resolveram premiar o medíocre Mark Wahlberg com uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante. Sinceramente? Sua indicação me pareceu ser uma piadinha de humor negro dos membros votantes do Oscar...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Thor - O Mundo Sombrio

Título no Brasil: Thor - O Mundo Sombrio
Título Original: Thor - The Dark World
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgård, Christopher Eccleston 

Sinopse:
Após os eventos do primeiro filme, Thor (Chris Hemsworth) precisa trazer novamente paz para os nove reinos. Seu irmão Loki (Tom Hiddleston) vai para a prisão e Odin (Anthony Hopkins) decide que fará de Thor o seu próximo Rei. O que todos não percebem é que a agora pacificada Askart está prestes a ser invadida por poderosas forças do mal, entidades milenares que desejam levar todo o universo de volta para a era das sombras.

Comentários:
E a Marvel segue sua trilha de grandes sucessos de bilheteria. Agora é a vez da sequência do personagem Thor, uma adaptação da velha mitologia viking para os dias de hoje pelas mãos do talentoso Stan Lee. Certamente é um tipo de filme que exige uma produção mais requintada do que a dos demais personagens Marvel, isso em razão do fato de Thor viver a maior parte do tempo em seu próprio universo, Askart, e isso significar obviamente ter uma direção de arte própria, com figurinos luxuosos e tudo mais. Assim como aconteceu com a sequência do Capitão América, essa segunda aventura de Thor se mostrou mais bem realizada e com roteiro muito mais redondinho do que o primeiro filme da franquia. Os atores do  filme original retornaram e a trama flui com mais naturalidade. Além disso, como convém a todo bom filme de super-herói, esse aqui conta com vilões bem interessantes, bacanas mesmo, entre eles o tal de Malekith (Christopher Eccleston), que deseja levar o universo de volta às sombras eternas. Chris Hemsworth continua o mesmo bombadão de sempre, um ator não muito expressivo, mas que pelo menos não compromete. Já Natalie Portman não me convenceu muito. Surge abatida, envelhecida (e o problema não é do seu personagem). Parece que a Portman é daquelas mulheres que não se dão muito bem com a maternidade, perdendo um pouco de sua beleza estética após terem filhos. Isso até seria normal, pena que ela própria não parece lá muito empolgada pelo material. Provavelmente retornou ao seu papel apenas por causa do cachê milionário, até porque convenhamos esse tipo de personagem não deve significar muito para ela, principalmente depois de se consagrar em cena no filme "Cisne Negro". Mas isso é de menor importância pois no final "Thor - The Dark World" cumpre aquilo que prometeu, diversão escapista para fãs de personagens em quadrinhos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Título no Brasil: Contatos Imediatos do Terceiro Grau
Título Original: Close Encounters of the Third Kind
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures      
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg
Elenco: Richard Dreyfuss, François Truffaut, Teri Garr

Sinopse:
Roy Neary (Richard Dreyfuss) é um pacato homem comum que se vê imerso numa situação extraordinária. Ele acaba criando uma obsessão por seres de outro planeta, algo que vai minando sua vida pessoal e familiar. Mas Roy pensa estar indo pelo caminho certo. Sua busca o levará a uma situação jamais imaginada. Filme indicado a nove prêmios da Academia, inclusive Melhor Direção, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Direção de Arte. Vencedor do Oscar de Melhor Fotografia (Vilmos Zsigmond). Vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Direção (Steven Spielberg) e Melhor Trilha Sonora (John Williams).

Comentários:
Um dos mais marcantes filmes da carreira de Steven Spielberg. O interessante é que tudo nasceu de um roteiro que ele havia escrito há muitos anos mas que não conseguia financiamento pois era um enredo de ficção que exigia um orçamento bastante generoso. O sucesso de seu filme anterior, o blockbuster "Tubarão", acabou lhe abrindo as portas para tocar em frente essa produção. Em certo sentido o enredo é uma homenagem ao filme "O Dia em que a Terra Parou" pois Spielberg sempre havia achado genial a forma como os extraterrestres tinham sido enfocados nesse clássico Sci-fi. Ao invés de monstros invasores, sedentos para dominar o planeta, eles eram retratados como fazendo parte de uma civilização superior que procurava entrar em contato com a humanidade para criar uma aliança de cooperação e fraternidade. O roteiro de "Close Encounters of the Third Kind" segue pelo mesmo caminho. Outro ponto muito positivo é que Spielberg não banaliza o encontro com os seres de outros planetas. Ele, ao contrário disso, cria todo um clima de suspense e ansiedade até o clímax que até hoje é lembrado. Na época Spielberg queria o que havia de melhor para a cena final e conseguiu, pois mesmo tendo se passado tantos anos a sequência ainda hoje impressiona pela qualidade técnica de seus ótimos efeitos especiais. Some-se a isso a brilhante trilha incidenal de John Williams. Um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabrina

Título no Brasil: Sabrina
Título Original: Sabrina
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Samuel A. Taylor
Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear

Sinopse:
Sabrina Fairchild (Julia Ormond) é uma jovem que há anos mora na rica propriedade da família Larrabee. Ela nunca chamou muita atenção em sua adolescência. Depois que retorna de uma longa viagem acaba surpreendendo a todos, por ter se transformado numa mulher elegante, bonita e sofisticada. Sua presença logo chama a atenção dos irmãos Larrabee, de David (Greg Kinnear), um playboy inconsequente e de Linus (Ford), o responsável irmão mais velho que toca os negócios da família em frente. Quem conquistará o coração da bela Sabrina?

Comentários:
Remake do clássico de Billy Wilder que contava com um elenco excepcional formado por Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. E aqui, o que temos? Uma pálida sombra do filme original. Para começar não haveria mais como repetir o charme da produção de 1954, nem reviver a época de ouro em que se passa o enredo do primeiro filme. Essa tentativa de modernizar aquela estória de amor soa completamente desnecessária, forçada, pouco convincente. Além disso temos que chamar a atenção para o óbvio, pois Julia Ormond nunca chegará aos pés de Audrey Hepburn e nem Harrison Ford tem o estilo cool de Humphrey Bogart. De Greg Kinnear então nem se fala. Alguém ousaria comparar ele com William Holden? Sydney Pollack é um excelente cineasta, nisso não restam dúvidas, porém esse tipo de roteiro exige uma certa ironia e classe que ele não tem e que sobrava em Billy Wilder. Assim o que fica de bom mesmo é apenas a produção, realmente classe A, a trilha sonora (o filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original) e a nostalgia do filme original. Todo o resto só prova que remakes, de uma forma em geral, são mesmo pura perda de tempo.

Pablo Aluísio.

A.I. Inteligência Artificial

Título no Brasil: A.I. Inteligência Artificial
Título Original: Artificial Intelligence: AI
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg, Ian Watson e Stanley Kubrick
Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, William Hurt, Frances O'Connor

Sinopse:
Em um mundo futurista, uma família decide comprar um androide em forma de garoto, de última tecnologia, com inteligência artificial, para suprir a ausência de um ente querido. Vendido como um super brinquedo a campanha promocional garante que esses “Super brinquedos Duram o Verão Inteiro”. O problema é que ele dura mais do que o esperado e depois é jogado literalmente fora em um depósito de lixo onde começará uma verdadeira aventura em busca de sua verdadeira humanidade.

Comentários:
Baseado no conto "Supertoys Last All Summer Long" de Brian Aldiss, o filme era um projeto muito pessoal do grande gênio do cinema, Stanley Kubrick. Para quem havia revolucionado o cinema de ficção nas décadas de 60 e 70, as expectativas criadas em torno do filme eram as melhores possíveis. Infelizmente o diretor morreu antes de ver concluído aquele que ele considerava ser potencialmente seu melhor momento no cinema. Depois de sua morte, até como uma forma de homenagear Kubrick, Steven Spielberg resolveu levar em frente o roteiro que havia sido escrito por ele. O resultado é por demais interessante, embora passe muito longe de ser considerado um clássico Sci-fi. Há ecos no argumento que nos lembram imediatamente de "Blade Runner", com seres artificiais que sonham um dia se tornarem humanos, de corpo e alma. A visão pessimista do futuro também se faz presente, em um mundo cheio de tecnologia mas socialmente caótico e violento. Cheio de excelentes efeitos digitais, "Artificial Intelligence: AI" é em suma uma bonita homenagem de Spielberg para seu mestre.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Milagre em Sta. Anna

Título no Brasil: Milagre em Sta. Anna
Título Original: Miracle at St. Anna
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Studios
Direção: Spike Lee
Roteiro: James McBride
Elenco: Derek Luke, Michael Ealy, Laz Alonso

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de soldados americanos negros precisam sobreviver a um mortal cerco de tropas nazistas na ocupação da Itália. Lá descobrem a fragilidade dos civis no meio do fogo cruzado e procuram ajudar eles a sobreviverem ao terrível front. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado a seis prêmios no Black Reel Awards.

Comentários:
Um dos mais diferenciados filmes assinados por Spike Lee. Aqui ele deixa sua Nova Iorque para ir até a Europa em plena Segunda Guerra Mundial. O cineasta quis mostrar o trabalho desenvolvido por um pelotão de soldados americanos negros no conflito e o marcante evento que ocorreu com eles durante aquela luta do outro lado do mundo. O interessante é salientar que embora estivessem lutando contra a ideologia racista da Alemanha Nazista, muitos militares americanos tinham uma mentalidade também racista, principalmente em relação aos negros. Alguns oficiais de alta patente acreditavam que os negros não eram bons combatentes e por isso eram designados para funções subalternas, como carregamento de equipamentos e mantimentos ou como auxiliares de cozinha e coisas do tipo. Outro fato histórico curioso também digno de se citar é que essa mentalidade não sobreviveria a guerras que aconteceriam depois, como a Guerra do Vietnã, onde a maioria dos soldados americanos eram negros! Assim Spike Lee usa o filme como instrumento de combate contra essa mentalidade obtusa. Felizmente não parece tão obcecado com a questão racial como em outros filmes seus. Aqui ele se contém e mantém um bom nível, se limitando muitas vezes a contar uma boa história. Certamente vale a pena conhecer esse retrato pouco conhecido da II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de maio de 2014

O Poderoso Chefão II

Título no Brasil: O Poderoso Chefão II
Título Original: The Godfather Part II
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo
Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall, Diane Keaton, John Cazale, Lee Strasberg 

Sinopse:
Nova Iorque. Década de 1920. Vito Corleone (Robert De Niro) é um imigrante italiano que tenta subir na vida na grande metrópole americana. Vindo de baixo, acaba sendo alvo de criminosos que querem extorquir e se aproveitar de seu pequeno negócio. Sem outra alternativa resolve reagir contra as injustiças, nascendo daí uma das mais poderosas famílias mafiosas dos Estados Unidos. 

Na outra linha narrativa, Michael Corleone (Al Pacino) começa a se envolver cada vez mais nas atividades ilícitas de seu clã, ao tentar ampliar os negócios dos Corleones através de Nevada e de Cuba, prestes a passar por uma grande revolução comunista. Filme indicado a onze prêmios da academia, sendo vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Roteiro (Francis Ford Coppola, Mario Puzo), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Considerado por grande parte da crítica americana como o melhor filme da saga "The Godfather", o que não deixa de ser curioso pois quando o projeto da produção foi anunciado nos anos 70 muitos criticaram a proposta, afinal de contas o primeiro filme foi considerado um clássico absoluto, uma obra de arte completa. Fazer uma continuação era visto como algo indigno. Para surpresa de toda essa gente o fato é que "The Godfather Part II" se mostrou um filme não apenas à altura do primeiro, mas também em certos aspectos bem superior. O roteiro, brilhantemente escrito por Francis Ford Coppola e Mario Puzo, não apenas se limitou a levar em frente o enredo do filme original, mas também desenvolveu de forma genial o passado de Vito Corleone, aqui interpretado de forma irrepreensível por Robert De Niro. 

Assim não são poucos os que acham que na realidade se trata de dois (grandes) filmes em apenas um só! O espectador acaba conhecendo as origens da família Corleone, mostrando que na realidade Don Vito era apenas um imigrante italiano tentando vencer na América honestamente e que precisou trilhar o caminho da violência para proteger seus entes queridos. Na outra linha narrativa o espectador também começa a ver a transformação de Michael Corleone (Pacino). Criado para se tornar o orgulho da família, afastado do lado criminoso de suas atividades, ele acaba ficando no meio do fogo cruzado por diversas circunstâncias que lhe fogem das mãos. Seu destino então se torna traçado a partir desses acontecimentos. Não restam dúvidas, o filme é de fato uma obra prima da sétima arte, um dos melhores da história do cinema americano. Simplesmente maravilhoso.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de maio de 2014

A Intérprete

Título no Brasil: A Intérprete
Título Original: The Interpreter
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Martin Stellman, Brian Ward
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener

Sinopse:
Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete a serviço da ONU que, sem querer, acaba ouvindo uma conversa secreta sobre um atentado à vida de um ditador africano. Descoberta, ela agora precisa sobreviver pois um grupo deseja tirá-la de circulação, em uma verdadeira operação de queima de arquivo. Para garantir sua vida, ela contará com o apoio do agente do FBI Tobin Keler (Sean Penn), um sujeito íntegro e honesto, que fará de tudo para deixá-la a salvo.

Comentários:
Foi extremamente criticado em seu lançamento. Um exagero, vamos convir. Na verdade se trata de um bom filme, com enredo bem escrito e que tenta de alguma forma inovar dentro do saturado gênero de thrillers de suspense. De certa forma há duas maneiras de encarar "The Interpreter". Primeiro se formos comparar com outros grandes filmes desse excelente cineasta Sydney Pollack. Sob esse ponto de vista de fato não se pode considerar um de seus mais brilhantes trabalhos. A outra maneira é fazer uma comparação com o que se produz no cinema americano atual. Nesse ponto o filme é um achado, já que a mediocridade impera atualmente no mercado cinematográfico, infelizmente. Credito grande parte do aspecto positivo da produção ao belo trabalho de atuação de Sean Penn, um ator muito politizado, que não aceita mais participar de bobagens nessa altura de sua carreira. E o filme, apesar das críticas que lhe fizeram, de fato não é uma bobagem, muito longe disso. Recomendo certamente, embora reconheça que nem todos vão gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

Tratamento de Choque

Título no Brasil: Tratamento de Choque
Título Original: Anger Management
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Peter Segal
Roteiro: David Dorfman
Elenco: Jack Nicholson, Adam Sandler, Marisa Tomei

Sinopse:
Dave Buznik (Adam Sandler) é um sujeito calmo e pacato que se envolve em um grande mal entendido durante uma viagem de avião. Para piorar ele precisa agora fazer um tratamento contra sua suposta raiva, só que o terapeuta indicado para isso, o Dr. Buddy Rydell (Jack Nicholson), parece ser bem mais doido do que ele próprio, completamente destemperado e dado a excessos de fúria incontrolada! E agora, como Dave escapará de uma situação delicada como essa?

Comentários:
Sou um fã assumido de Jack Nicholson. Considero um dos grandes atores vivos mas esse "Anger Management" não me agradou em nada. A impressão que tive foi que o roteiro explorou uma caricatura de Jack e ele por sua vez embarcou nessa canoa furada, muito provavelmente buscando por um sucesso comercial no mercado. Uma enorme bobagem. Nicholson certamente não precisava mais, naquela altura de sua carreira, pegar carona com a popularidade de gente tão medíocre como Adam Sandler! Afinal para que arranhar o próprio prestígio pessoal em prol de comediantes estúpidos e sem talento? O tal do Sandler não presta, essa é a verdade, sujeitinho que só consegue interpretar o mesmo papel - o dele mesmo - filme após filme, sem nenhuma novidade! Suas comédias idiotas  fazem sucesso? E daí? Porcarias comerciais fazem sucesso todos os anos, só não queremos que artistas da verdadeira arte se sujem ao se misturarem com esses imbecis. O problema é que Jack parece ter ficado incomodado pela pouca repercussão de bilheteria de seus últimos filmes e numa última cartada, por puro desespero, resolveu apelar para se tornar novamente comercialmente viável para os estúdios. Não deveria ter feito nada disso. No final o que ficou mesmo foi um constrangedor arranhão numa das mais brilhantes filmografias da história de Hollywood. Ignore de todas as formas!

Pablo Aluísio.

Sem Dor, Sem Ganho (2013)

Título no Brasil: Sem Dor, Sem Ganho
Título Original: Pain & Gain
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Elenco: Mark Wahlberg, Dwayne Johnson, Anthony Mackie, Ed Harris

Sinopse:
Daniel Lugo (Mark Wahlberg) resolve se unir a dois comparsas para sequestrar e extorquir um rico empresário de Miami. Lugo ganha a vida como personal trainer e trabalha numa academia de ginástica e musculação na cidade, onde acaba tendo contato com vários ricaços da cidade. E é justamente isso que ele deseja, poder, dinheiro e status. Assim parte em busca desses objetivos, apelando para a criminalidade, pois em sua ótica ele é um vencedor e merece muito mais da vida!

Comentários:
Filme baseado em um caso real. O curioso é que se trata de um grupo de fisiculturistas de Miami que decide apelar para o tudo ou nada, com o objetivo de ficarem ricos. O problema é que eles não possuem qualquer experiência no mundo do crime e acabam fazendo tudo errado. Esse filme consolida a boa fase que a carreira do ator Dwayne Johnson vem atravessando. Ao invés de outros brutamontes das telas que preferem estrelar produções B de ação, ele tem optado por ser coadjuvante em bons filmes, uma decisão que tem rendido ótimos momentos para o "The Rock" no cinema ultimamente. Some-se a isso o fato de ser um filme singular dentro da carreira do explosivo Michael Bay, que decidiu deixar os Transformers de lado para investir em um roteiro muito bem escrito, com doses finas de ironia e humor negro que se espalham por toda a trama. É aquele tipo de filme que lhe surpreende pois pela equipe técnica você não fica esperando por grande coisa mas acaba se divertindo bastante. Embora seja sobre um crime real o que temos aqui é algo bem humorado, por mais estranho que isso possa parecer à primeira vista. Certamente vale a recomendação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Leis da Atração

Título no Brasil: Leis da Atração
Título Original: Laws of Attraction
Ano de Produção: 2004
País: Inglaterra, Irlanda, Alemanha
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Peter Howitt
Roteiro: Aline Brosh McKenna, Aline Brosh McKenna
Elenco: Pierce Brosnan, Julianne Moore, Parker Posey

Sinopse:
Daniel Rafferty (Pierce Brosnan) e Audrey (Julianne Moore) são advogados ambiciosos especialiszados em divórcios milionários que acabam se apaixonando. Frios e calculistas acabam caindo de amores um pelo outro. Depois de um tempo se casam e os problemas não demoram a acontecer. E agora, como vão lidar com um provável divórcio, já que eles próprios ganham a vida realizando os divórcios de seus clientes?

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que só interessa por causa do carisma dos atores principais. Pierce Brosnan tenta trilhar seu próprio caminho, tentando fazer seu público esquecer que ele sempre será marcado pelo papel de James Bond. Julianne Moore, talentosa atriz, por sua vez, está segurando mais uma vez um roteiro fraco, sem surpresas. No geral o argumento brinca com o fato de que dois profissionais que vivem do fracasso do amor alheio, acabam eles próprios se apaixonando, tendo que enfrentar os mesmos desafios que seus clientes enfrentam. Uma comédia romântica passada no sisudo mundo dos advogados. Parece estranho? Sim, em termos, mas até que com um pouco de boa vontade, o espectador até se divertirá. A direção ficou com o cineasta Peter Howitt que sinceramente nunca fez algo que soe nada melhor do que isso, basta lembrar de outros filmes de sua autoria como "Johnny English" e "Ameaça Virtual". Agora em 2014 ele está tentando decolar novamente, com filme novo na praça, "Um Álibi Perfeito", que ainda não assisti. Vamos ver se ele conseguiu finalmente sair do lugar comum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Touro Indomável

Título no Brasil: Touro Indomável
Título Original: Raging Bull
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Martin Scorsese, Joseph Carter
Elenco: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci

Sinopse:
Tudo o que deseja Jake La Motta (De Niro) para sua vida é vencer no concorrido mundo do boxe. Sujeito explosivo, de temperamento mercurial, ele quer chegar no auge, com todo o poder, dinheiro e mulheres que conseguir. Após um começo de carreira promissor o boxeador começa a entender que nem tudo parece caminhar como ele havia planejado. Pior para seu irmão, Joey (Joe Pesci) e a garota de seus sonhos, a adolescente Vickie (Cathy Moriarty), que terão que suportar ao seu lado a inevitável queda do vaidoso esportista. Filme indicado a seis prêmios da academia, se tornando vencedor nas categorias de Melhor Ator (Robert De Niro) e Melhor Edição. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor ator (Robert De Niro).

Comentários:
Alguns filmes definem toda a carreira de um grande ator. Olhando sob esse ponto de vista "Raging Bull" define o intérprete Robert De Niro. No auge de sua criatividade e talento dramático ele se uniu a outro gênio, Martin Scorsese, para contar a história de declínio e glória do boxeador Jake LaMotta, desde seus primórdios, quando se deliciou do status, dinheiro e sucesso das vitórias até sua queda final, quando sentiu o amargo gosto da sarjeta. Se não fosse baseado em fatos reais poderíamos até dizer que esse filme havia sido inspirado em alguma tragédia da pena de William Shakespeare, tamanha a sua carga dramática! Com maravilhosa fotografia em preto e branco e com Scorsese em momento inspirado o filme não poderia ser menos do que uma verdadeira obra prima do cinema, sempre reverenciado e incluído naquelas listas do tipo "Os 100 Melhores Filmes de Todos os Tempos". Curiosamente o próprio De Niro pagaria um pouco caro pelo seu amor à arte. Ao emagrecer e engordar tanto para incorporar seu personagem ele chegou até mesmo a ter sérios problemas de saúde na época. Foi um preço justo a se pagar, já que acabou sendo premiado nos dois maiores prêmios do cinema americano, o Oscar e o Globo de Ouro. Em ambos os casos sua premiação foi mais do que merecida, uma unanimidade tanto de público como de crítica! Esse é sem dúvida um momento essencial e obrigatório na vida de todo e qualquer cinéfilo que se preze! Uma aula de direção e interpretação em um filme realmente inesquecível.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Uma Secretária de Futuro

Título no Brasil: Uma Secretária de Futuro
Título Original: Working Girl
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Kevin Wade
Elenco: Melanie Griffith, Harrison Ford, Sigourney Weaver, Joan Cusack

Sinopse:
Tess McGill (Melanie Griffith) é uma secretária ambiciosa que trabalha em um escritório que lida com o mercado de ações. Seus superiores dentro da empresa são os executivos Jack Trainer (Harrison Ford) e sua noiva, a arrogante e poderosa Katharine Parker (Sigourney Weaver). Quando essa precisa se afastar do trabalho por causa de um acidente, Tess vê sua grande oportunidade de mostrar seu valor para Jack. Mas será que conseguirá sobreviver ao jogo de ambições e poder de Wall Street? Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz (Melanie Griffith), Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack e Sigourney Weaver), Melhor Direção e Melhor Canção. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme (Comédia ou Musical), Melhor Atriz (Melanie Griffith), Melhor Atriz Coadjuvante (Sigourney Weaver) e Melhor Canção.

Comentários:
Recentemente assistindo a um programa sobre os anos 80 na TV a cabo vi uma generosa referência a esse "Working Girl", mostrado no especial como um dos filmes símbolos daquela década. Muito curioso, já que no Brasil achei sua repercussão bem mediana. Pelo visto os próprios americanos parecem ter uma visão bem mais marcante dessa produção do que o resto do mundo. De certa forma isso reflete uma identificação maior entre o enredo do filme e a população daquele país - especialmente a feminina - que vivenciou todas aquelas mudanças no mercado de trabalho que o texto do filme procura explorar. De certa forma é uma alegoria, uma revisão das antigas produções que tinham como eixo central os costumes e os relacionamentos amorosos, principalmente dentro do ambiente de trabalho. Isso acabou se refletindo no Oscar quando foi indicado a seis prêmios, levando apenas um, como Melhor Canção (Carly Simon - "Let the River Run"). No Globo de Ouro foi um dos grandes vencedores da categoria Comédia - Musical. Revisto hoje em dia vários pontos parecem bem datados mas até que o filme de um modo em geral envelheceu bem. O elenco está em ótima sintonia e isso ajudou a sobreviver bem ao tempo. A direção de Mike Nichols também é primorosa ao explorar a ambição e a competividade sem qualquer ética dentro daquele tipo de empresa. Afinal aquela geração yuppie foi considerada uma das mais agressivas da história, a tal ponto que conseguiu quebrar inclusive o próprio mercado de ações no final da década. Assista e procure entender os mecanismos que giravam ao redor daqueles executivos gananciosos ao extremo.

Pablo Aluísio.

Blade Trinity

Título no Brasil: Blade Trinity
Título Original: Blade Trinity
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: David S. Goyer
Roteiro: David S. Goyer, Marv Wolfman
Elenco: Wesley Snipes, Kris Kristofferson, Parker Posey, Ryan Reynolds

Sinopse:
Blade (Wesley Snipes) é um vampiro que precisa conter os planos de seus semelhantes para dominar o mundo, pois ainda acredita na humanidade. Sua posição obviamente atrai a ira das criaturas da noite que a partir desse momento o elegem como o inimigo número um dos vampiros ao redor do planeta. Para sobreviver Blade irá contar a ajuda de dois humanos que se tornam seus aliados, Abigail Whistler (Jessica Biel) e Hannibal King (Ryan Reynolds).  

Comentários:
Terceira aventura de Blade nos cinemas. Aqui a ação é ainda mais acentuada, uma sugestão dada pelo ator Wesley Snipes aos produtores. O elenco de apoio foi reformulado com a introdução da atriz Jessica Biel e do "Lanterna Verde" Ryan Reynolds. Apesar disso considero o mais fraco da franquia e isso em todos os aspectos. A direção de arte deixa claro que está se inspirando nos filmes da série "Resident Evil" - e isso fica muito óbvio nos cenários e figurinos, por exemplo - e o roteiro não consegue despertar muitas surpresas (na verdade nenhuma, já que é uma verdadeira miscelânea dos primeiros filmes). O curioso é que a produção até teve um orçamento generoso, só que infelizmente grande parte dele foi gasto no cachê milionário pedido por Wesley Snipes para voltar ao papel que o consagrou. No saldo geral, como já salientei, é um "Blade" de rotina, sem maiores novidades. Só recomendado para quem gostou muito das produções anteriores e quer fechar a trilogia completa. Para os demais nada demais realmente, podendo ser dispensado sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Capitão América 2 - O Soldado Invernal

Título no Brasil: Capitão América 2 - O Soldado Invernal
Título Original: Captain America - The Winter Soldier
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans, Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson, Robert Redford, Sebastian Stan

Sinopse:
Depois de ser trazido de volta, o Capitão América (Chris Evans) tem novos desafios, entre eles o resgate de um grupo de reféns de um navio sob controle de terroristas e criminosos internacionais. Trabalhando ao lado de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e os agentes da SHIELD, o herói tenta se adaptar aos novos tempos até que algo parece ter saído fora do controle. Fury sofre um terrível atentado à sua vida e a organização parece ter sido infiltrada por agentes do mal. Estaria a antiga agência nazista Hidra por trás desses acontecimentos?

Comentários:
No geral foi uma boa surpresa. Há tempos que já venho ficando meio cansado desse tipo de diversão blockbuster. Em minha opinião os filmes de super heróis estão, com seu grande sucesso, asfixiando um pouco o cinema mais sério e comprometido. Mas temos que reconhecer que o cinema americano é antes de tudo uma indústria de massa e filmes como esse precisam existir. Esse aqui até que tenta ser bem mais inteligente que os demais. Tem uma trama mais bem elaborada, um roteiro mais bem escrito, muitas cenas de ação de tirar o fôlego e, é claro, vilões bacanas. O interessante é que o Capitão América nunca foi conhecido por ter uma boa galeria de vilões mas os roteiristas deram um jeito e aqui temos dois bons personagens. O primeiro deles pratica suas vilanices em um nível mais intelectual. Estou em referindo ao papel de Alexander Pierce, interpretado por Robert Redford, que aliás é o responsável por algumas das melhores cenas do filme. O outro faz mais o gênero força bruta, um super soldado tal como o próprio Steve Rogers, só que sem memória, como se fosse um Robocop do universo Marvel. Curiosamente o Capitão passa sufoco, não para vencer os bandidos, mas sim para não ter o filme roubado por Nick Fury - na pele mais uma vez de Samuel L. Jackson. Por que digo isso? Ora, basta assistir ao filme. Fury tem inclusive a melhor cena de ação da película quando é perseguido pelas ruas por falsos policiais que abrem chumbo quente contra seu carro. Outra que quase rouba a cena para si é a agente da SHIELD Natasha Romanoff, interpretada pela bela Scarlett Johansson. Com tantos bons partners o Capitão ficou meio ofuscado mas tudo bem pois quem acabou ganhando mesmo no final das contas foi o espectador. Uma aventura redondinha que, livre das amarras de contar a origem do herói, conseguiu chegar no ponto certo entre o puro entretenimento pipoca e a extrema competência técnica para sua realização. Pode assistir sem maiores receios, a diversão certamente estará garantida.

Pablo Aluísio.