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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Um Momento, Uma Vida

Título no Brasil: Um Momento, Uma Vida
Título Original: Bobby Deerfield
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Erich Maria Remarque, Alvin Sargent
Elenco: Al Pacino, Marthe Keller, Anny Duperey

Sinopse:
Bobby Deerfield (Al Pacino), um famoso piloto americano de corridas, disputa prêmios no circuito europeu de velocidade e acaba se apaixona pela enigmática Lillian Morelli (Marthe Keller). Só que sua felicidade não vai durar muito pois infelizmente ela está com uma doença terminal.

Comentários: 
Um filme esquecido do Al Pacino, lançado logo após o grande sucesso de "Um Dia de Cão". No aspecto puramente esportivo não vá esperando por muita coisa. Embora o filme tenha captado o circo da Fórmula 1 da época, o que sempre é interessante para quem é fã desse esporte, esse aspecto não é o que importa no desenvolvimento da história. Esse é na verdade um drama romântico com pitadas de tragédia. Tudo é muito bonito, lindamente fotografado, com aquelas tomadas muito românticas de pôr do sol europeu, mas nada vai muito além disso. Al Pacino está bem e convence plenamente como um Romeu moderno, muito apaixonado pela mulher que ama, mas sabendo que esse, a longo prazo, será um romance simplesmente impossível de se consolidar. Então ele tenta viver o momento, da melhor forma que seja possível. Enfim, bom filme, merece ser recuperado do esquecimento onde se encontra atualmente. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Nosso Amor de Ontem

Título no Brasil: Nosso Amor de Ontem
Título Original: The Way We Were
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Arthur Laurents, Francis Ford Coppola
Elenco: Robert Redford, Barbra Streisand, Bradford Dillman, Patrick O'Neal, Murray Hamilton, Diana Ewing

Sinopse:
Dois jovens se conhecem na universidade e no começo não se dão muito bem. Ela é uma universitária ativista, muito ligada em política, enquanto ele é um cara bonitão, atleta e ligado em esportes. Ainda assim após um tempo começam a namorar. E depois de alguns anos na marinha ele retorna, tempos depois, para tentar reconstruir aquele belo relacionamento. 

Comentários:
Um filme romântico com aquele estilo dos velhos tempos. A publicidade dessa produção na época se baseou muito na união, pela primeira vez no cinema, de Robert Redford e Barbra Streisand, Duas pessoas bem diferentes. Ela era a preferida da crítica, representante jovem da classe artística judaica de Nova Iorque em Hollywood. Redford era o golden boy da indústria, um galã muito popular, o representante máximo do estilo dos antigos galãs made in USA. Curiosamente, embora tão diferentes em estilos, funcionaram perfeitamente no filme. Há química real nesse casal em cada cena. A trilha sonora também é muito boa, obviamente tendo a música tema do filme sendo cantada pela própria Barbra Streisand. Alguns dizem que o filme ficou com um estilo um pouco pesado demais, um dramalhão romântico um pouco fora do tom. Não penso assim. Assisti e apreciei o estilo do filme, sem dúvida um belo momento nas carreiras dessas duas grandes estrelas da história do cinema norte-americano. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Três Dias do Condor

Nesse clássico filme de espionagem, o ator Robert Redford interpreta um escritor que vai trabalhar como pesquisador na CIA, a agência de inteligência do governo dos Estados Unidos. Sua principal função é ler livros, jornais e revistas para descobrir se existe algum vazamento sobre operações da agência. Depois de captar algo nessas publicações, ele precisa enviar suas conclusões em relatórios para seus superiores. Só que algo dá muito errado. Toda a equipe que trabalha acaba sendo assassinada por agentes da própria CIA. O único que sobrevive é justamente ele, com o codinome de Condor. Depois dessa série de mortes, ele precisa sobreviver de alguma forma enquanto tenta entender o que está acontecendo, porque nem mesmo ele sabe o motivo de tantas mortes. A CIA parece disposta a ir em frente executando todos os envolvidos. Para isso, ela contrata até mesmo assassinos profissionais como o personagem interpretado pelo ótimo ator Max Von Sydow. 

Filme muito bom, escrito, dirigido e produzido na década de 1970, tempo de grandes obras cinematográficas. Por essa época, a CIA foi perdendo sua áurea de grande órgão governamental por causa das inúmeros missões ilegais em que se envolvia. Não raro aconteciam supostos assassinatos e mortes misteriosas envolvendo a agência. E nada era muito bem esclarecido para o povo americano. Jogo sujo. O filme tem uma excelente trama baseada em um romance popular da época. A única crítica maior que eu teria a essa boa produção  vem do romance que surge entre os personagens de Robert Redford e Faye Dunaway. Essa tentativa de ganhar simpatia do público feminino, aproveitando a fama de galã do ator Robert Redford, me soou completamente fora do padrão do resto da história. É forçado o romance e pouco verossímil. Tirando isso, não teria mais nada de mal de falar do filme. É realmente uma excepcional história sobre o mundo subterrâneo da espionagem e seus bastidores sujos. Um filme para se ter na coleção.

Três Dias do Condor (Three Days of the Condor, Estados Unidos, 1975) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: David Rayfiel, James Grady / Elenco: Robert Redford, Faye Dunaway, Max Von Sydow, Cliff Robertson / Sinopse: Pesquisador da agência de inteligência dos Estados Unidos, passa a ser caçado por agentes do governo sem saber exatamente a razão disso acontecer. O pior de tudo é que todos os membros da equipe em que trabalhava foram mortos de forma misteriosa.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

A Defesa do Castelo

Título no Brasil: A Defesa do Castelo
Título Original: Castle Keep
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Daniel Taradash
Elenco: Burt Lancaster, Patrick O'Neal, Jean-Pierre Aumont, Peter Falk, Bruce Dern

Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial um pequeno pelotão de soldados americanos liderados pelo Major Abraham Falconer (Burt Lancaster) é enviado para defender um castelo na Bélgica, uma propriedade rica e luxuosa pertencente ao Duque de Maldorais (Jean-Pierre Aumont). O lugar é de vital importância estratégica pois fica no caminho usado pelos alemães para chegar em Ardenas, onde se travaria a última das grandes batalhas do histórico conflito. Roteiro baseado na novela escrita por William Eastlake. 

Comentários:
Esse é um caso interessante. Apesar de ser um filme americano, dirigido por um cineasta também norte-americano, temos um resultado que mais se assemelha a um filme europeu da época. Pollack nitidamente segue os passos dos grandes diretores europeus, procurando seguir as mesmas técnicas narrativas e os mesmos enfoques cinematográficos que prevaleceram no velho continente. A própria forma de narrar a história reflete isso. Os cortes são muitas vezes inesperados e ao contrário do que sempre aconteceu nas grandes produções americanas de guerra não há interesse em mostrar tudo em detalhes, mas sim de forma indireta, de acordo com a percepção de cada soldado daquele pelotão do exército americano. Com isso a fidelidade história é deixada um pouco de lado, dando prioridade no desenvolvimento de cada personagem. O Major Falconer (Burt Lancaster) é um militar linha dura que pretende seguir o regulamento à risca, embora deslize de vez em quando (principalmente ao se envolver romanticamente com a própria esposa do duque dono do castelo). O Sargento Rossi (Peter Falk) está cansado da guerra e sonha em ser um padeiro na Europa, para viver uma vida simples, mas feliz. Já o soldado raso Piersall Benjamin (Al Freeman Jr.) sonha em ser escritor após a guerra, para narrar suas experiências vividas (na verdade esse personagem é o próprio autor do livro que deu origem ao filme, William Eastlake). Com belas locações e uma linha narrativa fragmentada, "Castle Keep" passa longe de ser um filme de guerra convencional, porém vale bastante a pena pelas ousadias que ousa cometer. Uma pequena obra-prima que merece ser redescoberta pelos cinéfilos apreciadores de filmes clássicos.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de novembro de 2020

O Jogador

Título no Brasil: O Jogador
Título Original: The Player
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Avenue Pictures
Direção: Robert Altman
Roteiro: Michael Tolkin
Elenco: Tim Robbins, Greta Scacchi, Whoopi Goldberg, Dean Stockwell, Fred Ward, Sydney Pollack

Sinopse:
Um executivo de um grande estúdio de Hollywood passa a receber ameaças de morte de um escritor e roteirista cujo roteiro ele rejeitou no passado. O problema é descobrir quem seria essa pessoa, afinal de contas ele recusou centenas e centenas de roteiros ao longo de sua vida. Era parte de seu trabalho analisar roteiros todos os dias.

Comentários:
Robert Altman usou esse filme para, adivinhe? Isso mesmo, criticar Hollywood, seu sistema e o esquema dos grandes estúdios, onde imperavam (ou imperam) a vontade de produtores que pouco sabem ou conhecem sobre arte. E é desnecessário lembrar que o próprio Altman foi vítima desse sistema por anos e anos. Não foi à toa que ele se tornou muito cedo um cineasta independente. E as coisas, como se sabe, só pioraram nos anos 90 porque foi nessa década que o controle acionário dos estúdios de Hollywood foram parar nas mãos de magnatas de outros setores da economia. A Columbia, por exemplo, foi comprada por executivos japoneses. A decisão sobre a produção de filmes passou a ser feita apenas por homens de negócios. A Academia entendeu o recado e indicou o filme ao Oscar nas categorias de melhor direção, roteiro e edição. Não venceu, mas no Globo de Ouro acabou sendo premiado como melhor filme - comédia ou musical. Premiação mais do que justa. E deixando todas essas questões de lado, é inegável reconhecer que esse filme, ainda hoje muito lembrado pelos admiradores do cineasta, foi sem dúvida um dos melhores filmes da fase final de sua rica e produtiva filmografia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Mais Forte Que a Vingança

Um western bem peculiar que foca muito mais em momentos reflexivos (principalmente nas cenas passadas no alto das montanhas, em gélida desolação, praticamente sem diálogos ou script) do que em cenas de ação e violência. Essa é a grande impressão que fica no espectador após assistir a esse diferente "Jeremiah Johnson", filme que procurou trazer uma nova perspectiva para os filmes de faroeste. A trama é das mais interessantes. Um veterano de guerra resolve partir para viver nas regiões mais inóspitas e geladas do distante território americano de Utah. Lá começa uma nova vida, completamente sozinho e afastado da civilização. Vivendo basicamente do que consegue caçar, seu isolamento é quebrado quando finalmente entra em contato com nativos americanos que ousam atravessar a região. Toma contato com uma indígena e acaba se tornando responsável por seu pequeno filho, bem no meio entre novos conflitos entre brancos e indígenas. A trama foi baseada em fatos reais, na vida de um montanhês desconhecido que viveu na mesma região no século XIX.

Uma excelente produção, com direção inspirada e corajosa de Sydney Pollack que encarou uma filmagem muito complicada, com equipe técnica e elenco trabalhando sob condições climáticas adversas. Inicialmente o projeto foi desenvolvido para ser estrelado por Clint Eastwood e dirigido pelo mestre Sam Peckinpah. Com a saída deles assumiu Pollack que procurou trazer a maior veracidade possível ao filme, indo para as locações distantes e desoladas. O curioso é que o ator Robert Redford acabou se apaixonando pelo local, chegando ao ponto de comprar uma vasta propriedade na região, onde mantém a natureza praticamente intacta, como forma de preservação ambiental. O argumento do roteiro é bem simples de entender pois mostra um homem branco inserido dentro do vasto território do oeste onde os próprios índios tentam também sobreviver, mostrando que tantos brancos como indígenas não deveriam lutar entre si mas sim unir forças para construir aquela nova nação que nascia naquele momento. Nesse aspecto foi um dos primeiros filmes de western socialmente conscientes do cinema americano, mostrando a insanidade da guerra e as consequências negativas da intolerância entre as raças.

Mais Forte Que a Vingança (Jeremiah Johnson, EUA, 1972) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: Raymond W. Thorp, baseado no livro escrito por Vardis Fisher / Elenco: Robert Redford, Will Geer, Delle Bolton / Sinopse: Homem branco, Jeremiah Johnson (Robert Redford), decide ir para o alto das montanhas para viver isolado da civilização e lá entra em contato com povos nativos americanos. Filme indicado no Cannes Festival na categoria de Melhor Direção (Sydney Pollack).

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de abril de 2019

Revanche Selvagem

Após passar todo o inverno capturando animais selvagens para extrair suas peles, o caçador Joe Bass (Burt Lancaster) se vê encurralado por um grupo de índios das montanhas. Eles lhe dão uma alternativa: trocar as peles por um negro que tinham capturado. Obviamente Bass não tem nenhum interesse em possuir um escravo mas como fica sob ameaça de arcos e flechas não vê outra alternativa a não ser aceitar a “proposta” dos indígenas. Feita a troca eles vão embora e Bass se torna o dono de Joseph Lee (Ossie Davis), um negro que pensa ser um comanche (havia sido criado por essa tribo). O fato porém é que Bass não desistirá de suas peles tão facilmente assim e parte no encalço dos índios esperando pela oportunidade de roubar a carga sem que eles percebam. Para seu infortúnio porém antes que isso aconteça os índios são atacados por um grupo de renegados liderados por Jim Howie (Telly Savalas). A especialidade deles é a matança de indígenas pois há uma recompensa paga pelo governo do território por cada escalpo que eles conseguirem. Assim que matam os índios eles tomam posse das peles de Bass que agora terá que enfrentá-los para reaver o que é seu de direito.

“Revanche Selvagem” é um excelente western que foi bem subestimado em sua época e continua a ser pouco conhecido pelos fãs do gênero. Apesar da sinopse dar a entender de que se trata de um faroeste ao velho estilo, o filme já apresenta um tom mais leve onde se mesclam cenas de lutas e tiroteios com pequenas partes de puro humor. A relação entre Bass (Lancaster) e o escravo Lee, por exemplo, rende bons momentos e ótimos diálogos. O negro pensa ser um índio comanche, apesar de todas as evidencias em contrário. Ossie Davis que interpreta esse personagem está muito bem. Outro destaque é Telly Savalas, ator que ficou famoso por causa da série Kojak, grande sucesso da TV americana na década de 70. Ele lidera um grupo de ladrões, assassinos e facínoras em geral que vagam pelos campos em busca de índios, cujos escalpos são trocados por recompensas pagas (“o mais vil serviço do velho oeste” segundo as palavras do personagem de Lancaster). Shelley Winters se despe de vaidades e faz a mulher de Telly Savalas, já um tanto farta das viagens intermináveis no meio do nada. Enfim, “Revanche Selvagem” merece ser redescoberto. Seu bom roteiro, as boas atuações e a direção do sempre ótimo Sydney Pollack garantem ainda mais a sessão.

Revanche Selvagem (The Scalphunters, EUA, 1968) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: William W. Norton / Elenco: Burt Lancaster, Shelley Winters, Telly Savalas, Ossie Davis / Sinopse: Caçador de peles das montanhas (Lancaster) passa por muitos conflitos para reaver as peles que foram tomadas por índios selvagens em troca de um escravo negro.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Cavaleiro Elétrico

“Cavaleiro Elétrico” conta a estória do cowboy de rodeios Sonny Steele (Robert Redford). Envelhecido e entregue ao alcoolismo o velho campeão vive agora uma rotina de desilusão e falta de esperanças. Contratado por uma agência de publicidade ele se limita a fazer aparições em eventos e shows apenas para promover a marca que lhe paga seu salário. De Cowboy e campeão passa a condição de um mero garoto-propaganda! Obviamente que tudo isso acaba mexendo com sua cabeça. Longe das competições e da glória só lhe resta agora viver do passado em um presente inglório e sem perspectivas. Seu destino porém muda quando ele fica indignado pelo tratamento dado a um cavalo puro sangue de 12 milhões de dólares. O animal é sistematicamente drogado e espancado para agir de acordo com o que exige o show. Procurando por redenção decide então jogar tudo para o alto com o objetivo de libertar o cavalo e o devolver para a natureza selvagem. Seu plano é levar o cavalo para os campos sem fim do estado americano de Utah! E não é complicado entender a razão. O animal de certa forma acaba se tornando seu próprio espelho, pois o velho cowboy também não suporta mais aquela rotina massacrante dos rodeios falsos de Las Vegas, da roupas espalhafatosas e ridículas e do circo que se cria ao seu redor.

Como se pode perceber o filme é uma homenagem ao espírito e estilo de vida dos cowboys americanos (os verdadeiros, não os falsos do mundo do entretenimento). O personagem interpretado por Robert Redford demonstra muito bem isso. Ele simplesmente não agüenta mais viver em um mundo completamente falso que tenta imitar de forma patética a figura mitológica do cowboy real. Vestindo um figurino absurdo e desconfortável (uma das roupas chega a ser toda enfeitada com luzinhas de natal), ele chega ao seu limite. Após dar um basta em tudo ganha o campo aberto, a natureza, ao lado do cavalo que ele deseja devolver para a liberdade em seu meio natural.

Obviamente por se tratar de um animal tão valioso ele logo se torna um procurado da justiça e da lei. Robert Redford encarna com perfeição o chamado “homem de Marlboro”. Ao seu lado também em estado de graça surge Jane Fonda, que vive uma jornalista que fica completamente intrigada pela estória toda de Sonny e o cavalo Rising Star. No fundo “Cavaleiro Elétrico” trata sobre o valor da liberdade e da impossibilidade de sermos o que não somos. Um argumento muito sensível e verdadeiro que merece ser redescoberto pelas novas gerações de cinéfilos.

Cavaleiro Elétrico (The Electric Horseman, EUA, 1979) Direção: Sydney Pollack / Roteiro: Robert Garland, Paul Gaer / Elenco: Robert Redford, Jane Fonda, Valerie Perrine, Willie Nelson, John Saxon / Sinopse: Velho cowboy (Robert Redford) sobrevive como garoto-propaganda em eventos de Las Vegas até decidir libertar um cavalo puro sangue. Perseguido pela polícia e autoridades ele ganha o campo aberto ao lado de uma jornalista (Jane Fonda) para libertar o animal.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de junho de 2017

Enigma de uma Vida

O filme começa com Ned Merrill (Burt Lancaster) chegando na casa de amigos, vizinhos, velhos conhecidos. Há muito tempo que ele não aparecia por lá. A recepção é a melhor possível. É um domingo pela manhã, lindo dia de sol. Ned está animado para nadar na piscina da casa deles. Ele parece estar com ótimo humor, uma pessoa de bem com a vida. Entre conversas triviais ele fica sabendo que a maioria das casas vizinhas agora possuem sua própria piscina. É uma longa caminhada de Ned até chegar na sua residência, então ele decide fazer uma coisa inusitada: nadar em todas as piscinas que encontrar, até chegar em sua casa. Ele quer, em suas próprias palavras, chegar nadando até lá!

Então sem perder muito tempo Ned começa sua estranha jornada. Apenas com calção de banho, ele vai indo de casa em casa, pedindo licença aos moradores, para dar uma bela nadada em suas piscinas. No começo tudo parece bem fútil e até mesmo bobo, porém conforme Ned vai reencontrando velhos amigos e pessoas de seu passado, sua própria vida vai se revelando nessa sua caminhada. Ele revê sua antiga amante, uma mulher amargurada que está decidida a não mais cair em seus braços, também reencontra a babá de seus filhos, uma garota que agora está com 20 anos e que confessa que na adolescência havia criado uma paixão platônica avassaladora por ele. Cada uma dessas pessoas vai deixando uma marca em Ned. Ele porém não encontra apenas pessoas amigáveis, pelo contrário, também se vê diante de inimizades, moradores ricos e esnobes e gente que o trata mal.

Olha, o roteiro desse filme clássico "Enigma de uma Vida" pode até parecer bem simples numa visão superficial. Porém conforme o enredo vai se desenvolvendo percebemos que há muito mais por trás de sua suposta singeleza. O personagem interpretado por Burt Lancaster parece otimista e cheio de vida no começo do filme, mas quando começa sua jornada pelas piscinas da vizinhança ele começa a cair, sofrer ataques de pessoas que tinham alguma mágoa ou contas a acertar com ele e assim sua animação vai se esvaziando conforme ele avança. Lancaster já não era um garotão quando fez esse filme, mas estava em ótima forma física. Ele mescla uma atuação mais física com ótimos momentos em que demonstra grande talento dramático.

O título original do filme em inglês, que significa "o nadador" (The Swimmer), pode até dar a impressão que o protagonista só quer cumprir uma tarefa bem boba, auto imposta por ele mesmo, porém ao encontrar seus vizinhos e pessoas do passado, sua própria vida vai se revelando. O roteiro é assim uma verdadeira metáfora da vida do personagem. A vida começa cheia de esperanças, otimismo e alegria. Conforme o tempo vai passando e sofremos perdas, decepções, revezes e infortúnios, o sol que brilhava tanto já não brilha mais. Por isso a cena final é toda passada em uma grande chuva torrencial. Quando ele finalmente bate a porta de sua antiga casa, tudo é revelado. Em suma, ótima filme em roteiro que surpreende por sua profundidade (até mesmo filosófica). Uma verdadeira obra prima, para dizer a verdade.

Enigma de uma Vida (The Swimmer, Estados Unidos,1968) Direção: Frank Perry, Sydney Pollack / Roteiro: Eleanor Perry, John Cheever / Elenco: Burt Lancaster, Janet Landgard, Janice Rule / Sinopse: Ned Merrill (Burt Lancaster), um morador da região, decide fazer uma maratona nas piscinas de seus vizinhos. O que inicialmente parece ser uma grande bobagem acaba se revelando um momento de reflexão sobre sua vida, seu passado e as pessoas que conheceu ao longo de todos esses anos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Destinos Cruzados

Título no Brasil: Destinos Cruzados
Título Original: Random Hearts
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Darryl Ponicsan
Elenco: Harrison Ford, Kristin Scott Thomas, Charles S. Dutton, Sydney Pollack, Peter Coyote, Richard Jenkins
  
Sinopse:
Após a morte de sua esposa em um acidente de avião, o policial William Van Den Broeck (Harrison Ford) resolve investigar mais a fundo. Entre outras coisas descobre que ela entrou no avião usando um nome falso, se fazendo passar por esposa de um advogado chamado Cullen Chandler (Peter Coyote). Ele, por sua vez, já era um homem casado, com Kay Chandler (Kristin Scott Thomas), candidata ao senado dos Estados Unidos. Ao seguir em frente, Broeck descobre que pode ter havido uma conspiração política envolvendo o acidente fatal.

Comentários:
Um bom filme, baseado no romance policial escrito por Warren Adler. Os livros desse autor seguem basicamente uma fórmula, onde um acontecimento que parece ser banal revela-se na verdade algo muito mais sinistro e complexo. Muitos podem pensar que é mais um daqueles filmes burocráticos que Harrison Ford rodou em sua longa filmografia. De certa maneira há um fundo de verdade nessa visão, principalmente por causa do estilo mais quadrado e convencional de se contar esse enredo. O filme porém se salva do lugar comum por causa da direção do mestre Sydney Pollack. Certamente essa fita passa longe de ser um dos seus melhores trabalhos no cinema, principalmente pelo fato de ser rotineiro, porém ele conseguiu imprimir uma bela edição e uma bonita fotografia ao filme como um todo, além de também aproveitar para atuar um pouquinho, algo raro em sua carreira. A trama, que segue interessante até o fim, também compensa o tempo que você levará para assistir a esse filme. Enfim, entre mortos e feridos até que o saldo é bem positivo. Uma diversão inteligente, acima de tudo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Tootsie

Título no Brasil: Tootsie
Título Original: Tootsie
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Larry Gelbart, Murray Schisgal
Elenco: Dustin Hoffman, Jessica Lange, Teri Garr

Sinopse: 
Michael Dorsey (Dustin Hoffman) é um ator desempregado que decide fazer algo radical para finalmente encontrar um trabalho. Ele inventa uma personagem feminina, Dorothy Michaels, conhecida carinhosamente como Tootsie e cai nas graças da mídia que a transforma em uma sensação de popularidade. E agora, como Dorsey revelará seu grande segredo?

Comentários:
"Ele é Tootsie. Ela é Dustin Hoffman!". Foi essa a frase usada no marketing desse divertido, delicioso e muito bem humorado filme. Dustin Hoffman em excelente atuação causou impacto na época por ter desenvolvido uma brilhante caracterização de uma mulher. Sob forte maquiagem (muito bem feita aliás), Hoffman surpreendeu pelos detalhes que certamente fizeram toda a diferença. Longe da caricatura o ator surpreendeu a todos. O interessante em "Tootsie" porém é que o roteiro não fica apenas apoiado na transformação de Hoffman mas também investe de forma muito talentosa na parte dramática do enredo. É acima de tudo um argumento muito bem escrito, desenvolvido e executado. Outro destaque do elenco vem com Jessica Lange, fazendo muito bem a transição de starlet para atriz séria, reconhecida por seu talento em cena. Seu Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante foi muito merecido. Por fim vale destacar o fato de que "Tootsie" é o filme mais singular da carreira do cineasta Sydney Pollack. Diretor de filmes sérios, de temáticas complexas como, por exemplo, "Três Dias do Condor", ele aqui abriu espaço para o bom humor, a simpatia e o romance. Um marco certamente em sua carreira.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Havana

Título no Brasil: Havana
Título Original: Havana
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Judith Rascoe
Elenco: Robert Redford, Lena Olin, Alan Arkin

Sinopse:
Jack Weil (Robert Redford) é um jogador profissional americano que chega a Cuba em dezembro de 1958 para organizar uma milionária partida de poker entre figurões locais e turistas endinheirados. O que parece ser um promissor evento porém se torna uma arapuca por causa do instável quadro político do país. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Música Original (Dave Grusin). Também indicado ao Globo de Ouro na mesma categoria.

Comentários:
Realizando um pequeno revival sobre os anos 1990 chegamos nesse esquecido "Havana". Muito provavelmente tenha sido o último filme em que Robert Redford explorou exclusivamente o seu lado de galã de cinema. Como todos sabemos o tempo passa, a idade chega e de repente os atores que construíram suas carreiras sendo galãs perdem o prazo de validade e são trocados por outros, bem mais jovens. Não é o caso de Robert Redford que em sua longa filmografia soube muito bem construir excelentes atuações, dirigindo e produzido bons filmes, muito embora também tenha usufruído de sua boa aparência, surgindo muitas vezes como mero galã em determinadas películas. Esse "Havana" foi sua despedida nesse tipo de trabalho. O filme é muito bonito, tem ótimas cenas de pôr de sol,  com excelente fotografia, mas derrapa ao adotar um mundo que nunca existiu. A Havana onde o personagem de Robert Redford transita é mera peça de ficção. O cenário assim funciona apenas para um enredo ao estilo "Sabrina" e romances do tipo, não muito condizentes com os fatos reais. Além disso fica uma sensação ruim de que os realizadores possuem uma quedinha pela causa de Fidel Castro, o ditador eterno da ilha caribenha. No saldo geral é isso, uma produção com cara de cartão postal e enredo de literatura romântica de bolso. O bom e velho Redford poderia passar sem essa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A Firma

Título no Brasil: A Firma
Título Original: The Firm
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: David Rabe, baseado na obra de John Grisham 
Elenco: Tom Cruise, Jeanne Tripplehorn, Gene Hackman

Sinopse:
Mitch McDeere (Tom Cruise) é um jovem advogado que parece encontrar a grande chance de sua carreira, ao ser admitido em uma das melhores e mais conhecidas firmas de advocacia dos Estados Unidos. O que ele não desconfia é que tudo se trata de uma mera fachada para lavagem de dinheiro de criminosos internacionais. Após a morte de dois sócios da firma, McDeere precisa decidir o que irá fazer, cair fora do negócio, correndo o risco de ser morto também ou se tornar informante do FBI, algo que também não será muito fácil de realizar.

Comentários:
Cruise se une ao escritor de best sellers John Grisham e ao consagrado cineasta Sydney Pollack para levar o livro de sucesso aos cinemas. Interpretando um jovem advogado que se vê envolto numa teia de mentiras e conspirações, Tom Cruise conseguiu mais um êxito comercial em sua carreira. Embora tenha feito sucesso nas bilheterias, o filme também tem seus problemas - é frio e distante demais, não conseguindo criar um bom vínculo com o público. Por essa época Cruise ainda estava em busca de seu Oscar, mas não conseguiu arrancar uma indicação por seu trabalho que passou em brancas nuvens pela Academia. As duas únicas indicações do filme - Holly Hunter como melhor atriz coadjuvante e Dave Grusin na categoria Melhor Trilha Sonora Original - não foram consideradas favoritas aos prêmios e não trouxeram nenhuma estatueta ao filme. Situações como essa talvez explique o fato de Cruise ter desistido de concorrer ao prêmio de Melhor Ator no Oscar. Hoje em dia o astro está mais preocupado mesmo em garantir polpudas bilheterias e não mais reconhecimento da crítica. Seus trabalhos mais recentes são blockbusters realizados para gerar muito dinheiro, mas poucos elogios dos especialistas em cinema. Pelo visto o que realmente importa para Cruise hoje em dia é se manter como um nome quente e popular em Hollywood, deixando o reconhecimento por seu trabalho como algo de menor importância, em segundo plano. Curiosamente "A Firma" acabaria virando série de TV muitos anos depois, em 2012. Infelizmente o seriado não faria sucesso, sendo cancelado após a exibição de poucos episódios.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabrina

Título no Brasil: Sabrina
Título Original: Sabrina
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Samuel A. Taylor
Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear

Sinopse:
Sabrina Fairchild (Julia Ormond) é uma jovem que há anos mora na rica propriedade da família Larrabee. Ela nunca chamou muita atenção em sua adolescência. Depois que retorna de uma longa viagem acaba surpreendendo a todos, por ter se transformado numa mulher elegante, bonita e sofisticada. Sua presença logo chama a atenção dos irmãos Larrabee, de David (Greg Kinnear), um playboy inconsequente e de Linus (Ford), o responsável irmão mais velho que toca os negócios da família em frente. Quem conquistará o coração da bela Sabrina?

Comentários:
Remake do clássico de Billy Wilder que contava com um elenco excepcional formado por Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. E aqui, o que temos? Uma pálida sombra do filme original. Para começar não haveria mais como repetir o charme da produção de 1954, nem reviver a época de ouro em que se passa o enredo do primeiro filme. Essa tentativa de modernizar aquela estória de amor soa completamente desnecessária, forçada, pouco convincente. Além disso temos que chamar a atenção para o óbvio, pois Julia Ormond nunca chegará aos pés de Audrey Hepburn e nem Harrison Ford tem o estilo cool de Humphrey Bogart. De Greg Kinnear então nem se fala. Alguém ousaria comparar ele com William Holden? Sydney Pollack é um excelente cineasta, nisso não restam dúvidas, porém esse tipo de roteiro exige uma certa ironia e classe que ele não tem e que sobrava em Billy Wilder. Assim o que fica de bom mesmo é apenas a produção, realmente classe A, a trilha sonora (o filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original) e a nostalgia do filme original. Todo o resto só prova que remakes, de uma forma em geral, são mesmo pura perda de tempo.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de maio de 2014

A Intérprete

Título no Brasil: A Intérprete
Título Original: The Interpreter
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Martin Stellman, Brian Ward
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener

Sinopse:
Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete a serviço da ONU que, sem querer, acaba ouvindo uma conversa secreta sobre um atentado à vida de um ditador africano. Descoberta, ela agora precisa sobreviver pois um grupo deseja tirá-la de circulação, em uma verdadeira operação de queima de arquivo. Para garantir sua vida, ela contará com o apoio do agente do FBI Tobin Keler (Sean Penn), um sujeito íntegro e honesto, que fará de tudo para deixá-la a salvo.

Comentários:
Foi extremamente criticado em seu lançamento. Um exagero, vamos convir. Na verdade se trata de um bom filme, com enredo bem escrito e que tenta de alguma forma inovar dentro do saturado gênero de thrillers de suspense. De certa forma há duas maneiras de encarar "The Interpreter". Primeiro se formos comparar com outros grandes filmes desse excelente cineasta Sydney Pollack. Sob esse ponto de vista de fato não se pode considerar um de seus mais brilhantes trabalhos. A outra maneira é fazer uma comparação com o que se produz no cinema americano atual. Nesse ponto o filme é um achado, já que a mediocridade impera atualmente no mercado cinematográfico, infelizmente. Credito grande parte do aspecto positivo da produção ao belo trabalho de atuação de Sean Penn, um ator muito politizado, que não aceita mais participar de bobagens nessa altura de sua carreira. E o filme, apesar das críticas que lhe fizeram, de fato não é uma bobagem, muito longe disso. Recomendo certamente, embora reconheça que nem todos vão gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Entre Dois Amores

Nunca o continente africano foi tão bem fotografado como nesse filme! Longas cenas em plano aberto me fizeram sentir in loco! Além da belíssima direção de fotografia a maravilhosa trilha sonora de John Barry complementa e embeleza ainda mais as belas tomadas da natureza local. Esse é um filme que apesar de ser relativamente recente (foi produzido nos anos 80) traz a linguagem dos grandes filmes clássicos dos anos 40 e 50. O personagem Denys (interpretado muito bem por Robert Redford) poderia facilmente ser um daqueles inesquecíveis aventureiros interpretados pelos mitos da época dourada de Hollywood como Humphrey Bogart ou Errol Flynn. Não é à toa que toda a história (que foi baseada em fatos reais) se passa logo no auge do colonialismo inglês na África. A baronesa Karen Blixen (Meryl Streep) que vai até lá fundar uma fazenda de plantação de café também me lembrou de várias e várias personagens do passado interpretadas pelo mito Katherine Hepburn. Aqui uma não menos talentosa atriz dá vida e brilho ao papel, a mega oscarizada Meryl Streep.

Completando o clima de nostalgia só mesmo um grande cineasta do porte de Sydney Pollack poderia se sair tão bem com um material como esse. Sua direção me lembrou das técnicas de Howard Hawks ou John Ford. Tanto cuidado em sua produção se refletiu imediatamente na noite do Oscar. O filme venceu nas categorias Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora Original, Direção de Arte e Som. Como se não bastasse a fita teve ótimo resultado comercial com uma bilheteria que ultrapassou os 200 milhões de dólares (um excelente número para a década de 1980). "Entre dois Amores" é isso, um filme contemporâneo com o charme e o estilo dos antigos clássicos. O resultado final é não menos do que ótimo.

Entre Dois Amores (Out Of Africa, Estados Unidos, 1985) Direção de Sydney Pollack / Roteiro de Kurt Loedtka baseado no livro de memórias de Karen Blixen e Judith Thurman / Elenco: Robert Redford, Meryl Streep, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Karen Blixen (Meryl Streep) vai até a distante África administrar e gerir uma fazenda de café. Para isso terá que enfrentar inúmeras adversidades no local. Lá conhece e se apaixona por Denys (Robert Redford) um aventureiro e caçador que atua próximo de sua plantação.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de outubro de 2007

Operação Yakuza

Título no Brasil: Operação Yakuza
Título Original: The Yakuza
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Paul Schrader, Robert Towne
Elenco: Robert Mitchum, Ken Takakura, Brian Keith

Sinopse:
Harry Kilmer (Robert Mitchum) é um americano que decide retornar ao Japão para ajudar um velho amigo, cuja filha caiu nas mãos da temida máfia japonesa, a Yakuza. Após tomar conhecimento dos acontecimentos ele começa sua investigação que o levará ao lado mais sombrio do mundo do crime na terra do sol nascente.

Comentários:
Uma fita policial que chegou a ser bem popular no Brasil. Um trabalho curioso e diferente da safra do talentoso Sydney Pollack. Aqui ele preferiu trabalhar não apenas com um roteiro muito bem articulado, mas também com generosas cenas de ação e violência. O filme é protagonizado pelo veterano Robert Mitchum, considerado já naquela altura de sua carreira um dos maiores mitos da era de ouro de Hollywood. Embora já bastante envelhecido o bom e velho Mitchum demonstra em cena que ainda podia segurar um filme inteiro nas costas. Como não poderia deixar de ser o texto do roteiro procura se aproveitar ao máximo das diferenças culturais existentes entre duas culturas tão diversas, a americana e a japonesa. Também demonstra com muito talento que se existe algo perigoso no mundo do crime é justamente impor códigos de honra tradicionais em organizações criminosas como a máfia japonesa, conhecida pela alcunha de Yakuza. Some-se a tudo isso uma bela fotografia que faz o espectador passear pelos becos mais sujos das ruas nipônicas e você terá certamente um belo filme policial dos anos 1970. Cru, realista e muito eficiente em seus objetivos.

Pablo Aluísio.