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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Inferno na Ilha

Filme baseado em fatos reais. A história se passa em 1915. Um jovem, acusado de alguns crimes menores, é enviado para uma instituição de detenção para menores de idade. Em uma época ainda muito primitiva em termos de direitos humanos o lugar mais parecia uma prisão de verdade. Isolado em uma ilha, esse reformatório prezava pela disciplina absoluta. Quem saísse da linha era violentamente repreendido, muitas vezes com violência física. É nessa ilha que vai parar um jovem rebelde que passa a ser chamado apenas pelo seu número de matrícula (c-19). Ele não se conforma em ficar lá, decide fugir, mas como? Afinal é uma ilha no norte gelado da Noruega. Sua chance de fugir surge quando explode uma rebelião. Um jovem é violentado sexualmente por um dos guardas e isso causa uma revolta generalizada. Será que conseguirá escapar?

Gostei do filme. O tom realista dá o clima certo para a história. O elenco jovem é muito bom, todos merecem aplausos pelo trabalho coletivo. Entretanto quem se destaca mesmo é o veterano ator Stellan Skarsgård. Ele interpreta o diretor, um homem que tenta ser justo. Inclusive odeia violência, mas que no fundo está envolvido com corrupção, com desvio de dinheiro daquela prisão, o que o faz ficar sempre na defensiva. Esse é aquele tipo de ator que pela simples presença no elenco já faz valer a pena qualquer filme. Um talento raro! Enfim, um filme que realmente conta sua história com extrema competência. Fica a recomendação.

Inferno na Ilha (Kongen av Bastøy, Noruega, 2010) Direção: Marius Holst / Roteiro: Mette M. Bølstad, Lars Saabye Christensen / Elenco: Stellan Skarsgård, Benjamin Helstad, Trond Nilssen / Sinopse: O filme conta a história de um jovem rebelde que vai parar em uma instituição de recuperação de jovens delinquentes. Uma vez lá, isolado nessa ilha gelada, ele decide fugir de qualquer maneira, desafiando as autoridades do lugar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Ninfomaníaca: Volume 2

Lars von Trier concluiu a história de sua personagem ninfomaníaca Joe (Charlotte Gainsbourg) nesse segundo filme. O diálogo entre ela e o senhor Seligman (Stellan Skarsgård) continua. Ela vai contando eventos lamentáveis de sua vida, todos ocasionados por seu vício em sexo. Em determinado momento ela até conseguiu ter um relacionamento um pouco estável com Jerôme (Shia LaBeouf), inclusive com a chegada de um filho. Porém não demorou muito e ela fez tudo para destruir essa família. Continuou a sair com outros homens, a participar de situações extremas. Convidou imigrantes ilegais desconhecidos na rua para frequentar seu quarto. Desenvolveu um interesse por masoquismo, misturando sexo e violência. Ficou obcecada por seu "mestre" nesse tipo de fetiche e negligenciou o companheiro e o seu próprio filho. O fim foi inevitável.

Do vício em sexo para o mundo do crime também foi um pulo. Ela entrou para uma quadrilha que cobrava dívidas, usando de todos os meios possíveis. Surgiu uma garota de 15 anos em sua vida e a coisa toda só desandou. Foi ficando pior e pior. O final de tudo é bem surpreendente. Lars decidiu que os momentos decisivos fossem apenas ouvidos e não vistos. Tela escura. Assim você vai um ouvir um tiro e um corpo caindo no chão, mas de quem? Quem matou quem? Eu tenho minha opinião, mas não vou revelar. Lars preferiu deixar tudo em aberto, apenas na mente do espectador. Tire suas próprias conclusões.

Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. II, Estados Unidos, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stellan Skarsgård, Stacy Martin, Willem Dafoe, Shia LaBeouf, Jamie Bell / Sinopse: O filme traz a segunda parte da história da ninfomaníaca Joe. Ela vê sua vida pessoal ser destruída por ser viciada em sexo sem limites.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de agosto de 2021

Ninfomaníaca: Volume 1

O diretor Lars von Trier decidiu fazer dois filmes dessa história. Esse primeiro começa quando um senhor mais velho chamado Seligman (Stellan Skarsgård) encontra uma mulher, conhecida como Joe (Charlotte Gainsbourg), caída no chão, no meio da rua, machucada. Ele prontamente se oferece para ajudá-la. Pensa em chamar uma ambulância ou a polícia, mas ela recusa. Ao invés disso ele o leva para casa, para tomar chá e se recuperar. Então Joe começa a contar sua história. Desde quando era garotinha sua sexualidade era fora dos padrões. Depois quando veio a puberdade ela se atirou em uma vida promíscua. Fazia apostas com a amiga, sobre quem iria transar com mais homens em um trem e coisas do tipo. Com o tempo a coisa só piorou. Ela começou a transar com qualquer homem que surgisse pela frente. Homens mais novos, mais velhos, solteiros, casados, todos se tornavam seu alvo.

E claro, um comportamento como esse, também sempre traz problemas como quando a esposa de um de seus amantes apareceu em seu apartamento com três filhos pequenos para fazer uma cena constrangedora. Esse filme foi criticado em seu lançamento por causa das fortes cenas de sexo, mas ao meu ver essa é uma leitura superficial. Na verdade Lars apostou muito mais no aspecto emocional e psicológico de sua protagonista. Tanto isso é verdade que sua escalada de sexo e promiscuidade acontece na mesma proporção em que ela vai perdendo seu prazer real. Vai ficando insensível ao longo do tempo, como se fosse uma viciada em drogas, até porque queiram ou não há mesmo muitas semelhanças entre esse e o vício em sexo. Assim, olhando sob esse ponto de vista, gostei do filme e pretende ver o segundo. Não costumo me decepcionar com os filmes de Lars von Trier.

Ninfomaníaca: Volume 1 (Nymphomaniac: Vol. I, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stacy Martin, Stellan Skarsgård, Shia LaBeouf, Christian Slater, Uma Thurman / Sinopse: Mulher ninfomaníaca começa a destruir a vida dos homens com quem mantém relações amorosas. Aos poucos sua vida também vai se desmoronando por causa de seu comportamento promíscuo e sem limites.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Médico

Título no Brasil: O Médico
Título Original: The Physician
Ano de Produção: 2013
País: Alemanha
Estúdio: UFA Fiction
Direção: Philipp Stölzl
Roteiro: Jan Berger
Elenco: Tom Payne, Stellan Skarsgård, Ben Kingsley, Olivier Martinez, Adam Thomas Wright, Jodie McNee

Sinopse:
Na Idade Média um jovem inglês chamado Rob Cole (Tom Payne), decide fazer uma longa viagem em direção ao Oriente Médio, onde pretende estudar com o mestre Ibn Sina (Ben Kingsley). Seus planos é se tornar um médico, em uma época em que não havia universidades de medicina. Filme indicado em diversas categorias no German Film Awards.

Comentários:
Esse filme também é conhecido como "O Físico". Nos primórdios da Idade Média não havia universidades de medicina na Europa, porém no Oriente Médio já existiam centros de saber, onde a medicina era ensinada para jovens. Esse filme é muito interessante pois resgata essa época distante na história. O protagonista é um jovem que órfão passa a ser criado por um vendedor de xaropes e "médico" prático que ia de vila em vila tentando curar as pessoas. Um misto de charlatão com curandeiro medieval. Só que isso era pouco e o jovem decide cruzar os mares em busca de maiores conhecimentos. No Oriente Médio ele encontra aum mestre, mas também encontra fanatismo religioso, um tirano absolutista e uma sociedade prestes a regredir em todos os aspectos por causa da ascensão ao poder de líderes religiosos que tratavam a nascente ciência como blasfêmia contra Alá. E isso acabou gerando uma mudança no centro do mundo. Se antes a Europa havia afundando no misticismo religioso e o mundo oriental prezava o estudo da ciência, as coisas logo mudariam, com os europeus abraçando o conhecimento científico nas universidades que surgiam. Um bom filme, historicamente interessante, com bons personagens em seu roteiro. Gostei muito.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Nosso Fiel Traidor

Um casal em crise decide passar férias no Marrocos para tentar superar os problemas. Casualmente o marido Perry (Ewan McGregor) acaba conhecendo em um restaurante de Marrakech um russo conhecido apenas como Dima (Stellan Skarsgård). Falastrão e boa praça, logo faz amizade com o britânico, o convidando para uma festa, uma balada para a comunidade russa que vive na região. A noite acaba se estendendo além do limite e Perry no dia seguinte precisa se explicar para a esposa, até porque havia mulheres lindas no local. A intenção de Dima em fazer amizade com Perry porém vai muito além da simples amizade. Ele quer que o inglês dê ao serviço secreto de seu país um pen-drive. Acontece que Dima é o encarregado das finanças da máfia russa e quer delatar todos os membros de sua organização em troca de asilo e proteção na Inglaterra. Perry que sempre foi um homem pacato, um mero  professor universitário de poesia, acaba assim entrando em um jogo perigoso, envolvendo mafiosos e políticos corruptos do próprio parlamento britãnico.

Essa é mais uma adaptação da obra do escritor John le Carré para o cinema. Especialista em tramas de espionagem esse autor é um dos mais populares da literatura. De forma em geral considerei apenas um filme mediano. O problema nem é tanto da obra cinematográfica em si, mas sim da própria estória que conta. Quem em sã consciência aceitaria levar arquivos secretos da máfia russa para entregar ao MI6 em seu retorno para a Inglaterra? Esse é apenas um exemplo da falta de veracidade desse enredo. Outros vão surgindo, em situação inverossímeis demais para se ignorar. A única boa atuação do elenco vem por parte do trabalho do ator sueco Stellan Skarsgård. O seu mafioso russo é cheio de vida, um sujeito expansivo que precisa ir embora antes que o novo chefão da máfia o extermine. Ele pensa em sua família, tem receio que todos sejam mortos e vê naquele inglês pacata a chance de ir embora para sempre do mundo do crime. Já Ewan McGregor não está muito bem e isso é culpa do papel que interpreta, a de um marido meio bobão, bonzinho demais para ser crível. Com um penteado esquisito e cara de bobalhão, fica complicado torcer por ele em cena. Damian Lewis como o agente do MI6 se sai melhor, mas não tem o espaço adequado para desenvolver melhor seu personagem. Então é isso. Um filme bom, OK, bem produzido, mas que sofre pela própria trama que apresenta, pouco crível e verossímil.

Nosso Fiel Traidor (Our Kind of Traitor, Inglaterra, França, 2016) Direção: Susanna White / Roteiro: Hossein Amini, baseado na obra de John le Carré / Elenco: Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Damian Lewis, Naomie Harris, Grigoriy Dobrygin / Sinopse: Casal inglês decide ajudar mafioso russo a entregar provas para o serviço secreto inglês, se envolvendo em uma complexa rede de crime e espionagem.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de outubro de 2016

Amistad

Título no Brasil: Amistad
Título Original: Amistad
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: David Franzoni
Elenco: Anthony Hopkins, Morgan Freeman, Matthew McConaughey, Stellan Skarsgård, Anna Paquin, Djimon Hounsou
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos históricos reais. Tudo começa quando um navio chega em um porto americano. De bandeira estrangeira a embarcação sofreu um motim em alto-mar. Vários prisioneiros se rebelaram. Em terra firme, já na América, todos eles são levados a julgamento. O que poderia ser um caso de fácil solução acaba trazendo à tona questões jurídicas inovadoras, que certamente reperticuriam na jurisprudência da Suprema corte americana. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Anthony Hopkins), Melhor Fotografia (Janusz Kaminski), Melhor Figurino (Ruth E. Carter) e Trilha Sonora Original (John Williams).

Comentários:
Eu considero Steven Spielberg um dos maiores gênios da história do cinema. Qualquer filme que traga sua assinatura nessa direção me chama imediatamente a atenção. Esse "Amistad", por exemplo, tive a oportunidade de conferir no cinema. Dito isso tenho que reconhecer também que nem todos os filmes do mestre Spielberg são geniais ou maravilhosos, alguns são apenas boas histórias bem contadas. É o caso dessa produção. Eu me recordo que muitos se decepcionaram com o filme porque ele em essência é um drama de tribunal onde se gasta muita metragem discutindo meras firulas jurídicas. Dessa maneira não é um filme para todos os públicos, mas apenas para quem gosta de história e mais, quem se interessa por casos judiciais intrigantes. Como se trata de um filme de Steven Spielberg era de se esperar novamente que um grande elenco fosse formado e realmente temos aqui um time de atores de máximo respeito. Porém nenhum desses grandes talentos se sobressai, a não ser o veterano Anthony Hopkins que se destaca interpretando um velho presidente dos Estados Unidos na semi aposentadoria, advogando para se manter ativo. É justamente ele que acaba atuando no caso master que o roteiro explora. Então é isso, nada demais, nada muito marcante ou que possa ser considerado uma obra prima. Obviamente por se tratar de Spielberg vale a sessão, porém o gostinho de um pouco de decepção ficará, quer você queira ou não.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Cidadão do Ano

Título no Brasil: O Cidadão do Ano
Título Original: Kraftidioten
Ano de Produção: 2014
País: Suécia, Noruega
Estúdio: Sweden Paradox Film 2, Det Danske Filminstitut
Direção: Hans Petter Moland
Roteiro: Kim Fupz Aakeson
Elenco: Stellan Skarsgård, Peter Andersson, Bruno Ganz
 
Sinopse:
Nils Dickman (Stellan Skarsgård) trabalha como motorista de um veículo que limpa as pistas de neve em uma pequena cidade da Noruega. Ele é um bom cidadão, trabalhador, pai de família, que nunca se envolveu em coisas erradas. Sua vida exemplar lhe vale até mesmo o título de cidadão do ano na cidade onde vive. Tudo muda da noite para o dia quando seu filho Ingvar Dickman (Aron Eskeland) é encontrado morto em uma estação de trem. A polícia acredita que ele morreu de uma overdose, mas essa é uma tese que Nils não admite aceitar já que seu filho nunca foi um viciado em drogas. Sem apoio do departamento de polícia ele resolve ir por conta própria atrás da solução do que realmente teria acontecido.

Comentários:
No começo, ao tomar conhecimento do enredo de "Kraftidioten", pensei que iria assistir a um drama, uma vez que tínhamos um pai em busca da solução da morte de seu filho. Como se trata de uma obra do cinema escandinavo esperava por um personagem central amargurado e deprimido pelos acontecimentos. Eu estava enganado. O filme que de fato começa quase como um drama muda rapidamente quando Nils Dickman (Stellan Skarsgård) resolve agir para encontrar os verdadeiros responsáveis pela morte de seu único filho. Inicialmente ele pensa em se matar por causa da tragédia que se abate sobre sua família, mas depois vai descobrindo que o seu garoto na verdade teria sido morto por uma quadrilha de traficantes de drogas. Para piorar ele teria sido assassinado sem razão, uma vez que o verdadeiro culpado teria sido um amigo que teria cometido a imprudência de roubar cocaína de um depósito de narcotraficantes. Aos poucos Nils vai descobrindo a identidade dessas pessoas e começa a eliminar um a um os membros desse grupo criminoso. De fato o filme gradativamente vai se transformando em uma espécie de "Desejo de Matar" norueguês! Armado de um rifle com cano cerrado e no volante de sua robusta retroescavadeira Nils sai em busca de vingança, resolvendo fazer ele mesmo justiça com as próprias mãos. Claro que algo assim acaba causando efeitos colaterais, sobrando até mesmo para seu irmão que, com passado no mundo do crime, acaba se tornando o principal suspeito pelas mortes. Embora seja até um bom filme temos que admitir que em termos de argumento não temos realmente nada de muito original. De bom mesmo ficam apenas as belas paisagens da Noruega, um país que parece estar sempre coberto por uma neve eterna!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Thor - O Mundo Sombrio

Título no Brasil: Thor - O Mundo Sombrio
Título Original: Thor - The Dark World
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgård, Christopher Eccleston 

Sinopse:
Após os eventos do primeiro filme, Thor (Chris Hemsworth) precisa trazer novamente paz para os nove reinos. Seu irmão Loki (Tom Hiddleston) vai para a prisão e Odin (Anthony Hopkins) decide que fará de Thor o seu próximo Rei. O que todos não percebem é que a agora pacificada Askart está prestes a ser invadida por poderosas forças do mal, entidades milenares que desejam levar todo o universo de volta para a era das sombras.

Comentários:
E a Marvel segue sua trilha de grandes sucessos de bilheteria. Agora é a vez da sequência do personagem Thor, uma adaptação da velha mitologia viking para os dias de hoje pelas mãos do talentoso Stan Lee. Certamente é um tipo de filme que exige uma produção mais requintada do que a dos demais personagens Marvel, isso em razão do fato de Thor viver a maior parte do tempo em seu próprio universo, Askart, e isso significar obviamente ter uma direção de arte própria, com figurinos luxuosos e tudo mais. Assim como aconteceu com a sequência do Capitão América, essa segunda aventura de Thor se mostrou mais bem realizada e com roteiro muito mais redondinho do que o primeiro filme da franquia. Os atores do  filme original retornaram e a trama flui com mais naturalidade. Além disso, como convém a todo bom filme de super-herói, esse aqui conta com vilões bem interessantes, bacanas mesmo, entre eles o tal de Malekith (Christopher Eccleston), que deseja levar o universo de volta às sombras eternas. Chris Hemsworth continua o mesmo bombadão de sempre, um ator não muito expressivo, mas que pelo menos não compromete. Já Natalie Portman não me convenceu muito. Surge abatida, envelhecida (e o problema não é do seu personagem). Parece que a Portman é daquelas mulheres que não se dão muito bem com a maternidade, perdendo um pouco de sua beleza estética após terem filhos. Isso até seria normal, pena que ela própria não parece lá muito empolgada pelo material. Provavelmente retornou ao seu papel apenas por causa do cachê milionário, até porque convenhamos esse tipo de personagem não deve significar muito para ela, principalmente depois de se consagrar em cena no filme "Cisne Negro". Mas isso é de menor importância pois no final "Thor - The Dark World" cumpre aquilo que prometeu, diversão escapista para fãs de personagens em quadrinhos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Uma Longa Viagem

Título no Brasil: Uma Longa Viagem
Título Original: The Railway Man
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Austrália
Estúdio: Lionsgate
Direção: Jonathan Teplitzky
Roteiro: Frank Cottrell Boyce, Andy Paterson
Elenco: Colin Firth, Nicole Kidman, Stellan Skarsgård

Sinopse:
Colin Firth interpreta Eric Lomax, um veterano da segunda guerra mundial que tenta reconstruir sua vida. Introvertido e com estranhos hobbies (como trens e horários de viagem) ele acaba conhecendo a bela Patti (Nicole Kidman) numa dessas viagens que realiza. A aproximação acaba criando um vínculo entre eles mas o relacionamento sofre por causa dos constantes ataques psicológicos que afligem Eric, por causa dos inúmeros traumas de guerra que desenvolveu por ter sido torturado quando se tornou prisioneiro dos japoneses na Birmânia.

Comentários:
Drama baseado em fatos reais cujo tema parecerá bem próximo a certas pessoas no Brasil, especialmente àquelas que foram torturadas durante o regime militar. O roteiro explora um tema que não é tão comum em filmes ultimamente, a dos traumas causados por prisioneiros de guerra que foram brutalmente torturados por japoneses. O argumento mostra um aspecto muito interessante, a das marcas psicológicas profundas que seguem com os torturados mesmo após o fim dos conflitos. As guerras passam mas os traumas ficam. Não é um drama de fácil digestão. O tema é pesado e como a história foi baseada em fatos reais nem sempre as soluções que surgem na tela serão do agrado dos espectadores. O clima é de melancolia e tristeza e os poucos momentos românticos, do envolvimento amoroso do casal Firth e Nicole Kidman, logo passam. Assim temos duas linhas narrativas, uma no presente, onde Colin Firth interpreta Eric na velhice, sofrendo de traumas psicológicos, e outra no passado onde acompanhamos Eric na guerra, como um jovem engenheiro do exército britânico que se torna prisioneiro de guerra e passa a ser usado pelas tropas japonesas na construção de uma estrada de ferro nas selvas da Birmânia. Após ser descoberto um rádio improvisado pelos prisioneiros ingleses ele passa a ser sistematicamente torturado por oficiais japoneses, todos sádicos e brutais. Em suma, um filme por demais interessante que toca em temas importantes. Mostra que a tortura deixa marcas que nem o tempo apaga.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de abril de 2014

O Exorcista - O Início

Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy

Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.

Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.

Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Domínio - Prequel do Exorcista

Título no Brasil: Domínio - Prequel do Exorcista
Título Original: Dominion - Prequel to the Exorcist
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: Paul Schrader
Roteiro: William Wisher Jr., Caleb Carr
Elenco: Stellan Skarsgård, Gabriel Mann, Clara Bellar

Sinopse:
Dois padres católicos, entre eles Lankester Merrin (Stellan Skarsgård), são enviados para a África para monitorarem a descoberta de uma antiga e desconhecida igreja soterrada pelas areias do deserto. Assim que entram no local descobrem que aquela igreja foge dos padrões convencionais. Dedicada ao anjo Gabriel, que na tradição teria vencido Lúcifer e seus demônios, ela esconde sob seu altar um terrível segredo envolvendo um mal milenar. Ao abrir aquelas portas os padres também abrem, sem saber, os próprios portões do inferno.

Comentários:
Esse filme mostra como foi confusa a volta da franquia "O Exorcista" para os cinemas. Essa produção foi dirigida pelo cineasta Paul Schrader. A produtora Morgan Creek não gostou do resultado. O projeto foi arquivado, embora quase concluído. O cineasta Renny Harlin finalizou assim a versão de "O Exorcista: O Início" e foi mal recebido por público e crítica. A Morgan Creek então voltou atrás e contratou novamente Schrader para terminar seu filme original. E é justamente isso que conferimos aqui em "Dominion: Prequel to the Exorcist". Embora não seja um grande filme consegue ser melhor do que a versão de Harlin, que ficou muito obcecado com efeitos digitais e esqueceu de desenvolver o lado de suspense e terror de sua obra cinematográfica. "Dominion" se mostra mais sofisticado sob esse ponto de vista. O enredo é melhor trabalhado e não abraça tantas soluções apelativas como o filme anterior. Também mostra problemas de produção pois como foi um projeto arquivado, desarquivado e montado meio que às pressas (para ser lançada pela Warner em 2005) mostra uma certa vacilação em torno do desenvolvimento dos acontecimentos e uma pobreza maior em termos de efeitos especiais. Mesmo assim é bem interessante, um projeto que espera-se não seja o último envolvendo a marca "O Exorcista".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Exorcista - O Início

Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist: The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr.
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy

Sinopse: 
No Oeste da África, em um lugar remoto e abandonado por séculos, o padre e arqueólogo Lankester Merrin (Stellan Skarsgård) acaba descobrindo evidências de rituais macabros e satânicos em solo sagrado. Suas descobertas revelarão a presença de um demônio milenar que tentará tomar o controle de seu corpo e espírito.

Comentários:
Como se sabe "O Exorcista" é até hoje considerado um dos maiores filmes de terror já feitos. Um daqueles filmes que marcaram tanto que se tornaram ícones do gênero. Infelizmente nem suas continuações (todas bem fracas) e nem as tentativas de criar algo novo com aquela estória deram certo. Assim a Warner tentou revitalizar a franquia em 2004 com esse "Exorcista - O Início". O que temos aqui é um Prequel, ou seja, o roteiro explora as origens do padre Merrin e seus primeiros contatos com as forças demoníacas que anos depois iriam atingir a jovem garota no filme "O Exorcista". A ideia como se pode perceber era muito boa, além de ser mais do que interessante para os fãs do filme original.

O problema é que a produção desse filme foi muito tumultuada. Diferenças artísticas entre o diretor e o estúdio tornaram tudo muito tenso e desgastante para todos os envolvidos. A primeira versão foi considerada ruim e praticamente tentou-se realizar outro filme mais adequado ao mercado dos dias de hoje. O resultado de tudo isso é uma bela produção, com muito efeitos digitais mas pouco aterrorizante. As cenas em que uma pessoa possuída passeia pelas paredes escuras de uma caverna podem até ser bem realizadas do ponto de vista técnico mas nada assustadoras já que o verdadeiro clima de terror foi substituído por pirotecnias digitais, esfriando o suspense que a fita poderia ter. De bom mesmo apenas a elogiada atuação do ator Stellan Skarsgård que se esforça muito para criar uma complexidade psicológica para seu personagem. Fora isso nada de muito digno de nota. Em termos de "O Exorcista" isso é pouco, muito pouco, temos que convir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sombras de Goya

Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição. Eu gostei bastante de Sombras de Goya. As razões são muitas. Pessoalmente gosto de dramas históricos e quando eles mostram grandes acontecimentos da história gosto ainda mais. A grande lição deixada por esse filme é simples: não importa quem ou qual ideologia está no poder. Seja a Igreja, seja a monarquia ou seja o poder revolucionário, todos eles, sem exceção vão em algum momento barbarizar o povo e abusar desse poder. O filme mostra bem isso. No começo temos os absurdos da chamada Santa Inquisição, onde qualquer menor suspeita já era suficiente para jogar a pessoa no pior calabouço imaginável, com direito a todas as torturas possíveis.

Depois acompanhamos a invasão francesa à Espanha. Interessante essa parte do filme pois os franceses são mostrados com bastante realismo (eles se imaginavam libertadores mas o povo espanhol os trataram apenas como invasores estrangeiros). Por fim a volta da monarquia espanhola e seu absolutismo cruel. O roteiro é bem escrito pois coloca no centro da drama o pintor Goya, a pobre Inés (interpretada aflitivamente por Natalie Portman) e o padre Lorenzo, um sujeito que faz da sua história pessoal um retrato dos acontecimentos políticos que aconteceram na época. O filme é bem interessante, achei as alegorias do argumento bem desenvolvidas e bem situadas. Enfim, recomendo bastante. É um drama histórico acima da média e no final das contas nos leva à reflexão de que não importa mesmo a ideologia dominante, todas elas mais cedo ou mais tarde vão querer a sua alma e sua cabeça numa bandeja. Se prepare...

Sombras de Goya (Goya's Ghosts, Estados Unidos, 2006) Direção: Milos Forman / Roteiro: Milos Forman, Jean-Claude Carrière / Elenco: Javier Bardem, Natalie Portman, Stellan Skarsgård, Randy Quaid, Blanca Portillo, Michael Lonsdale / Sinopse: Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição.

Pablo Aluísio.